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Por outro lado, o conceito de cliente deve abranger todos os que são afectados pela qualidade
do produto, processo ou serviço:
Clientes
Utilizadores
Fornecedores
Colaboradores
Ambiente
Podemos então considerar que a qualidade de um produto ou serviço fornecido por uma
organização passa pela satisfação das necessidades de todos os clientes e partes
interessadas.
Desta forma poderemos considerar que, a satisfação de requisitos associados ao produto ou
serviço e à sua utilização, poderão contribuir para uma “maior Qualidade” desde que contribuam
para uma maior satisfação dos clientes e de todas as partes interessadas.
Ao refletir sobre que requisitos poderão contribuir para a satisfação dos clientes, poderemos
facilmente concluir que, dependendo dos clientes, poderemos ter que considerar um vasto
conjunto de requisitos para atingir a Qualidade desejada dos produtos e serviços fornecidos.
REQUISITOS DO
CLIENTE
REQUISITOS LEGAIS
E REGULAMENTARES REQUISITOS
TÉCNICOS
QUALIDADE
REQUISITOS REQUISITOS DE
DO SERVIÇO UTILIZAÇÃO
REQUISITOS DE REQUISITOS DE
SEGURANÇA EMBALAGEM
Como é do conhecimento geral, até ao século XIX a produção era essencialmente artesanal,
estando o conceito de Qualidade limitado à percepção do próprio artesão que controlava o seu
próprio produto. Estávamos portanto perante um sistema que assegurava a qualidade dos
produtos e serviços com base no AUTO-CONTROLO. Na verdade este tipo de organização do
trabalho permitia (obrigava) que o artesão executasse o seu trabalho e que também o controlasse,
para que os seus clientes o apreciassem. Facilmente constatamos que para o seu sucesso, a
percepção da Qualidade do produto ou serviço por parte do seu cliente teria que ser semelhante à
sua própria.
A Revolução Industrial deu origem à produção em série, o que implicou que cada “artesão”
passasse a executar uma única tarefa específica duma série de tarefas que constituíam as linhas de
produção características das empresas que adoptaram este tipo de organização. Com este facto,
os trabalhadores deixaram de controlar o seu próprio trabalho por duas razões principais: o facto
de não terem possibilidades de o fazerem em termos de tempo de execução das tarefas, estando
inseridos numa linha de produção em série; e também porque geralmente não estão em contacto
com o resultado final da execução dos trabalhos, a não ser os que executam as suas tarefas
específicas no final da linha de produção.
Este facto promove a necessidade das organizações criarem uma nova função específica: a de
Controlador da Qualidade. Este tem por função controlar a execução das tarefas ao longo das
linhas de produção, assegurando em pontos específicos que o produto possui as características
desejadas e que, portanto, as tarefas estão a ser correctamente executadas.
Desta forma, a função Qualidade na empresa passa a estar integrada na estrutura da própria
empresa, deixando de estar associada ao executante, mas limitada ao nível do sector produtivo e
operacional.
Neste tipo de organizações as preocupações com o cliente e com as suas exigências não são
consideradas fundamentais para o seu sucesso, em virtude da procura de bens ser muito superior
à oferta, devido ao reduzido número de empresas relativamente à capacidade de mercado para
absorção dos seus produtos. Para se considerar que um produto tinha a Qualidade desejada
bastava que este cumprisse as especificações definidas pela empresa, asseguradas pelo controlo
de qualidade.
No entanto, este sistema acabava por apresentar elevados custos de produção ao não serem
evitados previamente os defeitos dos produtos. As empresas limitavam-se a não permitir que os
produtos defeituosos passassem no controlo de qualidade. Por outro lado, e como já foi referido,
as características dos produtos não eram estabelecidas tendo em consideração as necessidades
dos clientes. Também a forma de organização do trabalho e da estrutura das organizações não
permitia uma adaptação rápida e eficaz a alterações no mercado, o que se veio a revelar
fundamental para o seu sucesso.
Com o desenvolvimento industrial verificado em meados do século XX, impulsionado pelo pós
2.ª Guerra Mundial, o aumento do número de empresas e, consequentemente de produtos, no
mercado começa a fazer-se sentir, reduzindo a procura relativamente à oferta.
A aplicação de ferramentas para garantir e controlar a Qualidade dos processos de fabrico, tais
como o Controlo Estatístico do Processo (AQL e SPC), ganha um forte impulso.
Com a pressão dos mercados, as organizações evoluem para a Gestão da Qualidade. Começam
a sentir que já não é suficiente cumprir com os requisitos dos clientes e produzir com baixo nível
de defeitos.
As organizações procuram uma maior interacção com o cliente, no sentido da sua fidelização
pela Qualidade, para garantir o seu sucesso através de uma sistemática adequação ao uso dos
seus produtos e serviços (Focalização no cliente). O sucesso das organizações depende da
satisfação dos seus clientes, principal objectivo da Gestão da Qualidade. As organizações procuram
superar as expectativas dos clientes.
A sua colaboração deixou de ser meramente operacional passando a estar integrada ao mais
alto nível da gestão das organizações, o que possibilita uma gestão da organização orientada para
a Qualidade a todos os níveis. Desenvolve-se assim a Gestão pela Qualidade Total (TQM).
Uma Gestão pela Qualidade Total pressupõe o envolvimento de todos os recursos humanos da
organização na função Qualidade, colaborando para uma maior eficácia e eficiência, que será
conseguida com uma forte focalização nos clientes e partes interessadas e melhoria contínua de
produtos e serviços. Passa a ser também considerado como fundamental para o sucesso da
organização a aplicação do conceito de “Participação na Sociedade”, associado à Responsabilidade
Social das organizações.
Tem como objectivo hierarquizar, estabelecer, coordenar em Portugal uma política para a qualidade
dos "Produtos", "Empresas" e "Serviços" com vista a desenvolver a Qualidade a todos os níveis.
O IPQ como organismo gestor e coordenador do SPQ (Decreto-Lei n.º 142/2007, de 27 de Abril),
através do Gabinete Coordenador do SPQ, assegura a coordenação dos três sub-sistemas que o
constituem, pretendendo desta forma ser o motor da promoção e modernização de múltiplos
sectores da sociedade portuguesa, através de práticas e metodologias de qualidade.
Coexistência - Podem aderir ao SPQ todos os sistemas ou entidades que demonstrem cumprir
as exigências e regras estabelecidas;
Adesão livre e voluntária - Cada entidade decide sobre a sua adesão ao SPQ. Os três sub-
sistemas que o constituem são:
Sub-sistema da Normalização;
Sub-sistema de Qualificação;
Sub-sistema de Metrologia;
SPQ