Você está na página 1de 10

Vinculação Interna

As Convenções Internacionais no Direito Português

A importância de chamar Tratado: Tratado X Acordo

 Convenção: qualquer tipo de convénio internacional (art.º 8º/2; 4º; 33º/ 4 CRP)
 Tratado: certo tipo de convenções internacionais
 Acordo: art.º 161º, al. i); 134º, al. b); 200º/1, al. d) CRP

Principais diferenças de procedimento entre Tratado e Acordo


1. Aprovação
 Tratados: só a AR pode aprovar
 Acordos: podem ser aprovados pela AR ou pelo Governo, consoante a matéria
em causa (161º, al. i) e 197º, al. c) CRP)
2. Ratificação/ assinatura
 Tratados: exigem a ratificação (135º, al. b) CRP)
 Acordos: vinculação por aprovação, certificada pela assinatura do PR, aposta
nas resoluções da AR ou nos DL do Governo (134º, al. b) CRP)
3. Fiscalização preventiva da constitucionalidade
 Tratados: após a pronúncia de inconstitucionalidade, a AR pode confirmar por
maioria qualificada (279º/4)
 Acordos: não há possibilidade de confirmação, após aprovados pelo Governo,
condenados ao veto do PR seguido pela pronúncia de inconstitucionalidade
(279º/1)
→ Aprovados pela AR: silêncio = analogia com o que se passa com os
Tratados, ou seja, podem ser confirmados por maioria qualificada da
AR, por aplicação do 279º/2 por analogia com o 278º/1- porque é que
se pode confirmar?
i) Porque se se pode confirmar atos dos Tratados (supostamente,
mais importantes) também, por maioria de razão, se pode fazê-
lo com os acordos
ii) Princípio democrático prevalece sobre a CRP
→ 166º/5: aprovado pela AR (= resolução)
“Há então um critério material de distinção entre tratados e acordos?”

 Prof. Jorge Miranda e prof. Reis Novais: sim (reserva material de tratado, nos termos do
art.º 161º, al. i) CRP)
 Maioria da doutrina (prof. Blanco de Morais): não

4 fases principais do procedimento interno de vinculação por convenção internacional


1) Negociação e ajuste
2) Aprovação
3) Ratificação e assinatura
4) Publicação
1) Negociação e ajuste
 Ação exclusiva do Governo (197º/1, al. b) e 182º CRP)

a) Regiões Autónomas: 227º, al. t) CRP (“que diretamente lhes digam respeito”)
(matérias previstas no 227º, als. i), h), r) e s) CRP)
→ Participação compreende:
i) Representação na delegação da República Portuguesa para a negociação
ii) Direito a ser notificada de toda a documentação relevante
iii) Oportunidade de ser ouvida sobre matérias de interesse diretamente
regional (art.º 198º/3 regimento da AR)
Governo Regional: exerce estas competências; poder correlativo de, após a
entrada em vigor, acompanhar as vicissitudes da sua execução (95º EPAM;
121º/3 al. m) EPAA)

Se esta participação for violada: inconstitucionalidade formal, relevante em


sede de fiscalização preventiva (279º CRP); insuscetível de:

 Impedir a aplicação interna da convenção (277º/2 CRP)


 Implicar a sua invalidade (46º CVDT)

b) Governo: deveres de informação e concertação


→ Associação dos diferentes órgãos de soberania com o objetivo de não só facilitar a
decisão, mas tambem de garantir uma decisão preparada e esclarecida
→ Na fase de negociações, o PR não participa diretamente, deve, portanto, ser
informado do andamento das negociações (201º/1, al. c)) e inteirado do desfecho
previsível sobre matérias de maior relevância
→ É ao PR que cabe representar a república portuguesa e garantir a independência
nacional (120º CRP)
→ Cabe-lhe também a competência de ratificar ou não os Tratados internacionais e
assinar ou não acordos internacionais (135º CRP)
Prática de concertação: GOV/ PR (111º/1 CRP)

→ Governo tambem tem dever de informação, mais genericamente:


i) Grupos parlamentares (180º/2, al. j))
ii) Partidos políticos representados na AR, que não do Governo (114º/3)
Incumprimento: responsabilidade política, mas não a nível jurídico-constitucional
Quem representa o Estado PT nas negociações?

