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Índice

1. Introdução......................................................................................................................2

2. Delimitação do problema..............................................................................................3

3. Problematização............................................................................................................3

4. Justificativa....................................................................................................................3

5. Objectivos......................................................................................................................5

5.1. Objectivo Geral..........................................................................................................5

5.2. Objectivos Específicos...............................................................................................5

6. Metodologia...................................................................................................................6

7. Hipótese.........................................................................................................................6

8. Fundamentação teórica..................................................................................................7

Urbanização e drenagem...................................................................................................7

8.1. Hidrologia...................................................................................................................8

8.2. Ciclo Hidrológico.......................................................................................................8

8.3. Bacia Hidrográfica......................................................................................................9

8.4. Precipitação................................................................................................................9

8.5. Tempo de recorrência...............................................................................................10

8.6. Tempo de concentração............................................................................................10

9. Drenagem superficial...................................................................................................10

9.1.Valetas de Proteção de Corte.....................................................................................11

9.2. Valetas de Protecção de Aterro................................................................................12

9.3. Sarjetas de Corte.......................................................................................................12

9.4. Sarjetas de Aterro.....................................................................................................13

9.5. Valeta do Canteiro Central.......................................................................................13

9.6. Decidas de água........................................................................................................13


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9.7. Saídas de Água.........................................................................................................14

9.8. Caixas Colectoras.....................................................................................................14

9.9. Bueiros de greide......................................................................................................15

9.1.1. Dissipadores de energia.........................................................................................15

9.1.2. Dissipadores localizados.......................................................................................15

9.1.3. Dissipadores contínuos..........................................................................................15

9.1.4. Escalonamentos de taludes....................................................................................16

9.1.5. Corta-rios...............................................................................................................16

10. Drenagem do pavimento............................................................................................16

10.1. Camada Drenante...................................................................................................16

10.2. Drenos Rasos Longitudinais...................................................................................17

10.3. Drenos Laterais de Base.........................................................................................17

10.4. Drenos Transversais...............................................................................................17

11. DRENAGEM SUBTERRÂNEA OU PROFUNDA.................................................17

11.1. Drenos Profundos...................................................................................................18

11.2. Drenos Em Espinha De Peixe.................................................................................18

11.3. Colchão Drenante...................................................................................................19

11.4. Valetões Laterais....................................................................................................19

11.5. Drenos Verticais.....................................................................................................19

12. Conclusão..................................................................................................................20

13. Referências Bibliográficas.........................................................................................21


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1. Introdução

No processo de assentamento dos agrupamentos populacionais, o sistema de drenagem


se sobressai como um dos mais sensíveis dos problemas causados pela urbanização,
tanto em razão das dificuldades de esgotamento das áreas pluviais quanto a razão da
interferência com as demais sistemas de infra-estrutura, além de que com a retenção da
água na superfície do solo, surge diversos problemas que afectam directamente a
qualidade de vida desta população.

O Sistema de drenagem encontra-se precário na cidade, pois não existe em alguns


pontos na área urbana, sendo o que mais facilmente comprova sua ineficiência,
imediatamente após as precipitações significativas, trazendo transtornos à população
quando causa inundações e alagamentos. Além deste problema gerado, também propicia
o aparecimento de doenças como a leptospirose, diarreia, febre Tifóide, e proliferação
de mosquitos anofelinos, que pode disseminar a malária.
Coma medida preventiva adoptar-se-á um sistema de escoamento eficaz que possa
sofrer adaptações, para atender a população urbanística da Cidade da Beira.

2. Delimitação do problema
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Tendo em vista o elevado número de população que fica sem abrigo no período chuvoso
é fundamental que se investigue os principais factores contribuintes para que ocorra as
cheias.
Dentre eles o ambiente da vias é o com maior potencial de ser controlado pelas acções
de segurança viária devido à facilidade de padronização e consequentemente menor
variabilidade de processo dentro deste conceito, este projecto faz uma avaliação sobre
reabilitação de sistema de drenagem em zonas mais afectadas fortemente pelas cheias
no período na cidade da Beira.

3. Problematização
Obras de pavimentação asfáltica em vias urbanas costumam consumir uma considerável
parte do orçamento de prefeituras de municípios pequenos e médios, e fazem parte de
um projecto maior, o qual engloba projectos individuais, como: drenagem do terreno,
terraplanagem, iluminação das vias, obras operacionais, paisagismo, projecto
geométrico, além do próprio projecto de pavimentação. Por isso, é importante que o
fiscal de obras tenha em mãos todos os projectos individuais envolvidos na hora de
fiscalizar a pavimentação, tanto no que toca ao canteiro como ao próprio projecto.

