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Aluna Regina Celia Monteiro Lima

Polo Linhares
Referencial teórico
Ramos e Marangoni (2016) afirmam que anterior à ciência e à norma linguística, a
palavra poética devolve ao homem a infância do mundo, quando as convenções não
estavam demarcadas, os limites da linguagem não estavam estabelecidos, as categorias
não tinham ainda sido nomeadas, ainda dizem que a missão da poesia é de infantilizar a
linguagem, portanto segundo elas a palavra poética assegura ao homem o usufruto livre
e gratuito das potencialidades da linguagem, numa tentativa de reinstaurar o inusitado e
o curioso, dando voz à perplexidade e à inquietação humana. Diante disso podemos
perceber que a poesia tem uma fundamental importância na formação do leitor desde a
educação infantil até series mais avançadas.
Continuando com o discurso de Marangoni e Ramos (2017) onde elas dizem os saberes
do leitor criança estão ligados aos sentidos do corpo, ao que é concreto e sensível,
afirmando que o aprendizado da criança não se constituem por conteúdos livrescos, mas
pautam-se em construções anteriores ao processo de escolarização, enraizadas no
mundo, na observação da natureza, na experiência do seu cotidiano. As autoras dizem
que em sua relação inaugural com a linguagem, a criança toma a palavra como uma
matéria feita de sons, cuja relação com os signos artificiais da escrita não está
convencionada. Portando, de acordo com as autoras o sujeito infantil, a experiência
poética coincide com a apreensão do universo, pois ele lê poeticamente seu entorno, de
modo espontâneo e talvez inconsciente, ainda que não conheça, necessariamente, as
letras. Diante dessas observações reafirmamos a importância de se trabalhar a poesia
desde a Educação Infantil.
Ferreira (2009) em sua pesquisa de cunho exploratório, à luz, principalmente, dos
estudos da História Cultural, da obra “Ou isto ou aquilo”, de Cecília Meireles, vem
privilegiar, no exame das diferentes edições, as partes externas que envolvem os poemas
(o texto propriamente dito) e suas ilustrações. Ferreira identifica e discute a produção de
sentidos e valores ligados à educação do leitor, ao reconhecimento de uma escritora
consagrada pela tradição literária, à singularidade da linguagem, à importância de uma
prática prazerosa da leitura. Uma pesquisa muito interessante pois sabemos que bons
autores escrevem boas poesias, e isso faz com que o estudante, mesmo da educação
infantil, possa sentir interesse em se apropriar desse momento que deve ser singular.
Para essa autora, “Um livro de Literatura Infantil é, antes de mais nada, uma
obra literária. Nem se deveria consentir que as crianças frequentassem obras
insignificantes para não perderem tempo e prejudicarem seu gosto.” (op.cit., p.
123). FERREIRA (p.189)

Já Silva e Sastre (2017) vem trazendo em seus estudos uma problematização entre a
relação textual que se observa entre a palavra e a imagem em um tipo de texto
especialmente concebido para crianças: o álbum poético. Ou seja elas acreditam que a
imagem ajuda muito na percepção e entendimento por parte do leitor da poesia, e
propuseram uma definição e uma caracterização baseadas no comentário de sequências
poéticas nas quais a ilustração sustenta o conteúdo verbal, sem duvida um livro bem
ilustrado corrobora para uma leitura mais expressiva, principalmente na educação
infantil, onde a leitura de imagens é essencialmente importante.
Pereira, Gabriel e Justine (2019) acreditam que a leitura compartilhada de livros é uma
das atividades que mais contribui para o desenvolvimento da linguagem das crianças
pequenas e tem efeitos na aquisição do registro da linguagem escrita. Mas as autoras
também afirmam que, os efeitos dessa contribuição dependem do modo como o adulto
interage e incentiva a participação da criança na discussão e reflexão para além do texto.
Pois segundo elas crianças pequenas que participam ativamente da leitura compartilhada
de livros conduzida por um adulto, o qual interage com elas por meio de perguntas,
rotulagem de palavras e seus referentes, apresentam ganhos maiores em vocabulário do
que as crianças que ouvem passivamente a leitura do livro. E sinceramente isso é uma
verdade, pois quando o estudante mesmo que na educação infantil, é incentivado a
participar a falar, mesmo que sua fala não está plenamente desenvolvida, que é o caso
das crianças bem pequenas da educação infantil, esse processo permitira que ela
construa sua aprendizagem de maneira plena.

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