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Jornalismo como serviço público – fundamentos históricos1

Jacqueline da Silva Deolindo2


Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Resumo: Este texto é resultado de uma pesquisa bibliográfica sobre os fundamentos


históricos da noção do jornalismo como um serviço público. Foca suas análises no período
compreendido entre a segunda metade do século XVIII e a primeira metade do século XX e
procura resgatar, ainda que superficialmente, devido à brevidade dessas linhas, a conjuntura
social, cultural e política que favoreceu a construção de tal representação. O contexto
brasileiro é abordado aqui tendo o internacional em perspectiva. Em suma, o artigo procura
demonstrar que o entendimento da função social do jornalismo desenvolveu-se tardiamente no
Brasil espelhado no jornalismo europeu e, principalmente, no norte-americano, e que sua
principal herança é, em última instância, a defesa do ideal objetividade como isenção.

Palavras-chave: História do Jornalismo; Jornalismo no Brasil; Serviço público; Objetividade


jornalística

Introdução

Jornalista e professor de jornalismo, Felipe Pena (2005) defende que “o jornalismo é


um serviço público” (p. 107), dotado de “uma função social” (p. 168), que é “atender as
demandas da cidadania” (p. 185), promover a “mobilização social” (idem), “melhorar o
debate público” (p. 171), “rever a agenda pública” e fazer com que o cidadão tenha clara
“compreensão do contexto dos acontecimentos” (p. 160) para a “construção do bem comum”
(p. 167).
Essa visão do jornalismo expressa contemporaneamente remonta a um passado e
constitui-se algo semelhante a um “legado”. De fato, Medina (1982) defende que “os grandes
traços da atividade jornalística e da função do jornalista estão na base da (sua) evolução
histórica.” (p. 42). A autora sustenta esse argumento com a transcrição de um editorial do
jornal “A província de São Paulo” em 11 de janeiro de 1877, para quem, naquela época, o
papel intermediário do ofício de jornalista já era assumido plenamente. Dizia o autor:

1
Trabalho submetido ao 3º. Encontro Regional Sudeste de História da Mídia, GT História do Jornalismo.
2
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UERJ, onde também obteve o mestrado em
Comunicação. Professora do curso de jornalismo do Centro Universitário Fluminense, em Campos-RJ.
Desenvolve tese sobre as espacialidades e a economia da mídia do interior do Estado do Rio, sob orientação da
Profa. Dra. Sonia Virgínia Moreira. E-mail: jacquelinedeolindo@gmail.com
Raros sãos os bons jornaes que existem e fazem carreira nesta malfadada
pátria, imbuída de antigos preconceitos; raros são os apóstolos da boa
doutrina que se animam arrostar a indifferença das multidões ignaras e a
guerra dos potentatos do dia, para constituire uma imprensa illustrada,
independente e livre que sirva de tribuna e de púlpito á propagação de seu
evangelho.
E é por isso, por serem raros os bons e verdadeiros orgams da imprensa no
Brazil, que devemos acoroçar e concorrer por qualquer meio para a
sustentação e circulação daquelles que existem; pois a imprensa que se
torna um apostolado, aquella que se inspira nos legítimos e reaes interesses
da sociedade, deve ser auxiliada e mantida a todo custo; porque sua
existência é uma garantia á defesa dos direitos do povo e constitue um
elemento de progresso e civilisação. (transcrito em MEDINA, 1982, p. 41)3

E, em seguida: “Não nos queixamos nem queremos desconhecer o direito dos que nos
condenam eternamente a fazer da imprensa um cesto e da opinião pública o oceano onde
procuramos com ele colher a água necessária à nossa vida” (Idem, p. 43).
A semelhança entre a afirmativa de Felipe Pena (op. cit.) sobre o jornalismo enquanto
um serviço público e os argumentos do articulista anônimo nesse editorial do século XIX não
é ocasional. Falando sobre “os grandes traços” que atividade jornalística desenvolveu ao
longo do tempo, Medina (1982) observa que “se as etapas se arrastam com extrema lentidão,
isso não quer dizer que o passado de cem anos esteja separado do presente por um total
abismo” (Id. Ibid, p. 42), ou seja: o perfil do jornalismo contemporâneo foi configurado há
muito e encerra a ideia de que tem um papel social a cumprir – tal ideia estaria ancorada no
nível de esclarecimento das audiências, que, cada vez mais, querem ter acesso aos fatos. “Isso,
porque há uma consciência subjacente de que para participar da história, decidir sobre o
próprio rumo ou alterar o curso, é preciso estar informado.” (Idem, p. 101).

