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DIRETORA EDITORIAL
Bárbara Chagas
SUPERVISORA EDITORIAL
Ana Carolina Chagas
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Ana Gil
DIAGRAMAÇÃO
Nilton Teodoro dos Reis
CAPA
Fábio Ribeiro
REVISÃO
Felipe Souza
ISBN:
978-85-5765-051-0
(21) 2146-2592
www.conquistaeditora.com.br
COAUTORES
Ana Gil
José Wilson Frascareli
Paula Monteiro
Laura Garambone
Paulo Roberto Salustiano
Talita Cezareti
Antônio Francisco de Andrade
Gisele Fagundes
Luiz Felipe Veríssimo
Juliana Fernandes
Israel Amud
Luiz Felipe Figueiredo
Derick Mendes
Bruno Chagas
Cristina Gottlieb
Claudia Frauche
Seily Saraiva
Joana Conte
Erica Jares
Érica Rambalde
Priscila Tosta
Andrheya Dória
PREFÁCIO
Ana Gil em “Viva Mais! Terceira idade com saúde e qualidade de vida”
busca exatamente isso quando aborda conceitos de envelhecimento ativo,
empenhando-se em mostrar aos seus leitores informações para que pos-
sam entender melhor como ocorrem essas alterações físicas e psicológicas
com o decorrer dos anos, mas também procura, sobretudo, apoiada nas
opiniões de especialistas, demonstrar aos seus leitores como buscar um
estilo de vida mais saudável com a adoção de hábitos diários que, com
certeza, farão com que essa caminhada seja mais agradável e prazerosa.
Ana Gil
Terceira Idade Com Saúde e Qualidade de Vida....................................10
Paula Monteiro
Alimentação Para Uma Vida Longa e Saudável.....................................24
Laura Garambone
O Que Você Precisa Saber Sobre Menopausa.........................................32
Talita Cezareti
O Exercício Físico Como Estratégia Para Envelhecer Bem..................48
Gisele Fagundes
Alterações Posturais na Terceira Idade....................................................64
Juliana Fernandes
Participação da Família nos Cuidados do Dia a Dia.............................80
Israel Amud
Primeiros Socorros: Situações de Emergência com o Idoso.................86
Derick Mendes
O Perigo das Doenças Infecciosas na Terceira Idade...........................102
Bruno Chagas
Medicamentos e Automedicação............................................................110
Cristina Gottlieb
Saúde Bucal e Harmonização Facial na Terceira Idade.......................118
Claudia Frauche
Cuidados Estéticos ....................................................................................124
Seily Saraiva
Cirurgia Plástica: Como, Quando e Por Quê?......................................132
Joana Conte
Expectativas e Frustrações.......................................................................144
Erica Jares
Ansiedade e Depressão.............................................................................150
Érica Rambalde
Sexualidade na Maturidade.....................................................................158
Priscila Tosta
Autoconhecimento e Espiritualidade na Saúde....................................166
Andrheya Dória
Saúde Financeira e Aposentadoria.......................................................... 172
Ana Gil
CREFITO-2: 59310-F
9
Terceira Idade Com Saúde e Qualidade de Vida
Com saúde, a vida é absolutamente interessante!
Ziraldo
11
Prevenção de doenças diz respeito à ação antecipada, baseada no co-
nhecimento da história natural da doença em questão, para tornar seu
progresso improvável e implica o conhecimento epidemiológico para o
controle e redução do risco de doenças.
2. Intervenção de afecções
3. Envelhecimento ativo
12
de vida dos idosos depende não só dos riscos e oportunidades que
experimentam durante toda a vida, mas também da forma como as
gerações descendentes irão oferecer apoio sempre que necessário.
Dessa forma, todos nós, independentemente da idade, podemos e de-
vemos buscar estar fisicamente ativos e participar de questões sociais,
econômicas, culturais e até espirituais. A busca pela autonomia e inde-
pendência funcional, deve ser a meta de todos nós.
A ideia deste livro surgiu diante de tamanha importância do esclare-
cimento de muitas questões pertinentes ao crescimento populacional
de idosos e expectativa de vida, e da pouca quantidade de literatura
disponível. Trata-se de um manual completo para orientar pessoas de
todas as idades, inclusive idosos e seus familiares, que buscam uma vida
longa com saúde e qualidade de vida. Reunindo a opinião e experiência
de diversos especialistas da área da saúde, cada um relatando dentro de
sua área de conhecimento todas as informações relevantes acerca desse
assunto.
Com a leitura deste livro poderemos aprender a otimizar nossos anos
a mais, através da compreensão e aprendizado de diversos temas
importantes:
• Prevenção das principais doenças que afetam os idosos; importância
dos exames rotineiros de saúde; relevância do estilo de vida para se ter
uma vida longa e saudável através da mudança de hábitos do dia a dia,
tais como: alimentação saudável e prática de atividade física;
• Participação da atividade física na prevenção de diversas enfermidades
como obesidade, hipertensão, diabetes, câncer, doenças articulares, mus-
culares e cardiopulmonares; importância da recuperação e manutenção
das valências físicas através da prática de exercícios;
• Como alterações posturais comuns na terceira idade podem acarretar
complicações para a saúde e sistema locomotor, bem como as formas de
prevenção e tratamento;
• Como melhorar e facilitar a vida do idoso que já se encontra com di-
ficuldades de locomoção e autonomia funcional;
• Prevenção de quedas e acidentes domésticos através de recomendações
para adaptação do ambiente onde vive o idoso;
• Como proceder em situações de emergência em casos de hipertensão,
acidente vascular encefálico (derrame), convulsão, desmaio, engasgo ou
asfixia, dor de cabeça, quedas, queimadura e parada cardiorrespiratória;
13
• Como familiares e responsáveis podem prestar cuidados dignos aos
idosos;
14
Esta obra conta com a participação de profissionais renomados da área da
saúde, dentre eles médicos de diferentes especialidades (geriatria, ortope-
dia, ginecologia, urologia, cirurgia plástica, dermatologia), fisioterapeutas,
psicólogos, cirurgiões dentistas, nutricionistas, profissionais de educação
física, enfermeiros, biomédicos, dentre outras especialidades, abordando
os assuntos pertinentes à prevenção e promoção da saúde e intervenção
de afecções. Através de uma linguagem simples e envolvente, o texto irá
proporcionar ao público em geral conhecimento, bem-estar físico, mental,
psicológico e social, além de ser um guia completo para profissionais da
saúde e áreas afins que lidam com esse público na sua prática.
15
Referências Bibliográficas
1) ABRAMOFF, S. Rejuvelhecer: a saúde como prioridade. 1. ed. Rio de
Janeiro: Intrínseca, 2017.
2) DOS SANTOS, S. V. Sexualidade. Brasil Escola. Disponível em: <ht-
tps://brasilescola.uol.com.br/sexualidade/>. Acesso em: 24 de jul. de 2019.
3) EXPECTATIVA de vida: por que as mulheres vivem mais do que
os homens? Folha de São Paulo – Equilíbrio e Saúde. Disponível em
<https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2019/02/expectativa-
-de-vida-por-que-as-mulheres-vivem-mais-do-que-os-homens.shtml>.
Acesso em: 22 de jul. de 2019.
4) ITÁLIA muda conceito de idoso para 75 anos, 04 de dezembro de
2018. Globo.com – Jornal Nacional. Disponível em: <https://g1.globo.
com/jornal-nacional/noticia/2018/12/04/italia-muda-conceito-de-ido-
so-para-75-anos.ghtml>. Acesso em: 22 de jul. de 2019.
5) LEAL, L. N. População idosa vai triplicar entre 2010 e 2050, aponta
publicação do IBGE, 29 de agosto de 2016. O Estado de São Paulo –
Caderno Brasil. Disponível em: <https://brasil.estadao.com.br/noticias/
geral,populacao-idosa-vai-triplicar-entre-2010-e-2050-aponta-publica-
cao-do-ibge,10000072724>. Acesso em: 22 de jul. de 2019.
6) LIMA, E. E. O. Cuidador de Idosos: práticas e reflexões do cuidar com
cuidado. 1. Ed. São Paulo: Editora Senac. 2018.
7) REVISTA Retratos. Idosos indicam caminhos para uma melhor idade.
19 de março de 2019. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.
br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/24036-idosos-indi-
cam-caminhos-para-uma-melhor-idade>. Acesso em: 21 de jul. de 2019.
8) SENADO Federal. Atividade legislativa. Constituição federal. Título
VIII Da Ordem Social, Capítulo II Da Seguridade Social, Seção II da saú-
de, art. 196. Disponível em: <https://www.senado.leg.br/atividade/const/
con1988/con1988_06.06.2017/art196.asp>. Acesso em: 28 de jul. de 2019.
9) SOCIEDADE Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Envelhecimen-
to ativo. <https://sbgg.org.br/espaco-cuidador/envelhecimento-ativo/>.
Acesso em: 28 de julho de 2019.
10) UNITED Nations, Department of Economic and Social Affair (DESA),
Population Division. World Population prospects: The 2017 Revision, Key
Findings and Advance Tables (As perspectivas da população mundial:
Revisão de 2017). Nova York: United Nations, 2017. Disponível em: <ht-
tps://esa.un.org/unpd/wpp/Publications/Files/WPP2017_KeyFindings.
pdf>. Acesso em: 20 de jul. de 2019.
16
José Wilson Frascareli
CRM/SP: 150.758
jw_frascareli@hotmail.com
17
Importância da Medicina Preventiva
O crescimento da população idosa traz consigo o aumento da proporção
de doenças crônicas que levam a um envelhecimento nem sempre de
qualidade. Conforme descrito no capítulo anterior, o Brasil envelhece
de forma rápida e intensa.
Prevenir é melhor do que remediar. A medicina preventiva é uma área
que visa a prevenção das doenças em vez do tratamento, contribuindo
assim para a redução dos custos da saúde, mas, mais do que isso, pro-
movendo qualidade de vida.
A Prevenção é dividida em cinco níveis:
1. Prevenção Primordial – visa evitar o aparecimento e estabelecimento
de padrões de vida social, econômica ou cultural que se sabe estarem
ligados a um elevado risco de doença;
2. Prevenção Primária - aquela que evita ou posterga o aparecimento de
doenças e promove a saúde;
3. Prevenção Secundária – relacionada ao diagnóstico precoce da doença,
aumentando as chances de cura e eficácia terapêutica;
4. Prevenção Terciária – tratamento correto das doenças crônicas a fim
de evitar suas complicações e consequências;
5. Prevenção Quaternária – evita ou minimiza intervenções desnecessárias.
1. Prevenção Primordial
Pode ser denominada como políticas e programas de promoção de de-
terminantes positivos de saúde. Consiste em ações voltadas para a cole-
tividade, que podem ser específicas ou inespecíficas. Exemplos: legisla-
ção sobre álcool, políticas antitabagismo, programas de exercício físico
regular, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
2. Prevenção Primária
A prevenção primária leva em conta a promoção da saúde para se evitar
ou postergar o aparecimento de doenças. Sendo assim, a mudança no
estilo de vida (adoção de hábitos de vida saudáveis e suspensão de há-
bitos de vida nocivos) deve ser estimulada sempre. Difere da prevenção
primordial, pois visa a individualidade de cada ser e não a coletividade.
A adoção de hábitos de vida saudável se baseia em dois pontos: dieta
18
equilibrada e prática de atividade física regular. As dietas inadequadas e
a falta de atividade física estão entre os principais fatores de risco para a
saúde em todo o mundo(3). Uma dieta balanceada (rica em frutas e verdu-
ras; ingestão controlada de carboidratos; ingestão adequada de proteínas;
preferência para alimentos naturais e evitar alimentos industrializados e
com alto teor de açúcar e carboidratos), fornece os nutrientes necessários
para um funcionamento adequado do organismo, protegendo contra a
má nutrição e risco de ganho de peso, prevenindo, assim, o aparecimento
de doenças crônicas não transmissíveis. A ingestão calórica deve estar
em consonância com o gasto energético.
Segundo Sá Pinto et al. (2012), a atividade física
traz benefícios para a saúde, principalmente relacionados à redução de doenças
coronarianas, controle de pressão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2,
câncer de cólon, depressão; melhora das capacidades funcionais, composição
corporal, capacidade cardiorrespiratória e muscular, cognitiva(7).
19
Devemos lembrar que a vacinação é importante em todas as faixas etárias,
cada uma com suas doses específicas, conforme recomenda o Ministério
da Saúde. Manter a carteira de vacinação atualizada é dever de cada um.
3. Prevenção Secundária
4. Prevenção Terciária
As doenças crônicas, após instaladas, podem demorar anos até que apre-
sentem alguma complicação. As complicações mais frequentes a que os
idosos estão expostos são decorrentes da hipertensão arterial sistêmi-
ca, diabetes mellitus e dislipidemia. As complicações cardiovasculares
mais frequentes e que mais levam à incapacidade são a cardiomiopa-
tia isquêmica e a doença cerebrovascular (denominadas complicações
macrovasculares). As complicações microvasculares são decorrentes do
acometimento de vasos sanguíneos, principalmente nos rins e olhos
(nefropatia e retinopatia).
5. Prevenção Quaternária
20
Sugere alternativas aceitáveis quanto à forma de curar sem danos, orien-
tando os indivíduos sobre o consumo inapropriado de medicações e a
importância na análise das decisões clínicas que devem ser tomadas em
conjunto ao médico (com a utilização de métodos diagnósticos e trata-
mento), sempre avaliando riscos e benefícios de cada medida.
21
Referências Bibliográficas
22
Paula Monteiro
CRN-RJ: 19100081/p
(21)98079-6555
paulavqmonteiro@gmail.com
@vidasaudaveltododia
• Nutricionista
• Graduada em Gastronomia
23
Alimentação Para Uma Vida Longa e Saudável
Cabe a este capítulo tratar do aspecto nutricional da questão: o que deve-
mos comer para assegurar uma velhice longa, tranquila e saudável? Esse
é um ponto de importância capital. De fato, a maior parte das doenças
nos vem da má alimentação, ou da alimentação insuficiente. Essa verda-
de incontestável está inscrita nos genes da nossa espécie. O organismo
humano possui um sofisticado sistema de defesas, que atua por meio de
anticorpos, os quais nos protegem contra corpos estranhos que adentram
nosso corpo e nele podem representar alguma ameaça. Três são as vias
de entrada desses corpos estranhos: 1) pela boca, ou seja, pela comida e
pela bebida que ingerimos; 2) pela respiração; 3) por via cutânea, ou seja,
pelo contato da pele. Calcula-se que mais de 85 % dos nossos anticorpos
se encontram continuamente em ação no sistema digestivo, pois é por
ele que nosso organismo sofre maior número de ataques, e somente cer-
ca de 15% se empenham em proteger as vias respiratórias e a pele. Por
essa simples constatação, já compreendemos como a boca é a principal
responsável pela nossa saúde.
24
de idade começamos a perder massa muscular e tendemos a ficar mais
flácidos. Até os 60 e poucos anos, essa perda progride à razão de 0,5% ao
ano, mas depois dos 65 anos de idade ela tende a aumentar: passamos a
perder 1% de nossa musculatura a cada ano que passa.
26
Como no caso dos sarcopênicos, também os idosos osteopênicos devem
seus males a uma alimentação incorreta praticada a vida inteira. Inge-
riram pouco cálcio, privaram-se do sol matinal e da vitamina D que ele
proporciona, fizeram pouco exercício físico etc.(5)
Quer ter um bom exemplo de dieta equilibrada, à qual não falte nenhum
elemento essencial? É a tradicional e brasileiríssima combinação do pra-
to-feito, o popular “PF”. Arroz, feijão, salada, legumes, um pedaço de
carne e uma fruta de sobremesa. É simples e trivial, mas contém todos
os elementos necessários para a boa conservação da saúde.
Hoje, infelizmente, a maior parte de nós não pode mais comer em casa a
melhor das comidas. Comemos fora, em restaurantes por quilo. Cuidado
com eles! Eles são ótimos se soubermos utilizá-los corretamente, mas
podem ser muito perigosos. Mostram uma imensa variedade de opções e,
assim, parecem favorecer uma dieta balanceadíssima. Mas, observe bem
o público que frequenta esses restaurantes e verá que são relativamente
poucos os que fazem pratos bem equilibrados, com todos os elementos
bem distribuídos. A tendência, diante de tanta abundância alimentar, é
servir-se daquilo de que se gosta mais. Uns carregam na carne, outros
27
se entopem de massas e outros carboidratos, outros até põem algumas
folhas de alface no prato, mas as besuntam com molhos prontos. E quase
todos acompanham a refeição com muito refrigerante hiperaçucarado. O
fato é que, na maior parte das vezes, as pessoas comem as mesmas coisas
todos os dias, justamente porque gostam mais e adquiriram o hábito.
E muitas vezes comem em proporções inteiramente inadequadas para
suas necessidades vitais.
Outra coisa: habitue-se a beber água, muita água, pelo menos dois litros
ao longo do dia. No verão, beba até mais. Água não faz mal. Quanto mais
água beber, mais hidratado ficará seu corpo e com maior facilidade você
eliminará, pelo suor e pela urina, toxinas e impurezas presentes no seu
organismo.
