AULA 1 5
História da Astrologia. 7
Como e onde surgiu? Quais são as suas correntes?
Definição da Astrologia. 8
Afinal, Astrologia é uma ciência? Como defini-la? Como confiar
em sua eficiência? Quais pesquisas foram feitas em torno do
assunto?
AULA 2 15
AULA 3 21
Os tipos elementais 22
AULA 4 43
Sol 44
Lua 45
Mercúrio 46
Vênus 47
Marte 48
Júpiter 49
Saturno 50
Urano 51
Netuno 52
Plutão 53
AULA 5 54
As Casas astrológicas 55
E os planetas lentos? 59
AULA 6 60
Aspectos 61
Conjunção 62
Oposição 64
Trígono 66
Quadratura 67
Sextil 68
Regras importantes 69
AULA 7 71
Primeiro passo 72
Como o Mapa se distribui?
Segundo passo 73
contagem dos elementos
Terceiro passo 74
eventuais dignidades planetárias
Quarto passo 74
contraste entre signo solar e ascendente
Quinto passo 74
Planetas e signos
Sexto passo 74
Planetas nas Casas
Sétimo passo 75
Aspectos
Oitavo passo 75
Considere o que se repete três vezes
Recomendações 75
BIBLIOGRAFIA 77
Curso Personare: Introdução à Astrologia
AULA 1
INTRODUÇÃO
Prezado estudante,
Meu objetivo é que você termine esse curso introdutório familiarizado com o beabá
essencial da Astrologia, a fim de que, em cursos vindouros de aperfeiçoamento, você se
torne cada vez mais competente no assunto.
HISTÓRIA DA ASTROLOGIA.
Como e onde surgiu? Quais são as suas correntes?
DEFINIÇÃO DA ASTROLOGIA.
Afinal, Astrologia é uma ciência? Como defini-la? Como confiar em sua eficiência? Quais
pesquisas foram feitas em torno do assunto?
Ainda mais antigamente, por volta dos primeiros séculos da Era Cristã, a Astrologia
era conhecida como “matéria” (do latim: matheseos), pois seu conhecimento era
considerado tema de fundamental importância para o entendimento da vida. Caso você
tenha interesse em conhecer uma das obras mais antigas de Astrologia, busque o livro
Matheseos Libri VIII, escrito pelo senador Julius Firmicus Maternus.
Para falar de Astrologia, nós temos também que falar de limites – o que a Astrologia
pode e o que a Astrologia não pode fazer. Quando estudamos esse assunto, estudamos
Mapas Astrais, e Mapa não é território. Por exemplo: digamos que eu pegue a carta
geográfica da cidade do Rio de Janeiro. O que eu posso ver nela? Eu posso olhar para
ela e, nunca tendo ido a essa cidade, dizer que ela é litorânea, possui morros, ou seja,
não é uma cidade plana. Por outro lado, eu não sei se a praia é poluída ou limpa, não
sei qual é a praia suja, qual é a praia limpa... Assim como não posso saber se a cidade é
suja ou se é bem cuidada. Só é possível saber esses detalhes indo ao Rio de Janeiro.
Um erro básico que muitos estudantes de Astrologia cometem é dizer que não gostam
de um determinado signo ou de certa posição planetária. Quando, por exemplo, alguém
diz que não gosta do ascendente em Touro, muito provavelmente essa pessoa não
gosta de alguém que possui esse ascendente, e daí constrói um preconceito. Talvez
até por alguma razão do Mapa dela, ela não se dê bem com ascendente em Touro. O
importante é compreender que nenhuma característica astrológica tem, por si, algo que
seja melhor ou pior do que qualquer outro ascendente. Portanto, não existe Mapa bom
ou ruim; existem Mapas com traços positivos e negativos.
É de extrema importância que a Astrologia não seja usada como base para preconceito.
Se, por algum motivo, não gostamos de um determinado signo ou de uma pessoa
daquele signo, isso talvez explique mais a respeito de nós do que a respeito daquela
pessoa, afinal, muitas vezes, quando não gostamos de algo, na realidade estamos
falando da nossa dificuldade em lidar com aquilo.
Outro erro de abordagem muito comum entre astrólogos é o uso equivocado de jargões
científicos para sustentar a validade do conhecimento que eles detêm, como o de que
a Astrologia é provada pela física quântica ou o de que a estatística prova a Astrologia,
por exemplo.
Sobre a física quântica: trata-se de um ramo da física que estuda o comportamento
No que diz respeito aos céticos, o argumento de que “as constelações mudaram, então
os signos mudaram” também é falho – o estudo que usa as constelações é a Astrologia
védica, e não a ocidental. Além disso, os próprios astrônomos sabem que constelações
são uma coisa e os signos do zodíaco são outra, embora os nomes de ambos sejam
os mesmos. A Astrologia ocidental, além disso, é uma Astrologia trópica. Trata-se de
uma eclíptica virtual em torno da Terra, dividida em 12 faixas iguais, que são os signos.
Não faria sentido também se os signos fossem as constelações por conta da diferença
de tamanho, como a constelação de Escorpião, que é muito maior do que o signo de
Escorpião.
E mais uma questão diz respeito à dita “influência planetária”. Essa ideia provém de
construções linguísticas que, por sua vez, derivam do século XVIII/XIX para cá. Não há
“energias astrológicas” nos afetando na Terra, mas uma relação simbólica entre a vida
humana e as posições planetárias. Essa relação simbólica, que faz parte do modo de
pensar antigo, é muito bem explicada por Foucault no já indicado livro “As Palavras e As
Coisas”.
E, por fim, é crucial que a Astrologia não seja resumida a signo solar, pois Astrologia de
signo solar não é Astrologia. O horóscopo publicado em jornais, por exemplo, não chega
nem a ser horóscopo, pois “horóscopo” significa “espelho da hora”, que, por sua vez, é
baseado no ascendente. Esse tipo de horóscopo é apenas um vestígio da Astrologia e é
superficial, embora agrade muitas pessoas e possa até instigar o interesse pelo assunto.
As estrelas também são estudadas pela Astrologia ocidental, mas apenas como
material adicional disponível em cursos mais avançados. Na prática, a única estrela que
realmente importa para a Astrologia ocidental é o nosso Sol. As constelações (desenhos
feitos em diferentes culturas, ligando estrelas) não são relevantes para a Astrologia
ocidental, e sim apenas para a Astrologia védica (hindu).
É importante que você entenda que os signos astrológicos não são a mesma coisa que
as constelações e não devem ser confundidos! O que acontece é o seguinte: algumas
constelações foram homenageadas com os nomes de signos zodiacais, e o tamanho
dessas constelações é altamente desigual. As constelações formam o zodíaco sidéreo,
importante para a Astrologia védica. Mas a Astrologia ocidental se vale do zodíaco
trópico, que é produzido como uma projeção virtual a qual chamamos de eclíptica
zodiacal: um círculo dividido em doze faixas idênticas.
Deste modo, não importa que as constelações tenham se movido ao longo dos últimos
dois mil anos. Para a Astrologia ocidental, que é o que nós estudamos, os signos não
mudaram e nem podem mudar, pois são projetados a partir da Terra. Na prática, os
signos estão na Terra, e não no céu.
Veja a seguir uma tabela com os símbolos dos signos zodiacais para sua referência:
Não se preocupe em decorar os símbolos por ora. Com tempo e prática, você os
decorará naturalmente. Até a próxima aula!
AULA 2
A pergunta “qual é o seu signo?” hoje em dia se refere à posição que o Sol ocupava no
momento de um nascimento. Deste modo, quando alguém diz “meu signo é Câncer”, ela
quer dizer (mesmo que não o saiba) que, quando nasceu, o Sol estava no signo zodiacal
de Câncer (lembrem-se: não a constelação de Câncer, mas o signo de Câncer).
Entretanto, o signo solar é apenas um dos pontos de estudo de um Mapa Astral. Temos
também os signos ativados pela Lua, Mercúrio, Vênus e todos os planetas. Além disso,
temos os signos associados aos quatro pontos fundamentais do Mapa: o ascendente,
o descendente, o meio do céu e o fundo do céu. Cada um destes pontos representa
coisas diferentes. Mercúrio, por exemplo, representa a forma de pensar, de se
comunicar. Deste modo, uma pessoa de Libra com Mercúrio em Virgem tem processos
mentais virginianos, e não librianos. Outro exemplo: Vênus representa os processos
afetivos. Uma pessoa de Peixes com Vênus em Áries se identificará mais com o
comportamento afetivo atribuído ao signo de Áries do que com o comportamento afetivo
atribuído ao signo de Peixes.