Esse tipo de projecto visa a qualificação de vias por meio da implantação de


pavimentação nova em vias existentes ou recapeamento destas, incluindo a infra-
estrutura necessária para sua plena funcionalidade, tal como: sistema de drenagem de
águas pluviais, redes reabastecimento de água e colecta de esgoto, passeios com
acessibilidade, sistemas ciclo viários, medidas de moderação de tráfego, sinalização
viária e elementos que promovam a acessibilidade universal.

Sendo assim, se faz necessário que a prefeitura municipal, por meio de sua secretaria de
obras crie um planejamento estratégico e financeiro, em conformidade com projectos
que sejam claros e bem elaborados.

4. Justificativa
A crescente preocupação com o meio ambiente e com os impactos provocados nele
devido a acções dos homens, leva a engenharia a buscar maneiras de viver em harmonia
com o ambiente sem agredir ou sofrer com os impactos ambientais. No que se refere à
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drenagem urbana deve se buscar alternativas para controle das enchentes. A justificativa
ao desenvolvimento desse trabalho esta ligada a importância de ser ter um sistema de
drenagem eficiente, com capacidade de escoamento de chuvas excepcionais, adequando
o sistema já existente com medidas para o controle de fontes geradoras de problemas.
As inundações geram muitos prejuízos a população: prejuízos económicos, casas
interditadas, perda de móveis, alimentos, objectos, etc. Já as perdas de vidas, diferente
das materiais, não podem ser economicamente mensuradas. Inundações podem esconder
buracos e depressões, que elevam os riscos de acidentes a população, além de a corrente
de água gerar riscos de vidas por afogamento. Outro risco a população afectada pelas
enchentes urbanas são a proliferação de doenças de veiculação hídrica.

Assim como muita Zonas da Cidade, Chipamgara também sofre com problemas devido
a sua urbanização. Segundo informações obtidas na Secretaria de Planejamento Urbana
do Município
Com grande índice de precipitações e crescimento urbano, a Zona do Goto começa sofre
com diversos problemas de drenagem de água pluvial. O município ainda esta em fase
de criação do plano de drenagem urbana e necessita urgentemente de um planejamento
urbanístico para o escoamento das águas pluviais.

Segundo Tucci(1995),com a impermeabilização do solo, a parcela da água que infiltrava


passa a aumentar o escoamento superficial. A urbanização elimina os pontos de
detenção natural existentes, diminuindo a rugosidade da bacia. Os pequenos canais
existentes na configuração natural são substituídos pela tubulação de drenagem.
A falta de compatibilidade entre o urbanismo e a drenagem pluvial levou muitas cidades
a terem problemas críticos de inundações internas e agravamento de enchentes e níveis
de poluição nos corpos receptores. É interessante notar que as soluções alternativas de
drenagem, que fogem do receituário tradicional de transporte rápido por condutos
enterrados, são geralmente vistas nos países em desenvolvimento, de forma equivocada,
como soluções custosas e complexas, dificultando o desenvolvimento da moderna
drenagem urbana (superintendência de desenvolvimento de recursos hídricos e
saneamento ambiental, 2002).
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Para Tucci (2001) o termo drenagem urbana é entendido como conjunto de medidas que
tenham por objectivo minimizar os riscos a que as populações estão sujeitas, diminuir os
prejuízos causados por inundações, possibilitando o desenvolvimento urbano de forma
harmônica e sustentável.
O sistema de drenagem tem uma particularidade: o escoamento de águas pluviais
sempre ocorrerá independentemente de existir ou não sistema de drenagem adequado. A
qualidade desse sistema é que determinará se os benefícios ou prejuízos à população
serão maiores ou menores. (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO,1986).

Tucci (1995) relata que a microdrenagem urbana é constituída pelas redes de condutos e
estruturas hidráulicas em nível de loteamento ou rede primária urbana, as galerias
pluviais. Para COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (1986) a
drenagem urbana de ruas e avenidas compreende bocas de lobo, tubulações, poços de
visita e estruturas acessórias. Devem conduzir águas pluviais desde a sua captação nas
ruas, até a sua disposição na drenagem principal.
Os impactos principais devidos á urbanização sobre o sistema de drenagem são o
aumento do pico de vazão de cheia, a antecipação no tempo desta vazão máxima e o
aumento do escoamento superficial (Campana e Tucci, 1994)

5. Objectivos

5.1. Objectivo Geral


O objectivo deste projecto é demonstrar a utilização de bacias de detenção em planos
directores de macro drenagem e apresentar uma proposta de projecto para a zonas
afectas pelas cheias na Cidade da Beira.