1 – Contexto internacional

A gênese do entendimento do jornalismo como um serviço público está localizado em


um momento histórico que favoreceu a combinação de dois conceitos importantes para os
novos rumos que a vida social e política na Europa e na América do Norte tomou a partir do
século XVIII: os conceitos de humanidade e de cidadania. A Independência dos Estados
Unidos, em 1776, e a Revolução Francesa, com a Declaração Universal dos Direitos do

3
Grafia conforme o original.
Homem e do Cidadão, em 1789, podem ser considerados os dois marcos desse processo de
transformação dos papéis da imprensa, que se confundiam com a própria noção de cidadania
(KARAM, 1997).
Na Europa e nos Estados Unidos, a Revolução Industrial, os ideais iluministas e uma
série de acontecimentos políticos favoreciam um clima de efervescência social, cultural e
política e ditavam novos modos de viver em grupo – algo diferente da vida em comunidade, a
sociedade é diversa, impessoal, numerosa, estatutária. As monarquias e os impérios
terminaram por dar lugar a estados-nações, cujos rumos não são ditados mais pelo sangue-
azul ou pelo direito divino, mas por líderes que defendiam a participação dos cidadãos nas
decisões políticas de seu país e o estabelecimento do Estado democrático.4
Dado esse contexto, acessar as mais diferentes ideias e propostas, bem como
acompanhar os acontecimentos em uma sociedade cada vez mais ampla e difusa, só se
tornaria possível através da imprensa. Expressar ideias e opiniões e acessar as informações e
saber o que se passa, transformaram-se, desde essa época, nos direitos mais preciosos da
Humanidade e condição sine qua non para o progresso do Homem. Os jornais tornaram-se
instrumentos da luta política e partidária, e uma imprensa livre “deveria ter o compromisso
com a verdade para ajudar o povo a se autogovernar.” (PENA, 2005, p. 32). Ou, como lembra
Meyer (1989) a respeito dos autores da Constituição Americana, que sofreram grande
influência dos filósofos iluministas ingleses e franceses, acreditava-se, assim como hoje, “que
o governo existe com o consentimento dos governados, e que esse consentimento deve ser
consentimento informado.” (p. 23)
Na Europa, a imprensa tem lugar cativo na nova esfera pública (HABERMAS, 1984),
a esfera de pessoas privadas reunidas em um público para defender a sua liberdade econômica
e discutir as propostas políticas de forma racional, não com base nos princípios da dominação
ou da hereditariedade, mas no do melhor argumento. Nos Estados Unidos, a Primeira Emenda
à Constituição levou à defesa do resguardo privilegiado da liberdade de imprensa em
detrimento de quaisquer outros dispositivos da lei, em caso de conflito jurídico (MEYER,
1989, pp. 23-24).
Já no século XIX, marco da expansão da imprensa graças ao incremento do
capitalismo, da ampliação das redes de negócio, barateamento dos equipamentos tipográficos
e crescente alfabetização da população, os jornais europeus e americanos se desvestiram

4
Sobre a chamada “sociedade de massa” que se forma a partir de meados do século XVIII e sobre o que dela se diz, ver Wolf
(2005, pp. 5-9) e também Holfeldt, Martino & França (2001, pp. 50 a 65). Sobre o Iluminismo seus principais filósofos e
ideologia ver Abbagnano (1970, volume II, pp. 75-295). Ver Bittar (2005, pp. 175-225) sobre filosofia política no
Iluminismo e sobre a democracia na América.
gradativamente de sua roupagem panfletária e propagandística para revestirem-se de valores
que ainda hoje são identificados com o jornalismo contemporâneo – a notícia, a procura da
verdade, a independência, a objetividade e uma noção de serviço ao público (conforme
TRAQUINA, 2005, p. 34). Encarar a imprensa como um negócio, oferecendo informação e
não campanha política, não afastou o jornalismo de seu ideal de agente social: na verdade, a
despolitização fez a imprensa reclamar para si o status de Quarto Poder 5 e porta-voz dos
interesses dos cidadãos, a quem passou a atingir mais amplamente com o aumento das
tiragens, a popularização da linguagem e o barateamento dos exemplares. Como lembra
Traquina (op. cit.)

o número de jornais franceses aumentou de 49 em 1830 para 73 em 1867,


para 220 em 1881 e 322 na véspera da Primeira Guerra Mundial, em 1914.
[...] Nos Estados Unidos, o número de jornais publicados a nível nacional
duplicou entre 1830 e 1840. Enquanto a população aumentou 33 por cento,
a circulação dos jornais aumentou 187 por cento. (TRAQUINA, 2005, p.
35)

Em ambos os casos, o financiamento da imprensa de informação era feito pela venda


de exemplares e de espaços de publicidade.

