1
2
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
ESTATURA PARA A IDADE
- ESTIMATIVA DA ESTATURA EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM LIMITAÇÕES FÍSICAS A OMS (2007), na CHEMIN & MURA (2011) <p3 ou <-
2EscZ.= Baixa estatura para idade.
Existe a estimativa de altura de crianças e adolescentes
com limitações físicas uso das medidas de membros A normalidade é dada àqueles com E/I >p3.
superiores (CSB), do membro inferior a partir do joelho (CJ)
e do comprimento tibial (CT).
- PERÍMETRO TORÁCICO: na adolescência a fita passa no
Tabela 1: Estimativa de altura em crianças e apêndice xifoide (WEFFORT & LAMOUNIER, 2009).
adolescentes com limitações físicas segundo WEFFORT
& LAMOUNIER (2009) - SEGMENTOS CORPORAIS: as proporções entre
segmento superior e inferior alteram–se com a idade. Essa
MEDIDA DO ESTATURA ESTIMADA DP (cm) relação tem valor para exame físico. O segmento inferior (SI)
SEGMENTO (cm) é definido pela distância entre o solo e a borda superior da
CSB E = (4,35 X CSB) + 21,8 +1,7 sínfise púbica, estando o indivíduo de pé, descalço, com os
CT E = (3,26 X CT) + 30,8 +1,4 barcos pendentes ao lado e os pés ligeiramente afastados.
CJ E = (2,69 X CJ) + 24,2 +1,1
O segmento superior (SS) é definido no ponto da sínfise
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL PARA A IDADE (IMC/I) púbica até o ápice da cabeça. Para indivíduos com idade
superior a 10 anos, a relação SS/SI deve ser menor que 1,0
Para avaliar o estado nutricional do adolescente, a WEFFORT & LAMOUNIER (2009).
OMS preconiza o uso do IMC, o qual deve ser avaliado de
acordo com a idade e sexo (o IMC aumenta com o passar da - AVALIAÇÂO LABORATORIAL segundo WEFFORT &
idade). LAMOUNIER (2009):
Os pontos de corte foram definidos por meio de estudo Indicador Valor normal
de validação, considerando a morbimortalidade por doenças Albumina ≥3,5 g/dL
associadas ao baixo peso e ao sobrepeso.
Transferrina 170 a 250 mg/dL
Fibronectina 30 a 40 mg/dL
Segundo CHEMIN & MURA, é um indicador para triagem e
Contagem de Aceitável: >1200cels/mm3
não para diagnóstico de alterações nutricionais.
linfócitos circulantes Moderadamente reduzidos: 800 a
1200cels/mm3
No caso de adolescentes, a justificativa para preconização
Reduzidos: <800cels/mm3
do IMC/I baseia-se em:
- inadequação do uso do P/I, isolado na avaliação de Glicemia de jejum 70 a 100 mg/dL
adolescentes (a fase de intenso crescimento necessita de Folato sérico >6ng/mL
avaliação de altura); Tempo de 11 a 15 segundos
- possibilidade do ajuste do IMC pela idade (levando em protrombina
consideração as modificações ao longo do tempo); Alfatocoferol ≥0,7 mg/dL
- utilização do mesmo critério de avaliação desde os dois Ácido ascórbico ≥30 mg/dL
anos de idade até a fase adulta/idosa; Retinol ≥30mg/dL
- estudos mostram que crianças e adolescentes com alto Glutation redutase <20%
IMC/I tendem a manter essa condição na vida adulta. Vitamina B12 ≥200pg/mL
Fósforo 5 a 8mg/dL
Desvantagem: não diferencia os componentes do peso Zinco 60 a 120 mcg/dL
corporal. Colesterol total Desejável: <150mg/dl
Limítrofe: 150 a 169mg/dl
Pontos de corte para classificação do estado nutricional pelo Aumentando: >170mg/dl
IMC/IDADE(OMS 2007 – CHEMIN & MURA 2011 / VITOLO LDL colesterol Desejável: <100mg/dl
2014): Limítrofe: 100 a 129mg/dl
Aumentando: >130mg/dl
Magreza acentuada <p0,1 (VITOLO, 2014) HDL colesterol ≥45mg/dL
Baixo peso / Magreza <p3; Triglicerídeos Desejável: <100mg/dl
Normalidade p3 |– p85 ; Limítrofe: 100 a 129mg/dl
Sobrepeso p85 |- p97 Aumentando: >130mg/dl
Obesidade ≥p97.