5.2. Objectivos Específicos

Apresentar os conceitos e a metodologia para o planejamento da drenagem e sobre a


modelagem hidrológica e hidráulica.
 Mostrar a importância da utilização de medidas sustentáveis nos projectos de
drenagem urbana;
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 Apresentar um estudo de caso de um projecto real de implantação de bacias de


detenção em uma bacia urbana.
 Analisar o índice de satisfação dos moradores do bairro do Goto e possíveis
melhorias em relação aos serviços prestados para comunidade.

6. Metodologia
A confecção do presente trabalho baseia-se em uma revisão bibliográfica com base na
literatura técnica, nacional e internacional, na busca de informações em diversas páginas
da Internet e na experiência prática do autor e dos orientadores do presente trabalho

7. Hipótese
As hipóteses pretendidas a partir do exposto trabalho são: implantação de sistema de
drenagem e implantação de pavimentação nas vias ou recapeamento destas, incluindo a
infra-estrutura necessária para sua plena funcionalidade

 A drenagem da água de chuva em caso de chuvas intensas.

Vale ressaltar que a água de chuva, de acordo com a norma ABNT 15527, somente
pode ser usada para fins não-potáveis em ambientes urbanos (não deve ser usada para
beber, banho, lavagem e cozimento de alimentos).

Entre seus principais usos estão:

 Em áreas urbanas: banheiro (descarga de vasos sanitários); regas de hortas e


jardins; lavagem de pisos, quintais e automóveis.
 Em áreas rurais: além dos mesmos fins do ambiente urbano, destina-se a
irrigação de plantações, lavagem de criatórios de animais, entre outros.
 Em áreas industriais: além dos usos semelhantes a edificações em ambiente
urbano, recomenda-se para resfriamento de caldeira, lavagem de peças, dentre
outras aplicações.

8. Fundamentação teórica

Urbanização e drenagem
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A concentração da população Moçambicana nas áreas urbanas, aliada às restrições


económicas que atingem a sociedade e às limitações das administrações públicas em
relação ao planejamento e ao controle do uso e ocupação do solo, reforça o carácter
informal e aparentemente anárquico da urbanização Moçambicana (Peixoto, 2005).

Segundo Tucci (1995) o deslocamento da população da área rural para a área urbana nas
regiões desenvolvidas de uma forma geral esta relacionada com a oportunidade de
trabalho e melhoria na qualidade da educação, saúde e cultura, são esses os responsáveis
pelo êxodo rural. Cada vez mais as cidades se desenvolvem e aumenta a população, esse
alto índice de crescimento da população gera sérios problemas nas áreas metropolitanas.
Os efeitos do processo de crescente populacional são: maior densidade de residências,
indústrias e comércios, resultando uma crescente impermeabilização das áreas
ocupadas.
A ausência do planejamento urbano na grande maioria das cidades brasileiras traz
inúmeros problemas para a população que nelas residem, em decorrência dos impactos
da urbanização sobre o meio ambiente. Cita-se como exemplo, os problemas relativos às
enchentes urbanas, que podem desabrigar milhares de pessoas, gerar altos prejuízos
económicos e desenvolver doenças de veiculação hídrica, como a leptospirose e
malária, por exemplo, e além daqueles relativos à produção e transportes de cargas
difusas de poluição que podem prejudicar os corpos de água (Porto, 2001).
As consequências das inundações urbanas são visíveis e amplamente divulgadas pela
imprensa, tanto falada, como escrita e televisiva, como exemplos, pode-se citar os
problemas que sempre ocorrem com as pancadas de verão em cidades como Belo
Horizonte, Maceió, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo e também no interior dos
estados. Nem sempre estas cheias são consequências directas da urbanização, mas boa
parte delas se deve, ou pelos menos seu agravamento a crescente urbanização destas
regiões (Agra, 2001).
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Definições gerais

8.1. Hidrologia
A hidrologia é a ciência que estuda os fenómenos relativos às águas em todos os seus
estados, a sua distribuição e ocorrência em cada reservatório, e a relação desses
fenómenos com as actividades antrópicas (Garcez e Alvares, 1988).

Segundo Tucci e Marques (2000), a Hidrologia é uma ciência interdisciplinar que tem
tido evolução significativa em face aos problemas crescentes, resultados da ocupação
das bacias, do incremento significativo da utilização da água e do resultante impacto
sobre o meio ambiente do globo. Profissionais de diferentes áreas como engenheiros,
agrónomos, geólogos, matemáticos, estatísticos, geógrafos, biólogos, entre outros atuam
nas diferentes subáreas dessa ciência.

