Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Discentes1:
Bruno Vnicius Cruz Dias
Claudio Silva Ribeiro
Priscila Dias Moreira
RESUMO
O presente trabalho quer tratar a relação que o homem construiu ao longo da história, suas lutas e conquistas que
foram se dando entre as sociedades, dessa forma, no primeiro momento queremos debater os direitos sociais e os
custos para que se chegasse a efetivar uma lei que pudesse garantir a dignidade da pessoa humana, nesse sentido vai
estar implícito o trabalho como garantia social, e o direito a liberdade. No segundo momento vamos tratar dos
direitos civis, ou seja, os que garantem a pessoa de manifestar de forma individual sua vontade visando o bem
comum garantia essas que possibilitaram as mulheres votar, bem como o acesso de todos às escolhas de seus
governantes no Brasil.
1 INTRODUÇÃO
Ter direitos em uma sociedade é algo fundamental para que haja igualdade de
oportunidades, assim como a garantia de que se cumpra o dever de fazer com que todos estejam
no mesmo patamar. Ser humano é fazer com que as relações entre as pessoas se efetive de uma
forma em que todos vivam com o mínimo de civilidade possível, ou seja, no nível em que haja
respeito mútuo.
Os direitos sociais tem haver com aquilo que foram conquistados ao longo de décadas,
com ou sem luta, o certo é que nem toda sociedade efetiva a garantia de direitos fundamentais ao
1
Graduandos do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas – Habilitação em História da Universidade Federal do
Maranhão-UFMA/Campus de Pinheiro. 6° período.
2
ser humano. Existem sociedades em que o trabalhador não goza de descanso digno, o seu corpo
não repousa o tempo necessário para que no futuro, ou seja, na velhice ela possa gozar de saúde.
Com isso, o que queremos tratar neste trabalho é a relação que o homem construiu ao
longo da história, dessa forma, no primeiro momento queremos debater os direitos sociais e os
custos para que se chegasse a efetivar uma lei que pudesse garantir a dignidade da pessoa
humana, nesse sentido vai estar implícito o trabalho como garantia social, e o direito a liberdade.
No segundo momento vamos tratar dos direitos civis, ou seja, os que garantem a pessoa
de manifestar de forma individual visando o bem comum garantia essas que possibilitaram as
mulheres votar, bem como o acesso de todos às escolhas de seus governantes no Brasil.
Consideramos que este seja um debate profícuo no sentido de engrandecer ainda mais nossos
conhecimentos.
2 DIREITOS SOCIAIS
Muitas revoluções foram necessárias para que o trabalhador pudesse ser visto como
alguém útil na sociedade, centenas de mortes em decorrências dos protestos para que o mínimo
fosse assegurado ao trabalhador. As sociedades ao longo do tempo concentraram o poder nas
mãos de poucos, e isso fez com que uma grande parcela da população mundial ficasse a mercê
dos ditames de classes que nunca se preocuparam com as necessidades sociais das pessoas.
Marx traz uma dimensão verdadeira do trabalho nas sociedades feudais justamente
porque ele quer escancarar os problema das sociedades industriais. O que havia nessa sociedade
era um sistema de exploração em que o trabalhador acreditava que estava lucrando quando na
verdade ele pagava para trabalhar, dessa forma, o empregador lucrava com o produto e
principalmente ao comprar a força de trabalho.
Fazer com que o trabalhador entendesse esse tipo de sistema levou tempo, o certo é que
de imediato ninguém desconfiava dessa forma de exploração. Ser servo em uma sociedade
aristocrata significava trabalhar em benefício do senhor da terra, ou seja, aquele que possuía
todos os direitos necessários em cima daqueles que legalmente não possuíam direito algum.
3
Esse sistema de exploração fez com que Marx pensasse a sociedade industrial com um
olhar crítico voltado, sobretudo para a divisão de classes sociais. Para Marx, as classes sociais
eram o divisor de águas, pois com essa divisão dificilmente se acabaria com a exploração dos
ricos sobre os pobres, “Marx usou o termo pauperização para descrever o processo pelo qual a
classe trabalhadora se torna cada vez mais empobrecida em relação à classe capitalista. Mesmo
que os trabalhadores se tornem mais prósperos”. (Giddens 2005, p. 287),
Com o advento da industrialização a classe trabalhadora se tornou mais empobrecida,
pois os ricos ficaram mais ricos e os pobres mesmo que com uma melhora nos ganhos
continuaram sendo pobres e ainda mais reféns do novo sistema que se impusera sobre suas vidas.
Essa divisão de classes fazia com que o pobre continuasse sendo pobre e o rico ascendesse a
patamares cada vez maiores. Era algo intrigante para o momento, pois se percebia
inevitavelmente a vida do trabalhador, aquele que gera a força de trabalho e que
consequentemente gera lucro não melhorava o suficiente em números iguais ao do empregador.