Obs.: Vitolo (2014) considera Risco de sobrepeso p85 |- p97; Gravidade Dosagem de albumina sérica
Sobrepeso p97 |- p99,9 e Obesidade >p99,9. (g/dL)
Depleção leve 3,5 a 2,8
- CLASSIFICAÇÃO OMS/NCHS 2000 para o IMC segundo Depleção moderada 2,7 a 2,1
WEFFORT & LAMOUNIER (2009):
Depleção grave Inferior a 2,1
Percentil OMS (1977) NCHS (2000)
NECESSIDADES E RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
<p5 Risco de desnutrição Baixo peso
p 5 |- 85 Eutrofia Eutrofia Energia
>p85 (OMS) Risco de Sobrepeso Sobrepeso Para estimativa das necessidades de energia (EER ou
≥p85 (NCHS) VCT) deve-se levar em consideração o gasto energético
>p95 (OMS) Risco de Obesidade Obesidade total e a energia de deposição.
≥p95 (NCHS)
3
Necessidades de energia – sexo masculino Tabela 3: Cálculo da estimativa das necessidades de
Idade Sedentário Pouco Ativo Muito energia para adolescentes (CHEMIN & MURA 2011 /
ativo ativo VITOLO 2014).
10 1601 1875 2149 2486
11 1691 1985 2279 2640
12 1789 2113 2428 2817
13 1935 2276 2618 3038
14 2090 2459 2829 3283
15 2223 2618 3013 3499
16 2320 1736 3152 3663
17 2366 1796 3226 3754
18 2383 2823 3263 3804
Tab. 2: Necessidades de Energia segundo sexo –
meninos (KRAUSE).
1)De acordo com as recomendações da RDA (1989) por O IOM preconiza que, para adolescentes com risco de
centímetro de altura real, onde: sobrepeso ou sobrepeso (IMC/I ≥p85 e 95,
Faixa etária (anos) Meninas Meninos respectivamente), não se deve incluir a energia de
11 - 14 14kcal/cm 16 kcal/cm deposição no cálculo da EER.
15 – 18 13,5 kcal/cm 17kcal/cm
A não inclusão da energia de deposição leva em
2) Ou segundo a FAO/OMS: onde a Taxa de Metabolismo consideração que haveria a utilização do tecido adiposo
Basal seria dada por: excedente para promover o crescimento.
Faixa etária (anos) Meninas Meninos Contudo, essa recomendação deve ser avaliada
10 – 18 12,2 x P + 746 17,5 x P + 651 individualmente, considerando o período de crescimento,
maturação sexual, histórico familiar e estilo de vida de cada
Após o cálculo da TMB, deve-se multiplicar o fator atividade: adolescente.
Atividade Meninas (g/dia) Meninos (g/dia) Tabela 3 (continuação): Cálculo da estimativa das
Escola e atividade 1,5 1,6 necessidades de energia para adolescentes com
leve sobrepeso (CHEMIN & MURA).
Atividade moderada 2,2 2,5
Atividade intensa 6 6
4
Minerais e vitaminas
A EAR deve ser utilizada na avaliação dietética de
adolescentes, bem como no cálculo de dietas para grupos
de adolescentes. Nesse último caso, é preciso conhecer o
desvio-padrão de ingestão no grupo.
Segundo CHEMIN & MURA, estabeleceu-se uma AI de A DRI de cálcio para adolescentes é de 1300mg, o que
14g/1000kcal. está entre os valores recomendados pelo NIH para ingestão
de cálcio ótima (1200 – 1500mg) para adolescentes de 11 a
Tabela 7: Recomendação de fibras para adolescentes 24 anos.
(CHEMIN & MURA).
