Capítulo 7
171
Todos podem e devem comer, trabalhar e obter uma renda digna, ter escola,
saúde, saneamento básico, educação, acesso à cultura. Ninguém deve viver na mi-
Filip
e Ro
séria. Todos têm direito a vida digna, à cidadania. A sociedade existe para isso. Ou,
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então, ela simplesmente não presta para nada. O Estado só tem sentido se é um
instrumento dessas garantias. A política, os partidos, as instituições, as leis só ser-
vem para isso. Fora disso, só existe a presença do passado no presente, projetando
no futuro o fracasso de mais uma geração. [...] Tenho fome de humanidade.
SOUZA, Herbert de. O pão nosso. Veja 25 anos: reflexões para o futuro. São Paulo: Abril, 1993, p. 20-1.
172 • capítulo 7
hh
As origens dos conceitos de cidadão e cidadania
Da raiz latina da palavra cidade (civitas) derivaram termos como civilização,
civilizado, civil, cívico, civilidade. Temos na sua correspondente grega (polis) a
origem das palavras político, politizado, polido. Todos esses termos, de alguma
forma, se relacionam à ideia de cidadania. Cidadão, na Roma antiga, era o
habitante não escravo da cidade, do sexo masculino, que participava da so-
ciedade com seu poder de voz e de voto nos comícios e plebiscitos e com sua
participação na administração pública. Portanto, embora essa participação
interferisse na própria dinâmica dos espaços urbanos e rurais, cidadania
não implicava igualdade. Antes dos romanos, pôde-se observar situação pa-
174 • capítulo 7
Danilo Verpa/Folhapress
A esfera do trabalho é primordial ao exercício da
cidadania no capitalismo, por corresponder ao espaço
de sobrevivência material do ser humano. Ela envolve
a produção econômica, o mercado de trabalho, a ge-
ração e a apropriação da renda.
Foi longo o processo social de reconhecimento do
trabalho como condição para a cidadania. O sociólogo
francês Robert Castel analisa a constituição da socie-
dade salarial na França e localiza no século XX a passa-
gem dos trabalhadores assalariados à condição de ci-
dadãos reconhecidos como sujeitos sociais, com
garantias e direitos. Nos séculos XVIII e XIX, receber
salário – pagamento em recompensa dos serviços
prestados – era garantia de reconhecimento no con-
junto social, mas não evitava que o trabalhador vives-
se em uma situação de pobreza e dependência. Para
Castel, isso indicava uma espécie de subcidadania.
Apenas no século XX o fato de “ter salário” passou
a ser requisito de cidadania e de acesso ao consumo.
Na sociedade industrial moderna, a condição de assa-
Manifestação de trabalhadores da construção civil, em protesto
lariado se tornou uma vantagem, permitindo o acesso contra empreiteiras, em São Paulo, 2008.
ao consumo, por exemplo. A obtenção de alguns direi-
tos foi decisiva nesse processo, como o direito ao tra- O trabalho com direitos garantidos por lei possibi-
balho, à greve e à livre organização dos trabalhadores, lita a ascensão na sociedade, permitindo o acesso a
tanto em sindicatos, associações e grêmios, quanto na bens e propriedades, e confere identidade à pessoa,
articulação em vários níveis – local, regional, nacional. que se sente valorizada e reconhecida.
hh
banlieues: termo francês para de- Nas chamadas banlieues francesas pode-se ver claramente as digitais dos pro-
signar a periferia de grandes cidades. cessos de transformação no mundo do trabalho, do desmantelamento das formas
Nestas há, em geral, grande porcen- de proteção social, bem como do esgarçamento dos vínculos sociais aos quais são
tagem de imigrantes com renda abai- submetidas as sociedades ao redor do globo, em meio ao redesenhar da produção
xo da média francesa, o que ocasiona e da acumulação capitalista. [...] Nas revoltas de 2005 se faziam sentir, a partir da
um contraste sociocultural e socioe-
ação dos setores mais jovens das classes populares, longos anos de discriminação,
conômico com as áreas centrais.
desemprego e pobreza. O governo buscou reagir lançando mão: primeiro, da polí-
cia, que na verdade foi o estopim da revolta graças às suas ações que beiram o
persecutório contra esses jovens; depois, da derrama de recursos que visam ao re-
modelamento das áreas carentes dos subúrbios e, por último, pela via da abertura
da legislação trabalhista [...] no sentido de supostamente favorecer aos jovens a
possibilidade de acesso ao mercado de trabalho.
