Você está na página 1de 21

www.cers.com.

br 1
APOSENTADORIA ESPECIAL
LEGISLAÇÃO
CF – art. 201, §1º
Lei 8.213/91 – arts. 57 e 58
Decreto 3.048/99 – arts. 64/70
IN INSS 77/2015 - arts. 246/299
Emenda Constitucional nº 103/2019
Portaria INSS 450/2020
Código do beneficio - B46

CF
Art. 201...
§1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos
termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral
para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
I ...
II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à
saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL

O trabalho especial que prejudica a saúde e do trabalhador já era regulado pelos artigos 57 e 58, da Lei 8.213/91,
que preveem o benefício da aposentadoria especial.
Recepcionada como lei complementar

Lei 8.213/91:
Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que
tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15, 20 ou
25 anos, conforme dispuser a lei.
EC 103/2019

SEGURADOS COBERTOS

Art. 64, Decreto 3.048/99: A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado
empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado a cooperativa de
trabalho ou de produção, que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito
a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

Situação anterior à reforma previdenciária/2019


- Tempo de exposição aos agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física por 15, 20 ou 25 anos de
contribuição;
- Carência mínima de 180 contribuições mensais.

www.cers.com.br 2
- Renda mensal inicial = 100% do salário de benefício:
- 100% da média aritmética dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% do período contributivo,
considerado a partir de julho de 1994.
- Não tem fator previdenciário

Tempus regit actum


EC nº 103/2019:
Art. 3º. A concessão de aposentadoria ao segurado do Regime Geral de Previdência Social e de pensão por morte
aos respectivos dependentes será assegurada, a qualquer tempo, desde que tenham sido cumpridos os requisitos
para obtenção desses benefícios até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, observados os
critérios da legislação vigente na data em que foram atendidos os requisitos para a concessão da aposentadoria ou
da pensão por morte.
§ 1º Os proventos de aposentadoria devidos ao servidor público a que se refere o
caput e as pensões por morte devidas aos seus dependentes serão calculados e reajustados de
acordo com a legislação em vigor à época em que foram atendidos os requisitos nela
estabelecidos para a concessão desses benefícios.
§2º Os proventos de aposentadoria devidos ao segurado a que se refere o caput e as pensões por morte devidas
aos seus dependentes serão apurados de acordo com a legislação em vigor à época em que foram atendidos os
requisitos nela estabelecidos para a concessão desses benefícios.

Situação posterior à reforma previdenciária/2019


- Tempo de exposição aos agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física por 15, 20 ou 25 anos de
contribuição;
- Idade mínima de 55, 58 ou 60anos;
- Carência mínima de 180 contribuições mensais.

EC nº 103/2019:
Art. 19, I: aos segurados que comprovem o exercício de atividades com efetiva exposição a agentes químicos,
físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria
profissional ou ocupação, durante, no mínimo, 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, nos termos do
disposto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, quando cumpridos:
a) 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 (quinze) anos de contribuição;
b) 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 20 (vinte) anos de contribuição; ou
c) 60 (sessenta) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 (vinte e cinco) anos de contribuição.

www.cers.com.br 3
PORTARIA INSS Nº 450/2020
Art. 15. A aposentadoria programada especial é devida aos segurados filiados ao RGPS a partir de 13 de novembro
de 2019, ou, se mais vantajosa, aos demais.

Art. 16. A concessão da aposentadoria programada especial exige idade mínima, igual para ambos os sexos, e o
tempo mínimo de contribuição com exposição a agente nocivo durante, no mínimo, 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25
(vinte e cinco) anos, nos termos dos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 1991, conforme os seguintes critérios:
I - 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 (quinze) anos de efetiva
exposição;
II - 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 20 (vinte) anos de efetiva
exposição; ou
III - 60 (sessenta) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 (vinte e cinco) anos de efetiva
exposição.

Art. 5º Fica mantida a carência disciplinada pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, mantendo-se, assim, a
exigência de 180 (cento e oitenta) contribuições mensais para as aposentadorias programáveis e de 12 (doze)
contribuições para a aposentadoria por incapacidade permanente previdenciária, antiga aposentadoria por
invalidez previdenciária, classificada como não-programável.

- Renda mensal inicial deixa de ser 100% do SB.


- E o SB passa a ser a média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações adotados como
base para contribuições a regime próprio de previdência social e ao RGPS, ou como base para contribuições
decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal, atualizados
monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência julho de
1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.

Assim, o valor da aposentadoria especial será:


➢ 60% da média aritmética dos salários de contribuição do segurado, atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o
início da contribuição, se posterior àquela competência;
➢ com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição,
no caso de homens;
➢ com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 15 (vinte) anos de contribuição,
no caso de mulheres.
Observação: aposentadoria especial aos 20 ou 25 anos de contribuição (exposição efetiva)

HOMENS

www.cers.com.br 4
MULHERES

➢ com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 15 (vinte) anos de contribuição,
no caso de homens e mulheres.
Observação: aposentadoria especial aos 15 anos de contribuição (exposição efetiva)

EC nº 103/2019
Art. 26. Até que lei discipline o cálculo dos benefícios do regime próprio de previdência social da União e do RGPS,
será utilizada a média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações adotados como base
para contribuições a regime próprio de previdência social e ao RGPS, ou como base para contribuições decorrentes
das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal, atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o
início da contribuição, se posterior àquela competência.
§ 1º A média a que se refere o caput será limitada ao valor máximo do salário de contribuição do Regime Geral de
Previdência Social para os segurados desse regime e para o servidor que ingressou no serviço público em cargo
efetivo após a implantação do regime de previdência complementar ou que tenha exercido a opção correspondente,
nos termos do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 da Constituição Federal.

