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Polónia
Dossier de Mercado
Julho 2008
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Índice

1. O País 05
1.1. A Polónia em Ficha 05
1.2. Organização Política e Administrativa 06
1.3. Recursos e Estrutura Produtiva 07
1.3.1. Agricultura 08
1.3.2. Indústria extractiva 10
1.3.3. Indústria transformadora 11
1.3.4. Construção 13
1.3.5. Energia 14
1.3.6.Serviços 15
1.4. Situação económica 19
1.4.1. Política económica recente 19
1.4.2. Perspectivas 23
1.4.3. Enquadramento internacional 25
1.5. Comércio Internacional 27
1.5.1. Evolução da balança comercial 27
1.5.2. Principais clientes e fornecedores 27
1.5.3. Principais produtos transaccionados 29
1.6. Investimento estrangeiro 31
1.7. Turismo 34
1.8. Relações internacionais e regionais 35
1.9. Condições legais de acesso ao mercado 36
1.9.1. Regime geral de importação 36
1.9.2. Regime de investimento estrangeiro 37
1.9.3. Quadro legal 40
2. Relações económicas com Portugal 41
2.1. Comércio 41
2.1.1. Importância da Polónia nos fluxos comerciais para Portugal 41
2.1.2. Evolução da balança comercial bilateral 41
2.1.3. Expedições por grupos de produtos 42
2.1.4. Chegadas por grupos de produtos 45
2.2. Investimento 47
2.2.1. Importância da Polónia nos fluxos de investimento com Portugal 47
2.2.2. Investimento directo de Portugal na Polónia 48
2.2.3. Investimento directo da Polónia em Portugal 49
2.3. Turismo 49

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3. Oportunidades e dificuldades do mercado 50


3.1 Comércio 50
3.2 Investimento 55
3.3 Turismo 59
3.4 “Cultura de negócios” 61

Anexos
Anexo 1 - Principais Produtos Transaccionados entre Portugal e a Polónia (2006-2007) 62
Anexo 2 – Informações úteis 66
Anexo 3 – Endereços diversos 68

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1. O País

1.1. Polónia em Ficha

Área: 312.679 Km2


População: 38,1 Milhões de habitantes (2007)
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Densidade populacional: 122 Hab/km (2007)

Designação oficial: República da Polónia


Forma de Estado República Parlamentar
Chefe do Estado: Lech Kaczyński (eleito em Outubro de 2005)
Chefe do Governo: Donald Tusk

Data da actual constituição: Aprovada pela Assembleia Nacional em 2 de Abril de 1997 e referendada em
25 de Maio do mesmo ano. Entrou em vigor em 17 de Outubro de 1997.
Principais partidos políticos: Plataforma Cívica (PO, movimento de centro-direita); Lei e Justiça (PiS, grupo
de direita conservadora); Partido dos Camponeses Polaco (PSL, grupo de
centro-esquerda); Aliança ”Esquerda e Democratas” (LiD, grupo de centro-
esquerda); União do Trabalho (UP). As últimas eleições parlamentares foram
em Outubro de 2007 e as próximas estão previstas para Outubro de 2011. As
últimas eleições presidenciais foram em Outubro de 2005 e as próximas
deverão ser em Outubro em 2010

Capital: Varsóvia (1.702 mil habitantes) (31.12.2006)


Outras cidades importantes: Łódź, Kraków, Wrocław, Poznań, Gdańsk, Szczecin.

Religião: A maioria da população é cristã, com mais de 95% aderentes à Igreja católica
Romana
Língua: A língua oficial é o polaco.

Unidade monetária: Zloty (Zl)


1 EUR = 3,78 Zl (câmbio médio - 2007)

“Ranking” de negócios: Risco político – BBB (AAA = risco menor; D = risco maior)
Risco de estrutura económica – BBB
“Ranking” em negócios – índice 7,13 (10 = máximo)
“Ranking” geral –35 (entre 82 países)

Risco de crédito: 2 (1 = risco menor; 7 = risco maior)


Aberta sem condições restrictivas. Garantia bancária (decisão casuística)
(COSEC – Julho 2008)

Grau da abertura e dimensão relativa do mercado: Exp.+ Imp. / PIB = 72,3% (2007)
Imp. / PIB = 38,0% (2007)
Imp. / Imp. Mundial = 1,0% (2006)

Fontes: The Europa World Yearbook 2005


The Economist Intelligence Unit (EIU) - Country Report
EIU – Country Profile
EIU Viewswire
Banco de Portugal
COSEC

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1.2. Organização Política e Administrativa

A Polónia, territorialmente, está dividida em 16 regiões (województwo) com um Wojewoda (Presidente da


Região como representante do Governo Central), 314 concelhos (powiat) e em 2478 freguesias (gmina).

Sistema político

A Polónia é uma República com uma forma de governo parlamentar-presidencial, baseada no equilíbrio
e separação dos poderes legislativo, executivo e judicial.

O poder legislativo compete às duas Câmaras do Parlamento – Câmara Baixa ou Sejm, com 460
deputados e à Câmara Alta ou Senat, com 100 senadores eleitos de quatro em quatro anos. O Senado
tem poucas poderes formais, já que qualquer alteração tem de ser submetida à Câmara Baixa, embora
seja considerado um órgão de grande utilidade, tendo em vista a elaboração de propostas de melhoria
legislativa.

O poder executivo é concedido ao Presidente da República e ao Conselho de Ministros. O Presidente


apenas pode dissolver o Parlamento se a Câmara Baixa não aprovar o orçamento anual dentro de
quatro meses, após a primeira leitura, ou não conseguir aprovar a nomeação do Primeiro-ministro depois
de três tentativas. O Presidente pode vetar leis, as quais só poderão passar o veto presidencial se o
Parlamento aprovar a lei por três quintos dos deputados.

O Presidente é também Chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas e pode ser eleito
até ao máximo de dois mandatos de cinco anos cada.
O Primeiro-Ministro é eleito pelo Parlamento, sob a proposta do Presidente da República, o qual nomeia
os membros do Conselho de Ministros.

As últimas eleições parlamentares realizaram-se em Outubro de 2007 e as próximas estão previstas


para Outubro de 2011. Na sequência das eleições parlamentares de Outubro de 2007, o Presidente Lech
Kaczynski nomeou Donald Tusk, líder do PO, para Primeiro-ministro.

Sector público

A Administração Central divide-se em Órgãos Principais e Órgão Centrais. São Órgãos Principais o
Conselho de Ministros, o Presidente do Conselho de Ministros, os Ministros e Chefes dos Comités, que
fazem parte do Conselho de Ministros. Os Órgãos Centrais são compostos por figuras de Presidentes,
Directores, Chefes, Inspectores e Directores Gerais, Secretários e Sub-Secretários (órgãos unipessoais)
e Comissões (órgãos colectivos).

Ao Primeiro-Ministro reportam directamente alguns Órgãos que não se enquadram directamente na


Administração Central, mas desempenham um papel importante na administração governamental,
denominados como Centros Governamentais, Câmaras ou afins.

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Desde o começo da transformação da economia polaca, o processo de privatização das empresas


pertencentes ao Estado foi considerado um dos três pilares da mudança. Como resultado deste
processo - o surgimento das empresas privadas - a estrutura económica alterou-se profundamente.
Actualmente cerca de 96,2% das empresas existentes funcionam no sector privado, geram cerca de 80%
do PIB e empregam 71% da população activa. Em finais de 2006 havia 1.300 empresas estatais, das
quais 407 eram totalmente detidas pelo Estado e 893 tinham maioria do capital do Estado.

Em termos do sistema bancário, a Lei do Banco Nacional da Polónia (BNP), de Agosto de 1997, define a
gestão da política monetária do país. O objectivo básico do BNP é obter a estabilidade dos preços.
Foi criado o Conselho de Política Monetária que tem a responsabilidade de estabelecer as linhas
directrizes da política monetária, com carácter anual.

1.3. Recursos e Estrutura Económica

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Com uma população de 38,1 milhões de habitantes, em 2007, e uma superfície de 312.679 km , a
Polónia é, em termos populacionais e de superfície, o maior país do conjunto dos PECO.

Sob o regime socialista, de economia estatal e planificação central, a indústria pesada mereceu sempre
a preferência das autoridades, em prejuízo das indústrias viradas para a satisfação das necessidades
imediatas da população e do sector de serviços transaccionáveis.

A Polónia era, então, conhecida sobretudo como um grande produtor de carvão, cobre e enxofre, ferro e
aço, no que respeita a matérias-primas e produtos intermédios, e produtor de máquinas e equipamentos,
no tocante a bens de capital. A economia polaca caracterizava-se pelos seus grandes complexos
industriais (que absorviam enormes recursos e eram muito poluentes do ponto de vista ambiental) e pela
inexistência de indústrias ligeiras que pudessem competir no mercado mundial, devido sobretudo a um
sector incipiente de I&D.

A transição para a economia de mercado, de livre iniciativa, que teve lugar entre o final da década de 80
e o início dos anos 90, implicou três alterações radicais no sistema socioeconómico: a introdução da
democracia, com aceitação de um regime pluripartidário; o predomínio da propriedade privada, em
detrimento da propriedade estatal; e, finalmente, a reestruturação profunda do tecido económico.

No período de 1989-2006, a estrutura da economia polaca registou, à semelhança do que fora outrora
observado em outras economias desenvolvidas, o predomínio final do sector terciário na formação do
produto interno bruto (PIB) e a consequente perda de peso dos sectores primário e secundário.

Como resulta dos dados a seguir expostos, pode-se afirmar que tanto a praxis socioeconómica actual,
como a adesão da Polónia à UE, em Maio de 2004, espelham o triunfo das transformações acima
referidas.

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Estrutura Produtiva
1988 2006
% do PIB % do PIB
Agricultura, florestas e pescas 13,1 4,4
Indústria 41,7 25,1
Construção 10,7 6,6
Serviços 34,5 63,9

Fonte: Economist Intelligence Unit (EIU) (Base: Dados oficiais)

São significativas as transformações estruturais levadas a cabo no tecido económico polaco, num
período de apenas 18 anos. As alterações marcadas no peso específico de cada um dos sectores,
retratam um paradigma de crescimento económico acelerado, típico dos países que outrora tiveram
restrições ao livre desenvolvimento das suas forças produtivas.

A estrutura sectorial do emprego registou também alterações igualmente profundas, conforme pode ser
observado na tabela que se segue, traduzindo a inexorabilidade do processo:

Emprego por sectores

1989 2005

Agricultura, florestas e pesca 26,7% 15,9%

Indústria 28,8% 22,9%

Construção 7,8% 5,2%

Serviços 36,7% 55,9%

Fonte: EIU

Enquanto que a produção e o emprego passaram rapidamente da indústria para os serviços, a


agricultura, em termos de emprego, manteve-se mais resistente a mudanças estruturais, dando à
Polónia o seu padrão estrutural distintivo, com um forte desequilíbrio entre a participação do sector
agrícola no emprego e na formação do PIB, o que se tem reflectido num papel activo do Partido dos
Camponeses Polaco na vida socio-política do país.