SANTANA, Marco Aurélio. Trabalho, flexibilização e ação coletiva: um olhar sobre o caso francês.
30º- Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu (MG), 2006. p. 9.
Bernard Bisson/Getty Images
Protestos em subúrbio
de Paris em novembro
de 2005. Na faixa, em
francês, os dizeres “A
recusa da violência” e “A
escolha de viver juntos”
aparecem sobre as três
palavras-símbolo da
Revolução Francesa:
liberdade, igualdade e
fraternidade.
1. Com base no relato do autor sobre os conflitos ocorridos em Paris no ano de 2005
e suas consequências, analisem o processo de reconhecimento do indivíduo co-
mo cidadão mediante o trabalho.
p E squisa
• Você conhece alguma política pública realizada no Brasil (na sua cidade ou esta-
do)? Se você não conhece, é tempo de conhecer. Em uma equipe, pesquise um
projeto ou uma política pública realizada pelo Estado, identif ique a justif icativa do
projeto (por que ele existe) e a quem ele pretende atender. Sistematize por escrito
os resultados dessa pesquisa e apresente-os para a turma.
Manifestantes protestam em
Lisboa, capital de Portugal, contra
as chamadas medidas de
austeridade. Como condição para
receber empréstimos em meio a
uma grave crise econômica, o
governo português aumentou
impostos e cortou investimentos
em áreas como saúde e
seguridade social. Foto de 14 de
novembro de 2012.
178 • capítulo 7
No texto a seguir, o sociólogo Roberto Véras de Oliveira def ine a qualif icação prof is-
sional como um direito social e, portanto, objeto da ação do Estado que se preocu-
pa com a inclusão social.
ao longo da história do Brasil. Essa ausência de direitos, que persistiu por sé-
rqu /A
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180 • capítulo 7
Manifestação em novembro de 2012, no Congresso Nacional, em Brasília (DF), pela aprovação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que
garante às empregadas domésticas os mesmos direitos trabalhistas dos demais trabalhadores. A PEC entrou em vigor em abril de 2013. Além
de estarem sujeitas, até então, a condições distintas de trabalho pela Constituição de 1988, as empregadas domésticas muitas vezes não têm
registro formal de trabalho.
182 • capítulo 7
dEbatE
Esta ideia [de cidadão como membro de um corpo político e titular do decidir,
com outros membros, sobre direitos e deveres, prerrogativas e obrigações] foi lan-
çada na fundação da democracia moderna e da visão de república – res publica –
como um corpo político cujos membros deliberam coletivamente sobre como mol-
dar as condições de sua coabitação, cooperação e solidariedade.
Tal modelo de democracia moderna nunca foi completamente implementado.
[...] Enquanto os poderes constituídos promovem o governo de poucos, a democra-
cia é uma constante alegação em nome de todos [...].
BAUMAN, Zygmunt. A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. p. 74.
• Quais práticas de nossa sociedade levam a identif icar o caráter político af irmativo
da democracia? Promovam um debate questionando em que aspectos a realidade
atual do país se distancia dessa ideia inicial.
184 • capítulo 7
pausa par a r E f l E t i r
Observe atentamente a charge de Angeli reproduzida a seguir. Ela faz uma crítica
social e nos reporta aos direitos de cidadania.
Angeli/Acervo do cartunista
Estado e sociedade
Desde a Idade Moderna, o exercício do poder político legítimo é consi-
derado em nossa sociedade uma atividade própria do Estado. Um dos pri-
meiros estudiosos a fornecer as bases para essa concepção foi o historiador e
186 • capítulo 7
Diosphere Ltd./Diomedia
rada pelo filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679).
Ele acreditava que, em seu estado natural, os homens
lutavam uns contra os outros pelo poder e por rique-
zas. Por isso, os indivíduos abrem mão de sua liberda-
de e concebem regras de convivência a fim de garantir
condições mínimas de estabilidade. Forma-se, assim, a
sociedade civil – que, no pensamento de Hobbes, é
sinônimo de Estado.