www.cers.com.br 5
§ 2º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 60% (sessenta por cento) da média aritmética definida
na forma prevista no caput e no § 1º, com acréscimo de 2 (dois) pontos percentuais para cada ano de contribuição
que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição nos casos:
I - do inciso II do § 6º do art. 4º, do § 4º do art. 15, do § 3º do art. 16 e do § 2º do art. 18;
II - do § 4º do art. 10, ressalvado o disposto no inciso II do § 3º e no § 4º deste artigo;
III - de aposentadoria por incapacidade permanente aos segurados do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no inciso II do § 3º deste artigo; e
IV - do § 2º do art. 19 e do § 2º do art. 21, ressalvado o disposto no § 5º deste artigo.
(...)
§ 5º O acréscimo a que se refere o caput do § 2º será aplicado para cada ano que exceder 15 (quinze) anos de
tempo de contribuição para os segurados de que tratam a alínea "a" do inciso I do § 1º do art. 19 e o inciso I do art.
21 e para as mulheres filiadas ao Regime Geral de Previdência Social.
§ 6º Poderão ser excluídas da média as contribuições que resultem em redução do valor do benefício, desde que
mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do tempo excluído para qualquer finalidade,
inclusive para o acréscimo a que se referem os §§ 2º e 5º, para a averbação em outro regime previdenciário ou para
a obtenção dos proventos de inatividade das atividades de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal.

Regra de transição – aposentadoria especial com exposição efetiva a agentes nocivos prejudiciais à saúde

O segurado deverá cumprir:


- efetiva exposição aos agentes nocivos prejudiciais à saúde;
- Carência mínima de 180 contribuições mensais;
- Soma de idade e tempo de contribuição = pontuação

Portaria INSS nº 450/2020:


Art. 18. Para obtenção da pontuação será considerado todo o tempo de contribuição, inclusive aquele não exercido
em efetiva exposição a agentes nocivos.

Emenda Constitucional nº 103/2019


Art. 21. O segurado ou o servidor público federal que se tenha filiado ao Regime Geral de Previdência Social ou
ingressado no serviço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional cujas
atividades tenham sido exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à
saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação, desde que
cumpridos, poderão aposentar-se quando o total da soma resultante da sua idade e do tempo de contribuição e o
tempo de efetiva exposição forem, respectivamente, de:
I - 66 (sessenta e seis) pontos e 15 (quinze) anos de efetiva exposição;
II - 76 (setenta e seis) pontos e 20 (vinte) anos de efetiva exposição; e
III - 86 (oitenta e seis) pontos e 25 (vinte e cinco) anos de efetiva exposição.

www.cers.com.br 6
Renda mensal inicial = nova sistemática de cálculo trazida pela EC n. 103/2019

HOMENS

MULHERES

www.cers.com.br 7
HOMENS

Lei nº 8.213/91
Art. 57...
§ 3º A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional
do Seguro Social–INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado.

TEMPUS REGIT ACTUM? Entendimento da TNU?

www.cers.com.br 8
Súmula 49, TNU: Para reconhecimento de condição especial de trabalho antes de 29/4/1995, a exposição a agentes
nocivos à saúde ou à integridade física não precisa ocorrer de forma permanente.

Os períodos de descanso determinados pela legislação trabalhista, inclusive férias, os de afastamento decorrentes
de gozo de benefícios de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez acidentários, bem como aos de percepção
de salário-maternidade, desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse exposto aos fatores de risco são
considerados como tempo de contribuição especial, nos termos do artigo 291 da Instrução Normativa INSS 77/2015.

Provas da atividade

COMPROVAÇÃO – REGISTROS AMBIENTAIS

Lei 8.213/91
Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde
ou à integridade física considerados para fins de concessão da aposentadoria especial de que trata o artigo anterior
será definida pelo Poder Executivo.
§ 1º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma
estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em
laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança
do trabalho nos termos da legislação trabalhista.
A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário emitido pela
empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho (LTCAT), expedido por
médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, nos termos da legislação trabalhista.

Agora:
O simples recebimento do adicional de insalubridade, verba trabalhista, não gera necessariamente o direito à
caracterização do tempo especial.

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA. CÔMPUTO DE TEMPO ESPECIAL EM RAZÃO


DE RECEBIMENTO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. INSUFICIÊNCIA. NECESSIDADE DE
COMPROVAÇÃO DA EXPOSIÇÃO HABITUAL E PERMANENTE POR INTERMÉDIO DE FORMULÁRIOS E
LAUDOS. 1. Nos termos da jurisprudência do STJ, a percepção de adicional de insalubridade pelo segurado, por si
só, não lhe confere o direito de ter o respectivo período reconhecido como especial, porquanto os requisitos para a
percepção do direito trabalhista são distintos dos requisitos para o reconhecimento da especialidade do trabalho no
âmbito da Previdência Social. (Edcl no AgRg no Resp 1.005.028/RS, Rel. Ministro Celso Limongi, Sexta Turma, Dje
2/3/2009. Precedentes no mesmo sentido: Resp 1.476.932/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, Dje 16/03/2015; Ag.Inte no AREsp 219.422/PR, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma,
Dje 31/08/2016. 2. No caso dos autos, o Tribunal a quo reconheceu o período trabalhado como especial, tão
somente em razão da percepção pelo trabalhador segurado do adicional de insalubridade, razão pela qual deve ser
reformado. 3. Dessume-se que o acórdão recorrido não está em sintonia com o atual entendimento do STJ, razão
pela qual merece prosperar a irresignação. E. Recurso Especial provido. (REsp 1810794/SP, Segunda Turma,
Ministro Herman Benjamin, DJ 15/8/2019, DJe 28/10/2019).