A importância crescente do sector privado nos capítulos do emprego e da criação de valor confirmam,
também, o alcance das transformações estruturais ocorridas no sistema económico polaco. Com efeito,
o seu peso no emprego subiu de 33,3% em 1990 para 71,6% em 2005 e na formação do PIB de 18% em
1989 para 80% em 2005, enquanto que a sua participação no valor global das exportações e
importações montava a 87% e 88%, respectivamente, em 2006.

1.3.1. Agricultura

Não obstante a maior parte das terras ter pertencido sempre a privados (96% da superfície agrícola,
actualmente), o sector agrícola polaco passou praticamente ao lado das transformações profundas
ocorridas nos outros sectores da economia.

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Participando apenas com 4,4% no PIB em 2006, o sector agrícola empregava à volta de 15% dos
trabalhadores. Relacionando o nível elevado de emprego (embora se trate basicamente de desemprego
encoberto), com o reduzido contributo para a formação do PIB, é evidente a necessidade de uma ampla
reestruturação do sector agrícola, tendo em vista uma apreensão mais completa do mercado, bem como
uma maior eficácia e competitividade do sector. Tornam-se igualmente visíveis os problemas que
assolam a economia e a sociedade rural polaca.

O principal entrave à modernização e ao desenvolvimento da agricultura polaca reside no número


elevado de propriedades agrícolas (cerca de 2 milhões), predominantemente fraccionadas e pequenas
(7,3 ha de dimensão média, face aos 18,7 ha em média no resto de Europa), descapitalizadas,
encaminhando apenas 68% de sua produção para o mercado, trabalhadas frequentemente por
agricultores já idosos, relutantes às mudanças necessárias nas comunidades rurais.

Embora seja consensual a necessidade de uma reestruturação e racionalização urgente do sector, com
o emparcelamento de terras e o reforço da dimensão média das explorações agrícolas como requisitos
indispensáveis, pouco se avançou nesse sentido até ao presente. O baixo nível de desenvolvimento das
infra-estruturas rurais, da rede rodoviária regional, de água canalizada, do saneamento básico e da
gestão ambiental (deficiências a nível de recursos hídricos), agrava ainda mais a situação.

Desde o fim do regime socialista até à adesão da Polónia à UE, os rendimentos agrícolas caíram
também de forma mais ou menos sistemática, em especial nos anos de 2001-2003, em consequência da
queda dos preços dos produtos agrícolas no mercado mundial e do colapso das exportações para a
Rússia e Ucrânia. Tendo, até 2004, os preços dos “outputs” agrícolas ficado quase sempre aquém dos
preços dos “inputs”, os problemas da pobreza e do desemprego no meio rural tenderam a agravar-se.

Esperam-se, nos próximos anos, apoios comunitários importantes para o financiamento necessário da
reestruturação do sector agrícola e dos investimentos em infra-estruturas rurais. Por isso, no processo
de adesão, a negociação do dossier agrícola foi muito difícil, com um “lobby” de mais de 4 milhões de
pessoas a pressionar o Governo para obter o máximo possível de ajudas em termos de financiamentos
directos aos agricultores. O acordo de última hora, negociado na cimeira de Dezembro de 2002, permite
que os subsídios directos comunitários aos agricultores, inicialmente diminutos, possam ser
suplementados por fundos orçamentais de cada Estado até ao limite de 65% ao nível da UE15 em 2006,
e de 70% em 2007.

É indubitável o impacto muito positivo da adesão no sector agrícola, quer graças aos pagamentos
directos ao abrigo da PAC (em meados de 2004, à volta de 1,4 milhões de agricultores já se tinham
candidatado a financiamentos directos da UE), quer devido à eliminação de barreiras às exportações de
produtos agrícolas polacos, o que se traduziu num aumento substancial das suas exportações. Os
preços mais elevados dos produtos agrícolas no resto da UE influenciaram, no pós-adesão, o aumento
dos seus preços no mercado interno, do que resultou o aumento dos rendimentos de muitos agricultores.

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Com cerca de 60% da superfície do país constituída por solos agrícolas e 15,9 milhões de hectares de
terras aráveis, o que o coloca no quarto lugar a nível europeu, a Polónia dispõe de um grande potencial
de desenvolvimento e conta com produções importantes: cereais – 21,8 milhões de toneladas em 2006
(26,9 em 2002), dos quais trigo – 7,1 (9,3 em 2002), centeio - 2,6 (3,8 em 2002), cevada – 3,2 (3,4 em
2002) e aveia – 1,0 (1,5 em 2002); batata – 9,0 (15,5 em 2002); beterraba açucareira – 11,5 (13,4 em
2002); colza – 1,7 (1,0 em 2002); etc.

Não obstante a Polónia continuar a ser um dos dez principais produtores a nível mundial de cereais
(centeio e trigo), batata, beterraba açucareira, etc., pode dizer-se que, como resulta dos dados acima
expostos e de um modo geral, a produção agrícola polaca tem vindo a diminuir de forma mais ou menos
contínua. Contudo, de acordo com um estudo da Comissão Europeia publicado em 1995, a Polónia tem
condições para se tornar um importante exportador líquido de cereais, embora deva manter-se
importador líquido de outros produtos, como o açúcar e os lacticínios.

No âmbito da pecuária, são de destacar, em 2006, as produções de leite (11,6 mil milhões de litros),
ovos (9,7 mil milhões), carne de vaca (690 mil toneladas), de suíno (2,8 milhões de toneladas) e de aves
de capoeira (1,5 milhões de toneladas).

É relevante o facto de, após dez anos de saldos negativos, a balança comercial agrícola ter registado um
ligeiro saldo positivo em 2003, o qual quase que duplicou em 2004, tendo atingido os 1,8 mil milhões de
euros em 2006.

1.3.2. Indústria Extractiva

Rica em recursos naturais, a Polónia contava, em 2005, com algumas reservas importantes confirmadas,
sendo de destacar a hulha (43,3 mil milhões de toneladas), a linhite (13,7 mil milhões), o enxofre (525
milhões), o sal mineral (80 mil milhões), o minério de cobre (2,0 mil milhões) e o minério de zinco (171
milhões).

Apesar da Polónia continuar a ser um dos maiores produtores mundiais de carvão, o peso do “output” do
sector mineiro no valor da produção industrial caiu de 8% em 1995, para 5% em 2005, sendo de realçar
a queda da produção de hulha de 193 milhões de toneladas em 1988, para 95,2 milhões em 2006, a qual
foi, durante a era socialista, a principal fonte energética de produção de electricidade.

Graças a um programa de reestruturação implementado com o apoio do Banco Mundial, foram


encerradas algumas minas e reduziu-se significativamente o número de postos de trabalho.

Das várias produções mineiras, sobressai ainda o cobre refinado que atingiu as 555.907 toneladas em
2006, fazendo da Polónia o maior produtor europeu e o 7º ao nível mundial, com cerca de 3% da
produção mundial.

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1.3.3. Indústria Transformadora

No passado, a indústria transformadora polaca reduzia-se praticamente à refinação e transformação de


combustíveis, à siderurgia e à metalurgia (baseada sobretudo no cobre, zinco, chumbo e alumínio) e à
construção de máquinas. Estes sectores, juntamente com as indústrias química e naval, constituíam a
base do desenvolvimento económico e das exportações do país.

À medida que se afirmava a economia de mercado, a indústria pesada foi perdendo a sua posição
predominante em favor da indústria ligeira e, em especial, do sector dos serviços. De início, ganharam
importância as indústrias têxtil e agro-alimentar e, em especial, a do mobiliário. Todavia, as grandes
alterações na estrutura industrial do país deram-se com o enorme crescimento do sector automóvel, que
concentrou as preferências dos investidores estrangeiros e conquistou um papel de destaque no âmbito
das exportações.

Com uma participação de 17,2% na produção industrial, em 2005, os sectores alimentar e de bebidas
continuam a desempenhar, sem dúvida, um papel de destaque. Merecem igualmente destaque a referida
indústria de móveis (em 2006, a Polónia surgia como o quinto maior exportador mundial) e de plásticos,
convertendo a Polónia no mais importante centro de produção e transformação de matérias plásticas da
Europa Central. Em 2005, a produção de matérias plásticas rondava 1,68 milhões de toneladas (0,7% da
produção mundial), enquanto que a sua transformação ascendia em média a 2,5/2,9 milhões de
toneladas de produtos ao ano.

Pelo seu peso no valor global das exportações, destacam-se os seguintes sectores: veículos
automóveis; máquinas e aparelhos eléctricos; máquinas e aparelhos mecânicos; mobiliário; obras de
ferro fundido, ferro e aço; plásticos e suas obras; combustíveis/óleos minerais; embarcações e estruturas
flutuantes; madeira e obras de madeira. Há que realçar ainda uma especialização crescente da Polónia
em determinados tipos de actividades industriais, como as ligadas à indústria automóvel ou à produção
de televisores, estimando-se, por exemplo, que, em 2010, cerca de 50% dos ecrãs planos
comercializados na Europa serão fabricados na Polónia.

Baseada principalmente nas marcas Fiat (o principal investidor ocidental no país) e Opel/General Motors,
a produção de automóveis de passageiros cresceu rapidamente de 338.000 em 1994, para 647.000
unidades em 1999. A desaceleração económica doméstica e internacional, de 2000 para 2002, reduziu
drasticamente a produção até 288.000 unidades em 2002, acelerando até 540.000 em 2005 e depois
632.184 unidades em 2006 (das quais 43% da Fiat e 26% da Opel/General Motors). O grosso desta
produção destinou-se aos mercados externos, já que com a adesão à UE as vendas domésticas de
carros novos caíram drasticamente, tendo sido o país então inundado pela importação de veículos
usados. Em 2006, a Polónia produziu também 76.000 veículos pesados, 12.000 tractores agrícolas e
36,5 milhões de pneus. No entanto, o país tem vindo a perder terreno para os seus vizinhos na
competição pela instalação de novas fábricas de automóveis, tendo a Toyota preferido investir na
República Checa em 2002 e a Hyundai na Eslováquia em 2004.

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A produção de aço bruto caiu de 20 milhões em 1989, para 8,4 milhões de toneladas em 2002, tendo
vindo desde então a recuperar até às 10 milhões de toneladas em 2006, para o que terá certamente
contribuído a privatização da companhia Polskie Huty Stali – PHS (60% da produção e 70% do emprego
do sector) vendida, em finais de 2003, ao grupo britânico LNM (agora Mittal Steel). A outra grande
empresa siderúrgica da Polónia, a Huta Warszawa, foi privatizada durante a década de 90, pertencendo
actualmente ao Grupo Arcelor. Em 2005, a Polónia ocupava o 21º lugar no “ranking” dos maiores
fabricantes de produtos siderúrgicos do mundo. Todavia, o sector continua a necessitar de meios
financeiros importantes para a modernização dos seus equipamentos e o desenvolvimento de produtos
de maior valor acrescentado, pois a oferta polaca é dominada por semi-produtos. De um modo geral, a
balança comercial de produtos siderúrgicos é deficitária, tanto em valor como em volume. Enquanto que
a oferta é dominada por semi-produtos, as importações são constituídas principalmente por produtos de
forte valor acrescentado, radicando neste facto a razão principal do défice. Em 2005, a produção
nacional não representava mais que 47,8% do consumo nacional de produtos siderúrgicos. O futuro da
indústria siderúrgica polaca passará assim, em grande medida, pela diversificação da oferta produzida,
no sentido de produtos de maior valor acrescentado.