Norberto Bobbio (2004, p. 25), salienta que:
O direito ao trabalho nasceu com a Revolução Industrial e é estreitamente ligado à sua
consecução. Quanto a esse direito, não basta fundamentá-lo ou proclamá-lo. Nem
tampouco basta protegê-lo. O problema da sua realização não é nem filosófico nem
moral. Mas tampouco é um problema jurídico. É um problema cuja solução depende de
um certo desenvolvimento da sociedade e, como tal, desafia até mesmo a Constituição
mais evoluída e põe em crise até mesmo o mais perfeito mecanismo de garantia jurídica.
2. 2 Direito a liberdade
Debater o conceito de liberdade nas sociedades ainda é algo um tanto complexo, pois ao
longo da história se discutiu e ainda se debate a quantidade de limites que foram impostas aos
seres humanos, como o direito de voto, de trabalho (que fora abordado anteriormente), direito
específico das mulheres exercerem uma profissão que fosse remunerada, direito a viver livre em
4
sociedade e etc., portanto, são muitas as questões que podem ser tratadas dentro dessa
problemática e que merecem atenção.
O fato mesmo de que a lista desses direitos esteja em contínua ampliação não só
demonstra que o ponto de partida do hipotético estado de natureza perdeu toda
plausibilidade, mas nos deveria tornar conscientes de que o mundo das relações sociais
de onde essas exigências derivam é muito mais complexo, e de que, para a vida e para a
sobrevivência dos homens, nessa nova sociedade, não bastam os chamados direitos
fundamentais, como os direitos à vida, à liberdade e a propriedade. (BOBBIO, 2004,
36).
seja, é necessário concretizar e tornar pública essa possibilidade pela declaração de que
“os homens nascem iguais.” (ODALIA, 2012, p. 162)
O surgimento dos direitos civis marcou uma tremenda mudança dos paradigmas das
sociedades em geral, tendo sido rompido às ligações das relações de dominação baseados em
relações comunitárias tradicionais, característicos do período medieval e do sistema feudal. Os
direitos civis colocaram uma igualdade jurídica entre os cidadãos, passando assim a serem
considerados iguais perante a lei. Mesmo as diferenças, origem e classe social continuam a
existir, porem estas não devem interferir na igualdade jurídica dos cidadãos. Esse é o princípio
básico de tais direitos.
Enquanto teorias filosóficas, as primeiras afirmações dos direitos do homem são pura e
simplesmente a expressão de um pensamento individual: são universais em relação ao
conteúdo, na medida em que se dirigem a um homem racional fora do espaço e do
tempo, mas são extremamente limitadas em relação à sua eficácia, na medida em que
são (na melhor das hipóteses) propostas para um futuro legislador. No momento em que
essas teorias são acolhidas pela primeira vez por um legislador, o que ocorre com as
Declarações de Direitos dos Estados Norte-americanos e da Revolução Francesa (um
pouco depois), e postas na base de uma nova concepção do Estado — que não é mais
absoluto e sim limitado, que não é mais fim em si mesmo e sim meio para alcançar fins
que são postos antes e fora de sua própria existência —, a afirmação dos direitos do
homem não é mais expressão de uma nobre exigência, mas o ponto de partida para a
instituição de um autêntico sistema de direitos no sentido estrito da pa lavra, isto é,
enquanto direitos positivos ou efetivos. (BOBBIO, 2004, p. 18-19).
6
no caso dos chefes de família, dos oficiais militares, bacharéis, clérigos, empregados
públicos, em geral todos que tinham independência financeira. (CARVALHO, 2008,
p.28).
Esse sistema não foi efetivado de forma rápida, ou de fácil aceitação, teve grandes
resistências, já que no Brasil nunca ouve uma grande revolução que surgisse advinda da grande
massa, como foi o casso da Inglaterra. Para a população brasileira que por muito tempo ficou
completamente de fora da vida política, esta sofreria com a resistência para o aprendizado de
como essas mudanças efetivas iriam estabelecer, um novo patamar para cada cidadão. Foi um
processo lento, duro e turbulento.
Os críticos da participação popular cometeram vários equívocos. O primeiro era achar
que a população saída da dominação colonial portuguesa pudesse, de uma hora para
outra, comportar-se como cidadãos atenienses, ou como cidadãos das pequenas
comunidades norte-americanas. O Brasil não passará por nenhuma revolução, como
Inglaterra, os Estados Unidos, a França. O processo de aprendizado democrático tinha
que ser, por força, lento e gradual. (CARVALHO, 2008, p. 43).