Entretanto, segundo as pesquisas NHANES II e III,
Faixa etária Meninas (g/dia) Meninos (g/dia) observou-se diminuição do consumo de cálcio e consumo
(anos) inadequado frente às recomendações, o que pode ser
9 – 13 26 31 decorrente do alto consumo de refrigerante e diminuição do
14 – 18 26 38 consumo de leite.
19 – 50 25 38
IOM maiores níveis de ingestão para indivíduos de 9 a 18
CHO - Recomenda-se cerca de 130g/dia. anos que adultos, uma vez que, em meninas, há construção
de 92% da massa óssea ao redor dos 18 anos de idade.
Lipídios - Recomenda-se cerca de 30 – 35% do VET, com
não mais de 10% das calorias de ácidos graxos saturados. 3. Zinco (KRAUSE) O zinco é essencial para o
crescimento e maturação sexual. A retenção de zinco
Idade W3 W6 aumenta significativamente durante o estirão de
9 – 13 crescimento.
Meninos 1,2 12
Meninas 1,0 10 A ingestão limitada de zinco pode afetar o crescimento
físico, assim como o desenvolvimento de características
14 – 18 sexuais secundárias.
Meninos 1,6 16
Meninas 1,1 11
Faixa etária Meninos (mg) Meninas (mg)
WEFFORT & LAMOUNIER (2009) A faixa de distribuição (anos)
aceitável de energia proveniente dos macronutrientes 9 – 13 8 8
segundo as DRIs (2002) seria: 14 – 18 11 9
- CHO de 45 a 65%; 19 – 50 11 8
- PTN de 10 a 30%;
- LIP de 25 a 35%.
5
4. Folato RDA de 300mcg para adolescentes de 9 a 13 Tabela 8: Pontos de corte de perímetro de cintura
anos e de 400mcg quando têm 14 a 18 anos. segundo sexo.
A RCQ está mais relacionada à resistência à insulina. Em relação à composição corporal, avaliam-se os
compartimentos corporais e, em especial, sua associação
com o risco de adoecer (tanto por distúrbios associados à
desnutrição, quantos aqueles associados à obesidade).
Proteínas 10 – 35%;
Carboidratos 45 – 65%.
7
NUTRIÇÃO EM GERIATRIA A disfagia, comum em idosos, pode ser definida como
desordem na deglutição e/ou potencial desabilidade em
O processo de envelhecimento humano é considerado deglutir, com prejuízos na segurança, na eficiência e na
um processo irreversível, natural, progressivo e dinâmico, qualidade de comer e beber. A presença de disfagia implica
promovendo alterações morfológicas, bioquímicas, em risco de aspiração.
fisiológicas, comportamentais e psicossociais.
Outras afecções comuns em idosos incluem hérnia de
ALTERAÇÕES ORGÂNICAS, FISIOLÓGICAS E hiato e ulcerações de esôfago.
METABÓLICAS DECORRENTES DO ENVELHECIMENTO
6. Alterações gástricas
1. Alteração da composição corporal
Ocorre declínio da secreção ácida gástrica, que se
Com o envelhecimento ocorre aumento progressivo da relaciona com o grau de atrofia de mucosa gástrica.
massa gordurosa e diminuição da massa magra (água,
tecido ósseo e muscular). A diminuição do suco gástrico implica diretamente na
redução da secreção de fator intrínseco, responsável pela
Há concentração de gordura no tronco, com aumento de absorção da vitamina B12 pelo TGI, o que pode acarretar
gordura abdominal e diminuição da gordura periférica. em anemia megaloblástica.
Fatores que podem explicar a diminuição da massa Outro ponto é que a gastrite atrófica e acloridria são
magra em idosos: diminuição da atividade física, causas de anemia em idosos (diminuição da eficiência de
alimentação inadequada, diminuição da ACT e perda absorção de ferro).
generalizada da massa celular.
Além disso, o esvaziamento gástrico lentificado pode
Há redução da água corporal total em cerca de 15 a prejudicar a digestão, retardar a biodisponibilidade de
20% e redução de massa muscular em 11kg nos homens e algumas drogas, além de aumentar a saciedade precoce,
4kg nas mulheres, deste modo, tais alterações influenciam podendo contribuir para a anorexia do idoso.
no desenvolvimento de atividades físicas e na necessidade
calórica desses pacientes, que tende a diminuir. 7. Alterações intestinais
4. Alterações na cavidade oral Nos rins, pode-se ter capacidade diminuída para
eliminação de metabólitos e toxinas.
