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400 a.C
Em Atenas, por volta de 400 a.C., recém-nascidos com alguma deficiência podiam ser
eliminados, sem que isso fosse de reprovação social. Em Roma, apesar de haver,
também, essa prática, o abandono e uso dessas pessoas em atividades de pouco valor
social eram ações mais comuns.
Cristianismo - Século I
Com o advento do Cristianismo, valores como a caridade e o amor ao próximo (isso não
significa que não eram presentes nas sociedades anteriores) foram positivos para a
sobrevivência e melhoria das condições das pessoas com deficiência. Isso se reflete, por
exemplo, após o Século IV, onde houve aumento na construção de hospitais e centros de
atendimento aos carentes e necessitados.
Idade Média - Séculos XI e XII
Principalmente, entre os Séculos XI e XII, na Idade Média, as pessoas que apresentavam
alguma deficiência podiam ser consideradas como fruto da ira divina ou de pecados
cometidos e eram, constantemente, abandonados ou castigados, às vezes perdiam a
própria vida.
Renascimento - Séculos XV e XVII
Entre os Séculos XV e XVII, com o Renascimento, com o avanço das Ciências e com o
advento da filosofia Humanista, a situação social das pessoas com deficiência passou a
ser considerada de forma mais efetiva. Foi nesse período que instituições de auxílio e
educação específicas para pessoas com deficiência foram instituídas na Europa.
Séculos XVIII a XX
Entre os Séculos XVIII e XX muitas mudanças ocorreram. No entanto, sempre em direção
a considerar as pessoas com deficiência cada vez mais dignas de fazer parte da
sociedade. Foram criadas escolas, instituições e políticas públicas e particulares, que
melhoraram as condições de participação e de acessibilidade, que foram sendo
aperfeiçoadas com o passar dos anos. Essa mudança tem sido muito lenta, gradual e com
“idas e vindas”. Um exemplo positivo são as pessoas que adquiriram alguma deficiência
ao longo da vida, principalmente por motivos de guerra, e que passaram a ter apoio e
assistência crescentes de seus países, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos da
América. Essas mudanças se fizeram mais efetivas e com ritmo mais acelerado
principalmente após meados do Século XX.
É relevante que se perceba que o que ocorreu no Brasil pode ser considerado análogo ao
que se vislumbrou na Europa e no EUA, principalmente após o Século XIX. Foram
criados, por Dom Pedro II, nesse Século, o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos e o
Imperial Instituto dos Meninos Cegos, atualmente Instituto Nacional de Educação dos
Surdos (INES) e Instituto Benjamim Constant, respectivamente.
Séculos XX e XXI
Nos Séculos XX e XXI houve enormes avanços na política social de inclusão das pessoas
com deficiência. É difícil determinar com precisão onde e quando se iniciou o processo
moderno de inclusão efetiva dessas pessoas. No entanto, há um marco fundamental para
a compreensão e localização histórica desse processo: a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, de 1948.
A partir dessa Declaração, passaram a ser considerados mundialmente – pelo menos de
forma oficial – os direitos que os seres humanos possuem; alguns desses princípios
inalienáveis e universais, sem distinção de raça, gênero, religião, condição econômica,
cultural, física, sensorial ou intelectual. Essa Declaração não é como todos sabem um
documento que trata especificamente dos direitos das pessoas com deficiência, mas deixa
claro que todos os seres humanos têm direitos iguais.
Conteúdo
A trajetória da inclusão das pessoas com deficiência no Brasil
O Brasil, principalmente nas três últimas décadas, tem acompanhado de perto tais
modificações. No entanto, devemos ter em mente que o país tem sua trajetória particular,
e que inúmeros fatores influenciam no desenvolvimento da construção de ações voltadas
para uma perspectiva social mais inclusiva. A seguir, analisaremos, de modo geral, como
foi tal trajetória no país.
As primeiras ideias sobre educação para pessoas com deficiência
Pelo que temos notícias, foi no Estado de São Paulo, em 1917, que pela primeira vez a
educação para pessoas com deficiência foi citada. No entanto, as políticas públicas em
caráter nacional dedicadas a essas pessoas demoraram muito para ser instituídas
efetivamente.
A inclusão de pessoas com deficiência em instituições educacionais públicas
As famílias arcavam com todo o ônus de tentar fazer do seu filho um aluno participante e
ativo no processo pedagógico e social da escola. Para isso, dependiam muito das
iniciativas e envolvimento pessoal dos professores e colaboradores da escola.
