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PROCESSO CIVIL - VI
Ação Executiva
DGAJ
Centro de Formação - 2017
3.1 Competências....................................................................... 16
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Manual de apoio / Ação Executiva
14.5 Penhora de imóveis ................................................................. 108
19.1 Venda mediante proposta em carta fechada - art.ºs 816.º e seguintes. . 162
19.2 Venda por negociação particular – art.º 832.º e 833.º .................... 167
19.6 Venda em leilão eletrónico – art.º 837.º CPC e art.ºs 20.º a 26.º da Portaria
282/2013, de 29 de agosto .............................................................. 171
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Manual de apoio / Ação Executiva
23.1 Execução para Entrega de Coisa Imóvel Arrendada (EPECIA) ................. 188
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Manual de apoio / Ação Executiva
Ação Executiva
1. INTRODUÇÃO
A ação executiva tem sido alvo de diversas reformas ao longo dos últimos anos.
Com a publicação da Lei n.º 41/2013 poderemos afirmar que estamos perante
um novo regime da ação executiva, tendo em conta que as alterações implementadas
foram significativas e relevantes, e que abarcam os diversos intervenientes
processuais. Com efeito, já não estamos apenas a falar de retirar parte da atividade
processual aos tribunais, deixando para estes a sua verdadeira função de dirimir
litígios, mas sim de uma clara tentativa de uniformização, agilização e simplificação
de procedimentos, com o intuito de conduzir de forma mais célere a uma rápida
conclusão do processo executivo, e a uma diminuição da pendência da ação
executiva que ultrapassa 1 milhão de processos.
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Manual de apoio / Ação Executiva
Compete agora fazer uma síntese das principais alterações introduzidas pela
entrada em vigor do novo código.
Uma das medidas mais marcantes para a redução da elevada pendência das
ações executivas deve-se à restrição do rol de títulos executivos, excluindo-se os
documentos particulares assinados pelo devedor que importem a constituição ou o
reconhecimento de obrigações pecuniárias, ou a obrigação de entrega de coisa certa
ou prestação de facto1. Por outro lado, passa a estar tipificada a força executória dos
títulos de crédito, ainda que meros quirógrafos2, alegando no requerimento executivo
os factos constitutivos da relação subjacente (como aliás já era reconhecido pela
jurisprudência dominante).
Uma das matérias, que sempre foi alvo de controvérsia, deve-se à repartição de
competências entre o juiz, a secretaria e o agente de execução, estabelecendo-se
que ao agente de execução cabe efetuar todas as diligências do processo executivo
que não estejam atribuídas à secretaria ou sejam da competência do juiz. Se no
passado não estavam claramente definidas as competência do juiz, da secretaria e
do agente de execução, agora, esse recorte de competências surge de forma clara e,
assim, em sentido oposto àquele que foi previsto aquando da criação da figura do
agente de execução, o novo código veio muito claramente atribuir ao juiz poder
decisório nas matérias declarativas do processo, mantendo o agente de execução o
poder de direção da execução.
1
Os titulares de documentos particulares, que na sua qualidade pretendam fazer valer judicialmente o seu direito de
credores, passam a ter de recorrer, previamente, a soluções como a ação declarativa ou procedimento de injunção.
2
Quirógrafo: obrigação contraída por meio de escrito particular. O exemplo predominante refere-se aos cheques
apresentados depois de ultrapassado o prazo de depósito.
3
Não obstante o processo executivo para pagamento de quantia certa já estivesse condicionado a um tratamento
diferenciado conforme o valor e o título, (sujeito a despacho liminar, ou não) cabia ao agente de execução a análise
do requerimento executivo e a decisão de submeter o processo ao juiz.
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passando a ser possível a cumulação de todos os pedidos julgados procedentes, seja
qual for o seu fim (pagamento, entrega ou prestação de facto).
2. O juiz de execução
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c) Aperfeiçoamento (n.º 4);
d) Rejeição do título executivo (n.º 5);
e) Citação do executado (n.º 6);
f) Citação do cônjuge do executado quando invocada, pelo exequente no
requerimento inicial, a comunicabilidade da dívida (n.º 7).
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manifesta dos custos que decorreriam da
atuação de agente de execução de outra
comarca
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Manual de apoio / Ação Executiva
4 entrega efetiva de imóvel ao depositário, art.º 764.º, n.º 4
quando se trate de domicílio (a pedido do
agente de execução).
760.º, n.º Decisão sobre o modo de exploração dos Pode ter aplicação
2 bens penhorados, quando não haja acordo entre subsidiária e
complementar ao
o exequente e o executado.
art.º 782.º, n.º 3.
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requerimento).
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874.º, n.º Fixação do prazo para prestação de facto a
1 pedido do exequente formulado no
requerimento executivo. Isto sucede quando o
título executivo não designa o prazo dentro do
875.º, n.º
1 qual o facto deva ser prestado.
Neste caso, o processo é concluso ao juiz
logo após a autuação do requerimento
executivo.
877.º Decisão sobre a demolição da obra à custa
do executado e a indemnização do exequente,
ou fixação apenas do montante desta quando
não haja lugar à demolição – isto quando
reconheça a falta de cumprimento da obrigação
negativa, ou seja, de não praticar algum facto.
3. O agente de execução
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(à exceção da venda de bem imóvel ou de estabelecimento, sendo que neste último
caso cabe-lhe presidir se o juiz o não fizer).
4
É curioso que a atualização e retificação de registos na lista pública de execuções é da competência da secretaria,
quando a responsabilidade dos dados dela constantes é do agente de execução, a maioria das vezes, solicitador de
execução ou advogado. Acresce que este ato é urgente e deve ser efetuado no prazo máximo de dois dias, sob
pena de, não havendo decisão, este facto ser comunicado ao Conselho Superior da Magistratura e ao Conselho
dos Oficiais de Justiça (cfr. art.º 16.º-B, n.ºs 2, 3 e 5 do Decreto-Lei n.º 201/2003, de 10/9 e art.ºs 4.º e 10.º da
Portaria n.º 313/2009, de 30 de março).
5
Esta consulta direta é feita eletronicamente a partir do sistema informático de suporte à atividade do agente de
execução (art.º 2.º, n.º 1 da Portaria n.º 331-A/2009, de 30 de março, com as alterações introduzidas pela Portaria
350/2013, de 3 de dezembro).
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competência, assim como para iniciar as diligências de penhora (art.º 748.º) e
10 dias para os demais atos.
6
A Comissão de Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça (CAAJ), criada pela Lei n.º 77/2013, de 21 de novembro,
é responsável pelo acompanhamento, fiscalização e disciplina dos auxiliares da justiça, sucedendo à Comissão para a
Eficácia das Execuções na sua atuação junto dos agentes de execução, mas com competências mais alargadas,
nomeadamente junto dos administradores judiciais, bem como outros auxiliares da justiça nos termos que a lei
determine.
7
Representado pelo Ministério Público nos termos das competências previstas no seu estatuto (art.º 3.º da Lei n.º
60/98, de 28/08).
8
Se o legislador assim o entendesse, teria acrescentado os isentos de custas aos exequentes que veriam as suas
execuções tramitadas pelo oficial de justiça, nas vestes de agente de execução, como, aliás, fez o legislador de
custas ao isentar o Ministério Público de custas nos termos do art.º 4.º, n.º 1, al. a) do Regulamento das Custas
Processuais.
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Manual de apoio / Ação Executiva
Repare-se que, o oficial de justiça não é designado de agente de
execução, apenas exercendo funções como tal, não lhe sendo aplicável o
estatuto de agente de execução (cfr. n.º 2 do art.º 722.º)9;
9
Às diligências de execução promovidas por oficial de justiça, aplicam-se as disposições da Portaria n.º 282/2013, de
29 de agosto, com as devidas adaptações (art.º 59.º, n.º 1 daquela Portaria).
10
Com base na nova Organização judiciária, introduzida pela Lei n.º 62/2013 de 26 de agosto, as comarcas passaram,
com exceção de Lisboa e Porto, a ser coincidentes com as áreas dos distritos administrativos, pelo que, parece-nos
altamente improvável a inexistência ou escassez de agentes de execução em qualquer uma das comarcas.
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Repare-se que, neste caso, houve o cuidado de não ter como base de referência a inexistência de agente de
execução na comarca, mas sim no local onde se deva realizar a diligência executiva.
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Quando o exequente beneficie de apoio judiciário na modalidade de
atribuição de agente de execução12, as funções de agente de execução
serão desempenhadas pelo oficial de justiça;
3.1 Competências
12
“Quando seja concedido apoio judiciário na modalidade de atribuição de agente de execução, este é sempre um
oficial de justiça, determinado segundo as regras da distribuição.”- Art.º 35.º-A da Lei n.º 34/2004, de 29/7.
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A uniformização da tramitação da ação executiva, preconizada pela Lei n.º 41/2013, de 26 de junho, introduziu a
figura do agente de execução nas execuções instauradas antes de 15 de setembro de 2003 (art.º 6.º n.ºs 1 e 2 do
diploma preambular).
14
Oposição (à execução e à penhora), incidente de comunicabilidade da dívida, reclamação de créditos, habilitação
de sucessores, embargos de terceiro ou outros procedimentos incidentais de natureza declarativa.
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Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça – Lei n.º 154/2015, de
14 de setembro e Lei n.º 77/2013, de 21 de novembro.15
15
De notar que o agente de execução não está na dependência funcional do juiz, como se encontrava o solicitador de
execução nos termos definidos no art.º 116.º do Estatuto da Câmara dos Solicitadores na redação anterior ao
Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20/11, nem tão pouco se acha agora submetido ao controlo do juiz.
16
Disponibilizada pela Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução em página informática e pesquisável por
Comarca (art.º 41.º da Portaria n.º 282/2013)
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daquela em que o agente de execução opera, mas sim ao local onde deva ocorrer a
diligência17.
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Neste caso, tendo em conta que as listas de agentes de execução se encontram pesquisáveis por comarcas (art.º
41.º da Portaria 282/2013), poderá surgir uma dificuldade acrescida por parte dos agentes de execução quando
pretendam efetuar uma delegação de competências, não lhe restando outra alternativa que não seja a de utilizar
como critério de seleção a morada do escritório do agente de execução que se encontre mais perto do local da
diligência a realizar.
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Caso o agente de execução substituto não aceite a designação, no prazo de 5
dias, a secretaria designa imediatamente novo agente de execução substituto nos
termos previstos no art.º 38.º, n.º 5 da Portaria n.º 282/2013, de 29/08.
18
A lei n.º 77/2013, de 21 de novembro, instituiu a Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça
(CAAJ), extinguindo a Comissão para a Eficácia das Execuções (CPEE) de que fala a Portaria n.º 282/2013, de 29 de
agosto.
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4. Pendência do Processo Executivo (n.º 5 do art.º 551.º)
A Lei n.º 41/2013, de 26 de junho, veio dispor, no seu artigo 551.º, n.º 5, que o
«processo de execução corre no tribunal quando seja requerida ou decorra da lei a
prática de ato da competência da secretaria ou do juiz e até à prática do mesmo»,
fazendo assim clara distinção entre os momentos em que o processo é da
responsabilidade do tribunal e os momentos em que não é.
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Manual de apoio / Ação Executiva
1. Apresentação dos pedidos de intervenção em pastas de gestão
ATENÇÃO:
Pastas atuais
As pastas “Atos AE para a
Secretaria” e Atos AE para
Conclusão” deixam de receber
qualquer ato processual. As
pastas vão manter-se no
Novas pastas de sistema até que os atos
gestão processuais aí existentes
sejam tratados ou retirados
das pastas.
21
Manual de apoio / Ação Executiva
c) Com base num ato processual a partir do histórico do processo
a) Finalização dos pedidos de intervenção, com base na prática de ato
processual
Caso o utilizador opte por não finalizar (selecionar) nenhum dos pedidos
mostrados, quando selecionar o botão “Validar” (única forma de fechar a janela),
será apresentada uma mensagem que torna claro que o utilizador optou por não
finalizar pedidos:
22
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b) Finalização de pedidos de intervenção na lista das pastas de gestão
Esta opção deverá ser utilizada quando, com base no pedido apresentado, não
exista qualquer ato processual a praticar pela secretaria, ou o ato que encerra o
pedido já tenha sido praticado em momento anterior.
Caso não exista ato processual para finalização do pedido, a lista será
apresentada vazia, com a seguinte informação ao utilizador:
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Manual de apoio / Ação Executiva
ATENÇÃO:
ATENÇÃO:
24
Manual de apoio / Ação Executiva
O método é idêntico ao processo de finalização com base na prática de um ato
processual (seleção do(s) pedido(s) que se pretenda finalizar e escolher a opção
“validar”).
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Escolhido , é devolvida a janela para
classificação
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Funcionamento:
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Manual de apoio / Ação Executiva
Uma vez assinados os documentos produzidos pelo magistrado, os pedidos de
intervenção associados ao ato retornam à pasta de origem sendo sinalizados com
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Manual de apoio / Ação Executiva
5. A ação executiva – caracterização
A ação executiva não visa a definição do direito violado, mas a sua reparação
efetiva a partir do pedido formulado pelo titular do direito (exequente) através do
requerimento executivo, em que o credor requer as providências adequadas à
realização coativa de uma obrigação que lhe é devida, tendo por base um título pelo
qual se determinam o seu fim e limites – cfr. art.ºs 2.º e 10.º, n.ºs 4 e 5.
A causa de pedir na ação executiva, como seu fundamento substantivo, é a
obrigação exequenda, sendo o título executivo o instrumento documental
privilegiado da sua demonstração – Ac. STJ n.º JSTJ000 in www.dgsi.pt.
Para tanto, é imprescindível que o direito que se pretende fazer valer na ação
executiva conste dum título executivo.
— A ação executiva rege-se, em primeira linha, pelas normas próprias (art.ºs 53.º
a 58.º, 85.º a 90.º, 550.º e 551.º, 626.º e 703.º a 877.º), sendo que os art.ºs
703.º a 723.º se revestem de carácter geral;
— Em segundo lugar, a ação executiva rege-se, a título subsidiário, pelas
disposições reguladoras do processo de declaração (n.º 1.º do art.º 551.º);
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Manual de apoio / Ação Executiva
Confidencialidade - Art.º 164.º
A regra passa a ser que após a citação (ou notificação no caso da execução
de sentença nos próprios autos) o processo passe a estar disponível para os
executados (e respetivos mandatários) com a exceção dos atos instrutórios da
penhora e dos bens indicados pelo exequente à penhora19.
19
Nos casos em que o requerimento executivo é apresentado em papel e seja possível efetuar a sua digitalização,
deverá ter-se em atenção que os anexos de indicação de bens à penhora (ANEXO P1 a ANEXO P9) não devem ser
incluídos.
