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Convenção: qualquer tipo de convénio internacional (art.º 8º/2; 4º; 33º/ 4 CRP)
Tratado: certo tipo de convenções internacionais
Acordo: art.º 161º, al. i); 134º, al. b); 200º/1, al. d) CRP
Prof. Jorge Miranda e prof. Reis Novais: sim (reserva material de tratado, nos termos do
art.º 161º, al. i) CRP)
Maioria da doutrina (prof. Blanco de Morais): não
a) Regiões Autónomas: 227º, al. t) CRP (“que diretamente lhes digam respeito”)
(matérias previstas no 227º, als. i), h), r) e s) CRP)
→ Participação compreende:
i) Representação na delegação da República Portuguesa para a negociação
ii) Direito a ser notificada de toda a documentação relevante
iii) Oportunidade de ser ouvida sobre matérias de interesse diretamente
regional (art.º 198º/3 regimento da AR)
Governo Regional: exerce estas competências; poder correlativo de, após a
entrada em vigor, acompanhar as vicissitudes da sua execução (95º EPAM;
121º/3 al. m) EPAA)
PR
Primeiro Ministro sempre! (7º/2, a) CVDT)
MNE Plenipotenciários
Resolução 77/88, do Conselho de Ministros: exercidas pelo MNE ou, pelo menos, sob
sua direção
Reservar para a instância colegial do Conselho de Ministros a decisão da “rubrica ou
assinatura de acordos internacionais” (nº 3)
Requerida Aprovação prévia do C. de Ministros (depende de mandato expresso) (tacitamente
relegada para o Primeiro Ministro)
c) Aprovação
Etapa fundamental pertencente à fase da manifestação do consentimento
( ratificação)
8º/ 2 CRP: exigência de qualquer convenção internacional
→ Tratado: ratificação antecedida de aprovação (8º/2 + 135º/b))
→ Acordo: 8º/2 + 161º/i) + 197º/1, c) CRP
A aprovação não pode ser substituída por qualquer outro meio alternativo ou
sucedâneo, ainda que tal esteja previsto na CVDT
CRP não admite:
Acordos em forma ultrasimplificada
Modalidade de vinculação por troca de notas
Ratificações implícitas ou negativas
Órgãos com competência para aprovar:
1) AR (161º/i))
Tratados: convenções internacionais que ostentam a designação de tratados e também
todas as que versem sobre matérias identificadas na CRP e que correspondem a áreas de
particular melindre político e de opção fundamental no domínio das relações externas 1
Acordos internacionais cuja designação não seja de “tratado”, sobre matérias da
competência legislativa concorrencial que o Governo entenda submeter à sua apreciação
Sob forma de resolução (166º/5 CRP)*
2) Governo (197º/c))
Acordos internacionais sobre matérias que não integram reserva de tratado nem de
competência legislativa parlamentar (salvo se decidir submeter à AR a sua aprovação)
(161º/c))
Sob forma de decreto (197º/2) *
1
Participação de PT em organizações internacionais; tratados de amizade; de paz; de defesa, de
retificação de fronteiras; respeitantes a assuntos militares
(apreciado e votado em Conselho de Ministros, art.º 200º/1, al. d) CRP)
Maioria parlamentar = maioria relativa (116º/3)
A aprovação de convenções internacionais não pode implicar um limite aos poderes dos
órgãos competentes
A demissão do Governo implica a caducidade das propostas de lei e referendo (167º/6),
MAS não deverá impedir a continuação do procedimento de aprovação!
Dissolução da AR implica a suspensão do procedimento (172º CRP)
Governo de gestão (186º/5): impedido de tomar decisões de ajuste e aprovação de
convenções internacionais (apresentação de propostas de aprovação à AR, salvo se
outra solução prevalecer por razoes imperiais dado o princípio da continuidade do
Estado ou pela urgência de resposta a um verdadeiro Estado de Necessidade – ex.