8.2. Ciclo Hidrológico


Pode-se considerar que toda a água utilizável pelo homem provenha da atmosfera, ainda
que este conceito tenha apenas o mérito de definir um ponto inicial de um ciclo que na
realidade, é fechado (Pinto et al, 1976).
A movimentação de água se dá principalmente pela entrada continua de radiação solar
no sistema terrestre. Essa energia faz com que a água evapore, seja transportada pelo
vento, condense e precipite (Tundizi, 2003).

Segundo Tucci (2001), no trajecto em direcção à superfície terrestre a precipitação já


sofre evaporação. Já a água que cai sobre um solo com cobertura vegetal, parte do seu
volume precipitado sofre interceptação em folha e caules, de onde evaporam.

A água que se infiltra no solo, por sua vez é sujeita a evaporação directa para a
atmosfera e é absorvida pela vegetação, que através da transpiração, retorna à
atmosfera. Este processo chamado é chamado de evapotranspiração. (Carvalho e Silva,
2006). O que os vegetais não aproveitam percola para o lençol freático que
normalmente contribui para o escoamento de base dos rios (Tucci, 2001).
As águas superficiais, através da acção do calor, evaporam e voltam à atmosfera, de
onde o ciclo se reinicia. Porém, as águas que se movimentam através do ciclo
hidrológico completam esse ciclo em períodos diferentes de tempo (Dacach, 1979).
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8.3. Bacia Hidrográfica


A bacia hidrográfica definida por Silveira (2000) pode ser considerada como um
sistema físico onde toda a entrada é o volume precipitado e a saída é o volume escoado
pelo exutório.
A bacia hidrográfica é uma área de captação natural da água da precipitação que faz
convergir os escoamentos para um único ponto de saída, seu exutório. A bacia
hidrográfica compõe-se basicamente de um conjunto de superfícies vertentes e de uma
rede de drenagem formada por cursos de água que confluem até resultar um leito único
no exutório (Tucci, 2001).

8.4. Precipitação
Para Pinto et al (1976) entende-se por precipitação a água proveniente do vapor de água
da atmosfera depositada na superfície terrestre de qualquer forma, como chuva, granizo,
orvalho, neblina, neve ou geada.
Como o foco de atenção deste trabalho são as precipitações em forma de chuva, será
focado nesta forma de precipitação.
As características principais da precipitação são o seu total, duração e distribuição
temporal e espacial (Tucci, 2001). A formação das precipitações atmosféricas ocorre
através do ar quente e húmido que, elevando-se por expansão adiabática, se resfria até
obter seu ponto de saturação. Uma parte deste vapor se condensa em aerossóis de
gotículas de água formando as nuvens, essas gotículas são mantidas em suspensão pelo
efeito da turbulência ou de correntes de ar 20 ascendentes.

Quando elas atingem tamanho necessário (gota) para vencer a resistência do ar,
deslocam-se em direcção do solo formando as precipitações (Villela e Mattos, 1975).
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8.5. Tempo de recorrência


Para Tucci (2001), tempo de recorrência é o numero médio de anos em que se espera
que uma precipitação seja igualada ou superada e o sei inverso é a probabilidade de um
fenómeno igual ou superior ao analisado, ocorra em um ano qualquer.
Para as obras de engenharia a sua segurança e durabilidade frequentemente associam-se
a tempo ou período de recorrência cujo significado refere-se ao espaço de tempo em
anos onde provavelmente ocorrerá um fenómeno de grande magnitude pelo menos uma
vez.
No caso dos dispositivos de drenagem este tempo diz respeito a enchentes de projecto
que orientarão o dimensionamento de modo que a estrutura indicada resista a estas
enchentes sem risco de superação, resultando desta forma a designação usual de
descarga de projecto. A escolha do tempo de recorrência da enchente de projecto de
uma obra de engenharia, consequentemente, a vazão a ser adoptada no projecto de uma
determinada obra, depende da comparação do custo para sua implantação e da
perspectiva dos prejuízos resultantes da ocorrência de descargas maiores do que a de
projeto, levando-se em conta que quanto maior o tempo de recorrência mais onerosa
será a obra, porém os prejuízos decorrentes da insuficiência a esta vazão serão menores,
resultando menores despesas de reposição ou reparos. (DEPARTAMENTO
NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES, 2005).

8.6. Tempo de concentração


Tempo de concentração relativo a uma seção de um curso de água é o intervalo de
tempo contado a partir do início da precipitação para que toda a bacia hidrográfica
correspondente passe a contribuir na seção em estudo (PINTO et al, 1976).

Sugere-se que o tempo de duração da chuva para aplicação do método racional seja
limitado a um valor mínimo de 10 min. (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO
DE SÃO PAULO, 1986).