Numa visão mais completa da economia polaca, indicam-se a seguir, segundo as estatísticas oficiais
polacas, outras produções industriais e respectivo volume em 2006: adubos minerais ou químicos (7,4
milhões de toneladas); pesticidas (37,6 mil); aço laminado (9,6 milhões); cobre refinado (556 mil);
alumínio (45,8 mil); televisões (5,6 milhões de unidades); telefones (66 milhões de unidades); máquinas
de lavar (1,6 milhões de unidades); frigoríficos e congeladores (2 milhões de unidades); calçado (45
milhões de pares).

Em 2005, a indústria transformadora participava com 84,5% no produto industrial, destacando-se os


seguintes principais sectores (participação no produto Industrial): alimentar e de bebidas – 17,2%;
veículos motorizados – 8,7%; produtos metálicos – 6,0%; produtos químicos – 5,9%; máquinas e
equipamentos – 5,4%; borracha e plástico – 4,9%; coque e produtos refinados do petróleo – 4,6%;
metais básicos – 4,1%; outros produtos minerais não metálicos – 4,0%; móveis – 3,9%.

Em termos globais, a produção industrial caiu fortemente de 1989-1991, devido ao desaparecimento do


COMECON e ao impacto da terapia de choque aplicada no combate à inflação. No entanto, foi o sector
industrial que liderou a recuperação económica subsequente, graças sobretudo ao acréscimo da
produtividade, impulsionado pelas privatizações e pelo aumento do IDE. De 1994-1997, o produto
industrial cresceu a uma taxa média de dois dígitos e a uma taxa média mais modesta de 5,4% nos três
anos seguintes, mas ainda superior à do crescimento do PIB. A taxa de crescimento do produto industrial
desacelerou bruscamente para 0,6% em 2001. Iniciada a sua recuperação a partir de 2002, a taxa de
crescimento da produção industrial atingiu 9,2% em 2006.

Reflectindo bem as transformações levadas a cabo desde o fim da era socialista, refira-se que o sector
privado, em 2005, era responsável por 83% das vendas industriais (apenas 24% em 1991) e do
emprego; que a propriedade estatal remanescente na indústria transformadora se concentrava sobretudo
nos sectores de equipamentos de defesa, estaleiros navais, sector energético, transportes, refinação do
petróleo e em alguns ramos da indústria química.

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1.3.4. Construção

A partir de meados dos anos 90, o sector da construção viveu da construção comercial, concentrada
principalmente nas principais cidades do país, nomeadamente em Varsóvia, Poznań, Gdańsk e
Cracóvia, onde se assistiu a uma rápida expansão da construção de hotéis, escritórios e edifícios
comerciais, em consequência da orientação da grande maioria do investimento estrangeiro para estas
cidades. Não só a ausência de investimento estrangeiro, como também a falta de progressos na
construção de auto-estradas, condicionaram a reduzida actividade construtora no resto do país.

Em geral, a construção residencial não registou bons resultados desde 1989. O número oficial de
habitações acabadas caiu de 190.000/ano em meados dos anos 80, para 62.130 unidades em 1996. O
salto brusco para 163.000 casas terminadas, em 2003, parece reflectir mais as alterações na atribuição
de incentivos fiscais do que um crescimento efectivo da actividade de construção propriamente dita. Com
efeito, o número de habitações terminadas caíra para 108.000 em 2004, aumentando a seguir para
114.000 em 2005 e para 115.000 em 2006. Todavia, a procura de habitações tem vindo a crescer mais
rapidamente do que a sua oferta, o que tem levado a um aumento rápido dos seus preços em Varsóvia e
outras grandes cidades. A falta de habitações disponíveis nas principais cidades do país afigura-se como
um obstáculo importante à mobilidade laboral. Em 2006, estimava-se que a satisfação das necessidades
habitacionais do país requeria a construção de 1,5 milhões de novas habitações e a renovação e
modernização de 7,5 milhões de habitações.

A produção de materiais de construção tem vindo a crescer rapidamente, sugerindo, assim, um nível real
de actividade construtora superior ao oficialmente registado e a importância crescente da economia
paralela.

Nos anos mais recentes assiste-se a um forte incremento das obras públicas, motivado pela expansão
necessária das infra-estruturas (recuperação do atraso) e a realização do EURO 2012 (Campeonato
Europeu de Futebol na Polónia em conjunto com a Ucrânia) e incentivado pelos fluxos generosos dos
fundos comunitários.

A aproximação da realização do EURO 2012 irá, nos próximos anos, acelerar a actividade construtora na
Polónia. Está prevista, por exemplo, a construção de três novos estádios de futebol (com um custo total
estimado à volta de 712 milhões de euros) e a renovação/modernização de mais três (com um custo total
estimado à volta de 270 milhões de euros). Por outro lado, os investimentos em infra-estruturas de
transporte, motivados por este acontecimento, são também significativos, dando-se a seguir um resumo
de mais alguns projectos importantes:

• Construção de 1.100 km de auto-estradas e de 2.000 km de vias rápidas, com um custo total


estimado em cerca de 33 mil milhões de euros; Modernização de 625 km de vias-férreas, com um
custo total estimado à volta de 3,1 mil milhões de euros;

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• Compra de material rolante ferroviário num montante de 350 milhões de euros;

• Modernização de estações de caminhos-de-ferro com um custo total estimado em 600 milhões de


euros;

• Extensão dos 8 principais aeroportos aéreos, cujo co-financiamento comunitário rondará os 350
milhões de euros;

• Construção do ramal central da segunda linha de metro, com um custo total estimado em 1,8 mil
milhões de euros;

• Aumento da capacidade hoteleira em pelo menos mais 20.000 camas, com um custo total estimado
em cerca de mil milhões de euros (a maioria dos hotéis a construir será de duas e três estrelas).

Finalmente, há que realçar os investimentos cada vez mais importantes das colectividades locais no
património cultural (construção ou renovação de casas de espectáculos, centros culturais, bibliotecas,
museus, etc.), cujo renascimento está a ser fortemente impulsionado pelos fundos comunitários
disponíveis.

1.3.5. Energia

De exportador líquido de produtos energéticos até ao final dos anos 80, a Polónia tornou-se importador
líquido, devido á quebra registada na extracção de carvão (continuando a ser, todavia, auto-suficiente) e
ao crescente recurso a outras fontes de energia, maioritariamente obtidas no exterior (em 2005, apenas
3
1/3 do consumo de gás natural foi coberto pela produção nacional – 4,3 mil milhões de m , enquanto que
a produção nacional de petróleo satisfez apenas 4% do consumo do país).

Por razões económicas e ambientais, o consumo de carvão na produção de electricidade caiu de 82


milhões de toneladas em 1990, para 60 milhões em 2006, o que foi compensado pelo gás importado
principalmente da Rússia (cerca de 90% do total importado) e pelo petróleo (cerca de 50% do total
importado – 19,5 milhões de toneladas em 2006). A produção de electricidade gerada em centrais
térmicas de carvão ou lignito representa 98%, contra apenas 1,7% para as centrais hidroeléctricas. As
energias renováveis têm pouca expressão na Polónia.

Actualmente não existe na Polónia nenhuma central nuclear, prevendo-se, no entanto, a construção da
primeira até 2020.

Procurando uma fonte segura de abastecimento, a Polish Oil and Gás Company (PGNiG), empresa
pública que detém o monopólio no sector do gás, estabeleceu em 1993 uma “joint-venture” com a sua
homóloga russa Gazprom. Entretanto, a PGNiG foi reestruturada, tendo sido criadas seis subsidiárias
regionais de distribuição (prevendo o Estado vender parcelas minoritárias do capital a parceiros

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estrangeiros) e uma empresa responsável pelo transporte (deverá manter-se 100% pública). A
privatização da “holding” PGNiG estava prevista para meados de 2005, mas foi adiada.

A Polónia tem uma política energética que visa a diversificação das fontes de energia, nomeadamente a
criação de um gasoduto entre os países Escandinavos e a Polónia, a criação duma unidade de gás
natural liquefeito (LNG) em Swinoujscie e a construção dum oleoduto entre o Mar Cáspio e a Polónia
através da Ucrânia.

O Estado retém ainda uma posição minoritária, mas altamente influente na PKN Orlen, a maior refinaria
e companhia petrolífera do país, bem como uma posição de controlo no Grupo Lotos; em 2006, a PKN
Orlen comprou a refinaria lituana Mazeikiu Nafta.

Não obstante a aceleração do crescimento económico, a produção de electricidade aumentou muito


lentamente, de 139.000 gwh em 1995, para 160.000 gwh em 2006, ou seja, apenas 15% (1,4% em
média ao ano), mas, mesmo assim, tem respondido atempadamente à procura, resultante de um uso
mais eficiente da energia e de uma mudança profunda da estrutura produtiva da economia em direcção
de sectores menos intensivos do ponto de vista energético.

Sendo o sector da electricidade considerado estratégico, a sua privatização tem sido processada de
forma bastante lenta. Espera-se uma aceleração do processo de liberalização do sector nos próximos
anos.

1.3.6. Serviços

O sector dos serviços, bastante negligenciado no passado, mereceu especial atenção por parte das
empresas privadas (nacionais e estrangeiras), representando cerca de 71% do PIB (incluindo a
construção), em 2006. O comércio, os transportes e comunicações, a construção e os serviços
financeiros foram as actividades que mais se desenvolveram ultimamente.

Comércio

No âmbito do sector dos serviços, foi no comércio, em especial no de retalho, que o processo de
privatização mais rapidamente avançou, respondendo o sector privado por 98,6% das vendas a retalho
em 2005 (64% em 1990).

Ao lado de um número crescente de estabelecimentos privados domésticos, é cada vez mais forte a
presença de vários grupos da Europa Ocidental, tais como o Tesco, do Reino Unido, líder no sector da
grande distribuição, seguido dos franceses Carrefour, Auchan e Géant (adquirido pelo Real em 2006);
no mercado de retalho é também cada vez mais dinâmico o segmento do “discount”, dominado pela
cadeia Biedronka (do Grupo Jerónimo Martins) e Lidl (da Alemanha); fora do sector alimentar destaca-se
o grupo sueco IKEA, enquanto que as cadeias ocidentais de vestuário e produtos electrónicos assumem
um papel cada vez mais relevante, à medida que os centros comerciais se expandem pelo país.

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Em 2005, havia mais de 260 hipermercados (a sua quota de mercado rondava os 20% em 2006) e 2.300
supermercados e lojas “discount”, localizados nas proximidades das principais cidades, o que tem
originado protestos veementes dos pequenos lojistas nacionais, exigindo a limitação do crescimento
explosivo destas grandes cadeias, que forneciam já cerca de 38% dos produtos alimentares adquiridos
na Polónia.

