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_multas vezes sto apenas algo retormos: acne sos olhos de flsa luz, simulamos solitude ¢ calor préximo, mas na verdade estamos de novo retro, colds gelados no breu do nosso coragio. As rela ‘humanas devem ser redescobertas e reinvents to ‘sds. Devemos sempre nos lembrar de que tol esp “deencontro com opréximo é uma gio humana e, send assim, implica necessariamente mal ou bem, vera ‘mentira caridade ou pecado, ‘Agora somos to adultos que nosso fhosadolescen- tesjicomegam a no olhar com alhos de peda sotre ‘mos com sso, mesmo sabendo o que éesealhar; mesmo recondando bem que tivemos um olhar idéatic,Sofre- ‘mos, ns lamentamos ¢cochichamos perguntassuspel ‘tosas, mesmo j sabendo to bem como se desenvolve a longa cadela das relagdes humanas, sua longa parabola necessria, toda a longa estrada que nos cabe percorrer parachegara terum pouco demisericsrdia, 5 PEQUENAS VIRTUDES, No que dic respeito &educagin dos filhos, penso que se deva ensinar a eles ndo as pequenas virtues, mas as grandes. No a poupanga, masa generosidadee a indi~ ferenga 20 dinero; nao aprudénca, masa coragem ¢ ‘0 desdém pelo perigo;ndo aastca, masa franqueza €0 Amor verdade; nio a dipiomacia, mas oamor ao pré~ imo aabnegisto; nica deseo de sucesso, mas odescjo deserede saber. ‘Noestanto azemes equentementeo contri: apres- samo-nos a ensinaro respeitopelas pequenas virtudes, fundand sabre eas todo nosso sistema educalve. Desse ‘mado, escolhernsa va mal emeda: porque as pequenas -irudes no apresentam neahum perigo mater, 20 con- {tirio, nos mantém ao abrigo dos glpes da sorte, Deseul- dames deensnar as grandes vrtudes, apesar deam-as,e estariamos que noses filos 38 ssimilssem:mas muti- ‘mos a canfanga de que elas emergirio espontaneamente ‘de se espirito, num da futuro, considerando-as de natu~ era instntva ao pass que as outra, as pequenas, nos parecem fruta de reflexdo¢eilul,e por isso pensamos ‘que devam ser absolutamente ensinadas, averdade a diferenga és aparente. As pequenas vir tudes provem igualmente do funde de nosso insti de ‘um instinto de defesa: mas nelas a rao fal, senten disserta, como um brihanteadvogado dante pos soa. As grandes virtudes jorram de um instnto em ue & azo no fala um Institoao qual me seria dif aru ‘rome, Ba melhor de nds esténesseinstinto mud, eno tem noso instnto de dfesa, que argumenta, sentencis¢ iscerta com a va da azo, A educagio ndo éoutra cosa senfo um certo vinculo ‘que estabelecemos entre nbs nossosfihos, cexto lima ‘no qual lorescom os sentimentos, os instintos, sida, (ra, ereio que um cima todo inspirado no respeito ds paquenas virudes result insensivelmente em cinismo, ‘ou no medo de vver.Em si mesmas, as pequenas vir des ndo tem nada aver com o cinismo au com o medo de iver: mas todas juntas, esemas grande, geram uma atmesfera que leva Squelasconsequéncias.NZo que as pe ‘quenas virtues sejam, em simesmas, desprezivels: mas seuvalor éde ordem complementar, enlo substancial tas nko podem estar ss, sem as ouras, $40 quando ddesacompanhadas ~um pobre allmento paraa natureza humana. 0 modo de exereitar as pequenasvirtudes, em medida temperada e quando for de todoindispensivel,0 ‘homem pode encontrilo em torna desl ebebi-o oar porque pequenas vues sko de uma ordem bastante ‘comum¢difusa entre os homens. Mas as grandes vrt Aes, esas no se respiram noar:e devem sera primeira substancia da relagio com nossosilhos, oprimei fun- damento da educarso. lém disso o grande também tod contero pequene: mas 0 pequeno, porlet natural, ssopode jamais contero grande. "No ajuda em nada buscarmos recordar eimitar, nas relagdes com nasss fihos, os modos com que nossos pisos eduearam. A época de nossa infra ejuventule io ers um tempo de pequenasvreudes era um tempo de palavras forte esonoras, que poco apouco, porém, petdiam sua substincia, Agora é um tempo de palayras ‘ebwisefrgias, so a8 qualstalve refloresa 0 desejo de una reconquista. Mas € um deseo timldo echeio de temor do ridiculo. Assim nos revestimos de prudéncla « astcia, Nossas pais no conheciam nem prudncia ‘em astici; nfo conheclam 0 medo do rdieuo;eram in ‘onsequenteseincoerentes, mas nunca se davam conta; frequentemente se conteadiziam, mas nunca adaitiam sercontestados, Usavam conosco de umaautoriade que seriamos completamente ineapazes deusar. Convictos de ‘seus prneipis, ue supunham indestratves, reinavem Sobre nds com poder absolut. ramos ensurdcidos por palaras tontruanes; um ddlogoeraimpossivel, porque assim que suspettavam que harlam errado nos manda- ‘vat alara boca; atiam o punho na mesa, fazendoasala tremer, Recordamos aqusle gesto, mas ndo saberiamos imit-1o, Podemos fica furloses, var feito Tobos: mas ‘no fundo de nosso wvos de lobo hd um solug histrico, tum roca ballde de cordeiro. Portanto nfo temosautoridade: no temos armas. A utoridade, em nds, seriauma hipocrsia euma ego. S0- ‘mos demasiado consents de nossa fraquezs demasiado rmelanclicos e inseguros, demasiado conscientes de nos sas Inconsequéncas¢incoerenlas, demasiado cole tes de nossosdefelosolhamos dentro dens con ml demora evimosem nds coisas demi. Econ no emo autoridade, devemos invenar uma oura rela. Hoje, que o didlogo se tornou possvel entre pals ¢ Jlhos ~ possive, embora sempre dif, sempre cholo decautela reciproca, de recproca timidereinibigho-, preciso que nds, ness dlogo, nos revelemos tal como somos, imperfetos, econfiantes de que eles, n0ss0s f thos, no se parecam conosco, que sejam mals fortes © melhores que nds, Como estamos todos premldos, de una manera ov le ouara pelo problema do dinheiro, a primera pequena vt- tude que nos ocoreensinar aos nossosfilhoséa poupanca. amos eles um mealhero, explcando como ébom guar {aro dinheiroem ver degasto, de modo que apdsalguns sess, hajall um bom month de moedatecomo bom resist vontade de gastar para, ao fea, poder comprar ‘um abjto de valor. Recordamos que, em nossainfncia, fanhamos de presente um mealhero igual; mas esquece ‘mos que, no tempo de noeafafincia, o dinheiro eo gosto ‘de conservé-o ram algo menos horrve sj que hoje: Porque quanto mas o tempo pass, mais dinhelo & suo. Eto o mealheiro €o nosso primeio err: instalamos em oss sistema educativo uma pequena virtue. Aqucle pequeno cofre de baro, de aspetoindeuo mn forma de peraou de mass paisa amararmesesemeses10 ‘quarto de nosso filhos, que se habituam &presenga dle; sehabituam a prazer de introduzt, dia ada odinhelo ‘aed; se habituam 20 dinhetoguardado I dentro, que vem segredo eno esuto, cresce como uma semente no ‘o da terra; se afeigoam a0 dinheio, primero com ino

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