Uma diferença prática entre os signos solares e os demais pontos planetários do Mapa,
é que a posição do Sol nos signos é relativamente regular. Ou seja: uma pessoa nascida
no dia 8 de agosto de qualquer ano, em qualquer cidade, terá sem dúvida o Sol em
Leão. Mas para saber os demais pontos astrológicos do Mapa (ascendente, Lua etc.),
é preciso calcular. Notem, entretanto, algo importante: a regularidade do Sol é relativa,
pois a entrada deste astro em cada signo varia levemente de um ano para o outro.
Quando as revistas especializadas em Astrologia dizem, por exemplo, que Áries vai
de 21 de março a 20 de abril, esta é a data aproximada. Na prática, varia de um ano
para o outro. Há anos em que Áries começa no dia 20 de março e termina no dia 19 de
abril. Além disso, a entrada do Sol em um signo não ocorre necessariamente à meia-
noite. Deste modo, duas pessoas podem ter nascido em um mesmo dia (por exemplo,
20 de março) e uma ter o Sol em um signo e a outra ter o Sol no signo seguinte, pois
nasceram em horas muito diferentes do mesmo dia. As pessoas que nasceram em
datas muito próximas às das mudanças de signos só podem ter certeza de seus signos
solares se calcularem seus Mapas de acordo com hora e cidade de nascimento.
Há várias formas de classificar os signos. Uma delas é considerar que existem signos
masculinos e femininos. Notem que isso nada tem a ver com sexualidade, mas com
polaridades que nada dizem sobre orientações sexuais. As designações “positivo”
e “negativo” também não têm nenhum juízo de valor e se referem a polaridades. Os
signos masculinos/positivos são extrovertidos. Os signos femininos/negativos são
introvertidos. Atentem para o fato de que quando nos referimos a “signos”, aqui, não
estamos falando de pessoas que nasceram com o Sol nestes signos. Não é de forma
alguma suficiente analisar o Sol, ou mesmo o ascendente, para definir que uma pessoa
é mais extrovertida ou introvertida. É preciso analisar a predominância de signos em um
dado Mapa.
Os signos também são classificados por ritmos. Existem três ritmos: cardeal (ou
cardinal), fixo e mutável (mutante).
O ritmo cardeal representa o elemento em seu impulso conquistador, que age por
impulso. Não à toa, os signos cardeais são os que abrem as estações: Áries abre a
primavera no hemisfério norte e o outono no sul; Câncer abre o verão no hemisfério
norte e o inverno no sul; Libra abre o outono no norte e a primavera no hemisfério sul;
Capricórnio abre o inverno no norte e o verão no hemisfério sul.
Já os signos fixos representam, como o nome diz, os elementos em sua mais intensa
concentração, ou seja, representam o ponto mais intenso das estações do ano.
Ao contrário dos signos cardeais, que são impulsivos e agem, os signos fixos são
concentrados e menos dados ao movimento. Como o nome diz, são “fixos”: ficam num
ponto, atraindo as coisas que desejam. Os signos fixos são Touro, Leão, Escorpião e
Aquário.
Por fim, os signos mutáveis representam aqueles signos que representam o momento
em que uma estação vira outra, daí sua característica de mudança, de transição. Não
é à toa que quase todos os signos mutáveis são representados por signos duplos:
Gêmeos, Sagitário (meio humano e meio cavalo) e Peixes (no plural: vários peixes, e
não apenas um). Virgem é o único signo mutável cuja representação iconográfica é mais
discreta, não explicitando sua mutabilidade.
Considere os quatro elementos e os três ritmos. Multiplicando um pelo outro, você terá:
Cada um dos elementos corresponde a uma das quatro funções psíquicas: intuição
(Fogo), sensação (Terra), pensamento (Ar) e sentimento (Água). Fogo e Ar são opostos
complementares, assim como Água e Terra. Como o nome diz, eles se complementam.
Mas há também os opostos psíquicos: Fogo e Terra são opostos psíquicos, assim como
Ar e Água. O conceito de “oposição psíquica” é de diferenciação extrema.
O Fogo aborda o mundo a partir de uma perspectiva que atribui simbolismos a tudo,
daí a função intuitiva, que “vê” além do objeto. Já a Terra, oposto psíquico do Fogo, se
relaciona com o mundo a partir de uma perspectiva sensorial, ligada a objetos e fatos.
Na próxima apostila, vamos abordar uma introdução aos significados dos signos, mas
antes é preciso repetir a importante lição: os traços que serão descritos não se referem
a características comportamentais de pessoas que “são” daqueles signos. Cada planeta,
a depender do signo em que ele se encontre, terá significados diferentes. O fato de uma
pessoa ter o Sol em Touro, por exemplo, não significa que ela “seja” o que será descrito
como o signo de Touro. Nós estudaremos arquétipos, e não pessoas. Para estudar
pessoas, é preciso considerar todo o Mapa Astral e seus diferentes pontos.
AULA 3
OS TIPOS ELEMENTAIS
Conforme abordado em aula, são quatro os elementos estruturantes do zodíaco.
Entretanto, são raros os indivíduos que podem ser chamados de “tipos puros”, ou seja,
que possuem apenas um elemento como predominante em suas cartas astrológicas. A
maioria das pessoas é o que se convencionou chamar de “tipo misto”, ou seja, possui a
combinação de dois elementos fortes. É importante compreender o que motiva e o que
repele os tipos, pois uma atitude muito comum é confundir temperamentos elementais
com “coisas”, num estilo de interpretação que procura saber quem seria o melhor
administrador, o melhor padre, o melhor governante etc. Todos os elementos podem
atuar em qualquer área; a diferença está no que os motiva. Para cada um deles, existem
os seguintes ritmos dinâmicos:
O Elemento Água nasce cardeal (mais ativo e dinâmico), então se torna fixo
e conclui tornando-se mutável (mais suave e espiritual).
O que motiva o tipo Fogo é a conquista, e o que o repele é o tédio. Um tipo Fogo “puro”
é, sobretudo, motivado pelo desejo de se envolver em aventuras e manter o marasmo
longe, e isso será aplicado em qualquer atividade à qual o sujeito se dedique.
A função inconsciente do tipo Fogo “puro” é a da Terra, de modo que é possível afirmar
que este tipo se incomoda muito e lida mal com limitações terrenas, sobretudo com as
do próprio corpo. O aspecto intuitivo da psique, que tem ideias fabulosas e coloridas,
encontra na realidade objetiva do mundo um grande obstáculo a ser transposto.
Por isso, é comum que pessoas do Fogo fiquem bastante agressivas, irritadiças e
impacientes com o que julgam ser uma lentidão dos outros ou da realidade.
Dentre todos os elementos, é o que mais chama a atenção à primeira vista, o que irradia
mais calor. Entretanto, é também o elemento que agride quando dele nos aproximamos
demais. O Fogo deseja ser mantido livre e não tolera cerceamentos. O exagero disso
faz com que lide mal com tudo o que demande disciplina, cautela, paciência e tempo.
ÁRIES
Fogo cardeal ou cardinal
Regência: Marte
LEÃO
Fogo fixo
Regência: Sol
Em Leão, o elemento Fogo assume uma conformação diferente, pois agora o Fogo é de
ritmo fixo, sendo, portanto, um Fogo bem mais concentrado do que o do impulso ariano.
A criatividade é um dos traços mais poderosos do signo de Leão, e esta qualidade se
manifesta nas diferentes searas da vida. Com a regência do Sol, Leão se caracteriza
como signo da autoridade. Diferente da agressividade conquistadora de Áries, primeiro
signo de Fogo, em Leão temos o “lugar conquistado”. Por isso mesmo, o signo é
representado por um animal a quem chamamos de “rei das selvas”.
Assim como o Sol é o centro do sistema solar, Leão assume postura centralizadora
que pode ser até egocêntrica, mas jamais é egoísta. Até porque, generosidade é uma
estratégia funcional que garante que o signo esteja sempre em condição central. A
avareza não combina com um tipo cuja representação astral é a do Sol, que a tudo
ilumina com seus generosos raios.
Principais virtudes: generosidade, autoconfiança, criatividade, firmeza, nobreza,
propósito, clareza.
SAGITÁRIO
Fogo mutável ou mutante
Regência: Júpiter
O último dos signos de Fogo do zodíaco natural é também um signo de ritmo mutável.
