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(MQV)
Mas
se
nos
perguntamos
inúmeras
vezes,
afinal
o
que
é
a
qualidade
de
vida,
tivemos
que
procurar
as
certezas
na
experiência
e
nos
estudos
de
quem
tem
dedicado
particular
atenção
a
este
assunto.
Daí
que
a
definição
proposta
pelo
grupo
de
trabalho
da
Organização
Mundial
de
Saúde
(OMS,
1998)
parece-‐nos
ter
a
complexidade,
suficientemente
simples,
para
poder
ser
partilhada
e,
sobretudo,
fundamentar
uma
prática.
Para
esta
Organização
Qualidade
de
Vida:
“é
a
perceção
do
indivíduo
acerca
da
sua
posição
na
vida,
de
acordo
com
o
contexto
cultural
e
os
sistemas
de
valores
nos
quais
vive,
sendo
o
resultado
da
interação
entre
os
seus
objetivos
e
expectativas
e
os
indicadores
objetivos
disponíveis
para
o
seu
ambiente
social
e
cultural”(WHOQOL
Group
World).
Mais
uma
vez,
o
pragmatismo
exige
uma
definição
clara
e
atual.
Se
as
contribuições
do
passado
são
importantes
para
compreendermos
a
perceção
que
a
sociedade
teve
sobre
a
deficiência,
não
restam
dúvidas
que
atualmente
o
state
of
art
é:
“Pessoa
com
limitações
significativas
ao
nível
da
atividade
e
da
participação,
num
ou
vários
domínios
de
vida,
decorrentes
da
interação
entre
as
alterações
funcionais
e
estruturais
de
caráter
permanente
da
pessoa
e
os
contextos
envolventes,
resultando
em
dificuldades
continuadas
ao
nível
da
comunicação,
aprendizagem,
mobilidade,
autonomia,
relacionamento
interpessoal
e
participação
social,
dando
lugar
à
mobilização
de
serviços
e
recursos
para
promover
o
potencial
de
funcionamento
biopsicossocial.”
A
contribuição
de
diversos
autores,
dos
quais
destacamos
Schalock
e
Verdugo
(2002),
permitiu
determinar,
com
rigor,
as
variáveis
a
ter
em
consideração
na
construção
de
um
modelo
aplicável
à
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
população
com
deficiência.
O
modelo
resultante
das
suas
investigações
propõe-‐nos
8
variáveis:
-‐ Auto-‐determinação;
-‐ Direitos.
Os
mesmos
autores
consideram
que
a
Qualidade
de
Vida
(QV)
resulta
de
uma
perceção
interna,
balanço
pessoal
sobre
as
suas
condições
de
vida
e,
outra
externa,
resultante
do
confronto
entre
os
índices
objetivos
definidos
para
a
população
ou
grupo.
A
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
necessita
de
uma
abordagem
formal,
fator
objetivo
de
análise
da
qualidade
de
vida
dos
seus
clientes.
Pode
fazê-‐lo
através
dos
instrumentos
que
definem
estatisticamente
as
competências,
as
aptidões
esperadas
para
determinado
cliente,
de
acordo
com
a
sua
posição
na
life
spam1
e
coorte2.
Esta
medida
objetiva
permite
avançar
com
a
avaliação
objetiva
das
condições
de
vida
do
cliente
e
formular
quais
as
que
serão
necessárias
para
elevar
o
seu
padrão
de
qualidade
de
vida.
Este
documento,
tradicionalmente
designado
por
Plano
Individual
(PI),
é
a
linha
estruturante
da
vida
do
cliente
e
da
prática
da
organização
(definição
e
desenvolvimento
de
serviços).
Todavia,
reconhece-‐se,
que
entre
as
“expectativas”
da
organização
e
o
“sentir”
do
cliente
podem
existir
diferenças
consideráveis.
Na
dialética
entre
as
duas
dimensões,
cliente-‐organização,
nasce
uma
resposta
subordinada
ao
principio
da
realidade
e
que
satisfaça
as
necessidades
do
cliente.