Para o filósofo inglês John Locke (1632-1704), a so-
ciedade civil é mais um aprimoramento do estado natu-
ral do que uma solução para ele. O homem, livre e igual
por natureza, precisa de um poder imparcial e legítimo
para mediar conflitos, garantindo os direitos que já tinha
A coroação de Guilherme III, em 1689, como rei da Inglaterra. Para
no estado natural: à vida, à liberdade, à saúde e à proprie- ser coroado após a Revolução Gloriosa, Guilherme de Orange
dade. Além da ideia de igualdade no nascimento, o res- aceitou os termos da Declaração de Direitos, pela qual, na prática,
peito à propriedade como um direito natural do homem repassava o poder político para o Parlamento. Gravura de 1860.
está em conformidade com os fundamentos liberais da
burguesia em ascensão na Inglaterra do século XVII. Se Locke considerava a propriedade privada um
Conforme a burguesia e o Estado moderno se direito natural, para o filósofo suíço Jean-Jacques
consolidavam na Europa, a noção de sociedade civil Rousseau (1712-1778) ela era justamente a origem
foi se distanciando da de sociedade política. Durante a da desigualdade e da corrupção moral. A sociedade
Idade Média, tanto o poder como a propriedade eram civil, instaurada com a invenção da propriedade, se-
hereditários. Na sociedade burguesa moderna, esses ria uma degeneração do estado de natureza, no
dois aspectos se desvinculam: embora, na sociedade qual os seres humanos eram bons, livres e felizes.
civil, a propriedade continue sendo transmitida de pai Para Rousseau, os indivíduos só recuperariam as
para filho, o poder político passa a obedecer a normas qualidades perdidas quando a sociedade civil se
e leis próprias. Segundo o cientista político italiano Lu- transformasse em sociedade política, na qual a von-
ciano Gruppi (1920-2003), garante-se a democracia no tade geral do povo seria soberana – ou seja, na qual
âmbito da sociedade política, desde que esta não in- as leis e regras a serem seguidas emanassem do
terfira na propriedade e na livre iniciativa econômica. próprio povo.
188 • capítulo 7
No Estado prevalece o poder organizado de uma classe social que é dominante por deter a
propriedade dos meios materiais de produção. Há na estrutura da sociedade dois níveis articulados: a
Karl Marx
base e a superestrutura. A base comporta a unidade de forças produtivas e relações de produção; já a
(1818-1883) superestrutura é composta das instâncias jurídico-política (o Direito e o Estado) e ideológica (a moral, a
ciência, a filosofia, etc.).
Friedrich
O Estado é um produto da sociedade e tem como papel amortecer os conflitos, os choques entre as classes
Engels
e assegurar a reprodução do sistema social.
(1820-1895)
Max Weber O Estado existe quando há obediência à autoridade de um grupo dominante e essa relação de dominação
(1864-1920) está fundada na violência legítima, legalmente reconhecida.
Antonio O Estado tem papel importante nos campos cultural e ideológico, bem como na organização do consentimento
Gramsci – ou seja, busca legitimar-se perante a sociedade civil não apenas pela coerção, mas, sobretudo, pela aceitação
(1891-1937) da autoridade.
Louis As relações de poder necessitam de instituições que as reproduzam – escola, família, igreja, veículos de
Althusser comunicação, que são os aparelhos ideológicos do Estado. O poder e a ideologia, fenômenos correlatos, são
(1918-1990) exercidos por essas organizações formais mediante símbolos e práticas sociais.
Nicos Embora o Estado capitalista não seja um instrumento totalmente controlado pela classe dominante, devido
às lutas entre as frações que a compõem, ele fornece o quadro para que os operários não se reconheçam
Poulantzas
como integrantes de uma mesma classe. Isso ocorre com a criação de noções como a de identidade nacional,
(1936-1979) que submetem todos a um conjunto unificado de regras e instituições.
Octavio
O Estado não é apenas um órgão da classe dominante, pois responde aos movimentos das outras classes
Ianni
sociais e age conforme as determinações das relações entre elas. Ele faz parte do jogo de interesses sociais.
(1926-2004)
Max Weber teoriza sobre as características do Estado moderno. Uma delas é a vio-
lência legítima. Leia com atenção e responda à questão.
190 • capítulo 7
[...] mas a um objetivo adequado a cada uma das coisas a governar. O que implica,
em primeiro lugar, uma pluralidade de fins específicos como, por exemplo, fazer com
que se produza a maior riqueza possível, que se forneça às pessoas meios de subsis-
tência suficientes, e mesmo na maior quantidade possível, que a população possa se
multiplicar, etc. Portanto, [...] não se trata de impor uma lei aos homens, mas de dispor
as coisas, isto é, utilizar mais táticas do que leis, ou utilizar ao máximo as leis como
táticas. Fazer, por vários meios, com que determinados fins possam ser atingidos.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 9. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979. p. 284.