2 – O contexto brasileiro

O advento da tardia imprensa brasileira, no início do século XIX, apenas


aparentemente se deu como um processo semelhante às suas matrizes europeias, e mais tarde
americanas, no que se refere aos objetivos e investiduras. Apesar de diversos jornais
reclamarem para si a condição de interesse público e divulgador da voz do povo, na verdade,
a imprensa brasileira, devido às condições de seu nascedouro, serviu mais aos interesses de
uma minoria ligada diretamente às disputas pelo poder e pelos favorecimentos dos próprios
negócios do que aos ideais democráticos que então já se alastravam por todo o Velho Mundo.
Nascida sob a censura, em 1808, a atividade de imprensa é liberada, no Brasil, depois
de 1820. Nesse período, funcionaram apenas a tipografia da Imprensa Régia, no Rio de

5
Sobre as diferentes noções que a imprensa brasileira e a norte-americana tem sobre o Quarto Poder, por exemplo, ver “Um
outro ‘quarto poder’: imprensa e compromisso político no Brasil”, de autoria de Antônio de Albuquerque (2000). O autor
defende que as condições sociopolíticas e culturais sob as quais se desenvolveu a imprensa em cada um desses países fez com
que a imprensa nos Estados Unidos fosse calcada na cultura do individualismo, na fiscalização dos três poderes instituídos
para atendimento do interesse do cidadão comum, enquanto no Brasil a imprensa cumpriria o papel de moderadora entre o
Executivo, o Legislativo e o Judiciário visando manter a ordem social vigente e defendendo os interesses de uma elite
econômica.
Janeiro, e a patrocinada pelo Conde dos Arcos, na Bahia. O conteúdo jornalístico dessa
imprensa controlada pelos censores régios, segundo a legislação portuguesa, atendeu
prioritariamente à burocracia estatal e registrou os interesses econômicos e culturais da corte.
(MELO, 2006).
Ao contrário do que ocorria na Europa e nos Estados Unidos durante os séculos XVIII
e parte do século XIX, “a imprensa não se desenvolveu no Brasil [...] porque carecia de
função explícita a desempenhar no contexto de nossa sociedade” (MELO, 2006, p. 78) 6 ,
marcada pela natureza feitorial da colonização, pela predominância do analfabetismo,
ausência de urbanização, precariedade da burocracia estatal e das atividades comerciais e
industriais e pela censura. Além disso, as primeiras impressoras a existir no Brasil ou eram
“organizações diretamente vinculadas ao Estado ou empresas criadas por particulares que
contam com o beneplácito governamental para sobreviver.” (MELO, 2006, p. 81)
Uns poucos jornais que circularam nesse período tiveram cunho político e eram
patrocinados por opositores do governo, ligados a uma elite econômica e intelectual, cujos
ideais oscilavam entre os interesses da aristocracia portuguesa e os apelos do imperialismo
inglês. Essas publicações, no entanto, tiveram fôlego curto. Apenas para ilustrar, segundo
Lustosa (2003), entre 1808 e 1822, apenas no Rio de Janeiro, cerca de 20 jornais artesanais e
esporádicos circularam divulgando conteúdos políticos. De forma ininterrupta, circularam
apenas A Gazeta do Rio de Janeiro, que tinha o selo de imprensa oficial, e O Correio
Braziliense, editado na Inglaterra por Hipólito da Costa e distribuído clandestinamente no
Brasil. Enquanto o conteúdo do primeiro tinha as características já descritas de atendimento à
burocracia estatal e registros da vida na Corte, o segundo tinha caráter político-panfletário e a
pretensão de ser um educador do espírito brasileiro, tímido e ignorante dos acontecimentos
culturais, econômicos e políticos de além-mar.
É partir de 1820 que esse cenário começa a se modificar, graças à Revolução do Porto
e à Independência.

