AUTORIA:
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Módulo de: Educação, Aprendizagem e Desenvolvimento
Autoria: Maria da Ressurreição Coqueiro Borges
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A presentação
Seduzida por uma antiga paixão que é o ato de educar, acredito que ensinar a ler e a
escrever é mais que uma revolução. É o descortinamento de vida, de saberes, de revelações
e ações.
Sou a tutora de cada um e de cada uma de vocês. Vamos ler refletir e considerar
proposições sobre Educação, Aprendizagem e Desenvolvimento. O nosso objetivo é lhes
possibilitar a compreensão e entendimento sobre a importância do conhecimento da
Psicologia da Aprendizagem e dos seus mais importantes teóricos no tangente a contribuição
para a educação e do processo ensino-aprendizagem e para o fortalecimento das suas
convicções pedagógicas como psicopedagoga (o).
Pensar em uma profissão significa esboçar um projeto de vida. Agora mais do que descobrir
a vocação é fazer dela um instrumento de construção e intervenção no mundo.
É adaptar-se ao mundo de maneira crítica, é saber que a educação não é a solução para
tudo, mas é a porta para caminhos infinitos.
Temos que ter a consCiência que sonhos não devolvem o que há mais de 500 anos vem
sendo tirado da gente, mas temos a certeza de que dignidade, ética, igualdade não devem
apenas ser escritas em versos e sonhos, mas devem ser realidades concretas, constituídas
com sangue e suor.
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O bjetivo
E menta
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S obre o Autor
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S UMÁRIO
UNIDADE 1 ........................................................................................................... 9
A psicologia do desenvolvimento humano ........................................................ 9
UNIDADE 2 ......................................................................................................... 13
Aspectos do desenvolvimento humano ........................................................... 13
UNIDADE 3 ......................................................................................................... 15
Fases do desenvolvimento humano ................................................................ 15
UNIDADE 4 ......................................................................................................... 18
O que são as teorias da aprendizagem? ......................................................... 18
UNIDADE 5 ......................................................................................................... 22
Os grandes cientistas da área científica do desenvolvimento da aprendizagem
.......................................................................................................................... 22
UNIDADE 6 ......................................................................................................... 26
A psicologia como Ciência ............................................................................... 26
UNIDADE 7 ......................................................................................................... 29
A Psicologia Científica ..................................................................................... 29
UNIDADE 8 ......................................................................................................... 34
Behaviorismo (comportamental) ...................................................................... 34
UNIDADE 9 ......................................................................................................... 36
Gestaltismo ...................................................................................................... 36
UNIDADE 10 ....................................................................................................... 39
A Psicanálise .................................................................................................... 39
UNIDADE 11 ....................................................................................................... 41
Fases do desenvolvimento psicossexual, segundo a psicanálise ortodoxa. .. 41
UNIDADE 12 ....................................................................................................... 46
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A importância da Psicologia do Desenvolvimento para compreender,
descrever e explicar o comportamento humano no processo de
aprendizagem................................................................................................... 46
UNIDADE 13 ....................................................................................................... 48
Conceito de aprendizagem .............................................................................. 48
UNIDADE 14 ....................................................................................................... 51
Teóricos e suas teorias educacionais ............................................................. 51
UNIDADE 15 ....................................................................................................... 57
A importância dos métodos e técnicas de estudo na Psicologia da
aprendizagem................................................................................................... 57
UNIDADE 16 ....................................................................................................... 59
Objetivo: Compreender melhor os métodos da Psicologia ............................. 59
Métodos de Psicologia ..................................................................................... 59
UNIDADE 17 ....................................................................................................... 63
As principais interpretações relativas à natureza da aprendizagem ............... 63
UNIDADE 18 ....................................................................................................... 67
A abordagem Piagetiana (epistemologia genética do conhecimento) no
desenvolvimento da aprendizagem humana ................................................... 67
UNIDADE 19 ....................................................................................................... 70
A abordagem sócio-construtiva do desenvolvimento cognitivo de Lev
Vygotsky ........................................................................................................... 70
UNIDADE 20 ....................................................................................................... 76
Burrhus Frederic Skinner ................................................................................. 76
UNIDADE 21 ....................................................................................................... 81
Jerome Brunner................................................................................................ 81
UNIDADE 22 ....................................................................................................... 84
Influência dos movimentos filosóficos para a psicologia e na prática
pedagógica ....................................................................................................... 84
UNIDADE 23 ....................................................................................................... 88
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Principais causas das dificuldades de aprendizagem e de ajustamento escolar
.......................................................................................................................... 88
UNIDADE 24 ....................................................................................................... 92
Identificando os D. A. ....................................................................................... 92
UNIDADE 25 ....................................................................................................... 97
Perturbações da personalidade que influenciam no comportamento humano e
comprometem a aprendizagem. ...................................................................... 97
UNIDADE 26 ..................................................................................................... 102
A percepção ................................................................................................... 102
UNIDADE 27 ..................................................................................................... 105
A atenção ....................................................................................................... 105
UNIDADE 28 ..................................................................................................... 109
A memória ...................................................................................................... 109
UNIDADE 29 ..................................................................................................... 114
Fundamentos e elementos envolvidos no diagnóstico psicopedagógico ..... 114
UNIDADE 30 ..................................................................................................... 117
Continuando Sobre Fundamentos e elementos envolvidos no diagnóstico
psicopedagógico ............................................................................................ 117
GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 123
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U NIDADE 1
Objetivo: Adquirir conhecimentos específicos sobre o estudo do desenvolvimento humano
em todas as suas dimensões e também os fatores que o influenciam
O desenvolvimento humano
Bock, Furtado e Teixeira (1999), no seu livro “Psicologias”, editado pela Saraiva, na página
98, define assim desenvolvimento humano, devendo, portanto, ser lido entre aspas.
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Algumas dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda a vida. Por exemplo, a
motivação está sempre presente como desencadeadora da ação, seja por necessidades
fisiológicas, seja por necessidades afetivas ou intelectuais, Essas estruturas mentais que
permanecem garantem a continuidade do desenvolvimento.
Outras estruturas são substituídas a cada nova fase da vida do indivíduo. Por exemplo, a
moral da obediência da criança pequena é substituída pela autonomia moral do adolescente
ou, outro exemplo, a noção de que o objeto existe só quando a criança o vê (antes dos 2
anos) é substituída, posteriormente, pela capacidade de atribuir ao objeto sua conservação,
mesmo quando ele não está presente no seu campo visual.”.
Os mesmos autores (Bock et al, 1999; p. 98-99) de modo claro e didático, descrevem a
importância do estudo do desenvolvimento humano, devendo ser lido, portanto, entre aspas.
Todos esses aspectos levantados têm importância para a Educação. Planejar o que e como
ensinar implica saber quem é o educando. Por exemplo, a linguagem que usamos com a
criança de 4 anos não é a mesma que usamos com um jovem de 14 anos. E, finalmente,
estudar o desenvolvimento humano significa descobrir que ele é determinado pela interação
de vários fatores.
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Fatores que influenciam o desenvolvimento humano
O texto abaixo deve ser lido entre aspas, pois é de Bock et al (1999), encontrado na página
99, do livro “Psicologias”:
Hereditariedade;
Crescimento orgânico;
Maturação neurofisiológica;
Meio;
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O conjunto de influências e estimulações ambientais altera os padrões de
comportamento do indivíduo. Por exemplo, se a estimulação verbal for muito
intensa, uma criança de 3 anos pode ter um repertório verbal muito maior do
que a média das crianças de sua idade, mas, ao mesmo tempo, pode não
subir e descer com facilidade uma escada, porque esta situação pode não ter
feito parte de sua experiência de vida.
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U NIDADE 2
Objetivo: Compreender os principais aspectos no desenvolvimento humano e sua
importância na aprendizagem.
Aspecto físico-motor
Aspecto intelectual
Aspecto afetivo-emocional
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É o modo particular de o indivíduo integrar as suas experiências. É o
sentir. A sexualidade faz parte desse aspecto. Exemplos: a vergonha
que sentimos em algumas situações, o medo em outras, a alegria de
rever um amigo querido.
Aspecto social
Se analisarmos melhor cada um desses exemplos, vamos descobrir que todos os outros
aspectos estão presentes em cada um dos casos. E é sempre assim. Não é possível
encontrar um exemplo “puro”, porque todos estes aspectos relacionam-se permanentemente.
Por exemplo, uma criança tem dificuldades de aprendizagem, repete o ano, vai-se tornando
cada vez mais “tímida” ou “agressiva”, com poucos amigos e, um dia, descobre-se que as
dificuldades tinham origem em uma defiCiência auditiva. Quando isso é corrigido, todo o
quadro reverte-se. A história pode também não ter um final feliz, se os danos forem graves.
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U NIDADE 3
Objetivo: Entender as fases do desenvolvimento humano desde o nascimento até a idade
adulta, sua maturidade e fases mentais.
Pré-natal;
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O jovem adulto, de vinte e um a quarenta anos, com três períodos: o ingresso no
mundo adulto (de vinte e dois a vinte e oito), a transição dos trinta (vinte e oito a trinta
e dois anos) e o jovem adulto (de trinta e três a quarenta e dois anos);
A idade não pode ser o único critério na avaliação do grau de desenvolvimento do indivíduo,
muito mais importante que a idade são as várias dimensões da maturidade, emocional,
social, intelectual e física.
A capacidade de atenção e concentração por períodos cada vez mais longos; quanto
mais nova a criança, menor sua capacidade de atenção e concentração em uma
tarefa. Ela se cansa mais facilmente e tende a mudar de atividade.
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U NIDADE 4
Objetivo: Compreender o que é uma teoria de aprendiazagem e sua aplicabilidade no
desenvolvimento humano.
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E teoria da aprendizagem é a justificativa teórica das atividades práticas e processos
educativos, tentativas de reinterpretar sistematicamente e de organizar os conhecimentos
necessários sobre a aprendizagem. É um ponto de vista de um ou vários autores sobre a
aprendizagem. Uma teoria se fundamenta em pressupostos filosóficos e aproveita as
investigações da Psicologia, da Biologia e da Sociologia aplicáveis aos temas educacionais.
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tendências inatas de respostas, maturação ou estados temporários do
organismo (por exemplo, fadiga, drogas, etc.)”. [HILGARD, 73, pág. 3]
Becker, ao "organizar uma teoria da aprendizagem", também nos oferece uma, que é a
seguinte:
Outra dificuldade reside nos métodos usados pelos pesquisadores para construir as teorias
da aprendizagem. Entre estes métodos encontra-se a observação que é, de longe, o mais
utilizado. Ao estudo dos sistemas independentes da nossa atividade cognoscitiva de
observação deu-se o nome de cibernética de primeira ordem ou cibernética dos sistemas
observados. Neles o observador se supõe à margem do que é observado.
Ao estudo dos sistemas nos quais o próprio observador, através da sua atividade descritiva,
faz parte dos mesmos, chamou-se de cibernética de segunda ordem. Ora, nos sistemas de
segunda ordem, nos quais se insere os estudos da aprendizagem humana, existe um
problema enorme relacionado a uma "circularidade cogniscitiva", bem observado por Rolf
Behncke C., que pergunta: "Como operam os sistemas observadores, de maneira tal que
podem observar como operam eles mesmos em seu observar, se toda a variação perceptiva
neles (seu próprio conhecer) é função das variações perceptivas que eles mesmos
experimentam?" [MATURANA95, pág 35].
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As instituições educacionais (professores, orientadores, pedagogos) públicas estão
preparadas para promover uma análise diagnóstica de seus alunos e também na
escolha adequada da melhor teoria e metodologia a ser adotada no processo de
ensino aprendizagem?
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U NIDADE 5
Objetivos: Analisar e diferenciar os grandes cientistas e suas contribuições para o
desenvolvimento da aprendizagem.
Gadotti (1993) cita alguns desses grandes cientistas. Um pensador oriental Lao-Tsé pode ter
contribuído com a importância de uma aprendizagem não violenta, destacando o poder
dessa ação de paz: “... ao sábio não interessa a força, / não se arvora em dominador, / não
usa violência.” (Lao-Tsé, século VI a.C.).