A inclusão de pessoas com deficiência em instituições educacionais particulares
As ações que mais comuns até a Constituição Federal de 1988 (CF) eram voltadas à
filantropia ou à internação das pessoas com deficiência em instituições particulares que
isolavam seus internos do convívio social; e, quando havia algum movimento inclusivo,
era uma iniciativa particular de algum núcleo social ou de uma família isolada, como já se
citou no item anterior. Não havia uma política pública institucionalizada e organizada para
a efetiva promoção da inclusão plena desse público que abrangesse todo o país.
Foi no contexto da promulgação da CF que os direitos à educação com uma perspectiva
mais inclusiva de pessoas com deficiência consolidou-se nacionalmente, em caráter oficial
e definitivo. Seguindo esse contexto, a Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional,
de 1996, ofereceu as “bases” atuais do que vivemos como realidade nas escolas públicas
e particulares.
CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às
peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em
função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino
regular.
§ 3º A oferta de educação especial, nos termos do caput deste artigo, tem início na educação infantil e
estende-se ao longo da vida, observados o inciso III do art. 4º e o parágrafo único do art. 60 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018)
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas
necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino
fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para
os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado,
bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive
condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante
articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas
artística, intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível
do ensino regular.
Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação
matriculados na educação básica e na educação superior, a fim de fomentar a execução de políticas públicas
destinadas ao desenvolvimento pleno das potencialidades desse alunado. (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
Parágrafo único. A identificação precoce de alunos com altas habilidades ou superdotação, os critérios e
procedimentos para inclusão no cadastro referido no caput deste artigo, as entidades responsáveis pelo
cadastramento, os mecanismos de acesso aos dados do cadastro e as políticas de desenvolvimento das
potencialidades do alunado de que trata o caput serão definidos em regulamento.
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições
privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio
técnico e financeiro pelo Poder Público.
Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na própria
rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo. (Redação
dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
O Atendimento Educacional Especializado (AEE)
A aplicação dessa política está a cargo do Atendimento Educacional Especializado (AEE),
que possui orientação inclusiva, oferecendo aos alunos público alvo da Educação
Especial (alunos com deficiência, transtornos Globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação) reais oportunidades de serem incluídos na escola regular,
em turno oposto ao frequentado na sala comum. Para a operacionalização dessa política,
o MEC prevê formação de profissionais e investimento em infraestrutura e recursos
financeiros destinados exclusivamente a esse público, dentre outras iniciativas.
Art. 1o Para a implementação do Decreto no 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes
comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de
recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de
instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.
Art. 2o O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da
disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua
plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem.
Parágrafo único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na educação aqueles
que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida,
promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e
equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços.
Art. 3o A Educação Especial se realiza em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, tendo o AEE
como parte integrante do processo educacional.
I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual,
mental ou sensorial.
II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações
no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou
estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger,
síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra
especificação.
III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande
envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança,
psicomotora, artes e criatividade.
(*)
Resolução CNE/CEB 4/2009. Diário Oficial da União, Brasília, 5 de outubro de 2009, Seção 1, p. 17.
Art. 5o O AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da própria escola ou em
outra escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns,
podendo ser realizado, também, em centro de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de
instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria
de Educação ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios.
Art. 7o Os alunos com altas habilidades/superdotação terão suas atividades de enrique- cimento curricular
desenvolvidas no âmbito de escolas públicas de ensino regular em interfa- ce com os núcleos de atividades
para altas habilidades/superdotação e com as instituições de ensino superior e institutos voltados ao
desenvolvimento e promoção da pesquisa, das artes e dos esportes.
Art. 8o Serão contabilizados duplamente, no âmbito do FUNDEB, de acordo com o Decreto no 6.571/2008,
os alunos matriculados em classe comum de ensino regular público que tiverem matrícula concomitante no
AEE.
Art. 9o A elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos professores que atuam na sala
de recursos multifuncionais ou centros de AEE, em articulação com os demais professores do ensino
regular, com a participação das famílias e em interface com os demais serviços setoriais da saúde, da
assistência social, entre outros necessários ao atendimento.