Dentro da monarquia parlamentarista de Pedro II, a manutenção do poder


requer maior habilidade política, ampliando, portanto, a margem de
barganha social. A realização de eleições [...] pressupõe a criação de
vínculos permanentes entre os donos do poder e as camadas letradas
(nascente classe média) para a busca de sustentação política. Apesar do
caráter oligárquico da monarquia, há um jogo de poder que não prescinde
dos recursos para o cortejo da “opinião pública”.

6
Ver também de Melo “Sociologia da imprensa brasileira” (1973), publicado pela editora Vozes.
É aí que a imprensa passa a ter uma função social explícita, atuando como
canal de expressão das facções da classe dominante que disputam o poder
político. E assume o duplo papel de arma de combate aos adversários
políticos e de instrumento de pressão junto ao Estado para obtenção de
privilégios. (MELO, 2006, p. 82)

Esse perfil da imprensa brasileira – tanto com relação aos objetivos quanto à
periodicidade esporádica e a produção artesanal – manteve-se praticamente inalterado até os
fins do século XIX. Além disso, boa parte dessa mesma imprensa, que já se fazia presente em
alguns estados, era patrocinada direta ou indiretamente com dinheiro estatal, o que
comprometia sua independência. As primeiras empresas jornalísticas surgiram, no Brasil, no
início do século XX, por ocasião da urbanização, escolarização e industrialização porque
passa o país nesse período.
Melo (2006) cita como fato novo no quadro da imprensa brasileira a popularização do
jornal, que tanto passa a ser lido pela classe trabalhadora quanto também a ser produzido por
ela, através dos sindicatos e associações profissionais, o que, para o autor, reflete o maior
desenvolvimento das relações capitalistas do país.

Isso vai coincidir com o nascimento das primeiras empresas jornalísticas


que, a exemplo das experiências européias e norte-americanas, mantêm
jornais como fonte, não apenas de poder político, mas também de lucro. O
jornalismo assume, portanto, uma estrutura operacional típica das empresas
capitalistas, caracterizando-se por uma maior longevidade. São
organizações que se mantém com recursos provenientes da publicidade,
mas que, diante das limitações do capitalismo periférico, não podem se dar
ao luxo de dispensar os subsídios estatais. (MELO, 2006, p. 84)

O quadro desenhado pelo autor não se modificou muito ao longo do século XX e


início do XXI, o que obriga à distinção entre as noções de jornalismo independente e objetivo
desenvolvidas no Brasil e essas mesmas noções de referência norte-americana e europeia,
como dito anteriormente.
Financiado pelo Estado ou pelo mercado, o jornalismo é aquilo que determinou seu
contexto histórico, falando daquele mais imediato, socialmente inscrito no seio do capitalismo
moderno e nas transformações sociopolíticas em todo o mundo ocidental. Para Genro Filho
(1989)7, a legitimação do jornalismo informativo no bojo do capitalismo, enquanto momento
histórico gerador de demandas específicas, tem a ver com a constituição de uma necessidade
nova: “Não se trata mais de uma questão estritamente econômica, mas de uma sociedade cujas

7
Trabalhamos com a versão on-line do livro transportada para o programa Microsoft Word, onde recebeu paginação. Ver
bibliografia.
relações sociais – em virtude do movimento econômico e político que a transformou –
carecem de informações de natureza jornalística” (p. 81). Essas necessidades reais de
informação viriam a ser supridas, então, pela imprensa diária.
É desse modo que, aos poucos, o jornalismo vai desenvolvendo-se como uma ética da
produção e circulação de informações, norma que amadurece e complexifica à medida que se
profissionaliza. Se, por muito tempo, tratou-se de uma atividade realizada por toda e qualquer
pessoa que bem dominasse o discurso escrito e tivesse acesso às oficinas tipográficas, seja
para publicar poemas, resenhas, notícias comentadas ou artigos de fundo doutrinário 8 , o
jornalismo passa a ser entendido como mediador do espaço público e (in) formador da opinião
pública, orientando-se por um discurso de tipo ethos, regido por regras e por uma deontologia
própria. Daí a assunção de que “é missão dos jornalistas contribuir para o desenvolvimento da
sociedade e manutenção dos valores democráticos.” (ALDÉ, 2005, p. 198) Segundo esse
discurso, é função do jornalismo determinar os acontecimentos com direito à existência
pública, noticiando os fatos com objetividade e definindo o significado dos acontecimentos
através da oferta de interpretações, sugerindo como compreendê-los.