Isso explica o fato de Sagitário, dos três signos de Fogo, ser aquele cuja agressividade
é menos evidente a um primeiro olhar. A mutabilidade do signo faz com que este
seja um Fogo volátil, um Fogo “espiritual”. As chamas sagitarianas vertem na direção
do intelecto, permitindo ao tipo uma perspectiva da vida que passa pelo altamente
simbólico. Para a natureza sagitariana típica, os fatos não são tão importantes quanto
as lições que eles têm a oferecer. Sagitário guarda com Gêmeos, seu signo oposto, uma
similitude no âmbito da curiosidade. Entretanto, diferente de Gêmeos, que é movido a
perguntas, Sagitário é movido a respostas, fornecendo-as sem pestanejar, e imbuído
das mais poderosas certezas. O símbolo de Sagitário – uma flecha – mostra bem as
aspirações do signo para as alturas, sejam estas alturas de natureza espiritual ou
ambições mais terrenas.
Júpiter é o planeta regente deste signo, o que ilustra bem o ímpeto de Sagitário para
assumir uma postura de autoridade (moral, espiritual, o que for) sobre os outros.
A mutabilidade do signo se expressa em sua natureza dual, meio humano e meio
cavalo, a ilustrar duas coisas: primeiramente, o fato de Sagitário ser o único dos signos
zodiacais que é representado por uma entidade mitológica, uma criatura que não existe
na natureza, mas é fruto da imaginação humana. Explica bem o fato de que típicos
sagitarianos costumam receber comentários do tipo “fulano não existe, foi inventado”.
Em segundo lugar, esta dualidade mostra bem a divisão interna do tipo – de um lado, a
materialidade; do outro, os impulsos espirituais.
TOURO
Terra fixa
Regência: Vênus
Na chamada “ordem natural”, Touro é o segundo signo do zodíaco. Nele, a planta que
brotou em Áries começa a fincar raízes. O símbolo do signo evoca a cabeça de um
touro, mas também a ideia de uma semente a brotar. A diferença entre os símbolos de
Touro e de Áries é que o primeiro signo do zodíaco se traduz mais como uma vida que
emerge, enquanto que em Touro a robustez da semente chama mais a atenção, como
que a prometer: a vida há de ser grande. Touro é o signo da consolidação, das raízes
que se fincam poderosamente na terra. Evidentemente, Terra é o elemento deste signo,
assim como no caso de Virgem e Capricórnio. Entretanto, Touro é um signo de Terra
e de ritmo fixo, evocando a ideia de rocha sólida. Dentre todos os signos de Terra, é o
mais firme, de menor mutabilidade e grande poder de inércia – o que se traduz tanto em
firmeza de propósito (no positivo) quanto em dificuldade para lidar com mudanças (no
negativo).
O signo é representado por um touro, animal de cólera lenta, porém difícil de amansar
se a fúria for evocada. O temperamento é melancólico, mas aqui vale ressaltar que
não se trata de “melancolia” no sentido contemporâneo que esta palavra assume. O
temperamento melancólico, na antiguidade, se referia a traços de solidez, serenidade,
apreço pela vida terrena. A função psíquica sensorial se alia à regência do planeta
Vênus, fazendo de Touro o mais sensual dos signos zodiacais, o mais apegado aos
prazeres terrenos e às boas coisas da vida.
VIRGEM
Terra mútavel ou mutante
Regência: Mercúrio
O segundo signo de Terra do zodíaco tem ritmo mutável e, portanto, não manifesta a
mesma rigidez de Touro. Virgem expressa sua mutabilidade sob a forma de grandes
interesses intelectuais, que também são marcas registradas da regência de Mercúrio
(regência que compartilha com o outro signo intelectual: Gêmeos). É também o segundo
signo do zodíaco na ordem natural a ser representado por uma figura de forma humana:
uma virgem. A ideia da virgem se traduz como “passo por tudo, mas mantenho minha
pureza”. Não se trata de uma “virgindade” no sentido sexual, mas de uma postura crítica
e autocrítica que não garante, mas estimula um comportamento impoluto.
Perfeccionismo é um dos traços fundamentais do signo que, por ser bastante autocrítico,
custa a dar razão a quem identifica nele tais qualidades. “Eu não sou organizado!”
pode ser uma queixa constante em pessoas tipicamente virginianas, queixa que deriva
de um excesso de humildade misturado com autocrítica severa. As características
mentais são poderosas, mas diferentes das geminianas. Gêmeos tende a ser mais
superficial, enquanto Virgem demanda de si (e dos outros) um nível de detalhamento e
de aprofundamento muitíssimo maior. Há controvérsias sobre o significado do símbolo.
Uma versão diz que o “M” de Virgem tem a ver com uma runa chamada Mannaz, que
representa o poder interior, mas que em Virgem assume uma forma contida, enquanto
que em Escorpião (signo que tem um glifo parecido) assume uma forma agressiva.
Principais virtudes: perfeccionismo, senso crítico, detalhismo, poder organizacional,
humildade, inteligência, dom da pesquisa.
CAPRICÓRNIO
Terra cardeal ou cardinal
Regência: Saturno
O último dos signos de Terra do zodíaco natural é também um signo de ritmo cardeal,
ou seja, que abre uma nova estação (verão no sul, inverno no norte). Signos cardeais,
por natureza, têm uma atitude mais conquistadora, que luta pelas coisas, de modo que
a Terra capricorniana é bem mais ativa e agressiva do que a Terra taurina ou virginiana.
A cabra que sobe a montanha, vencendo as intempéries e jamais abandonando sua
caminhada rumo ao topo, é o animal representativo deste signo, que ilustra bem o
temperamento ambicioso e determinado. Outra representação possível é a de uma
criatura meio cabra e meio peixe: símbolo de uma consciência que sai do estado
indiferenciado (o peixe, que vive em cardumes) para o estado da consciência individual
que almeja o topo das montanhas (a cabra).
Principais defeitos: desconfiança, complicar o que está fácil, rabugice, orgulho, rancor,
materialismo, teimosia.
GÊMEOS
Ar mutável ou mutante
Regência: Mercúrio
Terceiro signo do zodíaco natural e primeiro signo do elemento Ar, Gêmeos é também
o primeiro signo cuja representação imagética é a de seres humanos. Fazendo uma
analogia com o desenvolvimento da vida humana, Áries é como a criança que nasce
e grita sua existência ao mundo; Touro é a criança sendo nutrida e fortalecendo seu
corpo; Gêmeos é quando a criança aprende a falar. Por isso mesmo, as questões de
comunicação são tão importantes para este signo, que, além de regido pelo planeta
Mercúrio (que, na Astrologia, representa a função comunicativa), é também de Ar (o
elemento-mor da comunicação) e de ritmo mutável ou mutante. Portanto, é o Ar mais
“solto” e flexível, se comparado aos outros signos do mesmo elemento (Libra e Aquário).
LIBRA
Ar cardenal ou cardinal
Regência: Vênus
O segundo signo de Ar do zodíaco natural é regido pelo planeta Vênus e, por isso
mesmo, traz consigo muito mais as qualidades sociáveis do Ar. Enquanto Gêmeos,
o primeiro signo de Ar, é caracterizado por um impulso mercurial à curiosidade e ao
questionamento, Libra é o signo mais voltado para o tema dos relacionamentos. Não
se trata, contudo, de um impulso “romântico”, mas do poderoso desejo intelectual de
compreender como funcionam as relações humanas. Por ser uma versão cardeal do
elemento Ar, Libra é também mais voltado para a conquista. Como signo oposto a
Áries, contudo, Libra não conquista as coisas pela força ou pela agressividade, mas,
sobretudo, pela diplomacia. O símbolo deste signo é autoexplicativo: uma balança.
Chama a atenção o fato de que Libra é um dos únicos signos zodiacais cuja
representação imagética se refere a um objeto construído pelo homem, e não a
algo que exista espontaneamente na natureza. Por isso, Libra é o signo que melhor
representa o impulso civilizacional, a fuga do estado de natureza que nos torna sujeitos
às intempéries desordenadas da vida. Em Libra, a existência assume uma controlada
conformação de harmonia, simetria e sofisticação em um sentido que não existe no
estado natural. Por mais que se fale em “harmonia da natureza”, o estado libriano de ser
é aquele fornecido pelo conforto das civilizações, com seus aparelhos de refrigeração
de ar, as paredes devidamente pintadas e as leis muito bem definidas que permitem que
nós não vivamos em um estado de completa selvageria.
Principais virtudes: senso estético, diplomacia, gentileza, civilidade, capacidade de
escuta, bom gosto, alteridade.