Lei 8.213/91
Art. 58...
§ 2º: Do laudo técnico referido no parágrafo anterior deverão constar informação sobre a existência de tecnologia
de proteção coletiva ou individual que diminua a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância e
recomendação sobre a sua adoção pelo estabelecimento respectivo.
§ 3º: A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no
ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em
desacordo com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no art. 133 desta Lei.
§ 4º: A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas
pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica desse documento

Na análise do Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho - LTCAT, deverão ser observados os seguintes
aspectos:
I - se individual ou coletivo;

www.cers.com.br 9
II - identificação da empresa;
III - identificação do setor e da função;
IV - descrição da atividade;
V - identificação de agente nocivo capaz de causar dano à saúde e integridade física, arrolado na Legislação
Previdenciária;
VI - localização das possíveis fontes geradoras;
VII - via e periodicidade de exposição ao agente nocivo;
VIII - metodologia e procedimentos de avaliação do agente nocivo;
IX - descrição das medidas de controle existentes;
X - conclusão do LTCAT;
XI - assinatura do médico do trabalho ou engenheiro de segurança; e
XII - data da realização da avaliação ambiental.

O Perito Médico Previdenciário, servidor efetivo do INSS, realizará análise médico-pericial dos benefícios de
aposentadoria especial, elaborando relatório conclusivo no processo administrativo ou judicial que trata da
concessão, revisão ou recurso dos referidos benefícios, inclusive para fins de custeio, podendo, sempre que julgar
necessário, solicitar as demonstrações ambientais e outros documentos pertinentes à empresa responsável pelas
informações, bem como inspecionar o ambiente de trabalho.

O INSS, todavia, admite que outras demonstrações ambientais e documentos a estas relacionados possa suprir a
ausência do LTCAT, desde que contenham os seus elementos informativos básicos constitutivos:
I - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA;
II - Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR;
III - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT;
IV - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO;
Artigo 261, inciso V, da Instrução Normativa INSS 77/2015.

De acordo com a Instrução Normativa INSS 77/2015, desde que contenham os elementos informativos básicos
constitutivos do LTCAT, a Previdência Social poderá aceitar os seguintes documentos para suprir a ausência do
citado laudo:
I - laudos técnico-periciais emitidos por determinação da Justiça do Trabalho, em ações trabalhistas, acordos ou
dissídios coletivos;
II - laudos emitidos pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho -
FUNDACENTRO;
III - laudos emitidos por órgãos do MTE;
IV - laudos individuais acompanhados de:
- autorização escrita da empresa para efetuar o levantamento, quando o responsável técnico não for seu
empregado;
- nome e identificação do acompanhante da empresa, quando o responsável técnico não for seu empregado; e
- data e local da realização da perícia.

As avaliações ambientais devem considerar a classificação dos agentes nocivos e os limites de tolerância
estabelecidos pela legislação trabalhista, bem como a metodologia e os procedimentos de avaliação estabelecidos
pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO e os limites de
tolerância estabelecidos pela NR-15, do MTE.

Na hipótese de não terem sido estabelecidos pela FUNDACENTRO a metodologia e procedimentos de avaliação,
cabe ao Ministério do Trabalho definir outras instituições que os estabeleçam o Decreto 8.123/2013.

A exposição do segurado deverá ser permanente e não ocasional.


A comprovação da efetiva exposição aos agentes nocivos é feita mediante a apresentação ao INSS do formulário
chamado perfil profissiográfico previdenciário (PPP).

Desde 01.01.2004, o formulário utilizado pela legislação previdenciária é o PPP – Perfil Profissiográfico
Previdenciário, considerado o documento histórico-laboral do trabalhador, segundo modelo instituído pelo Instituto
Nacional do Seguro Social, que, entre outras informações, deve conter registros ambientais, resultados de

www.cers.com.br 10
monitoração biológica e dados administrativos, que deverá sofrer atualização sempre que houver informações que
impliquem na mudança do seu conteúdo, a ser feita pelo menos uma vez ao ano.

O PPP deverá ser emitido pela empresa empregadora, no caso de empregado; pela cooperativa de trabalho ou de
produção, no caso de cooperado filiado; pelo órgão gestor de mão de obra, no caso de trabalhador avulso portuário
e pelo sindicato da categoria, no caso de trabalhador avulso não portuário.

Basta a apresentação do PPP, não sendo exigível o LTCAT, salvo se houver incorreção, contradição ou obscuridade
no PPP, hipótese na qual deve ser o segurado instado a apresentar o laudo.
O STJ fixou tese repetitiva nesse mesmo sentido no julgamento da PETIÇÃO Nº 10.262 - RS (2013/0404814-0), de
8/2/2017.

O INSS, administrativamente, analisa se o PPP atende aos seguintes requisitos:


– Formulário conforme legislação previdenciária vigente;
– Assinado por representante legal da empresa ou preposto (não se exige mais a procuração);
– Todos os campos corretamente preenchidos;
– Código da GFIP para períodos laborados após 1.1.1999;
– Atualização anual a partir de 1.1.2004;
– Nome do responsável pelos registros ambientais a partir 14.10.1996, exceto para o agente nocivo ruído, que é
exigido para todo o período;
– Nome do responsável pela monitoração biológica;
– Técnica utilizada para a avaliação do agente nocivo;
– Metodologia definida pelas NHO da FUNDACENTRO para datas a partir de 1.1.2004;
– Informação sobre EPC a partir de 14.10.1996;
– Informação sobre EPI a partir de 3.12.1998;
– Atendidos os requisitos das NR-6 e NR-9 aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 1978, do MTE pelos EPI informados,
a partir de 2/5/2008.

O PPP e o laudo técnico emitidos em data anterior ou posterior ao exercício da atividade do segurado poderão ser
aceitos para garantir direito relativo ao enquadramento de tempo especial, após avaliação por parte do INSS desde
que a empresa informe expressamente que não houve alteração no ambiente de trabalho ou em sua organização
ao longo do tempo.
(Artigo 261, §3º, da Instrução Normativa INSS 77/2015).