 PR
 Primeiro Ministro sempre! (7º/2, a) CVDT)
 MNE Plenipotenciários

 Chefes de missão diplomática por ex. 7º/2, b) e c) funcionais


 Representantes acreditados em conferências internacionais
 De resto: portador de carta ou credencial (assinado pelo PR + MNE)
Abertura das negociações, condução e autenticação: Governo

 Resolução 77/88, do Conselho de Ministros: exercidas pelo MNE ou, pelo menos, sob
sua direção
 Reservar para a instância colegial do Conselho de Ministros a decisão da “rubrica ou
assinatura de acordos internacionais” (nº 3)
Requerida  Aprovação prévia do C. de Ministros (depende de mandato expresso) (tacitamente
relegada para o Primeiro Ministro)

 Assinatura ou rubrica por decisão unilateral do MNE ou do representante na


negociação: violação da resolução 17/88- irregularidade procedimental
 Assinatura enquanto forma de manifestação do consentimento: inconstitucionalidade
orgânica e formal (8º/2 CRP) - afeta a validade (46º CVDT + 277º2 CRP)
Para evitar este desfecho, o representante deve assina sob reserva de aprovação e assim excluir
o eventual efeito imediato de aplicação a título provisório (viola o art.º 8º/2 CRP)

c) Aprovação
 Etapa fundamental pertencente à fase da manifestação do consentimento
( ratificação)
 8º/ 2 CRP: exigência de qualquer convenção internacional
→ Tratado: ratificação antecedida de aprovação (8º/2 + 135º/b))
→ Acordo: 8º/2 + 161º/i) + 197º/1, c) CRP
 A aprovação não pode ser substituída por qualquer outro meio alternativo ou
sucedâneo, ainda que tal esteja previsto na CVDT
CRP não admite:
 Acordos em forma ultrasimplificada
 Modalidade de vinculação por troca de notas
 Ratificações implícitas ou negativas
Órgãos com competência para aprovar:
1) AR (161º/i))
 Tratados: convenções internacionais que ostentam a designação de tratados e também
todas as que versem sobre matérias identificadas na CRP e que correspondem a áreas de
particular melindre político e de opção fundamental no domínio das relações externas 1
 Acordos internacionais cuja designação não seja de “tratado”, sobre matérias da
competência legislativa concorrencial que o Governo entenda submeter à sua apreciação
Sob forma de resolução (166º/5 CRP)*
2) Governo (197º/c))
 Acordos internacionais sobre matérias que não integram reserva de tratado nem de
competência legislativa parlamentar (salvo se decidir submeter à AR a sua aprovação)
(161º/c))
Sob forma de decreto (197º/2) *

1
Participação de PT em organizações internacionais; tratados de amizade; de paz; de defesa, de
retificação de fronteiras; respeitantes a assuntos militares
(apreciado e votado em Conselho de Ministros, art.º 200º/1, al. d) CRP)
Maioria parlamentar = maioria relativa (116º/3)

 A aprovação de convenções internacionais não pode implicar um limite aos poderes dos
órgãos competentes
 A demissão do Governo implica a caducidade das propostas de lei e referendo (167º/6),
MAS não deverá impedir a continuação do procedimento de aprovação!
 Dissolução da AR implica a suspensão do procedimento (172º CRP)
 Governo de gestão (186º/5): impedido de tomar decisões de ajuste e aprovação de
convenções internacionais (apresentação de propostas de aprovação à AR, salvo se
outra solução prevalecer por razoes imperiais dado o princípio da continuidade do
Estado ou pela urgência de resposta a um verdadeiro Estado de Necessidade – ex.
Troika em 2011)
CRP autoriza referendo nacional sobre Convenções Internacionais