Santo Agostinho (354-430) defendeu a ideia de que, como toda necessidade humana,
também a aprendizagem, em última instância, só pode ser satisfeita por Deus. Em sua
pedagogia, recomendou aos educadores jovialidade, alegria, paz no coração e às vezes
também alguma brincadeira. Já Santo Tomás de Aquino pregava os seguintes princípios ao
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educador: evitar a aversão pelo tédio e despertar a capacidade de admirar e perguntar, como
início ao autêntico ensino.
Já o educador protestante Martinho Lutero (1483-1546) recomendou que “... será dever dos
prefeitos e conselhos ter maior cuidado com os jovens. Pois dado que a felicidade, honra e
vida da cidade estão entregues em suas mãos, eles seriam considerados covardes diante de
Deus e do mundo caso não buscassem, dia e noite, com todo o seu poder, o bem-estar e
progresso da cidade”.
A Revolução Francesa veio afirmar que a educação é direito de todos e dever do Estado.
Nesse processo destacou-se Lepelletier (1760-1793), Montesquieu (1689-1755), Danton
(1759-1794).
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Moderna/Científica. Os comportamentos observáveis passam a fazer parte da investigação
científica em laboratórios com o objetivo de se controlar o comportamento humano. Nesse
sentido, os teóricos objetivam suas ações na tentativa construir um corpo teórico consistente,
buscando o reconhecimento, enfim, da Psicologia como Ciência.
Nesta época surgem homens como, Herbert Spencer (1820-1903) para quem
a pedagogia deveria ser individualista, dando importância à educação física e
ao estudo da natureza.
Marx e Engels defendem a educação pública e gratuita para todas as crianças, baseando-se
nos seguintes argumentos: a) da eliminação delas no trabalho nas fábricas; b) da associação
entre educação e produção material; c) da educação politécnica que leva à formação do
homem omnilateral, abrangendo três aspectos: mental, físico e técnico, adequado a idade
das crianças, jovens e adultos; d) da inseparabilidade da educação e da política, portanto, da
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totalidade do social e da articulação entre o tempo livre e o tempo de trabalho, isto é, o
trabalho, o estudo e o lazer.
Mais cético que Marx, Mikhail Bakunin (1814-1976) propõe a luta contra o elitismo
educacional da sociedade burguesa, que é imoral. F. F. Guardia (1859-1909) defendia uma
educação com os seguintes princípios: a) Ciência e razão; b) desenvolvimento harmônico da
inteligência e da vontade, do moral e do físico; c) do exemplo e da solidariedade; d) da
adaptação dos métodos à idade dos alunos.
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U NIDADE 6
Objetivo: Compreender a importância da psicologia científica na pesquisa do
desenvolvimento humano
Uma destas leis da Psicofísica pode assim ser apresentada: Eu coloco à sua frente uma
lâmpada de 60 "wolts" (estímulo físico: SF.) e você enxerga, caso você esteja com seu
sistema visual intacto e normalmente funcionando, um SF. = "X", por exemplo, a claridade de
60 "Wolts". Depois eu acrescento a essa lâmpada, outra, também de 60 "Wolts" (SF.), e você
percebe (sensação: Se.) menor que 120 "Wolts" (60 + 60 "Wolts" = 120 "Wolts"). Isso
significa que o SF. cresce em proporção geométrica (maior), e a percepção/Se. cresce em
proporção aritmética (menor).
Vinte anos mais tarde, estabeleceu-se a Psicologia como Ciência. Havia um grande
desenvolvimento das Ciências exatas como a Física, Química, Matemática e Fisiologia, etc,
e pertencer à Filosofia, não era, (Veja bem o raciocínio positivista da época!), um fato muito
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digno. Fechner foi um dos que "cientificaram" a Psicologia, isto é, tornou-a científica, capaz
de criar leis, verdades universais. Dois outros cientistas, Wilhem Wundt (1832-1920) e
William James (1842-1910), lutaram para a obtenção do "status" científico para a Psicologia.
Ele estava "fascinado com as operações mentais centrais", pelas funções que 'fluíam' e
'evoluíam' como propósitos, valores, intenções, objetivos, motivações (Blumenthal, in
Davidoff, 2001; p. 10). Wundt utilizou-se da Fisiologia; práticas informais de observação;
criou o procedimento de pesquisa denominado "introspecção analítica", onde os cientistas
(são colaboradores) foram cuidadosamente treinados para responder perguntas específicas
e bem-definidas sobre suas próprias (dos seus colaboradores) experiências no laboratório.
James, mais simples que Wundt quanto à montagem do seu laboratório em Cambridge,
EUA, dedicou-se a demonstrar os fatores fisiológicos que influenciavam a Psicologia. Alguns
historiadores afirmam que Wundt, em 1865, montou laboratório igual, logo antes de James.
Mas James considerava o laboratório "mais um aborrecimento que algo valioso" (Bringmann,
in Davidoff, 2001; p. 11). Ele "brilhou" mundialmente como observador da vida mental,
considerado referência para outros psicólogos. Ele se opunha a Wundt classificando sua
Psicologia como limitada, artificial e imprecisa. A Psicologia de James surge de observações
informais de si mesmo e de outros em seu envolvimento com os detalhes da vida cotidiana.
Ele tentava captar o "temperamento" da mente em funcionamento.
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Ao caracterizar a consCiência, ele usava termos como "pessoal e única”, "em mudança
contínua" e "modificando-se ao longo do tempo". Ele escreveu, “como notável é a
consCiência”, e outros processos mentais na ajuda às pessoas a se ajustar às suas
experiências. Como ele se interessava pelo funcionamento da mente, seu movimento
científico passou a ser denominado Funcionalismo
No século XX surgiram diversos movimentos psicológicos rivais entre si. Essa rivalidade é
até hoje observada. Em cursos de Psicologia, por exemplo, em todo mundo, "cresce essas
lutas". Entretanto, por falta de ética entre alguns "Psis", esta rivalidade, atinge as relações
íntimas, interpessoais etc. Isto ocorre porque, cada teoria não é isenta de "ideologias", e a
escolha da teoria, pode revelar, aos olhos do "outro" um modo, por exemplo, 'reacionário' de
perceber o homem, o mundo, a vida, às relações afetivas etc.
Esse fato pode acabar por eleger o outro como "bode expiatório", sujeito que fica ao
"policiamento do outro", contra suas ideias. Geralmente, certas teorias psicológicas, são
associadas, à postura do profissional "psi" no mundo, e revela, de certo modo, sua opção
política (no geral) e político-partidária (no específico).
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U NIDADE 7
Objetivo: Identificar o nascimento da psicologia científica como uma das formas de
pensamento do homem contemporâneo
A Psicologia Científica
É assim que no final do século XIX estão dadas as condições para a elaboração dos
projetos de Psicologia como Ciência independente e para as tentativas de definição do papel
do psicólogo como profissional nas áreas de saúde, educação e trabalho (Figueiredo, 1991,
p.31).
Torna-se então possível o nascimento da Psicologia Científica como uma das formas de
pensamento do homem contemporâneo, significando assim sua saída da Filosofia, em meio
à qual se mantinha como uma disciplina.
Embora a psicologia científica tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela
encontra campo para um rápido crescimento, na vanguarda do sistema capitalista, surgindo
as primeiras abordagens ou escolas em Psicologia, que são: Estruturalismo,
Funcionalismo e Associacionismo.
O Estruturalismo
Edward Titchener (1867/1927) se preocupava com a consCiência, mas com seus aspectos
estruturais. O estruturalismo está preocupado com a compreensão do mesmo fenômeno que
o Funcionalismo: a consCiência. Mas, diferentemente de W. James, Edward Bradford
Titchener (um dos criadores) irá estudá-la em seus aspectos estruturais, isto é, os estados
elementares da consCiência como estruturas do sistema nervoso central.
Esta escola foi inaugurada por Wundt, mas foi Titchner, seguidor de Wundt, quem usou o
termo estruturalismo pela primeira vez, no sentido de diferenciá-la do Funcionalismo. O
método de observação de Titchner, assim como o de Wundt, é o introspeccionismo, e os
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conhecimentos psicológicos produzidos são eminentemente experimentais, isto é,
produzidos a partir do laboratório.
Definição: Psicologia é a Ciência da mente, aquela que pode ser descrita em termos de
fatos observados, mas não como um serzinho insubstancial dentro de nossas cabeças.
O Funcionalismo
Foi elaborado por William James (1842/1910) que teve a consCiência como sua grande
preocupação – como funciona e como o homem a utiliza para adaptar-se ao meio e tem
como berço os Estados Unidos do fim do século XIX e início XX que começa firmar-se
definitivamente como uma sociedade capitalista e industrial e, mais do que nunca, tinha forte
apreço pelo prático.
Para o funcionalismo importa responder, “o que fazem os homens” e “por que o fazem”, “qual
o papel da mente para o êxito dos organismos ou animais na luta pela existência”. Para
responder a estas questões, os psicólogos funcionalistas elegem a consCiência como o
centro de suas preocupações e buscam a compreensão de seu funcionamento, na medida
em que o homem a usa para adaptar-se ao meio. Para W. James, a mente evoluiu com o
propósito de dirigir um sistema nervoso levado a tal complexidade que já não pode regular
suas atividades por si próprio. Foi a primeira psicologia “sistemática”:
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processos mentais? Ênfase aos valores do bom senso e à prática; ênfase à biologia
darwiniana; inclusão de psicologia animal, da criança, do anormal, diferencial e outras.
Métodos:
Classificação de resultados:
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sempre um estímulo” – geralmente interno - e praticamente idêntico ao que alguns
psicólogos chamam “necessidades orgânicas”, “impulsos”, “carências”. “Um estímulo
relativamente persistente que domina o comportamento do indivíduo até que reaja de
maneira a não mais ser afetado por ele”. Um organismo reage à “situação sensorial” como
um todo enquanto se adapta a um único aspecto dela. As respostas de um comensal
faminto, à mesa, fornecem uma boa ilustração. Finalmente, o comportamento adaptativo
supõe uma resposta que modifique a situação sensorial e satisfaça as condições
motivadoras.
O Associacionismo
Foi apresentado por Edward Thorndike (1874/1949). Seu ponto de vista era que o homem
aprende por um processo de associação de ideias – da mais simples para a mais complexa.
Edward L. Thorndike foi o formulador da primeira teoria de aprendizagem na Psicologia. Sua
produção de conhecimento pautava-se por uma visão de utilidade deste conhecimento, muito
mais do que por questões filosóficas que perpassam a Psicologia.
De acordo com essa lei, todo o comportamento de um organismo vivo (um homem, um
pombo, um rato etc.) tende a se repetir, se é recompensado (efeito) assim que ele o emitir.
Por outro lado, o comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado
(efeito) após sua ocorrência. È pela lei de efeito, que o organismo irá associar essas
situações com outras semelhantes.
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Veja o seguinte exemplo: se ao apertarmos um dos botões de um rádio e formos “premiados”
com música e, bem como, se em outras oportunidades, apertarmos o mesmo botão e
novamente isso ocorrer, generalizaremos essa aprendizagem para outros aparelhos
semelhantes, como um CD, DVD e etc.
Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE
AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES.
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U NIDADE 8
Objetivo: Compreender o comportamento behaviorista e sua importância no contexto
educacional
No início do século XX, surgem mais três correntes principais, que, por sua vez originaram a
diversidade de correntes psicológicas, que conhecemos hoje: Behaviorismo, Gestaltismo e
a Psicanálise.
Behaviorismo (comportamental)
Watson fundou este movimento que denominou “Behaviorismo”, palavra que vem do inglês
“behavior”, que significa “comportamento”. A Psicologia de Watson é uma Ciência do
comportamento, preocupada objetivamente com as ações explicitamente observadas, e
experimentalmente testadas. A Psicologia, pois, neste momento histórico, desvinculou-se da
Filosofia, aproximando-se as Ciências naturais.
Como ramo da filosofia a psicologia propunha estudar a “alma”, mas a “alma” é algo não
observável, não quantificável. Quando passou a estudar os comportamentos explicitamente
observados e controlados passou a ser objetiva, positivista, ganhando, na época, o “status”
de Ciência, de verdade universal.