9. Drenagem superficial
A drenagem superficial é a parte que deve promover um desagúe seguro das águas que
incidem directamente sobre o corpo estradal, garantindo a segurança e estabilidade da
via.
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São utilizados vários sistemas e dispositivos de drenagem, os quais estão enunciados a


seguir, que serão explanados separadamente.

 Valetas de protecção de corte;


 Valetas de protecção de aterro;
 Sarjetas de corte;
 Sarjetas de aterro;
 Sarjeta de canteiro central;
 Descidas de água;
 Saídas de água;
 Caixas coletoras;
 Bueiros de greide;
 Dissipadores de energia;
 Escalonamento de taludes;
 Corta-rios.

9.1.Valetas de Protecção de Corte


As valetas de protecção de cortes interceptam as águas que escoam à montante do talude
de corte, evitando que elas saturem o solo e desencadeie a ruptura do talude, o que
geraria danos à rodovia ou até acidentes. O Manual de Drenagem de Rodovias (2006)
relata que as valetas devem ser construídas paralelas às cristas dos cortes, a uma
distância entre 2,0 a 3,0 metros. O material resultante da escavação deve ser colocado
entre a valeta e a crista do corte e apiloado manualmente.

As valetas de protecção de cortes podem possuir seções trapezoidais, rectangulares ou


triangulares. As triangulares não são recomendadas para grandes vazões, pois cria um
plano preferencial de escoamento da água (favorecem a erosão do solo), as
rectangulares são adoptadas no caso de cortes em rocha, por facilidade de execução e as
trapezoidais têm maior eficiência hidráulica.

O revestimento da valeta depende da velocidade do escoamento e do tipo do solo


natural. É sempre aconselhável revestir as valetas, principalmente em terrenos
permeáveis, que possam facilitar a infiltração da água e causar instabilidade nos taludes.
Os revestimentos podem ser de concreto, alvenaria de tijolo ou pedra, pedra arrumada
ou vegetação.
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9.2. Valetas de Protecção de Aterro


As valetas de protecção de aterros interceptam as águas que escoam nas partes
superiores dos aterros, impedindo-as de atingir o pé do talude de aterro, evitando a
erosão do solo, além de conter as águas provenientes das sarjetas e valetas de corte,
conduzindo-as para algum dispositivo de transposição de talvegues. De acordo com o
Manual de Drenagem de Rodovias (2006), as valetas de protecção de aterro deverão
estar localizadas, aproximadamente paralelas ao pé do talude de aterro a uma distância
entre 2,0 e 3,0 metros. O material resultante da escavação deve ser colocado entre a
valeta e o pé do talude de aterro, apiloado manualmente com o objectivo de suavizar a
intersecção das superfícies do talude e do terreno natural. As seções adoptadas podem
ser trapezoidais ou rectangulares.

O revestimento da valeta de protecção de aterro, assim como as de protecção de corte,


deverá ser escolhido de acordo com a velocidade do escoamento, tipo do solo ou
alguma outra conveniência estética.

Os revestimentos podem ser em concreto, alvenaria de tijolo ou pedra, pedra arrumada


ou vegetação.

9.3. Sarjetas de Corte


A sarjeta de corte conduz longitudinalmente as águas que precipitam sobre os taludes de
corte e a plataforma da rodovia, levando-as até uma caixa colectora ou algum outro
desagúe seguro. As sarjetas são essenciais em todos os cortes, localizadas à margem dos
acostamentos.

As sarjetas de corte podem ter seção triangular, que tem como principal importância a
redução de riscos de acidente, trapezoidal, para grandes vazões, e rectangular, para
terrenos rochosos, devido a facilidade na execução.

As sarjetas podem ser revestidas em concreto, alvenaria de tijolo, alvenaria de pedra


argamassada, pedra arrumada revestida, pedra arrumada ou simples revestimento
vegetal, que tem alto custo de conservação.
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9.4. Sarjetas de Aterro


As sarjetas de aterro são semelhantes às de corte. Localizadas nas bordas dos
acostamentos, impedem a erosão do talude de aterro, captando as águas precipitadas
sobre o pavimento e conduzindo-as até as descidas de água ou algum outro local seguro.

A seção transversal pode ser triangular, trapezoidal ou rectangular, sempre analisando a


viabilidade e segurança, conforme discutido nos itens anteriores.

Um tipo de sarjeta de aterro muito utilizada actualmente, é quando se cria uma espécie
de seção triangular entre o desnível do pavimento e o meio fio, formando o meio-fio-
sarjeta. Os dispositivos podem ser em concreto, CBUQ, solo betume, solo cimento ou
solo.