AQUÁRIO
Ar fixo
Regência: Saturno | Regência moderna: Urano
O último dos signos de Ar do zodíaco natural é também um signo de ritmo fixo. Dentre
todos os signos de Ar, portanto é o mais constante, o mais “sólido” e concentrado. Note
algo importante: o fato de Aquário ser o mais concentrado dos signos de Ar não faz
com que “concentração” seja uma virtude do tipo. É que, comparativamente a Gêmeos
e Libra, Aquário tem uma natureza mais consistente. Se Gêmeos representa os ventos
dispersos e imprevistos e Libra representa a brisa fresca de um agradável fim de tarde,
Aquário toma a forma dos ventos poderosos, constantes, que nos empurram neste ou
naquela direção – que, de preferência, será a direção contrária àquela estabelecida
pela maioria. “Seja diferente” é um poderoso mote do tipo classicamente aquariano, e
ele leva isso muito a sério, contaminando os outros ao redor. O símbolo de Aquário, as
ondas, representam também as ondas da mente: pensamentos transmitidos aos demais,
como que a conclamar o mundo a uma revolução.
A representação do signo é uma figura andrógina que verte um vaso de água para o
chão. Por isso, Aquário também é conhecido como Aguadeiro. Ele está abdicando da
água, entregando-a à terra. Sendo a água um símbolo das emoções e do passado,
quando a figura andrógina se libera do excesso de peso, é porque está se tornando
suficientemente leve para caminhar na direção do futuro.
Principais defeitos: utopias tirânicas, irrealidade, conflito entre teoria e prática, ideias
incompreensíveis, desprezo ao passado, arrogância intelectual.
A Água é motivada pela segurança, seja ela emocional ou material. O que repele o tipo é
qualquer situação de desconfiança. Por ter um processamento emocional lento, a Água
costuma ser ressentida, e só se abre e relaxa após muito tempo, caso seja magoada ou
traída.
A Água é o elemento mais resistente de todos. Apaga o Fogo ou, se o Fogo estiver
forte demais, apenas evapora e vai se condensar em outro lugar. Fertiliza a Terra ou
a converte em lama, mas a Terra não pode destruir a Água – no máximo, desviará o
curso de um rio. A Água passa pelo Ar e nada acontece, mas é impossível respirar
naturalmente o Ar debaixo d’água. Quanto mais o mar recua, maior será a onda
seguinte. A Água é o símbolo da força em seu estado mais bruto, persistente, irresistível.
CÂNCER
Água cardeal ou cardinal
Regência: Lua
Câncer é um signo voltado ao passado, e este traço por si só não é bom ou ruim.
Depende de como a pessoa o vive. Pode se manifestar, por exemplo, como grande
valorização da história e dos processos históricos, mas também pode tomar a forma de
apegos, ressentimentos e rancores. De imaginação poderosa, Câncer é o signo que
melhor representa a capacidade do elemento Água para captar o que ninguém mais
vê, percebendo correntes sutis e aspectos da realidade que passam despercebidos
para outros tipos zodiacais. Assim como Escorpião e Peixes, é um signo de Água e de
temperamento fleumático (aparenta indiferença, mas é profundamente emotivo). A Água
de Câncer, entretanto, por ser cardeal, não é tão vaporosa quanto a de Peixes e nem
tão sólida quanto a de Escorpião.
ESCORPIÃO
Água fixa
Regência: Marte | Regência moderna: Plutão
O segundo signo de Água do zodíaco natural é também um signo de ritmo fixo, de modo
que “gelo” é a forma mais adequada quando falamos em “água fixa”. Por isso mesmo,
leigos em Astrologia tendem a se surpreender quando descobrem que Escorpião é
um signo de Água. Acontece que as emoções escorpianas são tão concentradas e
poderosas, que assumem uma conformação exterior de indiferença. Característica,
aliás, compartilhada com o primeiro signo de Água, Câncer. Ambos possuem carapaças
duras com interiores moles. Em Escorpião, a superconcentração de Água toma a
forma de grande poder transformador. Nada permanece o mesmo após ser tocado pela
perspectiva escorpiana.
A regência tradicional atribuída a Escorpião é Marte, que neste signo toma a forma de
uma agressividade mais estratégica do que a expressão extrovertida em Áries. Se Áries
é o guerreiro que vai à luta, Escorpião é o estrategista que organiza os movimentos.
Para os astrólogos modernos, Plutão é tido como regente de Escorpião, caracterizando
o aspecto do signo que é ligado à ideia da morte num sentido de transformação, de
eliminação do que não serve mais e deve ser purificado para permitir o renascimento
em novas formas. O símbolo de Escorpião, similar ao de Virgem, evoca a runa Mannaz,
mas em Escorpião assume a forma de ataque, de poder exercido implacavelmente.
Principais virtudes: concentração, transformação, profundidade, destemor, astúcia,
auto-regeneração, resistência.
PEIXES
Água mutável ou mutante
Regência: Júpiter | Regência moderna: Netuno
O último dos signos de Água do zodíaco natural é também um signo de ritmo mutável.
A Água pisciana, portanto, é a mais móvel dentre todas, jamais se manifestando como
a Água parada e dada ao acúmulo de toxinas de seus irmãos Câncer e Escorpião. A
mutabilidade se manifesta em uma Água que pode ser ora quente e ora fria, podendo
também ser o vapor d’água, volatizando-se para as alturas quando o ambiente está
quente demais, para então se condensar novamente em outro lugar mais aprazível.
O comportamento de fuga, tão forte no signo de Peixes, é tanto estratégia quanto
necessidade. O psiquismo pisciano, altamente influenciável por correntes ambientais,
não lida bem com intempéries e prefere evadir-se a enfrentar.
Note-se que o nome do signo é “Peixes”, no plural. Isso tem a ver com o ritmo mutável,
sempre duplo: não estamos falando de um peixe, mas de vários. Um quer uma coisa,
o outro quer outra e, deste modo, Peixes pode ser tão contraditório quanto Gêmeos ou
Sagitário. Entretanto, quando os peixes estão na harmonia do cardume, duas coisas
são certas: é difícil pegá-los e se você pega um, não pegou todos. Por isso, a despeito
da aparente fragilidade psíquica, é muito difícil vencer Peixes em uma disputa. Como
a Água, em geral, Peixes conquista mesmo que tenha que recuar. Vale lembrar que
quanto mais o mar recua, tanto maior e mais poderosa será a onda.
Júpiter é o regente tradicional deste signo, representando a atração do tipo por questões
de ordem filosófica e espiritual. Netuno é o regente moderno, sugerindo a natureza
compassiva, assim como a inclinação para a ilusão.
Principais virtudes: compaixão, empatia, serviço, doação, senso de coletividade,
afetividade, sensibilidade intuitiva.
Observando o zodíaco natural, você pode perceber que ele segue uma sequência de
elementos e ritmos, conforme a tabela abaixo:
Quando o Fogo se une com a Água, temos água fervente ou lava, o que resulta em
uma personalidade em ebulição, mas que apresenta problemas de energia. Pode haver
uma oscilação entre muita disposição e arrefecimento quase total, justificada pelo fato
de Água e Fogo serem elementos que não se harmonizam facilmente. São muitas
emoções o tempo todo - tanto positivas quanto negativas - e o indivíduo não apenas
vê tudo com cores muito carregadas, como colore as coisas de um modo mais intenso
do que elas realmente são. Divertido e criativo, o tipo oscila entre introversão (Água) e
extroversão (Fogo), podendo ser oras caloroso e oras frio, mas quase sempre dramático
em expressão e perspectiva das coisas. Exemplo: Vera Fischer (atriz).
Exatamente oposto ao tipo Fogo-Terra, caracterizado por sua dureza, o tipo Ar-Água
possui distinguível leveza de personalidade, decorrente da união dos elementos cujas
funções são a mental e a emocional. Sensível e dotado de grande inclinação artística,
o tipo Ar-Água possui notáveis habilidades relacionais e um entendimento natural da
psicologia, tanto das massas quanto dos indivíduos. Todavia, Ar e Água são funções
psíquicas opostas, e isso pode ser identificado em um comportamento contraditório, que
diz uma coisa e pouco depois defende o seu oposto. Fascinado pela beleza, lida mal
com intempéries e teêm pouca resistência física e psicológica a situações de estresse.
Exemplo: Papa Francisco.
A união do Fogo com a Terra em uma mesma pessoa desencadeia em primeiro lugar um
tipo de estresse muito fácil de identificar: a pessoa é uma contradição intensa entre um
impulso progressista, inovador e conquistador (Fogo) e uma necessidade de segurança
e estabilidade (Terra). Quando tais forças estão mais ou menos harmonizadas,
manifesta-se um tipo de personalidade que atua como um trator, passando por cima
de qualquer coisa que se coloque entre ela e seu objetivo. A energia do Fogo se une à
capacidade de concretização da Terra, e há pouco que a pessoa não consiga quando
deseja algo. Pode ser um tipo cruel e que desconsidera os aspectos emocionais e, por
isso, costuma ter problemas de relacionamento. Exemplo: Madonna (cantora).
