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O que é o Serviço Social? Muitas vezes ele pode ser confundido, fora dos
muros da categoria profissional, como uma prática de ajuda, “arte”,
vocação, tecnologia social. Todavia, o Serviço Social é uma profissão
situada sócio historicamente a partir da divisão do trabalho. Trata-se de
uma especialização técnica que visa responder a um conjunto de
necessidades especiais, que têm em seu cerne, a questão social.
A demanda do Serviço Social é diferenciada: saúde, educação, assistência
social, sócio jurídico, empresas, organizações não-governamentais, dentre
outros, ou seja, são os mais variados espaços sócio ocupacionais que
trabalham com as refrações da questão social, e que, por sua vez, fazem
com que o Assistente Social também tenha atribuições diferenciadas. Vale
ressaltar que, independente dos campos serem distintos, o método do
Assistente Social é o mesmo, o que muda são as técnicas e instrumentos
utilizados.
E o que faz o Assistente Social? Intervenção! Mas, para tanto, é preciso
planejar, formular, conhecer, avaliar, ter cada vez mais e mais qualificação,
dentre outras necessidades. O profissional de Serviço Social intervém no
âmbito da realidade, nas necessidades geradas nessa sociedade desigual.
As demandas que vão surgir, são sequelas da sociedade capitalista,
podemos dizer que todos produzem, mas poucos têm acesso à riqueza que
produziram. Assim, os Assistentes Sociais vão atuando no sentido de
preencher as lacunas deixadas pela relação capital trabalho.
O Estado começa a assumir a questão social, enfrentando-a com as políticas
sociais, modalidades de intervenção sócio historicamente determinadas. A
classe subalterna começa a se reconhecer como sujeito de direitos e os
reivindicam.
Quando falamos em crise contemporânea, falamos em uma crise que afeta
a todos. A centralidade posta está no indivíduo e não na sociedade.
Aumenta-se a lógica do lucro, a lógica do “tirar vantagem” de tudo. Vemos
cada vez mais as pessoas sendo “educadas” para o individualismo, dentre
outros exemplos. Devemos considerar também a nossa realidade dialética,
entendendo que “nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia
(...)” (Como uma onda - Lulu Santos e Nelson Motta). E é nessa realidade
em que estamos inseridos! Desenvolver a capacidade analítica do cotidiano
é poder apresentar propostas eficazes de intervenção. Podemos dizer que
é necessário desenvolver uma “lente dialética”.
E tudo isso tem uma intrínseca relação com o projeto de integração, pois
não podemos conceber projetos que não tenham uma visão societária,
coerente com a categoria profissional, e com o projeto ético-político
profissional.
E falando do projeto de intervenção especificamente, podemos dizer que
um projeto reúne uma série de ações direcionadas para objetivos muito
bem definidos, e as atividades propostas deverão estar encadeadas, de
modo que o projeto tenha as fases de início, desenvolvimento e
encerramento bem definidas.
Trata-se de um instrumento que propõe mudanças. O chamamos de finito
por ter início, meio e fim pré-determinados. Ele apresenta objetivos
específicos, recursos, orçamento, como também uma série de atividades
articuladas em uma seqüência de fases.
O fato de você, enquanto Assistente Social, elaborar um projeto, não vai
significar que se trata de somente um documento no papel, o projeto
precisa ser executado, monitorado, avaliado, para que tenha bons
resultados e colabore para a construção do seu projeto societário e para
com os objetivos institucionais. Em suma, um projeto surge em resposta a
problemas concretos, identificados por pessoas que, de alguma forma, se
“incomodaram” com eles.
Podemos expressar que nesse item o Assistente Social utiliza de uma gama
de instrumentos que o auxiliarão na construção de seus planos, programas
e projetos. Ora, o assistente Social dever ser um bom observador,
e observador participante, então esse é o primeiro item da interação
“face a face”. Olhar é não é simplesmente ver, olhar é estabelecer relações,
conexões com o que está acontecendo. Fazer uma leitura mais apurada e
critica daquilo que você está observando e estabelecer um sentido a ela.
Direcionar o seu olhar para aquilo que realmente lhe interessa visualizando
mais longe e interpretar as suas informações a luz de um referencial teórico.
Nesse momento, não se trata de uma observação distante, com postura
neutra, mas uma observação participante no qual o profissional interage e
participa ativamente do processo. Outra interação que devemos considerar
e que vai auxiliar o trabalho é a entrevista individual e grupal, essa nada
mais é do que uma conversa, um dialogo entre o profissional e o usuário
dos serviços. Mas ao entrevistar o usuário individualmente ou coletivamente
assume um papel deferente, principalmente sob o ponto de vista do usuário.
A tarefa de entrevistar compete ao Assistente Social mediante as interações
que possui com o usuário e cabe ao profissional, que fala em nome da
instituição, a iniciativa e o controle da entrevista, direcionando os objetivos
que busca alcançar. Muitas vezes, podem esses objetivos ser conflitantes,
do Assistente Social não ser o mesmo do usuário, entretanto, ocorre aí uma
relação hierárquica em que o Assistente Social está numa posição
superior. Lembrando deve sempre existir o processo democrático, no qual
o respeito à diversidade como valores éticos fundamentais, são da nossa
profissão a mola principal, pois o momento da entrevista é um espaço em
que o usuário pode demonstrar a us a idéia, suas vontades e necessidades.
Nesse espaço o usurário pode ser ouvido e ser ouvido não implica
necessariamente em concordar com tudo que o usuário relata, sendo um
observador participante, o Assistente Social pode e deve emitir suas
opiniões, desejos, sempre a partir dos conhecimentos que possui. Muitos
são os instrumentais que o Assistente Social utiliza na sua prática, dentre
eles podemos destacar: as dinâmicas de grupo, a reunião, a
mobilização da comunidade, visita institucional e domiciliar, e todos
esses são instrumentos de trabalho diretos ou “face a face”.
3. Instrumentos de trabalho indireto ou “por escrito”: Se nos dois
tipos acima se referem basicamente a oralidade e ao uso da linguagem,
nesse o Assistente Social deve exercitar a habilidade da escrita. Nem
sempre as pessoas, de um modo geral, sempre relatam que não conseguem
colocar as suas idéias no papel. Escrever requer muitas habilidades e
competências que precisam ser desenvolvidas, não só nas instituições de
educação, mas na nossa vida em geral. O Assistente Social irá, no exercício
de sua prática, se deparar com uma documentação importante que terá um
destino formal, em muitas vezes, chegarão às mãos de autoridades. Por
isso, é fundamental que o Assistente Social tenha uma ótima redação, que
seu texto seja coerente, claro, objetivo e coeso. É nesse momento que o
Assistente Social sistematiza a sua prática, promovendo uma construção
histórica de seu trabalho e da atuação da profissão. Dentre esses
instrumentos podemos citar ainda: atas de reunião, livro de registro, diário
de campo, relatório social e parecer social.
Pensar nesses instrumentais para o Serviço Social nada mais é do que
refletir sobre a importância dos objetivos da própria profissão. Esses não
podem significar mais ao profissional do que os objetivos concretos que a
realidade social apresenta, o instrumental nada mais é do que a capacidade
criativa em utilizá-lo da forma mais coerente e eficaz para uma pratica
interventiva de qualidade e com responsabilidade profissional.
Corroborando com essa afirmativa, Guerra, 2002 argumenta que:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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