9.5. Valeta do Canteiro Central


Os canteiros centrais são divisores de pistas muito utilizados nas rodovias em pista
dupla. Esses canteiros quando côncavos necessitam desta valeta, que tem como
objectivo conduzir longitudinalmente as águas que incidem sobre ela, devido à
precipitação sobre a pista e sobre o próprio canteiro. Essas águas são lançadas nas
caixas colectoras ou bueiros de greide.

As seções transversais são geralmente triangulares, podendo também ser usado seções
semicirculares, meia cana. Outros tipos de seções são usados apenas para casos
especiais ou por insuficiência hidráulica.

Quanto ao revestimento, pode ser empregado qualquer tipo, como citado anteriormente,
dependendo da necessidade, vazão, custo ou razões estéticas. Aconselha-se sempre o
uso de algum tipo de revestimento.

9.6. Decidas de água


As descidas d'água são os dispositivos que transpõem as inclinações do terreno,
principalmente nos taludes de corte e aterro, tendo como objectivo conduzir as águas
captadas por outros dispositivos de drenagem. As descidas de água são colocadas
quando as valetas e sarjetas atingem seu comprimento crítico, no caso dos taludes de
corte, levam as águas da valeta de protecção de corte até uma caixa colectora ou sarjeta
de corte, já no caso dos taludes de aterro, elas conduzem principalmente as águas
provenientes das sarjetas de corte ou das saídas de bueiros, visando conduzir o fluxo
pelo talude até o terreno natural.
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Dependendo da velocidade do escoamento as descidas podem ser em degraus,


dissipando um pouco a energia do fluido.

As seções podem ser rectangulares, em calha tipo rápido ou em degraus, ou


semicirculares, meia cana, construídas em concreto ou em metal. Aconselha-se evitar a
construção em módulos, que podem acarretar desjuntamento das peças.

9.7. Saídas de Água


As saídas d'água ou também denominadas de entradas de água, são dispositivos de
transição que conduzem as águas das sarjetas de aterro para as descidas d'água. Elas
localizam-se junto aos acostamentos, na borda da plataforma, ou em locais próprios para
sua execução, levando as águas aos pontos baixos junto às pontes, pontilhões e viadutos.

As seções das saídas d’água devem permitir uma rápida captação das águas conduzindo-
as às descidas d'água de forma eficiente. A captação pode ser feita com o rebaixamento
gradativo da seção. Quanto ao revestimento, as saídas d'água podem ser de concreto ou
com chapas metálicas.

9.8. Caixas Colectoras


As caixas colectoras colectam as águas provenientes das sarjetas, descidas d’água e
áreas a montante que se destinam aos bueiros de greide. Uma das características é a
possibilidade de inspecção dos condutos que por elas passam, para verificação de
funcionalidade e eficiência.

As caixas colectoras podem ser classificadas em colectoras, caixas de inspecção ou


caixas de passagem, podendo ser abertas ou tampadas.

As caixas colectoras localizam-se nas extremidades dos comprimentos críticos das


sarjetas de corte, pontos de passagem de cortes para aterros, nas extremidades das
descidas d’água de corte e nos canteiros centrais das rodovias com pista dupla,
conduzindo as águas para o bueiro de greide, que garantirá um desagúem seguro.

As caixas de inspecção são colocadas nos locais destinados a vistoriar os condutos e os


drenos profundos, possibilitando a verificação do funcionamento e do estado de
conservação.

As caixas de passagem ficam nos locais onde houver necessidade de mudanças de


dimensão, declividade, direcção ou cotas de instalação de um bueiro. As caixas com
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tampa podem tê-la removível ou não, dependendo da função. As caixas com tampa fixa
são para finalidades colectoras e as removíveis são para inspecção. As caixas com
finalidade colectora não necessitam de tampa, mas apenas em locais que não
comprometam a segurança do tráfego.

9.9. Bueiros de greide


Os bueiros de greide são dispositivos que levam as águas captadas pelas caixas
colectoras até um desagúe adequado. São semelhantes aos bueiros de transposição de
talvegues, só difere da fonte das águas que, nesse caso, provém de outros sistemas de
drenagem e não dos cursos d’água dos talvegues.

9.1.1. Dissipadores de energia


Os dissipadores de energia dissipam a energia do fluxo d´água, reduzindo a velocidade,
o que diminui as possibilidades de erosão do solo ou até o desgaste do revestimento das
sarjetas e valetas, principalmente quando estas são de cobertura vegetal. Os dissipadores
de energia classificam-se localizados e contínuos.

9.1.2. Dissipadores localizados


Os dissipadores localizados, também chamados de bacias de amortecimento, têm como
principal função evitar o fenómeno da erosão quando a água encontra com o terreno
natural. Esses dispositivos dissipam a energia para reduzir a velocidade da água.