3 - A profissionalização da atividade

Soloski (1993) lembra que a história do profissionalismo está marcada “por longas e
muitas vezes azedas guerras entre ocupações concorrentes pelo monopólio do mercado
profissional” (p. 93), guerras estas muitas vezes orquestradas por argumentos legais,
legislativos e morais. Mas a principal exigência para que uma atividade se sobreponha à outra
na luta pela exclusividade do desempenho da função é o domínio de conhecimentos básicos
comuns.

Para fazer isto uma profissão exige: 1) que um conjunto de conhecimentos


esotéricos e suficientemente estáveis relativos à tarefa profissional seja
ministrado por todos os profissionais, e 2) que o público aceite os
profissionais como os únicos capazes de fornecer os serviços profissionais.
[..]
A aceitação pública do monopólio de uma profissão no mercado não é
difícil de alcançar, principalmente porque as profissões mantêm um forte

8
Nilson Lage (2001) chama essa fase de publicismo, “imagem mais antiga e renitente” da atividade, quando do jornalista
eram esperadas principalmente orientações e interpretações políticas. (p. 10) A mesma fase é considerada por Ciro
Marcondes Filho (2000) como primeiro jornalismo, momento em que ele de fato começa (1789 a 1830, para as referências
norte-americanas e europeias. Obviamente, com já visto, essa fase corresponderia, no Brasil, a um período de pouco mais de
cem anos a partir de 1820). A fase anterior, de um jornalismo artesanal e economia elementar, seria sua pré-história. Para
Habermas (op. cit.), a “segunda fase” do jornalismo é seu momento de ouro, porque, graças a seu partidarismo político, a
imprensa representava, efetivamente, a constituição de uma ''opinião pública" das pessoas privadas como cidadãos, e não
como expressão pública de proprietários privados, como se vê contemporaneamente.
ideal de serviço para a sociedade e muitos dos serviços das profissões têm
vindo a ser considerados bens universais que estão ao dispor de todos
aqueles que precisam. Aos olhos do público, o número de membros nas
profissões não se baseia na classe social, mas nas capacidades inatas dos
futuros profissionais. (SOLOSKI, 1993, pp. 93-94).

O estabelecimento do ensino profissionalizante e de manuais e códigos deontológicos


também são alguns dos principais recursos usados pelas profissões para facilitar o controle
sobre a sua base cognitiva. Esses recursos asseguram que os futuros profissionais aprendam e
aceitem a base cognitiva da profissão, que a produção profissional seja estandardizada e que
os ideais e os objetivos da profissão sejam aceitos pelos novos profissionais.
Falando especificamente sobre jornalismo, Soloski (op. cit.) assinala que esses
métodos cristalizam-se principalmente na abertura de escolas de jornalismo e no estágio nas
redações, considerado por muitos a melhor maneira de se fazer um jornalista, por conta do
relacionamento direto com profissionais mais experientes no dia-a-dia da profissão.
Melo (1998) registra que
o pioneirismo nesse âmbito coube à Alemanha. Em 1806 cria-se na
Universidade de Breslau o primeiro curso dedicado à ciência da imprensa.
Iniciativas semelhantes seriam reproduzidas no Washington College,
Estados Unidos, em 1869, e na Universidade de Besle, Suíça, em 1884.
Se em Portugal a ideia não repercutiu imediatamente, no Brasil ela ganharia
corpo dez anos depois. Quando Gustavo Lacerda funda, em 1908, a
Associação Brasileira de Imprensa, no bojo das suas intenções estava a de
criar uma Casa do Jornalista, no Rio de Janeiro, onde se instalaria uma
Escola Profissional. Contudo, a morte prematura do fundador da ABI
relegaria esse plano ao esquecimento. Mas ele ressurgiria uma década à
frente, quando os participantes do I Congresso Brasileiro de Jornalistas
aprovam, em 1918, uma moção destinada à criação de uma Escola de
Jornalismo.
No Brasil, tal projeto só foi convertido em realidade, em 1947, quando se
instala o Curso de Jornalismo da Fundação Cásper Líbero, em convênio com
a Pontífica Universidade Católica de São Paulo. No ano seguinte, instala-se
o Curso de Jornalismo que daria origem à atual Escola de Comunicação da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Portugal esperaria mais de trinta
anos para concretizar esse anseio dos profissionais da informação; em 1979,
cria-se a primeira Licenciatura em Comunicação Social na Universidade
Nova de Lisboa e em 1985 a Escola Superior de Jornalismo do
Porto. (MELO, 1998, p. 220)