2
Em finais de 2006, a Polónia contava com 6,3 milhões de m de modernas superfícies comerciais, 25%
das quais estavam localizadas em Varsóvia. O país dispunha de 192 centros comerciais com superfícies
2
superiores a 10.000 m .

Transportes e comunicações

Com a abolição do monopólio das empresas públicas no sector dos transportes, surgiram, durante a
década de 90, vários pequenos operadores e alguns importantes grupos privados. No entanto, as
companhias dominantes continuam a ser maioritárias ou totalmente detidas pelo Estado.

O estado da rede rodoviária polaca é considerado um dos maiores entraves ao desenvolvimento dos
negócios e da economia. Também o rápido crescimento do número de automóveis em circulação tem
contribuído para o agravamento deste problema. De 1990 a 2005, o número de automóveis por mil
habitantes subiu de 138 para 323, o que, continuando a ser consideravelmente inferior à média da
maioria dos países da Europa Ocidental (500 por mil habitantes), deixa prever uma pressão ainda maior
sobre a rede rodoviária no futuro.

A rede rodoviária polaca é constituída por 379.455 km de estradas, dos quais 18.368 km são estradas
nacionais, 570 km auto-estradas e 230 km vias rápidas. Graças ao contributo dos fundos comunitários,
prevê-se, até 2015, a construção de três auto-estradas, num total de 1.961 km. Prevê-se ainda, no
período de 2005-2013, a construção de 3.086 km de vias rápidas, a melhoria do pavimento de 4.321 km
de estradas e a construção de 105 circunvalações.

Não obstante as suas deficiências, a rede rodoviária assegurava, em 2005, a maior parte do transporte
interno de mercadorias (75,9%) e de passageiros (74,7%).

Os caminhos-de-ferro polacos contam com 20.253 km de vias-férreas, dos quais 11.884 km (58,7%) são
electrificados. Apenas as linhas internacionais e as que ligam as principais cidades, oferecem serviços
de qualidade. Afigura-se urgente a modernização da rede ferroviária, que, em 2005, assegurava cerca
de 19% do transporte de mercadorias e 25% do transporte de passageiros. Até 2020, os planos de
modernização da rede prevêem investimentos na ordem dos 5.000 milhões de USD, a financiar através
de fundos públicos e comunitários.

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A rede ferroviária é dominada pela empresa estatal Polish State Railways (PKP), que se encontra num
processo de reestruturação. Não obstante a insuficiência evidente de investimentos realizados nos
caminhos-de-ferro, nas áreas da modernização de linhas, estações e sistemas de sinalização, e a
inexistência de comboios de alta velocidade, a PKP vem assegurando serviços expresso de transporte
de passageiros relativamente eficazes e de qualidade.

Além do contributo decisivo na área do investimento, espera-se que a adesão à UE impulsione também
o aumento substancial do investimento privado no sector, bem como acelere o processo de liberalização
do sector ferroviário. Estima-se também que a realização do Euro 2012 (Campeonato Europeu de
Futebol na Polónia em conjunto com a Ucrânia) será uma boa oportunidade para se levarem a cabo
melhorias significativas na rede ferroviária.

O tráfego aéreo centra-se na Polskie Linie Lotnicze (LOT) – cobria, em 2005, entre 60 e70% dos voos
internacionais em aeroportos polacos -, tendo esta empresa detido o monopólio dos voos internos até
2002. Tendo-se iniciado em 1999 o processo de privatização da LOT, o Estado detém ainda 67,97% do
capital accionista, sendo o restante detido pelo grupo Star Aliance (25,1%) e pelos empregados (6,93%).
O Governo já anunciou a privatização total dos serviços em terra da companhia. Em consequência da
adesão à UE, a Polónia procedeu à liberalização do seu espaço aéreo, tendo rapidamente surgido
empresas aéreas low-cost como a EasyJet, Ryanair, Wizzair; SkyEurope e CentralWings (esta com voos
para Portugal).

O mercado polaco do transporte aéreo é um dos que mais rapidamente tem crescido na Europa. Em
2005, os aeroportos polacos registaram um tráfego de 11,5 milhões de passageiros (+31% em relação a
2004). A Polónia desenvolve esforços, tal como outros países da região, no sentido de se tornar o centro
regional dos transportes aéreos dos PECO, mas o crescimento rápido do número de passageiros nos
anos mais recentes tem revelado a falta de capacidade dos seus aeroportos. Com efeito, o aeroporto de
Varsóvia, que apresenta a maior taxa de ocupação, registou 8,1 milhões de passageiros em 2006 (mais
1 milhão do que em 2005), ou seja, 80% do tráfego internacional; mas um segundo terminal, aberto em
finais de 2007, deverá aumentar a capacidade do aeroporto para 10 milhões de passageiros, enquanto
que, no decorrer de 2008, proceder-se-á à reconversão de um aeroporto militar a norte da Varsóvia,
existindo também um projecto para a construção, a longo prazo, de um novo aeroporto em Varsóvia.

Com quotas de mercado de 0,66% e 0,68%, respectivamente, o transporte marítimo e fluvial


desempenhava um papel reduzido no transporte interno de mercadorias, em 2005; no transporte de
passageiros o seu papel era meramente residual, com quotas de 0,1% e 0,14% respectivamente. A
Polónia possui 4 portos importantes a nível económico, com um movimento de 55 milhões de toneladas
de mercadorias por ano, sendo o porto de Gdansk o mais importante, representando 42,3% do tráfego
total de mercadorias.

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O sector das telecomunicações cresceu rapidamente na década de 90, sendo, nos últimos anos, um dos
mais dinâmicos no âmbito do sector de serviços. O mercado continua longe da saturação, tanto no
tocante aos serviços telefónicos (sobretudo da rede fixa), como aos novos serviços ligados à
transmissão de dados e à Internet. De facto, em 2006, de acordo com os dados da Eurostat, apenas
34% das famílias usavam a Internet pelo menos uma vez por semana, contra uma média de 47% para a
UE25. Cerca de 30% das ligações à Internet eram feitas em banda larga. Embora os encargos
telefónicos sejam elevados e haja falta de acesso a equipamento informático, os progressos registados
no sector foram desiguais: o número de utilizadores de telefones celulares cresceu exponencialmente de
80 mil em finais de 1995, para 30,7 milhões em Março de 2006, tendo sido muito mais lento o
desenvolvimento da rede fixa, sobretudo nas zonas rurais. Em 2005, o valor do mercado polaco das
telecomunicações atingiu 11.640 milhões de euros, representando o segmento de serviços de telemóveis
uma quota de 34%, o de equipamentos de telecomunicações uma quota de 28%, o de serviços de
telefone da rede fixa uma quota de 25%, e o de transmissão de dados e acesso à Internet uma quota de
13%.

A Telekomunikacja Polska (TSPA) é a maior empresa de telecomunicações do país (dominava o


mercado da rede fixa com uma quota de 83%, em 2006), tendo-se iniciada a sua privatização em 1998,
com a alienação em bolsa de 15% do seu capital. O Estado detém actualmente apenas 4% do capital,
estando em conversações com a France Télècom para a alienação daquela quota, o que daria à
empresa francesa (que já controla 50% do capital) o controlo sobre a TPSA.

O mercado celular é de longe mais competitivo, contando, em 2006, com quatro operadores: Centertel
(fruto duma joint venture entre a TPSA e a France Télècom), detendo uma quota de 34% do mercado;
Polska Telefonia Cyfrowa (PTC), com uma quota de cerca de 33% do mercado; Polkomtel, com
aproximadamente 32,7% do mercado; P4, que iniciou as suas actividades em finais de 2006. A taxa de
penetração de telemóveis elevar-se-ia, em 2006, a 96%, ficando, mesmo assim, aquém da média
europeia (98% em 2005).

Banca e seguros

O sector bancário polaco encontra-se hoje maioritariamente em mãos privadas. Em 2001,


aproximadamente 70% dos activos bancários pertenciam a investidores estrangeiros, uma das maiores
percentagens de propriedade estrangeira na região (65% na Hungria). Refira-se que o Millennium é já o
oitavo banco polaco e tem planos de expansão para atingir o “top five”. Há que realçar também que a
adesão da Polónia à UE tem facilitado a entrada no mercado de outras instituições bancárias, sendo de
esperar um aumento da concorrência e um reforço dos movimentos de consolidação do sector.

O Estado detém apenas o controlo sobre quatro bancos, sendo um deles, o PKO BP, uma caixa de
poupança que continua a merecer a preferência das famílias, permanecendo o maior banco da Polónia.
O desejo de manter pelo menos um banco de grande dimensão em mãos polacas tem dificultado o
processo de privatização do PKO BP, iniciado em 2004 com a alienação de 38% do seu capital.

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O sector de seguros é dominado pela Powszechny Zaklad Ubezpieczen (PZU), que detinha no passado
uma posição monopolista e dispõe ainda de uma quota de 50% do mercado. A PZU foi parcialmente
privatizada, sendo detida em 31% pela seguradora pan-europeia Eureko.

A actividade seguradora foi fortemente impulsionada pela criação, em 1999, dos fundos de pensões
privados, cujos montantes têm crescido rapidamente, atingindo os 48 mil milhões de USD
(aproximadamente 13% do PIB) em Maio de 2007, o que tem atraído ao mercado muitas outras
companhias estrangeiras.

A Bolsa de Valores de Varsóvia (WSE) reabriu em Abril de 1991 com apenas 5 empresas cotadas, tendo
este número aumentado para 301 em meados de 2007. Esse aumento ter-se-á ficado a dever ao facto
das empresas recorrerem cada vez mais ao seu financiamento através da emissão de acções, bem
como ao impulso dado pelo processo de privatização. Todavia, a WSE ainda não é a fonte principal de
financiamento do investimento industrial. A capitalização bolsista tem aumentado também rapidamente,
tendo alcançado cerca de 80% do PIB em Maio de 2007 (15% em meados de 2003).

1.4. Situação Económica

1.4.1. Política Económica Recente

Como nos outros países do leste da Europa, a transição de uma economia estatal, de planificação
central, para uma economia de mercado, de livre iniciativa, foi difícil para a sociedade polaca, tanto em
termos económicos como sociais, mas assegurou a sua recuperação socio-económica posterior.

A liberalização dos preços fez disparar a inflação para 568% em 1990, o que exigiu a implementação de
um programa austero de estabilização económica, com cortes na despesa pública, uma forte
desvalorização da moeda e um controlo rigoroso do aumento de salários. De 1989-1991, o PIB sofreu
uma quebra real de 18%, provocando um aumento importante do desemprego, o que originou um surto
de protestos sociais.

A “terapia de choque” aplicada reduziu substancialmente a taxa de inflação para 70% em 1991 e 43%
em 1992, mas mergulhou o país na mais profunda e severa recessão do pós-guerra, agravada pelo
desmembramento do COMECON, com uma quebra drástica nas trocas comerciais.

Iniciada a recuperação económica em 1992, o PIB cresceu rapidamente até uma taxa anual de 7% em
1995. Há que realçar que a economia polaca foi a primeira, de entre as economias de transição, a
alcançar, em 1996, o nível de “output” de 1989.