Bebidas alcoólicas não precisam ser proibidas. Mas devem ser consumi-
das com extrema prudência. Controladamente, podem até fazer bem,
mas é muito difícil ser moderado com elas. Por isso, para muita gente é
melhor evitar, pelo menos, o consumo diário. Não abuse do café. Tomar
uma xícara de café com leite, de manhã, e um ou dois cafezinhos ao
longo do dia, não faz mal algum. Mas evite enxugar garrafas térmicas
inteiras de café, como também evite o hábito de tomar um copinho de
café sempre que passar diante da máquina.
Todos esses conselhos são gerais, ou seja, valem para o conjunto da po-
pulação, mas cada caso é um caso. Os indivíduos possuem metabolismos
diferentes e por isso suas necessidades também variam. É importante
consultar um/a nutricionista, que avaliará o seu caso concreto e lhe in-
dicará as proporções adequadas.
Por fim, mais alguns conselhos para quem quer ter uma velhice prolon-
gada e saudável: habitue-se desde cedo a praticar exercícios, andando a
pé, subindo escadas, correndo, andando de bicicleta, praticando esportes.
Procure também tomar sol todos os dias, no início da manhã, mas evite
ao máximo a exposição ao sol nos braços, nas pernas e no rosto depois
das 10 horas da manhã. Não são conselhos diretamente nutricionais, mas
de modo indireto afetarão seu apetite, sua forma física e seu bem-estar.
29
Referências Bibliográficas
1) FISBERG, R. M.; Marchioni, D. M. L.; Castro, M. A.; Verly, J.unior, E.; Araúlo, M. C.;
Bezerra, I. N.; Pereira, R. A.; Sicheri, R. Ingestão inadequada de nutrientes na população
de idosos do Brasil: Inquérito Nacional de Alimentação, 2008-2009. Revista de Saúde
Pública, São Paulo, 2013; 47(1 Supl.), p. 2225-2305.
2) FREITAS, A. F.; Prado, M. A.; Cação, J. C.; Beretta, D.; Aalbertini, S. Sarcopenia e
estado nutricional de idosos: uma revisão da literatura.Arquivo Ciência Saúde, 2015
jan-mar, 22(1) p. 2-13.
3) MARCHINI, J. S.; Ferriolli, E.; Moriguti, J. C. Suporte nutricional no paciente idoso:
definição, diagnóstico, avaliação e intervenção. Medicina, Ribeirão Preto, 31: 54-61,
JAN./MAR. 1998.
4) MORIGUTI. J. C.; Matos, F. D.; Marchini, J. S.; Ferriolli, E.. Nutrição no Idoso. Dispo-
nível em: <https://www.researchgate.net/publication/228481895_Nutricao_no_idoso>.
5) MUNIZ, L. C.; Madruga, S. W.; Araújo, C. L.. Consumo de leite e derivados entre
adultos e idosos no Sul do Brasil: um estudo de base populacional. Ciência & Saúde
Coletiva, 18(12):3515-3522, 2013.
6) NAJAS, M.; Yamatto, T. H. Nutrição na Maturidade: Avaliação do Estado Nutricional
de Idosos. Nestlé Nutritiom. Disponível em:<www.nestle.com.br/healthcarenutrition>.
7) PARENTE, A.; Pereira, A. M.; Mata, A. Estado nutricional e nível de independência
em pessoas idosas. Acta Portuguesa de Nutrição, 12 (2018), p. 18-25.
8) PREVIDELLI, A. N.; Goulart, R. M. M.; Aquino, R. C. Balanço de macronutrientes
na dieta de idosos brasileiros: análises da Pesquisa Nacional de Alimentação 2008-2009.
Revista Brasileira de Epidemiologia, jan-mar 2017, 20 (1), p. 70-80.
9) SANTOS, T. F.; Delani, T. C. O. Impacto da deficiência nutricional na saúde de
idosos. Revista Uningá, col. 21, n.1, 50-54 (Jan-Mar 2015).
10) SICHIERI, R.; Coitinho, D. C.; Monteiro, J. B.; Coutinho, W. F. Recomendações de
Alimentação e Nutrição Saudável para a População Brasileira. Arq. Bras. Endocrinol.
Metab. vol. 44, n. 3 Junho 2000.
11) SILVA, T. A. A.; Frisoli Junior, A.; Pinheiro, M. M.; Szejnfeld, V. L. Sarcopenia
Associada ao Envelhecimento: Aspectos Etiológicos e Opções Terapêuticas. Rev. Bras.
de Reumatologia, v.46, n.6, p.391-397, 2006.
12) SOUSA, V. M. C.; Guariento, M. E. Avaliação do idoso desnutrido. Rev. Bras. de
Clínica Médica, Campinas, UNICAMP, 2009, 7, p. 46-49.
13) TRAMONTINO, V. S.; Nunez, J. M. C.; Takahashi, J. M. F. K.; Santos-Daroz, C. B.;
Rizatti-barbosa, C. M. Nutrição para idosos. Revista de Odontologia da Universidade
Cidade de São Paulo, São Paulo, 2009 set-dez; 21 (3), p. 258-267.
14) ITÁLIA muda conceito de idoso para 75 anos. G1, atualizado em dezembro de
2018. Disponível em: <https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/12/04/ita-
lia-muda-conceito-de-idoso-para-75-anos.ghtml>. Acesso em: 30 de abr. de 2019.
30
Laura Garambone
CRM: 5271683-9
31
O Que Você Precisa Saber Sobre Menopausa
A primeira coisa que devemos compreender sobre a menopausa, é que
ela não é uma doença. Ela significa o final da vida reprodutiva de uma
mulher. A primeira menstruação da vida de uma menina se chama me-
narca. E assim como ela ocorreu, um dia teremos nossa última regra. E
esta significa menopausa. É um processo fisiológico que ocorrerá com
todas as mulheres(8).
Neste capítulo explanaremos sobre os conceitos de menopausa, e como,
apesar de todas as possibilidades de piora da qualidade de vida, você
pode passar por este período sentindo-se bem e garantindo longevidade
saudável.
I. Conceito
A perimenopausa ou transição menopausal é caracterizada por um pe-
ríodo de mudanças fisiológicas conforme as mulheres se aproximam do
final da fase reprodutiva. A importância desse período se dá pela queda
na qualidade de vida, podendo apresentar distúrbios de sono, sintomas
vasomotores (como os calores ou fogachos), depressão e, em longo prazo,
perda de massa óssea, alterações de níveis de colesterol, piora da função
cardiovascular, distúrbios urinários e cognitivos(5,8).
A idade média da menopausa na mulher brasileira é de 51 anos. Em algu-
mas mulheres poderá ocorrer mais cedo, mas consideramos menopausa
precoce quando ela ocorre antes dos 45 anos(5).
A mudança no estilo de vida, interrupção dos maus hábitos e inclusão
de uma dieta balanceada, atividade física e diminuição do stress podem
garantir uma longevidade mais saudável, e, talvez, sem a necessidade de
tratamentos medicamentosos específicos.
II. Como diagnosticar a menopausa?
O período perimenopausal pode ser marcado por uma série de modi-
ficações no sistema de “termostato” do nosso sistema nervoso central,
irregularidade menstrual e oscilações de humor.
Contudo o diagnóstico é, na maior parte das vezes, retrospectivo, quando
a mulher se encontra há mais de 12 meses sem menstruar(3).
Como estamos cada vez mais atentas aos sintomas, é comum que a
mulher procure o ginecologista quando nota que os ciclos menstruais
32
estão ficando mais longos, ou o fluxo, maior, assim como a dificuldade
em manter o sono, a sudorese que a desperta a noite e a diminuição do
interesse sexual.
Nesse caso o diagnóstico pode ser clínico, ou, em caso de dúvidas, serem
solicitados exames laboratoriais para determinação de quais hormônios
ou nutrientes podem estar em débito.
Há outras causas para a irregularidade menstrual e fogachos, como al-
terações do funcionamento da tireoide uso de medicamentos ou stress.
Todos os fatores devem ser avaliados em conjunto a fim de se obter o
diagnóstico correto e corrigir possíveis alterações(11).
III. Principais sinais e sintomas
Fogachos e Sudorese Noturna:
Os fogachos são repercussões da dilatação e constrição dos vasos da pele.
São bastante característicos do período da menopausa e cerca de 80% das
mulheres vão apresentá-los. A sensação é relatada como de calor princi-
palmente na área do colo, pescoço e rosto, podendo haver também rubor
da face. Podem ou não ser seguidos de calafrios, tremores ou palpitações.
Os fogachos noturnos podem ser bastante intensos a ponto de despertar
a mulher, o que gera piora no padrão de sono. Segundo estudos, os fo-
gachos podem durar mais de sete anos após a mulher entrar no período
menopausal(2).
Irregularidade menstrual:
À medida que a mulher se aproxima da perimenopausa, tornam-se co-
muns as mudanças no fluxo e na frequência menstrual. Na maioria das
vezes essas alterações se dão pela modificação da produção de estrogênio
e progesterona e a diminuição dos ciclos em que a mulher ovula. Em
algumas mulheres a menstruação cessará e não haverá mais ciclos. Con-
tudo, em cerca de 90% das mulheres, as mudanças no ciclo menstrual
irão começar 4 a 8 anos antes da menstruação parar de vez(11).
Ressecamento genital e da pele e alterações do trato genital:
O estrogênio está relacionado com a produção de colágeno, principal-
mente no trato genital e pele. A redução desta produção está relacionada,
não só ao ressecamento, mas também à atrofia vaginal, incontinência
urinária e prolapsos (“quedas”) de bexiga e corpo uterino.
33
A pele se torna mais fina e transparente, perdendo sua elasticidade, di-
ficultando a cicatrização e tornando a pele mais frágil(1).
As alterações do colágeno no trato genital podem levar a uma das princi-
pais queixas da mulher menopausada: o ressecamento durante as relações
sexuais, dor no ato e, consequentemente, diminuição do desejo sexual(4).
Diminuição da libido e distúrbios de humor:
A diminuição do interesse sexual pode ocorrer na menopausa por baixa
hormonal, mas também por outros fatores relacionados ao sistema exci-
tatório e inibitório do cérebro, por exemplo, a oscilação de neurotrans-
missores como a serotonina e a dopamina. Apesar de diversos estudos
demonstrarem os benefícios do uso de hormônios para a recuperação da
libido, essa relação ainda não é completamente estabelecida(7). Devem-se
levar em conta as modificações psicossociais associadas à mulher no
período de perimenopausa(6).
Atualmente sabemos que a queda dos níveis hormonais impacta a cog-
nição e o humor das mulheres. Apesar disso, devemos lembrar que ex-
periências negativas como a perda de um cônjuge ou amigos pela idade,
saída dos filhos de casa, aposentadoria, insegurança financeira e o apa-
recimento de doenças relacionadas à longevidade, podem ter impacto
no emocional e devem ser tratadas de forma pertinente. Transtornos
depressivos, ansiedade, ressecamento e dor na relação sexual, assim como
a distorção da autoimagem, devem ser avaliados e considerados como
importantes gatilhos da baixa libido(1).
Ganho de peso e perda de massa muscular:
As mulheres após os 40 anos tendem a ganhar peso. Esse dado parece
estar relacionado ao envelhecimento e ao estilo de vida, mas a meno-
pausa também contribui para o problema. O aumento da gordura na
região abdominal também contribui para o aumento do risco de doenças
cardiovasculares(9).
A perda de massa muscular diminui seu metabolismo basal e a queima de
calorias, levando à dificuldade em se manter dentro de um peso saudável.
Os exercícios físicos de resistência (como a musculação), aumentam a
massa muscular e também sua taxa de metabolismo basal(11).
Osteopenia e osteoporose:
A perda de massa óssea em fase inicial se chama osteopenia. Caso não
seja tratada adequadamente pode evoluir para osteoporose, que significa
que seus ossos estão mais frágeis e propensos a fraturas.
34
A osteoporose acomete 1/3 das mulheres na menopausa. As fraturas mais
comuns são as do osso rádio, coluna vertebral e colo de fêmur. Mulheres
da raça branca e magras são as mais suscetíveis à osteoporose, assim
como aquelas com menopausa precoce(11).
Alterações cardiovasculares:
1. Estilo de vida:
A alimentação deve ser saudável, com baixo índice glicêmico, mas com-
posta com a quantidade adequada de carboidratos complexos (soja, ai-
pim, inhame) proteína magra (carnes magras, peixes), gordura “boa”
(azeite de oliva, abacate e nozes) e frutas (morango e amora).
Riscos:
Tipos de TH:
36
Apresentações e formas de aplicação:
37
Referências Bibliográficas
1) SILVA, V. H.; Rocha, J. S. B.; Caldeira, A. P. Fatores associados à au-
topercepção negativa de saúde em mulheres climatéricas. Cien Saúde
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2) STURDEE, D. W.; Hunter, M. S.; Maki, P. M.; Gupta, P.; Sassarini,
J.; Stevenson, J.C.; Lumsden, M. A. The menopausal hot flush: a review.
Climacteric, 2017 Aug; 20(4):296-305.
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2017 Jul 1; 23 (4): 481-500.
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Women’s and Children’s Health (UK). London: National Institute for
Health and Care Excellence (UK); 2015.
12) SCARABIN, P. Y. Postmenopausal hormone therapy and risk of ve-
nous thromboembolism: what about progesterone? BMJ, 2019.
38
Paulo Roberto Salustiano
CRM: 52.79904-1
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contato@paulosalustiano.com.br
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drpaulosalustianourologista
39
O Que Você Precisa Saber Sobre Andropausa
Todos conhecemos e já ouvimos falar do termo Andropausa. Andrós – do
grego – relacionado ao homem, macho, sexo masculino; e pausa – do
latim – interrupção, parada. A etimologia da palavra é simples e nos leva
a imaginar que seria o análogo masculino da menopausa. No entanto,
existem muitas diferenças nesse processo entre homens e mulheres, espe-
cialmente pelo fato de que nos homens não é uma condição si ne qua non,
como ocorre com as mulheres, de tal forma que todas elas, invariavel-
mente, entrarão na menopausa em uma certa idade, geralmente entre os
45 e 55 anos. É por isso que essa nomenclatura, embora conhecida e aceita
popularmente, não seja, talvez, a mais adequada. Cientificamente falando,
e do ponto de vista médico também, utilizamos outras denominações
como: Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM),
Hipofunção Testicular, Hipogonadismo Secundário, Insuficiência An-
drogênica Parcial do Homem Idoso. Todas essas denominações têm por
objetivo demonstrar um declínio do principal hormônio masculino – a
testosterona – ao longo dos anos.
O homem, mais notadamente após os 40 anos, tende a ter uma redução
natural desse hormônio. Não é normal que isso ocorra de forma aguda,
como acontece no climatério feminino, em que a mulher pode entrar
nesse período e cessar a produção de estrogênios pelos ovários em ques-
tão de meses.
Nas mulheres, além dos sintomas se instalarem de forma mais rápida,
existe também um marcador clínico objetivo: o fim das menstruações.
Muitos estudos já demonstraram que, nessa faixa etária, existe um gra-
dual e lento declínio dos níveis de testosterona no sangue do homem e
que isso pode vir acompanhado de alguns sintomas.
Para que possamos entender esse processo, é fundamental sabermos
qual o papel desse hormônio para a saúde masculina.
A testosterona é um esteroide anabolizante e é considerado o hormônio
masculino mais importante. Ele é sintetizado a partir de moléculas de
colesterol e no fígado é inativado. Sua ativação ocorre no momento em
que este se acopla nos tecidos através de seus receptores celulares. Nesse
instante ele desempenha seu papel anabolizante, ou seja, ele propicia a
formação de proteínas e de novos tecidos, o chamado efeito trófico.
Sendo assim, a testosterona pode atuar em diversos órgãos e de diversas
maneiras, de tal forma que a sua carência pode trazer inúmeros sinto-
40
mas para o homem de meia-idade como: redução da massa muscular,
aumento da gordura corporal, perda de memória, queda de cabelo, di-
minuição da libido, redução da potência sexual, diminuição do vigor
físico, dificuldade de concentração, osteoporose, depressão, sensação de
calor excessivo, alterações do humor, fadiga, irritabilidade, aumento dos
níveis de colesterol e de insulina.
A testosterona, ao contrário do estrogênio, é responsável por inúmeras
características ditas masculinas, e desempenha importante papel des-
de a formação dos ossos, músculos, passando por toda a sexualidade e
atuando até nos aspectos psicológicos relacionados ao homem.
Agora, imagina que isso tudo pode acontecer exatamente no instante
da vida em que esse homem está, talvez, em seu melhor momento fi-
nanceiro, com estabilidade familiar e social e com inúmeras atividades
no seu trabalho, provavelmente bem posicionado na profissão. Como
já falamos, todos esses sintomas tendem a aparecer gradativamente, e,
muitas vezes, passam despercebidos. Frequentemente os familiares ou
as pessoas mais próximas no círculo social acabam atribuindo grande
parte disso ao processo natural de envelhecimento. O oposto também é
verdade. Imagine o homem que já enfrenta problemas de ordem familiar,
psicológica e mesmo financeira, e com essa avalanche de sintomas ca-
minhando junto pode ser, às vezes, mais difícil encontrar aquela famosa
luz no fim do túnel.
Claro, ninguém tem dúvidas de que, mesmo nos dias atuais, ainda existe
muita cobrança em cima da figura masculina, por ser o provedor da
casa, não apenas financeiramente, mas também como sendo o chefe da
família, aquele que não pode adoecer, aquele que dita as regras do jogo.