A ausência total ou parcial de dentes e/ou o uso
inadequado de próteses (parciais ou totais), a presença de 9. Alterações na atividade física
cáries e doenças periodontais ou a presença de xerostomia
acarretam prejuízos no processo de mastigação. Isso faz A prática de atividade física está diminuída (decorrente
com que esses indivíduos reduzam a ingestão de alguns de doença neurológica, alterações orgânicas ou por
alimentos, como carnes, frutas, verduras e legumes crus. alterações fisiológicas).
8
FATORES CULTURAIS
As variáveis fisiológicas que se deprimem no idoso estão
A presença de mitos, tabus, crenças, receitas e apresentadas na tabela 1.
medicações caseiras podem prejudicar o tratamento de
saúde, controle de doenças e oferta de alimentos.
Idade: _______
Nome: ______________________________________________________________________
Data: ___/___/_____
QUESTÒES RESPOSTAS
AFIRMATIVAS
(pontos)
Você tem alguma doença que o fez mudar o tipo/quantidade de alimentos que consome? 2
Você consome menos que duas refeições por dia? 3
Você bebe três ou mais doses de cerveja, licor ou vinho quase todos os dias? 2
Você consome poucas frutas, legumes, verduras ou produtos lácteos? 2
Você tem problemas bucais que dificultam sua alimentação? 2
Você nem sempre tem dinheiro suficiente para comprar os alimentos que necessita? 4
Você come sozinho nas maiorias das vezes? 1
Você usa três ou mais medicamentos diferentes prescritos ou por conta própria ao dia? 1
Você ganhou ou perdeu cerca de 4,5kg nos últimos 6 meses, involuntariamente? 2
Você nem sempre tem condições físicas para fazer compras, cozinhar e/ou alimentar-se sozinho? 2
PONTUAÇÀO
0 – 2 – BOM! - Revisar em 6 meses.
3 – 5 – RISCO NUTRICIONAL MODERADO! – Verifique o que você pode fazer para melhorar seus hábitos alimentares e seu
estilo de vida.
6 ou mais - RISCO NUTRICIONAL ALTO! – Procure ajude de um médico ou nutricionista.
9
O Checklist Nutricional é baseado nos sinais de advertência descritos a seguir.
(Utiliza-se a palavra DETERMINE em inglês como lembrete dos sinais de advertência.)
Doença: Qualquer doença, enfermidade u condição crônica que faça com que você mude a maneira de comer ou dificulte a
alimentação, coloca sua saúde nutricional em risco. Quatro de cinco adultos têm doenças crônicas que são afetadas pela dieta.
Estima-se que confusão ou perda de memória, que contribuem para piorar, afetem um de cinco ou mais de adultos idosos. Isto
pode tomar difícil lembrar-se o que, quando ou se você comeu. Sentir-se triste ou deprimido, o que acontece com um em oito
adultos idosos, pode causar grandes alterações no apetite, digestão, nível de energia, peso e bem-estar.
Comer pouco: Comer muito pouco ou comer em demasia levam a uma saúde precária. Ingerir os mesmos alimentos um dia
após o outro ou não consumir frutas, hortaliças e produtos lácteos também irá ocasionar uma saúde nutricional precária. Um em
cinco adultos pula refeições diariamente. Apenas 13% dos adultos consomem a quantidade mínima de frutas e vegetais
necessários. Um em quatro adultos mais velhos bebe muito álcool. Muitos problemas de saúde se tornam piores se você beber
mais de um ou duas bebidas alcoólicas ao dia.
Perda de dentes/dor na boca: Boca, dentes e gengivas saudáveis são necessários para se alimentar. Dentes ausentes,
amolecidos ou cariados ou próteses que não estão bem adaptadas, tornam a alimentação difícil.
Dificuldade econômica: Até 40% dos americanos idosos têm renda inferior a 6 mil dólares ao ano. Ter menos ou escolher
gastar menos que 25 a 30 dólares por semana para a alimentação torna muito difícil obter os alimentos que você precisa para se
manter saudável.