O consumo foi o motor inicial da recuperação, seguido pelo investimento e finalmente, embora em menor
medida, pelas exportações. Os fluxos de investimento directo estrangeiro (IDE), que cresceram
rapidamente a partir de meados dos anos 90, ajudaram a recuperação.

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Entre 1994 e 1997, outros indicadores fundamentais registaram igualmente evoluções positivas: a
inflação desceu de 32,2% para 14,9%; o défice orçamental caiu de -2,7% para -1,3% do PIB; o
desemprego diminuiu de 16% para 10,3%. Acompanhando as reformas estruturais em curso, e
estimulado pela assinatura, em 1991, do Acordo de Associação com a UE, o comércio externo
reorientou-se para o Ocidente, enquanto que o processo de privatizações acelerou, provocando um
acréscimo significativo das entradas de IDE. Foi também durante este período que a Polónia adoptou a
presente Constituição (que instituiu a independência do banco central e consagrou os princípios da
economia de mercado e da propriedade privada), foi admitida na OMC (1995) e na OCDE (1996) e
passou a beneficiar do Sistema Geral de Preferências dos EUA (1997).

A evolução do saldo da balança de transacções correntes foi praticamente o único indicador fundamental
negativo deste período, que caiu de um saldo positivo em 1995, para um saldo negativo de -4,3 mil
milhões de USD (-3,2% do PIB) em 1997. Tal evolução ficou a dever-se principalmente ao rápido
crescimento das importações de bens intermédios e equipamentos realizadas pelos investidores
estrangeiros. A procura doméstica, ao crescer mais rapidamente que a dos países da Europa Ocidental,
determinou um agravamento persistente do desequilíbrio da balança comercial polaca.

Da combinação de uma política monetária restritiva, a fim de atenuar as pressões inflacionistas e suster
o crescimento do défice externo, com uma adaptação económica forçada aos efeitos negativos da crise
financeira russa de 1998, resultou um período de abrandamento das taxas de crescimento do PIB de
4,8% em 1998 para 1,1% em 2001.

A maior retracção deu-se ao nível do investimento, cuja taxa de crescimento caiu de 14,2% em 1998,
para -9,7% em 2001; a quebra dos lucros das empresas e taxas de juro elevadas desincentivaram novos
investimentos. As exportações foram o motor do crescimento económico em 2001, tendo
contrabalançado a queda da procura interna e contribuído para a redução do desequilíbrio da balança
comercial. Por outro lado, o défice da balança corrente que subira de -4,3% do PIB em 1998, para -9,0%
do PIB em 2000, diminui para -2,8% do PIB em 2001, tendo sido praticamente coberto pelos fluxos de
IDE.

A partir de 2002, iniciou-se um novo período de recuperação económica. Graças a um contributo similar
do consumo privado e da balança comercial, o PIB, depois dum crescimento muito acentuado entre 2002
e 2004 (a taxa de crescimento subiu de 1,4% para 5,3%), sofreu, em consequência da retracção brusca
da procura interna, um abrandamento do crescimento para 3,6% em 2005. Por seu lado, o saldo
negativo da balança comercial diminuiu de -7,7 mil milhões de USD em 2001, para -5,7 mil milhões em
2003 e -2,8 mil milhões em 2005. Esta melhoria do saldo negativo na balança comercial reflectiu-se
também numa evolução positiva do saldo da balança de transacções corrente de -2,1% do PIB em 2001
para -1,2% do PIB em 2005. Sem dúvida que a expansão da componente externa explica e reflecte
também o ciclo dinâmico da economia polaca. Os fluxos crescentes de IDE, tanto produtivos como
financeiros, influenciaram uma valorização significativa do zloty, que, desde 2004, vem registando uma
apreciação contínua.

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Embora no período de 2002-2006, o PIB tenha crescido a uma taxa média de 4% ao ano, registou-se
uma aceleração para 6,2% em 2006 e 6,6% em 2007, agravando-se rapidamente o défice comercial
para -7,0 mil milhões de USD em 2006 e -15,6 mil milhões em 2007. O crescimento rápido do PIB em
2006 e 2007 deveu-se principalmente ao crescimento brusco da formação bruta de capital fixo em 15,6%
e 19,3%, respectivamente (6,5% em 2005), e do consumo privado em 4,9% e 5,2%, respectivamente
(1,8% em 2005), o que se reflectiu num agravamento do défice da balança comercial, como acima
indicado. Em termos de balança corrente, o saldo negativo piorou para -2,7% do PIB em 2006 e -3,7%
do PIB em 2007.

O agravamento do saldo negativo da balança corrente ficou a dever-se, também, à evolução negativa da
balança de rendimentos de -1,9 mil milhões em 2002, para -12,8 mil milhões de USD em 2007, uma vez
que as restantes componentes da balança corrente registaram evoluções favoráveis, com relevo para a
de transferências correntes, cujo saldo subiu de 3,3 mil milhões em 2002, para 8,5 mil milhões de USD
em 2007. Naquele período, em termos de PIB, o saldo negativo da balança de rendimentos agravou-se
de -0,9% para -3,0%, enquanto que o contributo positivo do saldo da balança de transferências subiu de
1,6% para 2,0%.

A taxa média de inflação, após ter subido transitoriamente de 7,3% em 1999, para 10,1% em 2000,
devido ao aumento dos salários reais e à depreciação do zloty, caiu rapidamente para 5,5% em 2001 e
0,8% em 2003, graças aos efeitos acumulados de uma política monetária restritiva e de um
abrandamento da procura doméstica, reforçada por boas colheitas agrícolas e pela queda dos preços
internacionais do petróleo. Contudo, o forte aumento da procura doméstica de 2,6% em 2003 para 6,3%
em 2004, associado ao efeito de adesão à UE e à escalada dos preços internacionais do petróleo, fez
disparar a inflação de 0,8% em 2003, para 3,5% em 2004. Baixou, nos dois anos seguintes, para 2,1%
em 2005 e 1,0% em 2006, uma das mais baixas taxas no âmbito dos PECO, fazendo também da Polónia
um dos três países mais virtuosos nesta matéria, no âmbito da UE25. Estes bons resultados ficaram a
dever-se em especial à diminuição dos preços dos géneros alimentares e à apreciação do zloty, ao
reduzir o impacto da subida dos preços da energia e diminuir os preços dos produtos importados.

Todavia, em 2007, as tensões inflacionistas surgiram novamente, subindo a taxa de inflação para 2,5%,
devido principalmente aos aumento dos salários, dos preços dos combustíveis e dos géneros
alimentares; o nível elevado de utilização das capacidades produtivas instaladas estará também a
contribuir para o surgimento de pressões inflacionistas. Tendo em vista a contenção das pressões
inflacionistas, o Conselho de Política Monetária elevou a taxa de referência de 4% para 5% em 2007.

Acompanhando a desaceleração da actividade económica de 1998-2001, a taxa média de desemprego


subiu, tendo atingido, mesmo durante a retoma económica, 20% em 2002. Desde então tem vindo a
baixar substancialmente devido à emigração, ao crescimento da actividade económica e ao aumento do
investimento estrangeiro. Em 2007, a taxa média de desemprego já tinha caído para 12,8%. Porém,
apesar da redução notável da taxa de desemprego, esta mantinha-se mais elevada do que a registada
na maioria dos PECO (República Checa 6,6%, Roménia 4,4%, Hungria 7,3%, Bulgária 7.7% e

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Eslováquia 8,4%). Há a realçar que, territorial e sectorialmente é cada mais frequente um desequilíbrio
entre oferta e procura de emprego, deparando-se as grandes cidades com uma situação de quase pleno
emprego e alguns sectores económicos com escassez de mão-de-obra qualificada.

O défice do sector público registou ultimamente uma evolução positiva, tendo descido de -4,4% do PIB
em 2003 para -1,5% do PIB em 2007, não obstante o aumento das transferências contributivas para o
orçamento comunitário e do co-financiamento nacional de projectos beneficiadores de apoios
comunitários. Porém, aplicando-se a metodologia ESA, os dados são bastante menos favoráveis, tendo
o défice orçamental diminuído de -6,3% do PIB em 2003, para -5,7% em 2004, -4,3% em 2005, -3,8%
em 2006 e -2,0% do PIB em 2007, o que, dada a persistência de valores acima dos -3% do PIB, levou a
Comissão Europeia a abrir contra a Polónia, em 2004, um Procedimento por Défice Excessivo. Embora o
forte crescimento económico tenha tornado possível a redução do défice orçamental abaixo dos 3% do
PIB, considera-se que este resultado se ficou a dever mais a uma boa conjuntura (excedente de receitas,
mas também adiamento de pagamento de despesas de investimento), do que a uma redução estrutural
das despesas públicas. Nestas condições, a Comissão Europeia estima que na ausência de um esforço
substancial na redução das despesas em 2008, o défice público da Polónia possa vir a ser superior aos
3% do PIB em 2008, condicionando assim o levantamento do Procedimento por Défice Excessivo a uma
política de redução estrutural das despesas públicas. Esta é a difícil tarefa com que se depara o novo
governo, que se comprometeu durante a campanha eleitoral a reduzir o peso da fiscalidade, devendo,
por outro lado, responder aos numerosos pedidos de aumento salarial dos trabalhadores do sector
público.

Há que ter em consideração também que, no período de 2000-2007, o nível da dívida pública aumentou
10 pontos percentuais em termos de PIB, atingindo 47,8% do PIB em finais do ano passado. Ora, dado
que a dívida pública é detida em mais de 40% por não residentes, a Polónia é assim vulnerável a
qualquer degradação das condições macroeconómicas externas.

O sistema cambial polaco evoluiu significativamente desde os inícios dos anos 90, tendo começado com
uma taxa fixa em relação ao dólar, o que funcionou como âncora anti-inflacionista. Tendo em vista a
preservação da competitividade da indústria transformadora, a taxa fixa foi substituída, em 1991, por um
sistema “crawling-peg” flexível. Deixando alargar cada vez mais as bandas da flutuação, o BNP acabou,
em 2001, por permitir a livre flutuação do zloty. De facto, o BNP, ao manter uma política de não
intervenção e de não controlo sobre os movimentos de capitais com os países da OCDE, deixou que as
taxas de câmbio do zloty passassem a ser determinadas pelo mercado, com oscilações cambiais
maiores ou menores e de maior ou menor periodicidade, em função dos resultados económicos
registados e em reacção a notícias políticas ou económicas mais ou menos favoráveis. Assim, o
enfraquecimento do euro em 2000-2001 levou a uma forte apreciação do zloty em relação ao euro e, dai,
à perda de competitividade das exportações polacas. O movimento inverso em 2002-2004, de
depreciação do zloty em relação ao euro, conduziu à aceleração das exportações.

