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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARÍLIA

SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO


Fone – Fax: (0xx 14) 3402-6300
e-mail: se@marilia.sp.gov.br

AULA VIRTUAL NA

PLATAFORMA GOOGLE FOR EDUCATION

COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA


ANO: 5º
DATA: 25/05/2020
PROPOSTA DE ATIVIDADE: Nessa aula continuaremos nossos estudos sobre: Diferentes povos,
diferentes mitos.

ORIENTAÇÕES: Pais/familiares/responsáveis:

1. Organize uma rotina de estudos com a criança:

- Combine um horário para a realização das atividades propostas nesta Plataforma.

- Providencie um local adequado para os estudos (ambiente iluminado, sem ruídos e sem
elementos que tirem a atenção da criança).

- Garanta que a criança tenha em mãos caderno, lápis e borracha para a execução das atividades.

2. A criança deverá ler as atividades aqui na plataforma e realizar as atividades no caderno. Por
isso, peça que ela coloque o cabeçalho referente à aula do dia (Marília, _____ de
______________ de 2020) e escreva o número da atividade que está colocando a resposta
solicitada.

3. A criança poderá encontrar dificuldade na leitura. Portanto, você poderá ler junto com ela,
apontando com o dedo a palavra que estiver lendo.

4. Ao apresentar algum erro na execução das atividades propostas, peça que a criança tente fazê-
las de novo. Estimule o pensamento, sempre reforçando que ela é capaz de fazer melhor e se
superar.

5. Mantenha-se parceiro da criança durante a realização das atividades, fazendo desses momentos
de estudo, situações agradáveis de convívio.

Na última aula vimos que muitos povos, sejam do passado ou do presente, tinham o seu modo de
explicar a origem do mundo e dos seres humanos por meio da intervenção dos deuses e de outras
divindades. Sendo assim, concluímos que a narrativa de cada povo varia de acordo com a sua cultura.
Hoje vamos conhecer algumas narrativas que fazem parte das mitologias indígenas do Brasil.
Leia com muita atenção!

A ORIGEM DOS KAMAIURÁ

Nas mitologias de muitos povos, é comum que a origem do mundo e dos seres humanos seja
atribuída à ação de um herói. Geralmente, esse herói é considerado o antepassado de todos que fazem parte
daquele povo.
Nessas narrativas, os atos desse herói resultariam na criação da humanidade e no acesso dos seres
humanos a conhecimentos importantes para a sobrevivência, como o domínio do fogo, a domesticação de
plantas e de animais e utensílios.
Para os Kamaiurá, povo indígena que vive no Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso, esse herói
chama-se Mavutsinim.
Conheça parte desse mito.

Responda no caderno:

1- Por que a história de Mavutsinim pode ser considerada um mito?


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2- Você conhece outros mitos que narram a origem da humanidade e do universo? Em caso afirmativo,
escreva.
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Outros povos e o mito de Mavutsinim

Para outros povos indígenas, como os Kuikuro e os Waurá, que vivem próximos aos Kamaiurá,
Mavutsinim também é reconhecido como um antepassado comum. O mito a seguir explica a origem das
relações de vizinhança entre esses povos.

Esse mito indica, por exemplo, que esses povos indígenas têm características culturais comuns.
Informações como essa auxiliam pesquisadores, como os historiadores, a conhecer melhor o passado dos
povos indígenas do Brasil e a cultura de cada um deles.
3- Que conhecimentos Mavutsinim deu a cada um dos povos citados nesse mito?

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4- Leia o trecho do mito em que é explicado o surgimento do Sol e da Lua. Depois, reconte para alguém de
sua família essa parte do mito. Para ajudar , escreva no quadro as informações que você dirá para a família.

5- Você conhece outros povos indígenas que vivem no Parque Indígena do Xingu? Quais?

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Você sabia, que de acordo, com o Instituto


Socioambiental (ISA), atualmente vivem no
Parque Indígena do Xingu, os seguintes grupos
indígenas: Aweti, Ikpeng, Kaiabi, Kalapalo,
Kamaiurá, kuikuro, Matipu, Mehinako,
Nahukwá, Suyá, Trumai, Wauja e Yudjá.

Para saber mais sobre os indígenas do Parque Nacional do Xingu e conhecer alguns mitos de origem
de diferentes povos indígenas do Brasil:
- acesse https://pib.socioambiental.org/pt/C/nobrasil-atual/modos-de-vida/mitos-e-cosmologia.
- Ou leia:

O Parque Indígena do Xingu engloba, em sua porção sul, a área cultural conhecida como alto Xingu,
formada pelos
povos Aweti, Kalapalo, Kamaiurá, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Trumai, Wauja
e Yawalapiti . A despeito de sua variedade linguística, esses povos caracterizam-se por uma grande
similaridade no seu modo de vida e visão de mundo. Estão ainda articulados em uma rede de trocas
especializadas, casamentos e rituais inter-aldeões. Entretanto, cada um desses grupos faz questão de cultivar
sua identidade étnica e, se o intercâmbio cerimonial e econômico celebra a sociedade alto-xinguana,
promove também a celebração de suas diferenças.