Muitas vezes a cobrança parte dele mesmo.
Essa infalibilidade muito propagada no passado hoje está diminuindo,
parte disso devido às campanhas educacionais, como o Novembro Azul
e as cartilhas voltadas para a Saúde do Homem.
E por falar em Novembro Azul, precisamos falar das outras doenças que
podem acometer o homem de meia idade e que, da mesma forma que na
Andropausa, podem atrapalhar muito a qualidade de vida e, até mesmo,
trazer risco de morte. Poderíamos destacar, nesse caso, o câncer mais
comum do homem: o temido Câncer de Próstata. Temido, pois, a própria
palavra câncer já nos remete ao risco de morrer e também se refere a
uma doença associada a vários problemas de ordem física, notadamente
a disfunção erétil e os problemas de incontinência urinária.
41
Já sabemos também que através do diagnóstico precoce com o exame
de toque retal e dosagem do PSA (antígeno prostático específico), con-
seguimos realizar tratamentos mais efetivos, e com menos morbidade,
preservando ao máximo a qualidade de vida dos pacientes. Na maioria
das vezes o câncer de próstata tem uma evolução indolente. Dependen-
do do caso é até possível observarmos a doença ativamente a fim de
evitar tratamentos desnecessários. A medicina vem evoluindo muito,
tanto em novas tecnologias como na cirurgia robótica, nos tratamentos
minimamente invasivos, em drogas mais potentes e com menos efei-
tos colaterais, e métodos diagnósticos mais precisos, como também no
melhor conhecimento da doença. O advento da medicina de precisão,
pela qual, através do estudo genético do tumor e do paciente, podemos
individualizar cada vez mais o tratamento com o intuito de obtermos os
melhores resultados, trouxe novas perspectivas, possibilitando melhores
resultados com a medicina personalizada.
O homem com câncer de próstata inicial, que foi tratado através de ci-
rurgia ou radioterapia, não terá afetada a sua produção hormonal. Ou
seja, o tumor é retirado cirurgicamente, e terá seus níveis hormonais
dentro da normalidade, pois este está relacionado com a produção pelos
testículos e não pela próstata.
Muitas vezes o paciente tem pouco sintomas, ou muito sutis, que reque-
rem uma avaliação médica bastante cuidadosa. Uma queixa também
relativamente frequente é a dificuldade para ejacular com ou sem a re-
dução do volume de esperma.
Muitas vezes é necessário uma busca ativa por parte do médico, pois o
homem ou o próprio casal atribui seus sintomas à própria velhice.
44
Uma vez diagnosticado o distúrbio, é hora de tratar. Muitas são as pos-
sibilidades de tratamento e a ideia fundamental será sempre repor os
níveis fisiológicos do hormônio.
45
Vamos olhar com atenção aos falsos propagadores de juventude eterna. A
vida é pra ser vivida em todas as suas fases com o glamour e a saúde que
nos permite. É como uma aposentadoria: você não deve gastar toda sua
energia na juventude para que não lhe falte na velhice. Temos tratamento,
sim, para inúmeras situações e nunca devemos atribuir esses sintomas
simplesmente ao envelhecimento.
Referências Bibliográficas
46
Talita Cezareti
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@talitacezareti_geronto / @envelhecerbem
Talita Cezareti / @envelhecerbemm
• Palestrante.
47
O Exercício Físico Como Estratégia Para
Envelhecer Bem
A primeira verdade sobre o envelhecimento é que todos envelhecem.
A segunda verdade é que todos envelhecem de forma diferente.
Spirduso, 2005
48
Uma constante alteração fisiológica é percebida na composição corporal,
como a diminuição de aproximadamente 10% da capacidade aeróbica por
década e de 15% de massa muscular a cada década a partir dos 50 anos(7).
O aumento do acúmulo de gordura na região abdominal, mudanças
na pele, coração, sistema nervoso, alterações bioquímicas, metabólicas,
cognitivas e comportamentais são percebidos com o passar dos anos.
Na prática, sentimos menos vontade de nos relacionar pelas dificuldades
enfrentadas, como: subir escadas, percorrer grandes distâncias ou sentar
no chão para brincar com uma criança. O processo de envelhecimento
frequentemente é relacionado com uma diminuição da capacidade fun-
cional e consequente alteração na qualidade de vida.
Com a evolução humana, a chegada da revolução agrícola, industrial
e tecnológica passamos a não ter a necessidade do movimento para a
sobrevivência. Ou seja, trabalhamos menos nossos músculos e ossos,
diminuímos nosso gasto calórico basal e passamos a viver as conse-
quências de um corpo que, para se movimentar em pequenas distâncias,
faz uso de automóveis, do controle remoto da televisão e gasta a maior
parte do seu tempo em “telas” de celular e computador, se privando do
contato físico das relações humanas. Passamos a viver então sob o risco
do sedentarismo. Devemos pensar em estratégias para que esse corpo
consiga se manter entre a necessidade de suprir a falta de movimento e
uma mente programada para poupar energia.
Quando associamos declínios fisiológicos provenientes do envelheci-
mento normal a alguma morbidade e ao sedentarismo, o impacto na
qualidade de vida é ainda maior. Pois uma rotina de atividade física bem
efetiva reduz risco de hipertensão arterial, doença coronariana, acidente
vascular ancefálico (AVE), diabetes melito, câncer de mama e cólon, de-
pressão e risco de quedas. Também proporciona melhora na saúde óssea
e funcional, além de ser eficaz no controle de peso(5).
Por essa razão, a relação entre exercício físico, qualidade de vida e enve-
lhecimento vem sendo colocada em destaque e, cada vez mais, o mundo
da ciência e saúde alerta a população contra o sedentarismo.
Um estudo recente acompanhou 1.9 milhões de pessoas no mundo de
2001 a 2016 e mostrou que mais de 50% das mulheres brasileiras sofrem
de insuficiência física, termo que o artigo usou para sedentarismo(9).
49
Prevalence (%)
< 20.0
20.0 - 29.9
30.0 - 39.9
40.0 - 49.9
≥ 50.0
No data
Figura 1: Contry prevalence of insufficiente physical in women in 2016
A pesquisa alerta para um mundo que não está indo de encontro a meta estabelecida pela OMS
em 2018 de diminuir pelo menos 15% do sedentarismo até 2030(8).
50
Figura 2: Fonte: WHO, 2007.
A figura 2 nos mostra a relação entre capacidade funcional e o curso de vida, deixando claro que
na infância e na adolescência devemos aumentar nosso repertório físico, acumulando nossas
reservas físicas. Na vida adulta devemos manter nosso nível funcional através da prática de exer-
cício físico, já que começam os declínios que serão maiores na fase de maturidade e velhice(14).
O exercício físico tem sido reconhecido como uma polipílula, isso porque
está disponível a baixo custo e se mostra relativamente livre de efeitos
adversos. Sendo fator determinante para redução de riscos cardiovascu-
lares e mortalidade por todas as causas(6).
53
Referências Bibliográficas
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ta-Analysis. Elsevier Inc, 2014.
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World Health Organization, 2007.
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idosos. Cienc. Cuid. Saude, 2007.
54
Antônio Francisco de Andrade
CREFITO-2: 105.827-F/RJ
antoniofandradeff@gmail.com
• Graduado em Fisioterapia
• Mestre em Fisioterapia
55
Movimentando-se Com Autonomia
O adulto com 60 anos ou mais, que apresenta uma redução na mobi-
lidade, apresenta um maior risco de incapacidade funcional e de utili-
zação de serviços de saúde. A deterioração da habilidade de realizar as
atividades da vida diária (AVDs) como caminhar, subir e descer escadas
e levantar-se de uma cadeira, gera gradual incremento da dependência
funcional, acarretando o aparecimento de morbidades e o aumento da
mortalidade(1).
56
Considerando que “o conceito de saúde para o indivíduo idoso se traduz
mais pela sua condição de autonomia e independência que pela presença
ou ausência de doença orgânica”(2), tente modificar a visão sobre saúde.
Saúde não é apenas não estar doente. O idoso deve buscar autonomia e
independência.
57
2. A Fragilidade
58
A atuação para melhorar e facilitar a vida do idoso, que já se mostra com
dificuldade de locomoção e autonomia funcional, deve levar em conta
uma avaliação adequada das alterações que se apresentam e dos tipos de
protocolos utilizados. As alternativas para uma implementação na reabi-
litação são diversas e podem estar associadas a ferramentas de avaliação
da incapacidade, como a Classificação Internacional da Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde (CIF)(5), o Índice que afere a limitação de atividades
básicas e instrumentais da vida diária(7), a Escala de Incapacidades da Or-
ganização Mundial de Saúde (WHODAS 2.0)(13), a avaliação de Risco de
Queda(14) e também as escalas relacionadas às medidas de desempenho.
59
Dentre as barreiras para que o idoso realize atividades para incremento
da sua capacidade funcional destacam-se as barreiras psicocognitivas e
afetivas. Cabe aos profissionais envolvidos com esse público atuar nesses
fatores. As práticas com componentes lúdicos demonstraram benefícios
na vontade de realizar as atividades propostas(24).
Referências Bibliográficas
60
4) LOPES, M.N.S.S.; PASSERINI, C. G.; TRAVENSOLO, C.F. Eficácia
de um protocolo fisioterapêutico para equilíbrio em idosos institucio-
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lidade e incapacidade: aspectos conceptuais, estruturais e de aplicação
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idosos praticantes e não praticantes de atividade física por meio do uso
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15) BROWN, L.G. et al. Evaluation of an outpatient rehabilitative pro-
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ton RISE study. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. v.70, n.5, p.616–622, 2015.
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tional changes in cortico-motor networks during the early stages of motor
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20) RUFFINO, C. et al. The use of motor imagery training to retain the per-
formance improvement following physical practice in the elderly. Expe-
rimental Brain Research , Germany, v. 237, n. 6, p. 1375-1382, 2019.
62
Gisele Fagundes
CREFITO-2 : 112061-F
(21) 96898-7960
@fisiogiselefagundes
63
Alterações Posturais na Terceira Idade
Como já citado neste livro, há dados consistentes que nos informam
sobre o aumento da população da terceira idade. Mediante esses da-
dos, faz-se necessário levar mais conhecimento para todas as pessoas,
independentemente do estágio de vida em que estejam. Envelhecer de
forma saudável se tornou um desafio a ser batido.
Um idoso com uma boa postura possui uma independência que, as-
sociada à autonomia, trará uma boa qualidade de vida. O equilíbrio
adequado entre músculos, ossos e fáscias (pois são eles que dinamica-
mente nos permitem andar), como já falado nesse capítulo, irá prevenir
lesões e complicações futuras. O modo de prevenção ideal é começar
agora! Se você ainda não faz nenhuma atividade, ou, até mesmo, já
observa alterações na postura que antes não tinha observado: um
tratamento adequado e bem orientado irá trazer benefícios.
67
Durante o atendimento, os alunos realizam alongamentos, reorgani-
zam as estruturas, músculos e articulações podendo, para isso, utilizar
diversos acessórios, como bastões e bolas. Outro ponto em destaque, e
não menos importante, é a socialização, pois as sessões são realizadas
em grupo.
O Método Pilates foi difundido entre os anos de 1970 e 1980, mas foi
desenvolvido há mais de 100 anos, pelo alemão Joseph Humbertus Pi-
lates. O método nasceu de forma empírica, sem nenhum conhecimento
científico prévio. Pilates era autodidata e um estudioso da fisiologia,
anatomia humana e medicina tradicional chinesa(2). Pode-se dizer
que Joseph Pilates usou sua história de vida como fonte de inspiração
para desenvolver o método, pois na sua infância foi muito doente e,
por isso, provavelmente se aprofundou nos estudos do corpo humano.
Inicialmente o método utilizava somente molas com resistência, até
que o próprio Pilates desenvolveu aparelhos. A filosofia do método
integra corpo e mente(8). A aula consiste em movimentos em que o
abdômen deve ser sempre solicitado. Os exercícios são explicados e
orientados pelo terapeuta que ministra a aula para no máximo três
alunos. Os mesmos realizam uma repetição de exercícios com má-
xima concentração. Desse modo, potencializam-se os resultados. Os
benefícios são diversos. Os mais visíveis de imediato são: o alívio das
tensões musculares, melhora da consciência corporal e a respiração
muito frisada em todas as técnicas aqui descritas.
68
Todos os métodos descritos e suas intervenções irão de encontro a
tudo que a população idosa precisa! Movimentar-se com autonomia
e livre de dores e desconfortos.
69
Referências Bibliográficas
70
Luiz Felipe Veríssimo
CREFITO-2: 120905-F
(21) 99851-0575
lipe.fisio@hotmail.com
@ft_luiz_felipe
71
Como Prevenir Quedas e Acidentes Domésticos
1. Envelhecimento
2. Quedas
Muitos idosos, depois que sofrem uma queda, temem passar por isso
novamente. Devido à perda de confiança, alguns sofrem depressão, iso-
lam-se do seu ambiente social e ficam com uma baixa autoestima.
3. Fatores de riscos
72
Segundo a Organização Mundial da saúde (OMS), as quedas ocorrem
como resultado de uma complexa interação de fatores de risco, dentre
os quais os principais refletem a diversidade de determinantes de saúde
que, direta ou indiretamente, afetam o bem-estar(3).
73
5. Dicas de prevenção em ambientes domésticos
Figura 1
74
• Use sapatos com sola antiderrapante;
• Informe-se com o seu médico sobre os efeitos colaterais dos remédios que
você está tomando e de seu consumo em excesso;
75
• Interruptores que brilham no escuro podem servir de auxílio;
• Não sente em uma cadeira ou sofá muito baixo, porque o grau de difi-
culdade exigido para se levantar é maior, sendo que estes devem ser con-
fortáveis e com braços.
5.3. Na cozinha
5.4. No banheiro
A figura a seguir ilustra o uso de uma barra de apoio reta fixada ao fundo
e duas retas fixadas a 90° na lateral, quando a bacia convencional está
próxima a uma parede (Figura 2) (1).
Figura 2
76
• Mantenha algum tipo de iluminação durante a noite;
6. Case de sucesso
Um dos casos clínicos em que atuei e posso citar, uma paciente do sexo
feminino, de 66 anos de idade, relatou em sua avaliação fisioterapêutica
que sentia desequilíbrio ao caminhar e andar de bicicleta. Após avaliação
detalhada, pela qual realizamos testes estáticos e dinâmicos, elabora-
mos um programa de prevenção de quedas, que consiste em exercícios
que englobam flexibilidade, fortalecimento muscular e treino sensório
motor, além das orientações para algumas adaptações do domicílio. Sua
resposta ao tratamento e evolução foi muito boa. Atualmente, continuo
acompanhando essa paciente na realização do tratamento preventivo de
quedas em sua residência, além de atender também sua mãe de 90 anos
de idade com o mesmo tipo de trabalho. Ambas relatam não sofrer mais
quedas e sentem-se mais seguras ao caminhar na rua.
77
Referências Bibliográficas
78
Juliana Fernandes
COREN RJ: 280166
(21) 99871-0780
Juliana_fernandes88@hotmail.com
79
Participação da Família nos Cuidados do Dia a Dia
Atualmente, o envelhecimento na sociedade contemporânea é algo co-
mum devido ao avanço na medicina e transformações no estilo de vida
da população, como também mudanças nos níveis de mortalidade e
fecundidade nos países(1,2). No Brasil, seguindo a tendência mundial,
houve um aumento expressivo do número de idosos, o que acarreta novos
desafios para a sociedade como um maior suporte das políticas públicas
e da família(3,4).
80
A família é a primeira rede de apoio à pessoa idosa. É nela que os primei-
ros cuidados ocorrem e as interações com o meio se consolidam; é onde
se encontra o apoio necessário para a satisfação de suas necessidades,
ou seja, é um lugar de pertencimento com seus familiares/cuidadores.
Através dela é garantida uma segurança pela qual os idosos se sentem
protegidos(4).
Essa rede de apoio denominada informal pode ser composta pelo côn-
juge, filhos, netos, por amigos ou vizinho mais próximo. Também pode
ter suporte de um cuidador familiar e dos não familiares.
Chame-o pelo próprio nome ou da forma que preferir. Fale de frente, sem
cobrir a boca. Aguarde a resposta antes de elaborar a segunda pergunta
e não interrompa a pessoa idosa no meio de sua fala.
81
O que pode auxiliar na comunicação é evitar ambientes ruidosos a fim
de evitar submeter as pessoas idosas a situações constrangedoras. Tenha
cuidado com a voz. Não fale mais alto que o de costume, exceto se a pes-
soa tiver alguma deficiência auditiva. Procure falar mais perto e do lado
com melhor cognição. Observe também a linguagem a ser estabelecida
a partir da habilidade cognitiva e de seu nível de orientação formal.
2. Promoção de hábitos saudáveis
2.1 Alimentação saudável: sabemos da importância de uma alimenta-
ção balanceada em todas as idades, ainda mais em pessoas mais velhas,
em que a absorção e o metabolismo sofreram alterações ao longo da
vida. Isso será abordado com mais ênfase no capítulo “Alimentação
para uma vida longa e saudável”.
2.2 Prática de Atividade Física: a prática de exercícios físicos é
fundamental para uma vida longa, saudável e com qualidade. Você
pode obter mais informações sobre esse assunto no capítulo “O exer-
cício como estratégia para envelhecer bem”.