22
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Em geral, a balança comercial tem reagido em conformidade e de forma mais ou menos directa, com as
apreciações e depreciações do zloty em relação ao euro. Salvo em 2006 e 2007, nos últimos oito anos
as exportações cresceram sempre mais rapidamente que as importações, reflectindo o aumento da
competitividade dos factores produtivos e, em especial, a produtividade do trabalho. Com efeito, quer em
períodos de diminuição absoluta do número de trabalhadores empregados (2000-2003), quer em anos
de aumento do seu número, o PIB cresceu sempre a taxas bastante superiores às do emprego, o que
traduz a pujança da economia polaca e explica, pelo menos parcialmente, o forte aumento das
exportações polacas nos últimos anos. A redução significativa em termos relativos do défice da balança
corrente do pico de -7,4% do PIB em 1999, para -1,2% do PIB em 2005 e, mesmo aumentando para -
2,7% do PIB em 2006 e -3,7% do PIB em 2007, confirma igualmente a pujança do crescimento
económico polaco nos últimos anos.

Em resumo, a partir de meados de 2003, a economia polaca entrou num ciclo de crescimento que a
converteu numa das mais dinâmicas da UE. Em especial, é relevante o facto do alto nível de
crescimento ter sido, como já exposto, compatível com uma inflação moderada, graças, principalmente
aos ganhos de produtividade e à prossecução a uma política monetária cautelosa, que foi, sem dúvida, o
contrapeso necessário a um desequilíbrio orçamental registado neste período, o único indicador
macroeconómico mais fraco.

1.4.2. Perspectivas

De 6,6% em 2007, a taxa de crescimento do PIB deverá abrandar para 5,1% em 2008 e 4,3% em 2009,
como resultado, antes de tudo, do agravamento das condições externas, traduzidas num
enfraquecimento da procura externa, e de uma política monetária mais restritiva (em Fevereiro de 2008,
o BNP subiu para 5,5% a taxa de juro de referência, admitindo-se novas subidas em função do aumento
dos preços internacionais dos combustíveis e produtos alimentares e da evolução dos salários). A
formação bruta de capital fixo e o consumo privado deverão ser os motores do crescimento económico,
enquanto que a expansão do défice comercial para -3,5% do PIB em 2008 e -3,6% do PIB em 2009, e do
saldo negativo da balança de rendimentos para -2,7% do PIB e -3,1% do PIB, no mesmo período,
contrariarão aquele crescimento. O forte aumento das importações de bens de capital e de consumo a
par com o aumento contínuo do défice da balança de rendimentos irá repercutir-se no crescimento do
saldo negativo da balança corrente para -20,8 mil milhões (-3,8% do PIB) e -23,1 mil milhões de USD
(-4,1% do PIB), respectivamente, em 2008 e 2009. O aumento esperado dos saldos positivos das
balanças de invisíveis e de transferências correntes será praticamente o único ponto positivo da balança
de transacções correntes.

Prevê-se uma subida da taxa de inflação de 2,5% em 2007 para 4,2% em 2008, devendo iniciar-se, a
seguir, um processo de desaceleração, justificado por uma procura interna mais fraca e uma política
monetária mais restritiva.

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Apesar de se prever a continuação da redução da taxa de desemprego, embora a um menor ritmo a


partir de 2008, a Polónia continuará a registar uma das maiores taxas de desemprego a nível dos PECO.
Há que realçar, todavia, que tal como no passado, o ritmo de crescimento da taxa de emprego ficará
aquém da dinâmica de redução da taxa de desemprego, bem como da taxa de crescimento do PIB,
reflectindo a pujança da economia polaca e a persistência do fenómeno migratório.

Principais Indicadores Macroeconómicos


a a a b b b
Unidade 2005 2006 2007 2008 2009 2010

População Milhões 38,2 38,1 38,1 38,1 38,1 38,1


9
PIB a preços de mercado 10 Zl 983,3 1.060,2 1.166,7 1.291,5 1.405,3 1.510,9
9
PIB a preços de mercado 10 USD 304,1 341,6 421,9 554,3 562,1 570,1

PIB per capita USD 7.970 8.960 11.070 14.550 14.760 14.970

Crescimento real do PIB % 3,6 6,2 6,6 5,1 4,3 4,5

Consumo privado Var. % 1,8 4,9 5,2 5,3 4,6 4,3

Consumo público Var. % 5,2 5,8 5,8 4,0 3,1 2,3

Formação bruta de capital fixo Var. % 6,5 15,6 19,3 13,0 9,8 8,0
b
Taxa de desemprego – média % 18,2 16,2 12,8 9,7 8,6 8,0

Taxa de inflação – média % 2,1 1,0 2,5 4,2 3,5 2,8

Dívida Pública % do PIB 45,4 45,6 43,1 42,1 41,4 40,8

Saldo do sector público % do PIB -2,9 -2,4 -1,5 -2,1 -1,8 -1,5
9
Balança corrente 10 USD -3,7 -9,2 -15,8 -20,8 -23,1 -24,8

Balança corrente % do PIB -1,2 -2,7 -3,7 -3,8 -4,1 -4,3


9
Dívida externa 10 USD 98,8 125,8 169,5 225,3 240,2 252,9

Dívida externa % do PIB 32,5 36,8 40,2 40,7 42,7 44,4

Taxa de câmbio – média Zl=USD 3,23 3,10 2,77 2,33 2,50 2,65

Taxa de câmbio – média Zl=€ 4,03 3,89 3,78 3,59 3,70 3,71

Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)


Notas: (a) Efectivo
(b) Estimativa
ZI – zloty polaco

Ao tornar-se membro da UE, a Polónia assumiu também o compromisso de adesão à UEM (Zona Euro),
o que pressupõe a permanência do zloty no MTC2 (mecanismo de taxas de câmbio) pelo menos durante
os dois anos anteriores à adesão à UEM. Como é óbvio, a adopção do MTC2 tornaria a Polónia muito
mais sensível às pressões comunitárias, no sentido de uma mais rápida redução do défice orçamental.

Embora o actual Governo se proponha levar a cabo uma abordagem mais liberal à política económica do
que o seu antecessor, não se esperam alterações radicais nesta matéria. Sem dúvida que tem uma
posição mais positiva em relação à adopção do euro, mas não se espera que se apresse em juntar-se ao
MTC2. Há que ter presente que o zloty se tem mostrado como uma das moedas mais voláteis da região,

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

devendo, por isso, o Governo adiar a sua adesão ao MTC2 até acreditar poder cumprir sem convulsões
significativas os critérios estipulados. Embora a adesão ao euro seja uma prioridade do Governo, a
prudência está na ordem do dia, sendo assim indicado 2012 como um horizonte provável, sem constituir
contudo uma meta oficial.

1
No Programa apresentado pelo Primeiro-Ministro Donald Tusk salientam-se as seguintes prioridades na
área económica:

• Redução da dívida pública;


• Redução do peso fiscal;
• Aumento das despesas com desenvolvimento selectivo;
• Aceleração do processo de privatização;
• Liberalização da economia;
• Criação de condições para a adopção do euro;
• Máxima liberdade e confiança para os empresários.

No capítulo empresarial, o novo Governo definiu os seguintes vectores estratégicos:

• Remoção das barreiras restritivas do desenvolvimento empresarial;


• Aumento dos investimentos na inovação, conhecimento e desenvolvimento;
• Privatização das empresas envolvidas em projectos infraestruturais;
• Construção de linhas ferroviárias Expresso e de Alta Velocidade que liguem as cidades que
receberão desafios do Campeonato da Europa em 2012;
• Revisão dos planos para a diversificação dos fornecimentos de matérias-primas energéticas;
• Preparação dum Plano de Privatização a quatro anos;
• Criação duma nova lista de empresas estratégicas;
• Adopção de novas regras para a designação de membros de Conselhos de Fiscalização e de
Conselhos de Administração de empresas estatais.

1.4.3. Enquadramento Internacional

Pelas suas características economico-políticas passadas e pela sua localização geográfica, a Polónia faz
parte dos PECO, sendo, em termos populacionais e de superfície, o maior desse conjunto de países.
Como resulta dos dados a seguir indicados, em comparação com três outros países daquela região -
Hungria, República Checa e Eslováquia -, a economia polaca apresenta o PIB per capita mais baixo que
a Rep. Checa e a Hungria, se bem que a respectiva taxa de crescimento seja a mais elevada deste
conjunto de países.

1
O Primeiro-Ministro lidera uma coligação de dois partidos, Plataforma Cívica Centrista (PO) e Partido Popular Polaco (PSL). Os
dois partidos tem uma maioria absoluta de 240 lugares num total de 460 lugares no Parlamento.

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

No que se refere à evolução dos preços no consumidor, a Polónia regista a taxa de inflação mais baixa
deste conjunto de países, seguida pela República Checa. Quanto ao saldo da balança corrente, face aos
seus vizinhos, apenas a Rep. Checa apresenta uma situação mais favorável.

Indicadores Económicos Comparativos – 2007


Taxa Saldo Balança
População PIB per capita Taxa Inflação
Crescimento Corrente
(Milhões) (USD) (%)
PIB (%) (% PIB)
Polónia 38,1 11.060 6,6 2,5 -3,7
Hungria 10,0 13.880 1,3 8,0 -5,8
República Checa 10,2 17.140 6,5 2,9 -2,6
Eslováquia 5,5 9.970 6,5 4,3 -7,0

Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)

Alargando a comparação ao conjunto dos PECO, bem como a outros indicadores importantes, pode-se
dizer que a Polónia ocupa uma posição intermédia na maioria dos critérios, surgindo, contudo, à frente
no que respeita ao montante do PIB e à atractividade para a realização de investimentos (segundo a A.T.
Kearney), mas em último lugar quanto à taxa de desemprego.

Historicamente, o motor do desenvolvimento das relações comerciais entre a Polónia e a UE foi a


assinatura do Acordo de Associação em 1991. A partir de 1999, passou a existir praticamente uma zona
de livre comércio entre a UE e a Polónia para a maioria dos produtos industriais, o que se repercutiu
positivamente na expansão das trocas comerciais industriais com a comunidade, enquanto que a
liberalização do comércio de produtos agrícolas foi um processo mais gradual, completando-se apenas
com a adesão da Polónia à UE, em 2004, o que se repercutiu também de forma muita positiva no
aumento das exportações agro-alimentares para a comunidade e para outros mercados.

A Polónia obteve bons resultados na cimeira comunitária de Dezembro de 2005, como se depreende dos
67,3 mil milhões de euros atribuídos no âmbito da política estrutural e de coesão para o período de 2007-
2013, tornando-a o maior beneficiário de fundos comunitários, com 19,4% do total atribuído (347 mil
milhões de euros).

Sem dúvida que, apesar de se prever em 2008 uma degradação assinalável das condições económicas
mundiais, com um abrandamento da taxa de crescimento do PIB alemão de 2,5% em 2007, para 1,9%
em 2008 (o maior parceiro comercial da Polónia), o crescimento previsto do PIB polaco testemunha uma
capacidade de resistência notável face ao agravamento daquelas condições, o que aponta para uma
maturidade e grande vitalidade de sua economia.

26
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

1.5. Comércio Internacional

1.5.1. Evolução da Balança Comercial

Evolução da Balança Comercial


9
(10 USD) 2003 2004 2005 2006 2007

Exportação fob 61,0 81,9 96,4 117,5 144,6

Importação fob 66,7 87,5 99,2 124,5 160,2

Saldo -5,7 -5,6 -2,8 -7,0 15,6

Coeficiente de cobertura (%) 91,5 93,6 97,2 94,4 90,3

Posição no “ranking” mundial

Como exportador 32ª 31ª 30ª 30ª n.d.