Contato social reduzido: Um terço das pessoas idosas vive sozinha. Estar com as pessoas diariamente dá um efeitos positivo
sobre a moral, o bem-estar e a alimentação.
Medicamentos múltiplos: Muitos americanos idosos devem tomar medicamentos para problemas de saúde. Quase metade dos
americanos idosos toma vários medicamentos todos os dias. Envelhecer pode mudar a maneira de responder às drogas. Quanto
mais medicamentos você tomar, maior a chance de efeitos colaterais, como mais ou menos apetite, mudança no paladar,
constipação, fraqueza, tontura, diarreia, náusea e outros. As vitaminas ou minerais, quando tomados em grandes doses, atuam
como drogas e podem prejudicar. Alerte o seu médico sobre tudo que você toma.
Perda/ganho de peso involuntário: A perda ou ganho de peso involuntário quando você não está tentando fazê-lo é um sinal de
advertência importante que não deve ser ignorado. Estar com sobrepeso u abaixo do peso também aumenta a sua chance de
saúde precária.
Necessidade de auxílio no autocuidado: Apesar da maioria das pessoas idosas serem capazes de comer sozinhas, uma em
cada cinco tem problemas para caminhar, fazer compras ou compras ou comprar e preparar os alimentos, especialmente
conforme envelhecem.
Mais de 80 anos: A maioria das pessoas idosas leva vidas completas e produtivas. Porém, conforme a idade aumenta, o risco de
debilidade e problemas de saúde aumenta. Verificar sua saúde nutricional regulamente é de bom senso.
Fig. 2: Questionário DETERMINE de avaliação nutricional do idoso.
10
D Sofreu estresse psicológico ou doença aguda nos últimos 3 meses?
Escore 0 = sim
1 = não
E Problemas neuropsicológicos?
12 pontos ou mais: Normal, não está em risco. Não precisa de avaliação complementar.
11 pontos ou abaixo: possível desnutrição.
AVALIAÇÃO GLOBAL
Item Questionamento Pontuação
G Vive independentemente (não em uma casa de repouso)?
Escore 0.0 = se 0 ou 1 uma resposta sim / 0.5 = se 2 respostas sim / 1.0 = se 3 respostas sim
L Consome duas ou mais porções de frutas ou verduras por dia?
Escore 0 = não consegue se alimentar sem ajuda / 1 = alimenta-se sozinho com alguma dificuldade
2 = alimenta-se sozinho sem problemas
O Ponto de vista pessoal da condição nutricional
Escore 0.0 = não tão boa / 0.5 = não sabe / 1.0 = tão boa quanto/ 2.0 = melhor
Q Circunferência braquial (CB) em cm
11
Preconiza-se, dentre outros o uso de métodos objetivos Em idosos é a medida mais sensível de massa muscular.
(antropometria, composição corporal e exames bioquímicos). Indica mudanças de massa magra que ocorrem com o
envelhecimento e diminuição da atividade.
a) Antropometria
IMC – 22 a 27kg/m2 (CHEMIN&MURA 2011; CUPPARI
Medidas: 2014; VITOLO 2014) ou 24 a 29kg/m 2 (KRAUSE, 2015)
Estatura (que pode ser estimada pela altura do joelho ou
pela hemienvergadura do braço): Circunferência muscular do braço
Área muscular do braço
O valor de estatura pode diminuir com o avanço da Área muscular do braço corrigida com ajuste da área
idade, em razão do achatamento dos discos intervertebrais e óssea à equação de Gurney e Jellife de área muscular do
do arco plantar dos pés e do enfraquecimento de braço.
musculatura da perna.
