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Abstract
This article’s intention is to make a reflection on graphic design at the time we call postmodernism. It aims to
rescue some historical moments that originated the formation of graphic design activity and to identify the
relevance of grid usage as a structurer element and organizer of textual and imagetics elements of the blank
page.
formato ampliado da página impressa, seja pela adoção Embora as mensagens possam ter sua forma
de novos recursos como a fotografia ou a policromia. determinada ou modificada pelos repertórios e
O aumento das possibilidades de composição preferências estéticas do designer, elas precisam ser
da página impressa, associado à adoção de novas organizadas em uma linguagem que seja reconhecida
tecnologias, deu origem à atividade do designer gráfico e entendida pelo público. Este é um dos aspectos que
como profissão, mas esta só viria a se consolidar em distingue um produto de design gráfico de uma obra
meados do século XX. Embora muitos dos pioneiros de arte. Em segundo lugar, o designer, ao contrário do
do design gráfico fossem artistas plásticos, é importante artista, projeta tendo em vista a produção em série e
distinguir design gráfico e obra de arte. De acordo com de forma mecânica, usando inicialmente esboços em
o glossário de termos e verbetes, utilizados em design papel e, posteriormente, transformando suas criações
gráfico publicado pela ADG (Associação dos Designers em informação que será manipulada digitalmente para
Gráficos), o design gráfico “é um termo utilizado para posterior reprodução em grandes tiragens. Além disso,
definir, genericamente, a atividade de planejamento e o designer pode trabalhar em equipes, atuando como
projeto relativos à linguagem visual”. “Atividade que diretor de arte ou supervisionando partes do projeto,
lida com a articulação de texto e imagem, podendo tais como fotografias ou outros materiais ilustrativos
ser desenvolvida sobre os mais variados suportes e encomendados.
situações. Compreendem as noções de projeto gráfico,
identidade visual, projetos de sinalização, design editorial, 2 A Bauhaus e a for mação do
entre outras. O termo design gráfico também pode pensamento do Design
ser empregado como substantivo, definindo assim um
projeto em si”(ADG, 2000). Quando em 1919 a Bauhaus abriu suas portas em
A respeito do design gráfico, Holis diz que “o Weimar, na Alemanha, ninguém conseguiria prever a
significado transmitido pelas imagens e pelos textos enorme influência que viria exercer nas artes visuais,
tem pouco a ver com a pessoa que os criou ou escolheu: nem que viria a formar as bases do que entendemos
não expressam as idéias de seus designers. A mensagem como design gráfico. Sob a direção de Walter Gropius,
do designer atende a necessidade do cliente que está a avançada metodologia e a paixão pela funcionalidade
pagando por elas” (2000, p.2). disseminaram suas disciplinas e tudo, da arquitetura
e Art Déco, mas, esses esforços produziram apenas imaginário, o figurativo e o abstrato, o movimento
soluções superficiais. As poucas obras resultantes deste e o repouso, sejam nas campanhas publicitárias, nos
momento de nostalgia continuaram a seguir as regras cartazes, nas sinalizações, nas embalagens ou nos sites
de simplicidade e das formas claramente definidas, da internet. A imagem contemporânea é agrupada
proposta fundamental dos artistas, designers e tipógrafos entre imagens impressas estáticas e nos vídeos em
iniciadores do movimento moderno. Enquanto isso, o movimento, onde este é o ponto de intersecção
movimento artístico que viria a ser designado como entre duas partes, é o suporte destas experiências
Pop Art somou o espírito dadaísta com as imagens mais de decomposição e recomposição. Brissac Peixoto
comerciais do design gráfico, encontrando aplicações diz que “as passagens são o caminho do futuro das
especialmente na publicidade e na indústria de imagens” e a “paisagem contemporânea é um vasto
embalagens, provocando também impactos nas formas lugar de passagens”(PARENTE, 1996).