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Manual de apoio / Ação Executiva
Foi ainda disponibilizada uma ferramenta para que o oficial de justiça,
clicando no lado direito do rato em cima do ato que pretende classificar, possa
escolher se o ato se deve manter oculto ou ficar visível para o executado e
respetivo mandatário. Igual procedimento pode ser adotado caso, por exemplo, seja
determinado mediante despacho judicial que um determinado documento passe a
estar disponível para consulta:
Requerimento
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Manual de apoio / Ação Executiva
Para aceder aos detalhes do interveniente deverá selecionar o interveniente,
pressionar o botão direito do rato, escolher a opção interveniente, detalhes do
interveniente:
Assim, a ação executiva pode ter por finalidade (art.º 10.º, n.º 6):
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Manual de apoio / Ação Executiva
b) Entrega de coisa certa - o exequente se assume como titular de um
direito à prestação de uma coisa determinada e requer ao tribunal que
apreenda essa coisa ao devedor e seguidamente lha entregue (art.º 827.º
do C.C.). A lei permite que se a coisa a entregar não for encontrada, o
exequente efetue uma liquidação do seu valor e do prejuízo resultante da
falta da entrega, procedendo-se de seguida à penhora nos bens do
executado, suficientes para pagamento da importância apurada (cfr.
art.ºs 859.º a 867.º).
Sendo a prestação de facto fungível, o exequente pode requerer que ela seja
prestada por outrem à custa do património do devedor (art.º 828.º do C.C.), sendo,
neste caso, penhorados e vendidos os bens do executado necessários ao pagamento
da obrigação equivalente à que consta do título executivo.
20
“A condenação dos réus a não impedirem a realização de obra nova ou de reparação implica uma obrigação de
prestação de facto negativa, na modalidade de obrigação de tolerância ou de deixar fazer (obrigação de pati).
O processo próprio para executar este tipo de obrigação é o de execução para prestação de facto negativo” (art.º
876.º CPC).
21
A prestação diz-se fungível quando pode ser realizada por pessoa diversa do devedor com satisfação do interesse
do credor, sendo-lhe indiferente que ela seja realizada pelo devedor ou por outra pessoa qualquer – cfr. art.º 828.º
do C.Civil.
De modo inverso, prestação infungível é aquela que tem de ser efetuada pelo devedor para satisfação do
interesse do credor.
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Manual de apoio / Ação Executiva
O facto que o devedor estiver obrigado a prestar pode ser positivo ou
negativo, assim a obrigação se traduza em “fazer” ou “não fazer”.
Exemplos:
7. Processo Comum
decisão arbitral ou judicial nos casos em que esta não deva ser executada no
próprio processo;
requerimento de injunção ao qual tenha sido aposta fórmula executória;
título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida, garantida por hipoteca
ou penhor;
título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida cujo valor não exceda o
dobro da alçada22 do tribunal de 1.ª instância.
Nos casos previstos nos artigos 714.º e 715.º, ou seja, na escolha da prestação
na obrigação alternativa, e na obrigação condicional ou dependente
prestação, respetivamente;
22
Sobre o valor das alçadas consultar art.º 44.º da Lei n.º 62/2013, de 26 de Agosto - Organização do Sistema
Judiciário
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Manual de apoio / Ação Executiva
Quando a obrigação exequenda careça de ser liquidada na fase executiva e a
liquidação não dependa de simples cálculo aritmético (título extrajudicial;
decisão judicial ou equiparada - quando não vigore o ónus de proceder à
liquidação no âmbito do processo de declaração; e decisões arbitrais);
Quando, havendo título executivo, diverso de sentença apenas contra um dos
cônjuges, o exequente alegue a comunicabilidade da dívida no requerimento
executivo;
Nas execuções movidas apenas contra o devedor subsidiário que não haja
renunciado ao benefício da excussão prévia.
Sendo o Título extrajudicial de obrigações pecuniárias vencidas, não garantido
por hipoteca ou penhor, o valor seja superior ao dobro da alçada de 1.ª
Instância.
8. Processo Especial
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Manual de apoio / Ação Executiva
Para a execução por custas, tendo em conta o disposto no n.º 5 do ar.º 35.º do
Regulamento das Custas Processuais, aplicam-se subsidiariamente as disposições
relativas à execução sumária. O mesmo se aplica para as execuções por multa e
coima, tendo em conta o disposto no n.º 2 do art.º 491.º do CPP e o n.º 2 do art.º
89.º do D.L. n.º 433/82, de 27 de outubro.
Há ainda que ter em conta o disposto no art.º 551.º, n.º1, que determina que
são subsidiariamente aplicáveis ao processo de execução, com as necessárias
adaptações, as disposições reguladoras do processo de declaração.
9. Pressupostos processuais
Mas, a ação executiva, além de estar sujeita àqueles pressupostos, está ainda
sujeita a outros, que lhe são específicos, tais como: o título executivo, a certeza, a
exigibilidade da prestação e a liquidez da obrigação exequenda.
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Manual de apoio / Ação Executiva
Pressupostos específicos da ação executiva
o Título executivo
Condição necessária, porque sem título não pode haver execução (cfr. art.º
10.º, n.º 5). É imperioso que o título acompanhe o requerimento inicial (cfr. art.º
724.º, n.º 4, al. a))24.
Sentenças condenatórias25
23
O título constitui o pressuposto formal da ação executiva destinado a conferir à pretensão substantiva um grau de
certeza suficiente para consentir a subsequente agressão patrimonial aos bens do vendedor - J. Lebre de Freitas e
outros, C.P.C. Anotado, I/87).
24
O requerimento executivo deve ser acompanhado da cópia do título executivo, quando entregue por via eletrónica,
ou do original, quando entregue em papel, sob pena de recusa – art.º 725.º, n.º 1-d).
25
Sentença é o ato pelo qual o juiz decide a causa principal ou algum incidente que apresente a estrutura duma
causa. As decisões dos tribunais colegiais denominam-se acórdãos – art.º 152.º, n.ºs 2 e 3.
São equiparados às sentenças os despachos e quaisquer decisões ou atos da autoridade judicial que condenem no
cumprimento duma obrigação – art.º 705.º.
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Manual de apoio / Ação Executiva
Entre outras decisões judiciais, aqui se incluem, por exemplo:
- Sentenças homologatórias das transações ou das confissões de
pedido (cfr. art.º 290.º, n.ºs 3 e 4);
- Decisões dos julgados de paz (cfr. art.ºs 56.º, n.º 1, 60.º e 61.º da
Lei n.º 78/2001, de 13 de Julho);
- Despacho saneador que conheça do mérito da causa – art.º 595.º,
n.ºs 1-b) e 3;
- Autos de conciliação em processo do trabalho homologados pelo
juiz (cfr. art.ºs 51.º a 53.º e 88.º do Código de Processo do Trabalho).
Assim, significa que ainda que atingida por recurso ordinário, a sentença pode
titular uma ação executiva, conquanto o recurso tenha efeito meramente devolutivo.
A execução assim iniciada pode sofrer modificação em função do resultado do
recurso, modificação essa que até pode passar pela extinção da instância executiva
se o tribunal superior revogar a sentença condenatória da 1.ª instância (cfr. art.º
704.º, n.º 2).26
26
Deve ser junta à execução uma certidão da decisão do tribunal superior com nota do trânsito em julgado – cfr. art.º
704.º, n.º 2.
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Manual de apoio / Ação Executiva
Sentenças estrangeiras
27
Última alteração introduzida pelo Regulamento (UE) n.º 517/2013, do Conselho, de 13 de maio de 2013.
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Manual de apoio / Ação Executiva
Este Regulamento é aplicável às decisões judiciais, títulos ou instrumentos
autênticos relativos a créditos não contestados e a decisões pronunciadas na
sequência de impugnação de decisões, transações judiciais ou instrumentos
autênticos.
A exequibilidade destes documentos está prevista no art.º 703, n.º 1, al. b).
28
O Regulamento está disponível para download na página da DGAJ http://www.dgaj.mj.pt >>> Serviços Jurídicos e
Cooperação Judiciária Internacional.
29
Cfr. art.ºs 369.º a 372.º do Código Civil.
30
Cfr. art.ºs 377.º do Código Civil.
31
Esta norma encontra-se regulamentada pela Portaria n.º 657-B/2006, de 29 de Junho.
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Manual de apoio / Ação Executiva
como título carece de outro documento probatório da verificação da
condição e do incumprimento do devedor.
Títulos de Crédito
Valem como título executivo os títulos de crédito, ainda que meros quirógrafos,
tais como letras, livranças e cheques. Tratando-se de meros quirógrafos, sendo os
cheques prescritos o exemplo por excelência, apenas consubstanciam título
executivo desde que os factos constitutivos da relação subjacente constem do
próprio documento ou sejam alegados no requerimento executivo (cfr. art.º 703, n.º
1 al. c)).
Exemplos:
32
De referir que a aplicação desta norma às execuções intentadas após 1 de setembro de 2013 (data da entrada em
vigor do Novo Código de Processo Civil) que tenham como título executivo um documento particular formado na
vigência do art.º 46.º n.º 1 al. c) do antigo código, tem sido considerada como violadora do princípio da segurança e
proteção da confiança (Ac. Tribunal da Relação de Évora, de 27/02/2014, proc.º 374/13.3TUEVR.E1, em
www.dgsi.pt).
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Manual de apoio / Ação Executiva
- Certidão da liquidação da conta de custas e da sentença transitada em
julgado, acompanhada da notificação judicial do devedor ou a certidão destes
elementos processuais, em que se declare a data do termo do prazo de pagamento
voluntário – cfr. n.ºs 1 e 2 do art.º 35.º, do Regulamento das Custas Processuais.
Caso o título provenha de uma sentença, a execução corre nos próprios autos,
tramitada de forma autónoma, exceto se o processo subir em recurso, em que corre
no traslado. Quando, nos termos da lei de organização judiciária, seja competente
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Manual de apoio / Ação Executiva
para a execução secção especializada de execução33, devem ser remetidos com
caráter de urgência a cópia da sentença, do requerimento que deu início à
execução, bem como os documentos que o acompanham.
A recusa deve ser notificada ao exequente, o qual poderá reagir por meio de
reclamação para o juiz, para decisão, irrecorrível, salvo quando se funde na falta de
exposição dos factos (cfr. art.º 725.º, n.º 2).
33
Não se encontram instalados juízos de execução nos tribunais judiciais das comarcas de Bragança, Viana do
Castelo, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Santarém, Beja e Açores. No tribunal judicial da comarca da Madeira o
juízo de execução existente tem como área de competência territorial todos os municípios com exceção de Porto
Santo (Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto e DL n.º 49/2014, de 27 de março).
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Manual de apoio / Ação Executiva
Nos 10 dias posteriores à notificação da recusa, o exequente pode apresentar
novo requerimento executivo ou os documentos em falta, nomeadamente o
documento comprovativo do prévio pagamento da taxa de justiça, da concessão do
benefício de apoio judiciário ou o original do título de crédito, reportando-se os
efeitos do início da instância à data da primitiva apresentação (cfr. art.ºs 144.º,
259.º, 551.º, 560.º, e 725.º, n.º3).
Se a ação executiva começar sem despacho liminar e não seja detetada a falta
do título executivo, o executado pode sempre deduzir oposição à execução com tais
fundamentos (cfr. art.ºs 728.º, n.º 1, 729.º, n.º 1, al. a), 731.º e 857.º).
Se o executado, mesmo nesta situação, não recorrer aos meios de defesa atrás
expostos, pode o juiz, em qualquer momento, até ao primeiro ato de transmissão
de bens penhorados, ordenar a notificação do exequente para suprir a falta ou
julgar extinta a execução (cfr. art.º 734.º).
34
Quando se tratar de uma prestação alternativa e a escolha pertencer ao credor, se o mesmo não a fizer no
requerimento executivo, é motivo de recusa por parte da secretaria, nos termos dos art.ºs 724.º, n.º 1, al. h) e 725,
n.º 1 al. c).
44
Manual de apoio / Ação Executiva
Se a escolha pertence ao devedor, este é citado pelo agente de execução
para se opor à execução e notificado para, no mesmo prazo da oposição,
declarar por qual das prestações opta, caso não haja outro prazo
convencionado pelas partes (cfr. 803.º, n.º 1 e 548.º do C.C.).
9.2 Exigibilidade
35
Aqui, a execução principia por diligências probatórias destinadas a demonstrar a exigibilidade da obrigação
exequenda, o que implica a intervenção liminar do juiz e, consequentemente, os termos do processo ordinário.
45
Manual de apoio / Ação Executiva
Se a obrigação tiver prazo certo, a execução não pode ser proposta antes da
data do seu vencimento.
NOTA:
9.3 Liquidez
O quantitativo da obrigação tem de estar liquidado. Assim, quando a obrigação
constante do título é ilíquida, é necessário efetuar um certo número de operações no
sentido de tornar essa obrigação líquida.
46
Manual de apoio / Ação Executiva
Simples cálculo aritmético (art.º 716.º, n.º s 2 e 3)
Nesta situação tem de haver alegação e prova dos factos em que o exequente
fundamenta o seu pedido. Assim, a liquidação depende da averiguação de certos
factos36.
Uma vez que a liquidação tem lugar na ação declarativa, quando a execução é
proposta já a obrigação se encontra liquidada (cfr. art.º 704.º, n.º 6), razão pela qual
o executado só pode deduzir oposição à execução e já não à liquidação.
36
A execução deve iniciar-se por uma tramitação declarativa tendente à fixação do quantum da obrigação
exequenda, o que supõe a citação do executado para contestar e é incompatível com a penhora imediata, aplicando-
se a execução ordinária.
47
Manual de apoio / Ação Executiva
Neste caso, a falta de contestação à liquidação importa a confissão dos factos
articulados pelo exequente (cfr. art.º 568.º), salvo se a revelia se considerar
inoperante (cfr. art.ºs 568.º e 569.º), após o que o incidente segue a forma de
processo declarativo comum com produção de prova pericial.
Nota:
37
“Em matéria cível a alçada dos tribunais da Relação é de € 30.000 e a dos tribunais de 1ª instância é de € 5.000”
– n.º 1 do art.º 44.º da Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto.
48
Manual de apoio / Ação Executiva
oposição à execução ou quando houver lugar a qualquer outro procedimento que siga
os termos do processo declarativo.
Nas ações executivas com valor não superior a 5.000 €, não é obrigatória a
constituição de mandatário, mesmo que haja oposição à execução, podendo as
próprias partes intervir no processo.
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Apenas Também
Da competência territorial
49
Manual de apoio / Ação Executiva
- tenha domicílio na área metropolitana de Lisboa ou do Porto e o
demandado tenha domicílio na mesma área; ou que
- seja pessoa coletiva;
pode optar pela propositura da execução no tribunal do lugar do cumprimento da
obrigação (cfr. designadamente os art.ºs 772.º a 776.º, 885.º e 2270.º do Código Civil
e os art.ºs 94.º a 104.º do Código de Processo Civil).
Quando se trate de execução para entrega de coisa certa ou por dívida com
garantia real38 são, respetivamente, competentes o lugar onde a coisa se encontre ou
o da situação dos bens onerados (cfr. n.º 2 do art.º 89.º).
38
Ex: resultante de crédito hipotecário.
50
Manual de apoio / Ação Executiva
10. Registo Informático das Execuções
- Identificação do processo;
- Identificação do agente de execução, através do seu nome e, sendo
solicitador de execução ou advogado, domicílio profissional, números de cédula
pessoal e de identificação fiscal ou, sendo oficial de justiça, número
mecanográfico;
- Identificação das partes, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 724.º
do Código de Processo Civil, incluindo ainda, sempre que possível, o número de
identificação de pessoa coletiva, a filiação, o número de identificação fiscal, o
número de bilhete de identidade ou, na impossibilidade atendível da sua
apresentação, os números de passaporte ou de licença de condução;
- Pedido, indicando o fim e o montante, a coisa ou a prestação, consoante os
casos;
- Bens indicados para penhora;
- Bens penhorados, com indicação da data e hora da penhora e da
adjudicação ou venda;
- Identificação dos créditos reclamados, através do seu titular e montante
do crédito.