Cientistas como Watson e Skinner estudam as respostas do organismo, recorrendo por isso
à fisiologia, mas destacando o estudo dos estímulos advindo do meio de modo natural ou
experimentalmente planejados. Destacam Fontana e Cruz (1997; p. 25) que para “Watson
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não existem aptidões, disposições intelectuais ou temperamentos inatos ou hereditários. O
que existe é certa propensão para responder a certos estímulos de uma forma determinada.”
A filosofia de controle e a crença behaviorista de que o ser humano é uma “tabula rasa”, sem
memória, e que por planejamento podemos fazer o que quiser delas, é muito criticada por
sua arrogância, desumanidade, e descrença do “eu” do sujeito. A teoria da tabula rasa não
foi importante apenas do ponto de vista puramente filosófico ao considerar todos os Homens
como intrinsecamente iguais, mas porque deu a base filosófica para combater o status quo
vigente, especialmente em relação à aristocracia e à nobreza.
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U NIDADE 9
Objetivo: Compreender a tendência teórica da Psicologia da Gestalt e sua contribuição no
desenvolvimento humano.
Gestaltismo
Psicologia da Gestalt é uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da
Psicologia. Seus articuladores preocuparam-se em construir não só uma teoria consistente,
mas também uma base metodológica forte, que garantisse a consistência teórica.
Gestalt é um termo alemão de difícil tradução. O termo mais próximo em português seria
forma ou configuração, que não é utilizado, por não corresponder exatamente ao seu real
significado em Psicologia.
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É o caso do cinema. Quem já viu uma fita cinematográfica sabe que ela é composta de
fotogramas estáticos. O movimento que vemos na tela é uma ilusão de ótica causada pela
pós-imagem retiniana (a imagem demora um pouco para se "apagar" em nossa retina).
Como as imagens vão se sobrepondo em nossa retina, temos a sensação de movimento.
Mas o que de fato está na tela é uma fotografia estática.
O confronto Gestalt/Behaviorismo pode ser resumido na posição que cada uma das teorias
assume diante do objeto da Psicologia - o comportamento, pois tanto a Gestalt quanto o
Behaviorismo definem a Psicologia como a Ciência que estuda o comportamento.
A Gestalt irá criticar essa abordagem, por considerar que o comportamento, quando
estudado de maneira isolada de um contexto mais amplo, pode perder seu significado (o seu
entendimento) para o psicólogo.
Na visão dos gestaltistas, o comportamento deveria ser estudado nos seus aspectos mais
globais, levando em consideração as condições que alteram a percepção do estímulo. Para
justificar essa postura, eles se baseavam na teoria do isomorfismo, que supunha uma
unidade no universo, onde a parte está sempre relacionada ao todo. Quando eu vejo uma
parte de um objeto, ocorrerá uma tendência à restauração do equilíbrio da forma, garantindo
o entendimento do que estou percebendo.
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O insight
Exemplificando, é possível a uma criança de 3 anos, que não sabe ler, distinguir a logomarca
de um refrigerante e nomeá-la corretamente. Ela separou a palavra na sua totalidade,
distinguindo a figura (palavra) e o fundo. No caso, a criança não aprendeu a ler a palavra
juntando as letras, como nos ensinaram, mas dando significação ao todo.
Nem sempre as situações vividas por nós apresentam-se de forma tão clara, que permite sua
percepção imediata; essas situações dificultam o processo de aprendizagem porque não
permitem uma clara definição da figura-fundo impedindo a relação parte/todo.
Acontece, às vezes, de estarmos olhando para uma figura que não tem sentido para nós e,
de repente, sem que tenhamos feito qualquer esforço especial para isso, essa figura torna-se
clara, tem um sentido, ou um padrão claro. A esse fenômeno a Gestalt dá o nome de insight.
O termo designa uma compreensão imediata, uma espécie "entendimento interno" rápido.
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U NIDADE 10
Objetivo: Compreender a importância da Teoria da Psicanálise no tratamento das pessoas
mentalmente enfermas ou perturbadas, através da prática clínica.
A Psicanálise
Sigmund Freud e a sua teoria, é claro, são as mais importantes fontes para esse ponto de
vista que combinam uma teoria da personalidade, uma teoria do desenvolvimento e um
instrumento para o tratamento de perturbações mentais. Esta concepção se originou das
observações e inclinações de um clínico profissional. Os conceitos e doutrinas da
Psicanálise, que têm sido influentes em toda Psicologia, incluem a noção de uma estrutura
motivacional inconsciente e a da existência de certos processos dinâmicos e causativos que
determinam o comportamento, mas que não são, em si mesmo, observáveis.
O fundador da psicanálise foi o médico austríaco Sigmund Freud (1856 - 1939). A teoria
psicanalítica não surgiu do laboratório de uma universidade e sim da clínica médica. A
Psicanálise é uma técnica para o tratamento das pessoas mentalmente enfermas ou
perturbadas; através da prática clínica, Freud elaborou a Teoria Psicanalítica que se refere
tanto ao normal quanto ao anormal; objetivou compreender os processos fundamentais da
mente consciente e inconsciente assim como as formas dinâmicas que compõem a
personalidade.
O inconsciente para Freud não é simplesmente qualquer "coisa" de que não estamos
conscientes, mas processos mentais que são ativamente reprimidos e impedidos de se
tomarem conscientes, pois o seu conteúdo pode entrar em choque com a vida do indivíduo.
O inconsciente é um sistema psíquico que se contrapõe a outro sistema psíquico: o pré-
consciente
As teorias científicas de Sigmund Freud surgem influenciadas pelas condições da vida social,
nos seus aspectos econômicos, políticos, culturais etc. São produtos históricos criados por
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homens concretos, que vivem o seu tempo e contribuem ou alteram, radicalmente, o
desenvolvimento da Ciência.
Sigmund Freud (1856-1939) foi um médico Vienense que alterou, radicalmente, o modo de
pensar a vida psíquica. Sua contribuição é comparável à de Karl Marx na compreensão dos
processos históricos e sociais. Freud ousou colocar os "processos misteriosos" do
psiquismo, suas "regiões obscuras", isto é, as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a
interioridade do homem, como problemas científicos. A investigação sistemática desses
problemas levou Freud à criação da Psicanálise.
Entender a Psicanálise significa percorrer o trajeto pessoal de Freud, desde a origem dessa
Ciência e durante grande parte de seu desenvolvimento. A relação entre autor e obra torna-
se mais significativa quando descobrimos que grande parte de sua produção foi baseada em
experiências pessoais, transcritas com rigor em várias de suas obras, como a interpretação
dos sonhos e a psicopatologia da vida cotidiana, dentre outras.
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U NIDADE 11
Objetivo: Estudar as principais fases do desenvolvimento humano segundo a visão da teoria
psicanalítica de Sigmund Freud
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menino pela mãe e da menina importantes para a aceitação de papéis
pelo pai. adequados com respeito à idade e sexo.
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Desenvolvimento da Personalidade (Adaptação da esquemática de Freud)
Alimentada com
mamadeira;
Falta de contato;
Recusa de alimentação
por tempo demasiado
longo;
Tensão
Alimentação; Não ser desejada;
Ansiedade
Sucção; Não ser benquista;
Incerteza
Zero ano Desmame; Tratada sem
Oral até o fim delicadeza; Dúvida
Querer a si mesma -
do 1º ano
alimento-símbolo; Não ser cuidada; Medo
Desmame repentino e
cruel.
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Hostilidade
Rejeição. Ansiedade
Tensão
Sentimento de culpa
Romance familiar
(afeição por um membro Vergonha
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de idade exigências sociais e da Imposição de ideais Retração
escola; religiosos;
Culpa
Novos heróis e heroínas; Falta de respeito e de
Vergonha
Bandos e sociedades apreciação pelas
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U NIDADE 12
Objetivo: Entender a importância da psicologia do desenvolvimento humano no processo de
aprendizagem.
As pesquisas são, sem dúvida, importantes e fundamentais na coleta de dados, mas, para
explicá-los, mostram-se insuficientes. Para obter o "porquê" dos comportamentos
registrados, a Psicologia do Desenvolvimento costuma fazer uso de teorias esperando-se
que ofereçam subsídios e explicações para os comportamentos observados.
Uma teoria é basicamente uma tentativa de explicação geral que não só responde pelos
fatos que nós observamos, mas também nos diz o que pode ser verdadeiro. Portanto, uma
boa teoria põe ordem no caos e dirige as pesquisas posteriores, na medida em que focaliza
nossa atenção em diferentes aspectos do problema e sugere novas soluções.
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A importância da aprendizagem na vida do indivíduo varia, enormemente, de uma espécie
para outra. O estudo da aprendizagem, sua natureza, suas características e fatores que nela
influenciam constituem, portanto, um dos problemas mais importantes para a psicologia e
para o educador, seja ele pai, professor, orientador ou administrador de instituições
educativas.
É, pois, pela aprendizagem que o homem se afirma como ser racional, forma a sua
personalidade e se prepara para o papel que lhe cabe no seio da sociedade. Especialmente
no campo da teoria e da prática educativa, não pode ser dispensada a contribuição da
psicologia da aprendizagem. Da solução dos problemas desta vai depender, não só a
escolha do método didático, como também a organização dos programas e currículos e até a
formulação dos objetivos da educação.
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U NIDADE 13
Objetivo: Entender o fenômeno da aprendizagem e quais as suas características.
Conceito de aprendizagem
Uma análise exaustiva das definições de aprendizagem dos diversos autores conduzirá à
conclusão de que a mais geral das definições, abrangendo o pensamento da maioria deles,
poderá resumir-se no seguinte: Aprendizagem é uma modificação sistemática do
comportamento ou da conduta, pelo exercício ou repetição, em função de condições
ambientais e condições orgânicas.
Sabendo-se que dentro das escolas já existe a figura do orientador educacional, qual
seria o verdadeiro papel do psicopedagogo neste contexto e seu foco de atuação?
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U NIDADE 14
Objetivo: Diferenciar os teóricos educacionais e suas teorias, seus principais objetivos e
reflexões sobre o fazer pedagógico.
Iremos relembrar algumas das principais teorias educacionais, seus princípios e seus
objetivos e apresentar algumas reflexões sobre o fazer pedagógico dessas teorias. As
concepções de educação formulada por estes e outros pensadores contribuíram para a
Pedagogia Tradicional e Pedagogia Renovada.
Um dos grandes problemas do ensino, diz Skinner é o uso do controle aversivo. (Embora
algumas escolas ainda usem punição, física-moral-psicológica, como: ridículo, repreensão,
sarcasmo, crítica, lição de casa adicional, trabalho forçado, retirada de privilégios, e a farsa
de algumas avaliações, onde exames são usados como ameaça e são destinados
principalmente a mostrar o que o estudante não sabe, para humilhá-lo e coagi-lo a estudar,
em geral houve mudanças.
Skinner acreditava que os professores, em sua maioria, são humanos e não desejam usar
controles aversivos. As técnicas aversivas continuam sendo usadas, com toda probabilidade,
porque não foram desenvolvidas alternativas eficazes. O ser humano resulta de uma
combinação de sua herança genética e das experiências que ele adquire na interação com o
seu ambiente. Segundo Skinner, o fator mais importante no condicionamento operante não
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são os estímulos que antecedem às respostas, mas, sim, os estímulos que as reforçam.
Memorização é o ponto forte de sua teoria.
Para a criança aprender deve haver situações de desafio que a levem a resolver problemas.
Usar da fase de desenvolvimento da criança para fazê-la aprender. Fase 1 - Inativa
(movimento, respostas motoras). Fase 2 - Icônica (percepção do ambiente e formação de
modelos). Fase 3 - Simbólica (ordena e organiza as imagens com historicidade).
Bruner acredita que a solução de muitas questões depende de uma situação ambiental que
se apresente como um desafio à inteligência do aprendiz, levando-o a resolver problemas,
promovendo a transferência da aprendizagem. Aplicação dos conhecimentos adquiridos a
uma nova situação
Tem como característica, que não é necessário memorizar e sim descobrir. Desde que o
objetivo final da aprendizagem é a descoberta, a única maneira de aprender a heurística da
descoberta é através do exercício da solução de problemas e do esforço de descobrir.
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A programação de matérias deve ser feita por meio de uma série hierárquica (em ordem
crescente de inclusão), com cada organizador avançado precedendo sua correspondente
unidade.