Reprodução/Arquivo da editora
f issionais. Com isso, muitas vezes, os
interesses desses grupos sociais mis-
turam-se com os do aparelho públi-
co, como ocorreu no fascismo italia-
no entre 1922 e 1943. Outro exemplo
de apropriação do Estado foi a Repú-
blica brasileira entre 1889 a 1930,
chamada por alguns de “República
dos coronéis” ou “dos fazendeiros”.
Esses colocavam o Estado a serviço
de seus interesses particulares, e não
da coletividade e do povo, como pre-
vê o termo república em sua origem –
res publica, em latim, significa ‘coisa
pública’.
Cidadania, política e Estado • 191
hh
Duas visões sobre a atuação do Estado capitalista
Como vimos, as mudanças no Estado e no seu papel têm relação com os
grupos políticos no poder. No último século, em países capitalistas democrá-
ticos, basicamente se sobressaíram duas formas de atuação, conforme a ação
mais ou menos interventora do Estado: o Estado Social (ou Estado do Bem-
-Estar Social) e o Estado neoliberal. O Estado do Bem-Estar Social (Welfare
State), que se estabeleceu em determinados países da Europa, atua no senti-
do de garantir seguridade social e proteção ao indivíduo contra adversida-
des na economia e excessos do mercado. Já o Estado neoliberal propõe a
intervenção mínima na economia e nas relações de trabalho.
A intervenção maior do Estado apresentou-se como solução à crise pela
qual o sistema capitalista passou na década de 1930. Segundo o f ilósofo e
sociólogo alemão Jürgen Habermas, essa e as outras crises que se sucederam
representavam uma ameaça muito direta à integração social.
Bettmann/Corbis/Latinstock
Um especulador da bolsa de
valores de Nova York tenta
vender seu carro após falir
com a quebra da bolsa. O
cartaz diz: “Cem dólares
compram este carro. Preciso
do dinheiro. Perdi tudo no
mercado de ações”. Foto de
outubro de 1929.
192 • capítulo 7
pausa par a r E f l E t i r
hh
Autoritarismos e totalitarismos: ameaças à cidadania
Acervo Iconographia/Reminiscências
A história nos mostra que o Estado
assumiu diversas outras formas, muitas
delas autoritárias – sendo os casos mais
extremos def inidos como totalitários.
Nesse tipo de regime político, o gover-
no é dominado por um grupo que im-
põe a ideologia de que o Estado está
acima da sociedade. Inverte-se, assim, a
lógica da democracia de que o Estado
deve servir ao povo.
194 • capítulo 7
Canana Films/Fabula/Imovision
Para este exercício, cada equipe deverá escolher apenas uma das três esferas.
r E v i s a r E sistEm atiza r
1. Por que a Sociologia considera a cidadania fruto de uma conquista social?
2. Como se deu, na História, o reconhecimento dos direitos do indivíduo?
Destaque documentos e concepções relacionados a esse processo.
3. Justif ique a relação estabelecida entre cidadania e a condição de traba-
lhador assalariado.
4. Discorra sobre a construção da cidadania na sociedade brasileira.
5. Explique por que a política não se restringe às disputas pelo poder, no
âmbito do Estado.
6. O que é poder? Como ele é conquistado e como seu uso se manifesta?
Exemplif ique.
7. Conceitue, em suas palavras, o que é Estado, diferenciando-o do con-
ceito de governo.
8. De que modo o Estado, tal como o conhecemos hoje, se relaciona com
as esferas pública e privada?
9. De que modo o totalitarismo ameaça as conquistas da cidadania?
conceitos-chave:
Cidadania, direitos, direitos civis, direitos políticos, direitos sociais, esfera pública, esfera
privada, Estado, governo, totalitarismo, democracia, política, poder, políticas públicas,
políticas sociais, partidos políticos.
196 • capítulo 7
Reprodução/Editora Brasiliense
DALLARI, Dalmo. O que são direitos da pessoa. São Paulo: Brasiliense, 1981.
Este livro analisa as dificuldades e contradições na definição e aplicação dos direitos individuais e
os desafios na busca por garantir a dignidade a todos os seres humanos.
_. O que é participação política. São Paulo: Brasiliense, 1983.
Para o autor deste livro, a conquista da cidadania passa pela participação na política – um direito e
um dever de todos.