 115º CRP
 295º CRP: desenvolvido pela lei 25-A/98, de 3 de abril
i) Objeto do referendo
ii) Quando pode ser feito
iii) Relevância jurídica da resposta do eleitorado

i) Objeto
 115º/3 CRP: excluídas as matérias do nº 4 do 115º:
 Alterações à CRP
 Questões e atos de conteúdo orçamental, tributário ou financeiro
 Matérias previstas no 161º CRP
 Matérias previstas no 164º CRP (exceptuando a al. i))
 Admitido: todas as matérias excepto: paz e retificação de fronteiras

Prof. Eduardo Correia Batista (entende que pode haver referendo quanto a convenções porque o
art.º ao referir “matérias de relevante interesse nacional” determina que pode incidir sobre um
tratado ou acordo internacional):

 Iniciativa: AR (161º/j)) ou Governo (197º/1)


 Decisão de convocar: PR (115º/1 e 134º/c))
 OBRIGATÓRIA: fiscalização preventiva (115º/8)

ii) Quando
 Antes da aprovação da convenção internacional pela AR ou pelo Governo, cujo texto
tenha já sido adotado e submetido para aprovação
 Carácter prematuro de um referendo sobre um mero projeto ou antecipação de processo
negocial resulta do 4º/1 LORR

iii) Relevância jurídica


 Art.º 115º/11 CRP: vinculativo se o nº de votantes for superior a metade dos eleitores
inscritos no recenseamento (se não, não é juridicamente vinculativo, mas sim
politicamente apenas)
Resposta negativa: processo de vinculação internacional é extinto (243º LORR)
Resposta positiva: obrigação de concluir o processo, quer a AR ou o Governo, quer o
PR

3 observações:
- Obrigação de meios (a entrada em vigor depende das outras partes)
- Observância substancial da vinculatividade do referendo (a aprovação com reservas ou
outras formulações que esvaziem o conteúdo do referendo, violam esta obrigação)
- A decisão favorável não impede a fiscalização do TC

Eficácia temporal do referendo vinculativo:

 Resposta positiva: prazos do 241º LORR e, na sua ausência, prazos razoáveis


 Resposta negativa: 115º/10 CRP e 243º LORR até à nova eleição da AR ou até ao novo
referendo de resposta afirmativa!

d) Ratificação e assinatura
 Cabe ao PR
→ Ratificação de Tratados solenes: 135º/b)
→ Assinatura de resoluções da AR e dos decretos do Governo que aprovam
acordos internacionais: 134º/b)
 Recebida a aprovação o PR pode: requerer a fiscalização preventiva ao TC (278º/1- tem
8 dias) (máximo de 25 dias para responder, 278º/8)
 Não há inconstitucionalidade: PR decide se ratifica ou não
 Há inconstitucionalidade: PR pode: vetar (279º/1) OU ratificar se for confirmado pela
AR (por maioria de 2/3) (279º/4)
PODE ainda decidir pela formulação de reservas (ou, drasticamente, pela revisão da
CRP)

Ato interno que corresponde à ratificação:

 Decreto presidencial de ratificação, publicado no Diário da República (autónoma, MAS


sujeito a referenda do Governo, cuja falta determina inexistência jurídica do ato de
ratificação – 141º CRP) (referenda apenas confirmatória, contudo, é necessária!)

Ratificação

 Ato livre do PR
 Pode ser recusada por: discordância política OU suspeita de inconstitucionalidade
(fiscalização preventiva- 278º/1)
 CRP não estipula prazo: critério do prazo razoável (analogia com o 136º)
(consequências meramente políticas)
Ato de aprovação de acordos internacionais (resolução da AR/ decreto do Governo)

 Assinado pelo PR (134º/1, b))