Em muitas situações concretas a empresa não produziu o LTCAT e já encerrou as suas atividades. Caso inexista
uma das citadas avaliações ambientais acima referidas, a jurisprudência vem admitindo o uso da prova pericial de
tempo especial por similaridade, que não é acatada pelo entendimento administrativo do INSS, que não aceita a
produção de laudo em empresa similar diversa. Veja-se o STJ:

(...) 5. É exatamente na busca da verdade real/material que deve ser admitida a prova técnica por similaridade. A
aferição indireta das circunstâncias de labor, quando impossível a realização de perícia no próprio ambiente de
trabalho do segurado é medida que se impõe. 6. A perícia indireta ou por similaridade é um critério jurídico de
aferição que se vale do argumento da primazia da realidade, em que o julgador faz uma opção entre os aspectos
formais e fáticos da relação jurídica sub judice, para os fins da jurisdição. (...)

www.cers.com.br 11
(RESP 1.370.229, de 25/02/2014).
Súmula 68 da TNU: O laudo pericial NÃO contemporâneo ao período trabalhado É APTO à comprovação da
atividade especial do segurado.

REGRAS ANTERIORES AO DECRETO 3.048/99 E À LEI 9.032/95

Antes da Lei 9.032/95 (24.09.95), o tempo especial era considerado de acordo com a categoria profissional,
independentemente de exposição aos agentes nocivos, havendo presunção absoluta (Decretos 53.831/64 e
83.080/79) das atividades listadas, ou então deveria haver efetiva comprovação da exposição, caso a atividade não
fosse listada.

TEMPUS REGIT ACTUM? Entendimento da TNU?


O INSS entende que, em regra, é necessário o formulário preenchido pela empresa mesmo no caso de presunção
por categoria profissional até a Lei 9.032/95.

Posição contrária da jurisprudência:


“O entendimento desta Corte é no sentido de que para a comprovação da exposição ao agente insalubre, tratando-
se de período anterior à vigência da Lei n. 9.032/95, de 28/04/95, que deu nova redação ao art. 57 da Lei nº 8.213/91,
basta que a atividade seja enquadrada nas relações dos Decretos 53.831/64 ou 83.080/79 (presunção legal)”. (TNU,
PEDILEF 00052362820074036317, de 14/4/2016).

No caso de empresa legalmente extinta, a não apresentação do formulário de reconhecimento de períodos


laborados em condições especiais ou PPP não será óbice ao enquadramento do período como atividade especial
por categoria profissional para o segurado empregado, desde que conste a função ou cargo, expresso e literal,
devendo ser observada, nas anotações profissionais, as alterações de função ou cargo em todo o período a ser
enquadrado, podendo, neste caso, ser utilizado o processo de justificação administrativa para complementar a prova
através da oitiva de testemunhas.
(Artigo 270, §1º, da IN INSS 77/2015.)

Súmula 70, TNU: A atividade de tratorista pode ser equiparada à de motorista de caminhão para fins de
reconhecimento de atividade especial mediante enquadramento por categoria profissional.

Agentes nocivos

Lei 8.213/91 –
Art. 57...
§ 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos,
biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido
para a concessão do benefício.

APOSENTADORIA ESPECIAL POR AGENTES NOCIVOS

Lei 8.213/91:
Art. 58 - A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde
ou à integridade física considerados para fins de concessão da aposentadoria especial de que trata o artigo anterior
será definida pelo Poder Executivo.

www.cers.com.br 12
EC n. 103/2019

REGRAS ATUAIS - DECRETO 3.048/99


O enquadramento das atividades especiais é feito pelo anexo IV, do RPS (DECRETO 3.048/99), que enumera os
casos de aposentadoria especial com 15, 20 ou 25 anos de contribuição, conforme os agentes nocivos a que estão
expostos os segurados.
INSS só defere se o agente constar no anexo IV do RPS.

ROL DE AGENTES – TAXATIVO OU EXEMPLIFICATIVO???

Previdência Social = rol de agentes nocivos é exaustivo, enquanto que as atividades listadas, nas quais poderá
haver a exposição, são exemplificativas.

STJ= o rol de agentes nocivos listados pelo Anexo IV do Regulamento da Previdência Social é considerado como
exemplificativo .

Recurso repetitivo pelo STJ (Tema 534):


1. Trata-se de Recurso Especial interposto pela autarquia previdenciária com o escopo de prevalecer a tese de que
a supressão do agente eletricidade do rol de agentes nocivos pelo Decreto 2.172/1997 (Anexo IV) culmina na
impossibilidade de configuração como tempo especial (arts. 57 e 58 da Lei 8.213/1991) de tal hipótese a partir da
vigência do citado ato normativo.
2. À luz da interpretação sistemática, as normas regulamentadoras que estabelecem os casos de agentes e
atividades nocivos à saúde do trabalhador são exemplificativas, podendo ser tido como distinto o labor que a técnica
médica e a legislação correlata considerarem como prejudiciais ao obreiro, desde que o trabalho seja permanente,
não ocasional, nem intermitente, em condições especiais (art. 57, § 3º, da Lei 8.213/1991). (...)
(REsp 1306113 SC, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/11/2012, DJe 07/03/2013)

Na forma do Decreto 8.123/2013, a avaliação qualitativa de riscos e agentes nocivos será comprovada mediante
descrição:
I - das circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente nocivo ou associação de agentes nocivos
presentes no ambiente de trabalho durante toda a jornada;
II - de todas as fontes e possibilidades de liberação dos agentes nocivos ou sua associação;
III - dos meios de contato ou exposição dos trabalhadores, as vias de absorção, a intensidade da exposição, a
frequência e a duração do contato.