O tipo misto Terra-Água (ou Água-Terra) é caracterizado pela união dos dois elementos
“negativos”, “femininos”, “yin”. A Água fertiliza a Terra, e, assim, o indivíduo é
extremamente resistente, constante, firme, confiável, mas pode ter dificuldades sérias
para se relacionar ou para lidar com situações que exijam rapidez. Os problemas de
relacionamento decorrem do fato de ser um tipo psicológico que tende ao ressentimento
(Água) e a uma necessidade tão grande de estabilidade (Terra), que o leva a desconfiar
demais. Possui uma perspectiva bastante realista do mundo e das pessoas, ainda que
eventualmente resvale para um pessimismo. É o tipo mais constante e fiel a ideias e
pessoas. Exemplo: Papa João Paulo II.
O clássico tipo misto Fogo-Ar (ou Ar-Fogo) é caracterizado pela união dos dois
elementos “positivos”, “masculinos”, “yang”. O Ar alimenta o Fogo, de modo que o
sujeito é bastante enérgico, de temperamento aberto e sociável, otimista e confiante,
mas também invasivo e agressivo, e possui dificuldade para cultivar uma vida interior.
Lida mal com solidão, devido ao fato de possuir grande necessidade de interação (Ar)
e dificuldade para ficar parado em um canto (Fogo). Relaciona-se com o mundo de um
modo mais teórico do que objetivo, e pode ter sérias dificuldades com a realidade prática
das coisas. É, contudo, o tipo mais criativo. Exemplo: Barack Obama (presidente dos
EUA).
Tipos trinos
Ar Água Fogo
Água Ar Terra
AULA 4
SOL:
Centro de consciência
O Sol leva exatamente um ano para dar a volta na roda zodiacal. Isso porque o ano, em
nosso calendário, é uma contagem que se pauta no movimento da Terra em torno do
Sol.
Representando a luz e a clareza, a posição do Sol por signo representa algo que está
nítido, claro e consciente em um indivíduo. Já a ocupada pelo Sol representa um setor
da vida em que o indivíduo tende a ver tudo com grande clareza.
O Sol rege Leão e se exalta em Áries, pois estes dois signos possuem características
que se afinam com o Sol. No caso de Leão, a clareza. No caso de Áries, a
espontaneidade. Ele se exila em Aquário e tem queda em Libra, pois estes dois signos
possuem características que o contradizem. Aquário, por exemplo, se preocupa com o
todo, enquanto o Sol é aquela parte de nosso Mapa relacionada ao individualismo. Libra,
por sua vez, é um signo que dá muita importância ao outro, enquanto o Sol se refere à
nossa importância.
Entretanto, ressalto: nada disso significa que, em um Mapa Astral de nascimento, o Sol
em Leão é melhor do que o Sol em Aquário. As dignidades planetárias servem para
ilustrar o fato de que alguns signos têm a natureza de alguns planetas, enquanto outros
não.
LUA:
Expressão
A Lua fica em torno de dois dias e meio em cada signo, levando cerca de 29 dias para
dar uma volta completa em torno da eclíptica zodiacal. Ao longo de um ano, a Lua
completa a roda zodiacal treze vezes. A Casa ocupada pela Lua representa uma zona
da vida em que nos encontramos especialmente confortáveis e à qual nos dirigimos
sempre que precisamos de um pouco de colo e acolhimento. Em geral, a Casa da Lua
representa uma área da vida sobre a qual temos domínio decorrente do hábito.
A Lua rege Câncer, pois ambas as coisas representam o passado, e se exalta em Touro,
pois ambos representam o conforto. Ela se exila em Capricórnio, pois Capricórnio é
excessivamente ambicioso para as necessidades “lunares” de conforto. E a Lua está em
queda em Escorpião, por motivos semelhantes ao do exílio: o animal escorpião prefere
ambientes inóspitos e está acostumado a lutar, o que contraria o impulso lunar pelo
conforto.
Para pensar: como você acha que reage emocionalmente cada pessoa de acordo
com a Lua em cada signo? Por exemplo: quem é mais explosivo, uma pessoa cuja
Lua está em Áries ou alguém que tem a Lua em Capricórnio? Por quê? Quem tende a
racionalizar as próprias emoções o tempo todo? Alguém com Lua em Câncer ou alguém
cuja Lua está em Aquário? Por quê?
MERCÚRIO:
Processos de pensamento e comunicação
Uma vez que o planeta Mercúrio está muito próximo ao Sol, a partir de uma perspectiva
terrestre este planeta sempre estará no mesmo signo que o do Sol, um antes ou um
depois. A título de exemplo: se uma pessoa tem o Sol em Libra, o planeta Mercúrio
só poderá estar em Virgem, Libra ou Escorpião. Qualquer outra posição é impossível.
Também por isso, Mercúrio leva aproximadamente um ano para dar a volta na roda
zodiacal.
A posição de Mercúrio por signo mostra como nos comunicamos, assim como nossos
processos mentais. A posição de Mercúrio por Casa mostra uma área da vida onde
exercitamos nossa comunicação, assim como um setor da existência que tentamos
entender intelectualmente, a partir de pesquisas dedicadas.
Mercúrio rege Gêmeos e Virgem e se exalta também em Virgem. Ambos os signos são
muito racionais e intelectuais, e daí vem a afinidade com Mercúrio.
VÊNUS:
Afetividade, gostos
Assim como Mercúrio, o planeta Vênus está muito próximo ao Sol. Em decorrência
dessa proximidade, os signos ocupados por Vênus só podem ser os dois anteriores ao
do Sol, o mesmo signo do Sol ou os dois posteriores. Uma pessoa que tem o Sol em
Câncer, por exemplo, só poderá ter Vênus em Touro, Gêmeos, Câncer, Leão ou Virgem.
Nenhum outro signo será possível. Também por isso, Vênus leva pouco menos de um
ano pra dar a volta na roda zodiacal.
A Casa ocupada por Vênus representará uma área da vida onde tendemos a querer
harmonia e beleza, uma área cujas características valorizamos bastante.
Vênus rege Touro e Libra, pois ambos os signos estão associados a questões de beleza,
conforto, prazeres e relacionamentos. Exalta-se em Peixes, que é onde a afetividade se
encontra de modo mais pleno. Vênus se exila em Escorpião e Áries, signos que tendem
mais à competição e à intranquilidade do que ao afeto e à paz. Vênus está em queda
em Virgem, signo inclinado para o recalque afetivo.
Para pensar: considerando o que você leu na apostila sobre signos e o que aprendeu
sobre elementos, uma pessoa que tem Vênus em Áries será afetivamente mais “atirada”
ou mais contida? Quem é mais dado ao apego nos relacionamentos: quem tem Vênus
em Sagitário ou quem tem Vênus em Câncer? Uma pessoa cuja Vênus esteja em
Aquário valorizará o quê em uma relação amorosa?
MARTE:
Processos de luta, agressividade
Marte leva aproximadamente dois anos e meio para dar uma volta completa na roda
zodiacal. Quando esse planeta transita por um signo, mostra como a pessoa luta
por seus objetivos. Este planeta faz par com Vênus quando a questão é avaliar a
sexualidade, conforme já explicado anteriormente. Mas, além disso, se o estudante
deseja avaliar de que maneira a pessoa expressa sua agressividade, de que modo luta
pelas coisas, Marte é o planeta mais importante para se analisar. A forma de expressão
da vontade será revelada tanto pela análise do signo solar quanto do signo marciano,
mas Marte assume um significado especial.
Dando um exemplo: se a pessoa tem o Sol em Áries (um signo mais agressivo, diretivo
e competitivo), mas possui Marte em Câncer (um signo muito tenaz, mas que tende
a ações indiretas, laterais, estratégicas), o modo de lutar pelas coisas terá muito
mais a ver com Câncer do que com Áries. Por conta de contradições do tipo, muitas
pessoas depõem coisas do tipo: “eu sou ariano, mas não sou uma pessoa impulsiva.
Normalmente, calculo bem o que vou fazer”. Isso acontece justamente por conta do que
foi explicado: quem mostra de que modo lutamos é a posição de Marte.
A Casa ocupada por Marte representará um setor da existência onde tendemos a brigar,
lutar para conquistar, mas que é também uma zona de estresse.
Marte rege Áries e Escorpião, dois signos voltados para a luta e a conquista. Marte se
exalta em Capricórnio, por conta da afinidade deste signo com metas ambiciosas. Marte
se exila em Libra e Touro, dois signos mais voltados para a sombra e água fresca. Marte
está em queda em Câncer, signo mais voltado para a autopreservação do que para
desafios.
