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As unidades de conservação (UCs) representam um conjunto de 12 categorias de

áreas protegidas, oriundas em sua maioria de tipologias previstas em instrumentos


anteriores, criados a partir dos anos 30 no Brasil. Elas foram instituídas em 2000
através da lei n° 9985 que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza (SNUC).

As Áreas de Preservação Permanente (APPs) declararam intocáveis todos os


espaços nos quais a presença da vegetação garante a sua integridade. No total, o
Código Florestal estabeleceu oito diferentes categorias de APPs em razão da
presença de florestas e demais formas de vegetação. Estas categorias, em sua
grande maioria, foram criadas para a proteção de áreas “cobertas ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”6. De fato,
a principal justificativa foi a criação de áreas protegidas em função dos hoje
denominados serviços ambientais que elas prestam à sociedade.

Boa parte dessas áreas encontra-se situadas em terras públicas ou devolutas onde
não existem condições do Estado estar presente para garantir a integridade
ambiental ou onde a criação de outras tipologias de áreas protegidas é inviável e
demorada.

As Reservas Legais transferiram, compulsoriamente, a responsabilidade e o ônus


da proteção aos proprietários de terras. Segundo o Código Florestal, elas são
“áreas localizadas no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada as de
preservação permanente, necessárias ao uso sustentável dos recursos naturais, à
conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da
biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas”. As diferentes
categorias de RLs estabelecidas obedecem ao critério de localização da
propriedade no território nacional em relação aos grandes biomas continentais.

As terras indígenas constituem um avanço significativo da política brasileira no


sentido de reconhecer os direitos dos primeiros povos que habitavam o Brasil
antes da chegada do colonizador.

A idéia do governo de demarcar terras para os índios surgiu no início do século XX,
em 1910, com o Serviço de Proteção aos Índios (SPI). No entanto, como afirma
Baines (2001), a política de demarcação de terras indígenas somente ganhou
maior efetividade com a criação da FUNAI, em 19678, em substituição ao SPI, e
com a instituição do Estatuto do Índio, em 1973 9. Este último forneceu as bases
legal e administrativa para que as demarcações de Terras Indígenas fossem
realizadas em quatro diferentes categorias: Reserva Indígena, Parque Indígena,
Colônia Agrícola Indígena e Território Federal Indígena.

Ao contrário das outras tipologias, as áreas de reconhecimento internacional (ARIs)


não possuem um instrumento único de criação: elas podem englobar os diversos
tipos de áreas protegidas existentes no país e são estabelecidas em decorrência
de acordos internacionais específicos dos quais o Brasil é signatário ou
participante. Trata-se, pelo essencial, de áreas instituídas no nível planetário que
têm em comum o fato de possuírem um instrumento de reconhecimento
internacional, usualmente ratificado pelos Estados, mas de serem mantidas sob a
sua gestão soberana.

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