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No Brasil, e no mundo, o direito ao voto foi uma conquista muito lenta.

Em primeiro plano
eram apenas homens brancos ricos, passando por uma série de revoluções, golpes e
reformas até o direito ao sufrágio universal. Entretanto a participação política não é
meramente eleitoral e mesmo essa é vista com certa aversão social. Tem-se que essa
repulsa é fruto de uma repressão de massas, bem como movimentos demagogos de
renovação política.
Em sua obra “Manuscritos Econômico-Filosóficos”, Karl Marx expressa a ideia de que
quanto menos envolvido for o trabalhador com a política, mais favorável é aos interesses
do capital. Ou seja, é preferível a classe dominante, que pouco representa a sociedade,
fomentar o desinteresse público afim de barrar a ascensão de parcelas marginalizadas da
sociedade. Logo, é histórico o discurso anti-política e pode ser observado no cerne do
corpo social e implícito em ditados populares como “política não se discute”.
Nesse mesmo prisma de apolítica surgem movimentos e partidos que clamam a nova
política e possuem como pautas principais a redução de gastos públicos e o fim da
corrupção. A princípio é muito interessante e possuí forte adesão popular, uma vez que
constroem a crença de que uma vez no poder esses ativistas serão limpos e menos ativos
com a vida pública os eleitores precisarão ser. Nesse paradigma H. L. Menecken parte da
máxima, problemas complexos exigem soluções complexas. Assim, esses movimentos
nada mais sugerem do que a bestialização da política, definida como um espaço de
corrupção.
Infere-se, pois que, historicamente o poder e a participação política são renegadas a
maior parte da sociedade classista por interesse do poder dominante. É visto também que
movimentos de `nova` politica contribuem para a propagação dessa erva daninha,
justamente por imprimir o cenário político como um local de negociatas, gastos públicos,
desvios de dinheiro e outros crimes.

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