 Função meramente certificativa ou declarativa do consentimento do Estado PT
 Sujeita a referenda ministerial, que não pode ser recusada e cuja falta determina a
inexistência jurídica (140º/2 CRP)

e) Publicação
 Última fase do procedimento interno
 Art.º 8º/2: só vigoram após a publicação
 A publicação é necessária para garantir a eficácia jurídica da Convenção na ordem
jurídica portuguesa (119º/2)
Atos obrigados a publicação oficial:
→ 119º/1, al. b): convenções internacionais + respetivos atos de ratificação + restantes
avisos a ela respeitantes
→ 119º + 201º e 202 RAR + certas disposições da LPIFD: publicação na 1ª série do DR
 Convenções internacionais
 Respetivos decretos presidenciais
 Avisos de depósito de instrumentos de vinculação (= ratificação)
 Demais avisos a ela respeitantes (3º/2, al. b) LPIFD)
 Resoluções da AR (3º/2, e) LPIFD)
 Decretos do governo
Critério geral de vigência supletiva:
2º/2 LPIFD: 5º dia após a publicação (este prazo não é utilizado, 5 dias após a publicação
interna, mas na maioria dos casos nesta data a convenção ainda não vincula o Estado PT)

O procedimento interno de desvinculação: simetria e equivalência


Ausência de regras expressas.
Teoria do ato simétrico: atos internos de eficácia análoga à desvinculação (ex. suspensão e
aplicação parcial)

 Denúncia/ retirada (54º e 56º CVDT): prerrogativa de soberania do Estado (direito de


desvinculação- 56º/1, als. a) e b) CVDT)
(enquanto prerrogativa de soberania, mesmo que proibida pelo tratado ou contrária à
sua natureza e à vontade presumida das partes é admitida- mas não invalida
responsabilidade internacional por ato ilícito)

Competência:

 Cabe ao órgão que tem o poder de o aprovar


 Forma de resolução ou decreto
→ Segue para o PR: que assina o decreto presidencial
→ Sujeito a referenda ministerial (134º/b) CRP)
→ Publicação (119º/1, al. b) CRP): não está sujeito a fiscalização sucessiva da
constitucionalidade
E se o tratado ao qual se pretende desvincular estabelecer um procedimento próprio?
Art.º 50º TFUE: EM podem sair de acordo com as suas Constituições, mas, no seu nº 2,
estabelece as seguintes etapas:
1) Notificação ao Conselho Europeu da intenção de se retirar;
2) A negociação e a celebração entre o Estado candidato à saída e a UE de um acordo
sobre as condições de saída
Art.º 50º/3 TUE: pode sair por mera notificação de saída se o Conselho Europeu dispensar a
celebração do acordo de saída
3) Celebração de um novo acordo internacional, que seguirá o procedimento previsto na
Constituição do Estado em questão
Governo: órgão de condução da política externa do país (art.º 182º e 201º/1, al. a) CRP)
→ Competência própria em matéria de desvinculação
→ Diferentemente se passa com a cessação de vigência ou de efeitos com fundamento em
causas jurídicas (declaração de inconstitucionalidade, nulidades dos tratados, etc.): aqui
o Governo português estará a exercer a sua competência de aplicação ou execução de
convenções que vinculam o Estado
Excepcionalmente: Governo pode ainda decidir sobre a denúncia/ retirada, enquanto expressão
de vontade política, em casos de manifesta urgência
Normas internacionais e eficácia na ordem jurídica portuguesa
A articulação entre o Direito Internacional e o Direito Interno
Construções doutrinárias clássicas e modelos jurídico-constitucionais
“Como pode a norma internacional produzir efeitos na ordem jurídica interna de cada Estado
soberano?”
“Qual a natureza dos efeitos jurídicos associados à norma internacional?”
“Pode esta norma ser invocada autónoma e diretamente pelos particulares?”
“A eficácia da norma internacional depende ou não do grau de compatibilidade com o Direito
Interno?”
A resposta a estas questões prende-se com as duas conceções clássicas acerca da relação entre o
Direito Internacional e os vários ordenamentos jurídicos dos Estados: Dualismo VS. Monismo

1. Dualismo
 Corrente voluntarista e estatista
 Henrich Triepel e Dionísio Anzilotti

 Relação entre o Direito Internacional e o Direito Interno como relação entre


diferentes e separados: como se de dois ordenamentos jurídicos distintos se tratasse
 Não há comunicação direta e aberta entre fontes internas e fontes internacionais
 Consequência: duplo mecanismo de receção e transformação
→ A norma internacional carece de ser introduzida no ordenamento estadual
por um ato interno específico e depois tem de ser transformada e
transposta por um ato normativo interno

Norma internacional não tem autonomia

A sua eficácia interna depende do

Ato de transposição!