Como importador 26ª 26ª 26ª 26ª n.d.

Fontes: EIU; OMC


Nota: n.d. – não disponível

No período entre 2003 e 2007, as exportações polacas cresceram a uma taxa média anual de 24,3% e
as importações a 24,7%. Dos dados expostos, ressaltam dois períodos distintos na evolução da balança
comercial polaca: até 2005, assiste-se a uma redução acentuada do défice comercial, mas nos dois anos
seguintes verifica-se um agravamento, igualmente rápido, deste indicador. Todavia, há que realçar que o
alargamento do défice está sobretudo ligado ao dinamismo da procura interna, uma vez que as
exportações continuaram a crescer a taxas elevadas (acima dos 20%).

O crescimento mais rápido das importações, a partir de 2006, deveu-se à aceleração do consumo
privado e, em especial, da formação bruta de capital fixo, fenómenos iniciados já nos últimos meses de
2005 e que, embora a um ritmo mais lento, deverão prolongar-se até 2010, o que explica o aumento
previsto do défice da balança comercial e, por arrasto, da balança corrente, tanto em termos absolutos
como relativos.

Sem dúvida que a integração recente da economia polaca no seio das estruturas comunitárias,
fomentada também pelo acesso mais fácil e abundante aos fundos estruturais e de coesão, influenciará
cada vez mais decisivamente o desenvolvimento e crescimento das suas trocas comercias com a UE.

1.5.2. Principais Clientes e Fornecedores

Após o colapso do COMECON, foi rápida a reintegração da Polónia no comércio mundial, assumindo-se
a UE já a partir de meados de 90, como o seu principal parceiro comercial, para o que terá contribuído
decisivamente a assinatura do Acordo de Adesão com a UE em 1991.

27
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Em 2006, a UE25 absorvia 77,4% das vendas (32% em 1989) e fornecia 63,2% das compras (34% em
1989) polacas ao/no exterior, tendo, portanto, mais do que duplicado o seu peso na balança comercial
do país desde a sua transição para uma economia de mercado; graças a um crescimento rápido de 33%
das expedições e de 28,7% das chegadas, em média, nos últimos anos, a partir de 2005 a balança
comercial polaca com a UE passou a registar saldos positivos (em 2007, a balança comercial polaca
com a UE terá registado novamente um saldo negativo).

A posição dominante da ex-União Soviética na balança comercial polaca, fornecendo-lhe, em 1986, 33%
das importações e comprando-lhe 28% de suas exportações, foi substituída pela Alemanha, que é hoje o
seu principal parceiro comercial, tendo absorvido em 2007 quase 26% das expedições e fornecido
aproximadamente 29% das compras polacas. A Rússia surgia então como o 2º maior fornecedor, graças
às importações polacas de petróleo e gás. Fora da UE, é de realçar também o crescimento rápido das
importações da China, sendo já o 6º maior fornecedor da Polónia, com 4,3% do total, em 2007.

A adesão da Polónia à UE teve também um papel muito positivo no desenvolvimento das suas
exportações para a Rússia, que cresceram 77% (em zlotys) em 2004, graças aos incentivos
comunitários às exportações de produtos agro-alimentares, tornando assim as suas exportações muito
mais competitivas para aquele país. Todavia, este aumento rápido das exportações polacas de produtos
agro-alimentares para a Rússia foi interrompido em 2005, quando, por razões sanitárias, a Rússia impôs
um embargo às importações de produtos de carne da Polónia. Superadas estas restrições na primeira
metade de 2007, espera-se novamente um crescimento mais rápido das exportações polacas para
aquele país.

De um modo geral, pode-se dizer que a adesão da Polónia à UE estimulou também a expansão das
suas relações comerciais com as restantes regiões do mundo, com reflexos no alargamento do défice
comercial. Com efeito, de 2005 para 2006, as exportações polacas cresceram, em valor (USD), 32,3%
para os países da Europa Central não pertencentes à UE, 19% para a Rússia, e 17,1% para os países
em vias de desenvolvimento. As importações do conjunto dos países da Europa Central não
pertencentes à UE cresceram 33%, da Rússia 35,2% e 42,6% dos países em vias de desenvolvimento.
Segundo o World Trade Atlas (WTA), as importações da China aumentaram 39,3% em 2006 e 54,1% em
2007, o que, a manter-se este ritmo de crescimento, colocará rapidamente a China entre os primeiros
cinco fornecedores da Polónia.

28
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Principais Clientes
2005 2006 2007
Mercado
quota posição quota posição quota posição

Portugal 0,48 27º 0,48 27º 0,33 34º

Alemanha 28,2 1º 27,1 1º 25,9 1º


Itália 6,1 3º 6,5 2º 6,8 2º
França 6,2 2º 6,2 3º 6,0 3º
Reino Unido 5,6 4º 5,7 4º 5,9 4º
Rep. Checa 4,6 5º 5,5 5º 5,5 5º
UE25 77,2 n.a 77,4 n.a n.a. n.a

Fonte: WTA – World Trade Atlas


Nota: n.a. – não aplicável

Principais Fornecedores

2005 2006 2007


Mercado
quota posição quota posição quota posição
Portugal 0,18 39º 0,23 38º 0,24 35º

Alemanha 29,6 1º 29,0 1º 28,9 1º


Rússia 8,7 2º 9,6 2º 8,8 2º
Itália 6,6 3º 6,4 3º 6,5 3º
Holanda 5,9 4º 5,7 4º 5,6 4º
França 5,7 5º 5,4 5º 5,1 5º
UE25 65,6 n.a. 63,2 n.a. n.d. n.a.

Fonte: WTA – World Trade Atlas


Nota: n.a. – não aplicável

1.5.3. Principais produtos transaccionados

Na década de 80, o padrão exportador polaco era dominado pelas exportações das indústrias de
engenharia mecânica e eléctrica (à volta de 40% do total global exportado). Com o fim do COMECON
estas exportações caíram acentuadamente, conservando a Polónia, todavia, o seu papel clássico de
exportador de matérias-primas e produtos semi-acabados. O padrão emergente da especialização
exportadora apontava, nos anos 90, para uma posição consolidada e dominante das exportações de
metais e suas obras, e uma importância crescente das exportações de madeira e seus derivados (em
especial de móveis), em detrimento das exportações de combustíveis e minerais (e de uma queda
brusca do peso dos agro-alimentares).

29
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Porém, a modernização da indústria nacional, estimulada também pelos fluxos crescentes de IDE,
provocou um forte crescimento das exportações e importações de máquinas e equipamentos de
transporte, à medida que aumentava a integração da Polónia nas redes de produção e distribuição
ocidentais, e uma alteração significativa daquele padrão. Com a adesão da Polónia à UE, afirmou-se o
padrão exportador/importador actual. Todavia, as exportações de sectores em que a subcontratação
desempenha ainda um papel importante, nomeadamente o mobiliário e o vestuário, continuam
significativas, enquanto que o crescimento das importações de combustíveis se fica a dever
principalmente ao aumento dos preços internacionais do petróleo.

Principais Produtos Transaccionados – 2007

Exportações / Sector % Importações / Sector %

Veículos excepto material ferroviário 13,31 Máquinas mecânicas) 13,43

Máquinas eléctricas 12,64 Máquinas eléctricas 10,94

Máquinas mecânicas 12,51 Combustíveis e óleos minerais 10,11

Mobiliário 6,02 Veículos excepto material ferroviário 9,93

Produtos em ferro e aço 4,47 Plásticos 5,64

Fonte: WTA

Em 2007, as expedições para a UE foram constituídas principalmente por veículos automóveis,


máquinas e material eléctrico, máquinas e aparelhos mecânicos, móveis, produtos de fundição,
combustíveis minerais e matérias plásticas. As chegadas da UE eram constituídas sobretudo por
máquinas e aparelhos mecânicos, veículos automóveis, máquinas e aparelhos eléctricos, matérias
plásticas, ferro e aço.

Tendo em vista uma percepção mais abrangente da estrutura das importações polacas, indicam-se a
seguir os a 15 primeiros grupos de produtos importados, em 2007 (NC, a 4 dígitos):

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

15 Principais Produtos Importados – 2007


6
NC Designação 10 USD

2709 Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos 10.234,7


8703 Automóveis de passageiros e outros veículos transporte passageiros, etc 5.775,1
8708 Partes e acessórios dos veículos automóveis das posições 8701 a 8705 4.473,9
99SS Códigos especiais de classificação ou reagrupamento 4.201,7
3004 Medicamentos, em doses ou acondicionados para venda a retalho 3.865,9

2710 Óleos de petróleo ou minerais betuminosos, exc. óleos brutos; preparações, etc 3.645,3

8517 Aparelhos eléctricos para telefonia ou telegrafia, por fios etc; vídeofones 2.887,2

8529 Partes reconhecíveis c/o exclusiva/parcialmente p/ aparelhos pp 8525 a 8528 2.839,0

8701 Tractores (excepto os da pp 8709) 2.217,3

8471 Máquinas automáticas p/ processamento dados/unidades; leitores magnéticos etc 2.181,0

8409 Partes reconhecíveis c/o exclusiva/principalmente p/ motores das pp 8407/08 1.897,6

8704 Veículos automóveis para transporte de mercadorias 1.742,8

7210 Produtos laminados ferro/aço n/ ligado, larg >=600mm, folheados/chapeados etc 1.773,0

8901 Transatlânticos, barcos de cruzeiro etc, p/ transporte pessoas ou mercadorias 1.515,4

2711 Gás de petróleo e outros hidrocarbonetos gasosos 1.389,7

Fonte: WTA

1.6. Investimento estrangeiro

Como receptor de investimento directo estrangeiro (IDE), a Polónia ocupa uma posição relativamente
elevada no “ranking” mundial – 23º lugar em 2006.

O IDE na Polónia cresceu fortemente durante a segunda metade da década de 90, estimulado pela
implementação de reformas económicas em diversos domínios e, em particular, pelo forte impulso
conferido ao processo de privatizações. No período de 2001-2003, os fluxos de IDE regrediram
significativamente, não só devido ao abrandamento do ritmo de alienações de empresas públicas, como
também à forte desaceleração do crescimento económico na Europa, de onde provém a grande maioria
daqueles fluxos. Nos anos seguintes verificou-se uma recuperação sensível nas entradas de IDE.

Em termos quantitativos, os fluxos anuais de IDE, segundo o BNP, subiram de 1,8 mil milhões de USD
em 1994, para 9,3 mil milhões de USD em 2000, tendo descido para 4,5 mil milhões em 2003, voltando a
subir para 19,1 mil milhões de USD em 2006. Há que realçar todavia que os dados variam consoante a
fonte de informação. Assim, as séries disponíveis, de 1997-2004, do BNP (segue a metodologia do FMI)
e da Agência Polaca para a Informação e o Investimento Estrangeiro – PAIiIZ (baseia-se nos dados
fornecidos pelos próprios investidores), variam significativamente de ano para ano, de 1 a 3 mil milhões
de USD. Também os dados expressos no World Investment Report (WIR 2007) divergem em relação às
duas fontes acima mencionadas, existindo, contudo, uma convergência no tocante a tendências
evolutivas.