3. Prevenção de quedas: na terceira idade é comum ter dificuldade na
locomoção, e as pessoas estão mais sujeitas a quedas e traumas. É impor-
tante para o cuidador observar e ajudar no que for possível para evitá-las
e dar autonomia para um melhor convívio social, tema melhor abordado
no capítulo “Como prevenir quedas e acidentes domésticos.”
4. Medicamentos: utilize os remédios com prescrição médica, tópico
destacado no capítulo “Medicamentos e Automedicação”.
5. Higiene corporal: está entre os requisitos para uma vida saudável, um
bom banho de chuveiro diário com água em abundância é um grande
aliado para manter a saúde do corpo e no cuidado com a pele, a qual
apresenta maior fragilidade. Sempre hidrate com cremes ou óleo de giras-
sol. Em idosos acamados, observe também os genitais, devido ao uso de
fraldas descartáveis que devem ser trocadas com regularidade. Examine
a pele ao redor da genitália e dorso para identificar alguma possível lesão.
O cuidador familiar também tem como sua atribuição ajudar o idoso na
administração de dinheiro e bens. Elucidamos algumas atividades que
o cuidador/família deve se atentar para melhor assistência.
Logo, a família é um elemento de ajuda à pessoa idosa, dando-lhe con-
dições para uma melhor qualidade de vida quando permite que ela
continue sendo útil e participante do convívio familiar. É importante,
portanto, manter os laços afetivos, respeitar a vontade do idoso, ter pa-
ciência e compreensão de suas limitações físicas e mentais.
82
Entretanto, existem alguns riscos do cuidado e da ajuda. Algumas atitu-
des e reações dos familiares diante da piora do quadro de saúde do idoso,
os sentimentos de pena, de temor e de responsabilidade, como o fato de
não querer ver a pessoa sofrer, podem gerar ajuda excessiva.
É preferível deixar o idoso fazer tudo que possa por si mesmo. Ajude nas
tarefas mais difíceis, mas colabore com ele para que continue realizando
por si mesmo as tarefas de maior facilidade. É importante que os idosos
não percam suas amizades, seus encontros familiares e atividades de
lazer. Assim, o envelhecimento pode ser visto de forma positiva e até
como algo desejado.
83
Referências Bibliográficas
1) MIRANDA, G. M. D.; Mendes, A. C. G.; Silva, A. L. A. O envelheci-
mento populacional brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e
futuras. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2016; 19(3):507-519.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v19n3/pt_1809-9823-r-
bgg-19-03-00507.pdf> Acesso em: 6 de jul. de 2019.
2) GONÇALVES, L. T. H.; Leite, M. T.; Brandt, L. M. H.; Bisogno, S. C.;
Biasuz, S.; Falcade, B. L. Convívio e cuidado familiar na quarta idade:
qualidade de vida de idosos e seus cuidadores. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol.,
Rio de Janeiro, 2013; 16(2):315- 325.
3) IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatística/DPE-Departamento
de Pesquisas/COPIS-Coordenação de População e Indicadores Sociais/
GEADD- Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. In-
dicadores Sociodemográficos Prospectivos para o Brasil 1991-2030. Rio de
Janeiro, 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
populacao/projecao_da_populacao/publicacao_UNFPA.pdf>. Acesso em:
6 de jul. de 2019.
4) VIANA, D. C. O fortalecimento dos vínculos familiares com o idoso,
2016. Disponível em: <https://cress-mg.org.br/hotsites/Upload/Pics/1d/1d-
829859-460f-44ee-b558-78a9892c874d.pdf>. Acesso em: 6 de jul. de 2019.
5) ARRUDA, I. E. A. Reflexões sobre a pessoa idosa e o programa Univer-
sidade da terceira idade. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento
Humano. Passo Fundo, v. 4, n. 2, p. 94-113, jul./dez. 2007. Disponível em:
<https://doi.org/10.5335/rbceh.2012.134> Acesso em: 6 de jul. de 2019.
6) CARVALHO, B. V. Envelhecimento e Apoio Familiar: Importância no
Bem-Estar da Pessoa Idosa. Psicologado. Edição 06/2017. Disponível em:
<https://psicologado.com.br/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/
envelhecimento-e-apoio-familiar-importancia-no-bem-estar-da-pessoa-
-idosa>. Acesso em: 6 de jul. de 2019.
7) ARAÚJO, C. K.; Cardoso, C. M. C.; Moreira, E. P.; Wegner, E.; Areosa,
S. V. C. Vínculos familiares e sociais nas relações dos idosos. Revista Jovens
Pesquisadores, Santa Cruz do Sul, n. 1, p. 97-107, 2012.
8) AREOSA, S. V. C.; Benitez, L. B.; Wichmann, F. M. A. Relações fami-
liares e o convivívio social entre idosos. Textos & Contextos (Porto Alegre),
v. 11, n. 1, p. 184 - 192, jan./jul. 2012.
9) AREOSA, Silvia Virginia Coutinho; Benitez, Lisianne Brittes, Wi-
chmann, Francisca Maria Assmann. Relações familiares e o convivívio
social entre idosos. Textos & Contextos (Porto Alegre), v. 11, n. 1, p. 184
- 192, jan./jul. 2012.
84
Israel Amud
CREFITO-2: 14.260-F
85
Primeiros Socorros: Situações de Emergência
Com o Idoso
O presente capítulo tem o objetivo de auxiliar o leitor a possuir ferra-
mentas para que, em um primeiro momento, possa minimizar agravos
e salvar vidas.
86
Fonte: Espaço Ana Gil
Figura 1: Sangria. Perfurar 5 dedos
2. Convulsão e Desmaio
87
no momento de angústia. Nesses casos, realizar a manobra de Heimlich.
Posicionar-se por trás da pessoa encostando a face lateral do corpo no
dorso (costas). Uma perna entre as do paciente para ter mais equilíbrio
no momento da manobra. Posicionar uma das mãos fechada entre o osso
do peito (esterno) e da cicatriz umbilical. Com o polegar na direção do
diafragma, abraçar com a outra mão e fazer uma manobra brusca, com-
primindo para cima e dentro no sentido de expelir o que está bloqueando
as vias aéreas. Repetir quantas vezes for necessário.
4. Dor de Cabeça
Podem ocorrer na região frontal (figura 4), temporal (figura 5), nuca
(figura 6) ou ainda em toda a cabeça. Podem ser fixas, migratórias, cons-
tantes ou intermitentes. Na concepção da Medicina Tradicional Oriental
algumas causas para as dores na região da fronte, que são bem localizadas
e fixas, podem advir de problemas estomacais; na região temporal, de
problemas oriundos do fígado e/ou vesícula biliar e se apresentam de
forma pulsátil, por trás dos olhos, com aversão à luz. As dores na região
da nuca podem ser manifestação do aumento da pressão arterial (nesses
casos é aconselhável fazer sangria na ponta dos dedos de uma mão, se
necessário, das duas).
5. Quedas
Segundo Buskman et al colaboradores (2008), membros da Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia,
a queda é o mais sério e frequente acidente doméstico que ocorre com os idosos
e a principal etiologia de morte acidental em pessoas acima de 65 anos [...] as
quedas ocorrem devido à perda de equilíbrio postural e tanto podem ser decor-
rentes de problemas primários do sistema osteoarticular e/ou neurológico quanto
de uma condição clínica adversa que afete secundariamente os mecanismos do
equilíbrio e estabilidade(4).
89
Biossegurança da FIOCRUZ, é necessário “avaliar o local do acidente e
proteger o acidentado”(3). Verificar o estado de consciência (nome, ida-
de, data etc.), respiração, hemorragia, pupilas, temperatura do corpo e
da área acometida, local da dor. Se consciente, pedir ao acidentado que
movimente os dedos das mãos, dos pés. Aguardar um pouco para sa-
ber se há condições de levantá-lo. Há situações em que a mobilização é
contraindicada. Nesses casos, chamar imediatamente o socorro (192 ou
193). Em uma queda da própria altura podem ocorrer fraturas, luxações,
sangramentos. Diante dessa situação, conter a hemorragia através de
compressão com um pano limpo, imobilizar o local afetado e esperar
o socorro. Em casos leves de contusões, compressas de gelo por 20 a 30
minutos para aliviar a dor, conter edemas e hematomas. Em casos de
escoriações, lavar o local com água corrente e sabão.
6. Queimaduras
A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, tendo como fun-
ções nos relacionar com o meio externo, proteção e regulação da tempera-
tura corporal. Possui terminações nervosas para dor, temperatura e tato.
As queimaduras podem ser classificadas como de I, II e III graus, sendo
avaliadas de acordo com a profundidade e extensão da lesão. Tratando-se
de uma pessoa idosa em que a pele é mais fina, com menos elasticidade,
a atenção deve ser maior e uma avaliação médica se faz necessária.
As de I grau atingem superficialmente a primeira camada da pele, a
epiderme. São dolorosas, causam vermelhidão, não causam bolhas, são
secas e podem melhorar em até uma semana.
As de II grau afetam a epiderme e a derme, segunda camada da pele. Nes-
sas, as bolhas (flictemas) são comuns e apresentam uma lesão úmida que
podem melhorar em até um mês. Podem ser superficiais ou profundas.
As primeiras são dolorosas, as segundas, menos dolorosas. Nesse caso,
o procedimento cirúrgico é avaliado pelo profissional.
Já as de III grau atingem os tecidos mais profundos e podem haver le-
sões em nervos, glândulas, vasos, tecido muscular. São lesões secas e se
mostram acinzentadas ou esbranquiçadas, indolores e seu tratamento,
muitas vezes, é cirúrgico.
A primeira providência é liberar a área acometida de tecidos, anéis, re-
lógios e lavar em água corrente fria por pelo menos dez minutos; secar
com pano limpo e procurar socorro especializado. Evitar uso de cremes,
pastas, óleos, pomadas ou qualquer outro produto. Em uma fase mais
tardia o uso local de vaselina se faz necessário para lubrificar e hidratar
o local.
Nos casos de queimaduras de II (profundo) e III graus, conduzir a pes-
soa a uma emergência médica. Na impossibilidade, certificar-se que o
socorro está a caminho.
90
7. Parada Cardiorrespiratória
Ocorre quando o coração não consegue bombear o sangue para o corpo
impossibilitando a respiração... Tem como principais causas doenças
coronarianas, choque hipovolêmico, eletrocussão, hipotermia, asfixia e
intoxicação exógena.
Deve-se verificar, primeiramente, a segurança do local. Em seguida, se
o paciente responde às solicitações verbais. Caso contrário, acionar de
imediato o serviço de emergência; conferir pulso e respiração; iniciar as
manobras de compressões torácicas até a chegada do socorro avançado;
colocar a pessoa de barriga para cima em uma superfície lisa, plana, e
a cabeça não deve estar mais alta que os pés, ficar de joelhos ao lado do
tronco da vítima, com uma das mãos no centro do osso do peito (esterno);
entrelaçar com a outra mão os dedos e realizar as compressões ritmadas
de 100 a 120 por minuto, observando a profundidade da compressão, que
deve ser de 5 a 6 cm, permitindo o retorno do tórax à posição inicial para
que o coração se encha de sangue novamente. As compressões devem
ser feitas com os cotovelos estendidos a 90° (retos) ao tronco da pessoa,
usando o próprio peso do socorrista. A cada cinco ciclos de compressões,
verificar a situação do paciente para determinar a continuidade ou não
da manobra. A pessoa, voltando a respirar, deve ser em uma posição
lateral de segurança e aguardar o socorro.
91
Referências Bibliográficas
4) BUKSMAN, S.; Vilela, A.L.S.; Pereira, S.R.M.; Lino, V.S.; Santos, V.H.
Quedas em Idosos: Prevenção. Elaboração Final: Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia. 2008. Disponível em: <https://sbgg.org.br/wp-
content/uploads/2014/10/queda-idosos.pdf>. Acesso em: 5 de mai. de 2019
92
Luiz Felipe Figueiredo
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• Fisioterapeuta
• Educador Físico
93
Doenças Neurológicas e Demência Senil
Este capítulo visa abordar algumas das principais desordens neurológicas
que acometem o idoso, a Doença de Parkinson e as Demências. O intuito
deste texto é informar ao leitor a respeito da doença, dos tratamentos
disponíveis da prevenção. Este texto, em hipótese nenhuma, pode subs-
tituir a consulta ao profissional de saúde adequado.
As desordens neurológicas são doenças que acometem algum ou alguns
componente(s) do que chamamos de sistema nervoso (SN), área do nosso
corpo responsável por interpretar todos os estímulos que recebemos
do meio ambiente, como perceber se o copo está quente ou frio, a ca-
pacidade de tocar em uma caneta e identificá-la, entre outras funções
vitais. Chamaremos essa parte de sistema nervoso central (SNC), que é
constituído pelo cérebro e pela medula espinhal. Por outro lado, outros
componentes do SN, como neurônios musculares, são responsáveis por
dar o estímulo para o músculo contrair. Chamaremos essa parte de sis-
tema nervoso periférico (SNP). As duas grandes patologias que iremos
descrever acontecem no SNC.
1. Doença de Parkinson
Iniciaremos pela doença de Parkinson (DP), a qual foi descoberta pelo
Dr. James Parkinson em 1817, em que ele mesmo descreveu uma desor-
dem com tremores de repouso. Esse tremor é o sintoma mais conhecido
dessa doença, mas iremos entender, nesse texto, que ele não é o único
sintoma(1, 2, 3).
A DP é uma doença neurodegenerativa e progressiva que leva à perda de
neurônios em uma determinada região do cérebro chamada substância
negra, nos gânglios da base. Essa região é responsável por liberar dopami-
na, um neurotransmissor atuante no controle motor(2). Até hoje a causa
da DP ainda é pouco conhecida, aceitando-se a sua relação multifatorial
com envolvimentos metabólicos, fatores ambientais, predisposição gené-
tica, e com o processo de envelhecimento. É possível, também, aparecer
casos parkinsonianos, que são uma forma secundária dessa doença que
podem ter origem em medicamentos, contaminação por pesticidas e
herbicidas ou lesões vasculares(1).
Os sinais e sintomas da DP podem ser divididos em motores e não-moto-
res. As principais manifestações motoras são 4: Bradicinesia, Tremor de
Repouso, Rigidez e Instabilidade Postural. A Bradicinesia é caracterizada
por uma lentificação dos movimentos. Esse é o sinal mais característico e
encontrado em quase 90% dos casos. Por conta disso pode ocorrer uma
94
progressão para uma incapacidade súbita e transitória do movimento,
que na marcha é conhecido como Freezing ou congelamento da marcha,
fato que pode levar muitos pacientes à queda. O tremor de repouso ge-
ralmente é a primeira manifestação, sendo encontrado em mais de 2/3
do caso, esse sintoma atinge a extremidade e mimetiza o movimento de
“contar dinheiro”, geralmente melhorando no movimento voluntário.
A rigidez muscular se dá na resistência à mobilização passiva do braço
ou perna, enquanto a instabilidade postural geralmente se apresenta
nos casos mais avançados da DP e se caracteriza pela incapacidade do
controle postural(2, 3).
As manifestações não-motoras podem se apresentar por constipação
intestinal, hipotensão postural, disfagia (dificuldade de deglutir), declínio
cognitivo e depressão, entre outras. Porém, visto que esses sintomas se
confundem muito com outras doenças e situações, ainda não é possível
diagnosticar apenas por eles(1).
O diagnóstico ainda é exclusivamente clínico e por exclusão de outras
causas dos sintomas(1, 2, 3). O Tratamento da DP ainda é dividido como
neuroprotetor e sintomático. A primeira tem por objetivo retardar a
progressão da doença, com intuito de preservar os neurônios ainda exis-
tentes com medicações antioxidantes, sendo avaliadas e prescritas pelo
médico que acompanha. O tratamento sintomático visa medicações que
interagem nas atividades dopaminérgicas, como Levodopa/carbidopa,
que é o mais utilizado na ação dopaminérgica. No entanto, pacientes que
fazem uso dessas substâncias podem apresentar flutuações conhecidas
como on/off, em que on representa o estado de mobilidade que, quando
afetado por uma perda súbita da quantidade de levodopa no organismo,
entra em um estado off=imobilidade, o que durante a marcha gera o
congelamento(1).
Terapias não medicamentosas são essenciais para a qualidade de vida
dos pacientes com Parkinson. Uma recomendação da academia europeia
de neurologia sugere a fisioterapia, principalmente com exercícios que
utilizam pistas externas, como sinalizadores no chão ou marcadores
auditivos, pois a marcha precisa receber uma atenção maior visto que
costuma ser a principal queixa dos pacientes. Logo, as pistas auxiliam
para menores episódios de congelamento(3).
Tornar-se mais ativo também é um papel importante tanto no tratamento
quanto na prevenção, pois o exercício físico age como um fator protetor,
podendo gerar mudanças no tecido neural. A oxigenação provinda do
exercício auxilia para a neuroplasticidade e aumento de células dopami-
nérgicas. Os estudos com portadores de Parkinson demonstram benefí-
cios não só nos aspectos motores, mas também nos aspectos cognitivos,
psicológicos e emocionais em pacientes nas fases iniciais da doença(4).
95
A dança pode ser ótima no auxílio ao tratamento da marcha e cognição.