Deve-se assinalar, ainda, que a profissionalização do jornalismo através da criação de


organizações profissionais e clubes, do ensino específico e da elaboração de códigos
deontológicos deve-se também ao redimensionamento organizacional das empresas
jornalísticas, com a sua crescente especialização, que, já se viu, aconteceu em momentos
diferente em diferentes partes do mundo.
E muito embora a dimensão industrial e financeira das empresas jornalísticas não raro
tensionem com o entendimento do jornalismo como serviço público, o discurso ético que a
profissão construiu permanece incólume, nem que seja apenas como um ideal a ser
perseguido (DEOLINDO, 2008). Um dos valores constituintes desse ideal é a objetividade
jornalística.

4 – Objetividade como jornalismo ideal: um legado

Diversos autores apontam a objetividade jornalística como uma norma profissional


cuja gênese encontra-se localizada no tempo e no espaço: Estados Unidos, último quarto do
século XIX (BARROS FILHO, 2003; PENA, 2005; GENRO FILHO, 1986; SCHUDSON,
1978; KUNCZIK, 2001). Clóvis de Barros Filho (2003), fala de um contexto ideológico, no
qual a objetividade jornalística surge “como uma representação, entre outras, do jornalismo
ideal” (p. 21). Tal contexto era condicionado pelo positivismo filosófico de Auguste Comte,
cuja doutrina se constituía, nas palavras de Barros Filho, em “cultura dominante”.

Buscava-se, através dessa corrente de pensamento, o estudo “do que


realmente é” enquanto cientificamente válido. Auguste Comte explicava a
crise que, segundo ele, caracterizava o século XIX pela contradição entre
uma ordem social teológica e militar em via de desaparecimento e uma
ordem social científica e industrial nascente. Choza propõe a seguinte
simplificação: “científico” = “verdadeiro” = “formalizado” = “racional”.
Todos os antônimos também se equivaleriam.
[...]
Essa nova metodologia científica fez crer que todos os repentes advindos da
liberdade criativa do homem fossem sem fundamento e irracionais. Surge,
assim, o positivismo, a distinção entre o fato e o juízo de valor, entre o real
e a valoração humana do real e entre o acontecimento a ser estudado e a
opinião. Essa distinção representou um divisor de águas em outras ciências
humanas como o direito, a sociologia, a ética e, conseqüentemente, o
jornalismo. Deriva daí a distinção que hoje fazemos entre jornalismo
opinativo e informativo (BARROS FILHO, 2003, p. 22)9

9
O primeiro jornal a experimentar a distinção entre notícias e comentários em suas páginas teria sido o londrino The Daily
Courant, em 1702, o que deixar entrever uma preocupação comum entre ingleses e, mais tarde, americanos, com o culto dos
fatos. Na França, por exemplo, manteve-se a tradição de um jornalismo mais literário e opinativo. (PEREIRA JÚNIOR,
2006, p. 48)
A proposta de enquadrar as ciências sociais no paradigma das ciências naturais, feita
por Comte, foi levada a termo por Dürkheim 10 . O positivismo foi a base filosófica da
concepção que resultou no funcionalismo. 11 No entanto, algumas diferenças entre as duas
linhas devem ser destacadas: enquanto para Comte o modelo proposto para a sociologia era o
da física, para Durkheim esse modelo deveria ser o da biologia, ou seja, se o positivismo
comteano admitia apenas a formulação de leis que representassem a repetibilidade e a
regularidade dos fenômenos sociais, as idéias durkheimianas, por sua vez, defendiam a
existência de “conexões causais” na dinâmica social, na qual cada “membro” desempenhava
uma função correspondente a sua parcela de responsabilidade pelo equilíbrio do todo, seu
crescimento e reprodução. “O primeiro modelo tenta esclarecer a sucessão dos fenômenos,
enquanto o segundo quer definir o papel que é atribuído a cada fenômeno pelas necessidades
do organismo social.” (GENRO FILHO, op. cit., p. 16)
Afora as diferenças de paradigma, de fato, evidencia-se, em ambos os casos, a redução
do científico ao empiricamente verificável. Essa escola de pensamento, notadamente a sua
linha durkheimiana, deixou marcas no pensamento conservador em várias disciplinas das
ciências sociais, principalmente entre os estudiosos de língua inglesa. Foi nos Estados Unidos
que as idéias de Durkheim tornaram-se precursoras da formação de um campo teórico mais
definido e sistematizado.
O método de investigação ideal proposto por Durkheim é aquele em que os fatos
sociais precisam ser tratados como coisas, isto é, os fatos sociais devem ser considerados
como se fossem pura objetividade. É essa tese, sobretudo, que o funcionalismo norte-
americano vai resgatar, inclusive no que se refere ao jornalismo e, mais tarde, aos estudos de
comunicação. É importante salientar que há uma diferença fundamental entre cientistas
sociais e jornalistas no que se refere à noção de “fato”. Enquanto para um sociólogo, por
exemplo, a palavra vincula-se ao termo fato social, normas coletivas ou padrões culturais com
independência e poder de coerção sobre o indivíduo, para o jornalista a palavra fato tem a ver
com acontecimentos relativos à realidade social. 12 Entretanto, a forma como os jornalistas
lidam com os acontecimentos, que serão transformados em notícia, está, sim, condicionada
aos padrões culturais da sociedade onde atuam, o que lhe determinam uma visão toda