Para pensar: de que modo uma pessoa com Marte em Gêmeos luta pelo que quer?
Quais as diferenças entre ela e alguém que tem Marte em Capricórnio? Quem mais
gosta de desafios difíceis: Marte em Escorpião, Marte em Sagitário ou Marte em Libra?
Por quê?
JÚPITER:
Expansão
Júpiter é um planeta semilento, levando em torno de doze anos para dar uma volta
na roda zodiacal. Ou seja: ele permanece em torno de um ano em cada signo. Por
conta disso, a posição por signo do planeta Júpiter diz respeito muito mais a questões
coletivas que tinham importância naquele ano. Em uma análise astrológica individual,
avaliaremos a posição da Casa de Júpiter. O signo importará no sentido de contagem
dos elementos, e também mostrará características coletivas das pessoas nascidas
naquele específico ano.
A Casa ocupada por Júpiter representa tanto um setor da vida onde somos mais
afortunados, quanto experiências nas quais investimos muita energia.
Júpiter rege Sagitário e Peixes, os dois signos mais relacionados a valores espirituais.
Júpiter se exalta em Câncer, outro signo muito apegado a valores em geral. Júpiter se
exila em Gêmeos e em Virgem, os dois signos mais relativistas do zodíaco. Júpiter entra
em queda em Capricórnio, signo pouco expansivo e mais dado a estabelecer limites.
Para pensar: quais os traços mais valorizados quando Júpiter transita por Libra?
Quem valoriza mais a liberdade: Júpiter em Aquário ou Júpiter em Touro? Por quê?
Quem valoriza mais a ordem: Júpiter em Áries ou Júpiter em Capricórnio? Por quê?
SATURNO:
Contração, restrição
Saturno é, como Júpiter, um planeta semilento. Ele leva quase 29 anos para dar uma
volta completa na roda zodiacal, permanecendo em um mesmo signo por um tempo de
aproximadamente dois anos e meio. Por isso, a posição do signo de Saturno diz mais
respeito à geração em que a pessoa nasceu do que a traços individuais, ainda que
utilizemos o signo de Saturno para calcular a proporção dos elementos. Saturno tem
dois lados: por um lado, representa limitações, restrições, inseguranças. Com o tempo,
se converte em um ponto de maestria.
A Casa ocupada por Saturno, contudo, tem grande importância individual e representará
um setor da existência em que a pessoa sente fortes limitações e restrições, mas que,
com o passar dos anos e o acúmulo de experiência, se converte em um setor da vida
em que a pessoa atinge maestria.
O signo ocupado por Saturno, como já foi dito, representará limitações e inseguranças
coletivas. Pontos frágeis que deverão ser aprofundados e que podem – como
possibilidade, note, mas não como garantia – se converter em sólida estrutura.
Para pensar: quando Saturno passa por Sagitário, quais os aspectos coletivos
que estão sendo colocados em xeque? Quais as características que se encontram
recalcadas, fragilizadas? Em que podemos nos tornar mestres? E mais: qual
posicionamento de Saturno mostra melhor as crises diplomáticas e coloca em xeque a
ideia de harmonia entre as pessoas: Saturno em Virgem, em Libra ou em Escorpião?
Por quê?
URANO:
Revoluções
Urano é um planeta lento, levando em torno de 84 anos para dar a volta em torno
da roda zodiacal, permanecendo em média 7 anos em cada signo. Por isso, não se
considera a interpretação de Urano em um signo como sendo um traço individual, mas
sim um traço geracional. Também não se considera o signo uraniano para cálculo da
proporção dos elementos.
Urano é o símbolo da ruptura e das revoluções. O signo ativado por Urano representará
mudanças sociais intensas, cuja natureza terá a ver com cada signo ativado. Tais
mudanças envolverão toda uma geração de pessoas nascidas naqueles anos. Exemplo:
o começo dos anos 70 do século XX, quando Urano estava em Libra, foi marcado por
uma profunda revolução (Urano) no âmbito dos casamentos (Libra). Divórcios entraram
em pauta com toda força, e as pessoas passaram a experimentar novas formas de viver
juntas.
A Astrologia moderna associa Urano ao signo de Aquário, pois este signo tem tudo a ver
com revoluções e surpresas.
Para pensar: que tipos de mudanças e revoluções eram mais fortes na sociedade
humana durante os anos em que Urano transitou por Escorpião? Pense em contrastes
desta geração com aquela nascida enquanto Urano transitava por Aquário.
NETUNO:
Transcendência
Netuno é um planeta lento, levando em torno de 160 anos para dar uma volta completa
na roda zodiacal e ficando em torno de 13 anos em cada signo. Em decorrência dessa
lentidão, a análise de um Mapa individual não considera a posição de Netuno por signo,
e sim apenas a posição de Netuno por Casa. Também não se considera Netuno no
cálculo dos elementos.
Netuno tem dois significados muito fortes: por um lado, representa ilusões e enganos.
Em um sentido mais positivo, Netuno representa nossos impulsos espirituais, nossa
ânsia por melhorar o mundo, independentemente de nossas crenças (ou falta delas).
O signo ativado por Netuno nos mostra quais aspectos daquele signo serão
instrumentos de engano e ilusão coletivos para uma dada geração. A Casa ativada por
Netuno nos mostra uma área da vida em que tendemos a nos enganar. Em um sentido
mais positivo, o signo de Netuno mostra características que se tornam importantes em
um sentido coletivo, para que a sociedade se torne melhor. A Casa de Netuno também
pode nos mostrar, em um sentido positivo, uma zona da experiência em que tendemos a
ser mais compassivos, generosos, amorosos e altruístas.
PLUTÃO:
Transformações, ressignificações
Dentre todos os planetas, Plutão é o mais lento, levando em torno de dois séculos e
meio para dar uma volta no zodíaco. Sua órbita é tão exótica, que ele pode ficar em
um signo por muito mais ou menos tempo. Já houve momentos em que Plutão ficou
em um signo por 15 anos, mas em outro por 30 anos. Em decorrência disso, a análise
do individual não considera a posição do signo de Plutão, mas tão somente a posição
da Casa. Também não se considera o elemento de Plutão no momento do cálculo dos
elementos.
A Casa de Plutão se refere a áreas da vida em que a pessoa tende a passar por
constantes processos de transformação, ainda que tais transformações decorram de
esvaziamentos profundos e desintegração do que estava supostamente estruturado. Ao
mesmo tempo, representa uma zona da vida em que adquirimos profundo poder com o
passar dos anos.
A Astrologia moderna associa Plutão ao signo de Escorpião, uma vez que este signo
tem a ver com processos profundos de transformação.
Para pensar: que tipos de crises e esvaziamentos têm a ver com a posição de Plutão
no presente momento? Plutão está em Capricórnio há alguns anos. Como isso se
contrasta com crises ocorridas quando Plutão transitou pelo signo oposto, Câncer?
AULA 5
AS CASAS ASTROLÓGICAS
4 Minhas raízes. Para onde me volto quando Família. Representa também as condições de
necessito recarregar baterias. vida na velhice.
Observe que as questões levantadas pelas Casas devem ser interpretadas em conjunto
com outros fatores do Mapa. A Casa 7, por exemplo, representa nossas experiências
relacionais mais íntimas e o que buscamos nas pessoas. É preciso interpretá-la
comparativamente ao planeta Vênus, que também representa o que consideramos belo
e atraente nos outros. As Casas 3 e 9 representam estudos, e devem ser analisadas
em comparação a Mercúrio, planeta que representa nossos processos intelectuais. E há
também os aspectos planetários, tema de nossas aulas finais.
A prática astrológica é simples, mas jamais simplória. O fato de que muitos pontos
parecem se contradizer não configura nenhuma estranheza. Ao contrário: estranho seria
se não houvesse contradição, considerando que a vida é tão complexa. Seres humanos
são, por natureza, contraditórios. Temos muitos lados, e eles muitas vezes estão em
conflito entre si. É como se fôssemos um palco, onde muitos personagens atuam. Às
vezes estes personagens estão em harmonia, mas muitas vezes eles estão em conflito
entre si. Sobre isso, recomendo a leitura de “O Código do Ser”, escrito pelo psicólogo
James Hillman e lançado no Brasil pela Editora Objetiva.
Dando um exemplo simples: imaginemos alguém que tenha Vênus em Sagitário, mas
o signo da Casa 7 seja Escorpião e que ela tenha, ali, o planeta Marte. Vênus mostra
o que essa pessoa considera belo e atraente e, levando em conta o signo de Sagitário,
podemos afirmar que ela aprecia pessoas bem humoradas, de temperamento mais
leve e solto. Seu “estilo amoroso” é mais aventureiro e descolado do que apegado.