Os dissipadores localizados são instalados no pé das descidas d’água nos aterros, na


boca de jusante dos bueiros, na saída das sarjetas de corte e nos pontos de passagem de
corte-aterro.

9.1.3. Dissipadores contínuos


O dissipador contínuo tem a função de reduzir a velocidade do escoamento da água para
evitar a erosão dos locais que possam comprometer a estabilidade do pavimento.

Os dissipadores contínuos são encontrados nas descidas d’água, com degraus, ao longo
do aterro, para escoar a água que incide sobre a plataforma, conduzindo-a pelo talude,
de forma contínua, não o afectando.

9.1.4. Escalonamentos de taludes


O escalonamento de taludes tem a função de dissipar a energia do escoamento das águas
que incidem sobre os taludes, diminuindo a velocidade das águas à limites aceitáveis e
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reduzindo a erosão. As banquetas são os níveis do escalonamento e são providas de


dispositivos de drenagem como as sarjetas de banqueta.

9.1.5. Corta-rios
Os corta-rios são canais de desvio abertos para evitar que um curso d'água existente
interfira com a directriz da rodovia, obrigando a construção de sucessivas obras de
transposição de talvegues e para afastar as águas que serpenteiam em torno da directriz
da estrada, colocando em risco a estabilidade dos aterros.

10. Drenagem do pavimento


As técnicas de drenagem dos pavimentos, que objectivam protegê-lo contra a acção da
água, vêm sofrendo grandes melhorias no decorrer dos últimos anos. “De um modo
geral, essa drenagem se faz necessária, no Brasil, nas regiões onde anualmente se
verifica uma altura pluviométrica maior que 1500 milímetros e nas estradas com um
TMD de 500 veículos comerciais.”(DNIT, 2006)

As infiltrações de água podem ocorrer de duas maneiras: provenientes de águas de


chuva e vindas de lençóis d’água subterrâneos. Tais processos podem danificar
seriamente a estrutura do pavimento se a drenagem não ocorrer.

São quatro os números de técnicas de drenagens utilizadas: camadas drenantes, drenos


rasos longitudinais, drenos laterais de base e drenos transversais. As técnicas citadas
serão abordadas a seguir.

10.1. Camada Drenante


Consiste em uma camada de brita, com granulometria apropriada, localizada
directamente abaixo do pavimento e acima da base ou sub-base. A espessura de tal
camada varia de acordo com o índice de chuvas da região e a necessidade de drenagem.

FIGURA 1 – Camada Drenante


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10.2. Drenos Rasos Longitudinais


Têm por função colectar as águas drenadas da camada e base drenante e levá-las até o
local onde essas irão desaguar. O dreno longitudinal possui forma de um pentágono ou
então de um rectângulo e localiza-se abaixo da camada drenante (FIGURA 1) e deve
ter, no mínimo, a mesma condutividade hidráulica da camada acima.

10.3. Drenos Laterais de Base


Possuem a mesma função dos drenos rasos longitudinais, ou seja, colectar a água que
foi drenada pela camada drenante, mas aproveitando mais sua capacidade de escoar as
águas. Localizam-se entre a borda da camada drenante e a borda livre do acostamento,
fazendo com que o material drenado passe a correr junto a base dos acostamentos, até
chegar nos drenos laterais e serem levados para desaguar em um local seguro.

10.4. Drenos Transversais


São drenos dispostos transversalmente à pista de rolamento, objectivando drenar as
águas que atravessam as camadas do pavimento. Localizam-se em pontos baixos de
curvas verticais e em locais onde haja águas acumuladas e que não foram drenadas
pelos demais drenos.

11. DRENAGEM SUBTERRÂNEA OU PROFUNDA


A drenagem subterrânea ou profunda tem como objectivo interceptar o fluxo
subterrâneo e rebaixar o lençol freático. A solução de projecto de drenagem subterrânea
exige segundo o 2º Edição do Manual de Drenagem de Rodovias do DNIT os seguintes
tópicos:

a) conhecimento da topografia da área;

b) observações geológicas e pedológicas necessárias, com obtenções de


amostras dos solos por meio de sondagens a trado, percussão, rotativa e em certos casos,
por abertura de poços por meio de pá e picareta;

c) conhecimento da pluviométrica da região, por intermédios dos recursos que


oferece a hidrologia.

Para eliminar esses problemas foram desenvolvidos esses dispositivos:

 Drenos profundos;
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 Drenos espinhas de peixe;


 Colchão drenante;
 Drenos horizontais profundos;
 Valetões laterais;
 Drenos verticais de areia;

11.1. Drenos Profundos


Esses drenos são instalados a cerca de 1,5 a 2 metros de profundidade, para interceptar o
fluxo de água subterrânea e aliviar o lençol freático. São feitos com matérias filtrantes
( areia, agregados britados), materiais condutores ( tubos) e matérias drenantes (britas,
cascalhos grossos lavados). Eles devem ser instalados onde haja o objectivo de
interceptar e rebaixar o lençol freático.