10
Ver a tese de Durkheim em “As regras do método sociológico” (Martin Claret, 2002).

11
“O funcionalismo consiste na determinação da correspondência existente entre um fato considerado e as necessidades
gerais do organismo social em que está inserido”. (GENRO FILHO, op. cit., apud MELO, 1973, p. 22)

12
Ver Tuchman (1993).
particular sobre o mundo.
A rede de influências advindas desse novo momento filosófico, econômico, científico
e cultural – histórico, portanto – teve implicações na maneira de ensinar e de fazer jornalismo,
como foi dito, resultando na formulação de regras/técnicas de produção da notícia a fim de
que a mesma seja factual, correspondente à realidade. Entendemos, contudo, que esse ideal
nada tem a ver com uma lei científica, inscrevendo-se, na verdade, no âmbito da ética.
A obsessão pelos fatos determinou, então, a principal regra da atividade jornalística,
que deveria perseguir o exato, o verdadeiro, o impessoal, o verificável. Este dogma se
concretizaria no advento da penny press americana, cuja linha editorial ia ao encontro dos
interesses de uma classe comercial emergente.

A parte editorial servia para cativar os leitores e os anunciantes pagavam


para dirigir-se a eles. (...) a objetividade da penny press principia com a
reportagem de pormenores da economia e do comércio, das cortes e das
ruas, do raro e do comum. [...] Por trás da noção de que é possível uma
reportagem objetiva está a idéia de que a informação pode ser apresentada
de tal maneira que seus receptores sejam capazes de formar suas próprias
opiniões. A reportagem objetiva é entendida como desapaixonada, sem
preconceitos, imparcial, isenta de sentimentalismo e conforme a realidade.
(KUNCZIK, 2001, p. 227)

Michael Schudson (1978) localiza após os anos 1930 a consolidação da objetividade


como a ideologia dos jornalistas, nos Estados Unidos. Até então, segundo o autor,
objetividade não era um termo usado nem pelo jornalismo nem pela crítica. Os jornais eram
julgados por dar ou não a notícia. Essa mudança teria ocorrido graças a um contexto no qual a
noção de subjetividade passa a ser inscrita no discurso social, acabando por influenciar, de
diversas formas, a percepção e o entendimento das coisas – entendido a subjetividade como
tudo aquilo que não correspondesse ao fato em si mesmo. Schudson fala, por exemplo, da
propaganda de guerra e do surgimento da profissão de relações públicas, desempenhada por
jornalistas que, conhecendo a engrenagem das redações, forjam fatos, situações e
interpretações para conquistar a opinião pública em favor dos interesses de seus clientes. A
objetividade seria uma reação apaixonada às versões e interpretações que surgiam em
profusão, por toda parte, seria uma tentativa de controle do real – ou mesmo uma camuflagem
do poder, quando esse ideal é usado mercadologicamente.
E tomando por princípio que o repórter jamais será totalmente isento – uma vez que,
como todas as pessoas, estão “aptos a tentar pensar que o que serve a nossos interesses
também serve para o interesse geral, propensos a olhar para tudo pelos óculos coloridos de
seus próprios interesses e intenções” (SCHUDSON, 1978, p. 214) – os jornais lançam mão de
métodos que “garantiriam” essa objetividade – como “ouvir os dois lados”, o lead e a
pirâmide invertida. Tais recursos de investigação e linguística deveriam tornar a construção da
notícia um processo o menos subjetivo possível, mas não é difícil perceber um utilitarismo
subjacente no uso dessas técnicas. Como afirma Barros Filho (2003), apesar da redação
impessoal, da ausência de qualificativos, da atribuição das informações às fontes, da
comprovação das afirmações feitas, da apresentação das partes ou das possibilidades em
conflito e do uso de aspas terem a pretensão de garantir a “necessária” objetividade
informativa.

