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Cultura Documentos
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WEBBER, M. Economia e Sociedade. 2012 UNB
2
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 39.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011
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BOURDIEU, P. A dominação masculina. 2.ed. Rio de janeiro: Bertrand Brasil, 2002
adolescentes (principalmente aqueles em zonas de risco, conflitos e miséria), sempre
estiveram vulneráveis a todos os tipos de violência.
Seria somente a partir das décadas de 1980/90 que a atenção social se voltou aos
direitos das crianças e adolescentes. Foi nesta época, que no âmbito internacional e
nacional5, algumas transformações e reivindicações convergiram para a consolidação do
Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil (1990), na instituição dos conselhos
tutelares, criação de varas especializadas e reconhecimento da função psicológica dentro
das decisões que dizem respeito aos menores. Com isso o trabalho do psicólogo jurídico
seria regulamentado e reconhecido como essencial nas análises dos menores que sofrem
qualquer tipo de violência.
Sobre as formas de violência que a criança e o adolescente podem sofrer estão: a
negligência (como todos os tipos de abandono, seja ele intelectual, material ou afetivo), a
violência psicológica, a violência física e a violência institucional. Esta última vem recebendo
uma atenção maior nos últimos anos, por ser relativizada na maior parte das vezes. A
violência institucional acontece quando o menor tem seus direitos negados (que pode ser
no atendimento ou supressão de direitos) ou quando recebe tratamento inadequado por
uma instituição que deveria zelar pela segurança da criança ou adolescente. A violência
institucional é nociva ao desenvolvimento do menor, pois ao passar de um atendimento a
outro, julgamentos e descréditos, aquele acaba sofrendo “revitimizações” sucessivas. Como
afirma Heloiza Egas (Coordenadora-Geral de Enfrentamento da Violência Sexual contra
Crianças e Adolescentes da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do
Adolescente) é fundamental que menores sejam protegidos nas instituições que devem
cuidar das mesmas e estão em contato direto, como a escola. 6
São casos de violências como estas, que o Psicólogo que trabalha na Vara da Infância
e Juventude deve se deparar durante seu atendimento, ao ouvir não só as vítimas como
também os possíveis agressores. Como podemos observar, é um trabalho primordial, já que
neste caso, a psicologia jurídica trabalha em consonância à justiça, a fim de que, as decisões
tomadas por esta não provoque uma separação ou conflito emocional, principalmente em
grupos com relações pessoais muitas vezes delicadas. Portanto, o psicólogo jurídico que
trabalha dentro das Varas da Infância e Juventude é responsável por assegurar que as
conquistas realizadas a favor do menor sejam asseguradas e que todo processo litigioso se
realize de forma que cause o menor dano as crianças e adolescentes.
Dentre as prerrogativas do psicólogo jurídico na Vara da Infância e Juventude estão:
fazer avaliações dos casos que são apresentados, emissão de laudos, dar suporte aos
conselhos tutelares e órgãos (públicos e filantrópicos) destinados a proteção e cuidado de
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Entre o direito e a Lei: uma História da Psicologia Jurídica em São Paulo. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=_xGg57hdO5E
5
Regras de Beijing, Pacto de Riad, Regras Mínimas de Beijing, Constituição de 1988, Estatuto da Criança e
Adolescente, dentre outros.
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Violência contra crianças e adolescentes. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lNb-
mQ5MRnc
crianças e adolescentes, aconselhamento do menor e grupos familiares, supervisiona os
diversos casos tratados (uniões civis, rupturas familiares e relação de guarda, adoção,
procedimentos na apreensão do menor, observação e fiscalização dos locais de acolhimento
e assim por diante), averigua situações de queixas e denúncias, avalia as possíveis
penalidades (medidas socioeducativas) no caso de menor em conflito com a lei, acompanha
o cumprimento das políticas públicas que devem beneficiar a criança e adolescente, dentre
outros.
Como podemos observar, o trabalho do psicólogo na Vara da Infância e Juventude, é,
portanto, especializado e tem como principal objetivos supervisionar o cumprimento dos
direitos assegurados ao menor após muitos anos de conquistas. Assim como, acompanhar
dentro do sistema judiciário, a exigência dos deveres do menor frente a litígios e
descumprimento da legislação, como uma forma de adequar as decisões dos magistrados
frente a situação da criança/adolescente.
REFERÊNCIAS
Entre o direito e a Lei: uma História da Psicologia Jurídica em São Paulo. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=_xGg57hdO5E
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 39.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.