39
O Dec. Lei n.º 201/2003 não foi ainda atualizado tendo em conta o Código de Processo Civil de 2013, pelo que lá se
encontram referências a artigos do anterior código, devendo ser feita uma leitura atualista de tais preceitos.
51
Manual de apoio / Ação Executiva
Do mesmo registo consta também o rol das execuções findas ou suspensas,
mencionando-se, para além dos elementos acabados de referir, os seguintes:
Cabe ainda referir que toda a informação contida nesta base de dados deve ser
permanentemente atualizada pelo agente de execução – cfr. art.ºs 717.º, n.º 4 do
CPC e art.º 4.º do DL n.º 201/2003, na redação que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º
226/2008, de 20 de novembro, sendo possível efetuarem-se retificações e
atualizações a requerimento do titular dos dados, independentemente da fase em
que se encontrem os processos (art.º 718.º, n.º 1).
40
Nos termos do n.º 6 do art.º 59.º da Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto, as referências efetuadas ao sistema de
suporte à atividade dos agentes de execução, consideram-se feitas ao sistema informático CITIUS, no que se refere às
diligências de execução promovidas pelo oficial de justiça.
52
Manual de apoio / Ação Executiva
11. TRAMITAÇÃO DA EXECUÇÃO PARA PAGAMENTO
DE QUANTIA CERTA - PROCESSO ORDINÁRIO
O modelo dos requerimentos executivos foram aprovados pelo n.º 2 do art.º 1.º
da Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto, sob o comando do n.º 2 do art.º 712.º.
53
Manual de apoio / Ação Executiva
do art.º 720.º CPC, art.º 6.º da Portaria 280/2013, de 26 de agosto e art.º 36.º da
Portaria 282/2013, de 29 de agosto.
O mesmo será dizer que caso um requerimento executivo submetido via CITIUS
Mandatários, cuja referência para pagamento da provisão do agente de execução
nunca seja processada, a secretaria não chega sequer a ter conhecimento que tal
requerimento foi submetido.
54
Manual de apoio / Ação Executiva
A apresentação do requerimento executivo por transmissão eletrónica de dados
dispensa a remessa dos originais, duplicados e cópias, sem prejuízo de o juiz o
determinar nos termos previstos nos n.ºs 1 e 2 do art.º 4.º da Portaria n.º 280/2013,
de 26/8.
Apresentação em Papel
Remessa pelo correio, sob registo, valendo como data da prática do ato
processual a da efetivação do respetivo registo postal;
55
Manual de apoio / Ação Executiva
Agentes de Execução para pagamento da provisão da fase 1, a qual é entregue ao
apresentante, caso o mesmo apresente o requerimento pessoalmente, ou remetido
via postal nas restantes situações, para que seja efetuado o pagamento. O
requerimento executivo não é distribuído (o sistema informático assegura-se que a
sua distribuição fique suspensa) até que o pagamento da provisão inicial (Fase I),
devida ao Agente de Execução, seja efetuado.
56
Manual de apoio / Ação Executiva
O prazo para pagamento da referência emitida é de 10 dias. Findo esse prazo
sem que a mesma se encontre paga, o sistema informático pode proceder à
invalidação da referência em causa, não sendo possível a partir desse momento o
seu pagamento nem, consequentemente, a apresentação do requerimento na pasta
para distribuição.
57
Manual de apoio / Ação Executiva
Logo que o pagamento seja efetuado, o requerimento executivo será submetido
à distribuição de forma automática pelo sistema informático sem qualquer
intervenção da secretaria.
41
A este prazo aplica-se o regime previsto nos n.ºs 5 a 7 do art.º 139.º do CPC.
42
Vale como data da prática do ato processual a respetiva entrega.
43
Vale como data da prática do ato processual a da efetivação do respetivo registo
44
Vale como data da prática do ato processual a da expedição
58
Manual de apoio / Ação Executiva
(n.ºs 1 e 2 do art.º 10.º da Portaria 280/2013, de 26 de agosto e n.º 7 do art.º 144.º
do CPC).
45
Na redação do Decreto-Lei n.º 34/2008, de 26/2.
46
Caso o exequente junte o mesmo comprovativo de pagamento da taxa de justiça em dois ou mais processos, deve a
secretaria proceder à recusa do requerimento executivo.
“Os pagamentos feitos por forma eletrónica consideram-se realizados quando for efetuada comprovação, no
processo, que ateste a transferência de valor igual ou superior ao valor em dívida” – art.º 32.º, n.º 2 RCP.
59
Manual de apoio / Ação Executiva
Requisitos do requerimento executivo:
60
Manual de apoio / Ação Executiva
exatidão dos dados pessoais (cfr. art.ºs 724.º, n.º 1- al. a) e 725.º, n.º 1, al. c) do
CPC e 2.º, n.º 1-c) do Decreto-Lei n.º 201/2003, de 10 de Setembro);
- Exposição sucinta dos factos que fundamentam o pedido, quando não constem
do título executivo (anexo C4 do modelo) - art.º 724.º, n.º 1, al. e);
47
O agente de execução designado pode, no prazo de 5 dias após a notificação, declarar que não aceita a
designação, nos termos do artigo 720.º, n.º 8 (cfr. art.º 36.º da Portaria n.º 282/2013, de 29/8).
61
Manual de apoio / Ação Executiva
-Documentos e elementos de que o exequente disponha relativamente aos bens
penhoráveis indicados - art.º 724.º, n.ºs 2 e 4, al. b);
62
Manual de apoio / Ação Executiva
- Quanto aos créditos, declarar a identidade do devedor, o montante, a
natureza e a origem da dívida, o título de que constam, as garantias existentes e a
data do vencimento (anexo P5) cfr. art.ºs 724.º, n.º 3, 773.º e 774.º;
- Quanto aos direitos a bens indivisos, indicar o administrador e os
comproprietários, bem como a quota-parte que neles pertence ao executado (anexo
P6) – cfr. art.º 781.º, n.º 1.
48
De notar que a unidade central (ex-secção central) não pode, em caso algum, proceder à recusa do requerimento
executivo uma vez que este é recusado após a distribuição – cfr. n.º 1 do art.º 725.º
63
Manual de apoio / Ação Executiva
Mas, não podemos cingir-nos apenas ao art.º 725.º. Se assim fosse, como
procederíamos, por exemplo, perante um requerimento dirigido a um tribunal
diferente daquele em que fosse apresentado?
64
Manual de apoio / Ação Executiva
Formula o pedido Sim
65
Manual de apoio / Ação Executiva
Prevê o n.º 2 do art.º 725.º que do ato de recusa cabe reclamação para o juiz,
cuja decisão é insuscetível de recurso, salvo quando se funde na falta de exposição
dos factos.
Findo o prazo:
Despacho liminar
Citação do Executado
66
Manual de apoio / Ação Executiva
Se o exequente tiver alegado no requerimento executivo a comunicabilidade da
dívida constante de título diverso de sentença, o juiz profere despacho de citação do
cônjuge do executado para os efeitos previstos no n.º 2 do art.º 741.º.
67
Manual de apoio / Ação Executiva
Tratando-se de decisão judicial, o leque de fundamentos da oposição é restrito
aos enunciados no art.º 729.º, até porque o executado já teve oportunidade de
discutir boa parte das questões na ação declarativa que deu origem ao título
executivo (a sentença).
Assim:
49
Não é demais relembrar que o conceito de comarca instituído pela Lei n.º 62/2013, de 26 de Agosto (LOSJ), foi
substancialmente alterado com o alargamento da base territorial de cada uma delas. De 231 comarcas passámos a ter
apenas 23, com sede, em regra nas capitais de distrito. As exceções respeitam a Lisboa, dividida nas comarcas de
Lisboa, Lisboa Norte e Lisboa Oeste e o Porto, dividido nas comarcas do Porto e Porto Este.
De notar ainda que esta nova visão tem influência na aplicação das regras da dilação prevista no art.º 245.º, na
medida em que, no exemplo dado, o executado residente em qualquer dos núcleos integrados na Comarca, não
beneficia de dilação pelo facto de o processo correr noutro núcleo, pertencente à mesma Comarca (cfr. art.º
245.º, n.º1, al. b), a contrário).
68
Manual de apoio / Ação Executiva
O prazo para a oposição à execução é individual não se lhe aplicando o
regime previsto n.º 2 do art.º 569.º para a contestação em processo declarativo, por
a tal se opor taxativamente o n.º 3 do art.º 728.º. Ou seja, sendo dois ou mais
executados, cada um tem o seu próprio prazo para deduzir oposição, a contar da
respetiva citação, sem prejuízo, no entanto, da possibilidade de cada um, dentro do
prazo respetivo, poder requerer a prorrogação nos termos do n.º 5 do art.º 569.º,
aqui aplicável por via do n.º 1 do art.º 551.º.
Se, decorrido este prazo, não for junto o documento em causa, a secretaria
oficiosamente procede de modo idêntico à falta de pagamento da taxa de justiça da
contestação em processo declarativo, o mesmo é dizer-se que observa o disposto no
art.º 570.º, parte final em face do n.º 3 do art.º 145.º.
69
Manual de apoio / Ação Executiva
e 732.º, n.º 1 e 723.º, n.º 1 al. a)) -, despacho que pode ser de aperfeiçoamento,
indeferimento ou deferimento.
70
Manual de apoio / Ação Executiva
-Se o embargante impugnar a exigibilidade ou a liquidação da obrigação
exequenda.
I
Título: Documento exarado (escritura) ou autenticado por notário.
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 15.000,00
Bens indicados à penhora: bens móveis; um veículo automóvel e um
estabelecimento comercial.
71
Manual de apoio / Ação Executiva
Como se trata de uma execução, em que o título extrajudicial de
obrigação pecuniária vencida não garantido por hipoteca, não se encaixa no
n.º 2 do art.º 550.º. Estamos perante uma execução, cujo título é
extrajudicial de obrigação pecuniária vencida e tem valor igual ou superior ao
dobro da alçada do tribunal de 1.ª instância (€ 10.000, cfr. 550.º, n.º 2, d), à
contrário).
II
Título: Letra/ Livrança/ Cheque
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 15.000
Bens indicados à penhora: bens móveis e um veículo automóvel.
III
Execução movida apenas contra o devedor subsidiário
72
Manual de apoio / Ação Executiva
O executado não renunciou ao benefício da excussão prévia
Título: Extrajudicial de empréstimo garantido com hipoteca
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 20.000
Bens indicados à penhora: Imóvel
73
Manual de apoio / Ação Executiva
processo, remetendo, de imediato, eletronicamente, o expediente para o agente de
execução.
74
Manual de apoio / Ação Executiva
embargos de executado e oposição à penhora. O executado é citado no próprio ato
da penhora ou num dos 5 dias seguintes se não estiver presente no ato.
São devidas duas taxas de justiça, uma pelos embargos de executado outra
pela oposição à penhora.
75
Manual de apoio / Ação Executiva
CASOS PRÁTICOS – Execução sob a forma Sumária
I
Título: Documento exarado (escritura) ou autenticado por notário garantido por
hipoteca.
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 15.000
Bens indicados à penhora: bens móveis; um veículo automóvel e um
estabelecimento comercial.
Se não estiver é:
II
Título: Documento exarado (escritura) ou autenticado por notário.
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 5.000
Bens indicados à penhora: bens móveis e um veículo automóvel.
76
Manual de apoio / Ação Executiva
n.º 2 do art.º 550.º, estamos perante uma execução, cujo título é extrajudicial de
obrigação pecuniária vencida e tem valor inferior ao dobro da alçada do tribunal de
1.ª instância (€ 10.000, cfr. 550.º, n.º 2, d).
A execução segue a forma sumária. (cfr. 550.º, n.º 2, d). Confrontados com estes
títulos, teremos que verificar se os bens indicados à penhora não incluem bem
imóvel, estabelecimento comercial, direito real menor que sobre eles incida ou
quinhão em património que os inclua (imóvel ou estabelecimento comercial)
conforme determina o n.º 5 do art.º 855.º.
Como não está indicado à penhora nenhum daqueles bens, não há a lugar a despacho
liminar, sendo o executado citado após a realização da penhora (cfr. 855.º, n.ºs 1 e 3
e n.º 1 do 856).
III
Título: Letra/ Livrança/ Cheque
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 5.000
Bens indicados à penhora: bens móveis e um veículo automóvel.
Estamos perante um exemplo idêntico ao anterior diferindo apenas no título que está
na base da execução. No entanto, também este título cabe na previsão da alínea d)
do n.º 2 do art.º 550.º.
A execução segue a forma sumária. (cfr. 550.º, n.º 2, d). Confrontados com estes
títulos, teremos que verificar se os bens indicados à penhora não incluem bem
imóvel, estabelecimento comercial, direito real menor que sobre eles incida ou
quinhão em património que os inclua (imóvel ou estabelecimento comercial)
conforme determina o n.º 5 do art.º 855.º.
Como não está indicado à penhora nenhum daqueles bens, não há a lugar a despacho
liminar, sendo o executado citado após a realização da penhora (cfr. 855.º, n.ºs 1 e 3
e n.º 1 do 856).
IV
Título: Letra/ Livrança/ Cheque
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 5.000
77
Manual de apoio / Ação Executiva
Bens indicados à penhora: Imóvel
A execução segue a forma sumária (cfr. 550.º, n.º 2, d). Confrontados com estes
títulos, teremos que verificar se os bens indicados à penhora não incluem bem
imóvel, estabelecimento comercial, direito real menor que sobre eles incida ou
quinhão em património que os inclua (imóvel ou estabelecimento comercial)
conforme determina o n.º 5 do art.º 855.º.
V
Execução movida apenas contra o devedor subsidiário
O executado renunciou ao benefício da excussão prévia
Título: Extrajudicial de empréstimo garantido com hipoteca
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 20.000
Bens indicados à penhora: Imóvel
VI
Execução movida apenas contra o devedor subsidiário
78
Manual de apoio / Ação Executiva
O executado renunciou ao benefício da excussão prévia
Título: Extrajudicial de empréstimo
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 8.000
Bens indicados à penhora: Imóvel
Mas onde houver secção especializada de execução, deve ser remetida a esta,
com caráter de urgência, cópia da sentença, do requerimento que deu início à
execução e dos documentos que o acompanham (cfr. n.º 2 do art.º 85.º).
50
Requerimento executivo constante do anexo II da Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto (cfr. art.º 4.º, n.ºs 2 e 3
da referida Portaria)
79
Manual de apoio / Ação Executiva
passamos a ter o processo principal e, dependente desse processo, a execução
integrada. O número de processo do “integrado” é exatamente igual ao processo
onde foi proferida a sentença, mas com a extensão final acrescida de um ponto (.) e
um número (1):
Como já referido, onde houver juízo de execução, deve ser remetida a este,
com caráter de urgência, o processo integrado. Nestes casos está previsto que o
juízo de execução tem acesso à consulta da ação principal.