de comunicação que vemos nos dias de hoje. Em texto intitulado Design gráfico & pós-
modernidade, Flávio Vinicius Cauduro destaca que
3 Design gráfico e pós-modernidade na era pós-moderna “a geometrização das formas e
as grids urbanísticas e tipográficas são agora símbolos
A busca constante pela originalidade nas criações abominados de dominação ideológica e controle
de design de hoje, muitas vezes, tem como fonte social.” (In: MARTINS, 2004, p.43). O artigo trata
de inspiração os acontecimentos passados e são das transformações estéticas no design gráfico e nas
conseguidas a partir da observação de um dado artes visuais ocorridas com a pós-modernidade, a era
momento histórico. Percebe-se com isso que o “da pluralidade, da fragmentação, da heterogeneidade,
aparente anarquismo presente na organização das da complexidade, das contradições insolúveis, das
informações em produtos de design gráfico, entre eles incertezas e das indecidibilidades, das simulações,
os cartazes, embalagens, capas de livros ou cd´s não da transitoriedade, da globalidade [...]” em oposição
são resultado de decisões arbitrárias. O cenário do às premissas modernistas que o autor adjetiva
design gráfico atual evidencia as passagens de todos como “supostamente” universais. A afirmação
os tipos de imagens que confundem o imaginário é exemplificada textualmente com o trabalho de
das pessoas. Estas pessoas estão entre o real e o designers tipográficos europeus, em especial, Emil
e horizontais, espaçadas igualmente, que se cruzam, livre e indefinida, mas não desorganizada. Além disso, o
resultando em um determinado número de subdivisões designer irá considerar outros aspectos na composição
quadradas de mesmo tamanho. As estruturas podem das formas, tais como equilíbrio, contrastes, repetição,
ser formais, semiformais ou informais, ativas ou tensão, movimento, entre outros.
inativas, visíveis ou invisíveis. O grid possui críticos ou defensores, se usado com
Muitos produtos resultantes do processo de design habilidade e sensibilidade podem produzir layouts
que conhecemos, sejam bi ou tridimensionais, são funcionais e com bom efeito estético. “Aplicado
construídos a partir de uma estrutura. Para Wong, a uma série de unidades, o grid pode dar origem a
“a estrutura serve para controlar o posicionamento um sentido de seqüência, de continuidade, que dá
das formas em um desenho [...] e impõem ordem distinção ao todo, pela padronização [...], todavia,
e predetermina relações internas de formas em um nas mãos de um designer não muito habilidoso, o
desenho”. (WONG, 2001, p.59-61). Considerando que grid pode se converter em uma autêntica camisa de
design é uma atividade organizadora da informação força, resultando em layouts duros, de rígido formato”
e que a estrutura tem função direcionadora e não (HULBURT, 2002, p.83). No caso de uma linha de
limitadora, um designer pode ter criado uma peça de embalagens, compostas por diversos elementos ou
comunicação visual sem ter pensado conscientemente em um projeto editorial que envolva diversas capas
na estrutura, porém mesmo assim ela esta presente de livros, por exemplo, o grid funciona como uma
quando há a organização. O erro em achar que o grid é ferramenta norteadora para o designer, já que ele
limitante está ligado à falta de conhecimento de muitos funciona como um elemento organizador de imagens
designers a respeito das teorias sobre fundamentos e textos que farão parte do espaço da página. Nas
de desenho bem como da composição das formas e palavras do designer suíço Joseph Müller-Brockmann,
suas relações. Muitas vezes, os grids são interpretados “o grid torna possível reunir todos os elementos do
como limitadores devido ao desconhecimento design - composição, fotografias, ilustrações – de uma
sobre as classificações das estruturas, em especial forma harmônica. É um processo de disciplinamento
aquelas denominadas informais, que normalmente do design”.
não dispõem de linhas estruturais e apresentam a Le Corbusier, na sua própria avaliação sobre o
organização dos elementos do layout de uma forma Modulor, acrescentou esta nota final de precaução:
Conclusões