Entretanto, Escorpião na Casa 7 mostra que ela atrai tipos mais controladores, mais
dominadores. Pra completar, a presença de Marte na Casa 7 mostra que ela tende a
atrair pessoas mais agressivas e competitivas. Você pode se perguntar: “então, o que
está certo?”. A resposta já foi dada: tudo está certo. Não é nada estranho que uma
pessoa prefira uma coisa, mas atraia outra.
Há, entretanto, uma regra aconselhável: dado o tempo limitado de duração de uma
consulta, e considerando que nem mesmo uma sessão de seis horas esgota os
significados de um Mapa, recomendo que você se concentre em tudo aquilo que se
repetir pelo menos três vezes.
Por exemplo: há três pontos que apontam para um comportamento agressivo? Isso
será dominante, mesmo que a pessoa tenha um ponto que mostra um comportamento
diplomático. A pessoa pode ter a Lua em Libra, cujo significado é de reações emocionais
mais ponderadas e razoáveis, mas se tiver também – por exemplo – Marte na Casa
1 (projeta a si mesma como agressiva), Ascendente em Leão (transmite uma vontade
poderosa) e o Sol conjunto a Júpiter (personalidade intensa, entusiástica e invasiva), fica
evidente que os pontos mais “incendiários” predominarão sobre o ponto “cortês e gentil”.
Assim, não é que o posicionamento que representa diplomacia (Lua em Libra) deixe
de ter valor. Ele continua ali, e sem dúvida se manifestará. Ele é apenas mais fraco se
comparado ao resto.
É importante saber que, em cada Mapa, as Casas podem ser ocupadas ou não por
planetas, mas, na prática, não existem “Casas vazias”. Ainda que determinada Casa não
tenha planetas, haverá um signo que marcará seu início (cúspide). Neste caso, basta
considerar o planeta regente do signo que inicia a Casa e procurar em qual Casa este
planeta incide.
Um exemplo: digamos que a Casa 2 não tenha planetas, mas você deseje verificar as
tendências financeiras da pessoa. Proceda, então, da seguinte forma:
Exemplo: Casa 2 sem planetas. Gêmeos está no início da Casa 2. Mercúrio, regente
de Gêmeos, está na Casa 7. Há uma ligação direta entre a Casa que representa
recursos financeiros (2) e a Casa que representa casamentos e sociedades (7). Isso
pode significar várias coisas: que os ganhos financeiros da pessoa dependem de
associações, por exemplo.
Conforme dito em aula, as Casas têm tamanhos desiguais, ao contrário dos signos.
Quanto mais para o Norte ou para o Sul, mais diferentes serão os tamanhos das
Casas. Nascimentos ocorridos perto do Equador terão Casas cujas dimensões são
semelhantes.
Para aprofundar o assunto das Casas, o livro mais recomendado é “As Doze Casas”, de
Howard Sasportas (Editora Cultrix).
Confira a seguir uma tabela com alguns significados positivos e negativos dos
planetas tradicionais nas Casas. Levando em conta as tabelas, procure você também
desenvolver raciocínios a partir do que aprendeu. Que outros significados seriam
possíveis para cada planeta nas Casas?
Dificuldades
Recursos Conforto Boa sorte
Valores Conflitos por financeiras
2 Claro senso de
valores
sazonais
de múltiplas
fontes. Destreza
financeiro.
Valoriza a
recursos, brigas
financeira.
Risco de
iniciais. Torna-se
(oscilantes) por dinheiro mestre com o
econômica beleza e o luxo desperdícios
tempo
Inicialmente
Palavra hesitante na
Grande Polêmico, dado Persuasivo,
3 Clareza na
comunicação
envolvente,
carismática, fala
habilidades
Diplomacia,
cortesia
a disputas condutor de
comunicação.
Com o tempo:
comunicativas verbais massas
às emoções domínio da
linguagem
Diverte-se Diverte-se
5 Diverte-se
criando
Diverte-se com
o passado
Diverte-se com
estudos
Diverte-se com
romances e arte
Diverte-se com
lutas e disputas.
com filosofia e com filosofia e
religião. trabalho
O trabalho
O trabalho Trabalho, pesquisa O trabalho O trabalho O trabalho
6 Brilha no
trabalho
como fonte de e estudos como espaço como espaço
como porta
de grandes
como sacrifício
segurança interligados de harmonia de conflitos necessário
oportunidades
7 Busca o que é
brilhante
Busca o que é
acolhedor
Busca o que é
inteligente
Busca o que é
belo
Busca o que é
forte
Busca o que é
inspirador
Busca o que é
sábio
Crises de
8 identidade
Crises
emocionais
Crises intelectuais Crises afetivas
Crises
competitivas
Crises de ideais Apego a crises
Brilha nos
9 estudos
Conforto na vida
acadêmica
Pesquisas
acadêmicas
Diplomacia na
vida acadêmica
Competição
acadêmica
Oportunidades
acadêmicas
Limitações
acadêmicas
superiores
Influência
Influência Grandes
10 Brilho público
Vida pública
oscilante
intelectual sobre
diplomática
sobre o meio
Poder sobre o
meio
oportunidades Respeito público
o meio de fama
Percebe como tabelas do gênero terminam funcionando como resumos que tendem
a ser transformados em “receitas de bolo” superficiais? Elas são necessárias para
introduzir o estudante aos conceitos básicos, mas devem ser discutidas e seus
significados precisam ser expandidos a partir do raciocínio do estudante. Por exemplo:
a Lua na Casa 2 significa “valores sazonais”. Isso pode ser interpretado tanto como
uma pessoa cujos valores flutuam e mudam com mais facilidade do que o normal,
como também pode significar alguém que ganha dinheiro com atividades diferentes que
mudam de acordo com as estações. Algo como dar cursos de inglês por seis meses e
nos outros seis meses gerir uma pousada, por exemplo.
E OS PLANETAS LENTOS?
Quando a questão envolve planetas lentos (Urano, Netuno e Plutão) nas Casas, é
preciso imenso cuidado. Tabelas-resumo sobre estes planetas nas Casas tendem a ser
extremamente dramáticas, considerando os significados dados pela Astrologia moderna
a estes planetas. Eu evito terminantemente estimular interpretações do tipo “Urano
na Casa 8 = morte súbita”, ou “Plutão na Casa 7 = amores obsessivos”. Não porque
tais interpretações sejam incorretas, mas porque elas – mais do que a dos planetas
tradicionais – demandam muito mais cautela e confirmação de outros pontos do Mapa.
Um próximo módulo será inteiramente dedicado ao tema dos planetas nas Casas. O
tema “Casas” por si só demanda um curso inteiro que permita explorar detalhadamente
os muitos significados de cada planeta em cada Casa. Para quem quiser se adiantar,
sugiro fortemente a leitura de “As Doze Casas”, de Sasportas.
AULA 6
ASPECTOS
É estudando os aspectos que compreendemos que, por exemplo, duas pessoas com
Vênus em Gêmeos terão diferenças significativas entre si. Essas diferenças dizem
respeito não somente às Casas, mas, sobretudo, aos aspectos.
Os principais aspectos (ou ângulos) utilizados na prática astrológica são aqueles que
decorrem da divisão do círculo pelos números 1, 2, 3, 4 e 6. Os aspectos podem ser
mais fáceis ou mais difíceis. Harmônicos ou tensos. Vamos a eles?
CONJUNÇÃO
A conjunção decorre da divisão dos 360 graus do círculo pelo número 1 e, por isso
mesmo, seu significado é de unificação. Quando dividimos 360 por 1, obtemos o próprio
360. Ou seja: dois planetas estão em conjunção se estão no mesmo grau. A distância
exata é considerada de zero grau. A distância máxima é considerada de dez graus para
mais ou para menos. Mas se um dos planetas for o Sol ou a Lua, a distância máxima é
de doze graus para mais ou para menos.
Dois planetas em conjunção fundem suas naturezas. A conjunção costuma ter valor
neutro, ou seja, será um aspecto mais fácil ou mais difícil a depender dos planetas
envolvidos nela.
PLANETA SOL LUA MERCÚRIO VÊNUS MARTE JÚPITER SATURNO URANO NETUNO PLUTÃO
SOL x Neutro Neutro Harmônico Tenso Harmônico Tenso Neutro Neutro Neutro
LUA x x Neutro Harmônico Tenso Harmônico Tenso Neutro Neutro Neutro
MERCÚRIO x x x Harmônico Neutro Harmônico Neutro Neutro Neutro Neutro
VÊNUS x x x x Neutro Harmônico Tenso Neutro Neutro Neutro
MARTE x x x x x Neutro Tenso Neutro Neutro Tenso
JÚPITER x x x x x x Neutro Neutro Neutro Neutro
SATURNO x x x x x x x Neutro Neutro Tenso
URANO x x x x x x x x Neutro Tenso
NETUNO x x x x x x x x x Neutro
Como podemos entender a conjunção? Pense nos atributos dos planetas sendo
amalgamados quando se conjugam.