O Decreto 8.123/2013 passou a prever que a presença no ambiente de trabalho, com possibilidade de exposição a
ser apurada, de agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos em humanos, listados pelo Ministério do
Trabalho, será suficiente para a comprovação de efetiva exposição do trabalhador.

Nesse sentido, foi divulgado pelo INSS Memorando-Circular Conjunto nº 2/DIRSAT/DIRBEN/INSS, de 23 de julho
de 2015, que fixou o seguinte entendimento na via administrativa:
• serão considerados agentes reconhecidamente cancerígenos os constantes do Grupo 1 da lista da LINACH que
possuam o Chemical Abstracts Service – CAS e que constem no Anexo IV do Decreto nº 3048/99;
• a presença no ambiente de trabalho com possibilidade de exposição de agentes nocivos reconhecidamente
cancerígenos, será suficiente para comprovação da efetiva exposição do trabalhador;
• a avaliação da exposição aos agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos será apurada na forma
qualitativa, conforme § 2º e 3° do art. 68 do Decreto nº 3048/99 (alterado pelo Decreto n° 8.123 de 2013);
• a utilização de Equipamentos de Proteção Coletiva-EPC e/ou Equipamentos de Proteção Individual-EPI não elide
a exposição aos agentes reconhecidamente cancerígenos, ainda que considerados eficazes; e
• para o enquadramento dos agentes reconhecidamente cancerígenos, na forma desta orientação, será
considerado o período trabalhado a partir de 08/10/2014, data da publicação da Portaria Interministerial nº 09/14.

Os agentes cancerígenos constantes do Grupo 1 da lista da LINACH que possuam o Chemical Abstracts Service –
CAS e que constem no Anexo IV do Decreto nº 3048/99 são reconhecidos como agentes qualitativos, mas o
posicionamento do INSS é somente para o tempo de contribuição prestado a partir de 8 de outubro de 2014, data
da publicação da Portaria Interministerial nº 09/14, que publicou a Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para
Humanos (LINACH), como referência para formulação de políticas públicas.

www.cers.com.br 13
PUIL n. 0518362-84.2016.4.05.8300/PE (Boletim 32 – TNU)
Fixada a tese no sentido de que, para o reconhecimento da insalubridade no caso de exposição a agentes nocivos
reconhecidamente cancerígenos, constantes do Grupo 1 da lista da LINACH, independentemente de constar no
CAS, basta a comprovação da sua presença no ambiente de trabalho (análise qualitativa), sendo certo que a
utilização de Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC e/ou Equipamentos de Proteção Individual não elide a
exposição desses agentes, ainda que considerados eficazes.

Já existe jurisprudência da TNU aplicando o Memorando - Circular Conjunto nº 2/DIRSAT/DIRBEN/INSS, de 23 de


julho de 2015 para períodos anteriores a 10/4/2003:
Pedido 50039472220154047204, de 10/9/2017.

A exposição à sílica (1.0.18) gera direito à aposentadoria especial de 25 anos. De acordo com o Manual da
Aposentadoria especial do INSS, para as poeiras minerais previstas no Anexo IV do Decreto nº 2.172, de 1997, ou
do Decreto nº 3.048, de 1999: sílica, asbesto (amianto), manganês, a análise deve ser quantitativa, considerando o
limite de tolerância previsto nos Anexos 12 da NR-15, aprovada pela Portaria nº 3.214, de 1978, do MTE. Porém,
se listadas no Grupo 1 da LINACH e com registro no CAS são analisadas de forma qualitativa nos períodos
trabalhados a partir de 8 de outubro de 2014.

Considerando que a sílica consta do Grupo 1 da LINACH e com registro no CAS, para os períodos a partir de 8 de
outubro de 2014 (data da portaria interministerial) o INSS a analisa qualitativamente.

A TNU a considera agente qualitativo para períodos anteriores a 8/10/2014 (Processo n. 0500667-
18.2015.4.05.8312):
A poeira de sílica, embora conste do Anexo 12 da NR-15/MTE, é substância reconhecidamente cancerígena em
humanos, consoante a LINACH, Grupo 1, com registro no Chemical Abstract Services - CAS n. 014808-60-7. Dessa
forma, e considerando que o critério quantitativo para reconhecimento da especialidade deve ser excepcionado em
casos de agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos em humanos, listados pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, entende-se dispensada a mensuração no ambiente de trabalho, bastando, para tanto, apenas a presença
da poeira de sílica (análise qualitativa).

Poderá também o agente nocivo ser quantitativo, sendo a nocividade considerada pela ultrapassagem dos limites
de tolerância ou doses, dispostos nos Anexos 1, 2, 3, 5, 8, 11 e 12 da NR-15 do MTE, por meio da mensuração da
intensidade ou da concentração, consideradas no tempo efetivo da exposição no ambiente de trabalho.

A maioria das atividades especiais prevê a aposentadoria com 25 anos de contribuição. Apenas tem previsão de 20
anos o tempo especial de mineração subterrânea cujas atividades sejam exercidas afastadas das frentes de
produção (item 4.0.1), assim como a exposição aos asbestos ou amianto (item 1.0.2), enquanto os trabalhos em
atividades permanentes no subsolo de minerações subterrâneas em frentes de produção farão com que os
segurados se aposentem com apenas 15 anos de contribuição, em razão da enorme lesividade à saúde (item 4.0.2).

Na forma do quanto previsto no próprio anexo IV, do Decreto 3.048/99, o que determina o direito ao benefício é a
exposição do trabalhador ao agente nocivo presente no ambiente de trabalho e no processo produtivo, em nível de
concentração superior aos limites de tolerância estabelecidos.