 Baseia-se na unidade sistemática e prevalência da vontade soberana do Estado: poe


em causa o fundamento autónomo e heterovinculativo do DIP

2. Monismo
 Unidade fundamental entre ordenamento internacional e interno

a) Monismo com primado do Direito Interno


 Falta de autonomia do ordenamento internacional
 Em situação de conflito: prevalece a lei interna
 CRÍTICA: art.º 27º CVDT (exclui o direito interno como forma de desaplicação do
direito internacional; incoerência com este art.º)
b) Monismo com primado do Direito Internacional
 Kelsen: regras internas derivam das regras internacionais que determinam as
competências dos Estados e não se podem contrariar
 Scelle: projeta o direito internacional como expressão necessária de um federalismo
universal, que não existe, no qual os Estados atuariam como estruturas
descentralizadas de aplicação do direito internacional, garantes da sua efetividade

 Na prática, prevalecem as conceções moderadas (onde se inclui Portugal)


 Eventuais situações de conflito não resultam na nulidade da norma subordinada
divergente
 Art.º 46º CVDT: admite que um Estado invoque uma norma fundamental de direito
interno como fundamento legítimo para não aplicar uma norma de um tratado

Oposição entre dualismo e monismo baseia-se em 2 técnicas:


a) Transformação (= transposição): a norma internacional é sujeita a um processo
interno, de acordo com a Constituição, que “nacionaliza” o seu conteúdo e transforma a
norma internacional em norma interna (dualismo)
b) Receção: a norma internacional “entra” na ordem jurídica interna sem necessidade de
procedimentos prévias de reconhecimento, validação ou qualificação (monismo)
→ Dois tipos de disposições constitucionais:
1) Cláusula de receção automática plena: permite a vigência interna da regra
internacional por força do simples instrumento normativo (ex. tratado) ou fonte
(ex. costume) donde constem, dispensando ato de intermediação ou
incorporação
 PLENA: se tiver alcance global, aplicável ao conjunto de normas
internacionais de fonte determinada
 ≠ aplicabilidade direta (self-executing), portanto, depende de normas de
execução interna, gerais ou específicas, vigentes ou a adotar
2) Cláusula de receção automática semi-plena ou parcial: que limita o seu campo
de aplicação a um setor material definido da normatividade internacional

Relação recíproca da eficácia entre norma interna e internacional


Princípio: Direito Internacional > Direito Interno (porém, na pratica, nem sempre se aplica)
Modalidade mais comum: reconhece valor supralegal aos tratados (Portugal, França, Espanha,
Holanda)

DIP e os tribunais nacionais: o efeito direto

 O efeito direto da norma internacional permite ao particular a invocação da disposição


normativa junto dos tribunais nacionais
 Efeito direto = invocabilidade contenciosa
 Direito de ação depende:
i) Da natureza da norma internacional
ii) Da existência de vias processuais adequadas no foro doméstico
Se a norma for clara e precisa, equivalente à norma interna: não deve ser a sua origem
internacional a razão de excluir ou limitar a garantia de tutela judicial.
→ A norma internacional produz efeitos que ultrapassem a conceção clássica da
regulação de direitos e deveres dos Estados
→ O particular adquire um estatuto de destinatário ativo e direto das normas
internacionais (dependendo do enunciado preciso, claro e incondicional da norma)

 Esta tendência para se fazer do efeito direto uma regra de eficácia da norma
internacional provoca reações de defesa dos Estados
 Uma manifestação disto foi o art.º 34º TUE
 Então, se os Estados podem unilateralmente ou de harmonia com o quadro da UE,
excluir os efeitos diretos, não podemos, portanto, concluir que a invocabilidade
contenciosa da norma internacional possa representar ou implicar uma limitação
negativa da soberania dos Estados

Você também pode gostar