As medidas de perimetria e circunferência serão
Há declínio (embora sem consenso) de 1,2 – 4,2cm a comparadas junto às tabelas do FRISANCHO (1990).
cada 20 anos, a partir dos 30 anos. Chumlea propõe
equações para estimativa de altura. AVALIAÇÃO DO RISCO DE DESNUTRIÇÃO (WAITZBER,
2009)
Tab. 14: Fórmula para estimar a altura a partir da altura
do joelho Presença de pelo menos dois sinais:
Homem Mulher - perda de 2kg no ultimo mês ou 4kg nos últimos 6 meses;
64,19 - (0,04 x idade) + 84,88 - (0,24 x idade) + - perda de 15-20% do peso adulto normal;
(2,02 x altura do joelho) (1,83 x altura do joelho) - duas refeições por dia;
- dieta especial ou para perda de peso;
O valor estimado da altura pode ser usado para cálculo do - baixa ingestão oral;
IMC e das necessidades energéticas. - problema oral ou dentário;
- perda da autonomia física ou psicológica;
Peso, que pode ser estimado segundo a fórmula de - constipação (obstipação) intestinal grave;
Chumlea, com a combinação das medidas de panturrilha, - dificuldade de deglutição;
joelho e braço, onde: - morar sozinho ou depressão;
- mais que cinco medicações por dia;
HOMEM = (0,98 x perímetro de panturrilha) + (1,16 x altura - doença aguda ou crônica.
do joelho) + (1,73 x circunferência do braço) + (0,37 x dobra
cutânea subescapular) – 81,69
RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS NO ENVELHECIMENTO
MULHER = (1,27 x perímetro de panturrilha) + (0,87 x altura
do joelho) + (0,98 x circunferência do braço) + (0,4 x dobra As DRIs atuais, estabelecidas para otimizar a saúde de
cutânea subescapular) – 62,35 indivíduos e grupos, fornecem uma diretriz para avaliar a
conhecimentos sobre as necessidades nutricionais.
Quando não há possibilidade de mensuração ou
estimativa do peso, pode-se utilizar o peso habitual. Energia
No caso de idosos impossibilitados de permanecerem em ATENÇÃO: CHEMIN & MURA / VITOLO 2014 IMC
pé, a mensuração é feita com individuo sentado ou deitado. adequado 22 a 27kg/m2!
Em acamados, a medida é realizada em decúbito lateral.
As necessidades energéticas totais diárias normalmente
Dobra cutânea subescapular são estimadas de acordo com a taxa de metabolismo basal
(TMB), que contribui com cerca de 60 a 75% do VCT.
No caso de idosos impossibilitados de permanecerem em
pé, a mensuração é feita com individuo sentado ou deitado. Em geral, utiliza-se a equação de Harris & Benedict. A partir
Em acamados, a medida é realizada em decúbito lateral. da TMB, multiplicam-se os fatores atividade, lesão e térmico,
onde:
Perímetro da cintura
HOMENS:
No caso de idosos impossibilitados de permanecerem em TMB = 66 + (13,7 X P) + (5 X A) – (6,8 X I)
pé, esta medida não se aplica.
MULHERES:
Perímetro do quadril TMB = 655 + (9,6 X P) + (1,7 X A) – (4,7 X I)
Perímetro da panturrilha
12
Tabela 15: Fatores atividade, lesão e térmicos a serem Tabela 17: Fatores atividade a serem utilizados na
utilizados nas equações de Harris & Benedict (CHEMIN equação da FAO/OMS (CHEMIN & MURA).
& MURA).
Fator atividade Fator lesão (lesão, Fator Nível de Homens Mulheres
(HOSPITALIZADO) estresse) térmico atividade
Acamado = 1,2 Pacientes não 38°C = Muito leve 1,3 1,3
Acamado + complicados = 1 1,1 Leve 1,6 1,5
Móvel = 1,25 Pós-operatório câncer = 39°C=1,1 Moderado 1,7 1,6
Ambulante = 1,3 1,1 Intenso 2,1 1,9
Fratura = 1,2 40°C=1,3 Muito intenso 2,4 2,2
Sepse = 1,3 41°C=1,4
Peritonita = 1,4
Multitrauma reabilitação DISTRIBUIÇÃO DOS MACRONUTRIENTES (CHEMIN &
= 1,5 MURA)
Multitrauma + sepse =
1,6 Os valores de distribuição de macronutrientes:
Queimadura 30 – 50% = Proteínas 10 – 35% ou 0,8g/kg/dia;
1,7 Lipídeos 20 – 35%, sendo:
Queimadura 50 – 70% = o Ácido linoléico 5 – 10% (14g/dia para homens e
1,8 11g/dia para mulheres);
Queimadura 70- 90% = 2 o Ácido alfa-linolênico 0,6 – 1,2% (1,6g/dia para
Fonte: Kinney;Wilmore;Long;Elvin apud Avesani et al. homens e 1,1g/dia para mulheres);
EPA ou DHA até 10% da faixa de distribuição aceitável
Segundo CHEMIN & MURA equação de Harris & Benedict de macronutrientes;
são mais indicadas, uma vez que a equação da FAO/OMS Carboidratos 45 – 65% (RDA de 130g/dia).