Agente – eletricidade
INSS reconhece como atividade especial a exposição à eletricidade acima de 200 volts até o advento do Decreto
2.172/97.
Jurisprudência: STJ – tema 534 – reconhece como especial atividade exercida após a vigência do Decreto 2.172/97.
recurso repetitivo (Resp 1306113/SC, julgado em 14/11/2012)

PUIL n. 5038346-73.2016.4.04.7000/PR (Boletim 31 - TNU)


- Fixada a tese no sentido de que, para fins de reconhecimento de tempo especial, a exposição nociva ao agente
físico eletricidade deve ocorrer de forma habitual, dispensando-se a permanência.

Vigilante armado – tempo especial


A TNU-
Admite o tempo especial em favor do vigilante armado após o Decreto 2.172/97

www.cers.com.br 14
“É possível reconhecer o tempo especial trabalhado como vigilante armado desde que comprovada a especialidade
por laudo técnico”.

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 245, DE 2019


Regulamenta o inciso II do § 1º do art. 201 da Constituição Federal, que dispõe sobre a concessão de aposentadoria
especial aos segurados do Regime Geral de Previdência Social, e dá outras providências.

Explicação da Ementa: Dispõe sobre os critérios de acesso à aposentadoria especial àqueles segurados do RGPS
que exercem atividades expostos a agentes nocivos à saúde, bem como aqueles que põem em risco sua integridade
física pelo perigo inerente à profissão. Também propõe a obrigatoriedade da empresa na readaptação desses
profissionais, com estabilidade no emprego, após o tempo máximo de exposição a agentes nocivos.

Vigilante sem arma???

Afetação – recurso repetitivo – Tema 1031


Possibilidade de reconhecimento da especialidade da atividade de vigilante, exercida após a edição da Lei
9.032/1995 e do Decreto 2.172/1997, com ou sem o uso de arma de fogo.
Há determinação de suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
versem acerca da questão delimitada e tramitem no território nacional (acórdão publicado no DJe de 21/10/2019).

Todavia, de acordo com a TNU, “não cabe o reconhecimento de condições especiais por presunção de
periculosidade decorrente de enquadramento na categoria de vigilante, após 05/03/1997, não sendo dispensável
para sua caracterização a portabilidade de arma de fogo durante a atividade laborativa” (Processo 0007636-
94.2006.4.03.6302 – Informativo 17/2017).

Súmula 82, TNU: O código 1.3.2 do quadro anexo ao Decreto n.º 53.831/64, além dos profissionais da área da
saúde, contempla os trabalhadores que exercem atividades de serviços gerais em limpeza e higienização de
ambientes hospitalares.

CRITÉRIOS PARA O AGENTE RUÍDO – TEMPUS REGIT ACTUM

Antes de 05/03/1997 = considerada nociva a atividade sujeita a ruídos superiores a 80 dB, conforme previsão do
Decreto 53.831/64;

Entre 06/03/1997 a 18/11/2003 = considerada atividade nociva sujeita a ruído acima de 90 dB (por força do Decreto
2.172/97);

A partir de 19/11/2003, somente se considera nocivo o ruído superior a 85 dB (Decreto 3.048/99, alterado pelo
Decreto 4.882/2003).

O STJ confirmou o seu entendimento através da 1ª Seção em Recurso Repetitivo julgado em 14/05/2014:
Informativo 541 - “O limite de tolerância para configuração da especialidade do tempo de serviço para o agente
ruído deve ser de 90 dB no período de 6/3/1997 a 18/11/2003, conforme Anexo IV do Decreto 2.172/1997 e Anexo
IV do Decreto 3.048/1999, sendo impossível aplicação retroativa do Decreto 4.882/2003, que reduziu o patamar
para 85 dB, sob pena de ofensa ao art. 6º da LINDB.”

EPI – equipamento de proteção individual

EPI EFICAZ E INEFICAZ

De acordo com o Manual da Aposentadoria Especial do INSS, no que concerne ao agente ruído, deve-se observar:
- se consta informação sobre EPC a partir de 14.10.1996 e
- sobre EPI a partir de 3.12.1998, não devendo ser considerada a informação sobre EPI para os períodos
laborados anteriores a 3.12.1998 (data da publicação da MP nº 1.729/1998 convertida da Lei nº 9.732/1998).

A informação sobre EPI só é exigida desde 03/12/1998 (data da MP 1729/98 convertida na Lei 9732/98).
➢ Se o vínculo for até 02/12/1998, a informação sobre a existência de EPI deve ser desconsiderada.

www.cers.com.br 15
O INSS entende assim na esfera administrativa.

IN INSS N] 77/2015
“Art. 268. Quando apresentado o PPP, deverão ser observadas, quanto ao preenchimento, para fins de
comprovação de enquadramento de atividade exercida em condições especiais por exposição agentes nocivos, o
seguinte:
I - para atividade exercida até 13 de outubro de 1996, véspera da publicação da MP nº 1.523, de 11 de outubro de
1996, quando não se tratar de ruído, fica dispensado o preenchimento do campo referente ao responsável pelos
Registros Ambientais;
II - para atividade exercida até 13 de outubro de 1996, véspera da publicação da MP nº 1.523, de 11 de outubro de
1996, fica dispensado o preenchimento dos campos referentes às informações de EPC eficaz;
III - para atividade exercida até 03 de dezembro de 1998, data da publicação da MP nº 1.729, de 02 de dezembro
de 1998, convertida na Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998, fica dispensado o preenchimento dos campos
referentes às informações de EPI eficaz;”

Em relação aos agentes nocivos qualitativos, o entendimento, inclusive do INSS é de que não há se falar da
existência de EPI eficaz.

