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O TEMPO NÃO PARA

(Cazuza – 1985)

Disparo contra o sol Nas noites de frio é melhor nem nascer


Sou forte, sou por acaso Nas de calor, se escolhe, é matar ou
Minha metralhadora cheia de mágoas morrer
Eu sou um cara E assim nos tornamos brasileiros
Cansado de correr Te chamam de ladrão, de bicha,
Na direção contrária maconheiro
Sem pódio de chegada ou beijo de Transformam um país inteiro num
namorada puteiro
Eu sou mais um cara Pois assim se ganha mais dinheiro

Mas se você achar A tua piscina tá cheia de ratos


Que eu tô derrotado Tuas ideias não correspondem aos
Saiba que ainda estão rolando os fatos
dados O tempo não para
Porque o tempo, o tempo não para
Eu vejo o futuro repetir o passado
Dias sim, dias não Eu vejo um museu de grandes
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão novidades
Da caridade de quem me detesta O tempo não para
Não para não, não para
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos Dias sim, dias não
fatos Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
O tempo não para Da caridade de quem me detesta

Eu vejo o futuro repetir o passado A tua piscina tá cheia de ratos


Eu vejo um museu de grandes Tuas ideias não correspondem aos
novidades fatos
O tempo não para Não, o tempo não para
Não para não, não para
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu não tenho data pra comemorar Eu vejo um museu de grandes
Às vezes os meus dias são de par em novidades
par O tempo não para
Procurando agulha num palheiro Não para não, não, não, não, não para

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