Estudos demonstram que pacientes que praticam dança como apoio du-
rante a terapia podem usufruir de benefícios no caminhar e na qualidade
de vida. Outra terapia atual que pode ser empregada é a realidade virtual
e o uso de games para tornar o paciente mais ativo(4, 5). Os exergames
(games que usam movimento corporal) podem, além de oferecer os es-
tímulos físicos, também promover um desafio cognitivo de acordo com
os objetivos e interações dos games. Estudos vêm demonstrando melhora
nos aspectos motores, cognitivos, sociais e emocionais(6, 7).
2. Demência
Por ser uma doença que afeta não só o paciente, mas todos os familiares
em volta dele, os tratamentos e intervenções devem ser pautados não só
no paciente, mas também em seus cuidadores diretos. Pela incapacida-
de de muitos pacientes no que diz respeito ao autocuidado, o cuidador
responsável por ele, em muitos casos, fica sobrecarregado pela falta de
estrutura tanto do sistema de saúde quanto da sociedade no acolhimento
em meio a essa situação. Caminhada e exercício físico se tornam um
auxiliar e tanto para o cuidador. Intervenções como ioga e meditação
também auxiliam na diminuição da carga do trabalho(3, 4, 5).
Este capítulo teve o objetivo de informar um pouco mais sobre essas duas
grandes doenças neurológicas que podem acometer os idosos. O recado
importante que gostaria de deixar para você, leitor, é tornar-se o mais
ativo possível o quanto antes. O exercício físico vem sendo demonstrado
nos estudos como um ótimo agente protetor do nosso cérebro, mos-
trando que o benefício de se exercitar não é somente para o corpo, mas
principalmente para a cabeça. Não é só para prevenir, mas para tratar
as doenças neurológicas também. O exercício físico é uma importante
recomendação em qualquer etapa da vida. Nunca é tarde para iniciar
uma caminhada. Você já caminhou hoje?
98
Referências Bibliográficas
99
12) ACUTE effects of exergames on cognitive funcion of institutionalized
older persons: a single-blinded, randomized and controlled pilot study.
Monteiro-Junrio, Renato Sobral, et al. 2016, Aging Clinical and Exper-
imental Research.
100
Derick Mendes
CRBM: 34998
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profderickmendes
Canal Prof. Derick Mendes
101
O Perigo das Doenças Infecciosas na Terceira Idade
À medida que o corpo envelhece, o sistema imunológico diminui a
eficiência com a qual combate agentes causadores de doenças infecciosas,
o que deixa o idoso mais vulnerável a elas. Além disso, nessa fase ocor-
rem alterações fisiológicas, tais como: diminuição dos reflexos de tosse,
redução da espessura da pele, alterações no controle do armazenamento
de urina e esvaziamento da bexiga. Esses fenômenos podem prejudicar
parcialmente algumas defesas naturais do organismo(1).
Também são frequentemente observadas, no público idoso, doenças
crônicas como diabetes, hipertensão arterial, doenças cardíacas e pulmo-
nares. Quando uma infecção se soma a estas doenças de base, o quadro
clínico geralmente desenvolve maior gravidade devido a maior inten-
sidade da infecção ou pela piora da doença crônica que já acometia o
indivíduo(2). E quanto mais fragilizado estiver o idoso, até mesmo os
sinais clássicos de alarme (como a febre) podem falhar, fazendo com
que a infecção, muitas vezes, só seja percebida após já ter causado danos
consideráveis ao organismo(3).
Os medicamentos de uso contínuo também podem interferir na capa-
cidade do organismo de combater as infecções. Por exemplo, um idoso
que passa a utilizar corticoides regularmente após um transplante tem
maiores chances de desenvolver doenças infecciosas(4), uma vez que essas
drogas são usadas para deprimir propositalmente as funções do sistema
imunológico para não haver rejeição do transplante. Porém, como efeito
colateral, facilitam a instalação de micro-organismos nocivos.
Diante da complexidade do tema e de todas as variáveis que podem in-
fluenciar no aumento da susceptibilidade às infecções durante o processo
de envelhecimento, serão apresentadas a seguir, de forma resumida, in-
formações necessárias para o conhecimento das principais doenças infec-
ciosas da terceira idade, bem como suas respectivas formas de prevenção.
1. Gripe
Trata-se da doença causada pelo vírus Influenza. Este nome foi dado
porque inicialmente acreditava-se que o adoecimento ocorria por in-
fluência dos astros(5).
Os sinais e sintomas clássicos são: febre de início repentino, dor de gar-
ganta, dor de cabeça, tosse improdutiva (sem secreção), rinite, dor mus-
cular e mal-estar generalizado. Esse quadro geralmente dura em torno de
cinco dias, porém, em alguns casos, pode se arrastar por mais de dez(6).
Se a gripe ocorrer em um indivíduo com doenças de base, o quadro pode
evoluir para pneumonia viral ou o influenza pode diminuir as defesas do
pulmão e, dessa forma, abrir caminho para uma pneumonia bacteriana
102
secundária. E, apesar da infecção apresentar efeitos mais destrutivos em
idosos, é comum que alguns dos sinais e sintomas mais característicos,
como a febre, não sejam observados na fase inicial(7).
O vírus é altamente contagioso, pois o indivíduo infectado é capaz de
liberar muitas partículas virais ao tossir ou na coriza. Essas partículas
podem ficar em suspensão no ar (normalmente sem se dispersar muito)
ou se precipitar, contaminando superfícies(6). Como o vírus é capaz de
resistir por muitas horas no meio ambiente, isso aumenta as chances de
um indivíduo colocar a mão em um local contaminado e, momentos
depois, levar a mão ao rosto, inalando as partículas virais.
No Brasil, assim como em todo o hemisfério sul, a maioria das epidemias
ocorrem entre os meses de maio e outubro e isso ocorre por uma junção
de fatores. O primeiro deles é a redução das temperaturas, que faz com
que os vírus sobrevivam no ambiente por mais tempo(8). Outro ponto
importante a destacar é que, durante períodos frios, a população tende
a permanecer por mais tempo em locais fechados e pouco ventilados,
facilitando a transmissão de pessoa a pessoa(9). Por fim, postula-se que,
durante o inverno, indivíduos que vivam em áreas com redução da inci-
dência solar possam apresentar queda na produção de vitamina D e isso
cause redução do desempenho do sistema imunológico(10).
A melhor forma de prevenção da gripe é através da vacinação. Já foi
observado que a imunização de indivíduos acima de 65 anos está as-
sociada à queda do número de internações e de registros de pacientes
com complicações derivadas da infecção por influenza(11). Entretanto, é
cada vez maior o número dos que são resistentes à ideia de se vacinarem.
Muitos acreditam que, se estão saudáveis, a vacina é completamente
desnecessária. Outros se consideram fora de risco de aquisição do vírus.
E, por fim, a falta de conhecimento sobre a vacina gera medo e dúvidas
em relação à segurança e eficácia dela.
É comum encontrar quem acredite que a necessidade de repetir a va-
cinação todos os anos é um atestado de falta de qualidade e eficácia da
vacina. No entanto, a repetição dessa prática uma vez a cada ano se deve
ao fato de que o vírus constantemente sofre mutações(12). Ou seja, o vírus
que causa gripe hoje não será 100% igual ao que trará a mesma doença
no ano que vem. É como se ele mudasse de “aparência” de tal forma
que a resposta de defesa que o sistema imunológico havia preparado
após a vacina do ano anterior não servisse mais. Por isso, todos os anos,
pesquisadores investigam quais são as alterações mais frequentes que os
vírus circulantes pelo mundo sofreram e preparam uma nova versão da
vacina, atualizada e compatível com essas mudanças.
Com relação a segurança da vacina, a disseminação mal explicada da
informação de que a vacina contém o próprio vírus em sua composição
acaba abrindo espaço para inúmeras “teorias da conspiração”. Além
103
disso, não são poucos os que afirmam categoricamente: “a vacina da
gripe me fez ficar gripado poucos dias depois”.
Em primeiro lugar, a maioria das vacinas utilizadas contra gripe são
inativadas, ou seja, o vírus presente nelas está totalmente fragmentado
ou foi “destruído” de alguma outra forma para se produzir a vacina(11).
A lógica é que a injeção desses fragmentos em uma pessoa é incapaz de
gerar a doença nela, mas é suficiente para fazer com que seu organismo
produza anticorpos e células de defesa contra o vírus.
Em segundo lugar, a maioria dos brasileiros confunde resfriado comum
com gripe. Ambas as doenças são causadas por vírus, possuem alguns
sintomas semelhantes e as epidemias também ocorrem nos períodos
mais frios do ano. No entanto, os vírus são diferentes e a manifestação
dos sintomas também. A gripe normalmente surpreende quem se in-
fecta: os sintomas aparecem repentinamente, de tal forma que é possível
que alguém acorde bem para ir trabalhar e, em algum momento do dia,
começa a senti-los intensamente. Não há muito tempo para se preparar!
Já nos resfriados, os sintomas geralmente vão aparecendo aos poucos
e piorando gradativamente. Nesses casos, mesmo no início do quadro
clínico, é comum o indivíduo infectado tecer o comentário: “acho que
vou ficar resfriado!”. Por fim, um resfriado pode debilitar temporaria-
mente, mas não tende a evoluir para óbito. Já na gripe, casos fatais não
são incomuns. O registro mais dramático que exemplifica bem essa
informação foi a gripe espanhola, ocorrida entre 1918 e 1919, responsável
por 50 MILHÕES de mortos ao redor do mundo(13).
Como a vacina da gripe só protege contra o Influenza, mesmo após
vacinados, continuamos sob o risco de nos infectarmos com um dos
diversos vírus que podem causar resfriados. As únicas formas de ficar
gripado mesmo após tomar a vacina são: infectar-se com um vírus com
uma mutação rara e que a vacina não cubra; possuir uma deficiência
tão vigorosa no sistema imunológico que o torne incapaz de responder
à vacina; receber uma vacina que foi armazenada erroneamente ou que
estava fora da data de validade(13).
Efeitos adversos da vacina são possíveis, mas muitos deles são incomuns.
No entanto, quando ocorrem, se restringem à vermelhidão no local da
aplicação, dor muscular local (podendo vir a ser geral), febre baixa, dor
de cabeça e alergia a algum componente da vacina(11). No entanto, uma
questão deve ficar clara: a vacina contra gripe não causa gripe e é a me-
lhor forma de ficar protegido contra esse mal! Não deixe de se vacinar!
2. Pneumonias Bacterianas
Devido à redução da eficiência imunológica na idade geriátrica, algumas
bactérias podem ser inaladas, instalarem-se no pulmão e gerarem um
quadro infeccioso que comprometa o processo normal de respiração.
Também é possível que pacientes internados acabem adquirindo esses
104
micro-organismos por outras vias e, após eles atingirem a corrente san-
guínea, cheguem ao pulmão, iniciando sua proliferação até desenvolver
o quadro de pneumonia.
Entre os sintomas mais frequentes estão a febre alta (maior que 38°C),
falta de ar, tosse com produção de muco amarelo-esverdeado, mal-estar
geral e sentimento de prostração. Outro sintoma bastante comum é a
dor torácica, que ocorre quando o próprio movimento de enchimento
e esvaziamento dos pulmões já é suficiente para causar dor. Principal-
mente na população de idade mais avançada, também é comum serem
observadas alterações na pressão arterial e confusão mental(1).
Estamos frequentemente entrando em contato com bactérias que são
capazes de causar pneumonia, entretanto, o sistema imunológico resolve
o problema na maior parte das vezes. Se o idoso cuidar bem de sua saú-
de, dificilmente terá motivos para ser internado e ficar exposto ao risco
de pneumonias de origem hospitalar. De igual modo, ao se cuidar bem
(em todos os sentidos), as chances de adquirir pneumonias originárias
da comunidade também são menores.
No Brasil existe a oferta da vacina que protege contra Haemophilus in-
fluenzae tipo b(14), que é um dos agentes causadores de pneumonias. A
imunidade não dura por toda a vida, o que faz com que doses de reforço
sejam necessárias(15).
Para as pneumonias por outras bactérias, o diagnóstico correto, realizado
no início do quadro clínico e seguido de tratamento com o antibiótico
adequado, geralmente são suficientes para a cura da infecção.
3. AIDS
O aumento da longevidade do brasileiro, associado ao maior acesso às
tecnologias na área da saúde, também tem causado um prolongamento da
vida sexual, especialmente devido à possibilidade de terapias de reposição
hormonal e tratamento da impotência sexual. Esse “despertar” sexual na
terceira idade, no entanto, muitas vezes ocorre de forma imprudente. Os
motivos são diversos, sendo os principais: a falta de preocupação com o
risco de engravidar(16), dificuldade com manuseio de preservativos e/ou
sentimento de piora no desempenho sexual com o uso deles(17).
Entre as infecções sexualmente transmissíveis que têm crescido na po-
pulação idosa, a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) tem
ganhado destaque. Entretanto, vale ressaltar que sífilis, clamídia e gonor-
reia também têm se tornado um problema de saúde pública na população
desta faixa etária(18).
A AIDS é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e é
uma doença que não tem cura. O vírus (por si só) não mata, mas possui
a capacidade de debilitar as defesas imunológicas do organismo de tal
105
forma que até mesmo a mais inofensiva das infecções pode vir a se tornar
fatal. No entanto, com o tratamento fornecido gratuitamente pelo SUS, a
mortalidade dos portadores do vírus tem reduzido e, atualmente, muitos
pacientes em tratamento conseguem desfrutar de uma qualidade de vida
bastante semelhante à de pessoas não infectadas(19).
O grande desafio para o controle da doença é que o intervalo entre a
data da infecção e começo de aparecimento dos primeiros sintomas mais
evidentes da AIDS, geralmente, é de muitos anos. Durante esse perío-
do em que o indivíduo talvez sequer saiba que está infectado, o vírus
pode ser facilmente transmitido de pessoa a pessoa durante atos sexuais
desprotegidos. Outro fator complicador é que, durante a menopausa,
o ressecamento vaginal acaba facilitando a criação de pequenas lesões
durante o ato sexual que podem servir facilmente de porta de entrada
para o vírus(18).
Apesar de qualquer desconforto que a utilização de preservativos possa
causar, o idoso jamais deve abrir mão de sua utilização (inclusive para
o sexo oral), caso sua relação sexual for ocorrer com novo parceiro ou
parceira. Caso tenha ocorrido uma relação de risco, faz-se necessário
iniciar o tratamento preventivo em no máximo 72 horas e tomar a me-
dicação por 28 dias para impedir a instalação e proliferação do HIV no
organismo(20). Para saber os locais onde este serviço é fornecido, acesse:
aids.gov.br/pt-br/onde-encontrar-pep.
4. Hepatite C
Hepatite é um termo geral utilizado para designar qualquer inflama-
ção que aconteça no fígado. Essa inflamação pode ocorrer por diversas
causas não infecciosas (como uso abusivo de álcool e medicamentos) e
infecciosas (como infecção por vírus, bactérias, fungos e parasitas)(21).
Entre essa vasta lista de possibilidades de agentes causadores da doença
está o vírus da hepatite C.
Entre os sinais e sintomas clássicos das hepatites estão: dor na parte su-
perior do abdome, febre, sensação de fraqueza, mal-estar geral, perda de
apetite, icterícia (coloração amarelada nos olhos e na pele), escurecimento
da urina e fezes descoradas. No entanto, um percentual muito pequeno
dos indivíduos que se infectam manifesta sintomas no início de infecção (22).
Esse perfil mais silencioso da hepatite C faz com que a maior parte dos
portadores do vírus não saibam que estão infectados. Isso acaba não
apenas facilitando a transmissão do vírus, como também faz com que
o quadro infeccioso se arraste por muito anos, aumentando a chance
de desenvolver câncer de fígado ou outras doenças hepáticas(22).
O vírus é transmitido principalmente pelo contato com sangue infectado(23).
Como o vírus só foi descoberto em 1989(24) e só passou a ser triado em
bancos de sangue brasileiros a partir de 1993, todos os que realizaram
cirurgia, transfusão de sangue ou algum outro tipo de procedimento
106
invasivo antes de 1993 devem procurar o posto de saúde mais próximo
para realizarem teste rápido ou outro exame capaz de diagnosticar a
doença. A transmissão sexual do vírus também é possível, apesar de
não ser a via mais comum(25). No entanto, como a menopausa induz o
ressecamento vaginal, isso pode acabar facilitando o aparecimento de
lesões com sangramento tanto na vagina quanto na glande peniana. Por
esta razão, idosos estão em maior risco de aquisição de hepatite C através
do sexo desprotegido. O uso de preservativos e de lubrificantes sintéticos
auxiliam a prevenir esse problema.
Referências Bibliográficas
1) YOSHIKAWA, T. T.; Norman, D.C. Geriatric Infectious Diseases:
Current Concepts on Diagnosis and Management. J Am Geriatr Soc.
2017;65(3):631-41.
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T. A new paradigm for clinical investigation of infectious syndromes in older
adults: assessing functional status as a risk factor and outcome measure. J
Am Geriatr Soc. 2005;53(3):528-35.
3) EWIG, S.; Klapdor, B.; Pletz, M. W.; Rohde, G.; Schütte, H.; Schaberg, T., et
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multicentre study. Thorax. 2012;67(2):132-8.
4) MYSOREKAR, V. V.; Eshwarappa, M.; Lingaraj, U. Opportunistic infec-
tions in a renal transplant recipient. Infect Dis Rep. 2012;4(1):e8.