Rol de agentes qualitativos previstos no Anexo IV do RPS:


- arsênio e seus compostos tóxicos;
- benzeno e seus compostos tóxicos;
- berílio e seus compostos tóxicos;
- cádmio e seus compostos tóxicos;
- chumbo e seus compostos tóxicos;
- carvão mineral e seus derivados (piche, betume, parafina, antraceno)

De acordo com o Manual da Aposentadoria Especial do INSS, ainda, com relação aos agentes nocivos
reconhecidamente cancerígenos do Grupo 1 da lista da Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos –
LINACH que possuam o Chemical Abstracts Service – CAS e que constem no Anexo IV do Decreto nº 3.048, de
1999, a utilização de EPC e/ou EPI não elide a exposição aos agentes comprovadamente cancerígenos, mesmo
que considerados eficazes.

Quanto aos agentes nocivos quantitativos, é necessária uma avaliação caso a caso para se atestar a eficácia do
EPI. Em tese, se eficaz, inexiste especialidade no tempo de contribuição.
- Essa aferição refere-se apenas para os períodos laborados posteriores a 3.12.1998 (data da publicação da MP nº
1.729/1998 convertida da Lei nº 9.732/1998), quando a legislação passou a exigir essa mensuração.

EPI EFICAZ - impede o enquadramento como condição especial:


1) O EPI é só para o período pós 03/12/1998;
2) só vale para agentes quantitativos;
3) não vale para ruído (STF).

SÚMULA 87 – TNU
A eficácia do EPI não obsta o reconhecimento de atividade especial exercida antes de 03.12.1998, data de início
da vigência da MP 1.729/1998, convertida na Lei nº 9.732/1998.

Posição adotada pelo STF – 1ª tese

Decidiu a Suprema Corte que o direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a
agente nocivo a sua saúde, de modo que se o Equipamento de Proteção Individual (EPI) for realmente capaz de
neutralizar a nocividade, não haverá respaldo à concessão constitucional de aposentadoria especial. Esta foi a
primeira tese aprovada.

“O direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a agente nocivo a sua saúde, de
modo que se o EPI for realmente capaz de neutralizar a nocividade, não haverá respaldo à concessão constitucional
de aposentadoria especial” (ARE 664335 RG).

www.cers.com.br 16
Posição adotada pelo STF – 2ª tese

No caso do agente nocivo ruído, na hipótese de exposição do trabalhador a ruído acima dos limites legais de
tolerância, a declaração do empregador no âmbito do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), no sentido da
eficácia do Equipamento de Proteção Individual (EPI), não descaracteriza o tempo de serviço especial para a
aposentadoria. Esta foi a segunda tese aprovada.

“Na hipótese de exposição do trabalhador a RUÍDO acima dos limites legais de tolerância, a declaração do
empregador no âmbito do PPP, no sentido da eficácia do EPI, não descaracteriza o tempo de serviço especial para
a aposentadoria” (ARE 664335 RG).

Súmula nº 9 - TNU
“O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a
ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado.”

Ruído – posição do INSS após julgamento do STF


O INSS passou a adotar a decisão do STF a respeito do ruído, conforme divulgado no Memorando-Circular Conjunto
nº 2/DIRSAT/ DIRBEN/INSS, de 23 de julho de 2015:

“(...)solicitamos que sejam observadas as orientações a seguir:

a) os casos de exposição do segurado ao agente nocivo ruído acima dos limites legais de tolerância, a declaração
do empregador no âmbito do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), sobre a eficácia do Equipamento de
Proteção Individual (EPI), não descaracteriza o enquadramento como atividade especial para fins de aposentadoria.
b) a decisão passa a ter obrigatoriedade para o INSS a contar de 12/02/2015, data da publicação na Ata de
Julgamento do Diário da Justiça;
c) aplica-se o novo entendimento aos processos pendentes de decisão em 12/02/2015 e requerimentos posteriores,
inclusive para o período de atividade laboral anterior a essa data;
d) relativamente aos processos indeferidos e em fase de recurso às Juntas de Recursos ou às Câmaras de
Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social, ainda pendentes de julgamento, aplicam-se as
orientações contidas acima, considerando que não ocorreu o ato conclusivo da administração e não foi exaurida a
esfera administrativa;
e) devem ser preservados os atos administrativos já consolidados em última instância. Entretanto, caso haja novo
requerimento apresentado pelo segurado, após esse novo entendimento, será analisado à luz da orientação contida
na IN/INSS/PRES nº 77/15; e
f) nos pedidos de revisões administrativas o INSS poderá utilizar os novos critérios de análise, porém não terá efeitos
retroativos, devendo os efeitos financeiros ser fixados na data do pedido de revisão – DPR.”

PPP com dados incorretos

Falta de entrega do PPP pela empresa

A empresa tem a obrigação de fornecer cópia autêntica do PPP até 30 dias após a rescisão do contrato de trabalho.
Lei nº 8.213/91. Art. 58...
§ 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas
pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica desse
documento. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)

Decreto nº 3.048/99
Art. 68...
§8º A empresa deverá elaborar e manter atualizado o perfil profissiográfico do trabalhador, contemplando as
atividades desenvolvidas durante o período laboral, documento que a ele deverá ser fornecido, por cópia autêntica,
no prazo de trinta dias da rescisão do seu contrato de trabalho, sob pena de sujeição às sanções previstas na
legislação aplicável. (Redação dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013)

www.cers.com.br 17
Caso se recuse a entregar ou corrigir o PPP, qual a ação pertinente?

Ação de obrigação de fazer - Justiça do Trabalho

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA E PPP


“O documento, devidamente preenchido e atualizado, somente é disponibilizado ao trabalhador na data da sua
rescisão contratual. Portanto, no termos do § 4.º do artigo 58 da Lei n.º 8.213/91, deve o Reclamado fornecer o
Perfil Profissiográfico Previdenciário ao Reclamante. Recurso de Revista parcialmente conhecido e provido”. (RR -
189700-06.2008.5.02.0043, Relatora Ministra: Maria de Assis Calsing, Data de Julgamento: 20/03/2013, 4ª Turma,
Data de Publicação: 26/03/2013).