GRUPPI, Luciano. Tudo começou com Maquiavel: as concepções de Estado em Marx, Engels, Lênin e Gramsci.
Porto Alegre: L&PM, 1980.
A perspectiva de autores clássicos das Ciências Sociais sobre o surgimento e a constituição do
Estado moderno são analisados neste livro pela perspectiva marxista.
Photos 12 - Cinema/Diomedia
A corporação, 2003, Estados Unidos, direção de Mark Achbar e Jennifer Abbott.
Este documentário, com roteiro do jurista Joel Bakan, tece críticas à origem e à dinâmica das
empresas transnacionais, comparando-as com pessoas.
O que é isso, companheiro?, 1997, Brasil/Estados Unidos, direção de Bruno Barreto.
Inspirado na história real de estudantes que integraram o MR8, grupo que combateu o regime militar
no Brasil da década de 1960 com ações armadas, como o sequestro do embaixador norte-americano.
b i b liografia
Reprodução/Editora Vozes
ALTHUSSER, Louis. Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado. Lisboa: Editorial Presença, 1970.
ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1987.
AUGUSTO, Maria Helena Oliva. Políticas públicas, políticas sociais e políticas de saúde: algumas questões para
reflexão e debate. Tempo Social, Revista de Sociologia da USP, 1 (2), 2. sem. 1989. p. 105-120.
BAUMAN, Zygmunt. A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
p. 74.
BETTO, Frei. A mosca azul. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.
BIROU, Alain. Dicionário das Ciências Sociais. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1977.
BOBBIO, Norberto; MATEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco (Dir.). Dizionario di Política. Milano: TEA, 1996.
BÓGUS, Lucia; PAULINO, Ana Yara (Org.). Políticas de emprego, políticas de população e direitos sociais. São Paulo:
Educ, 1997.
CASTEL, Robert. As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. Petrópolis: Vozes, 1998.
Capa do livro As metamorfoses
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SANTANA, Marco Aurélio. Trabalho, flexibilização e ação coletiva: Um olhar sobre o caso francês. 30º- Encontro
Anual da ANPOCS, Caxambu - MG, 2006.
SANTOS, Wanderley Guilherme dos. Cidadania e Justiça: a política social na ordem brasileira. 2. ed. Rio de Ja-
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SOUZA, Herbert de. O pão nosso. Veja 25 anos: reflexões para o futuro. São Paulo: Abril, 1993, p. 14-21.
SPOSATI, Aldaíza e outros. A assistência na trajetória das políticas sociais brasileiras: uma questão em análise.
São Paulo/Campinas: Cortez/Autores Associados, 1986.
THERBORN, Göran (2). As teorias do Estado e seus desafios no fim de século. In: SADER, Emir; GENTILI, Pablo
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TOUCHARD, Jean (Dir.). História das ideias políticas. v. 7. Lisboa: Publicações Europa-América, 1970.
Capa do livro Por uma história
política, de Réne Rémond (ed. TOURAINE, Alain. O que é a democracia? 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
da FGV). VIEIRA, Liszt. Notas sobre o conceito de cidadania. BIB, São Paulo, n. 51, 1. sem. 2011, p. 35-47.
WEBER, Max. Economia y sociedad; esbozo de sociologia comprensiva. Bogotá: Fondo de Cultura econômica,
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_. Classe, status, partido. In: VELHO, O. G.; PALMEIRA, M.; BERTELLI, A. (Org.). Estrutura de classes e estra-
tificação social. 5. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1974. p. 61-83.
_. O político e o cientista. 3. ed. Lisboa: Editorial Presença, 1979.
198 • capítulo 7
Capítulo 8
Movimentos sociais
EstudarEmos nEstE capítulo:
como os indivíduos buscam transformar as condições sociais, econômicas, políticas e culturais por meio dos movimen-
tos sociais. Também estudaremos por que os movimentos sociais surgem e o que os distingue como ação coletiva. Ve-
remos que os movimentos sociais transformam-se nos diferentes contextos e espaços sociais no decorrer da história.
Assim, tiveram uma atuação importante no passado recente, quando contestaram os Estados autoritários em diferen-
tes partes do mundo, e ainda têm, no presente contexto da globalização, ao reagirem às diversas formas de exclusão
social. Os movimentos sociais buscam propor alternativas para uma sociedade mais igualitária. Com base na discussão
sobre o que são classes sociais, analisaremos como elas atuam e formam os movimentos sociais contemporâneos.
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