Outro aspeto a considerar, é que de acordo com o art.º 710.º, quando o título
executivo é uma sentença, é permitido cumular a execução de todos os pedidos
julgados procedentes, o que vale por dizer que é possível, no mesmo processo,
executar diferentes decisões judiciais: pagamento quantia certa, entrega de coisa
certa e prestação de facto. Neste caso, executando-se pedidos com finalidade
80
Manual de apoio / Ação Executiva
diversa, é designado apenas um agente de execução para a realização das diligências
de execução (cfr. art.º 4.º, n.º 6 da Portaria 282/2013, de 29 de agosto).
51
Nestes processos não há lugar à citação, procedendo-se à notificação do executado nos termos gerais, após a
penhora. Também não haverá citação nos casos de pedido de entrega de coisa certa ou de prestação de facto.
81
Manual de apoio / Ação Executiva
-Nas execuções movidas apenas contra o devedor subsidiário que não haja
renunciado ao benefício da excussão prévia - Art.º 550.º, n.º 3 al. d).
82
Manual de apoio / Ação Executiva
I
Título: Decisão Judicial
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 15.000
Bens indicados à penhora: bens móveis; um veículo automóvel e um
estabelecimento comercial.
Corre nos próprios autos e de forma autónoma (cfr. 85.º, n.º 1).
II
Título: Decisão Judicial
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 15.000
Bens indicados à penhora: Depósitos bancários.
Corre nos próprios autos e de forma autónoma (cfr. 85.º, n.º 1).
83
Manual de apoio / Ação Executiva
13. Execução por Custas, Multas, Coimas e outras
quantias contadas ou liquidadas
52
A economia processual sugere a adoção do termo de “vista” para esta notificação. Desta forma, concede-se ao
Ministério Público a possibilidade de requerer diretamente nos próprios autos o que se lhe oferecer, poupando-se a
elaboração, apresentação, registo de entrada e subsequente entrega na secção de mais um “papel” para juntar ao
processo (sem prejuízo dos meios eletrónicos).
84
Manual de apoio / Ação Executiva
No caso de o executado ter sido citado previamente, em vez de ser citado, será
agora notificado.
Se o executado não pagar e não indicar bens, nem deduzir oposição, o processo
volta com “vista” ao Ministério Público para que requeira o arquivamento
condicional dos autos nos termos do n.º 7 do art.º 35.º do Regulamento das Custas
Processuais.
85
Manual de apoio / Ação Executiva
constante juntamente com a notificação efetuada pela entidade administrativa que
titula a execução, como resulta do art.º 35.º do RCP em articulação com as demais
disposições apropriadas daquele regulamento subsidiariamente aplicáveis por via dos
art.ºs 92.º, n.º 1 do RGCO (Regime Geral das Contra - Ordenações aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 433/82, de 27/10) e 510.º e seguintes do Código de Processo Penal.
14. Ter em atenção que o disposto no n.º 2 do art.º 806.º (determina a extinção da
execução) tem aplicação a todas as execuções.
16. Assim, embora extinta a execução, esta deve manter-se na secção de processos
até que o executado proceda ao pagamento integral das quantias em dívida.
86
Manual de apoio / Ação Executiva
EXECUÇÃO POR CUSTAS / MULTAS /OUTRAS QUANTIAS CONTADAS
(inexistência ou insuficiência de bens)
CONSULTAS PRÉVIAS
(art.º (art.º n.º
833.º-B,
Art.º 748.º 750.º)
1)
Atenção
POSSIBILIDADE DE
REFORÇO
Notificação ao exequente
751.º, N.º 4
(834.º-3)
(MP) dos resultados
SIM NÃO
Há bens?
Aguarda5 10
Aguarda dias,
dias requerimento
requerimento do MP - Aguarda 10 dias requerimento do MP
do MP- Art.º 750.º n.º 2.
art.º 833.º-B, - art.º 833.º-B, n.º 3.
(art.º 750.º) Art.º 750.º(art.º 750.º)
b) Não sendo apresentado requeri- Penhora dos bens indicados Citação do executado (ou
mento, o agente de execução penhora notificação se já tiver
os bens encontrados com as regras de citado - art.º 833.º-B.
(art.º 750.º)n.ºs
preferência
preferênciado
doart.º 834.º, n.º 1.
art.º 751.º SIM 4 e 5)
A requerimento do M.º
Execução prossegue P.º, o juiz dispensa o
os trâmites normais concurso dos credores
até integral e ordena a imediata
pagamento. liquidação dos bens Há mais
bens
penhorados
(art.º 35.º, n.º 5 RCP). NÃO
O produto da liquidação
é suficiente para
NÃO
pagamento dos valores O agente de execução
em dívida? ARQUIVA
(condicionalmente) a
Não há execução e notifica o MP,
mais bens sem prejuízo de
EXTINÇÃO
EXTINÇÃO prosseguimento nos
da da
execução
execução(art.º SIM termos do art.º 35.º, n.º 6
(art.º 849.º)
919.º CPC) RCP.
87
Manual de apoio / Ação Executiva
14 Fase da penhora
Nas execuções em que não tenham lugar o despacho liminar nem a citação
prévia – cfr. art.º 855.º, as diligências têm início no prazo máximo de 10 dias (n.º
7 do art.º 720.º) contados da distribuição do requerimento executivo, no caso de a
sua apresentação ter sido efetuada por transmissão eletrónica, ou da notificação
efetuada pela secretaria ao agente de execução, enviando-lhe eletronicamente cópia
do requerimento executivo e dos respetivos documentos, quando apresentados em
papel.
88
Manual de apoio / Ação Executiva
O agente de execução começa por consultar o registo informático de
execuções (art.º 748.º, n.º 2 e DL n.º 201/2003, de 10 de setembro que regula o
registo informático de execuções) observando, de seguida, o comando dos n.ºs 3 e 4
do art.º 748.º.
O resultado das consultas pode, desde logo, determinar a forma como se vai
desenrolar o processo executivo.
Vejamos:
a) Da Administração Tributária;
b) Da Segurança Social;
c) Das Conservatórias do Registo Predial, Comercial e Automóvel;
d) Ou ainda de outros registos ou arquivos semelhantes
Caso destas diligências não se consigam apurar bens do executado suscetíveis de ser
penhorados, o agente de execução notifica o exequente dos resultados obtidos e se
este não indicar, no prazo de dez dias, os bens concretos que pretende ver
penhorados, o agente de execução, extingue, sem mais, a execução.54
54
De notar que já não é possível a remessa de execução para apensação ou incorporação de outra execução
constante da base de dados, nos termos do anterior art.º 832.º n.ºs 4 e 5 do CPC.
89
Manual de apoio / Ação Executiva
2 – Se por outro lado, o registo informático de execuções não apresentar qualquer
processo que tenha terminado nos últimos três anos por falta de bens e o exequente
não tiver indicado bens à penhora no requerimento executivo, o agente de execução
leva a cabo, no prazo máximo de vinte dias, todas as diligências que considere
necessárias tendentes a localizar bens penhoráveis do Executado, nomeadamente, a
consulta direta sem necessidade de autorização judicial, às bases de dados:
a) Da Administração Tributária;
b) Da Segurança Social;
90
Manual de apoio / Ação Executiva
plano de pagamento, sob pena de extinção da execução e de que pode, após
notificação da extinção, vir a ser incluído na lista pública.
Para inserir o executado na lista pública, devem estar registados nos detalhes
do processo a decisão final e o encerramento do processo por inexistência de bens.
Se através da consulta ou se por informação do exequente, o agente de execução
obtiver informação sobre a existência bens do executado, procede de imediato à
penhora.
91
Manual de apoio / Ação Executiva
14.2 A penhorabilidade dos bens
No requerimento executivo, é dada indicação dos bens do executado sempre
que o exequente deles tenha conhecimento -art.º 724.º, n.º 1, al. i), com as
precisões que lhe seja possível fornecer (art.º 724.º, n.º 2 e 3).
Assim, a penhora começa pelos bens cujo valor pecuniário seja de mais fácil
realização e se mostrem adequados ao montante do crédito exequendo – cfr. art.º
751.º, n.º 1.
55
6,12 e 18 meses, consoante o valor do crédito exequendo e considerando se o bem imóvel serve de habitação
própria permanente do executado.
92
Manual de apoio / Ação Executiva
€ 120.000 (inclusive)
Vamos ver que não! Na verdade, temos que ter em conta que nem todos os
bens podem ser penhorados.
56
Considerem-se, também, para o mesmo efeito, as figuras da cumulação de execução (inicial ou sucessiva) e de
coligação de exequentes – cfr. art.ºs 709.º, 711.º e 56.º.
57
Alguns exemplos: crédito de alimentos –art.º 2008.º, n.º 1 do Cód. Civil; direito de uso e habitação – art.º 1488.º do
Cód. Civil; direito de servidão separadamente do imóvel a que estiver ligada – art.º 1545.º do Cód. Civil; o direito à
sucessão de pessoa viva – art.º 2028.º do Cód. Civil; a raiz dos bens sujeitos a fideicomisso – art.º 2292.º do Cód. Civil;
a propriedade do nome ou da insígnia do estabelecimento separadamente deste – arts.º 297.º e 31.º do Cód.
Propriedade Industrial, aprovado pelo Dec. Lei n.º 36/2003, de 5 de Março (na redação dada pela ultima atualização -
Lei n.º 46/2011, de 24/06); subsídio de Natal e de férias dos funcionários e agentes da Administração Pública – art.º
17.º do Dec. Lei n.º 496/80, de 20/10 (atualizado pelo Dec. Lei 184/91 de 17/01); as prestações dos regimes da
segurança social são parcialmente penhoráveis – art.º 73.º, n.º 2, da Lei n.º 4/2007, de 16 de janeiro (alterada pela
Lei n.º 83-A/2013, de 30 de dezembro);
58
Sobre bens do domínio do Estado cfr. art.ºs 84.º da Constituição da República Portuguesa e 4.º a 7.º do Dec. Lei n.º
477/80, de 15/10.
59
São pessoas coletivas de utilidade pública as associações ou fundações que prossigam fins de interesse geral, ou da
comunidade nacional ou de qualquer região ou circunscrição, cooperando com a administração central ou a
administração local, em termos de merecerem da parte desta administração a declaração de «utilidade pública» -
art.º 1.º, n.º 1 do Dec. Lei n.º 460/77, de 7/11 (alterado pelo Dec. Lei n.º 391/2007 de 13 de dezembro). A
declaração de utilidade pública é da competência do governo e é publicada no Diário da República – art.ºs 3.º e 6.º
do mesmo diploma.
93
Manual de apoio / Ação Executiva
Os objetos cuja apreensão seja ofensiva dos bons costumes ou careça
de justificação económica, pelo seu diminuto valor venal – art.º 736.º,
al.ª c);
60
Os objetos especialmente destinados ao exercício de culto público –
art.º 736.º, al.ª d);
Os túmulos – art.º 736.º, al.ª e);
Os instrumentos indispensáveis aos deficientes e os objetos destinados
ao tratamento de doentes – art.º 736.º, al.ª f);
Os bens do Estado e das restantes pessoas coletivas públicas, de
entidades concessionárias de obras ou serviços públicos ou de pessoas
coletivas de utilidade pública, que se encontrem especialmente
afetados à realização de fins de utilidade pública, salvo tratando-se de
execução para pagamento de dívida com garantia real – art.º 737.º, n.º
1;
Os instrumentos de trabalho e os objetos indispensáveis ao exercício da
atividade ou formação profissional do executado, salvo se:
O executado os indicar para penhora;
A execução se destinar ao pagamento do preço da sua aquisição
ou do custo da sua reparação;
Forem penhorados como elementos corpóreos de um
estabelecimento comercial – art.º 737.º, n.º 2, al.ªs a) a c).
Os bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica que se
encontrem na residência permanente do executado, salvo se se tratar
de execução destinada ao pagamento do preço da respetiva aquisição
ou do custo da sua reparação61 – art.º 737.º, n.º 3);
60
Em princípio, são penhoráveis as capelas particulares e seus adornos.
61
Cfr. Ac. TRL de 85/07/09 in BMJ n.º 356, pg. 438; Ac. TRE de 89/04/04 in Col. Jur. de 1989, Tomo II, pg. 283.
62
Incluem-se as prestações periodicamente pagas pela Segurança Social.
94
Manual de apoio / Ação Executiva
ou de quaisquer outras pensões de natureza semelhante - art.º 824.º,
n.º 1-b).
Vejamos:
63
O valor do salário mínimo nacional para o ano de 2015 foi fixado em € 505 – cfr. art.º 2.º da Portaria 144/2014, de
30 de setembro.
95
Manual de apoio / Ação Executiva
€ 85
Resumindo:
- Em princípio, é penhorável 1/3 do salário do executado.
Exceção: Só assim não será se os restantes 2/3 tiverem um valor inferior ao
salário mínimo nacional caso em que este se mantém intacto, incidindo a penhora
sobre a diferença entre o salário global e o "valor intocável".
96
Manual de apoio / Ação Executiva
Se os 2/3 forem inferiores ao triplo do salário mínimo
nacional, o valor correspondente àquela fração permanece
protegida, pelo que a penhora não pode ir além de 1/3.
Na penhora de dinheiro (art.ºs 739.º; 756.º, n.º 3; 764.º, n.º 5; 788.º, n.º 4-b)
e 798.º) ou de saldo bancário (art.ºs 739.º; 780.º; 788.º, n.º 4-b) e 798.º) é
impenhorável o valor global correspondente a um salário mínimo nacional, assim
se permitindo ao executado a satisfação das suas mais elementares necessidades de
vida – art.º 738.º, n.º 5.
97
Manual de apoio / Ação Executiva
A requerimento do executado, ponderando o montante e a natureza do crédito
exequendo, bem como as necessidades do executado e do seu agregado familiar, o
Juiz pode, reduzir, por tempo que considere razoável, a parte penhorável dos
rendimentos do executado.
II - A penhora subsidiária
98
Manual de apoio / Ação Executiva
salvo casos especialmente previstos que estabeleçam de forma diferente, como
acontece quando o devedor é casado.
Conjugando os art.ºs 740.º, 741.º e 742.º com o art.º 786.º, n.º 1-a) e n.º 5
conclui-se que:
99
Manual de apoio / Ação Executiva
da ação, sob pena de a execução continuar quanto aos bens
comuns
Neste caso, apensado o requerimento de separação ou junta a
certidão, a execução fica suspensa até à partilha.65
65
O inventário para separação de bens no caso de penhora de bens comuns do casal corre no Cartório Notarial
competente, nos termos previstos no art.º 81.º do RJPI (Regime Jurídico do Processo de Inventário).
66
Deduzido nos termos dos art.º 293.º a 295.º e autuado por apenso –n.º 1 do art.º 741.º
100
Manual de apoio / Ação Executiva
O cônjuge é citado para no prazo de 20 dias aceitar ou não a
comunicabilidade da dívida, com a cominação de que se nada disser
a dívida é considerada comum.
Se a divida for considerada comum, a execução prossegue também
contra o cônjuge, podendo os seus bens próprios ser penhorados
subsidiariamente
Se a divida não for considerada comum, o cônjuge deve requerer a
separação de bens ou juntar certidão comprovativa de que já a
requereu.
67
Note-se que nos vários processos poderão ser diferentes os sujeitos processuais.
101
Manual de apoio / Ação Executiva
realizada uma venda única, no processo em que tiver sido efetuada a primeira
penhora.