11.2. Drenos Em Espinha De Peixe


São drenos normalmente usados em série quando o lençol freático estiver próximo da
superfície, e também quando o solo natural não for permeável. Geralmente são de
pequena profundidade e por isso usado sem tubos, embora possam ser usados com
tubos. Para exemplificar veja essa figura retirando da Edição do Manual de Drenagem
de Rodovias do DNIT:

FIGURA 2 – Drenos em espinha de peixe

11.3. Colchão Drenante


O objectivo das camadas drenantes é captar a água de pequena profundidade do corpo
estradal que os drenos de espinha de peixe não possam drenar. São usados nos cortes de
rocha, nos cortes em que o lençol freático estiver próximo do greide de terraplenagem,
na base de aterros onde houver água livre próximo do aterro natural e nos aterros
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constituídos sobre terrenos impermeáveis. E retirada da água captada pelos colchões


drenantes é feita por drenos longitudinais.

11.4. Valetões Laterais


É feito no bordo da rodovia, assim deixando as laterais da rodovia mais confiáveis nas
épocas de chuva. Em regiões planas o dispositivo pode funcionar tanto como sarjeta
como dreno profundo ao mesmo tempo.

11.5. Drenos Verticais


Aterros onde existem depósitos de solos moles com pouca condição de permeabilidade
como argilas, siltes e turfas, onde nesses casos são necessários soluções difíceis e
onerosas, entre essa soluções entra os drenos verticais como os de areia, cartão e fibro-
químicos.

12. Conclusão

O presente trabalho demonstrou que os problemas relacionados a sistema de drenagem


urbana no Bairro de Goto - Cidade da Beira possivelmente são referentes a
dimensionamentos das galerias pluviais, agravado devido a falta de manutenção do
sistema de drenagem. As bocas de lobo não apresentaram problemas de
dimensionamento, foram capazes de suportar o escoamento da vazão necessária até com
65% de sua capacidade de engolimento.

As galerias de águas pluviais apresentaram incompatibilidade com o actual


desenvolvimento urbano, as profundidades de assentamento de greide seriam muito
altas para a tubulação existente, assim como a velocidade está excessiva, devido a
inclinação do terreno. Esses problemas têm seus colapsos observados no ponto mais
baixo do sistema de drenagem, que é no cruzamento estudado, e como as galerias não
conseguem escoar a água durante as fortes precipitações o trecho é inundado. As
galerias precisam de ajuste e o presente trabalho sugere que sejam trocadas por
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diâmetros iguais ao sugeridos ou superior. Outras soluções para diminuir o problema


seriam a construção de áreas de retenção de água de chuva, uso de asfalto permeável,
outras medidas estruturais e não estruturais.

13. Referências Bibliográficas

ABNT. NBR 9649 Projecto de redes colectoras de esgoto sanitário. Rio de Janeiro,
1986.
AMERICAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERS – ASCE. Design and construction of
urban stormwater management systems. New York: 1992.
BINGHAM, D.; BOUCHER, W.; BOUCHER, P. Urban runoff pollution prevention
and control planning handbook. Washington: EPA, 175 p.
BORSATO, V. A., O Clima de Campo Mourão e eventos intensos. IX EPCT, Campo
Mourão, 2014.
CAMPANA, N.; TUCCI, C.E.M., Estimativa de área Impermeáveis de macro bacias
urbanas. RBE, Caderno de Recursos Hídricos V12. 1994.

CANHOLI, Aluísio Pardo. Drenagem urbana e controle de enchentes. São Paulo:


Oficina de Textos, 2005. ISBN 85-86238-43-0
Como evitar o desperdício de água. Disponível
em: http://ajudandonatureza.blogspot.com/2007/11/como-evitar-o-desperdicio-de-
agua.html#ixzz1uszQo4GU. Acesso em 16.09.2018.
22

DAEE – DEPARTAMENTO DE AGUAS E ENERGIA ELETRICA DO ESTADO DE


SÃO PAULO. Análise geológica e caracterização dos solos na bacia do Alto Tietê
para a avaliação do coeficiente de escoamento superficial‖. São Paulo. 1998.

DANTAS, José. Aparelhos economizadores de água. Disponível


em: http://whttp://www.eumed.net/libros/2008c/447/APARELHOS
%20ECONOMIZADORES%20DE%20AGUA.htm. Acesso em : 16.09.2018.

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