Troika em 2011)
CRP autoriza referendo nacional sobre Convenções Internacionais
115º CRP
295º CRP: desenvolvido pela lei 25-A/98, de 3 de abril
i) Objeto do referendo
ii) Quando pode ser feito
iii) Relevância jurídica da resposta do eleitorado
i) Objeto
115º/3 CRP: excluídas as matérias do nº 4 do 115º:
Alterações à CRP
Questões e atos de conteúdo orçamental, tributário ou financeiro
Matérias previstas no 161º CRP
Matérias previstas no 164º CRP (exceptuando a al. i))
Admitido: todas as matérias excepto: paz e retificação de fronteiras
Prof. Eduardo Correia Batista (entende que pode haver referendo quanto a convenções porque o
art.º ao referir “matérias de relevante interesse nacional” determina que pode incidir sobre um
tratado ou acordo internacional):
ii) Quando
Antes da aprovação da convenção internacional pela AR ou pelo Governo, cujo texto
tenha já sido adotado e submetido para aprovação
Carácter prematuro de um referendo sobre um mero projeto ou antecipação de processo
negocial resulta do 4º/1 LORR
3 observações:
- Obrigação de meios (a entrada em vigor depende das outras partes)
- Observância substancial da vinculatividade do referendo (a aprovação com reservas ou
outras formulações que esvaziem o conteúdo do referendo, violam esta obrigação)
- A decisão favorável não impede a fiscalização do TC
d) Ratificação e assinatura
Cabe ao PR
→ Ratificação de Tratados solenes: 135º/b)
→ Assinatura de resoluções da AR e dos decretos do Governo que aprovam
acordos internacionais: 134º/b)
Recebida a aprovação o PR pode: requerer a fiscalização preventiva ao TC (278º/1- tem
8 dias) (máximo de 25 dias para responder, 278º/8)
Não há inconstitucionalidade: PR decide se ratifica ou não
Há inconstitucionalidade: PR pode: vetar (279º/1) OU ratificar se for confirmado pela
AR (por maioria de 2/3) (279º/4)
PODE ainda decidir pela formulação de reservas (ou, drasticamente, pela revisão da
CRP)
Ato livre do PR
Pode ser recusada por: discordância política OU suspeita de inconstitucionalidade
(fiscalização preventiva- 278º/1)
CRP não estipula prazo: critério do prazo razoável (analogia com o 136º)
(consequências meramente políticas)
Ato de aprovação de acordos internacionais (resolução da AR/ decreto do Governo)
e) Publicação
Última fase do procedimento interno
Art.º 8º/2: só vigoram após a publicação
A publicação é necessária para garantir a eficácia jurídica da Convenção na ordem
jurídica portuguesa (119º/2)
Atos obrigados a publicação oficial:
→ 119º/1, al. b): convenções internacionais + respetivos atos de ratificação + restantes
avisos a ela respeitantes
→ 119º + 201º e 202 RAR + certas disposições da LPIFD: publicação na 1ª série do DR
Convenções internacionais
Respetivos decretos presidenciais
Avisos de depósito de instrumentos de vinculação (= ratificação)
Demais avisos a ela respeitantes (3º/2, al. b) LPIFD)
Resoluções da AR (3º/2, e) LPIFD)
Decretos do governo
Critério geral de vigência supletiva:
2º/2 LPIFD: 5º dia após a publicação (este prazo não é utilizado, 5 dias após a publicação
interna, mas na maioria dos casos nesta data a convenção ainda não vincula o Estado PT)
Competência:
1. Dualismo
Corrente voluntarista e estatista
Henrich Triepel e Dionísio Anzilotti
Ato de transposição!
2. Monismo
Unidade fundamental entre ordenamento internacional e interno
Esta tendência para se fazer do efeito direto uma regra de eficácia da norma
internacional provoca reações de defesa dos Estados
Uma manifestação disto foi o art.º 34º TUE
Então, se os Estados podem unilateralmente ou de harmonia com o quadro da UE,
excluir os efeitos diretos, não podemos, portanto, concluir que a invocabilidade
contenciosa da norma internacional possa representar ou implicar uma limitação
negativa da soberania dos Estados