Oposto à matéria sem sentido, tem como característica decorar ou aprendizagem mecânica.
(tal como memorização de pares associados ou sílabas sem sentido). Oposto a
aprendizagem por descoberta, aprendizagem do conteúdo e a estrutura do material são
estabelecidas pelo professor ou responsável pela instrução.
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Aprender a como descobrir um caminho para mudar o jogo (ensino) está em implementar o
inovativo ensinando estratégias. Papert dá exemplos de por que isto é necessário para
mudar o sistema corrente e aumentar a aprendizagem nas escolas. No decorrer do tempo,
aprendizagem importante acontece fora dos muros de uma escola. O bebê aprende a andar,
crianças aprendem jogos de vídeo intricados, todos sem o ensinamento formal da escola. Lá
é um caminho que nós estamos ensinando o currículo desejado com diferentes velocidades
de aquisições. Podíamos ter a mesma velocidade, com que pessoas aprendem no exterior,
na aprendizagem que ocorrem em sala de aula? (Papert, 1993)
Uma das linguagens de programação mais utilizada com propósitos educacionais, tendo sido
criada justamente com esta finalidade, é sem duvida alguma a linguagem LOGO.
A linguagem de programação LOGO foi desenvolvida, por volta de l968, por um grupo de
pesquisadores liderados por Seymour Papert, no Massachusetts Institute of Technology -
MIT, Boston, EUA.
Paulo Freire
Paulo Freire é, sem dúvida alguma, um educador humanista e militante. Sua concepção de
educação parte sempre de um contexto concreto para responder a esse contexto.
Essa primeira virtude do diálogo consiste no respeito aos educandos, não somente enquanto
indivíduos, mas também enquanto expressão de uma prática social.
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Humanismo: Doutrina filosófica que tem no homem o valor supremo, definindo-se a partir
dessa perspectiva as exigências psicológicas, históricas, econômicas e sociais que
condicionam a vida humana.
Tem no método dialético de pensar, a seguinte assertiva não separa teoria e prática.
A educação se faz e refaz conforme as práticas sociais que se dão na sociedade. Esta é
estruturada e constrói a educação em função dos interesses de que detêm o poder. Assim,
afirma, uma transformação radical no sistema educacional implicaria uma transformação
radical na sociedade. Esta percepção, segundo Paulo Freire, leva o educador a descobrir o
verdadeiro papel da educação no processo de libertação, permitindo perceber os limites da
ação pedagógica.
Paulo Freire com a Pedagogia da Liberdade, exemplifica seu trabalho na América do Sul,
procura estar pronto à aceitação em muitas bases comunitárias, educador popular que
organizava ensino para adultos .
Jean Jacques Rousseau combateu ideias que prevaleciam há muito tempo. Entre elas, a de
que a teoria e a prática educacional, junto à criança, deviam focalizar os interesses do adulto
e da vida adulta. Ele também chamou a atenção para as necessidades da criança e as
condições de seu desenvolvimento. Como consequência, a criança não podia ser mais
entendida como um adulto em miniatura. E se a criança era um ser com características
próprias, não só as suas ideias e seus interesses tinham de ser diferentes dos adultos;
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também o relacionamento rígido mantido pelos adultos em relação a elas precisava ser
modificado.
As fases da vida: a primeira fase, até os 5 anos, era como uma fase animal, com o
aparecimento do primeiro sentimento de si mesmo; aos 12 anos, o indivíduo torna-se
consciente de si mesmo, é o momento da vida em que o racional desperta; sendo um ser
isolado, a criança não desfruta ainda da vida moral. E na fase seguinte, a puberdade, o sexo
é visto por Rousseau como o fator mais importante da vida do indivíduo; com isso, surge a
vida social do indivíduo. Com o surgimento dos mais altos sentimentos, a vida moral evolui
naturalmente. Embora as fases no desenvolvimento da vida do indivíduo já tivessem sido
reconhecidas por vários pensadores, foi Rousseau quem mostrou a importância das mesmas
para a educação.
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U NIDADE 15
Objetivo: Diferenciar métodos e técnicas de estudo da Psicologia da aprendizagem
Uma das primeiras experiências no estudo da aprendizagem foi realizada por Herrnann
Ebbinghaus, que foi um dos primeiros a planejar métodos para medir os produtos da
memorização.
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Bugelski é de opinião que não podemos abandonar qualquer forma de medida do
desempenho, porém a obrigação básica do psicólogo da aprendizagem é limitar-se a
pesquisa da aprendizagem.
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U NIDADE 16
Objetivo: Compreender melhor os métodos da Psicologia
Métodos de Psicologia
Durante muito tempo o único método usado em psicologia foi a introspecção, observação
interior feita pelo próprio sujeito, objeto de várias críticas por aqueles que pretendiam
normatizar e criar um estatuto de Ciência para a Psicologia. No final do século XIX a
introspecção é posta em causa e adota-se o método experimental para o estudo do
comportamento. É neste método que os behavioristas vão encontrar o meio para formularem
as leis que respondiam ao seu objetivo: prever comportamentos em determinada situação.
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controle permite ao experimentador avaliar os efeitos de outros fatores que podem estar
presentes por acaso e proporciona um padrão de comparação nas unidades dos
procedimentos de medição do comportamento. O método experimental é a técnica preferida
para o estudo de problemas em tópicos tais como motivação, aprendizagem e percepção.
O método experimental que, obviamente, tem alta cotação no que diz respeito ao controle
que pode ser exercido, tem, ao mesmo tempo, uma baixa colocação quanto à possibilidade
de generalização. As exigências de controle operam de tal modo que, usualmente,
restringem o âmbito natural do comportamento; e a observação resultante pode ser então
descrita como algo artificial ou forçado. Contudo, esse artificialismo não está
automaticamente presente e muitos experimentos isolam e permitem o estudo de
comportamentos que são muito naturais em todos os aspectos.
O método clínico ou, como por vezes é denominado, o método de anamnese ou histórico
(case-history), combina algumas das técnicas do teste e da observação naturalista para
produzir um acervo de informações sobre o indivíduo. A informação pode provir do
interrogatório do indivíduo, de registros escritos e diários, ou de descrições e depoimentos
relatados por outros indivíduos, assim como de observações pessoais do próprio
investigador. O produto final, o "histórico", pode ser de diversos graus de idoneidade,
dependendo das fontes usadas na compilação.
Alguns psicólogos dizem que este método de coleta de informações não é realmente
científico, por causa do grau razoavelmente elevado de subjetividade e da inidoneidade de
boa parte do material em tais compilações e por causa da ênfase conferida ao
comportamento não repetível singular, em vez de generalizações que possam valer para
todos os indivíduos ou para o comportamento do indivíduo típico.
Esses críticos talvez defendam uma definição desnecessariamente severa e restritiva tanto
da Ciência como dos métodos científicos que eles afirmam ser aceitáveis. Um critério mais
liberal e pragmático para os métodos científicos, pelo quais todos os que produzem
informações úteis para previsão e explicação seja aceitos, têm sido acolhido por aqueles
investigadores que contribuem com provas clínicas ou anamnéticas para o acervo de nossos
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conhecimentos sobre o comportamento. Distúrbios do Comportamento foram obtidos
mediante o uso do método clínico.
A observação naturalista requer muito tempo para que seja completa. Com frequência, horas
e horas de observação (por exemplo, de crianças brincando) têm que ser completadas antes
que um fragmento de conduta sob estudo (por exemplo, a agressão) ocorra no grupo ou no
indivíduo. Muitas horas adicionais de espera poderão ser necessárias antes que essa
espécie de comportamento se repita em condições semelhantes, que possam ser usadas
como comprovação. Quando emprega este método, o observador aceita o risco de que o
comportamento desejado nunca ocorra no indivíduo sob observação.
Assim, é evidente que certos tipos de problemas e questões nunca poderão ser
eficientemente estudadas por este método. A possibilidade de generalização das
observações naturalistas também é obtida à custa do conhecimento das determinantes do
comportamento. Quer dizer, um grau muito baixo de controle é exercido sobre o
comportamento estudado e quase nenhum enunciado pode ser formulado sobre as causas
prováveis desse comportamento.
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De um modo geral, controle e interferência andam de mãos dadas nas observações
científicas. A avaliação naturalista pode possibilitar uma descrição exata e minuciosa de
comportamentos que são excessivamente elaborados para qualquer outra técnica.
Que método(s) utilizar? Atualmente para se estudar um dado problema recorre-se a vários
métodos e técnicas de investigação, procurando assim conhecer os problemas em toda a
sua complexidade.
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U NIDADE 17
Objetivo: Compreender as diferentes naturezas da aprendizagem e suas correntes
filosóficas e psicológicas
A corrente do empirismo tem como princípio fundamental considerar que o ser humano, ao
nascer, é como uma "tabula rasa" e tudo deve aprender, desde as capacidades sensoriais
mais elementares aos comportamentos adaptativos mais complexos (Gaonach e Golder,
1995). A mente é considerada inerte, e as ideias vão sendo gravadas a partir das
percepções. Baseado neste pressuposto, a inteligência é concebida como uma faculdade
capaz de armazenar e acumular conhecimento.
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Para Thorndike apud Pettenger e Gooding (1977), o padrão básico da aprendizagem é uma
resposta mecanicista às forças externas. Um estímulo provoca uma resposta. Se a resposta
é recompensada, é aprendida.
As grandes escolas da corrente dos teóricos de campo são representadas, na Gestalt pelos
alemães Wertheimer, Koffka e Köhler, e na Fenomenologia, por Combs e Snygg (Pettenger e
Gooding, 1977). Nestas escolas prevalece a concepção de que as pessoas são capazes de
pensar, perceber e de responder a uma dada situação, de acordo com as suas percepções e
interpretações desta situação. Diferentemente das primeiras, em que o comportamento é
sequencial, do mais simples ao mais complexo, nesta corrente, o todo ou total é mais que a
soma das partes.
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Os teóricos do processamento da informação ou Psicologia Cognitiva, de origem mais
recente, reúnem diversas abordagens. Estes teóricos estudam a mente e a inteligência em
termos de representações mentais e processos subjacentes ao comportamento observável.
Considera o conhecimento como sistema de tratamento da informação.
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conhecimento, o processamento de informações, a aquisição de conceitos, os estilos de
pensamento, os comportamentos relativos à tomada de decisões e resolução de problemas
são alguns dos "processos centrais" dos indivíduos dificilmente observáveis e que são
investigados.
Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE
AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES.
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U NIDADE 18
Objetivo:Possibilitar ao aluno a compreensão da contribuição de Jean Piaget no
desenvolvimento da aprendizagem humana.
Cunha (2000) informa que um dos grandes temas da epistemologia é saber como se passa
de um estado de menor de conhecimento para um estado de maior conhecimento, de um
conhecimento de menor valor para um conhecimento de maior valor.
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O problema epistemológico que despertou a atenção de Piaget (Cunha, 2000; p. 70-71), diz
respeito a como se passa de um tipo de conhecimento a outro, como se transita de um
estado em que a afirmação só é possível mediante a manipulação de coisas/objetos, a um
estado em que os enunciados estão, além disso, (formar juízos de valor, desenvolver a
lógica etc). Para isso Piaget deixou o terreno estritamente filosófico e foi buscar respostas
através de planejadas experimentações científicas
Diz Cunha (2000; p. 72): “O que Piaget pretendia era verificar os recursos mais ou menos
dependentes da experiência — que o indivíduo necessita para elaborar seu pensamento. (...)
O método piagetiano de pesquisa não consiste em medir a competência intelectual, mas sim
compreender como o indivíduo formula suas concepções sobre o mundo que o cerca, como
resolver problemas, como explica fenômenos naturais.”
Esse método, o clínico, criado por Piaget prevê a formulação de problemas abertos,
chamados provas operatórias, e a solicitação para que a criança os solucione, dando início
aos diálogos entre pesquisador e pesquisados. Ao lidar com crianças muito pequenas, que
não podem ser interrogadas, Piaget recorreu a observações meticulosamente registradas,
sobre o modo como elas solucionam problemas não verbais.