Em síntese, nota-se que tanto no início do Brasil/Portugal com as colônias, assim como
na independência em 1822, e posteriormente com a proclamação da República 1889, ouve uma
mudança nas estruturas sociais, como também na esfera política, derivada de uma gradual
sucessão de acontecimentos que proporcionaram tais mudanças. Um retrato desse período é a
inevitável Ascenção da burguesia que passa a superar a nobreza, nessa substituição novos
agentes passam a influenciar os vários segmentos sócias, propiciando as mudanças de base que
irão sustentar as reformas necessárias para a sociedade contemporânea.
cidade caso ela insistisse em apresentá-la. Frederick Douglass foi a única figura de
destaque a concordar que a convenção deveria reivindicar o direito de voto das
mulheres. (DAVIS, 1981)
Apesar das dificuldades enfrentadas por Elizabeth, entre elas, a descrença do seu marido
e até mesmo da sua companheira Lucretia, ela foi fiel às suas perspectivas, seus objetivos.
Segundo Davis (1981), devido a toda sua persistência ela convenceu Frederick Douglas a apoiar
a ideia de que o voto deveria ser estendido às mulheres. A autora ainda relata o pensamento de
Frederick Douglas em relação as ideias promovidas por Elizabeth:
Eu não conseguia rebater os argumentos dela, exceto com desculpas superficiais como
“costumes”, “divisão natural de tarefas”, “vulgaridade da participação da mulher na
política”, a conversa de sempre sobre “a esfera feminina” e coisas parecidas, tudo o que
aquela mulher competente, que na época não era menos sensata do que é hoje,
desmentiu com os mesmos argumentos que desde então tem usado, de modo recorrente
e eficiente, e que nenhum homem teve sucesso em refutar. Se a inteligência é a única
base verdadeira e racional para um governo, conclui-se que o melhor governo é aquele
que extrai sua existência e seu poder das maiores fontes de sabedoria, energia e bondade
à sua disposição. (DAVIS, 1981)
4 CONCLUSÃO
Uma sociedade só se torna livre se houver de fato igualdade entre os seres humanos e
para isso existir é necessário romper muitas barreiras que separam as pessoas, como as castas
sociais, as desigualdades de renda entre as pessoas, e etc. Ser livre é viver sem medo de ser
punido injustamente, é saber que o mundo é para todos e não privilégio de alguns.
Dessa forma, o direito ao trabalho, fundamentado nas contradições que foram criadas
após a revolução industrial e debatido por Marx que de alguma forma excluíam o ser humano de
viver com dignidade, e o direito a liberdade que foi conquistada principalmente com a revolução
francesa foram os fundamentos para o debate deste trabalho.
Compreendemos que o debate feito até aqui é um marco para separar os
conhecimentos e assim abrir as portas em vista de discutir os diversos conceitos que estão
engessados em nossa sociedade e que impedem com que façamos uma análise mais detalhada do
nosso mundo. A certeza que temos é que não adianta ficar esperando que as coisas aconteçam do
nada, é preciso criar e principalmente querer fazer.
REFERÊNCIAS
BOBBIO, Norberto. Presente e futuro dos direitos do homem. In: A era dos direitos. Trad.
Calos Nelson Coutinho. Nova Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 17-25.
BOBBIO, Norberto. Direitos do homem e sociedade. In: A era dos direitos, op. cit., p. 33-41.
CARVALHO, José Murilo de. Passo atrás, passo adiante (1964-1985). In: Cidadania no
Brasil: o longo caminho. 10a ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
CARVALHO, José Murilo de. A cidadania após a redemocratização. In: Cidadania no Brasil,
op. cit., p. 197-217.
CARVALHO, José Murilo de. Marcha acelerada (1930-1964). In: Cidadania no Brasil, op.
cit., p. 85-153.
CARVALHO, José Murilo de. Primeiros passos (1822-1930). In: Cidades no Brasil, op. Cit, p.
15-83.
11
DAVIS, Angela. Classe e raça no início da campanha pelos direitos das mulheres. In:
Mulheres, raça e classe [recurso eletrônico]. Trad. Heci Regina Candiani. 1ª ed. São Paulo:
Boitempo, 2016. Disponível em:
https://coletivoanarquistalutadeclasse.files.wordpress.com/2010/11/mulheres-raca-e-classe-
angela-davis.pdf
GIDDENS, Anthony. Classe, estratificação e desigualdade. In: Sociologia. 4ª ed. Porto Alegre:
Artmed, 2005, p. 282-309.
ODALIA, Nilo. Liberdade como meta coletiva. In. História da Cidadania. Jaime Pinsk; Carla
Bassanezi Pinsk. (org). 6 ed.- São Paulo: Contexto, 2012.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA ELEITORAL. Disponível em:
http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2018/Marco/mulheres-representam-52-do-eleitorado-
brasileiro. Acesso em 07/05/2019.