Daí que o n.º 1 do art.º 744.º estabeleça que na execução movida contra o
herdeiro só podem penhorar-se os bens que ele tenha recebido do autor da herança.
68
A penhora considera-se feita no momento da notificação - Ac. STJ, de 94/05/26 in BMJ 437, pg. 471.
102
Manual de apoio / Ação Executiva
Caso o exequente se oponha ao requerido, o executado só logrará obter o
levantamento da penhora se demonstrar perante o juiz, através de prova
documental, que os bens penhorados não provieram da herança e que não recebeu
outros bens além dos que indicou ou, se recebeu mais, que os outros foram aplicados
para solver os encargos da herança.
69
O benefício da excussão prévia é invocável pelos seguintes devedores subsidiários: fiador – art.ºs 627.º e seguintes
do Cód. Civil, salvo as exceções do art.º 640.º, n.º 2 e da fiança comercial, em que o fiador é solidariamente
responsável com o afiançado – cfr. art.º 101.º do Cód. Comercial; sócios da sociedade comercial em nome coletivo –
art.º 175.º, n.º 1 do Cód. das Sociedades Comerciais; sócios comanditados da sociedade comercial em comandita –
art.º 465.º, n.º 1 do Cód. das Sociedades Comerciais; sócios da sociedade civil – art.º 997.º, n.º 2 do Cód. Civil.
O avalista nas letras ou nas livranças é considerado principal responsável – art.ºs 32.º e 77.º da LULL.
103
Manual de apoio / Ação Executiva
Movida execução contra o devedor principal e o devedor subsidiário, constitui
ónus do devedor subsidiário a invocação do benefício de excussão prévia (art.º 745.º,
n.º 1), no prazo de 20 dias após a citação – art.º 728.º, n.º 1. Se o invocar, a penhora
começa pelos bens do devedor principal e só pode incidir em bens do devedor
subsidiário se depois de efetuada a venda dos primeiros, se apurar que eles são
insuficientes para o pagamento das custas da execução, do crédito exequendo e dos
credores reclamantes que antes dele tenham sido graduados.
Uma vez proposta a execução apenas contra o devedor subsidiário, ele só não
será citado previamente se o exequente, no requerimento executivo, deduzir o
pedido de dispensa de citação prévia, e o juiz, produzidas as provas necessárias,
decidir favoravelmente – cfr. art.ºs 550.º, n.º 3, al. d), 726.º, n.º1 e 727.º.
104
Manual de apoio / Ação Executiva
Só assim se compreende o n.º 1 do artigo em referência, quando
articulado com o n.º 2, que permite ao devedor subsidiário que não tenha
renunciado extrajudicialmente ao benefício da excussão prévia poder vir
invocar tal benefício no prazo da oposição, e com o n.º 4 que confere ao
devedor subsidiário a possibilidade de, a todo o tempo, indicar à penhora
bens do devedor principal e, por essa via, pedir o levantamento da
penhora dos seus.
No que respeita à penhora, deve começar pelos bens cujo valor pecuniário seja
de mais fácil realização e se mostrem adequados ao montante do crédito do
exequente - o agente de execução deve respeitar as indicações do exequente
sobre os bens que pretende ver prioritariamente penhorados (art.º 751.º, n.º 2).
Só assim não será se as indicações do exequente violarem norma legal imperativa 70,
ofenderem o princípio da proporcionalidade da penhora ou infringirem
manifestamente a regra estabelecida no n.º 1.
Mas se estivermos perante uma dívida com garantia real que onere bens
pertencentes ao devedor, a penhora inicia -se pelos bens sobre que incida a garantia
e só pode recair noutros quando se reconheça a insuficiência deles para conseguir o
fim da execução.- cfr. n.º 1 do art.º 752.º.
Norma excecional é a do n.º 3 do art.º 751.º, que admite a penhora, por excesso,
de imóvel ou de estabelecimento comercial, quando no universo patrimonial do
executado não existam bens cuja penhora se preveja não garantir a satisfação
integral da dívida no prazo de 12, 18 ou 6 meses, conforme previsto nas alíneas a) a
c).
14.3 A penhora
70
Veja-se o que vem prescrito nos art.ºs 736.º a 739.º sobre a impenhorabilidade de bens.
105
Manual de apoio / Ação Executiva
Cabe ao agente de execução penhorar os bens do executado cujo valor
pecuniário seja de mais fácil realização e se se mostrarem adequados ao
montante do crédito exequendo.
Norma excecional é o n.º 3 do art.º 751.º, que admite a penhora, por excesso,
de imóvel ou de estabelecimento comercial, quando no universo patrimonial do
executado não existam bens cuja penhora se preveja não garantir a satisfação
integral do devido nos prazos de 12, 18 ou 6 meses, conforme previsto nas alíneas a)
a c).
Mas se estivermos perante uma dívida com garantia real que onere bens
pertencentes ao devedor, a penhora inicia -se pelos bens sobre que incida a garantia
e só pode recair noutros quando se reconheça a insuficiência deles para conseguir o
fim da execução.- cfr. n.º 1 do art.º 752.º.
Sendo penhorados bens que estejam na posse de terceiro (cfr. art.º 747.º), o
agente de execução averigua, no ato da penhora, se tal facto advém de direito de
retenção ou de penhor e, na afirmativa, consigna-o no auto de penhora onde
identifica o terceiro71, tendo em vista a sua citação aquando da convocação dos
credores (registados ou conhecidos), nos termos do art.º 786.º, n.ºs 1 e 4.
71
Estas referências são feitas em “18 - Observações”, do auto de penhora de modelo aprovado pela Portaria n.º
282/2013, de 29 de Agosto.
106
Manual de apoio / Ação Executiva
Reforço ou substituição
72
O modelo aprovado serve para a penhora de imóveis (art.º755.º, n.º 3), móveis (766.º e 768.º, n.º 1) e
estabelecimentos comerciais (art.º 782.º, n.º 1).
107
Manual de apoio / Ação Executiva
encontram registados e considerando o disposto no n.º 2 do art.º 724.º), a data e a
hora da realização, que se revestem de particular importância para a determinação
do processo principal quando se sucedam penhoras sobre os mesmos bens em
processos diferentes (cfr. art.º 794.º) ou para a determinação do processo em que
há-de ser realizada a venda única no caso previsto no art.º 743.º, n.º 2.
73
“Art.º 204.º do Cód. Civil: 1 - São coisas imóveis os prédios rústicos e urbanos; as águas; as árvores, os arbustos e
os frutos naturais, enquanto estiverem ligados a solo; os direitos inerentes aos imóveis mencionados nas alíneas
anteriores; as partes integrantes dos prédios rústicos e urbanos. 2 - Entende-se por prédio rústico uma parte
delimitada do solo e as construções nele existentes que não tenham autonomia económica e por prédio urbano
qualquer edifício incorporado no solo, com os terrenos que lhe sirvam de logradouro. 3 - É parte integrante toda a
coisa móvel ligada materialmente ao prédio com carácter de permanência.
Art.º 205.º: São móveis todas as coisas não compreendidas no artigo anterior.”
74
A comunicação eletrónica das penhoras (“Registos On Line”) encontra-se hoje disponível para os agentes de
execução (solicitadores de execução e advogados) através dos endereços www.predialonline.mj.pt (para imóveis) e
www.automovelonline.mj.pt (para automóveis). Para tanto é necessário que o utilizador tenha um certificado
digital, possibilidade ainda não comtemplada para os oficiais de justiça. Assim, nada mais nos resta do que proceder
ao envio da declaração nos termos gerais.
75
Art.º 48.º, n.º 1 do Cód. Reg. Predial (com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 125/2013, de 30 de agosto):”Sem
prejuízo do disposto quanto às execuções fiscais, o registo da penhora é efetuado com base em comunicação
eletrónica do agente de execução ou em declaração por ele subscrita.”
76
Sobre a matéria de registo predial aconselhamos a leitura do texto desta DF intitulado “Alterações ao Código do
Registo Predial – Repercussão na Atividade dos Tribunais, disponível na plataforma de e-learning da DGAJ.
108
Manual de apoio / Ação Executiva
Os tribunais ou os oficiais de justiça, quando realizem diligências próprias do
agente de execução, não necessitam de utilizar o modelo aprovado por deliberação
do conselho diretivo do Instituto dos Registos e Notariado, IP, quando sejam
apresentados presencialmente ou por via postal (cfr. o n.º 3 do art.º 2.º da Portaria
n.º 621/2008, de 18/7 – regulamenta, além do mais, os elementos que devem constar
do pedido de registo predial).
109
Manual de apoio / Ação Executiva
inscrição no registo, quer a título provisório ou definitivo (cfr. art.ºs 70.º, 92.º e
101.º do CRP).
Depositário
110
Manual de apoio / Ação Executiva
O retentor relativamente a bem penhorado que seja objeto de direito de
retenção derivado de incumprimento contratual judicialmente verificado –
al.ª c).
Se o agente de execução for oficial de justiça, este designa depositário uma
pessoa idónea.
Estabelece o art.º 760.º que ao depositário incumbem, além dos deveres gerais
de zelo definidos nos art.ºs 1187.º e seguintes do Código Civil, o dever de administrar
os bens e a obrigação de prestar contas (cfr. art.º 952.º), podendo o agente de
execução socorrer-se de colaboradores para o auxiliarem no desempenho do cargo,
sob a sua responsabilidade (cfr. art.º 1198.º do Cód. Civil e n.º 3 do art.º 760.º CPC).
111
Manual de apoio / Ação Executiva
Obrigação de mostrar os bens – art.º 818.º
Incidente de remoção
112
Manual de apoio / Ação Executiva
Como é sabido, a penhora de imóveis realiza-se por comunicação eletrónica do
agente de execução à Conservatória:
Essa obrigatoriedade não existe hoje em dia uma vez que, como já se referiu, a
penhora se realiza com a sua inscrição no registo.
113
Manual de apoio / Ação Executiva
Conversão do arresto em penhora
Levantamento da penhora
Além dos casos previstos no art.º 751.º n.º 6, tal como quando proceda a
oposição à execução (cfr. art.º 785.º, n.º 6), a penhora pode ser levantada, pelo
agente de execução, a requerimento do executado com fundamento em ato ou
omissão que não seja da sua responsabilidade causadora da paragem da execução
durante seis meses - cfr. n.º 1 do art.º 763.º.
114
Manual de apoio / Ação Executiva
14.6 Penhora de móveis
Com efeito, os bens móveis não sujeitos a registo são penhorados, apreendidos
e imediatamente removidos para depósitos (públicos77 ou não), presumindo-se
pertencentes ao executado os bens encontrados em seu poder, embora o executado
possa reagir perante o juiz, depois de efetuada a penhora, exibindo documentos
comprovativos de direitos de terceiros, os quais podem igualmente tomar posição na
77
Os bens removidos para depósitos públicos são lá vendidos – cfr. art.º 836.º
115
Manual de apoio / Ação Executiva
defesa dos seus interesses por meio de embargos de terceiro (cfr. art.º 764.º, n.º 3 e
342.º).
O auto de penhora
No auto de penhora relatar-se-ão todas ocorrências.
78
O modelo aprovado serve para a penhora de imóveis (art.º 755.º, n.º 3), móveis (766.º e 768.º, n.º 1) e
estabelecimentos comerciais (art.º 782.º, n.º 1).
116
Manual de apoio / Ação Executiva
O exequente pode cooperar com o agente de execução, facultando os meios
necessários à apreensão dos bens, e as despesas que suportar sairão precípuas do
produto da penhora (cfr. art.ºs 765.º e 541.º).
Depositário
Além dos deveres gerais estabelecidos nos art.ºs 1187.º e seguintes do Cód.
Civil, o depositário de bens móveis fica obrigado a mostrá-los a qualquer pessoa,
quando tal lhe for ordenado – cfr. art.º 771.º, n.º 1. Se não o fizer dentro do prazo de
5 dias nem justificar as razões da falta, o agente de execução dará conhecimento do
79
Art.º 227.º-A do Código Penal - Frustração de créditos
1 - O devedor que, após prolação de sentença condenatória exequível, destruir, danificar, fizer desaparecer,
ocultar ou sonegar parte do seu património, para dessa forma intencionalmente frustrar, total ou parcialmente, a
satisfação de um crédito de outrem, é punido, se, instaurada a ação executiva, nela não se conseguir satisfazer
inteiramente os direitos do credor, com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.
2 - É correspondentemente aplicável o disposto nos n.ºs 2 e 3 do artigo anterior.
117
Manual de apoio / Ação Executiva
facto ao juiz com o fito de ser decretado o arresto em bens do depositário faltoso
para garantia do valor do depósito (valor atribuído no auto de penhora aos bens em
causa), as custas e as despesas, arresto que será levantado logo que os bens sejam
apresentados ou que sejam pagos os valores atrás referidos, sendo as custas
calculadas de imediato, tudo isto sem prejuízo de eventual responsabilidade
criminal80. Simultaneamente, o juiz ordena ainda:
80
Artigo 205.º do Código Penal - Abuso de confiança
1 - Quem ilegitimamente se apropriar de coisa móvel que lhe tenha sido entregue por título não translativo da
propriedade é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.
2 - A tentativa é punível.
3 - O procedimento criminal depende de queixa.
4 - Se a coisa referida no n.º 1 for:
a) De valor elevado, o agente é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias;
b) De valor consideravelmente elevado, o agente é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.
5 - Se o agente tiver recebido a coisa em depósito imposto por lei em razão de ofício, emprego ou profissão, ou na
qualidade de tutor, curador ou depositário judicial, é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.
Artigo 224.º do Código Penal - Infidelidade
1 - Quem, tendo-lhe sido confiado, por lei ou por ato jurídico, o encargo de dispor de interesses patrimoniais
alheios ou de os administrar ou fiscalizar, causar a esses interesses, intencionalmente e com grave violação dos
deveres que lhe incumbem, prejuízo patrimonial importante é punido com pena de prisão até três anos ou com pena
de multa.
2 - A tentativa é punível.
3 - O procedimento criminal depende de queixa.
4 - É correspondentemente aplicável o disposto nos n.ºs 2 e 3 do artigo 206.º e na alínea a) do artigo 207.º.
Artigo 348.º do Código Penal - Desobediência
1 - Quem faltar à obediência devida a ordem ou a mandado legítimos, regularmente comunicados e emanados de
autoridade ou funcionário competente, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias se:
a) Uma disposição legal cominar, no caso, a punição da desobediência simples; ou
b) Na ausência de disposição legal, a autoridade ou o funcionário fizerem a correspondente cominação.
2 - A pena é de prisão até 2 anos ou de multa até 240 dias nos casos em que uma disposição legal cominar a
punição da desobediência qualificada.
118
Manual de apoio / Ação Executiva
14.8 Penhora de navios
Tratando-se de navio despachado para viagem, a comunicação eletrónica é
enviada à conservatória do registo comercial, atento o disposto nos art.ºs 2.º e 4.º-f)
do Dec. Lei n.º 42644, de 14 de Novembro de 195981, diploma mantido em vigor pelo
art.º 5.º n.º 2 do Dec. Lei n.º 403/86, de 3 de Dezembro.
Nos outros casos, o pedido pode ser deferido independentemente do acordo das
partes, mediante a garantia de caução prestada pelo exequente ou credor que
requerer a navegação e dum seguro usual contra os riscos, após o que o navio é
entregue ao requerente que se constituirá como depositário, comunicando-se a
decisão à capitania do porto – art.º 770.º.