Piaget, segundo Davis e Oliveira (1990; p. 37) concebeu então que a criança possui uma
lógica de funcionamento mental que difere — qualitativamente — da lógica de funcionamento
mental do adulto. Propôs-se consequentemente a investigar como, através de quais
mecanismos, a lógica infantil se transforma em lógica adulta. Nessa investigação, Piaget
partiu de uma concepção de desenvolvimento envolvendo um processo contínuo de trocas
entre o organismo vivo e o meio ambiente.
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Cunha (2000; p. 69-103) trabalha muitas temáticas piagetianas como educação; os conceitos
de assimilação, acomodação e equilíbrio; Biologia e ambiente; a teoria do desenvolvimento
cognitivo; o universo não representado; o universo concreto; a Psicologia Genética na
escola; o universo formal; a teoria da sociabilidade; egocentrismo; coação e justiça; a
cooperação na escola; dilemas construtivistas; Educação e sociedade.
O estudo de Piaget com mais de seis décadas teve como centro o desenvolvimento da
criança, sendo que o conceito de estrutura cognitiva é o centro da sua teoria. Há quatro
estruturas do cognitivo primário: sensório motor, (0-2 anos), pré-operações (pré-operatório),
(3-7 anos), operações concretas, (8-11 anos) e operações formais, (12-15 anos)
Convém esclarecer que as teorias de Piaget têm comprovação em bases científicas. Ou seja,
ele não somente descreveu o processo de desenvolvimento da inteligência, mas,
experimentalmente, comprovou suas teses.
Resumir a teoria de Jean Piaget não é uma tarefa fácil, pois sua obra tem mais páginas que
a Enciclopédia Britânica. Desde que se interessou por desvendar o desenvolvimento da
inteligência humana, Piaget trabalhou compulsivamente em seu objetivo, até as vésperas de
sua morte, em 1980, aos oitenta e quatro anos, deixando escritos aproximadamente setenta
livros e mais de quatrocentos artigos.
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U NIDADE 19
Objetivo: Possibilitar ao aluno a compreensão da contribuição de Lev Vygotsky no
desenvolvimento da aprendizagem humana.
Lev Vygotsky, viveu na mesma época que Piaget (ambos nasceram em 1896 – e morreu aos
37 anos). No entanto, eles não chegaram a se encontrar em vida, devido a vários fatores,
principalmente os políticos. Lev Vygotsky nasceu na Rússia, num contexto histórico de
conflitos políticos (Revolução Russa), sendo este um dos motivos pelo qual sua obra só foi
conhecida e valorizada mais recentemente, apesar de sua pesquisa ser de suma importância
para as Ciências educacionais e psicológicas.
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É interessante notar que seu pensamento tem como pano de fundo essa teoria. Desse
embasamento, o autor abstrai que o ser humano é criado histórico e socialmente, e que suas
relações com a natureza e com os outros homens no nível da consCiência são lidados de
forma espontânea apenas quando ele não tem percepção da consCiência sobre aquilo que
está fazendo. Por outro lado, à medida que o homem toma consCiência da consCiência que
possui, mais e mais ele abstrai sobre seus atos e sobre o meio.
Com isto, seus atos deixam de ser espontâneos (no sentido biológico do termo) para se
tornarem atos sociais e históricos, envolvendo a psique do indivíduo. Observe que, nesse
diverso campo da consCiência, existe como base metodológica e objeto de estudo a
intencionalidade da consCiência.
Diríamos de certa forma, que para ele a consCiência é o estado supremo do homem, o que
na teoria vygotskiniana é chamado de Tomada de ConsCiência. E esses elementos da
consCiência vão dar origem aos denominados processos mentais superiores, os quais são
diferentes dos processos mecânicos, por estas serem ações conscientes, controladas ou
voluntárias, envolvendo memorização ativa seguida de pensamento abstrato.
O que vimos acima vem no sentido de contextualizar uma das complexas relações que
necessita ser lembrada ao estudar Vygotsky, mesmo porque esse autor, tem amparo teórico
muito grande - dos quais vale lembrar Marx. Observe que isto implica em uma dificuldade
para uma simplificação da teoria e o melhor entendimento do pensamento do autor.
Porém nessa unidade, buscarei falar resumidamente, sobre os enfoques principais que este
cientista traçou quanto às questões de: aprendizagem e desenvolvimento, necessidade da
interação nesse processo, o valor da potencialidade para o processo de aprendizado, bem
como o papel da escola no desenvolvimento cognitivo do indivíduo.
Ainda tomando como base o referencial marxista, tem-se que Vygotsky interessou-se por
enfatizar o papel da interação social ao longo do desenvolvimento do homem. Isto quer dizer
que o homem é herdeiro de toda a evolução filogenética (espécie) e cultural, e seu
desenvolvimento dar-se-á em função de características do meio social em que vive. Donde
surge o termo sociocultural ou histórico atribuído nesta teoria. E assim assinalam-se
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constantemente a busca de explicar os processos mentais superiores baseados na imersão
social do homem que por sua vez é histórico, ontológico e filogenético.
Nesse processo, a aprendizagem se produz, pelo constante diálogo entre o exterior e interior
do indivíduo, uma vez que para formar ações mentais ele, o indivíduo, tem que partir das
trocas com o mundo externo, em cuja interiorização surge a capacidade das atividades
abstratas que a sua vez permite levar a cabo as ações externas.
O que nos faz pensar que esse processo de aprendizagem se desenvolve do concreto
(segundo as variáveis externas) a abstrata (as ações mentais), com diferentes formas de
manifestações, tanto intelectual, verbal e de diversos graus de generalizações e
assimilações.
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Conceitos: formação de conceito atividade complexa e abstrata, que usa o signo, ou
palavra, como meio de condução das operações mentais.
A aprendizagem dos alunos vai sendo assim construída mediante o processo de relação do
indivíduo com seu ambiente sociocultural e com o suporte de outros indivíduos mais
experientes. É na zona de desenvolvimento proximal (ZDP) que a interferência desses outros
indivíduos é mais transformadora.
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tem que estabelecer é a sequência que permite o progresso de forma adequada,
impulsionando ao longo de novas adequações, sem esperar a maturação "mecânica" e
evitando que possa pressupor as dificuldades para prosperar por não delinear um
desequilíbrio adequado. É desta concepção que Vygotsky afirma que a aprendizagem vai à
frente do desenvolvimento.
Assim, para Vygotsky, as potencialidades do indivíduo devem ser levadas em conta durante
o processo de ensino-aprendizagem. Isto porque, a partir do contato com pessoa mais
experiente e com o quadro histórico-cultural, as potencialidades do aprendiz são
transformadas em situações em que ativam nele esquemas processuais cognitivos ou
comportamentais. Pode acontecer também de que este convívio produza no indivíduo novas
potencialidades, num processo dialético contínuo.
Observe que esse nível de desenvolvimento real que é abordado na teoria refere-se ao que a
criança no seu nível atual, real e efetivo, ou seja, aquilo que a criança consegue fazer sem
ajuda de outro. Enquanto que no nível de desenvolvimento proximal são as funções que não
amadureceram, mas estão em estado embrionário no que diz respeito às potencialidades e
aos processos em longo prazo. Por conseguinte, o que ocorre para Vygotsky é que o
aprendizado progride mais rapidamente do que o desenvolvimento.
Por isto, a proposta do termo ZDP em sua teoria, e o lugar onde a escola deve atuar. É aí
que o professor, agente mediador (por meio da linguagem, material cultural entre outros)
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intervém e auxilia para a construção e reelaboração do conhecimento do aluno, para que
haja seu desenvolvimento.
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U NIDADE 20
Objetivo: Compreender a contribuição de Skinner no desenvolvimento da aprendizagem
humana
Skinner baseou suas teorias na análise das condutas observáveis. Dividiu o processo de
aprendizagem em respostas operantes e estímulos de reforço, o que o levou a desenvolver
técnicas de modificação de conduta na sala de aula.
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O Behaviorismo restringe seu estudo ao comportamento (behavior, em inglês), tomado como
um conjunto de reações dos organismos aos estímulos externos. O princípio do
Behaviorismo é que só é possível teorizar e agir sobre o que é cientificamente observável.
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do indivíduo. No comportamento respondente (de Pavlov), a um estímulo segue-se uma
resposta. No comportamento operante (de Skinner), o ambiente é modificado e produz
consequências que agem de novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência futura
semelhante.
POSITIVO: todo estímulo que quando está presente aumente a probabilidade de que
se produza uma conduta.
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CASTIGO: igual ao da extinção funciona para reduzir a conduta. Contrariamente ao
que se pensa, o reforço negativo não é punição, mas sim a remoção de um evento
punitivo; enquanto o reforço aumenta um comportamento, a punição o diminui.
Nos usos que propôs para suas conclusões científicas em especial na educação, Skinner
pregou a efiCiência do reforço positivo, sendo, em princípio, contrário a punições e
esquemas repressivos, sugeria que o uso das recompensas e reforços positivos da conduta
correta era mais atrativo do ponto de vista social e pedagogicamente mais eficaz.
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A avaliação também tem um papel fundamental: no início, para que o professor possa
estabelecer estratégias para atingir os objetivos; durante o processo de aprendizagem, para
controle e replanejamento; e ao final, para verificar se os resultados desejados foram obtidos.
Como ocorre na escola tradicional, estes objetivos são predefinidos, sem a participação do
aluno.
Para atingir os objetivos são usados “reforçadores”, como notas, prêmios, status,
reconhecimento de professores e colegas e promessa de vantagens sociais futuras. O
professor deve elaborar um sistema para que o desempenho do aluno seja maximizado de
acordo com os objetivos traçados.
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U NIDADE 21
Objetivo: Conhecer teóricos que estudaram e postularam cientificamente sobre o
desenvolvimento e aprendizagem humana.
Jerome Brunner
Seu livro, "Uma Nova Teoria da Aprendizagem", em português, foi lançado em 1966. A
teoria construtivista de Bruner é uma estrutura geral para instrução, baseada no estudo da
cognição. Muito da teoria está ligado à pesquisa do desenvolvimento infantil (especialmente
Piaget).
Outra consequência é que a estrutura cognitiva prévia do aluno (seus modelos mentais e
esquemas) é um fator essencial na aprendizagem. Esta estrutura cognitiva prévia dá
significação e organização à suas experiências e permite ir mais além da informação dada, já
que para integrá-la à sua estrutura deve aprofundá-la e contextualizá-la.
Esses pressupostos, sobre os quais fundamenta sua teoria, acabam sendo propícios à
memorização e transferência dessa memorização, pois o aluno satisfeito essas condições,
transfere a aprendizagem para uma nova situação.
Currículo espiral: o currículo deve organizar-se de forma espiral, isto é, trabalhar de forma
periódica os mesmos conteúdos, cada vez com maior profundidade. Isso para que o aluno
continuamente modifique as representações mentais que já esteja construindo. Bruner não
limita a descoberta a apenas o encontro de coisas novas, mas preferencialmente, inclui nesta
estratégia todas as formas de busca de conhecimentos pelo próprio aluno.
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generalizados para as mais variadas situações; favorecer a invocação de informações, já que
elas foram retidas dentro de uma estrutura cognitiva construída pela própria pessoa.
Podemos dizer que seu método é socrático: quando o aluno está acomodado com os
conhecimentos adquiridos, cabe ao professor propor-lhe dúvidas, uma das maneira é a
proposição do currículo em espiral.
Descarta a prontidão, pois afirma que se pode ensinar qualquer coisa para qualquer criança
em qualquer estágio de desenvolvimento, pois o fundamental é a interação entre: criança,
assunto e modo pelo qual ele é apresentado. Nessa concepção o aluno é colocado em uma
situação ativa, encarado como o construtor de sua própria aprendizagem e situando o
professor como elemento desafiador e não apenas como um fornecedor de respostas
prontas.
Dois princípios estão na base de sua concepção: 1) o conhecimento do mundo funda-se num
modelo representativo da realidade elaborado conforme três técnicas possíveis, a ação
(representação inativa), a imagem (representação icônica) e o símbolo; 2) os modelos de
realidade desenvolvem-se em função da informação proveniente do meio e em função da
superação que o sujeito lhes traz graças à sua atividade pessoal.
A concepção das estratégias propostas por Bruner possuem o grande mérito de superar uma
concepção estritamente associacionista do pensamento e ainda pelo fato de ressaltar a
importância de uma série de fatores psicológicos necessários para a formação de conceitos.