Art. 10. O projeto pedagógico da escola de ensino regular deve institucionalizar a oferta do AEE prevendo
na sua organização:
I – sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de
acessibilidade e equipamentos específicos;
II – matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria escola ou de outra escola;
IV – plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas dos alunos, definição dos
recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas;
Parágrafo único. Os profissionais referidos no inciso VI atuam com os alunos público- alvo da Educação
Especial em todas as atividades escolares nas quais se fizerem necessários.
Art. 11. A proposta de AEE, prevista no projeto pedagógico do centro de Atendimento Educacional
Especializado público ou privado sem fins lucrativos, conveniado para essa finalidade, deve ser aprovada
pela respectiva Secretaria de Educação ou órgão equivalente, contemplando a organização disposta no artigo
10 desta Resolução.
Parágrafo único. Os centros de Atendimento Educacional Especializado devem cumprir as exigências legais
estabelecidas pelo Conselho de Educação do respectivo sistema de ensino, quanto ao seu credenciamento,
autorização de funcionamento e organização, em consonância com as orientações preconizadas nestas
Diretrizes Operacionais.
Art. 12. Para atuação no AEE, o professor deve ter formação inicial que o habilite para o exercício da
docência e formação específica para a Educação Especial.
III – organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncionais;
VI – orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno;
VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos,
promovendo autonomia e participação;
VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à disponibilização dos
serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos
alunos nas atividades escolares.
Art. 14. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”,
da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 208, inciso III, da Constituição, arts. 58 a 60 da Lei nº 9.394, de
20 de dezembro de 1996, art. 9º , § 2º , da Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, art. 24 da Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, aprovados por meio do Decreto Legislativo nº 186,
de 9 de julho de 2008, com status de emenda constitucional, e promulgados pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto
de 2009,
DECRETA:
Art. 1º O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial será efetivado de
acordo com as seguintes diretrizes:
I - garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base na
igualdade de oportunidades;
IV - garantia de ensino fundamental gratuito e compulsório, asseguradas adaptações razoáveis de acordo com
as necessidades individuais;
V - oferta de apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva
educação;
VIII - apoio técnico e financeiro pelo Poder Público às instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e
com atuação exclusiva em educação especial.
§ 1º Para fins deste Decreto, considera-se público-alvo da educação especial as pessoas com deficiência, com
transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação.
§ 2º No caso dos estudantes surdos e com deficiência auditiva serão observadas as diretrizes e princípios
dispostos no Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005.
Art. 2º A educação especial deve garantir os serviços de apoio especializado voltado a eliminar as barreiras
que possam obstruir o processo de escolarização de estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
§ 1º Para fins deste Decreto, os serviços de que trata o caput serão denominados atendimento educacional
especializado, compreendido como o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados
institucional e continuamente, prestado das seguintes formas:
I - complementar à formação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, como
apoio permanente e limitado no tempo e na frequência dos estudantes às salas de recursos multifuncionais; ou
I - prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir serviços de apoio
especializados de acordo com as necessidades individuais dos estudantes;
III - fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de
ensino e aprendizagem; e
IV - assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis, etapas e modalidades de ensino.
Art. 4º O Poder Público estimulará o acesso ao atendimento educacional especializado de forma complementar
ou suplementar ao ensino regular, assegurando a dupla matrícula nos termos do art. 9º-A do Decreto no 6.253, de 13
de novembro de 2007.
Art. 5º A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino dos Estados, Municípios e
Distrito Federal, e a instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, com a finalidade de
ampliar a oferta do atendimento educacional especializado aos estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular.
§ 1º As instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos de que trata o caput devem
ter atuação na educação especial e serem conveniadas com o Poder Executivo do ente federativo competente.
III - formação continuada de professores, inclusive para o desenvolvimento da educação bilíngue para
estudantes surdos ou com deficiência auditiva e do ensino do Braile para estudantes cegos ou com baixa visão;
§ 5º Os núcleos de acessibilidade nas instituições federais de educação superior visam eliminar barreiras
físicas, de comunicação e de informação que restringem a participação e o desenvolvimento acadêmico e social de
estudantes com deficiência.
Art. 7º O Ministério da Educação realizará o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola por parte
dos beneficiários do benefício de prestação continuada, em colaboração com o Ministério da Saúde, o Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
“Art. 9º-A. Para efeito da distribuição dos recursos do FUNDEB, será admitida a dupla matrícula dos estudantes
da educação regular da rede pública que recebem atendimento educacional especializado.