81
O art.º 5.º do Decreto-Lei n.º 403/86, de 3/12, que aprovou o Código do Registo Comercial *, manteve em vigor o
diploma em anotação.
* Alterações ao Código do Registo Comercial: DL n.º 185/2009, de 12/08; DL n.º 122/2009, de 21/05; Lei n.º 19/2009,
de 12/05; DL n.º 247-B/2008, de 30/12; Declaração de retificação n.º 47/2008, de 25/08; DL n.º 116/2008, de 04/07;
DL n.º 73/2008, de 16/04; DL n.º 34/2008, de 26/02; DL n.º 318/2007, de 26/09; DL n.º 8/2007, de 17/01; Declaração
de retificação n.º 28-A/2006, de 26/05; DL n.º 76-A/2006, de 29/03; DL n.º 52/2006, de 15/03; DL n.º 111/2005, de
08/07; DL n.º 35/2005, de 17/02; DL n.º 2/2005, de 04/01; DL n.º 70/2004, de 25/03; DL n.º 53/2004, de 18/03; DL
n.º 107/2003, de 04/06; DL n.º 323/2001, de 17/12; DL n.º 273/2001, de 13/10; DL n.º 533/99, de 11/12; DL n.º
410/99, de 15/10; DL n.º 375-A/99, de 20/09; Declaração de retificação n.º 10-AS/99, de 30/06; DL n.º 198/99, de
08/06; DL n.º 172/99, de 20/05; DL n.º 368/98, de 23/11; DL n.º 257/96, de 31/12; DL n.º 328/95, de 09/12;
Declaração de retificação n.º 144/94, de 30/09; DL n.º 216/94, de 20/08; DL n.º 267/93, de 31/07; DL n.º 31/93, de
12/02; Declaração de retificação n.º 236-A/91, de 31/10); DL n.º 238/91, de 02/07; DL n.º 349/89, de 13/10; DL n.º
7/88, de 15/01; Declaração de retificação de 31/01/87; DL n.º 403/86, de 03/12 (primeira versão).
82
Última alteração: Decreto-Lei n.º 64/2005, 15 de Março.
119
Manual de apoio / Ação Executiva
14.9 Penhora de aeronaves
No que respeita à penhora do veículo, permite-se agora optar por dois caminhos,
a penhora ou se inicia por comunicação eletrónica ou com prévia imobilização do
veículo.
83
http://www.inac.pt/SiteCollectionDocuments/Aeronaves/v2_7_req_registo_atos_diversos.pdf
120
Manual de apoio / Ação Executiva
Após a penhora e imobilização, deve proceder-se:
Penhora
84
Cfr. art.ºs 161.º e 164 do Código da Estrada.
85
Cfr. art.ºs 167.º e 168.º do Código da Estrada.
121
Manual de apoio / Ação Executiva
Entrega do requerimento
86
Artigo 8.º
1 - Os atos relativos a veículos a motor e respetivos reboques podem ser efetuados e os respetivos meios de
prova obtidos em qualquer conservatória do registo de veículos, independentemente da sua localização
geográfica.
2 - A competência para a prática dos atos previstos no número anterior pode ser atribuída a qualquer
conservatória de registos, através de despacho do presidente do Instituto dos Registos e do Notariado, I. P.
87
O requerimento obtém-se neste endereço:
http://www.irn.mj.pt/IRN/sections/irn/a_registral/servicos-externos-docs/impressos/automovel/requerimento-de-
registo/downloadFile/file/ANEXD57.pdf?nocache=1216986303.52
122
Manual de apoio / Ação Executiva
enviam os pedidos via postal ou quando os pedidos sejam apresentados
presencialmente.
Os factos sujeitos a registo vêm elencados nos art.ºs 5.º e 6.º do mesmo
diploma, o qual estabelece regras para o registo, complementadas pelo Regulamento
do Registo de Automóveis, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 55/75, de 12 de
fevereiro.89 O Código do Registo Predial é subsidiariamente aplicável ao registo
automóvel na medida e nos termos do disposto no art.º 29.º do citado Decreto n.º
54/75.
88
Este diploma foi objeto de várias alterações, a última das quais pela Lei n.º 39/2008, de 11 de Agosto.
89
Este foi sujeito a diversas alterações, a última das quais pelo Decreto-Lei n.º 185/2009, de 12 de agosto.
123
Manual de apoio / Ação Executiva
Até que se estabeleçam as comunicações eletrónicas com as conservatórias, o
registo da penhora é solicitado através da “apresentação de declaração subscrita
pelo agente de execução”, o mesmo é dizer através do requerimento de modelo
único a obter gratuitamente por meio de download a partir do seguinte endereço:
http://www.irn.mj.pt/IRN/sections/inicio
Atos complementares
Assim, à penhora realizada pela via do registo segue-se uma série de atos
complementares.
90
Este diploma foi objeto de várias alterações, a última das quais pelo Decreto- Lei n.º 138/2012, de 5 de julho.
91
Esta Portaria ainda não foi publicada.
124
Manual de apoio / Ação Executiva
Vejamos:
Apreensão do veículo
O veículo deve ser apreendido. E este facto envolve a proibição de o mesmo
circular - nos termos das disposições conjugadas dos art.ºs 768.º, n.º 2 do CPC e 22.º
do Dec. Lei n.º 54/75, de 12 de fevereiro -, podendo a apreensão ser solicitada a
qualquer autoridade administrativa ou policial, nos termos dos art.ºs 768.º, n.º 3 CPC
e 161.º, n.º 1 do Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de maio.
o Auto de apreensão
Incumbe à entidade administrativa ou policial lavrar o auto de apreensão e logo
remetê-lo ao agente de execução, acompanhado dos documentos do veículo (quando
apreendidos), dele se fazendo constar a nomeação e entrega ao depositário.
Pelo que mais adiante referiremos, no auto de apreensão deverá ser feita
menção à colocação do selo.
125
Manual de apoio / Ação Executiva
Sobre esta questão, transcreve-se em seguida o sumário do Acórdão do Tribunal
da Relação de Lisboa n.º JTRL00016998, de 7/2/1991: Para proceder à penhora de
uma viatura automóvel é correto solicitar a sua apreensão às autoridades policiais,
ainda que atuem fora da área da jurisdição do Tribunal – in www.dgsi.pt.
o Remoção do veículo
Decorre do n.º 3 do art.º 768.º do CPC que a remoção do veículo é um recurso a
utilizar a título excecional, isto é, quando o agente de execução entender necessário
fazê-lo para a salvaguarda do bem.
Depositário
Em matéria de depositário o art.º 768.º é omisso.
Com efeito, as normas reguladoras da penhora de bens móveis não sujeitos a
registo são distintas das que regulam a penhora de bens móveis sujeitos a registo.
Vejamos, em síntese:
A penhora de bens móveis não sujeitos a registo pauta-se por regras próprias -
art.ºs 764.º a 767.º - e acessoriamente pelo preceituado sobre a penhora de bens
imóveis, por força do art.º 772.º.
Quanto aos bens móveis sujeitos a registo, importa, antes de mais, sublinhar
que nele se congregam, embora com tratamentos diversos, veículos automóveis,
navios ou aeronaves.
Vem a propósito lembrar que nas “execuções por custas, multas, coimas e ou
outras quantias contadas” a penhora dos bens móveis sujeitos a registos submete-
se às regras da penhora de imóveis, quer por força da remissão que o n.º 1 do art.º
768.º faz para o art.º 755.º, quer pela via subsidiária do art.º 772.º, aliás, a exemplo
do que se verifica com os bens móveis não sujeitos a registo, muito embora a
penhora de navios ou de mercadorias neles carregadas devam seguir ainda o
estabelecido nos art.ºs 746.º, 769.º e 770.º.
126
Manual de apoio / Ação Executiva
De forma que, sendo oficial de justiça a desempenhar funções de agente de
execução, jamais lhe incumbe o depósito do veículo penhorado.
Só assim não será se da certidão resultar que o titular inscrito é pessoa diversa
do executado, facto que determina, como é consabido, o cumprimento, pelo agente
de execução, do disposto no artigo 119.º do Código do Registo Predial, aqui aplicado
subsidiariamente por força do art.º 29.º do Decreto-Lei n.º 54/75, de 12 de fevereiro.
127
Manual de apoio / Ação Executiva
notificação do executado em ordem a permitir-lhe exercer os seus direitos
processuais.
Poderá questionar-se: e se não for possível apreender o veículo por não ser
encontrado ou por qualquer outra razão?
Numa tal situação, o agente de execução, entre outras hipóteses, pode suscitar
a intervenção do juiz no sentido de ordenar a notificação do executado, nos termos e
sob os efeitos cominatórios do art.º 417.º, como também deve notificar o facto ao
exequente para, no prazo de 10 dias (art.º 149.º), dizer o que se lhe oferecer, não
sendo de excluir, numa tal dificuldade e ante a provável insuficiência do bem, a
eventualidade de ele vir a requerer o reforço da penhora, com base no art.º 751.º,
n.º 4.
Preceitua o n.º 2 do art.º 768.º que “a penhora de veículo automóvel pode ser
precedida de imobilização, designadamente através da imposição de selos...” A
prática revela-nos que a imobilização e apreensão do veículo é solicitada a entidades
policiais e predominantemente por estas realizada.
128
Manual de apoio / Ação Executiva
Sendo este o natural sentido da lei, não vemos por que razão não há-de ser a
entidade apreensora do veículo a fazer a imposição do “selo” sinalizador da
imobilização.
129
Manual de apoio / Ação Executiva
Concluindo, de acordo com a perspetiva desenhada, o elenco dos atos
relacionados com a penhora de veículo automóvel é o que passamos a descrever, em
síntese final:
1. Diligências precedentes:
- Diligências prévias à penhora no sentido da identificação e localização
do veículo a penhorar;
130
Manual de apoio / Ação Executiva
O art.º 117.º do Código da Estrada elenca os veículos cuja matrícula é
obrigatória não constando dele os velocípedes conforme definição do art.º 112.º do
mesmo código.92
Mas, a penhora pode incidir também sobre coisas incorpóreas, ou seja, sobre
direitos.
92
Código da Estrada – DL n.º 114/94, de 3 de Maio, na redação que lhe foi dada pelo DL n.º 138/1012, de 5 de Julho.
Artigo 112.º
Velocípedes
1 - Velocípede é o veículo com duas ou mais rodas acionado pelo esforço do próprio condutor por meio de pedais ou
dispositivos análogos.
2 - Velocípede com motor é o velocípede equipado com motor auxiliar com potência máxima contínua de 0,25 kW,
cuja alimentação é reduzida progressivamente com o aumento da velocidade e interrompida se atingir a velocidade
de 25 km/h, ou antes, se o condutor deixar de pedalar.
3 - Para efeitos do presente Código, os velocípedes com motor, as trotinetas com motor, bem como os dispositivos de
circulação com motor elétrico, autoequilibrados e automotores ou outros meios de circulação análogos com motor
são equiparados a velocípedes.
131
Manual de apoio / Ação Executiva
Penhora de créditos
Estando o crédito garantido por penhor de coisas (cfr. art.ºs 669.º e seguintes
do Cód. Civil), faz-se a apreensão dos próprios bens empenhados nos termos da
penhora de bens móveis.
132
Manual de apoio / Ação Executiva
sendo o primeiro advertido para declarar se pretende a manutenção da penhora ou
se desiste dela, e que no caso de pretender mantê-la, o crédito considerar-se-á
litigioso93 e como tal será adjudicado ou transmitido (cfr. art.ºs 775.º), considerando-
se efetuada a penhora na data da primitiva notificação.
93
“Diz-se litigioso o direito que tiver sido contestado em juízo contencioso, ainda que arbitral, por qualquer
interessado” – cfr. n.º 3 do art.º 579.º do Código Civil.
133
Manual de apoio / Ação Executiva
Depósito ou entrega da prestação devida
Diz-nos o n.º 1 do art.º 778.º que lhe são aplicáveis as disposições relativas à
penhora de créditos, o que vale por dizer, que a penhora se constitui por notificação
do terceiro (segundo as regras da citação), nos termos do art.º 773.º.
Exemplo:
134
Manual de apoio / Ação Executiva
- Notifica o vendedor que o direito do executado sobre o
automóvel94 fica à ordem do agente de execução, e tudo o mais
prescrito no art.º 773.º, aplicando-se com as necessárias adaptações
o disposto nos artigos 775.º e 776.º por força do n.º 1 do art.º 778.º;
- Procede à apreensão do veículo automóvel nos termos dos
art.ºs 766.º e 768.º (ex vi do n.º 2 do art.º 778.º), removendo-o e
confiando-o a um depositário, se necessário;
- Considerando que uma das principais finalidades do registo é
tornar pública a situação jurídica dos bens e uma vez que o veículo
automóvel é bem móvel sujeito a registo, também a penhora de um
direito sobre ele é objeto de registo na competente conservatória
do registo automóvel.
- Elabora o auto de penhora;
- Notifica o executado na execução ordinária (cfr. n.º 1 do art.º
785.º) e na execução de sentença (cfr. n.º 2 do art,º 626,º) ou cita-
o nos casos da execução sumária (cfr. n.º 1 do art.º 856.º).
94
O direito do executado consiste grosso modo na aquisição da propriedade do veículo depois de o pagar
integralmente ao vendedor.
95
Cfr. penhora de imóveis e móveis sujeitos a registo – art.ºs 755.º e 768.º.
135
Manual de apoio / Ação Executiva
agente de execução (dívida exequenda e despesas prováveis – ver n.º 3 do Art.º
735.º) respeitando os limites previstos nos art.ºs 735.º a 739.º e depositá-los numa
instituição de crédito à ordem do agente de execução.
136
Manual de apoio / Ação Executiva
Se a execução for extinta por falta de bens sem que a quantia
exequenda esteja satisfeita, o exequente pode pedir a renovação da
instância para satisfação do remanescente, sem repetição das citações –
n.º 5 do art.º 779.º e n.º 4 do Art.º 850.º.
Por forma a cumprir estes requisitos legais, a aplicação “Citius” contém uma
nova funcionalidade que vai permitir a concretização desta penhora.
137
Manual de apoio / Ação Executiva
1. ESCOLHA DO EXECUTADO E INICIO DO PROCEDIMENTO
Escolhemos o executado
titular da conta objeto da
penhora (no caso de
pluralidade de executados é
necessário iniciar um
procedimento de penhora
para cada um deles), e
clicamos 2 vezes em “Nova
penhora”.
138
Manual de apoio / Ação Executiva
Depois de criado o procedimento, fica disponível a opção “Enviar pedido”, devendo
ser selecionado para se poder concretizar o pedido de informação ao Banco de
Portugal.
Neste caso, foram identificadas pelo Banco de Portugal quatro entidades bancárias.
139
Manual de apoio / Ação Executiva
Contudo, a última das entidades identificadas aparece com um símbolo de um
aloquete, sinalizando que ainda não é possível proceder à comunicação
eletrónica com esta entidade. O motivo deriva do facto de a entidade ainda
não ter solicitado o acesso à plataforma informática a que se refere o n.º 2 do
art.º 18.º da Portaria 282/2013, de 29 de agosto.