1
Definição
de
life
span
:
«
can
be
defined
as
the
exploration
of
biological,
cognitive,
and
psychosocial
changes
and
constancies
that
occur
throughout
the
course
of
life.” [tradução
livre
=
alterações
biológicas,
cognitivas
e
psicossociais
que
ocorrem
ao
longo
do
período
de
vida] in
(Baltes, P. (1987). Theoretical propositions of life-span
developmental psychology: On the dynamics between growth and decline. Developmental Psychology, 23(5), 611-626.
2
Definição
de
coorte
-‐
é
um
conjunto
de
pessoas
que
tem
em
comum
um
evento
que
se
deu
no
mesmo
período.
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
DIMENSÕES
ESTRUTURANTES
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
do
controlo
e
eficácia
sobre
os
fenómenos
coletivos.
Nesta
perspetiva,
a
dimensão
é
distribuída
por
3
variáveis:
a. Empregabilidade
b. Cidadania
c. Direitos
Dimensões
Variáveis
Relações
Interpessoais
Desenvolvimento
Pessoal
Autodeterminação
Emocional
Bem
Estar
Físico
Material
Empregabilidade
Inclusão
Social
Cidadania
Direitos
A
construção
de
um
modelo
de
Qualidade
de
Vida
exige
uma
profunda
reflexão
sobre
os
objetivos
da
organização.
Nesta
medida,
ele
é
um
elemento
estruturador
das
definições
básicas
da
organização.
O
seu
poder
estruturante
estende
a
sua
ação
de
forma
bem
vincada,
no
enunciado
da
Missão
da
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares,
ao
a
definirmos
como:
“Promover
a
cidadania
ativa
e
desenvolver
projetos
de
vida
com
qualidade
da
Pessoa
com
Deficiência
Mental
e
Incapacidades,
envolvendo
a
Família
e
a
Comunidade”
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
procurando
nos
Valores
da
Confidencialidade,
Integridade,
Privacidade,
Rigor
e
Solidariedade,
a
orientação
e
solidez
dos
princípios
que
norteiam
a
prática
da
organização
e
o
reconhecimento
dos
nossos
clientes
e
da
comunidade.
Acreditamos
que
a
Qualidade
de
Vida
não
é
mais
uma
definição
teórica,
mas
um
elemento
dinâmico
que
nos
assiste
na
compreensão
da
Pessoa
com
Deficiência
e
na
obrigação
de
procurar
as
melhores
respostas,
além
das
possíveis
e
mais
adequadas
para
as
suas
necessidades.
É
esse
o
motor
de
inquietude
da
nossa
missão
e
se
traduz
na
nossa
Visão:
«
Ser
instituição
de
referência
de
Qualidade
pela
diferenciação
dos
serviços
que
desenvolve
para
a
Pessoa
com
Deficiência
Mental
e
Incapacidades
»
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
Atividades
Ocupacionais
a
V
u
d
e
e
a
a
l
i
i
Autonomia
pessoal.
Controle
de
atividades
básicas
de
vida
Autonomia
pessoal:
Uso
dos
tempos
e
dos
espaços
Autonomia
pessoal:
Compreensão
da
sexualidade
Comunicação:
Sistemas
alternativos
e
aumentativos
(Língua
Desenvolvimento
pessoal
Gestual
Portuguesa,
Comunicar
com
Símbolos)
Cognição:
valorização
da
identidade
Relações
Interpessoais
Autonomia
social:
Maturidade
emocional
Cognição
–
atenção,
perceção,
memória
e
pensamento
Leitura
e
escrita
funcional
Contar
funcional
Bem-‐estar
e
lazer
Cognição:
valorização
do
conhecimento
operacional
Cognição:
valorização
do
conhecimento
operacional
Auto
Cognição:
valorização
da
identidade
determinação
Comunicação
(Comunicar
com
Símbolos)
Comunicação
Qualidade
de
Vida
Comunicação
Emocional
Autonomia
pessoal:
compreensão
da
sexualidade
Autonomia
pessoal:
controle
das
condições
básicas
de
vida
Bem
estar
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
A
estruturação
das
dimensões
acima
descritas
orienta-‐se
para
pessoas
com
deficiência
e
incapacidade
com
necessidades
diversas,
das
básicas
de
suporte
de
vida
às
mais
complexas
de
interação
com
a
comunidade,
cidadania
ou
direitos.
