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Não é incomum lesar o baço durante a rotação media! rápida das vísce
ras; então, o examine de perto quando terminar a manobra. Outra armadi
lha clássica é avulsão da veia lombar descendente enquanto se faz a mo
bilização do rim esquerdo. Essa veia traiçoeira é uma tributária da veia renal
esquerda (VRE) e cruza a porção lateral esquerda da aorta imediatamelnte
abaixo da artéria renal esquerda. Se você tem planos para trabalhar na
aorta no nível da veia renal esquerda, é uma boa idéia identificar, ligar e
seccionar a veia lombar para evitar sua avulsão durante a mobilização do
rim esquerdo.
Impresso por João Pedro, CPF 112.391.637-38 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não
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Realize a rotação mediai das vísceras do lado direito em três estágios. Cada
estágio lhe propicia uma exposição progressivamente melhor do retroperi-
tônio.
O primeiro estágio é
a clássica manobra de
Kocher, com a qual você
mobiliza o arco duode-
nai e a cabeça do pân
creas. Identifique o duo-
deno e incise o peritônio
posterior lateralmente a
ele. Enfie a sua mão atrás
do duodeno e da cabeça
do pâncreas para come
çar a levantar essas es
truturas e continue mo
bilizando o arco duodenai a partir do dueto biliar comum superiormente e da
veia mesentérica superior (VMS) inferiormente. A flexura hepática sobrepõe-
se à parte inferior do arco duodenai, e você pode ter que mobilizá-la também.
Agora você pode rebater o arco duodenai e a cabeça do pâncreas medial
mente para visualizar a VCÍ e o hilo renal
direito. Tome cuidado para não lesar a
veia gonadal direita quando entrar na VCl
neste nível.
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A maior armadilha em uma ro
tação mediai das vísceras do lado
direito é a lesão da VMS, na raiz
do mesentério. Uma vez que você
libere o cólon direito da sua liga
ção peritonial, ele estará susten
tado apenas pelo seu próprio me
sentério. Uma tração inadvertida
pode fazer a avulsão da veia có
lica direita da VMS, resultando em
um sangramento inesperado da
raiz do mesentério.
A forma com que você fecha o abdome após uma laparotomia de controle
de danos depende das suas preferências pessoais e da tradição institucio
nal de seu serviço. A técnica específica é menos importante do que prover
uma contenção efetiva dos órgãos abdominais edemaciados e proteger o
intestino exposto.
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Não há muito mais o que possamos lhe contar que você não já não sai
ba sobre fechamento definitivo da linha média da incisão de laparotomia. A
técnica correta é pegar grandes segmentos juntos, sem tensão. Fazemos
um fechamento em bloco (todas as camadas) usando um fio monofilamen-
tar grosso e contínuo, começando pelas duas partes finais da incisão para
o meio. O pecado capital é o fechamento sob tensão. Se você tiver que lu
tar para conter um intestino protruso ou distendido, o paciente ficará bem
melhor com o fechamento temporário. Fazer a aproximação frouxa da fáscia
vai acomodar um edema subseqüente da parede abdominal sem causar
necrose fascial e deiscência.
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PO N T O :S -C H A V E ' ;
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Capítulo 5
Consertando Tubos: As Vísceras Ocas
- H a rold Burrow
A r m a d i l h a s d a C i r u r g i a , 2a Edição
Lo ndon , Bailliere, T indall a nd Cox, 1925
Preocupações imediatas
Suas primeiras prioridades são controlar sangramento e conter vazamento
do conteúdo intestinal ou urina. O intestino não sangra muito mas o mesen
tério, sim. Se o vaso san-
grante se retraiu entre os
folhetos do mesentério,
tudo que você poderá ver
será um hematoma em
expansão no mesentério.
Em vez de perder tempo
tentando identificar o vaso
que está sangrando, sim
plesmente pressione a
área. Usamos habitual
mente a mão do assis
tente ou pinças longas