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Sísifo

Estrutura Externa:
 Estamos perante um poema
constituído por duas estrofes,
cada uma com dez versos, com
sílabas métricas irregulares, pois
variam de octossílabos a
decassílabos. 
 Quanto à rima, deparamo-nos
com rima cruzada (quatro
primeiros versos e últimos
quatro, ABAB), emparelhada (vv.
5 e 6 e 13 e 14, CC), interpolada
(vv. 7 a 10 e vv. 11,12,15 e 16,
ABBA) . – esquema rimático:
ABABCCDEED FGHHGFIJIJ

Os recursos expressivos
utilizados são:

- a metáfora (vv. 12 e
13);

- a antítese
(“Sonhar”/”Acordado” –
contraste entre os sonhos,
imaginados/idealizados, e a realização destes);

- o oximoro (vv. 19 e 20);

- frase imperativa (“És homem, não te esqueças!”- indica o


que sonho deve ser comandado pelo homem com sabedoria e
consciência).

Estrutura Interna:
Significado do Título: Sísifo é a personagem principal de um mito grego. 

Neste mito, Sísifo despertou a ira de Zeus quando contou, ao deus dos rios, que este tinha
sequestrado a sua  filha, o que provocou a sua morte. Quando chegou ao mundo dos mortos,
queixou-se a Hades, soberano do reino das sombras, da negligência da sua mulher e pediu-lhe
para voltar ao mundo dos vivos apenas por um curto período, para a castigar. Hades deu-lhe
permissão para regressar, mas quando Sísifo voltou ao mundo dos vivos, não quis mais
regressar e, por isso, Hermes, o deus mensageiro e condutor das almas para o Além, decidiu
então castigá-lo pessoalmente, infligindo-lhe um duro castigo, pior do que a morte: Sísifo foi
condenado para todo o sempre a empurrar uma pedra até ao cimo de um monte, caindo a
pedra invariavelmente da montanha sempre que o topo era atingido. Este processo seria
sempre repetido até à eternidade.

Este é, então, o significado do título que mais tarde irei relacionar com o conteúdo do poema.

Resumo das estrofes:

Ao longo do poema, o sujeito poético dirigir-se-á ao leitor a quem aconselha, apresentando


estratégias de vida que o possam levar à concretização dos seus sonhos e, consequentemente,
à atingir a felicidade. Para tal, recorre ao uso do verbo no imperativo “Recomeça”.

Numa primeira parte (que neste caso são os dez versos iniciais), o sujeito poético reconhece
que a vida é plena de obstáculos que nos fazem muitas vezes sofrer e desistir dos nossos
objetivos e, por isso, adotando uma postura otimista, incentiva-nos a recomeçar, mesmo que
nem sempre seja fácil fazê-lo “sem angústia e sem pressa”.

Para além disto, aconselha-nos a ser livres, à acreditarmos em nós e nas nossas escolhas, pois
são elas que estão na base da construção da nossa vida, metaforicamente representada pela
expressão “caminho duro do futuro”, que põe em evidência as dificuldades que temos que
transpor quando não sabemos o que o futuro nos reserva.

Numa segunda parte (os restantes versos), o sujeito poético reforça a ideia de que devemos
ser persistentes, buscando sempre, e de forma contínua (“vai colhendo”- conjugação
perifrástica), a totalidade, a concretização plena dos nossos sonhos (“fruto”; “ilusões
sucessivas no pomar”, “sempre a sonhar”).

Além disso, alerta-nos também para a necessidade de não cedermos ao conformismo (“De
nenhum fruto queiras só a metade”; “nunca saciado”), deixando que os sonhos comandem a
nossa vida, mas com lucidez, pois não nos podemos esquecer que somos homens e devemos
ter consciência dos nossos passos/ decisões (vv.19 e 20). 

Relação do poema com o título:

Podemos concluir, então, que Sísifo precisa de coragem para ultrapassar o sofrimento e não
desistir de levar aquela pedra até ao topo, tal como o ser humano quando quer alcançar um
ideal/objetivo tem que lutar e ser persistente com sabedoria e ambição.

Ana Freire, N.º3 do 12.ºD

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