O
Lar
Residencial
tem
por
objetivo
fundamental
providenciar
aos
clientes,
que
afastados
da
sua
família,
ou
não
possuindo
família,
estão
em
meio
institucional.
Nestas
circunstâncias,
as
suas
necessidades
e
dimensões
da
qualidade
de
vida
têm
que
ser
elaboradas
de
acordo
com
as
exigências
e
possibilidades
capacitivas
da
sua
família
de
acolhimento
institucional.
São as seguintes as dimensões associadas aos residentes do Lar Residencial Casa dos Arco-‐Íris :
Desenvolvimento Pessoal
A. Relações
Interpessoais
a) Comunicação
global
(privilegia
cada
momento
das
conversas
«de
família»,
na
forma,
no
tom
de
voz
e
na
expressão)
;
b) Autonomia
pessoal
(controlo
de
condições
básicas
de
vida)
c) Autonomia
pessoal
(compreensão
da
sexualidade)
d) Autonomia
pessoal
(uso
dos
tempos
e
dos
espaços)
B. Autodeterminação
Bem-‐Estar
a) Comunicação
b) Autonomia
pessoal
(compreensão
da
sexualidade)
c) Cognição
(valorização
da
identidade)
d) Maturidade
emocional
e) Autonomia
pessoal
(controlo
de
condições
básicas
de
vida)
f) Lazer
e
Tempos
Livres
Inclusão Social
A. Cidadania
a) Cognição
(valorização
da
identidade)
b) Lazer
e
Tempos
Livres
c) Atividades
Sócio-‐Culturais
d) Autonomia
pessoal
(uso
dos
tempos
e
dos
espaços)
B. Direitos
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
a)
Cognição
(valorização
da
identidade)
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
Formação
Profissional
Estrutura Dimensões Variáveis Áreas do Plano Individual de Formação Profissional
a
V
u
d
e
e
a
a
l
i
i
Autonomia
pessoal
Desenvolvimento
pessoal
Cognição:
resolver
problemas
da
“ocupação”/”profissão”
Relações
Maturidade
emocional
(responder
adequadamente
aos
Interpessoais
conflitos
pessoais
e
profissionais)
Desenvolver
uma
postura
ética
na
relação
com
o
outro
sociedade
social
Emocional
Comunicação
Autonomia
e
independência
pessoal
nas
suas
deslocações
Bem
estar
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
Interação
do
processo
sistémico
[O] -‐> Avaliar -‐ > Planear -‐> Executar -‐> Monitorizar -‐> Melhoria Contínua …
O
ciclo
que
define
a
aplicação
do
modelo
de
qualidade
de
vida,
no
seu
contexto
prático,
pode
ser
definido
pela
seguinte
abordagem
:
A
elipse
sistémica
é
criada
pelo
motor
da
melhoria
contínua,
desencadeando
ciclos
novos
de
processos
estruturais
semelhantes.
A origem do processo pode ser analisada na sua timeline, conforme ilustra o grafo seguinte :
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
Temos
ainda
que
salientar
o
desenvolvimento
das
«
elipses
de
proximidade
»,
da
interação
entre
o
cliente
e
a
organização
e
destes
com
a
comunidade
(próxima
e
remota),
conforme
demonstramos
no
grafo
seguinte
:
A
sua
conduta
é
regida
por
um
código
de
ética
respeitador
dos
principios
e
valores
partilhados
que
conferem
a
unidade
e
a
certeza
da
sua
prática.
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
Referências
Bibliográficas
e
Fontes
de
Conhecimento
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
• Referenciais
dos
cursos
de
formação
de
Auxiliar
de
Serviços
Gerais
(referencial
próprio),
Empregado/a
de
Andares
([referencial
presente
no
Catálogo
Nacional
de
Qualificações
(CNQ)]
e
Operador/a
de
Jardinagem
(referencial
próprio),
aprovados
pela
DGERT.
APPACDM
Vila
Nova
de
Poiares
ADENDA
Em
próxima
revisão
do
sistema
de
gestão
da
qualidade
esta
questão
deverá
ser
alvo
de
particular
atenção
e
revisão.
junho/2013