Não estando prevista qualquer solução alternativa para a situação ora descrita,
uma vez que a penhora se efetua exclusivamente por meios eletrónicos, o oficial de
justiça poderá suscitar a intervenção do juiz com a informação que se encontra
impossibilitado de proceder à respetiva penhora eletrónica junto da entidade
identificada.
No separador
“entidades
bancárias”,
seleciona-se a(s)
entidade(s)
bancária(s)
pretendida(s), de
seguida clica-se
em “enviar
pedido de
bloqueio” e
confirma-se o
envio do pedido.
140
Manual de apoio / Ação Executiva
Se pretendermos enviar um pedido, por indicação do exequente que não conste da
informação devolvida pelo Banco de Portugal, clicamos em “adicionar entidade”.
141
Manual de apoio / Ação Executiva
Ou dentro do processo, no módulo de penhora de saldos bancários, num dos dois
separadores existentes, “Bens” ou “Comunicações”.
O prazo que a lei prevê para o agente de execução proceder à penhora dos
montantes dos saldos bloqueados é de 5 dias, cfr. n.º 9 do art.º 780.º.
142
Manual de apoio / Ação Executiva
Nesta fase, para poder prosseguir, é necessário inserir no campo «Bloqueado»
o valor indicado pela instituição bancária. Em seguida, devemos premir o botão
«Enviar Operação» para atualizar o valor sobre o qual se pretende executar a
operação:
Após escolher a opção “penhorar” vai aparecer o seguinte ecrã, no qual será possível
indicar o “valor a penhorar”. Se o valor a penhorar corresponder ao valor
bloqueado, depois de inserir o respetivo valor basta clicar em “enviar operação”:
143
Manual de apoio / Ação Executiva
Não esquecer de inserir o valor.
Valor a penhorar
superior ao bloqueado:
144
Manual de apoio / Ação Executiva
Existindo várias contas bloqueadas, e estando salvaguardado numa delas o valor
correspondente ao salário mínimo nacional, nas restantes contas podemos ou não
afetar ao montante inicialmente bloqueado, o valor do salário mínimo.
Exemplificando:
Em cada uma delas, depois de salvaguardado o valor de € 485 (salário mínimo), foi
bloqueado o montante de € 300, o que corresponde a um total de € 900.
Neste cenário, porque já está salvaguardado numa das contas o valor do salário
mínimo, na ordem de penhora devemos escolher a opção de “penhorar” e proceder
da seguinte forma:
Resumindo: neste exemplo, dos € 2.000 inicialmente pedidos, foi possível penhorar €
1.870, tendo ficado salvaguardado numa das contas (instituição A) o valor de € 485
correspondente ao valor do salário mínimo nacional.
145
Manual de apoio / Ação Executiva
Esta possibilidade encontra-se prevista, por exemplo, para os casos em que o
agente de execução procedeu ao pedido de bloqueio e, entretanto, o executado
pagou a totalidade da quantia exequenda. Aqui a solução será pedir a anulação do
bloqueio.
Acordo de pagamento;
Erro nos dados enviados para bloqueio;
Bloqueio de valores em várias contas, que ultrapassam o valor peticionado.
146
Manual de apoio / Ação Executiva
5. Pedido de transferência
Para efetuar uma transferência deverá entrar no separador bens e clicar duas
vezes em cima do bem.
De seguida deverá
clicar em “enviar
operação”.
147
Manual de apoio / Ação Executiva
Caso tenha sido deduzida oposição à execução e/ou à penhora, a referida
transferência apenas poderá ocorrer após decisão que a julgou improcedente, cfr. n.º
13 do art.º 780.º do CPC e n.º 18 do art.º 18.º da Portaria 282/2013, de 29 de agosto.
Aspeto geral do quadro das “comunicações”, após ter sido pedida a transferência de
saldo:
148
Manual de apoio / Ação Executiva
6. Anulação de Penhora
Penhora de
quinhão autónomo
direito a bem indiviso não sujeito a registo
direito real de habitação periódica
outro direito real cujo objeto não deva ser apreendido96
quota em sociedade
96
Exemplo: penhora da nua propriedade em fração autónoma.
149
Manual de apoio / Ação Executiva
Comecemos por recordar as restrições à penhora dos próprios bens que
integram a universalidade do património autónomo ou de bem indiviso estabelecidas
no art.º 743.º.
97
A sede da sociedade constitui o seu domicílio, sem prejuízo de no contrato se estipular domicílio particular para
determinados negócios – art.º 12.º, n.º 2 do Código das Sociedades Comerciais integralmente republicado com o Dec.
Lei n.º 76-A/2006, de 29 de Março.
150
Manual de apoio / Ação Executiva
15. A oposição à penhora
Quando ao executado sejam penhorados bens, ele pode deduzir oposição nos
termos do art.º 856.º, no prazo de 20 dias a contar da citação efetuada após a
penhora, quando se trate de execução sumária, ou no prazo de 10 dias a contar da
notificação da penhora quando o executado já tiver sido anteriormente citado, nos
termos do art.º 785.º, o que se verifica na execução ordinária.
Também ao terceiro cuja posse ou direito sobre certos bens seja afetada pela
penhora está reservado o direito de contra ela reagir por embargos de terceiro (cfr.
art.ºs 1285.º e 1311.º do CC e 342.º, n.º 1 do CPC).
98
Segundo este normativo, carecem do consentimento de ambos os cônjuges a alienação da casa de morada de
família e, salvo se entre eles vigorar o regime de separação de bens, a alienação de imóveis ou de estabelecimentos
próprios ou comuns.
151
Manual de apoio / Ação Executiva
que se manterá até à decisão final do incidente a qual, sendo procedente, decretará
o levantamento da penhora sobre os bens envolvidos (n.º 6 do art.º 785.º).
Sendo admitido o incidente, a execução será suspensa quanto aos bens objeto
da oposição, e se o executado prestar caução, podendo prosseguir se houver outros
bens penhorados (cfr. art.º 785.º, n.º 3).
O exequente pode, ainda, nos termos do art.º 751.º n.º 3, al.ªs b) a e),
requerer a substituição ou reforço da penhora, tal como poderá fazê-lo o próprio
executado nos termos previstos na al.ª a) do mesmo artigo.
O art.º 786.º não especifica as situações em que a citação deve ocorrer, mas, é
da leitura do n.º 4 do referido artigo que se afere a não admissão da reclamação de
créditos quando a penhora incide sob determinados bens. Ora se não são admitidos,
também não deverão ser citados de forma a não se praticarem atos inúteis nos
processos.
Assim, não deverá haver lugar citação dos credores com privilégio creditório
geral, mobiliário ou imobiliário nas execuções em que tenha sido penhorado:
152
Manual de apoio / Ação Executiva
direito; a dação em cumprimento do direito, devendo o requerimento ser efetuado
antes da convocação de credores.
Caso a primeira consulta não seja efetuada nos primeiros quatro dias após a
data da disponibilização da citação, a mesma presume-se efetuada na própria
pessoa do citando no 5.º dia posterior àquela data, presumindo-se também que o
153
Manual de apoio / Ação Executiva
citado teve oportuno conhecimento dos elementos que lhe foram
disponibilizados.
A citação dos restantes credores é efetuada nos termos gerais, ou seja, por
carta registada com aviso de receção de modelo aprovado, não havendo lugar à
citação edital.
Os titulares de direitos reais de garantia que não tenham sido citados, podem
reclamar espontaneamente o seu crédito até à transmissão dos bens penhorados
(art.º 788.º, n.º 3).
Se for deduzida alguma impugnação, o credor cujo crédito haja sido impugnado
pode responder no prazo de 10 dias a contar da notificação (art.º 790.º).
154
Manual de apoio / Ação Executiva
Recebido o requerimento, será dele, oficiosamente, notificado o executado,
para, querendo, se pronunciar no prazo de 10 dias, esclarecendo-o que se
reconhecer a existência do crédito ou se nada disser, formar-se-á o título executivo e
considerar-se-á reclamado o crédito, sem prejuízo da impugnação de que possa ser
alvo por parte do exequente e demais credores.
155
Manual de apoio / Ação Executiva
No caso de haver sustação integral, ou seja, sendo sustada a execução sobre
todos os bens penhorados, esta implica a extinção da instância a declarar pelo
agente de execução, sem prejuízo da renovação da instância permitida ao
exequente, quando indique concretos bens a penhorar, conforme determina o n.º 5
do art.º 850.º ( cfr. art.º 794.º, n.º4).
18. Pagamentos
Findo o prazo para a reclamação de créditos (cfr. art.º 788.º, n.º 2), a execução
prossegue, independentemente dos trâmites do apenso de verificação e graduação de
créditos, com as necessárias diligências para a realização dos pagamentos, a efetuar,
obrigatoriamente, no prazo de três meses a contar da penhora (cfr. art.º 796.º, n.º
1), à exceção da consignação de rendimentos, que pode ser requerida pelo
exequente e deferida logo a seguir à penhora.
156
Manual de apoio / Ação Executiva
Entrega ao exequente as rendas, abonos, vencimentos, salários ou outros
rendimentos periódicos, que não garantam crédito reclamado, até ao valor da
quantia exequenda, depois de deduzido o montante correspondente às despesas
previsíveis da execução entre as quais se incluem as custas da execução; e
O requerente deve indicar o preço em que assenta a sua oferta, o qual não
poderá ser inferior a 85% do valor base dos bens (cfr. art.º 816.º, n.º 2).
157
Manual de apoio / Ação Executiva
Cabe ao agente de execução fazer a adjudicação, mas, se à data do
requerimento já estiver anunciada a venda por propostas em carta fechada, esta não
será sustada e a pretensão do requerente só será considerada se não houver
pretendentes que ofereçam preço superior (cfr. art.º 799º, n.º 4).
Requerida a adjudicação, será designado dia e hora para abertura das propostas
de preço superior ao oferecido, notificando-se o exequente, os preferentes,
executado e credores reclamantes, se os houver. Na adjudicação, a publicitação
segue os termos previstos para a venda mediante propostas em carta fechada (cfr.
800.º n.º 1), que mais adiante abordaremos.
158
Manual de apoio / Ação Executiva
Ouvido o executado, se este não requerer a venda, é deferido o requerido ao
exequente, sendo este pago pelo rendimento dos bens.
- Extinguindo-se a execução.
159
Manual de apoio / Ação Executiva
com a respetiva informação99 e, depois de cumprido o acordo, comunicar à
conservatória a extinção da hipoteca ou penhor – cfr. art.º 807.º, n.º 4.100
Na execução renovada, a penhora inicia-se pelos bens sobre os quais tenha sido
constituída hipoteca ou penhor, só podendo recair noutros quando se reconheça a
insuficiência deles para conseguir os fins da execução – cfr. art.º 808.º, n.º 2
99
Cfr. alínea e) do n.º 2 do art.º 717.º
100
Deve ainda fazer menção no registo informático de execuções do cumprimento do acordo nos termos previstos na
alínea g) do n.º 2 do art.º 717.º
160
Manual de apoio / Ação Executiva
Quando não esteja prevista na lei, cabe ao agente de execução decidir sobre a
modalidade da venda, depois de ouvidos os interessados, devendo a decisão ter como
objeto as seguintes questões (cfr. art.º 812.º, n.ºs 1 e 2):
- modalidade da venda;
- valor base dos bens a vender;
- eventual formação de lotes, com vista à venda em conjunto dos bens
penhorados.
Quanto aos restantes bens, compete ao agente de execução fixar o seu valor
base de acordo com o valor de mercado, podendo realizar as diligências necessárias à
161
Manual de apoio / Ação Executiva
determinação do valor, quando o considerar vantajoso ou algum dos interessados lho
solicitar.
A lei privilegia este tipo de venda para os imóveis penhorados que não hajam
de ser vendidos de outra forma e para os estabelecimentos comerciais de valor
superior a 500 UCs, afastando desta modalidade de venda os bens móveis penhorados
(cfr. art.ºs 816.º n.º 1 e 829.º).
Assim, os imóveis são vendidos por propostas em carta fechada (cfr. art.ºs
816.º, n.º 1 e 822.º, n.º 2), sem prejuízo de poderem sê-lo noutras modalidades,
conforme mais adiante se verá.
101
http://www.citius.mj.pt/Portal/consultas/ConsultasVenda.aspx.
162
Manual de apoio / Ação Executiva
O anúncio em página informática de acesso público no endereço eletrónico
http://www.citius.mj.pt/consultas/ConsultasVenda.aspx, – cfr. art.º 817.º, n.º 1-a)
e n.º 1 do art.º 19.º da Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto.
Nota:
163
Manual de apoio / Ação Executiva
venda”, e a modalidade da venda, a data, hora, local e valor
base devem estar corretamente inseridos.
Os restantes elementos
obrigatórios deverão ser
inseridos no campo da
descrição do bem:
Além dos meios publicitários atrás mencionados, são admissíveis outros meios
de divulgação da venda, como, por exemplo, os jornais - cfr. art.º 817.º, n.º 2.
Os bens a vender devem ser mostrados pelo depositário designado (cfr. art.º
819.º) a quem os queira examinar podendo este fixar as horas para o efeito, devendo
o agente de execução fazer esta menção no anúncio e edital.
Para que se possa incluir na publicidade a dar à venda, do local e horário fixado
para a inspeção dos bens a vender, deverá o agente de execução notificar o
depositário para esse fim, notificação esta que poderá juntar-se à da decisão sobre
a modalidade da venda nos termos do art.º 812.º.
164
Manual de apoio / Ação Executiva
Devem ser notificados os titulares de direito de preferência legal ou
convencional com eficácia real sobre os bens penhorados, informando – os do dia,
hora e local para a abertura das propostas (cfr. art.º 819.º, n.º s 1 e 2).
Nota:
Se o preço mais elevado for oferecido por mais de um proponente abre-se logo
licitação entre eles, salvo se declararem que pretendem adquirir os bens em
compropriedade (cfr. art.º 820.º, n.º 2).
Após abertura das propostas, da licitação ou do sorteio a que haja lugar, são as
mesmas apreciadas pelo exequente, executado e credores que hajam comparecido.
Se nenhum estiver presente, considera-se aceite a proposta de maior valor (cfr. art.º
821.º, n.º 1).
102
No regime anterior ao Dec. Lei n.º 226/2008, o montante da caução era o de 20% calculado sobre o valor base
dos bens.
165
Manual de apoio / Ação Executiva
Aceite alguma proposta, é o proponente notificado para, no prazo de 15 dias,
depositar na execução ou numa instituição de crédito, consoante as diligências
sejam efetuadas por oficial de justiça ou agente de execução (solicitador de
execução ou advogado), a totalidade ou parte do preço em falta com a cominação
prevista no art.º 825.º (cfr. art.º 824.º, n.º s 1 e 2).
166
Manual de apoio / Ação Executiva
Caso se apresente mais de uma pessoa com igual direito de preferência, abre-
se licitação entre elas, sendo aceite o lance de maior valor (cfr. n.º 2 do art.º 823.º).
A venda por negociação particular prevista no art.º 832.º pode surgir nas
seguintes situações:
167
Manual de apoio / Ação Executiva
- quando se frustre a venda em leilão eletrónico, por falta de
proponentes;
- o bem em causa tenha um valor inferior a 4 UC.