§ 1º A dupla matrícula implica o cômputo do estudante tanto na educação regular da rede pública, quanto no
atendimento educacional especializado.
§ 2º O atendimento educacional especializado aos estudantes da rede pública de ensino regular poderá ser
oferecido pelos sistemas públicos de ensino ou por instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins
lucrativos, com atuação exclusiva na educação especial, conveniadas com o Poder Executivo competente, sem
prejuízo do disposto no art. 14.” (NR)
“Art. 14. Admitir-se-á, para efeito da distribuição dos recursos do FUNDEB, o cômputo das matrículas efetivadas
na educação especial oferecida por instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, com
atuação exclusiva na educação especial, conveniadas com o Poder Executivo competente.
§ 1º Serão consideradas, para a educação especial, as matrículas na rede regular de ensino, em classes
comuns ou em classes especiais de escolas regulares, e em escolas especiais ou especializadas.
§ 2º O credenciamento perante o órgão competente do sistema de ensino, na forma do art. 10, inciso
IV e parágrafo único, e art. 11, inciso IV, da Lei nº 9.394, de 1996, depende de aprovação de projeto pedagógico.”
(NR)
Art. 9º As despesas decorrentes da execução das disposições constantes deste Decreto correrão por conta das
dotações próprias consignadas ao Ministério da Educação.
Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro
Autista e estabelece diretrizes para sua consecução.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com transtorno do espectro autista aquela portadora de
síndrome clínica caracterizada na forma dos seguintes incisos I ou II:
§ 2º A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos
legais.
Art. 2º São diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro
Autista:
II - a participação da comunidade na formulação de políticas públicas voltadas para as pessoas com transtorno
do espectro autista e o controle social da sua implantação, acompanhamento e avaliação;
III - a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com transtorno do espectro autista, objetivando o
diagnóstico precoce, o atendimento multiprofissional e o acesso a medicamentos e nutrientes;
IV - (VETADO);
V - o estímulo à inserção da pessoa com transtorno do espectro autista no mercado de trabalho, observadas
as peculiaridades da deficiência e as disposições da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente);
VI - a responsabilidade do poder público quanto à informação pública relativa ao transtorno e suas implicações;
VIII - o estímulo à pesquisa científica, com prioridade para estudos epidemiológicos tendentes a dimensionar a
magnitude e as características do problema relativo ao transtorno do espectro autista no País.
Parágrafo único. Para cumprimento das diretrizes de que trata este artigo, o poder público poderá firmar
contrato de direito público ou convênio com pessoas jurídicas de direito privado.
I - a vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da personalidade, a segurança e o lazer;
III - o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades de saúde,
incluindo:
b) o atendimento multiprofissional;
d) os medicamentos;
IV - o acesso:
c) ao mercado de trabalho;
Parágrafo único. Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída
nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2º , terá direito a acompanhante especializado.
Art. 4º A pessoa com transtorno do espectro autista não será submetida a tratamento desumano ou
degradante, não será privada de sua liberdade ou do convívio familiar nem sofrerá discriminação por motivo da
deficiência.
Parágrafo único. Nos casos de necessidade de internação médica em unidades especializadas, observar-se-á
o que dispõe o art. 4º da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001.
Art. 5º A pessoa com transtorno do espectro autista não será impedida de participar de planos privados de
assistência à saúde em razão de sua condição de pessoa com deficiência, conforme dispõe o art. 14 da Lei nº 9.656,
de 3 de junho de 1998.
Art. 6º (VETADO).
Art. 7º O gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula de aluno com transtorno do
espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será punido com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários-
mínimos.
§ 2º (VETADO).
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Mensagem de veto
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Vigência
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema
educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a
alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais,
intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar,
acompanhar e avaliar:
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas diversas instâncias
de atuação da comunidade escolar;
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos
linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a criatividade,
as habilidades e os interesses do estudante com deficiência;
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência nos cursos oferecidos pelas
instituições de ensino superior e de educação profissional e tecnológica, públicas e privadas,
devem ser adotadas as seguintes medidas:
I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas dependências das Instituições de
Ensino Superior (IES) e nos serviços;
V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candidato com deficiência, tanto
na realização de exame para seleção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia
solicitação e comprovação da necessidade;