Considerações finais

A soberania dos fatos, a separação entre descrição dos acontecimentos e opinião, a


observância das técnicas consagradas de pesquisa jornalística e a narrativa hierarquizada
própria da notícia passaram por distintas fases de prestígio na história do jornalismo, tendo
decaído a partir dos anos 1920, nos Estados Unidos, pelo menos, com a ascensão do
jornalismo interpretativo e, mais tarde, do jornalismo literário.13 No entanto, a objetividade
ainda consta da ideologia dos jornalistas, para quem sua ausência significaria plena falta de
sentido para a profissão, condição de sua deslegitimação, embora nem sempre o significado
do termo esteja claro ou seja unânime entre eles. Traquina (1993), inclusive, confirma que
“qualquer que seja a sua origem, hoje em dia, o conceito de objetividade está intimamente
ligado à profissão do jornalismo, constituindo um dos seus valores centrais, associada a uma
conduta profissional.” (p. 24)
Também Kunczik (2001) mostra que apesar de criticada pelos estudiosos de
comunicação, a ideia de objetividade jornalística ainda constitui-se força motriz para a maior
parte dos jornalistas em todo o mundo (p. 224). Ela é a meta a ser alcançada, seja no trato do
fato ou na redação da notícia, seja no comportamento do jornalista diante da realidade a ser
apreendida, seja na linguagem a ser empregada para comunicar os fatos aos receptores, tanto
nos veículos estatais como nos comerciais.

13
Os reflexos desses movimentos só mais tarde atingiriam o jornalismo brasileiro. A reportagem interpretativa, por exemplo,
ganha maturidade, aqui, com a revista Realidade, na década de 1960, e o jornalismo literário somente mais recentemente têm
adeptos organizados e veículos especializados, como as revistas Piauí, da editora Abril, e a Academia Brasileira de
Jornalismo Literário, acessível no site www.textovivo.com.br.
Na realidade, as discussões em torno do conceito de objetividade ficam restritas à
Academia, porque “as redações têm mais o que fazer da vida” (PEREIRA JÚNIOR, 2006, p.
47) e porque os jornalistas parecem resolver, a seu modo, muito bem esses dilemas.14
Observe-se que esse “curto-circuito” é provocado pela crítica – dos outros. É fácil
confirmar esta observação tomando por base a orientação que as empresas jornalísticas, e
mesmo as escolas de Jornalismo, dão aos profissionais do ramo. Um misto de contradições
epistemológicas resulta na formulação de regras difusas, que, ao não definir o que seja a
objetividade jornalística, ao mesmo tempo a negam e a incentivam sob diversas formas
enquanto objetividade possível. Isso faz lembrar a filosofia popperiana, que considera a
objetividade, ou mesmo a verdade, como resultante da correspondência entre as mentes e o
objeto, não entre uma mente individual e um objeto. Essa objetividade intersubjetiva colabora
para que o cientista internalize a ciência, o ponto de vista dos outros e vigie sobre si mesmo
para não errar, ou errar o menos possível. Torna-se uma referência de boa conduta, a fim de
que o produto noticioso não seja refutável – o que, no caso do jornalismo, não é possível
conceber, quando, por exemplo, o repórter lida com fontes privilegiadas, exclusivas,
colocando-se fora do alcance do controle intersubjetivo: só resta ao público – e aos colegas –
acreditar em suas revelações.

Referências

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14
Sobre os argumentos correntes referentes ao cientista social como um “pensador” e o jornalista como “um homem de
ação”, ver também Tuchman (1993).
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