não diferencia idade (considerando como de mesma TMB
indivíduos de 60 e 90 anos, por exemplo), entretanto, as KRAUSE Segundo KRAUSE, uma ingestão de proteína
equações da FAO podem ser utilizadas, onde: de 1,0 a 1,25g/kg é geralmente segura para adultos mais
velhos.
Tab. 16: Fórmulas de predição de TMB pela FAO/OMS
1985. Tabela 18: Necessidades de proteína segundo estado
Homens Mulheres nutricional (KRAUSE)
TMB = 13,5 x P + 487 TMB = 10,5 x P + 596 Condição Albumina Necessidade de
(g/dL) proteína (g/kg/dia)
A partir da TMB, para cálculo do valor calórico total, Estado >3,5 0,8
multiplica-se o fator atividade, onde: VCT = TMB x FA nutricional
adequado
Depleção suave 2,8 – 3,5 1,0 – 1,2
Depleção 2,1 – 2,7 1,2 – 1,5
moderada
Depleção grave <2,1 1,5 – 2,0
13
ZINCO: irregular e deficiente à luz solar ou indivíduo com diminuída
Um baixo consumo está associado com prejuízo imune, massa renal.
anorexia, diminuição do paladar, demora de cura de feridas
e desenvolvimento de úlceras de pressão. O metabolismo da vitamina D pode estar afetado pelo
uso de esteróides, que podem induzir perda óssea. Doses
Recomenda-se: em excesso podem induzir hipercalcemia e aumentam o
Idade Homens (mg) Mulheres (mg) risco de calcificação metastática de tecidos moles.
51– 70 anos 11 8
>70 anos 8 8 Não é conhecido se a absorção fisiológica está
diminuída em razão da idade. WAITZBERG (2009)
Vitaminas mínimo de 5mcg/dia.
É importante ressaltar a relação entre saúde e nutrição, Recomenda-se 10mcg/dia para idosos de 51 a 70 anos e
particularmente em relação às necessidades de vitaminas 15mcg para aqueles com idade superior a 70 anos.
antioxidantes como tocoferóis, carotenóides e vitamina C.
VITAMINA E:
Os antioxidantes atuam como um tampão contra o dano Pode ser benéfico intensificar o consumo de vitamina E
celular que pode ocorrer durante o funcionamento celular em adultos mais velhos, por sua atividade antioxidante e um
normal. As ingestões subótimas de vitaminas-chave podem papel importante na prevenção de catarata.Recomenda-se
colocar uma pessoa em risco de enfermidade crônica, 15mg ao dia para pacientes idosos.
especialmente nos idosos.
Tab. 19 Relação entre nutrientes e cérebro – KRAUSE
VITAMINA C: 2013
Envolvida na síntese de colágeno e carnitina. Os adultos Função cerebral Ingestão inadequada
mais velhos com frequência possuem menores níveis Perda de memória de curto B12, vitamina C
séricos de vitamina C. prazo
Resultados fracos em testes B2, folato, B12, vitamina C
O estresse, o fumo e medicações podem aumentar as de resolução de problemas
necessidades deste micronutriente. Encorajar o consumo de Demência B1, zinco
alimentos ricos em vitamina C pode ser eficaz. Capacidade cognitiva Folato, B6, B12, ferro
Degeneração de tecido B6
A ingestão de 150 – 250mg de vitamina C pode ser cerebral
protetora para catarata. O fumo aumenta o estresse
oxidativo, então para fumantes, recomenda-se o
aumento de 35mg além da DRI. RECOMENDAÇÕES GERAIS SEGUNDO KRAUSE (2010)
14
15
16