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Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP), 2008. MMWR
Recomm Rep [Internet]. 2008; (57):[1-59 pp.].
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Rev Genet. 2007;8(3):196-205.
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rapy? Int J Mol Sci. 2018;19(8).
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11) SMETANA, J.; Chlibek, R.; Shaw, J.; Splino, M.; Prymula, R. Influenza
vaccination in the elderly. Hum Vaccin Immunother. 2018;14(3):540-9.
12) WEBSTER, R. G.; Govorkova, E. A. Continuing challenges in influenza.
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13) DAMBAUGH, L. A. A review of influenza: implications for the geriatric
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14)MINISTÉRIO da Saúde. Calendário Nacional de Vacinação. Dis-
ponível em: <http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/
calendario-vacinacao2019>.
15) MSD. Vacina pneumocócica 23 - valente (polissacarídica). Disponível
em: <https://consultaremedios.com.br/vacina-pneumococica-23-valente/
bula2019>.
16) PEATE, I. Human immunodeficiency virus and the older person. Br J
Nurs. 2007;16(10):606-10.
17) LAROQUE, M. F.; Affeldt, A. B.; Cardoso, D. H.; de Souza, G. L.; San-
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18) DORNELAS NETO, J.; Nakamura, A. S.; Cortez, L. E.; Yamaguchi, M.
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20) MINISTÉRIO da Saúde. PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV). Dis-
ponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/prevencao-com-
binada/pep-profilaxia-pos-exposicao-ao-hiv 2019>.
21) BANDEIRA, D. M. Etiologias de casos de hepatites agudas e perfil epi-
demiológico dos casos de hepatite A atendidos no Ambulatório de Hepatites
Virais da FIOCRUZ. Rio de Janeiro, 1997 a 2015: Instituto Oswaldo Cruz,
FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ; 2017.
22) WHO. Hepatitis C. Disponível em: <https://www.who.int/news-room/
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23) KAMAL, S. M. Acute hepatitis C: a systematic review. Am J Gastroen-
terol. 2008; 103(5):1283-97; quiz 98.
24) FONSECA, J. C. [History of viral hepatitis]. Rev Soc Bras Med Trop.
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25) GRADY, B. P.; Prins, M.; Van der Loeff, M. S. The sexual transmission
rate of HCV among heterosexual couples. Hepatology. 2013; 58(5):1865-6.
108
Bruno Chagas
CRO-RJ: 39977
109
Medicamentos e Automedicação
Dada a importância e qualidade deste livro, irei abordar, neste capítulo,
dois temas específicos que estão em discussão entre diversos profissio-
nais da saúde. Portanto, sugiro a leitura de todos até o final deste artigo.
Será uma leitura de linguagem leve e popular, para que todos possam
entender o contexto e ficar alertas.
Devido aos fatores ambientais, socioeconômicos, limitação do acesso
à saúde básica, problemas familiares, fisiológicos e sedentarismo, além
de variações genéticas, os idosos se tornam vulneráveis, necessitando,
assim, do auxílio medicamentoso.
Contudo, as alterações gerais do envelhecimento aumentam, signifi-
cativamente, o risco de reações adversas e, consequentemente, podem
causar limitação funcional, incapacidades, retardo, internação, necroses
e até óbito. Alguns efeitos negativos de medicamentos são confundidos
com novas doenças ou atribuídos ao próprio sistema de envelhecimento.
Tendo em vista as informações acima, falarei sobre os temas Bisfosfonatos
e Automedicação. Temas estes discutidos por diversos profissionais em
todo mundo, visto que seus efeitos adversos diminuem a qualidade de
vida desta população.
1. Bisfosfonatos
Vários artigos científicos, revistas, reportagens e casos expostos em con-
gressos, abordam e revelam o crescimento em casos de osteonecrose dos
maxilares induzidos por medicamentos, uma doença desencadeada e
frontalmente associada a um tipo específico desses medicamentos. Já
ouviu falar nos bisfosfonatos? Não? Pois então vamos lá!
Outro dia, em um atendimento de rotina, me deparei com uma pacien-
te de 72 anos que apresentava queixas na região de um dente extraído
há 2 meses e o local não cicatrizava. Durante o atendimento, em uma
anamnese detalhada, a senhora citou que utilizava vários tipos de me-
dicamentos para hipertensão e osteoporose. Logo me acendeu o alerta
sobre o medicamento de osteoporose, porém ela reforçou ser apenas uma
“vitamina para o osso” (a maioria se refere dessa forma). Como eu já havia
tratado alguns casos de osteonecrose induzida por medicamentos, in-
formei a necessidade de saber o nome da tal “vitamina para osso”, e logo
veio a confirmação e surpresa: não era vitamina, e sim um medicamento
conhecido como bisfosfonatos, porém com um nome comercial. Ela refe-
riu usar há cerca de 4 anos. Pronto, praticamente fechei o diagnóstico em
110
cima dos relatos e dos exames físico e de imagem. Foi necessário entrar
em contato com a médica assistente para explicar o caso e suspender o
medicamento, além de optar pelo tratamento através de outros tipos de
medicamentos, como antibióticos; bem como pela ressecção de todo
o osso exposto, uso de oxigênio hiperbárico, laserterapia, bochechos
com clorexidina e uso tópico de iodopovidona. Como podem perceber,
é um tratamento longo e com várias abordagens e inconvenientes para
os pacientes. Cabe ainda dizer, que o tratamento é de limitação do dano
pois o osso sem irrigação sanguínea permanece com possibilidade de
novas osteonecroses.
Com o envelhecimento, aumenta a ocorrência de doenças degenerativas,
das reabilitações tardias e dos sinais de doença em fases avançadas, o que
acaba acarretando a funcionalidade e a qualidade de vida dos idosos.
Diante disso, muitos colegas da saúde prescrevem fármacos para o con-
trole, tratamento e prevenção dessas desordens. Entre as doenças mais
acometidas nos idosos, está a osteoporose. A osteoporose é cada vez mais
tratada com uso de bisfosfonatos, substâncias responsáveis por inibirem
a reabsorção e remodelação dos ossos e que, inicialmente, foram desen-
volvidas para o tratamento de neoplasias; são prescritas nas formas oral
e endovenosa. São conhecidas pelos nomes Alendronato, Ibandronato,
Risedronato, Pamidronato, Clodronato e Ácido Zoledrônico.
Muitos profissionais, e praticamente todos os pacientes que utilizam
estas substâncias, não sabem, mas este tipo de medicamento, utilizado
em longo prazo em casos de osteoporose, em tratamentos de câncer com
metástases ósseas, pode desencadear um quadro chamado de osteone-
crose induzida por medicamentos, que é a “morte” de uma região óssea
quando o seu suprimento de sangue é interrompido, o que causa dor e
colapso do osso.
Os bisfosfonatos são verdadeiramente um benefício evidente nas si-
tuações de câncer com metástase e outras desordens. Porém, em con-
trapartida, causam uma pobre qualidade de vida em função das suas
complicações bucais, como a relatada da paciente acima.
Tal fato reforça a importância de um conhecimento aprofundado sobre
sua terapêutica e como deve ser a conduta dos profissionais de saúde,
especialmente o cirurgião-dentista, em relação aos pacientes que fazem
uso desses medicamentos.
Como a área bucal tem maior potencial em atividade de remodelação
óssea, tem-se uma maior incidência de necrose óssea neste local, preva-
lência que está fortemente associada aos procedimentos dentários inva-
111
sivos, como colocação de implantes, cirurgias, utilização de próteses mal
adaptadas, traumas, fraturas e abscessos, além de outros em pacientes
sob uso de bisfosfonatos. Por isso, é extremamente importante a leitura
deste e outros artigos relacionados a este tema, para que os profissionais
da saúde, pacientes e em especial o cirurgião-dentista, saibam identifi-
car e avaliar a melhor conduta a ser tomada diante de situações clínicas
como as que descrevi.
1.1. Prevenção
Antes do tratamento com bisfosfonatos, é extremamente relevante que
o paciente seja submetido a exame da cavidade oral completa, com rea-
lização de todos os procedimentos invasivos que sejam indicados, como
extrações, cirurgias da gengiva, colocação de implantes, tratamento de
canais, eliminação de focos infecciosos, restaurações e outros. Uma boa
saúde oral deve ser almejada, antes do uso dos bisfosfonatos.
Caso seja necessária a realização desses procedimentos bucais, o início
de uso do medicamento deve ser adiado por pelo menos um mês para
permitir o reparo ósseo e cicatrização dos tecidos.
Os profissionais que prescrevem os bisfosfonatos devem informar aos
pacientes os riscos e possíveis danos causados à região bucal e efeitos
colaterais, principalmente os de uso endovenoso, pois há maior incidência
nesses casos.
Lembrando que as duas melhores maneiras de prevenir a osteonecrose
dos maxilares induzidas por medicamentos, é fazer um check-up odon-
tológico antes do início do uso dos bisfosfonatos, e caso já esteja utili-
zando este medicamento, alertar o cirurgião dentista antes de qualquer
procedimento em âmbito ambulatorial ou hospitalar.
Vale ressaltar ainda, a importância e a recomendação da realização do
teste Telopeptídeo Carboxiterminal do colágeno tipo I (CTX), para ava-
liar o risco de osteonecrose em pacientes sob utilização dos bisfosfonatos.
De acordo com a literatura, para a realização de qualquer procedimento
odontológico invasivo, esse teste deve apresentar níveis maiores do que
150 pg/mL, pois com este resultado, há menor risco de osteonecrose dos
maxilares, e diminui-se a necessidade de suspender medicação; e, quando
estes forem inferiores a 150 pg/mL, a medicação deve ser interrompida,
por um período entre quatro e seis meses.
112
2. Automedicação
113
2.1. Tipos de medicamentos mais utilizados na automedicação
115
Referências Bibliográficas
2) MEIRA HC, Rocha MM, Noronha VRAS, Aguiar EG, Sousa AA,
Rodrigues Neto DJ. Mandibular osteonecrosis associated with bisphos-
phonate use after implant placement: Case report. Revista Dental Press
Implantol. 2013 Apr-June;7(2):107-14
6) http://portal.anvisa.gov.br/rss/-/asset_publisher/Zk4q6UQCj9Pn/con
tent/abuso-de-antibiotico-estimula-superbacterias/219201?inheritRedir
ect=false
116
Cristina Gottlieb
CRO RJ: 14972
@cristina.gottlieb
@cristinagottlieb
Outro aspecto bem visível com o passar dos anos são os dentes amarelos.
Isso ocorre pelas modificações naturais na dentina e pela deposição dos
pigmentos de alimentos e bebidas sobre o dente. O idoso também pode
desenvolver estomatite a partir de uma prótese muito antiga ou mal
adaptada, e candidíase oral por má higiene bucal.
De maneira bem simples, podemos dizer que existem três tipos de ido-
sos: independentes (conseguem viver por si só, ou seja, sem auxílio de
outras pessoas); parcialmente dependentes (muitas vezes ou quase sempre
precisam do auxílio de um acompanhante); e totalmente dependentes
(não têm iniciativa própria, seja por deficiência física, seja por problemas
psíquicos e, por isso necessitam de um cuidador para auxiliá-los em sua
rotina diária).
2. Harmonização Facial
123
Cuidados Estéticos
Assim como os demais órgãos do nosso corpo, a pele, o maior órgão do
corpo humano, também envelhece. O envelhecimento cutâneo tem dois
componentes: o intrínseco, decorrente da passagem dos anos, determi-
nado principalmente por fatores genéticos, estado hormonal e reações
metabólicas; e o envelhecimento extrínseco, decorrente de fatores ex-
ternos, que levam à produção de radicais livres, tais como: tabagismo,
estresse, consumo exagerado de álcool, privação do sono, alimentação
não balanceada, poluição e o mais importante deles, a exposição solar,
responsável pelo fotoenvelhecimento.
1. Tratamento
125
1.1. Peeling
O peeling químico é uma técnica utilizada para melhorar a aparência da
pele, seja facial ou corporal. Consiste na aplicação de uma solução química
na derme, geralmente um ácido ou uma combinação desses, provocando
a sua separação, descamação e o surgimento de uma nova pele, com mais
brilho, melhor textura e mais clara.
Rugas finas, manchas, acne em atividade e suas consequências também
podem ser atenuadas com peeling.
A pele danificada cronicamente pelo sol com ceratoses actínicas também
melhora sua aparência com esse procedimento, diminuindo, inclusive, o
surgimento de câncer de pele.
O peeling químico pode ser muito superficial, superficial, médio e profun-
do. Isso vai depender do agente de peeling, da concentração do mesmo, do
número de passadas, a pressão exercida durante a aplicação e do tempo de
contato do agente com a pele. A escolha do mesmo vai depender do tipo
de pele e o que se deseja tratar. A espessura da pele do paciente também
influencia na penetração do agente de peeling. Quanto mais profundo o
peeling, maior a renovação celular e maior o tempo de recuperação.
O peeling químico pode ser precedido de um peeling mecânico (físico) –
cristal ou diamante –, para otimizar a resposta. Ou esses últimos serem
realizados como uma forma de promover uma esfoliação na pele.
Os sintomas durante a realização do peeling vão depender do tipo de pro-
cedimento realizado. Vão desde praticamente inexistentes, a leve sensação
de calor e ardência até, nos peelings mais profundos, dor, requerendo uso
de medicamentos anestésicos durante e, após o procedimento, curativo
cirúrgico.
No pós-procedimento, o período de descamação também é variável, assim
como a intensidade do mesmo.
1.2. LED
O LED, cuja tradução remete à língua inglesa (Light Emitting Diode) é uma
tecnologia que emite luz que atinge diretamente a mitocôndria celular,
estimulando o metabolismo e proliferação celular, bem como a reparação
de células comprometidas. Emite uma luz menos invasiva que o laser. É
realizado em consultório médico. Suas principais indicações são: queda
capilar, acne, regeneração cutânea pós-procedimento, dermatite sebor-
reica. Mostra efeitos benéficos no rejuvenescimento e na reparação dos
danos actínicos em peles cronicamente expostas à radiação.
126
1.3. Luz Intensa Pulsada
É recomendada para pessoas de pele mais clara, pois peles com maior
quantidade de melanina podem absorver a luz e causar efeitos colaterais
indesejados.
1.4. Ultrassom
1.5. Microagulhamento
1.6. Laser
1.7. Criolipólise
128
É um procedimento não invasivo, sem cortes, que reduz camadas de
gordura em diversas áreas, tais como: abdome, flancos, região interna das
coxas, dorso e submentoniana (abaixo do queixo). O aparelho utilizado
possui ventosas (aplicadores) de diversos tamanhos e a escolha do mesmo
dependerá da quantidade de gordura e da área corporal a ser tratada.
129
Referências Bibliográficas:
2) FILHO, C.; Santos, L.; Juberto, A.; Cunha et al. Ácido poliláctico: um
agente bioestimulador. Surg Cosmet Dermatol. 2013;5 (4):345-350.
130
Seily Saraiva
CRM: 52-52370-7
Atividades atuais:
131
Cirurgia Plástica: Como, Quando e Por quê?
A remota origem da Cirurgia Plástica se relacionava com a cicatrização
das feridas, ou seja, o tratamento de lesões causadas por pedras, flechas,
estilhaço de armas ou mordidas de animais.
Gaspare Tagliacozzi (cirurgião – 1545 a 1597) de Bologna – Itália –,
definiu Cirurgia Plástica como a arte dedicada à reparação de defeitos
congênitos ou adquiridos (para restaurar o que a natureza poderia dar e
foi tirado) e que tem como primeiro objetivo corrigir o prejuízo funcional,
mas também restabelecer a aparência para o mais próximo possível da
realidade(1). O principal propósito desse procedimento, segundo ele, não é
a restauração da beleza original, mas a reabilitação da parte em questão.
O termo “plástico” vem do grego plasticós, que quer dizer moldável(1).
Em 2013, o Brasil liderou o ranking de cirurgias plásticas. A partir de
2017, passou para o segundo lugar, atrás somente dos Estados Unidos(7).
As cirurgias mais realizadas são, em ordem decrescente, mamoplastia de
aumento, lipoaspiração, mamoplastia para modelagem ou diminuição
das mamas, blefaroplastia (cirurgia das pálpebras), rinoplastia (cirurgia
do nariz) e abdominoplastia.
Esses são dados que, na população da terceira idade, diferem quanto à
ordem, ficando as blefaroplastias em primeiro lugar, seguidas de abdo-
minoplastia, mamoplastia de redução, cirurgia de face e lipoaspiração.
Mais adiante, tecerei comentários sobre cada uma delas.
A exérese de lesões benignas e malignas não foi considerada nessa rela-
ção. São cirurgias muito comuns nessa faixa etária e devem ser analisa-
das minuciosamente. Pedimos, geralmente, um parecer da Dermatologia
para análise com o dermatoscópio. Muitas vezes, recebemos o paciente
encaminhado do dermatologista ou de outras especialidades.
O cirurgião plástico é o médico de escolha nesses casos, não só por
conhecer as linhas de força da pele para um melhor posicionamento da
cicatriz, mas também por usar as melhores técnicas para aprimoramento
da mesma e, nos casos onde há necessidade de rotação de retalhos ou
colocação de enxertos, tem a formação adequada e o conhecimento
anatômico de cada região específica.