"O conceito de números primos parece ser mais prontamente compreendido quando a criança, através da
construção, descobre que certos punhados de feijões não podem ser espalhados em linhas e colunas
completas. Tais quantidades têm que ser colocadas em uma fila única ou em um modelo incompleto de linha-
coluna no qual existe sempre um a mais, ou alguns a menos, para preencher o padrão. Estes padrões, que as
crianças aprendem, são chamados de primos. É fácil para a criança ir desta etapa para o reconhecimento de
que uma denominada tabela múltipla é uma folha-registro das quantidades em várias colunas e linhas
completadas. Aqui está a fatoração, multiplicação e primos, em uma construção que pode ser visualizada."
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U NIDADE 22
Objetivo: Estudar as principais teorias psicológicas mais presentes no âmbito da Psicologia e
da Educação e sua importância para a pratica pedagógica
1. os "psi" devem estudar o ser humano vivo como um todo (holístico) e não de modo
fragmentado (percepção; aprendizagem; motivação etc.), pois informações assim não
geram conhecimentos profundos e substanciais;
3. os "psi" dessa área, não buscam leis gerais universais, pois os humanistas enfatizam
o individual, o excepcional, o diferente e as diferenças e o imprevisível;
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informação válida. Os cientistas renomados dessa área são C. R. Rogers; A. Maslow;
A.S. Neill (Escola de Summerhill) etc.
Após essas noções teóricas sobre a Psicologia Existencial, cabe uma questão: Como surgiu
esse movimento, que tanto influencia a Psicologia?
Hall-Lindsey (1984) confirmam que o movimento existencialista surgiu nos anos que se
seguiram a II Guerra Mundial. Esse movimento alcançou popularidade tanto na Europa,
como nos Estados Unidos da América. O movimento nasceu da resistência francesa à
ocupação alemã. Seus mais articulados porta-vozes, Jean Paul Sartre (autor francês de
teatro, jornalista, e, do autor famoso livro existencialista "Ser e Nada") e Albert Camus
(natural da Argélia, romancista e ensaísta). Ambos ganharam o Prêmio Nobel, sendo que,
Sartre recusou recebê-lo. Já Camus terminou tragicamente num acidente automobilístico,
quando estava com 46 anos de idade.
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universitários; dissidentes e rebeldes em geral, etc. Assim, ser existencialista passou ter um
sentido de enorme amplidão. Nesse "sentido" acabou por oportunizar a emersão de muitos
modos de ser, o que se é ser existencialista.
Considerando-se a sua base popular, seus clichês e slogans, e sua divisões (rachas), esse
movimento poderia ter se esgotado. Isso não ocorreu, não só pelo vanguardismo ultra
politizado, mas porque as bases filosóficas que fundamentaram tal abordagem são de
tradição rigorosa, prestigiada e com sólidos componentes contemporâneos. A figura original
(ancestral) é Kierkeggard (1813-1855), filósofo dinamarquês de alma torturadíssima,
carregado e sendo carregado pela culpa de ser. Parafraseando o cineasta espanhol, Pedro
Almodóvar, poderíamos dizer que em S. Kierkeggard, era como se Deus, ao dar-lhe um dom,
o de ser pensador talentoso, deu-lhe também um chicote, cuja única finalidade era para que
se autoflagelasse.
A partir dele, de Kerkeggard, é que irromperam nomes famosos como Bérgson, Dostoievsky,
e o maravilhoso Niltzsche. Entre os existencialistas modernos, podemos citar Martin
Heidegger, autor de "Ser e Tempo"; Buber, autor de "Eu e Tu". Buber influenciou o psicólogo
Carl R. Rogers e, "pasmem" , também Paulo Freire. O "diálogo" defendido pelo ("maior
pedagogo da atualidade") (Paulo Freire) é fundamentado em Buber.
Vários psicólogos foram e são influenciados pelo existencialismo como Allport, Angyal,
Goldstenin, K. Lewin, Maslow, Rogers etc.
A ideia central da Ontologia de Heidegger (Ontologia é o ramo da Filosofia que aborda o ser
ou da existência) é o seguinte: o homem (Dasein) é um ser no mundo, isto é, ele é mundo.
Ele não existe com um Eu ou um sujeito em relação ao mundo externo; não é "coisa" ou
"objeto", ou um "corpo" interagindo com as "coisas" que fazem o mundo. O homem tem sua
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existência por ser-no-mundo, e o mundo tem sua existência porque há um Ser para revelá-lo.
O ser e o mundo são unos, uma coisa só.
Heidegger também foi influenciado (além do existencialismo), pela fenomenologia, criada por
Edmund Husserl (1859-1938). Os psicólogos adotam a fenomenologia como método de
análise dos fenômenos psicológicos. Como já dissemos, fenomenologia exige do
pesquisa(dor) atitudes de não preconceituosidade ao tema que está estudando; suspensão
de quaisquer inferências etc. Exige competência e muito rigor ao descrever os dados que ele
(pesquisador) experimentou "agora e aqui", junto para com o outro.
Melhor seria dizer experienciar tal qual falam Rogers e Gendlin, isto significa, experimentar o
que ele, pesquisador propõe, de tal maneira, que ela (a experiência) penetre na pele, na
alma do estudioso. Sujeito-objeto, um só, sem dicotomias. Entretanto, há mais sentidos para
fenomenologia, além dessa descrita por este autor desse livro didático (módulo da BOU).
Nenhuma dessas três correntes é superior às outras; se assim fosse, já teria sido decidido
qual caminho tomar. Todas as três abordam fatores importantes da natureza humana: os
comportamentos inconscientes, os comportamentos observáveis ou inferíveis e a
potencialidade e motivações.
Para melhor compreendermos o ser humano, devemos levar em conta todos os aspectos
levantados e pesquisados por estas correntes, de maneira integrada entre elas e com outras
Ciências que estudam o Homo Sapiens, como a Biologia, representada pelas NeuroCiências,
a Genética e a Bioquímica, e as Ciências Sociais, representada pela Sociologia, Antropologia
e Ciências Políticas.
Devemos estudar e levar sempre em conta que o ser humano é determinado por forças
biológicas, sociais e psicológicas, e que mesmo assim ele é capaz de transcender todas
elas.
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U NIDADE 23
Objetivo: Identificar os principais distúrbios da aprendizagem
Causas sensoriais são todos os distúrbios que atingem os órgãos dos sentidos, que são os
responsáveis pela percepção que o indivíduo tem do meio exterior. Qualquer problema que
afete os órgãos responsáveis pela visão, audição, gustação, olfato, tato, equilíbrio, reflexo
postural, ou os respectivos sistemas de condução entre esses órgãos e o sistema nervoso,
causará problemas no modo da pessoa captar as mensagens do mundo exterior e, portanto,
dificuldade para ela compreender o que se passa ao seu redor.
Causas emocionais são distúrbios psicológicos, ligados às emoções e aos sentimentos dos
indivíduos e à sua personalidade. Esses problemas geralmente não aparecem sozinhos, eles
estão associados a problemas de outras áreas, como por exemplo: da área motora, sensorial
etc.
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raciocinar sobre os seres animados ou inanimados que o cercam e de estabelecer relações
entre eles.
Causas educacionais o tipo de educação que a pessoa recebe na infância irá condicionar
distúrbios de origem educacional, que a prejudicarão na adolescência e na idade adulta,
tanto no estudo quanto no trabalho. Portanto, as falhas de seu processo educativo terão
repercussões futuras.
Causas sócio-econômicas não são distúrbios que se revelam no aluno. São problemas que
se originam no meio social e econômico do indivíduo. O meio físico e social exerce influência
sobre o indivíduo, podendo ser favorável ou desfavorável à sua subsistência e também às
suas aprendizagens.
Todas essas causas originam distúrbios, que irão se constituir nos diferentes problemas de
aprendizagem.
Podemos dizer que há um problema de linguagem em uma criança quando sua maneira de
falar interfere na comunicação (distraindo a atenção do ouvinte sobre o que ela diz para
enfocá-la no como ela diz) ou quando a própria criança se sente excessivamente tímida e/ou
apreensiva com seu modo de falar. Porém, é preciso muito cuidado ao classificar a
linguagem, pois a fala normal tolera muitas “anomalias”.
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articulação. Podemos citar: dislalia, que é a omissão, distorção, substituição ou acréscimo
de sons na palavra falada; disartria que é um problema articulatório que se manifesta na
forma de dificuldade para realizar alguns ou muitos dos movimentos necessários à emissão
verbal; linguagem tatibite que é o distúrbio de articulação (e também de fonação) em que se
conserva voluntariamente a linguagem infantil; rinolalia é a ressonância nasal maior ou
menor que a do padrão correto da fala, que pode ser causada por problemas nas vias
nasais, vegetação adenóide, lábio leporino ou fissura palatina.
Atitudes que devem ser evitadas pelo professor frente aos distúrbios da aprendizagem,
são: Ressaltar as dificuldades do aluno; corrigir o aluno com frequência perante a classe;
relegar ou ignorar a criança que não consegue superar sua dificuldade.
Atitudes a serem adotadas: Evitar que o aluno se sinta inferior; considerar o problema de
maneira serena e objetiva; avaliar o desempenho do aluno pela qualidade de seu trabalho.
Dislexia
A criança disléxica apresenta sérias dificuldades com a identificação dos símbolos gráficos
no início da sua alfabetização, o que acarreta fracasso em outras áreas que dependem da
leitura e da escrita. As principais dificuldades são: demora a aprender a falar, fazer laço,a
reconhecer as horas, a pegar e chutar bola, a pular corda; escrever números e letras
correspondente, ordenar as letras do alfabeto,meses do ano e sílabas de palavras
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compridas, distinguir esquerda e direita; atrapalha-se ao pronunciar palavras longas;
dificuldade em planejar e fazer redação.
Disgrafia
Autismo infantil
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U NIDADE 24
Objetivo: Identificar nos alunos os comportamentos indicadores de déficit de atenção
Identificando os D. A.
Se o professor se sentir inseguro diante das suas observações do comportamento com D. A.,
poderá recorrer a uma escala diagnóstica. Essa escala consta de resposta que se permite ao
professor afirmar “este critério está presente” ou “está ausente”. Essa escala consta de uma
lista de catorze critérios comportamentais tipicamente presentes no quadro clínico de D. A.
Antes de aplicar essa “escala diagnóstica de D. A.” exige-se um professor que:
a. compare os dados obtidos com os de uma equipe especializada, que de outro modo
utiliza instrumentos diferenciados, inclusive os estatisticamente mais fidedignos;
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f. seja um sóbrio e vigilante observador, meticuloso nas anotações, observando os
comportamentos em todos espaços da escola (sala de aula, pátio de recreação,
lanchonete/refeitório etc), bem como observando os objetos escolares, entrevistando a
criança, os outros professores, os familiares etc.
g. seja um estudioso, que compreenda a sala de aula como área também de pesquisa.
Após a leitura dos critérios3, e a necessária descrição minuciosa de como ocorre a emissão
do comportamento do seu aluno que é único, o professor deverá escrever sim (S) pela
presença e não (N) pela ausência do comportamento que descreve um déficit. Eis a escala
diagnóstica com os quatorze (14) critérios solidamente presentes no quadro de D. A.
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13. Perde frequentemente os objetos ou materiais que são necessários às tarefas ou
atividades (S-N);
Tratamento
Uma escala diagnóstica com itens dos D.A. presentes no aluno, só tem validade se contribuir
efetivamente com o tratamento. Em termos de prescrição pedagógica, o professor deverá, a
partir do diagnóstico, criar, implantar e avaliar estratégias de ensino. Neste contexto é
importante que o professor valorize a metodologia participativa e as técnicas individuais de
ensino, onde as recompensas são habilmente fornecidas.
1. Análise de tarefas (A.T.) ou treinamento em tarefa que valoriza a sequência (do mais
simples para o mais complexo) e a simplificação da tarefa a ser aprendida. Se o
objetivo exigido do aluno é a de que “leia um parágrafo”, as tarefas por ordem são: 1º)
aprendizagem das sílabas ou elementos fonéticos de uma palavra; 2º) aprendizagem
de separação das palavras nas sentenças; 3º) aprendizagem de uma sentença; 4º)
reunião das habilidades até o ponto da eventual leitura do parágrafo. Pinel (1987)
utilizou com sucesso a técnica de Análise de Tarefas no ensino de habilidades
agrícolas, facilitando a reintegração social de um adolescente infrator de alta
periculosidade. Outros autores valorizam o uso da técnica denominada economia
simbólica (Fowler, 1990) como parte da Análise de Tarefas.