Exemplo: Mercúrio em conjunção a Júpiter.
Mercúrio representa pensamento, comunicação.
Júpiter representa expansão, crescimento.
Podemos dizer que uma pessoa que tem Mercúrio em conjunção a Júpiter tem
pensamento rápido, vivaz, ideias que se desenvolvem com facilidade. Podemos dizer
que tende naturalmente ao crescimento (Júpiter) intelectual (Mercúrio).
OPOSIÇÃO
A oposição decorre da divisão dos 360 graus do círculo pelo número 2 e, por isso
mesmo, seu significado é de oposição: dois planetas em posições diametralmente
opostas no Mapa. Quando dividimos 360 por 2, obtemos 180. A oposição é fácil de
visualizar. A figura a seguir nos mostra planetas em posições opostas. A distância exata
é considerada de 180 graus. A distância máxima é considerada de 190 graus e a mínima
é de 170 graus. Mas se um dos planetas for o Sol ou a Lua, a distância mínima é de 168
graus e a máxima é de 192 graus.
Oposições são sempre desarmônicas, com exceção das oposições que envolvem
Mercúrio. Mercúrio é um planeta que costuma se harmonizar bem com todos os outros.
Assim, podemos considerar as oposições envolvendo Mercúrio como sendo neutras.
está recorrentemente entrando em conflito (Marte) com o das pessoas de seu meio.
Como Mercúrio tende mais ao neutro, podemos falar também das qualidades dessa
oposição: pensamento (Mercúrio) ágil (Marte), capacidade de falar (Mercúrio) de
forma contundente e convincente (Marte). Podemos falar de liderança (Marte) cerebral
(Mercúrio), de um bom estrategista (Mercúrio) em guerras e conflitos (Marte) etc.
TRÍGONO
O trígono decorre da divisão dos 360 graus do círculo pelo número 3. Assim, forma-se a
primeira figura geométrica euclidiana: o triângulo. Quando dividimos 360 por 3, obtemos
120. O significado do trígono é de harmonia forte, ou seja, os planetas cooperam entre
si, causando um efeito em geral positivo. Trígonos ocorrem entre signos do mesmo ele-
mento, o que sugere forte cooperação por harmonia natural.
O trígono, por natureza, tende ao harmônico. Isso não significa que defeitos não ocor-
ram como efeitos colaterais. No caso de Vênus em trígono a Júpiter, podemos ter uma
tendência a exagerar (Júpiter) nos prazeres (Vênus), ou a amar (Vênus) demais (Júpi-
ter), dentre outras coisas.
QUADRATURA
A quadratura, como o nome diz, decorre da divisão dos 360 graus do círculo pelo nú-
mero 4. Assim, forma-se um quadrado, símbolo esotérico do conflito. Quando dividimos
360 por 4, obtemos 90. O significado da quadratura é de tensão, ou seja, os planetas
competem entre si, causando desarmonia. Quadraturas ocorrem entre signos não-opos-
tos de mesma triplicidade (cardeal, fixo ou mutável), o que sugere atrito, tanto quanto na
oposição.
Exemplo: Marte a 2 graus de Câncer e Plutão a 7 graus de Libra. Temos uma quadratu-
ra, pois a distância angular entre os planetas é de 95 graus. Neste caso, podemos dizer
que a pessoa luta (Marte) de modo obsessivo (Plutão); que suas raivas (Marte) tendem
a ser pesadas e intensas (Plutão); que suas transformações (Plutão) tendem a ocorrer
de modo conflituoso, feroz (Marte).
A quadratura, por natureza, tende ao desarmônico. Isso não significa que qualidades
não brotem. No caso de Marte em quadratura a Plutão, verifica-se também, em alguns
casos, uma vontade (Marte) poderosa e destemida (Plutão), uma capacidade de lutar
(Marte) para transformar o mundo (Plutão).
SEXTIL
O sextil é outro aspecto harmônico, e decorre da divisão dos 360 graus do círculo pelo
número 6. Assim, forma-se uma estrela de seis pontas, símbolo esotérico da harmonia.
Quando dividimos 360 por 6, obtemos 60. O significado do sextil é de colaboração, ou
seja, os planetas se harmonizam entre si. Sextis ocorrem entre signos de elementos
complementares (Fogo versus Ar ou Água versus Terra), mas que não são signos opos-
tos. Exemplo: Touro e Câncer são de elementos complementares (Terra e Água), mas
não são signos opostos.
O sextil, por natureza, tende ao harmônico. Isso não significa que defeitos não ocorram
como efeitos colaterais. No caso do Sol em sextil a Saturno, podemos dizer que a pes-
soa se leva a sério demais.
2. Um Mapa com mais harmonias do que desarmonias não é “melhor” do que um Mapa
com mais desarmonias do que harmonias. Uma pessoa com harmonias demais pode
ser preguiçosa, e uma pessoa com desarmonias demais pode ser altamente realiza-
dora! É a desarmonia que nos impele a adiante e nos faz querer lutar.
4. Além da mútua recepção, temos também as situações nas quais se evidencia que
um planeta está especialmente poderoso por domicílio ou exaltação. Mercúrio em
conjunção a Marte no signo de Áries, por exemplo, é uma conjunção muito mais
potente do que Mercúrio em conjunção a Marte no signo de Leão. No primeiro caso,
temos uma conjunção Mercúrio-Marte ocorrendo em um signo em que Marte é for-
te (domicílio diurno). No segundo caso, temos uma conjunção Mercúrio-Marte que
ocorre em um signo que não tem a ver nem com Mercúrio e nem com Marte: Leão.
5. Por fim, vale dizer que um aspecto pode existir em versão fraca. É o caso de conjun-
ções que ocorrem em signos diferentes. De trígonos que ocorrem em signos que não
são do mesmo elemento. Oposições que ocorrem em signos não-opostos. Basta,
para tanto, que a distância angular esteja certa. Tomemos um exemplo: Mercúrio a
29 graus de Gêmeos e Vênus a 2 graus de Câncer. Entre um e outro, há três graus
de diferença. Conjunção, portanto. Como envolve signos diferentes, ela é mais fraca.
AULA 7
Observe as Casas sem planetas. Que planetas regem os signos das cúspides (inícios)
dessas Casas? Em que Casas esses planetas estão? De que modo a Casa que esse
planeta ocupa pode afetar a Casa sem planetas que você quer estudar? Exemplo: Casa
6 vazia, mas o regente da signo da Casa 6 está na Casa 11.
RECOMENDAÇÕES
1. Não se analisa Mapa de uma pessoa para os outros, a não ser que a pessoa tenha
autorizado ou que seja menor de idade ou esteja incapaz.
2. Mapas de pessoas públicas, mesmo que sejam de interesse público, devem ser
analisados com restrições. Mesmo as pessoas públicas têm direito à privacidade.
Uma coisa é avaliar as habilidades de um presidente da República ou ator famoso.
Outra é expor características íntimas que só dizem respeito a eles. Lembre-se: uma
coisa é o que interessa ao público, e há limites para isso. Exercite seu bom senso
caso venha a dar uma entrevista falando de Mapas de pessoas famosas.
3. Não é possível ver caráter ou “evolução espiritual” em um Mapa. Não cometa o erro
primário de tentar identificar se a pessoa é “evoluída” ou não.
4. Pelo exposto anteriormente, é antiprofissional analisar o Mapa de um candidato
a emprego sem considerar como esse candidato usa seu próprio Mapa. Não
considerar a realidade efetiva e se prender apenas ao Mapa é uma forma de
preconceito.
5. A Astrologia não é profissão regulamentada. Ninguém precisa de autorização para
exercê-la. Tenha bom senso: pratique-a profissionalmente, cobrando por leituras,
quando você perceber que está de fato pronto(a). Eu passei dois anos e meio
fazendo muito Mapa de graça, testando meu próprio conhecimento, até começar a
cobrar por isso.
6. Você pode e deve cobrar por isso, quando estiver pronto(a). A Astrologia é um
trabalho como outro qualquer. Você está dispendendo dinheiro e tempo para estudar
o assunto e gastará mais tempo ainda para estudar e interpretar o Mapa de quem
encomendar esse serviço a você.
7. Nunca pare de estudar o assunto. Há sempre algo novo e interessante a aprender.
BIBLIOGRAFIA