1. Benefícios das cirurgias
No caso das pálpebras, o paciente se beneficia enormemente, muitas
vezes, apenas com a retirada da pele da pálpebra superior (a “cortina de
132
pele”, como muitos dizem). Outros relatam que passaram a enxergar
melhor depois da cirurgia porque ocorre uma natural abertura dos
olhos: “como eu era tempos atrás”, eles relatam. Corrigimos também as
várias desordens da senilidade, como a queda da pálpebra inferior, que
dificulta a oclusão correta dos olhos e que pode levar à úlcera de córnea.
O tratamento da região do abdome também é muito importante. Au-
xilia na postura ao retirarmos o peso de pele e gordura que se acumula
com a idade, muitas vezes chamada de avental. A redução das mamas
e a lipoaspiração também auxilia na sobrecarga da coluna. Segundo
dados do Ministério da Saúde, 51% da população brasileira está acima
do peso ideal.
A cirurgia de face devolve os tecidos para sua localização e retira os
excessos de pele e gordura acumulados com o tempo, com consequente
rejuvenescimento. A região da vulva também sofre muitas alterações
com o envelhecimento e vários procedimentos, como o enxerto de gordu-
ra nessa região, têm ótimos resultados. Esses são os pequenos procedi-
mentos que nós chamamos de ancilares, ou seja, que vão complementar
ou adiar a cirurgia. Muitas vezes feitos isolados, eles são ideais para
quem deseja um resultado rápido. São eles:
- Preenchimentos de rugas e sulcos, principalmente da face e mãos, que
podem ser feitos com a gordura do próprio paciente ou com produtos
à base de ácido hialurônico. Retira-se uma pequena quantidade de gor-
dura da região do mento, abdome ou região interna de coxas, que são
as áreas com mais conteúdo de colágeno. Podemos aproveitar também
o momento da cirurgia e realizar, ao mesmo tempo, os preenchimentos.
- Toxina botulínica Tipo A (BOTOX®), que irá amenizar as rugas de
expressão da região do canto dos olhos, testa, canto da boca e pescoço.
Também melhora a desidrose, que é o excesso de suor das mãos e axilas.
- Peelings de cristal ou de ácidos para descamar a região superficial da
pele e dar luminosidade à mesma.
2. Quando realizar tais procedimentos?
A média de idade dos pacientes nessa faixa etária que procuram uma
cirurgia estética é de 67 anos, realizando, igualmente, cirurgias faciais
e corporais.
A ocorrência de complicações e reintervenções não são consideradas
maiores do que em pacientes jovens.
Portanto, não existe uma idade ideal para se submeter a uma cirurgia
estética. O que vai determinar quando será a época ideal primeira-
133
mente é a(o) própria(o) paciente quando nos procura para uma primei-
ra consulta. Em segundo lugar, o clínico da família ou cardiologista
vai emitir um parecer descrevendo todas as condições clínicas e se
está autorizado ou não o procedimento. Algumas vezes é necessária
uma pequena correção. Um exemplo são os níveis de glicose: se au-
mentados, podem atrasar o processo cicatricial devido ao bloqueio ou
diminuição da circulação sanguínea. Também incapacitam as células
de defesa do organismo, que são os glóbulos brancos. Esses atacam
os micro-organismos, como vírus, fungos e bactérias que invadem
o nosso organismo. Um excesso de glicose torna essas células menos
eficazes, favorecendo uma infecção.
Manter um fluxo sanguíneo adequado também é importante no
pré-operatório e pode ser conseguido através de medidas que abaixem
os níveis de colesterol e pressão arterial, como caminhadas ou
alguma forma de atividade física diária. A dieta adequada já é um
fato bem conhecido de todos. O hábito de fumar e de tomar bebidas
alcoólicas deve ser diminuído, se possível, evitado.
O uso de anticoagulantes deve ser descontinuado em torno de uma
semana antes. Como são pacientes hígidos ou clinicamente controlados
e os procedimentos não envolvem órgãos internos, geralmente no dia
posterior à cirurgia já estarão aptos para retornarem aos seus domicílios.
Atualmente, nos comunicamos on-line com orientações, soluções de
dúvidas durante todo o pós-operatório, inclusive com o anestesista e
enfermeiros da equipe. Isso trouxe muita tranquilidade tanto para o
cirurgião quanto para o paciente e familiares.
3. Por que realizá–los?
Entre os muitos procedimentos que interferem direta ou indiretamente
nos cuidados com a saúde do idoso, a cirurgia estética ou um procedi-
mento como preenchimentos, BOTOX® ou peelings estão entre os mais
promissores.
Perdas psicológicas e afetivas são implicações comuns na velhice, as quais
aparecem, muitas vezes, em associação com manifestações somáticas
e caracterizadas pela redução da capacidade funcional, calvícies, enve-
lhecimento cutâneo intrínseco, entre outras.
Os indivíduos sujeitos às pressões da sociedade podem sofrer certas
distorções em sua imagem corporal, compulsões alimentares, levando à
obesidade, perda da autoconfiança e autorespeito, refletindo o julgamento
implícito de sua capacidade de lidar com os desafios da vida.
134
Alguns recentes trabalhos mostram altos índices de satisfação pessoal e
na vida social de idosos que se submetem a um procedimento estético.
Ao que tudo indica, foi comprovada a melhoria da satisfação pessoal e da
convivência de indivíduos que anteriormente apresentavam isolamento
social e degeneração cerebral. Ao realizarem um procedimento estético,
por mais simples que seja, o impacto em sua autoestima pode melhorar
seu bem-estar e nível de satisfação pessoal.
E a definição de autoestima nada mais é do que a qualidade de quem se
valoriza, se contenta com seu modo de ser e demonstra, consequente-
mente, confiança em seus atos e julgamentos.
Estamos evoluindo para uma era em que o envelhecimento da população
vai remodelar, inexoravelmente, o mundo em que conhecemos.
Serão necessárias mudanças na comunidade no que se refere às inter
relações pessoais, ao respeito pela população idosa e à capacidade indi-
vidualizada de ser útil na sociedade.
O desafio atual é conhecer diretamente as mudanças que já afetam a
qualidade de vida da população. Qualidade de vida é visto sob todos
os aspectos (físico, emocional, psicológico, espiritual e social ) que
têm importância de modo individual para todas as pessoas prin-
cipalmente na velhice.
A presença de mais comorbidades (doenças associadas) não se constitui
como um fator impeditivo para a realização de cirurgia estética, por ser
considerada historicamente como um procedimento seguro.
As idosas consideram, de acordo com estudos, que a cirurgia estética
traz, principalmente, benefício próprio (92%), mais segurança com a
autoimagem (84%), e influencia na vida social (64%).
Assim, conclui-se que são procedimentos puramente estéticos, mas que
têm a capacidade de auxiliar no restabelecimento da saúde física, me-
lhora postural, bem-estar psicológico com reintegração na sociedade.
O benefício é claramente visto com relatos do próprio paciente e da fa-
mília e amigos que o acompanham nas revisões. Normalmente, as frases
que mais escutamos são: “Dra., se soubesse teria feito há mais tempo”;
“Muito obrigada por me devolver alguns anos da minha juventude”;
“Ela(e) está muito mais participativo e feliz”.
135
Referências Bibliográficas
8) LIMA LCV, Vilela WV, Bittar CML. Entrevista com idosos: percepções
de qualidade de vida na velhice. Invest. Qualit. Saúde. 2016; 2: 57-65.
136
José Wilson Frascareli
CRM/SP: 150.758
jw_frascareli@hotmail.com
137
Transtornos do Sono
O sono é definido como um conjunto de alterações comportamentais e
fisiológicas que ocorrem de forma conjunta e em associação a atividades
elétricas cerebrais reversíveis à estimulação.
Segundo Rodrigues et al. (2012):
É um estado de consciência complementar ao da vigília, e independente da
idade, o sono restaurador é essencial para o bem-estar físico e emocional. O
processo de envelhecimento em si gera mudanças em suas características e sua
desestruturação pode acarretar doenças e originar problemas orgânicos e sociais
ao paciente(7).
Envelhecimento
138
Principais alterações no sono do idoso:
1. Insônia
139
2. Síndrome das Pernas Inquietas
140
5. Transtornos do Ritmo Circadiano
Diversos são os transtornos do sono nos idosos que podem levar a im-
pactos negativos em seu cotidiano, bem como predispor a outros tipos de
doenças. É essencial que na presença de qualquer alteração no padrão do
sono se procure ajuda médica especializada para o correto diagnóstico
e tratamento mais precoce, evitando, assim, possíveis complicações e
prejuízos na vida do idoso.
141
Referências Bibliográficas
142
Joana Conte
CRP: 05-49484
(21) 99937-6879
baptista.joana@yahoo.com.br
@psicologiaemmov
Psicologia em Movimento
143
Expectativas e Frustrações
Embora tenha visto passar uma idade decente
O homem às vezes pode ainda desejar o mundo
Sófocles
145
De fato, não só a idade, mas a própria personalidade de cada um pode ser
determinante na maneira através da qual esses idosos, velhos ou jovens,
procurarão preencher seus vazios e expectativas. Por óbvio, irritação,
cansaço e tristeza podem estar mais presentes, principalmente nas fases
adaptativas. Mudanças de status, moradia e convivência nem sempre
serão bem recebidas, e isso se agrava se forem involuntárias. O ideal é
que a própria pessoa se conscientize do seu momento de vida, aspirações
e demandas e busque, por si mesma, as reorganizações necessárias ao seu
bem-estar, qualidade de vida e felicidade. O chamado bom envelhecimen-
to requer participação ativa daquele que o atravessa, transformando-o
em responsável (ou corresponsável, no caso de haver qualquer limitação)
por uma transição e subsistência saudáveis.
146
Isso acaba por trazer um ganho secundário importante para o idoso,
uma vez que ele se sente pertencente ao sistema, evitando novas perdas
e sofrimentos, assumindo um papel menos arriscado, mas, ao mesmo
tempo, sem perspectivas suficientemente motivadoras ou excitantes,
colocando-se como incapaz de explorar e se abrir para o novo, como se
não fosse mais possível (ou permitido), a essa altura, fruir do ócio criativo,
bem como das inúmeras possibilidades dele decorrentes.
Assim, como se não bastassem as pressões externas, sentimentos de culpa
e de inadequação podem levar ao engessamento psicológico e emocional
do idoso, causando ou agravando sintomas físicos e mentais próprios
dessa fase.
O segredo, então, repousa em uma autoanálise cuidadosa e gentil, aliada a
um levantamento realista das possibilidades e capacidades: mental, física
e financeira. A aceitação das mudanças inevitáveis e o desempenho sere-
no dos novos papéis assumidos são fundamentais a um aproveitamento
integral dessa nova etapa. Não existe um modo correto de envelhecer,
assim como não há uma forma certa de viver. Existe sim, a maneira de
cada um. Segundo Pollock, citado por Viorst, J. (2005),
A percepção básica consiste em reconhecer que partes do nosso eu que existiam
antes, ou que se esperava possuir, não são mais possíveis. Libertando-se da
lamentação pelo eu mudado, pelas pessoas perdidas, pelas esperanças e aspira-
ções não realizadas, bem como dos sentimentos por outras perdas e mudanças,
aumentamos a aptidão para encarar a realidade como ela é e pode ser. A ‘libe-
ração” do passado e do inatingível ocorre, então. Surgem novas sublimações,
interesses e atividades. Pode haver novos relacionamentos... O passado pode se
tornar realmente passado, distinto do presente e do futuro. Surgem sentimentos
de serenidade, alegria, prazer e entusiasmo(7).
147
Referências Bibliográficas
148
Erica Jares
CRP: 24311/05
(21) 96800-9999
erica_jares@hotmail.com
@psicologaericajares
psicologaericajares
www.ericajares.com.br
• Psicóloga Clínica
149
Ansiedade e Depressão
O excesso de informações, preocupações, concorrência do mercado de
trabalho, estresse, violência e acontecimentos cotidianos são alguns fa-
tores externos aos quais o indivíduo é submetido, e que exigem uma
maior adaptação e resiliência para evitar transtornos emocionais, como
ansiedade e depressão. Essas situações podem servir como gatilhos e
causar prejuízos na vida do indivíduo. A forma de lidar com isso, vai
depender da capacidade de como ele percebe e interpreta essas situações
e de como lida com as mudanças e as frustrações. A forma de pensar a
respeito de alguma situação vai definir as emoções e os comportamentos.
Muitos pensam que a ansiedade e a depressão são quadros opostos. Elas
têm, sim, a sua diferenciação, porém quem tem ansiedade pode desen-
volver a depressão.
Algumas vezes a ansiedade e a depressão andam juntas. Entretanto, é
importante entender a diferença entre elas.
1. Compreendendo a Ansiedade
Muitas situações enfrentadas ao longo da vida ativam determinadas
emoções sempre que a mente avalia contextos como ameaçadores ou
perigosos. A reação que o organismo vai ter ao se deparar com esses
eventos chama-se ANSIEDADE.
A predisposição genética, a influência de fatores ambientais ou emocio-
nais gerados por crenças formadas ao longo da vida fazem com que o
indivíduo seja mais susceptível a desencadear o transtorno.
Nem sempre a ansiedade é ruim. Ela também tem seu lado bom e saudável.
A ansiedade é saudável quando prepara o indivíduo para enfrentar os
medos e as dificuldades e para reagir aos problemas, incentivando a
realização de tarefas importantes, permitindo-o, assim, lidar com os
desafios, motivando e melhorando o rendimento e a adaptação social.
Contudo, quando a ansiedade é excessiva a ponto de paralisar o indiví-
duo, dificultando o enfrentamento de situações “que lhe pareçam difí-
ceis”, causando descontrole, reações fisiológicas e comportamentos de
fuga ou de evitação, pode-se dizer que este é o estágio em que a ansiedade
é patológica.
150
A ansiedade causa no indivíduo sintomas psicológicos e/ou físicos que
surgem através de pensamentos automáticos disfuncionais, ou seja, pen-
samentos distorcidos, tidos como verdades absolutas acerca de deter-
minada situação. Ex.: O indivíduo é chamado na sala do gerente para
uma reunião e a primeira coisa que passa pela sua mente é que será
demitido. Nesse momento começa a ter alguma emoção desagradável,
como medo ou angústia, ou ainda alguma reação fisiológica indesejada,
como taquicardia.
Existem vários sinais e sintomas característicos da ansiedade. Tais como:
a) Sintomas físicos da ansiedade
Falta de ar; taquicardia; sudorese; dores de cabeça; náuseas; tensão mus-
cular; respiração ofegante; sensação de desmaio; tremores; diarreia; ton-
turas; dor no peito etc.
b) Sintomas psicológicos da ansiedade
Apreensão, medo, angústia, inquietação, irritabilidade, tensão, nervosis-
mo, dificuldade de concentração, pensamentos acelerados, descontrole
dos pensamentos, agitação motora, preocupação exagerada, insônia etc.
Segundo Beck, A. (1976) apud Beck J.S. (2013) “os pacientes tendem a
cometer erros persistentes no seu pensamento. Frequentemente, existe
uma tendência negativa sistemática no processamento cognitivo de pa-
cientes que sofrem de algum transtorno psiquiátrico”(4).
Ao identificar tais pensamentos e crenças disfuncionais, o indivíduo
deve reestruturá-los cognitivamente, questionando estes pensamentos,
buscando evidências a respeito das interpretações dos eventos e identi-
ficando os erros cognitivos.
De acordo com Leahy (2011), “as pessoas ansiosas costumam ter ma-
neiras de pensar típicas, denominadas como distorções cognitivas ou
erros cognitivos”(6).
Os erros cognitivos são distorções encontradas nos pensamentos auto-
máticos disfuncionais.
Pessoas ansiosas tendem a ter como erros cognitivos mais característicos:
a) Catastrofização: o indivíduo prevê negativamente o futuro, acreditan-
do que algo de terrível irá acontecer, sem levar em consideração qualquer
outro resultado provável. Ex.: “O meu namorado não atende aos meus
telefonemas. Deve estar me traindo!”
151
b) Leitura mental: o indivíduo acredita saber quais são os pensamentos
e intenções dos outros. Ex.: “Ele está vendo que estou nervosa e acha que
eu não sei nada deste projeto.”
152
- Praticar o Mindfullness, meditação baseada na atenção plena;
- Estar focado no momento presente;
- Alimentar-se bem;
- Reduzir o estresse diário;
- Dedicar um tempo para si e para o lazer;
- Confiar mais em si mesmo;
- Criticar-se menos.
2. Compreendendo a depressão
Ela tem alto impacto na vida do paciente e de seus familiares, com com-
prometimento nos aspectos sociais, ocupacionais e em outras áreas de
funcionamento.
153
É importante distinguir a depressão da tristeza. Todas as pessoas lidam
com a tristeza, mas logo encontram uma forma de superá-la.
155
- Alimentar-se bem. Uma alimentação saudável é um passo importante
para a recuperação;
- Alongar-se todos os dias ao acordar;
- Fazer uma lista de tarefas, com metas e objetivos diários;
- Fazer uma lista de atividades que gere prazer e motivação. Devagar,
cumpra cada uma delas;
- Observar a beleza nas pequenas coisas. Observe as coisas simples do
dia a dia;
- Praticar uma dança. Além de melhorar a autoestima, é o exercício físico
mais benéfico para evitar qualquer tipo de demência;
- Evitar pensamentos negativos;
- Fazer uma lista de gratidão todos os dias;
- Dormir bem.