Os povos Ikpeng, Kaiabi, Kĩsêdjê, Tapayuna e Yudja não fazem parte do complexo cultural alto-xinguano
e são bastante heterogêneos culturalmente. Foram integrados aos limites da área demarcada por razões de
ordem administrativa, em alguns casos implicando o deslocamento de suas aldeias.

As 16 etnias que habitam o


Parque: Aweti, Ikpeng, Kaiabi, Kalapalo, Kamaiurá, Kĩsêdjê, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruv
otu, Wauja, Tapayuna, Trumai, Yudja, Yawalapiti.

Línguas: Kamaiurá e Kaiabi (família Tupi-Guarani, tronco Tupí); Yudja (família Juruna, tronco Tupí);
Aweti (família Aweti, tronco Tupi); Mehinako, Wauja e Yawalapiti (família Aruák); Kalapalo, Ikpeng,
Kuikuro, Matipu, Nahukwá e Naruvotu (família Karíb); Kĩsêdjê e Tapayuna (família Jê, tronco Macro-Jê);
Trumai (língua isolada).

Há, contudo, casamentos frequentes entre esses grupos, que acarretam uma maior articulação entre eles.

Um movimento recente vem ainda fazendo convergir todos os povos do Parque em nome de interesses
comuns. As organizações indígenas (sobretudo a Associação Terra Indígena do Xingu) têm se estabelecido
como um importante meio de interlocução com a sociedade nacional e fomento de projetos de educação,
alternativas econômicas e proteção do território.

Mitos

Povos Jê

Tempty Suiá, retirado do mito /Como Aconteceu Antes dos Brancos Chegarem. Fonte: Livro de História / Professores Indígenas
do Parque Indígena do Xingu. Vol. 1. São Paulo: Instituto Socioambiental; Brasília: MEC, 1998(p.03).

Entre povos da família lingüística Jê, o cosmos é concebido como habitado por diferentes humanidades - a
subterrânea, a terrestre, a subaquática e a celeste – que existem desde sempre. O tempo das origens é o da
indiferenciação e da desordem, da convivência e da interpenetração daqueles domínios. Astros, como o Sol e
a Lua, são gêmeos primordiais que vivem aventuras na terra e aqui deixam o seu legado, antes de partirem
para sua morada eterna. Nos mitos Jê, há referências explícitas às atividades de subsistência e às práticas
sociais de modo geral. Instituições sociais – a nomeação dos indivíduos, a guerra, o xamanismo... – têm no
mito descritas as suas origens e exposta a sua essência.

Povos do Alto Rio Negro

Cobra Grande pintada sobre maloca no Alto Rio Negro. Foto: Beto Ricardo

Por contraste, caberia mencionar, a região do alto rio Negro, o noroeste amazônico, morada de povos de
língua Tukano. No início dos tempos, antepassados míticos criaram o mundo que, antes, não existia. Das
entranhas de uma cobra grande ancestral, que fazia o percurso do rio, saíram, em pontos precisos daquele
percurso, os primeiros antepassados de cada um dos vários povos da região, determinando, assim, seus
respectivos territórios, suas atribuições específicas e um padrão hierarquizado de relacionamento entre eles.

Em muitas cosmologias, as relações entre humanos e os demais seres são pensadas através da idéia da
predação, numa metáfora que simbólica e logicamente aproxima caça, guerra, sexo e comensalidade. Ainda
no alto rio Negro, o xamã parece estar encarregado de garantir que fluxos e volumes de energia vital
compartilhada por humanos e animais mantenham-se em níveis adequados. Exageros na matança de animais
deflagrariam, como contrapartida, epidemias e malefícios entre os homens, provocados por espíritos
protetores dos animais. Um equilíbrio vital nas lembranças e o convívio com a idéia da morte são
experiências diárias na apreciação e na condução da vida.

Povos Tupi-Guarani
Desde há mais de 500 anos, os não-índios produzem análises na tentativa de compreender as práticas sociais
e as concepções cosmológicas dos Tupi-Guarani. Do espanto inicial à sistematização das informações dos
cronistas, realizada entre as décadas de 1940 e 1950, passando pela catequese jesuítica e pelos episódios
dramáticos da Conquista, é constante a referência central a temas como a guerra, o canibalismo, a vingança
da morte através de novas guerras e novas mortes e novas vinganças.
Uma compreensão destes povos, suas sociedades e suas cosmologias, adequada aos tempos recentes de
amadurecimento teórico e metodológico da antropologia, revela – apesar da grande diversidade existente
entre elas, tanto no plano sociológico, quanto nas variações entre suas cosmovisões respectivas – a
centralidade da noção de temporalidade como eixo sobre o qual constroem-se noções fundamentais como a
de pessoa e de cosmos. Temporalidade está aliada às relações de alteridade que os Tupi-Guarani buscam
sistematicamente situar fora do domínio social propriamente dito, encarnadas nos inimigos, nos espíritos,
nos animais, nos mortos e nas divindades.

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