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De fato, e baseando-se nestes contextos psicopedagógicos, são necessários várias condutas
profissionais no tratamento da criança, adolescente e adultos com Déficits de Atenção. A
começar pela observação atenta dos pais e professores, e o plano de intervenção
sugerido por Benczik (2000) consiste:
1. Identificação do problema;
2. Análise do problema;
4. Reavaliação do problema
Os pais e professores devem se tornar parceiros dos profissionais, todos com um objeto
comum, cuidar da pessoa com D.A. com ou sem hiperatividade. Técnicas de mudanças
comportamentais tem obtido sucesso na redução ou extinção dos D.A., devendo os
familiares e professores serem treinados em uma ou mais dessas técnicas de ensino,
geralmente surgidas de pesquisadores Behavioristas e Cognitivistas.
Encontra-se relatado, nas evoluções dos atendimentos clínicos, realizados pelos autores
desses artigos (Pinel e Colodete) o planejamento junto a família e professores do reforço e
autorreforço, para adequado desempenho acadêmico (por exemplo as sessões de estudos
bem sucedidas). Autores como Mikulas (1977) e Buckley e Walker (1970) trabalham com
técnicas de comportamento.
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pessoas com Déficits de Atenção, onde se trocam experiências e alternativas ainda não
descritas nos manuais de orientação.
A participação da pessoa com D.A. em psicoterapia, bem como sua família, tem sido objeto
de estudos. O sucesso é obtido se ocorrer outras internações (ensino de habilidades aos
pais para aplicarem no portador de D.A; grupos de autoajuda; apoio do professor; apoio
médico, etc.). Entretanto, psicoterapias comportamental-cognitivas utilizam-se também
desses procedimentos. Mas, às vezes, de acordo com o caso funcionando melhor as
psicoterapias afetivas (psicanálise; abordagem centrada na pessoa; gestaltismo;
existencialismo etc.), pois a problemática central D.A. pode ter instalado sérios processos
emocionais; às vezes, esquecidos de serem abordados por terapeutas da linha mais objetiva,
como a comportamental, a cognitiva, a realista etc.
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U NIDADE 25
Objetivo: Identificar as perturbações que comprometem a aprendizagem na infância,
adolescência e na fase adulta.
O medo decorrente de alguma coisa que constitui realmente um perigo natural não é
patológico, mas pode evoluir para formas anormais sem a existência de qualquer fator que
possa provocá-lo, produzindo verdadeiras crises de ansiedade sem a presença de qualquer
elemento desencadeador, de modo a produzir a fobia.
A fobia constitui um medo infundado por algum objeto ou situação, presentes ou não, e o
indivíduo reconhece que não acarretam real perigo. Sempre que o indivíduo é forçado a
enfrentar a condição fóbica apresenta reação de ansiedade.
Foi referido que provavelmente as mais precoces fobias foram encontradas aos 5 anos e que
o principal mecanismo da personalidade envolvido na origem e manutenção da fobia éa
repressão. A criança reprime profundamente certos desejos instintivos, pelo medo de ser
castigada e este temor também é reprimido. Esta repressão leva a criança à fobia, projeta-se
num objeto externo, pessoa ou coisa mais claramente percebida pela criança. Esta manobra
defensiva é então focalizada em algo definido e tangível. Percebendo-se incapaz de fugir dos
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impulsos e pensamentos que causam ansiedade, a criança torna-se capaz de proteger-se
dos perigos externos, fugindo deles e evitando-os.
Tem sido aconselhado que a terapia dos distúrbios infantis, conforme o diagnóstico, serja
feita por médico-psiquiatra em conjunto com psicólogo-clínico, de preferência de sexos
opostos, representando as figuras materna e paterna. Também o papel do terapeuta é
oferecer à criança segurança para explorar o interior da mesma seus temores, ódios e
culpas, como também suas lutas por afeto, independência e status.
Na adolescência, fase em que o indivíduo está deixando de ser criança e se acha buscando
a identidade de adulto, novas emoções, ansiedades e problemas se sucedem, podendo
constituir situações transitórias de perturbações da personalidade, como também se
tornarem mais sérios, de modo a requerer tratamento específico dos pais ou de clínica
psicológica.
Resultados de pesquisas têm indicado que jovens delinquentes de qualquer classe social
percebem menos oportunidades que os não-delinquentes para poderem concretizar os
almejados objetivos de adulto.
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Um comportamento é conceituado como delinquente quando envolve a violação de códigos
de conduta legalmente estabelecidos, pois a adolescência, consistindo em uma transição
para o estágio de indivíduo adulto, exige cuidado redobrado dos pais, da escola e da
sociedade, a fim de prevenir um modo de vida definidamente delinquente.
Na fase adulta, no ambiente familiar, no trabalho e nas relações sociais ainda, os problemas
mal resolvidos na infância e na adolescência trazem desajustamentos percebidos pelos
outros ou pela própria pessoa, requerendo a ajuda de amigos íntimos, parentes ou mesmo
profissionais da psicologia.
Entretanto, no final da adolescência e metade da década dos 20 anos, tem sido observado
um período de ensaio e erro nas relações interpessoais, bem como nos estudantes de
graduação notou-se uma tendência à intimidade com pessoas que não conhecem bem. Com
mais idade, essas amizades podem acabar rapidamente e serem iniciados padrões estáveis
de amizade, que são passíveis de durar por toda a vida.
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Um problema que começa a ser considerado refere-se à falta de aproveitamento da
inteligência e experiência intelectual dos adultos e até de pessoas da terceira idade. Os
psicólogos pioneiros no estudo da evolução da inteligência, como Thorndike, acreditavam
que a mesma atingia seu limite máximo, em cada indivíduo, aproximadamente na idade de
20 anos. Mas já foi verificado que modificações nos neurônios permitem seu
desenvolvimento na fase adulta e seu exercício até na senescência ainda apresenta certas
vantagens sobre a atividade intelectual do sujeito jovem.
Também a ênfase nos resultados dos testes mentais, elaborados por Binet e Simon em
1902, pode ter trazido prejuízos nas expectativas de realização dos indivíduos, o que
atualmente é evitado pela identificação da importância de fatores emocionais sobre a
atividade mental, considerando-se os chamados quocientes emocionais, ao invés de apenas
quocientes intelectuais.
Um aspecto que merece grande importância no exercício dos profissionais, cuja atuação
requer relações com pessoas, é o referente à prevenção das dificuldades que podem advir
pela falta de certa familiarização com a Psicologia.
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Entre os adultos, não se pode esquecer, principalmente, a incidência de stress, face às
condições conturbadas neste final de século XX. As dificuldades advindas de incompreensão
na família, no trabalho e as próprias injunções econômicas criam estados de tensão
emocional, que podem ser atenuados com alguma conscientização dos resultados das
pesquisas psicológicas. A adrenalina descarregada no sangue, como consequência do
stress, constitui causa do enfarto e até a anulação da vida.
A solidão dos grandes centros urbanos, o ressentimento nas interações sociais e os níveis
de expectativa pessoal muito elevados requerem a compreensão das situações vivenciadas,
a fim de se prevenir ou atenuar a depressão, que pode dominar uma pessoa, às vezes, como
efeito de um chefe egocêntrico ou de companheiros despreocupados com o destino dos
outros.
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U NIDADE 26
Objetivo: Analisar a importância da percepção como um aspecto primordial para
compreensão de fatos relacionados ao processo da aprendizagem
A Percepção
Teorias cognitivas da percepção assumem que há uma pobreza de estímulos. Isto significa
(em referência à percepção) que as sensações, sozinhas, não são capazes de prover uma
descrição única do mundo. As sensações necessitam de enriquecimento, que é papel do
modelo mental.
O bebê humano nasce, então, com suas possibilidades de percepção definidas pelas
características do sistema sensorial humano. Ao longo do desenvolvimento, entretanto,
principalmente através da internalização da linguagem e dos conceitos e significativos
culturalmente desenvolvidos, a percepção deixa de ser uma relação direta entre o indivíduo e
o meio, passando a ser mediada por conteúdos culturais.
Assim, por exemplo, quando olhamos para um par de óculos, não vemos “duas coisas
redondas, ligadas entre si por uma tira horizontal e com duas tiras mais longas presas na
parte lateral”, mas vemos, imediatamente, um par de óculos. Isto é, nossa relação
perceptual com o mundo não se dá em termos de atributos físicos isolados, mas em termos
de objetos, eventos e situações rotulados pela linguagem e categorizados pela cultura.
A função dos óculos, as situações concretas em que nos acostumamos a interagir com esse
objeto, o lugar que ele ocupa nas atividades que desenvolvemos habitualmente, são
características que vão interagir com os dados sensoriais que obtemos quando nosso
sistema visual capta esse objeto que aprendemos como óculos.
A percepção age, portanto, num sistema que envolve outras funções. Ao percebermos
elementos do mundo real, fazemos inferências baseadas em conhecimentos adquiridos
previamente e em informações sobre a situação presente, interpretando os dados
perceptuais à luz de outros conteúdos psicológicos.
Embora uma mosca pousada no vidro da janela e um avião ao longe no céu possam produzir
uma imagem do mesmo tamanho na minha retina, sou capaz de avaliar adequadamente o
tamanho real desses dois estímulos por saber, previamente, o que é uma mosca e o que é
um avião.
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Percebo o objeto como um todo, como uma realidade completa, articulada, e não como um
amontoado de informações sensoriais. Isso está relacionado ao percurso de
desenvolvimento do indivíduo, ao seu conhecimento sobre o mundo, à sua vivência em
situações específicas.
A criança pequena que chama um cavalo de “au-au” não está sendo iludida pela informação
sensorial: embora veja que o cavalo é maior que o cachorro, que seu rabo é diferente, que
seu focinho tem outro formato etc., classifica cachorros e cavalos dentro de uma mesma
categoria conceitual. Não tendo informação suficiente para fazer uma distinção precisa entre
esses dois tipos de animais, percebe ambos como semelhantes, equivalentes.
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U NIDADE 27
Objetivo: Analisar a importância da atenção como um aspecto primordial para compreensão
e internalização dos fatos trabalhados no processo ensino-aprendizagem
A atenção
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O conceito de atenção é definido pela seleção e manutenção de um foco, seja de um
estímulo ou informação, entre as inúmeras que obtemos através de nossos sentidos,
memórias armazenadas e outros processos cognitivos. Em outras palavras, dirigimos nossa
atenção para o estímulo que julgamos ser importante num exato momento. Os outros
estímulos que não os principais, passam a fazer parte do “fundo” não sendo mais os focos na
atenção.
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específicos que envolvam concentração e trilhas mentais. Somente com a comparação entre
as várias observações, pode ser possível a distinção entre os déficits globais e aqueles mais
discretos e normais presentes na maioria das pessoas.
O bebê humano também nasce com mecanismos de atenção involuntária: estímulos muito
intensos (como ruídos fortes), mudanças bruscas no ambiente, objetos em movimento são
elementos que, invariavelmente chamam a atenção de uma criança.
Assim, por exemplo, uma criança é capaz de concentrar sua atenção na construção de um
carrinho em miniatura, “desligando-se” de outros estímulos do ambiente, como o ruído da
televisão ou dos irmãos conversando; um adulto dirige sua atenção para o trabalho que
realiza, sem se distrair com cada toque do computador, da pessoa que trabalha a seu lado.
Quando escutamos nosso próprio nome, por exemplo, reagimos imediatamente, focalizando
nossa atenção de forma não deliberada. Isto é, o nome próprio, por ser carregado de
significado que indica a referência a um indivíduo particular, provoca uma reação semelhante
àquela despertada por estímulos repentinos, como uma porta batendo, por exemplo.
Do mesmo modo, é comum vermos crianças que desviam sua atenção de outra atividade
para, quase automaticamente, olharem para a televisão quando aparecem determinados
comerciais de sua preferência. Neste exemplo, a atenção involuntária, isto é, não controlada
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de forma intencional pelo próprio sujeito, também está sendo mediada por significados
aprendidos.