Esta venda é efetuada por uma pessoa especialmente designada para o efeito
pelo agente de execução, podendo ele próprio ser encarregado da venda (nunca o
oficial de justiça) por acordo de todos os credores e sem oposição do executado, ou,
na falta de acordo ou havendo oposição, por determinação do juiz. Para a venda de
imóveis é preferencialmente designado um mediador oficial (cfr. art.º 833.º, n.º s 1 a
3).
168
Manual de apoio / Ação Executiva
É uma modalidade de venda que está vocacionada para a venda de bens que
tenham sido removidos para o depósito e que não devam ser vendidos de outra
forma.103
Esta venda será feita mensalmente, após ser publicitada nos termos do n.º 2 do
art.º 836.º.
103
Por depósito público entende-se qualquer local de armazenagem de bens que tenha sido afeto, por despacho do
diretor-geral da Administração da Justiça, à remoção e depósito de bens penhorados no âmbito de um processo
executivo.
Por depósito equiparado a depósito público entende-se qualquer local de armazenagem de bens que tenha sido afeto
por um agente de execução à remoção e depósito de bens penhorados no âmbito de um processo executivo e cuja
propriedade, arrendamento ou outro título que lhe confira a utilização do local ou dos serviços de armazenagem seja
registado por via eletrónica junto da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução.
169
Manual de apoio / Ação Executiva
- Negociação particular;
- Venda direta a pessoas ou entidades que tenham um direito reconhecido a
adquirir os bens.
Para além da publicidade prevista n.º 2 do artigo 836.º, esta venda deve ser
também publicitada na página eletrónica do depositário.
Caso o agente de execução não possa estar presente, devem ser definidas as
condições de aceitação da venda e entregá-las ao depositário.
170
Manual de apoio / Ação Executiva
Os bens adquiridos devem ser entregues ao respetivo adquirente no prazo
máximo de cinco dias, após a entrega ao agente de execução do produto da venda.
Do resultado da venda é lavrada ata, que deve ser assinada pelo agente de
execução ou agentes de execução, pelo adquirente e pelo depositário.
Esta modalidade de venda exclui do seu âmbito os bens que devam ser vendidos
em bolsa ou através de venda direta (art.ºs 830.º e 831.º do CPC).
104
Entende-se por leilão eletrónico a modalidade de venda, que se processa em plataforma eletrónica acessível na
Internet, concebida especialmente para permitir a licitação de bens a vender em processo de execução. As regras
respeitantes à plataforma a que se refere o art.º 20.º da Portaria 282/2013 encontram-se regulamentadas pelo
Despacho n.º 12624/2015, do Gabinete da Ministra da Justiça, publicado no Diário da República, 2ª Série, de 9 de
novembro de 2015.
171
Manual de apoio / Ação Executiva
A entidade gestora da plataforma disponibiliza a todos os interessados, em sítio
da Internet de acesso público definido nas regras do sistema, a consulta dos anúncios
de venda de bens que decorra através de leilão eletrónico bem como as regras do
sistema.
172
Manual de apoio / Ação Executiva
20. Direito de remição
Este pagamento, como atrás foi referido, pode revestir a forma de venda,
adjudicação ou consignação de rendimentos. (cfr. art.ºs 799.º e 803.º).
173
Manual de apoio / Ação Executiva
Extinção nos termos do art.º 748.º, n.º 3, ou seja, quando contra o
executado tenha sido movida execução anterior sem integral pagamento
e o agente de execução não encontra bens, nem o exequente os indica
Extinção nos termos do art.º 750.º, n.º 2, ou seja, quando o agente
de execução não tiver encontrado bens penhoráveis e o exequente e
executado não os tiverem indicado.
174
Manual de apoio / Ação Executiva
Falta de pagamento ao agente de art.º 721.º, n.º 3
execução
Nota:
- Por iniciativa do credor reclamante cujo crédito esteja vencido que pretenda
prosseguir com a execução – art.º 809.º, n.º 1;
175
Manual de apoio / Ação Executiva
- Por iniciativa do exequente ou do credor reclamante, para pagamento do
remanescente do crédito exequendo ou dos créditos reclamados, na falta de
cumprimento do acordo global – art.º 810.º, n.º 3;
Decorridos 10 dias (cfr. art.º 149.º) após a notificação (via postal registada –
art.º 249.º e 250.º), e não sendo apresentada qualquer reclamação (art.º 723.º, n.º 1-
c)), o processo, salvo ordem em contrário do magistrado, não necessita do "visto
fiscal" do Ministério Público e da "correição" do juiz, estando desde logo em
condições de ser arquivado, sem intervenção judicial ou da secretaria, conforme
previsto no n.º 3 do art.º 849.º do CPC e no n.º 2 do art.º 142.º da LOSJ.105
105
Fica apenas a nota de que, como é sabido, a aplicação informática não permite o arquivamento do processo de
forma “automática”. O agente de execução apenas pode proceder ao encerramento do processo, cabendo à
secretaria o posterior arquivamento.
176
Manual de apoio / Ação Executiva
O procedimento de inclusão do executado na lista pública de execuções tem
início com a notificação ou citação do mesmo, consoante já tenha sido ou não citado,
previstas nos n.ºs 1 e 3, respetivamente, do artigo 750.º do Código de Processo Civil,
e é concluído uma vez decorrido o prazo de 10 dias para reclamação da decisão de
extinção da instância realizada nos termos do n.º 2 do mesmo artigo.
106
Trata-se de um prazo processual sujeito às regras do artigo 138.º do CPC.
107
Cfr. art.º 249.º, n.º 2 do CPC.
- Lebre de Freitas, Código de Processo Civil Anotado, 1.º volume, pgs. 446/448.
177
Manual de apoio / Ação Executiva
Tribunal Judicial de Alcácer do Sal
Secção Única
Palácio da Justiça - 7580-175 Alcácer do Sal
Telef: 265612955 Fax: 265623514 Mail: alcasal.tc@tribunais.org.pt
200460-10078500
%
*RJ400765945PT*
Exmo(a). Senhor(a)
XXXXX
Pct. XXXXXXo
0000-000 XXXXXXX
Mandatários:
Nos termos do disposto no n.º 1 do art.º 750.º do CPC, fica V. Ex.ª notificado para, no prazo de 10 dias, pagar
ou indicar bens à penhora, com a advertência de que a omissão ou falsa declaração implica uma sanção
pecuniária compulsória no montante de 5% da dívida ao mês, com o limite mínimo global de 10 UC, se ocorrer
ulterior renovação da instância executiva e aí se apurar a existência de bens penhoráveis.
O prazo é contínuo, suspendendo-se, no entanto, nas férias judiciais. Terminando o prazo em dia que os tribunais
estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil seguinte.
A presente notificação é enviada de acordo com o disposto nos artigos 16.º-A e 16.º-B do Decreto-Lei n.º
201/2003, de 10 de setembro.
O Oficial de Justiça,
178
Manual de apoio / Ação Executiva
Se, no prazo de dez dias a que se refere a notificação supra, nem o exequente
nem o executado indicarem bens penhoráveis e o executado não comprovar o
pagamento da quantia exequenda ou a adesão a um plano de pagamentos, a
execução é extinta, notificando-se o exequente e executado da extinção.
Esta notificação obedece ao modelo anexo à referida portaria (cfr. art.º 4.º, n.º
4 da Portaria 313/2009), que está disponível no Citius, apenas para utilização nos
casos em que caiba ao oficial de justiça praticar atos de agente de execução:
108
Esta notificação compete ao oficial de justiça unicamente nas execuções em que tenha sido designado para
praticar atos de agente de execução.
109
Afigura-se-nos estarmos perante um prazo de natureza processual, porque decorrente de um ato praticado no
âmbito do processo executivo com o objetivo de tornar efetiva a prestação documentada no título executivo. O facto
de a notificação se desenrolar depois de extinta a instância executiva, tendo em conta que dela resultam uma série
de atos processuais, nomeadamente, o pagamento e a inserção, suspensão ou supressão da lista pública de
execuções, reforça a ideia de estarmos perante um prazo processual, caracterizado pela contagem de acordo com a
disciplina do artigo 138.º do Código de Processo Civil.
179
Manual de apoio / Ação Executiva
Tribunal Judicial de
Secção Única
Palácio da Justiça -
Mail @tribunais.org.pt
Exmo(a). Senhor(a)
XXXX
XXXXX
0000-000 XXXXX
O Oficial de Justiça,
Notas:
Solicita-se que na resposta seja indicada a referência deste documento
180
Manual de apoio / Ação Executiva
Extinta a execução, facto que ocorre após o decurso do prazo de 10 dias para
reclamação da decisão de extinção do agente de execução, inicia-se
automaticamente o procedimento de inclusão do executado na lista pública de
execuções.
Decisão final e
um dos seguintes descritivos, consoante os casos:
Extinção por pagamento parcial ou
Extinção por falta/insuficiência de bens.
181
Manual de apoio / Ação Executiva
Cumprido o plano e paga a dívida, atualizam-se novamente os detalhes do
processo, visto que o processo se encontra findo, desde a inserção da decisão final
por adesão ao plano de pagamentos.
Há, pois, necessidade de reiniciar o processo para ser inserida uma nova decisão,
desta vez a “extinção por pagamento integral”, o que só deverá acontecer depois de
cumprido o disposto no artigo 849.º.
182
Manual de apoio / Ação Executiva
Como?
Após clicar em “Sim” na caixa de diálogo, abre-se uma nova janela para
inserção do valor em dívida no momento da extinção, que pode não coincidir com o
pedido inicialmente formulado.
http://www.citius.mj.pt/Portal/Execucoes/ListaPublicaExecucoes.aspx.
183
Manual de apoio / Ação Executiva
A inclusão do executado na lista pública efetua-se com base nos seguintes
elementos (art.º 5.º, n.º 2 da Portaria):
nome do executado;
número de identificação fiscal do executado (NIF) ou, apenas nos casos em
que não exista ou não seja conhecido o número de identificação fiscal do
executado, o seu número de identificação civil, de passaporte ou de licença
de condução;
valor em dívida no momento da extinção da execução;
a indicação de que o processo executivo se extinguiu com pagamento
parcial ou por não terem sido encontrados bens penhoráveis e o tribunal
onde correu a execução;
data da inclusão na lista.
184
Manual de apoio / Ação Executiva
execução, (re)incluído na lista pública de execuções, após receção duma
comunicação eletrónica do exequente ou da entidade credenciada, comunicação que
será igualmente enviada ao GRAL – Gabinete para a Resolução Alternativa de Litígios.
Nota:
185
Manual de apoio / Ação Executiva
e ao Conselho dos Oficiais de Justiça (art.ºs 16.º-B do Dec. Lei
n.º 201/2009 9.º e 10.º da Portaria).
Agente de execução
notifica executado e mandatário
- art.º 3.º n.s 1 e 2.
Noprazo
No prazo
de de
10 30
diasdias O executado
O executadonada fazfaz
nada no no
prazo
prazo
paga
pagaouou
adere a um
adere a um de dez diasde 30 dias.
plano
planodedepagamentos
pagamentos.
alteração/ rectificação
art.º 8.º. Inclusão na lista
Durante o pública de
cumprimento do execuções pelo
plano de Secretaria agente de
pagamentos não há pronuncia-se no execução.
inclusão na lista. prazo de 2 dias.
186
Manual de apoio / Ação Executiva
23. PROCESSO EXECUTIVO PARA ENTREGA DE COISA CERTA
Este tipo de execução tem lugar sempre que o título executivo tenha por fim a
entrega de uma coisa (objeto da obrigação). Não se traduz na execução do
património do devedor para garantia e satisfação dos direitos do credor, mas sim
numa obrigação de entrega de coisa certa, ainda que esta não exista ou não venha a
ser encontrada, podendo neste caso haver uma conversão deste tipo de execução.
Citação
Nestas execuções há sempre lugar à citação prévia do executado (art.º 859.º
do CPC), sem necessidade de despacho liminar (cfr. art.º 226.º, n.º 1 e n.º 4, este à
contrario).
Não haverá, porém, citação prévia, se o título for uma sentença, uma vez que
neste caso, feita a entrega, o executado é notificado para deduzir oposição (cfr. n.º
3 do art.º 626.º).
Haverá despacho liminar quando se afigure ao agente de execução a
ocorrência de alguma das situações que podem levar o juiz a indeferir liminarmente
o requerimento executivo (cfr. art.ºs 726.º, n.ºs 2 e 4 e 855, n.º 2, alínea b),
aplicáveis por força do n.º 2 do art.º 551.º).
Apresentado o requerimento executivo e após a distribuição (cfr. art.º 203.º e
segs.) o executado é citado para, no prazo de 20 dias, fazer a entrega (cfr. art.º
859.º), sob pena de esta ser efetuada coercivamente pelo agente de execução
(cfr. art.º 861.º, n.º 1).
187
Manual de apoio / Ação Executiva
em benfeitorias a que tiver direito (cfr. art.º 860.º, n.º 1), devendo concluir com um
pedido líquido (cfr. art.º 716.º).
Findo o prazo da citação sem que haja oposição à execução ou esta for julgada
improcedente e o executado não fizer voluntariamente a entrega da coisa, segue-se
a apreensão e entrega judicial (cfr. art.º 861º, n.º 1). Aplicam-se as regras da
penhora com as necessárias adaptações.
Se os bens a entregar forem móveis, o agente de execução faz a entrega da
coisa. Sendo imóveis, o agente de execução investe o exequente na sua posse (cfr.
art.º 861.º, n.º s 2 e 3).
A reforma introduzida pela Lei n.º 31/2012, de 14 de agosto, ao NRAU (Lei n.º
6/2006, de 27 de fevereiro), veio restringir o elenco de títulos executivos que podem
servir de base à execução para entrega de coisa imóvel arrendada.
188
Manual de apoio / Ação Executiva
Não haverá, porém, citação prévia, se o título for uma sentença, uma vez que
neste caso, feita a entrega, o executado é notificado para deduzir oposição (cfr. n.º
3 do art.º 626.º).
189
Manual de apoio / Ação Executiva
Sendo o facto infungível, não é possível obter de terceiro a sua prestação
(como acontece quando um pintor de renome é contratado para retratar
determinada pessoa. Se por qualquer motivo não poder efetuar o retrato, o lesado só
pode ser ressarcido por um equivalente pecuniário, uma vez que o devedor numa
situação destas é insubstituível).
Se for facto fungível é possível ser praticado pelo devedor ou por terceiro, caso
seja indiferente ao credor que seja efetuado por um ou por outro.
Pode distinguir-se entre prestação de facto positivo sujeito a prazo (cfr. art.º
s 868.º a 873.º), de facto positivo não sujeito a prazo (cfr. art.ºs 874.º e 875.º) e de
facto negativo (cfr. art.º s 876.º e 877.º).
190
Manual de apoio / Ação Executiva
Pode o exequente mandar fazer sob sua vigilância as obras e trabalhos
necessários, mesmo antes de terminada a avaliação para a realização do facto. Fica,
no entanto, obrigado a dar contas ao agente de execução (cfr. art.º 871.º, n.º 1).
Facto negativo
O executado está obrigado a não praticar certo facto e, apesar disso, praticou
esse mesmo facto, desrespeitando o compromisso.
191
Manual de apoio / Ação Executiva
Coleção “PROCESSO CIVIL”
Autor:
Titulo:
Coordenação técnico-pedagógica:
Coleção pedagógica:
Centro de Formação
192
Manual de apoio / Ação Executiva