Conversão de tempo especial

EC nº 103/2019:
Art. 25. Será assegurada a contagem de tempo de contribuição fictício no Regime Geral de Previdência Social
decorrente de hipóteses descritas na legislação vigente até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional
para fins de concessão de aposentadoria, observando-se, a partir da sua entrada em vigor, o disposto no § 14 do
art. 201 da Constituição Federal.

§ 2º Será reconhecida a conversão de tempo especial em comum, na forma prevista na Lei nº 8.213, de 24 de julho
de 1991, ao segurado do Regime Geral de Previdência Social que comprovar tempo de efetivo exercício de atividade
sujeita a condições especiais que efetivamente prejudiquem a saúde, cumprido até a data de entrada em vigor desta
Emenda Constitucional, vedada a conversão para o tempo cumprido após esta data.

Decreto 3.048/99
Art. 66. Para o segurado que houver exercido duas ou mais atividades sujeitas a condições especiais prejudiciais
à saúde ou à integridade física, sem completar em qualquer delas o prazo mínimo exigido para a aposentadoria
especial, os respectivos períodos de exercício serão somados após conversão, devendo ser considerada a atividade
preponderante para efeito de enquadramento. (Redação dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
§ 1o Para fins do disposto no caput, não serão considerados os períodos em que a atividade exercida não estava
sujeita a condições especiais, observado, nesse caso, o disposto no art. 70. (Redação dada pelo Decreto nº 8.123,
de 2013)
§ 2o A conversão de que trata o caput será feita segundo a tabela abaixo

Decreto 3.048/99
Art. 70: A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum dar-se-á de
acordo com a seguinte tabela:

www.cers.com.br 18
CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM

Súmula 50, TNU: É possível a conversão do tempo de serviço especial em comum do trabalho prestado em qualquer
período.

Tempus regit actum

Aplicação do fator de conversão – da época do serviço ou do requerimento do benefício???

Súmula 55, TNU: A conversão do tempo de atividade especial em comum deve ocorrer com aplicação do fator
multiplicativo em vigor na data da concessão da aposentadoria.

EC n. 103/2019
Art. 25...
§ 2º Será reconhecida a conversão de tempo especial em comum, na forma prevista na Lei nº 8.213, de 24 de julho
de 1991, ao segurado do Regime Geral de Previdência Social que comprovar tempo de efetivo exercício de atividade
sujeita a condições especiais que efetivamente prejudiquem a saúde, cumprido até a data de entrada em vigor desta
Emenda Constitucional, vedada a conversão para o tempo cumprido após esta data.

CONVERSÃO DE TEMPO COMUM EM ESPECIAL

Não há mais previsão legal para a conversão do tempo comum em especial, que inclusive era proibida pelo artigo
267, da Instrução Normativa INSS PRES 45/2010, tendo sido mantida a proibição pela IN 77/2015.

Até o advento da Lei 9.032/95, era possível a conversão de tempo comum em especial, devendo ser respeitado
este regramento para o tempo de serviço prestado até a sua vigência, em respeito ao Princípio do Tempus Regit
Actum.

Súmula 85 da TNU: “É possível a conversão de tempo comum em especial de período(s) anterior(es) ao advento
da Lei nº 9.032/95 (que alterou a redação do §3º do art. 57 da Lei nº 8.213/91), desde que todas as condições
legais para a concessão do benefício pleiteado tenham sido atendidas antes da publicação a referida lei,
independentemente da data de entrada do requerimento (DER).”

O caso analisado, que gerou o teor do enunciado, refere-se à conversão de tempo comum em especial, de períodos
anteriores à vigência da Lei nº 9.032/95 (que alterou a redação do §3º do art. 57 da Lei nº 8.213/91) para fins de
concessão do benefício de aposentadoria especial.

O pedido de uniformização foi movido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em face de julgado da Turma
Regional de Uniformização da 4ª Região, que havia considerado ser viável a conversão de tempo comum em
especial, para fins previdenciários, a uma segurada.

www.cers.com.br 19
“É de se prover o incidente para que prevaleça a tese segundo a qual a conversão de tempo comum em especial é
regida pela lei vigente ao tempo do preenchimento dos requisitos para a concessão do benefício pleiteado. [...] Pelo
exposto, voto no sentido de conhecer e dar provimento ao incidente de uniformização, para que os autos retornem
à Turma Regional de Uniformização da 4ª Região para ciência e adequação do acórdão que julgou o agravo
regimental interposto pelo INSS”, disse em voto.
Processo nº 5002357-40.2011.4.04.7207/SC

Financiamento da aposentadoria especial

Lei nº 8.213/91
Art. 57...
§6º O benefício previsto neste artigo será financiado com os recursos provenientes da contribuição de que trata o
inciso II do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis
pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de
aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente

ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO RFB Nº 2, DE 18 DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre a contribuição adicional para o custeio da aposentadoria especial de que trata o art. 292 da Instrução
Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009.

...Art. 1º Ainda que haja adoção de medidas de proteção coletiva ou individual que neutralizem ou reduzam o grau
de exposição do trabalhador a níveis legais de tolerância, a contribuição social adicional para o custeio da
aposentadoria especial de que trata o art. 292 da Instrução

Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, é devida pela empresa, ou a ela equiparado, em relação à
remuneração paga, devida ou creditada ao segurado empregado, trabalhador avulso ou cooperado de cooperativa
de produção, sujeito a condições especiais, nos casos em que não puder ser afastada a concessão da
aposentadoria especial, conforme dispõe o § 2º do art. 293 da referida Instrução Normativa.”

www.cers.com.br 20
www.cers.com.br 21

Você também pode gostar