Antes de dar início à sua Prova On-line é fundamental que você acesse sua SALA DE AULA
e faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.
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U NIDADE 28
Objetivo: Identificar a importância da memória como um aspecto primordial para
compreensão e aquisição de fatos relacionados ao processo da aprendizagem
A Memória
A memória é uma das funções cognitivas mais utilizadas pelo ser humano em seu cotidiano.
Memória é a capacidade de armazenar informações, lembrar delas e utilizá-las no presente.
O bom funcionamento da memória depende inicialmente do nível de atenção. Para que o
bom armazenamento aconteça outras atividades cognitivas como a capacidade de
percepção e associação é importante para que as informações possam ser armazenadas
com sucesso.
A memória pode ser classificada de forma simples, de acordo com a duração e os tipos de
informação envolvidos: Memória de curto prazo: também conhecida como memória de
trabalho, armazena (numa quantidade limitada) informações por alguns minutos. A memória
de trabalho possibilita, por exemplo, uma pessoa discar um número de telefone que alguém
acabou de lhe dizer ou repetir algumas frases de um texto lido naquele exato momento.
Memória de longo prazo: ao contrário da anterior, a memória de longo prazo tem uma
capacidade maior para o armazenamento de informações, que permanecem com o indivíduo
durante longos períodos, podendo até ficar guardadas indefinidamente. Por exemplo, as
lembranças de fatos ocorridos na infância, o aprendizado de conteúdos escolares, a
fisionomia ou o nome de alguém que não vê há tempos, etc.
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a memória episódica é constituída por lembranças autobiográficas que representam um
significado importante para o indivíduo.
A memória não mediada, assim como a percepção sensorial e a atenção involuntária, é mais
elementar, mais claramente presente nas determinações inatas do organismo da espécie
humana, surgindo como consequência da influência direta dos estímulos externos sobre os
indivíduos. Por exemplo, o bebê que faz movimentos de sucção pelo fato de haver uma
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lembrança da conexão mamadeira/ato de mamar fixada na memória do bebê. A memória
natura, na espécie humana, é semelhante à memória existente nos outros animais: refere-se
ao registro não voluntário de experiências, que permite o acúmulo de informações e o uso
dessas informações em momentos posteriores, na ausência das situações vividas
anteriormente.
Assim, voltando mais uma vez ao exemplo do experimento das “palavras proibidas”, vimos
que as crianças utilizavam os cartões como signos externos para ajudá-las a lembrar quais
os nomes das cores que, de acordo com as regras do jogo, não podiam ser falados.
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de fundo”, no qual vai se destacar a farmácia que está sendo intencionalmente procurada.
Sua atenção voluntária está fortemente relacionada com os mecanismos de percepção e
memória, também mediados por significados construídos ao longo de seu desenvolvimento.
O indivíduo sabe, então, que o que está procurando é uma determinada farmácia. A
rotulação por meio da linguagem e a relação com um conhecimento anteriormente possuído
dirigem sua atenção e sua memória de forma deliberada, orientando sua percepção e
facilitando a realização da tarefa.
Vemos assim que, para Vygotsky, as funções psicológicas superiores, típicas do ser
humano, são por um lado, apoiadas nas características biológicas da espécie humana e, por
outro lado, construídas ao longo de sua história social. Como a relação do indivíduo com o
mundo é mediada pelos instrumentos e símbolos desenvolvidos no interior da vida social, é
enquanto ser social que o homem cria suas formas de ação no mundo e as relações
complexas entre suas várias funções psicológicas. Para desenvolver-se plenamente como
ser humano o homem necessita, assim, dos mecanismos de aprendizado que movimentarão
seus processos de desenvolvimento.
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Na concepção que Vygotsky tem do ser humano, portanto, a inserção do indivíduo num
determinado ambiente cultural é parte essencial de sua própria constituição enquanto
pessoa. É impossível pensar o ser humano privado do contato com um grupo cultural, que
lhe fornecerá os instrumentos e signos que possibilitarão o desenvolvimento das atividades
psicológicas mediadas, tipicamente humanas. O aprendizado, nesta concepção, é o
processo fundamental para a construção do ser humano.
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U NIDADE 29
Objetivo: Entender os fundamentos e elementos envolvidos no diagnóstico psicopedagógico
no processo de aprendizagem.
Para tal, utiliza-se o diagnóstico psicopedagógico onde é analisada a situação do aluno que
apresenta dificuldades no ambiente escolar podendo proporcionar ao professor orientações
em seu trabalho tentando modificar a situação de conflito apresentada. É nessa perspectiva
que a partir do diagnóstico pode-se fazer a intervenção tanto em relação ao aluno que está
apresentando problemas, quanto ao processo de aprendizagem.
Julga-se extremamente necessário tratar dos problemas dos indivíduos no contexto social
onde eles ocorrem fazendo uma análise dos motivos que levam ao insucesso escolar.
A entrada do psicopedagogo na instituição escolar cria expectativas que nem sempre tem um
resultado positivo dada a complexidade do trabalho educacional.
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Na definição sobre diagnóstico de Bassedas & Cols
Durante o processo diagnóstico é importante que se atente para uma reflexão sobre os
procedimentos da escola sua estruturas, ideologia, material usado, análise do estágio
evolutivo da criança, expectativas da família e da escola em relação ao seu resultado para
com ela. A família escolhe a escola para seu filho de acordo com os valores em que ela
acredita.
Repensando o aluno em sua sala de aula, sabe-se que há questões que interferem na sua
produção e acabam dificultando a aprendizagem desde a metodologia de ensino até a
relação professor-aluno. Este espaço, sala de aula, necessita ser o lugar do prazer de
conhecer, oportunizando compartilhar a construção coletiva do conhecimento. Há que se
pensar que uma escola sem uma linha de ação comum, filosófica e pedagógica, em
constante conflito entre corpo técnico, docente e administrativo terá uma ação negativa sobre
o aluno.
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Acredita-se no diagnóstico como uma investigação do que não vai bem com o sujeito em
relação à conduta socialmente determinada. Este vem esclarecer insatisfação do indivíduo,
da família ou da escola. Busca-se então, a organização dos dados através da visão que se
tem do aluno no hoje e do seu passado, conhecendo a história escolar, história das primeiras
aprendizagens, história da família, para análises que servem de instrumentos à compreensão
do presente e visualização do caminho a ser percorrido.
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U NIDADE 30
Objetivo: Entender os fundamentos e elementos envolvidos no diagnóstico psicopedagógico
no processo de aprendizagem.
Percurso do diagnóstico
Sendo o diagnóstico um processo, é difícil delimitar o final da intervenção, pois a cada nova
informação, estabelecem-se novas orientações.
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Através do diagnóstico psicopedagógico procura-se ajudar não somente o aluno, mas o
professor e a escola, conhecendo e atuando sobre os aspectos fundamentais do contexto
escolar. Os educadores devem conhecer a necessidade de colaboração mútua e saber que
tipo de trabalho será realizado.
Neste percurso, pode-se citar: a entrevista com o professor, a entrevista com os pais, revisão
dos trabalhos de aula, exploração individual, orientações, devolução da informação do
diagnóstico e acompanhamento do processo,
Esse tipo de comportamento mais formal para encaminhar alunos com dificuldades, tem
evitado as consultas feitas pelos corredores da escola e sem nenhuma reflexão prévia.
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Localizar as possibilidades e dificuldades do aluno em relação ao grupo-aula.
Nesse momento, o mais importante é o professor perceber que ele desempenha um papel
fundamental na evolução positiva do aluno.
Certamente, na entrevista com o psicopedagogo o professor fará referência aos pais. Essas
informações serão anotadas, pois são valiosas para serem comparadas no momento em que
ocorrer a entrevista com os mesmos. As entrevistas com as famílias são flexíveis de acordo
com o momento do processo diagnóstico, se adaptando e variando em função de cada caso
que está sendo trabalhado.
É bom lembrar que o psicopedagogo deve ser bem claro no que se refere aos objetivos de
seu trabalho, para que a família possa compreender e mostrar se concorda ou não com as
intenções propostas.
Quase sempre, convoca-se o casal e insiste-se para que os dois compareçam, já que a
informação será mais rica para o campo de observação. Caso seja necessário, dependendo
da relação professor e família, conta-se também com a presença deste profissional.
Na entrevista com os pais o interesse será coletar dados sobre a escolaridade do aluno,
atividades extraescolares, ocupações, relações extrafamiliares. Tudo isso contribui para se
compreender as normas existentes e, até que ponto são funcionais e estáveis.
Na maioria das vezes, os pais vêm falar do filho e aumentam as queixas do tipo: “a criança
não tem memória”, “teve uma base deficiente com a professora do ano passado” ou “tudo
começou quando nasceu o irmãozinho”. Todos sempre têm algo a dizer. Escuta-se,
pergunta-se e trata-se de possibilitar à família um momento de pensar, questionar-se e
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refletir. É um bom momento para que os pais tenham tempo, espaço e possam ver a si
mesmo individualmente, como casal e como grupo familiar.
A partir da avaliação dos diversos aspectos da aula observada, alguns são relevantes para
explicar o que ocorre com o aluno em sala e o porquê das dificuldades apresentadas.
Salienta-se ser importante que toda devolução das observações feitas estejam sempre
ressaltando os aspectos positivos e as sugestões para mudanças onde estas, serão
apresentadas de forma gradativa ao professor.
A revisão dos trabalhos realizados em aula é mais um instrumento com o qual se conta que
permite ampliar dados do momento de observação, fazendo as análises das tarefas dos
alunos. O material de apoio utilizado pela criança, a sua organização ao realizar as tarefas,
seus desenhos, tipo de grafismo e seu resultado em relação aos conteúdos, poderão ajudar
a formar ideias claras das possíveis dificuldades e estratégias usadas além, de se conhecer
o processo de avaliação do professor.
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Em muitos casos, é preciso deixar o papel de mero observador e envolver-se promovendo
ajuda, refletindo, intervindo com o sujeito, adotando um papel de agente de mudança.
Dando continuidade ao trabalho que está sendo realizado, retoma-se com o professor e
discute-se as dificuldades que podem ser superadas com um programa individualizado,
repensando o currículo, as metodologias utilizadas, a avaliação contínua entre outros itens.
A devolução também poderá ser dada ao aluno, dependendo do caso, numa entrevista
individual.
Com relação a família quando a demanda é da escola, caso ainda não se tenha tido uma
entrevista inicial, o psicopedagogo na entrevista de devolução informa sobre os diversos
aspectos analisados do processo educativo do aluno e do compromisso que será assumido
a partir de agora.
Quando a demanda partir dos pais, têm-se, também, estes procedimentos, mas, na
entrevista de devolução serão estabelecidas as atuações desempenhadas pela escola e
pontuados os compromissos mútuos com a família.
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caso, não precisando refazer todo o processo. Pode ser elaborado um resumo informativo
sobre a situação do aluno para informar ao professor do ano seguinte.
Psicopedagogos como Sara Paim, Maria Lúcia Weiss, Alice Fernández e outros, adeptos da
terapia clínica, utilizam-se de demais elementos como provas psicométricas, projetivas, para
diagnosticar o problema de aprendizagem.
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G LOSSÁRIO
Caso haja dúvidas sobre algum termo ou sigla utilizada, consulte o link glossário em sua sala
de aula, no site da ESAB.
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B IBLIOGRAFIA
http://www.via6.com/comunidade.php?cid=5395
http://papaumbu.vilabol.uol.com.br/psiqu...
GADOTTI, Moacir - Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Scipione, 1992.
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SARGO, Claudete (orgs) - A Práxis Psicopedagógica Brasileira. São Paulo: Editora ABPP,
1994.
TELFORD, Charles W. & SAWREY, James M.. O indivíduo excepcional. Rio de Janeiro,
Zahar Editores. 1983.
BARROS, Célia Silva Guimarães. Pontos de Psicologia Geral. 12 ed. São Paulo. Ática,
1995.
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RAPPAPORT, C.R. Modelo piagetiano. In RAPPAPORT; FIORI; DAVIS. Teorias do
Desenvolvimento: conceitos fundamentais - Vol. 1. EPU: 1981.
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