Referências Bibliográficas
156
Érica Rambalde
(21) 97045-8411
erica@sexydelicia.com.br
@ericarambalde
erica.rambalde
158
Vivemos em um país onde a cultura transmitida pelas gerações ante-
riores, ainda está muito presente. Na época dos nossos avós, não havia
diálogo sobre a sexualidade nas famílias. E ainda hoje, nota-se que em
muitos lares, os pais, por vergonha ou falta de tempo, deixam que os
meios de comunicação instruam seus filhos. Quando não se compreende
um tema, inicia-se um ciclo de preconceitos.
Até pouco tempo atrás, ainda se acreditava que por volta dos cinquenta
anos o declínio da função sexual era inevitável devido à menopausa fe-
minina e à instalação progressiva das disfunções da ereção masculina.
Além disso, a atividade sexual através do tempo foi perdendo seu objetivo
de procriação e, portanto, sua justificativa social. A concepção pioneira
de Freud (1905/1969), afirmando o prazer como objetivo da sexualidade
humana, liberou-a da obrigação única e exclusiva para reprodução(4). A
159
tese de Freud veio sendo confirmada com a emergência do conceito de
saúde sexual e com a dissociação progressiva do conceito de reprodução,
o que coloca em evidência a autonomização da vida sexual e sua impor-
tância para a realização e o bem-estar dos indivíduos durante toda a vida.
160
As perdas mais frequentemente vividas pelos idosos estão relaciona-
das com os papéis, expectativas e referências ao grupo social. Essas per-
das podem ameaçar a integridade da pessoa idosa e, em alguns casos,
levar à depressão, ansiedade, reações psicossomáticas, afastamento e
descompromisso.
Podemos citar a atividade física regular como uma das principais aliadas
na obtenção de uma vida sexual saudável. É comprovado que as pessoas
que praticam atividade física regular em todas as faixas etárias da vida
têm mais disposição e se mantêm ativas sexualmente por mais tempo. O
exercício é tido como fundamental para a promoção de um bom estado
de saúde, tanto a nível físico quanto psicológico. O exercício pode aumen-
tar o bem-estar, reforçando a autoestima e a autoconfiança das pessoas.
Com isso, há uma maior satisfação em relação ao corpo, aumentam os
sentimentos de realização e autoeficácia e, além disso, a atividade social
associada ao exercício físico conduz a uma melhoria de apoio social e
sensação de pertencimento.
161
A família tem papel crucial no apoio aos que chegam na idade madura
para que se sintam seguros e possam exercer sua sexualidade de forma
natural e saudável. Observa-se que, para muitas famílias, é mais fácil
ignorar a sexualidade do idoso. Os familiares tendem a considerar que
o comportamento afetivo já não faz mais parte da vida de seus pais e
avós. Ocorre uma inversão dos papéis familiares: os pais, que sempre
vigiaram as ações dos filhos, na velhice são os que passam a ser vigiados,
porém esse controle das ações, das atividades e até mesmo dos relaciona-
mentos afetivos sob o olhar da família, que subjuga os sentimentos dos
seus idosos, contribui para que muitos negligenciem e até abandonem
sua vida afetiva, podendo causar diversos problemas de saúde físicos e
psicológicos.
162
Referências Bibliográficas
163
12) NÉRI, A. L. (Org.). Qualidade de vida e idade madura. São Paulo:
Papirus, 1993.
164
Priscila Tosta
CRM/SP: 138995
Pri.tosta@hotmail.com
165
Autoconhecimento e Espiritualidade na Saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como “um estado
de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de
afecções e enfermidades”(11).
Sabemos que atualmente os casos de doenças relacionadas ao estado emo-
cional/mental, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, entre
outras, vêm aumentando consideravelmente no mundo. O que pode estar
acontecendo para esses números serem tão elevados? Um dos pontos é
o fato de estarmos vivendo em um padrão de alta exigência em diversos
setores de nossas vidas. Não é incomum pessoas iniciando com quadro
de Burnout (síndrome do esgotamento profissional) e, mesmo assim,
sendo exigidas ao extremo em seu trabalho, ultrapassando seus limites.
Observamos também, como acontece com muitos, que pessoas perdem
a importância, conforme vão envelhecendo. Esse fato pode ser uma das
causas dos idosos se sentirem inúteis e se excluírem do convívio social,
além dos inúmeros casos de maus tratos que sofrem. Outro ponto que
sobressai é a busca pela beleza “perfeita”, que faz com que muitas pes-
soas se submetam a procedimentos exagerados. Esses e muitos outros
fatores refletem a forma como estamos vivendo e nos distanciando de
nossa essência, comprometendo o nosso bem mais precioso: a saúde.
E você deve estar se perguntando de que forma podemos reverter esse
quadro? A humanidade é composta de um todo, mas para que a mu-
dança comece, você deve tomar a iniciativa. De que forma? Através do
autoconhecimento.
Somente após você se conhecer é que irá compreender porque sua vida
está fluindo para determinados caminhos, sejam eles bons ou ruins, e
quais são suas ferramentas internas para tomada de decisões. São fer-
ramentas à base de amor, medo, raiva, vingança? Por exemplo, ter uma
atitude baseada no medo de ser rejeitada faz com que você sempre se co-
loque em segundo plano. Com o tempo, isso vai prejudicando sua saúde
mental e, às vezes, até física. Com a saúde mental prejudicada, além de
tudo parecer mais difícil, o nosso corpo pode transformar essas emoções
em sintomas físicos, causando, por exemplo, a dor total. Dor total é a dor
que abrange não somente o campo físico, mas também emocional, espi-
ritual e social(4). Portanto, a dor pode ser uma manifestação proveniente
das outras esferas citadas. E esse pode ser o motivo de esse sintoma não
cessar mesmo com o tratamento medicamentoso, pois somente tratará
o físico. Por isso a importância de sabermos a raiz do problema, o que
nem sempre é fácil.
166
Muitas vezes nem mesmo o próprio indivíduo que está em sofrimento
entende que aquele sintoma pode estar sendo gerado por suas emoções.
E a busca pelo autoconhecimento possibilita reconhecer essas situações.
Através dessa nova percepção sobre si, você terá a oportunidade de iden-
tificar e transformar várias características desagradáveis que te impe-
dem de ser próspero. Por exemplo, há pessoas que se mantêm em uma
situação, mesmo que estejam sendo afetadas por ela. E ao perguntarmos
por que continua vivenciando isso, é comum ouvirmos uma resposta,
responsabilizando outras pessoas. Na verdade, a pergunta deveria ser
reformulada para: o que TE IMPEDE de sair dessa condição que te faz
mal? Será que é medo de ser vista como uma pessoa fraca? E nesta situa-
ção, investigar e tratar o porquê a pessoa tem medo de ser vista como
alguém fraco e/ou por que a opinião dos outros é tão importante a ponto
de fazê-la permanecer nesta condição seria uma das formas de conseguir
com que ela se desvincule dessa situação, sem gerar sentimentos que com
o tempo podem somatizar (queixas físicas que não revelam enfermidade
orgânica) como a dor total. Portanto, esse trabalho de autoconhecimento
faz com que você pare de se vitimizar e responsabilizar os outros pelos
desagrados que acontecem com você e enxergue que o real motivo de
seus problemas está sendo gerado por você mesmo. Desse modo é possível
nos transformar e eliminar conceitos limitantes que nos impedem de
ter uma vida mais harmônica e saudável. Então, além de procurar um
profissional qualificado e com visão ampla sobre a integralidade do ser
humano, é importante que você cuide de sua saúde mental.
Existem diversas formas para esse cuidar, sendo uma delas através da
espiritualidade e religiosidade. Atenção: espiritualidade não é sinônimo
de religiosidade. São termos distintos, mas que podem ser praticados em
conjunto. Espiritualidade é a “busca pessoal por entender as respostas
às questões fundamentais sobre a vida, sobre o significado e sobre a
relação com o sagrado ou transcendente, que podem (ou não) levar ou
surgir do desenvolvimento dos rituais religiosos e da formação de uma
comunidade” (King, 2009, p.1). E a religião é um “sistema organizado de
crenças, práticas, rituais e símbolos destinados a facilitar a proximidade
com o sagrado ou transcendente (Deus, poder superior ou verdade /
realidade suprema)” (King, 2009, p.1). É uma das diversas formas que
a espiritualidade se expressa. Dessa forma, existem muitas pessoas não
religiosas e com grande espiritualidade, como pode ser o caso de ateus
(ausência de crenças em divindades), assim como pessoas muito religiosas
e com pouca espiritualidade.
A espiritualidade pode ser fortalecida de várias maneiras: leituras edifi-
cantes, práticas religiosas, terapias que abrangem uma visão integral do
ser humano, entre outras.
Estudos mostraram que pessoas que fazem práticas religiosas ou es-
pirituais usam menos serviços de saúde por terem um estilo de vida
167
mais equilibrado e serem mais saudáveis, além de ajudar a lidar com a
ansiedade, medo, raiva, frustrações, insônia, depressão, entre outros, e,
assim, melhorando a saúde mental(10).
Para entendermos de que forma essa mudança pode melhorar sua saúde
citarei alguns estudos. Um deles avalia a relação entre envelhecimento e
encurtamento de telômeros. Telômeros são estruturas encontradas nas
extremidades dos nossos cromossomos e têm como função proteger o
material genético carregado por eles. À medida que as nossas células se
dividem para se multiplicar e, por exemplo, regenerar os órgãos, esses
telômeros vão encurtando. Até que, em um dado momento, a célula com
telômero muito encurtado perde sua funcionalidade e morre ou fica
vulnerável às instabilidades genéticas, podendo gerar doenças(6). Esse é
um processo natural, porém alguns estudos sugerem que outros fatores
podem acelerar este processo. Por exemplo, uma publicação observou
que homens mais hostis tendem a ter telômeros mais curtos, assim como
o estresse, tanto fisiológico quanto psicológico, também pode provocar
o mesmo efeito(3). Portanto, hostilidade e/ou estresse podem provocar
um aceleramento do envelhecimento celular. Por outro lado, o primeiro
artigo citado também sugere que pessoas que praticam meditação têm
um telômero mais espesso, mostrando a importância da meditação que,
além de ter esse efeito positivo nessa estrutura, também ajuda a melhorar
diversos componentes emocionais(6). Também houve outro estudo que
observou que mulheres que frequentavam locais de práticas religiosas
pelo menos 1x/semana tiveram 33% menor taxa de mortalidade geral
em comparação com aquelas que não frequentavam(9).
E, por último, um artigo avaliou o efeito do mantra (om-mani-padme-
-hum) e da Ave Maria sobre a respiração, pressão arterial e velocidade do
fluxo cerebral em comparação com o indivíduo em respiração espontânea
e respiração controlada (6 reparações por minuto). Durante a recitação
do mantra e da Ave Maria, a respiração ficou mais lenta e regular e
com sinais cardiovasculares mais sincrônicos, além do fluxo sanguíneo
cerebral ficar mais organizado e com consequente melhora da perfusão
cerebral, sendo esse último mais evidente na recitação da Ave Maria(2).
Então, diante do que foi exposto, percebemos o quanto nossas emoções
e pensamentos podem prejudicar o bom funcionamento do nosso or-
ganismo e levar a sérios desequilíbrios orgânicos. Isso nos mostra que
para ter uma boa saúde não basta apenas fazer atividade física e ter uma
alimentação saudável, é preciso cuidar diariamente da saúde mental. Faça
atividades que tragam bem estar e elevem os seus pensamentos. Tenha
pensamentos saudáveis e retire os tóxicos. Pratique o autoconhecimento.
Trabalhe a espiritualidade e as crenças que impedem a sua expansão
de consciência. Tenha uma vida equilibrada com mais conhecimento e
menos medicamento.
168
Referências Bibliográficas
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d?term=%22Anderson%20DE%22%5BAuthor%5D” DE., McNeely JD.,
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Andrheya Dória
CRA-RJ: 20-73568
(21) 97398-7398
andrheyadoria@yahoo.com.br
@andrheyadoria / @capitaldobem
Andrheya Dória
Andrheya Dória
• Administradora
• MBA em Gestão Financeira, Auditoria e Controladoria pela FGV
• Pós-graduanda em Educação Financeira pela Universidade do Oeste
Paulista - UNOESTE
• Empreendedora
• Educadora e Planejadora Financeira
• Mentora de Negócios (certificada e associada a ABMEN)
• Mais de 20 anos de experiência no mercado nas áreas adminitrativa e
financeira em empresas nacionais e multinacionais
• CEO/ FOUNDER na Empresa Capital do Bem - Educação Financeira e
Empreendedorismo, ajuda pequenos negócios, através de Treinamentos
e Mentorias de Negócios
• Criadora do projeto Café e Negócios para Elas, com o objetivo de
fomentar o empreendedorismo feminino
• Atua em projetos para a terceira idade estimulando a educação finan-
ceira e empreendedorismo, através de palestras e oficinas.
171
Saúde Financeira e Aposentadoria
172
Então, se você pretende ter uma aposentadoria com qualidade de vida,
tem sonhos e metas para alcançar – e sonhos demandam recursos - pre-
pare-se para se organizar financeiramente o mais rápido possível. Só
assim obterá os resultados desejados para a tão sonhada aposentadoria.
173
o que se deve eliminar ou adicionar. Conseguir chegar aos objetivos
traçados, entretanto, não é algo que acontece por si só. Ele é resultado de
uma vida de dedicação e de atenção com as finanças, e nunca é tarde para
começar, mas quanto mais cedo melhor. Quanto maior for o sacrifício,
melhores tendem a ser os resultados.
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A vida produtiva tem várias fases, cada uma apresenta seus desafios.
Através do planejamento, é possível identificar as oportunidades e difi-
culdades de cada uma e definir, antecipadamente, estratégias para en-
frentar cada situação. Para planejar é preciso partir da renda que se tem
e estabelecer as prioridades no orçamento. Alguns passos devem ser
seguidos, como liquidar as dívidas; começar a poupar e preparar uma
reserva financeira; planejar o futuro; quitar financiamento imobiliário;
enfim, pensar na família, continuar a poupar, mas não deixar de apro-
veitar a vida.
4. Investimentos
175
5. Segunda carreira profissional, manter a mente ativa e ajuda financeira
Manter a mente ativa é um status quo para uma aposentadoria com quali-
dade de vida. Para quem já se planejou financeiramente ao longo da vida,
é aproveitar; e para quem não se preparou para este momento, é pensar
em algo que gosta de fazer, pode ser até um hobby, e avaliar como ganhar
dinheiro com prazer, fazendo o que gosta para manter o padrão de vida.
Atualmente a aposentadoria não representa inatividade, muito pelo con-
trário. Pela necessidade de complementar a renda ou fazer algo que lhes
traga prazer, pessoas com mais de 60 anos buscam oportunidade para
empreender. Pesquisas mostram o aumento de idosos ativos no mercado
de trabalho e também nas faculdades. Não existe idade para aprender e
empreender. Empreender é para vida!
No ano passado, mais de 15,5 mil pessoas com mais de 60 anos se ins-
creveram no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O aumento
é progressivo. Há cinco anos, o número de inscritos era 70% menor(4).
Sabemos que houve um aumento na expectativa de vida, mas a busca
não está somente na longevidade, e sim no alcance de uma qualidade
de vida que permita aproveitar ao máximo a melhor idade. A verdade
é que todo mundo quer viver mais, mas ninguém quer se tornar, nesse
ciclo de vida, uma pessoa doente ou improdutiva.
Na nossa cultura a produtividade está relacionada à força de trabalho.
Mas hoje esse cenário está mudando. As pessoas que se aposentam bus-
cam por longevidade, uma qualidade de vida melhor e participam de
novas atividades. A tecnologia também não é mais um problema, pois
essa barreira está se rompendo por conta da facilidade na utilização das
ferramentas que antes exigiam maior habilidade. Os empreendedores
mais velhos sabem da necessidade de estarem conectados e o quanto
essa conexão é importante e fundamental para os negócios. É importante
também participar de alguns grupos de interesse, não deixar de estudar
para manter-se atualizado, estar aberto a colaborações e parcerias e ao
compartilhamento de informações e troca de experiências. O aposentado
é um profissional de conhecimento; mais do que isso, de sabedoria.
De acordo com a pesquisa Empreendedorismo na 3ª Idade, realizada
pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae),
no geral, são quatro os motivos que levam uma pessoa com 60 anos ou
mais a continuar empreendendo ou mesmo iniciar neste caminho: ter
uma fonte de renda ou complementar a renda familiar; identificação
de uma área ou segmento bom para investir; questões pessoais (mais
independência, qualidade de vida e liberdade); e concretização de um
sonho, objetivo ou vocação(7).
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O levantamento ainda demonstra que 40% dos entrevistados resolveram
montar um negócio próprio após os 60 anos. Dentre os pontos positi-
vos dessa empreitada, eles disseram trabalhar com o que gostam (18%);
poder aprender sempre com os erros e acertos (14%); e ter a sensação
de satisfação por alcançar os objetivos (14%). Os negativos foram: ter
que assumir sozinho as frustrações e os fracassos (15%); pagar impostos
(13%); e correr riscos (11%)(7).
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Referências Bibliográficas
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