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Dos 10 países do alargamento, a Polónia, com 94.471,9 milhões de euros de IDE acumulado em finais
de 2006 (dados do BNP), é líder absoluto na captação do IDE, seguido da República Checa e Hungria,
que lideram a lista em termos de IDE acumulado per capita. Segundo o BNP, a Holanda com 19,9% do
IDE acumulado, liderava a lista dos principais países investidores na Polónia, seguida da Alemanha com
16,4%, França com 11,5%, Luxemburgo com 7,9%, EUA com 7,3%, Itália com 4,4%, Reino Unido com
4,0%, Suécia com 3,8%, Áustria com 3,6% e Bélgica com 3,2%. Portugal ocupava a 19ª posição nesta
tabela, com investimentos acumulados no valor de 466,7 milhões de euros. A UE25 contribuía, em finais
de 2006, com quase 85% para o total do IDE acumulado na Polónia.

Há que realçar o crescimento rápido do IDE acumulado, nos últimos anos, que subiu de 46 mil milhões
de euros em 2002, para 94,4 mil milhões de euros em 2006, mais que duplicando em apenas dois anos
e provando assim a confiança dos investidores estrangeiros na pujança da economia polaca. Todavia,
apesar dos elevados de fluxos de IDE, este investimento desempenhava, em 2005, um papel ainda
relativamente modesto na economia polaca no seu todo: as empresas estrangeiras participavam com
7,3% no emprego total e com 11% para a formação do VAB. Por outro lado, a participação do IDE na
formação bruta de capital fixo tem registado oscilações significativas (11,6% em 2003, 28,5% em 2006 e
18,9% em 2007). O papel positivo do IDE tem-se reflectido mais nitidamente nas actividades industriais e
de serviços.

Finalmente, tendo em consideração que, nos últimos sete anos, os montantes anuais de IDE entrados no
país têm superado sistematicamente os défices da balança corrente, é, sem dúvida, da maior
importância o contributo positivo do IDE para o equilíbrio da balança de pagamentos e para a criação de
condições favoráveis ao crescimento e desenvolvimento da economia polaca que, de outra forma, teria
grandes dificuldades em superar as limitações impostas pelo desequilíbrio da sua balança de
transacções correntes e o atraso tecnológico de sua economia.

Em termos sectoriais, o IDE acumulado, em 2006, estava distribuído basicamente entre a indústria
transformadora – 33,9% (veículos motorizados com 5,6%, alimentar 5,1%, produtos metálicos 3,6% do
total) e os serviços – 59,1% (intermediação financeira com 18,9%; comércio a retalho e reparações
17,4%, sector imobiliário e serviços prestados às empresas 13,7%, transportes e comunicações 8,0%).

Quanto às formas de investimento mais utilizadas, o BNP indicava as seguintes relativamente a 2006:
acções/capital social – 37,4%; lucros reinvestidos – 28,9%; outras formas de capital – 33,7%. O BNP
estimava em 12.834 milhões de euros os fluxos de IDE entrados no país em 2007, o que significaria um
retrocesso de 14,8% em relação a 2006; a maior parte dos fluxos de IDE teve como destino os sectores
de electrónica, centros de serviços, veículos motorizados e químico.

Em termos globais, são geralmente apontados os seguintes factores de atractividade da Polónia,


enquanto destino de IDE:

• Dimensão do mercado interno, possibilitando importantes economias de escala;

32
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

• Elevados níveis de crescimento do PIB, potenciadores de aumento do poder de compra da


população: nos últimos 6 anos, a economia registou uma taxa média de crescimento de 4,5% ao
ano; em termos de paridade do poder de compra, o PIB per capita polaco cresceu cerca de 40% no
período de 2003-2007, ou seja, a uma média aproximada de 10% ao ano;

• Facilidades diversas decorrentes da adesão do país à UE;

• Mão-de-obra qualificada e relativamente barata no âmbito da UE25 (salário bruto médio – 836 euros
em 2007; salário mínimo – 304 euros, a partir de Janeiro de 2008);

• Custos competitivos dos factores de produção e aumento dos seus níveis de produtividade (no
período de 2003-2007, a produtividade do trabalho cresceu a uma taxa média de 3% ao ano);

• Incentivos fiscais e financeiros do governo central e das autoridades regionais ao investimento


produtivo (taxa de IRC – 19%):

• Sistema legislativo e institucional em conformidade com a matriz comunitária;

• Boa localização geográfica do país (segundo um “ranking” da ATKearney, a Polónia ocupa a 4ª


posição entre os 60 melhores destinos para IDE);

• Aumento rápido e visível de investimento estrangeiro dirigido aos sectores da indústria


transformadora e da banca.

Há que realçar, por último, o forte interesse manifestado por algumas grandes multinacionais em
localizar na Polónia os seus serviços de contabilidade, call-centers e back-offices, sobretudo em cidades
com forte base académica, o que pode afigurar-se como um novo factor de atractividade para o IDE.

Por outro lado, os fluxos de investimento directo polaco no estrangeiro são ainda pouco significativos,
mas, segundo o WIR (World Investment Report), têm vindo a aumentar, passando de 16 milhões de USD
em 2000, para 230 milhões de USD em 2002, 793 milhões de USD em 2004 e 4,3 mil milhões de USD
em 2006. A Suiça, República Checa, Alemanha, Suécia, Países Baixos e o Reino Unido são os
principais países de destino do investimento polaco no sector financeiro, enquanto que a Ucrânia, a
Rússia e a Lituânia são os principais países de destino do investimento polaco no sector da indústria
transformadora.

Graças ao empenho declarado do novo governo na liberalização da economia e no relançamento das


privatizações, espera-se que os montantes de IDE continuem generosos em 2008 e 2009. Neste sentido,
foi já apresentada uma lista de 316 empresas a serem privatizadas em 2008/2009, realçando-se, de
entre elas, a colocação no mercado de uma parte do capital da companhia aérea nacional LOT, bem
como de 48% do capital da Bolsa de Varsóvia, tendo o Ministro do Tesouro estimado em cerca de 1,4 mil
milhões de euros o montante das receitas resultante das privatizações em 2008.

33
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Finalmente, há que destacar o papel crucial dos fundos comunitários no financiamento externo da
economia polaca nos próximos anos. Se, por arrasto, se juntarem os financiamentos públicos e privados
induzidos por aqueles fundos, chega-se a um montante de 85,6 mil milhões de euros a ser injectado na
economia polaca no período de 2007-2013. Dos 67,3 mil milhões de euros de fundos comunitários, os
Programas Operacionais de Infra-estruturas e Meio Ambiente receberão 27,85 mil milhões, os Regionais
– 16,55 mil milhões, o Capital Humano – 9,71 mil milhões e a Economia de Inovação – 8,25 mil milhões.

Investimento Directo
6
(10 USD) 2002 2003 2004 2005 2006

Investimento estrangeiro na Polónia 4.131 4.589 12.890 9.602 13.922

Investimento da Polónia no estrangeiro 230 305 793 3.024 4.266

Posição no “ranking” mundial

Como receptor 28ª 28ª 20ª 28ª 23ª

Como emissor 48ª 52ª 48ª 34ª 31ª

Fonte: UNCTAD - World Investment Report

1.7. Turismo

Sendo uma importante fonte de receitas em divisas, o turismo desempenha um papel importante no
equilíbrio das contas externas do país. Com efeito, sem as suas receitas, o saldo negativo da balança
corrente seria bastante maior.

Depois da queda verificada na década de 90, o número de turistas entrados na Polónia tem vindo a
aumentar regularmente, atingindo 15,7 milhões em 2006. É de prever que a modernização do país e a
facilidade de circulação de pessoas dentro do Espaço Schenghen, venha a provocar um aumento do
número de turistas estrangeiros que se deslocam à Polónia.

Com 34,7% do número total de turistas, a Alemanha era, em 2006, o principal mercado emissor, seguida
da Ucrânia com 15,9%, Lituânia com 5,7% e Rússia com 4,5%. No entanto, devido aos preços elevados,
os estabelecimentos hoteleiros eram maioritariamente ocupados por turistas estrangeiros ocidentais
(alemães, mas também norte-americanos, britânicos, italianos e franceses).

Em 2005, os destinos que registaram maior crescimento de viagens de turistas polacos foram a Croácia,
a Holanda, a França, a Grã-Bretanha e a Hungria, sendo a Croácia e Hungria destinos que beneficiam
da proximidade geográfica (possibilidade de viagens de automóvel) e a Grã-Bretanha e França
beneficiam do desenvolvimento de rotas low-cost.

Acompanhando mais ou menos as oscilações no número de turistas, as receitas desceram de 6,6 mil
milhões de USD em 1995, para 5,7 mil milhões de USD em 2000, recuperando a partir dessa data e
atingindo os 7,2 mil milhões de USD em 2006, graças sobretudo á adesão da Polónia à UE.

34
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

De uma maneira geral, as infra-estruturas de apoio ao turismo também se têm desenvolvido e


modernizado, sendo de salientar o aumento do número de ligações aéreas com o exterior e a redução
de seus custos. Face às limitações da rede rodoviária, o sistema de transportes rodoviário afigura-se
ainda como um entrave ao desenvolvimento do turismo. No entanto, o plano de desenvolvimento
rodoviário financiado com fundos estruturais da UE poderá permitir que a Polónia modernize as suas
infra-estruturas rodoviárias e consequentemente o número de turistas venha a aumentar de forma
significativa.

Indicadores do Turismo
2000 2004 2005 2006
6
Turistas (10 ) 17,4 14,3 15,2 15,7
9
Receitas (10 USD) 5,7 5,8 6,3 7,2

Fonte: WTO – World Tourism Organization

1.8. Relações Internacionais e Regionais

A Polónia é membro, entre outras organizações, do Banco Europeu para a Reconstrução e


Desenvolvimento (BERD), da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), da
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), da Organização do Tratado
do Atlântico Norte (NATO) e da Organização das Nações Unidas (ONU) e seus organismos
especializados, de entre os quais se destacam o Banco Internacional de Reconstrução e o
Desenvolvimento (BIRD) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Faz parte da Organização Mundial do
Comércio (OMC) desde 1 de Julho de 1995.

Ao nível regional, este país integra, entre outras, a União Europeia (UE), desde 1 de Maio de 2004, o
Conselho da Europa e a Iniciativa Centro-Europeia (CEI).

A União Europeia é um espaço de integração económica e política que tem passado por estádios
distintos de evolução. O primeiro passo foi dado com a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do
Aço (CECA), seguida da assinatura do Tratado de Roma, em 1957, que instituiu a Comunidade Europeia
de Energia Atómica (CEEA) e uma área de comércio livre designada por Comunidade Económica
Europeia (CEE). A aprovação, em 1987, do Acto Único Europeu formalizou a entrada em vigor a 1 de
Janeiro de 1993 de um Mercado Comum Europeu, com a livre circulação de mercadorias, capitais,
pessoas e serviços.

Por sua vez, o Tratado da União Europeia, ratificado em 1993, na cidade de Maastricht, aprofundou o
processo de integração, ultrapassando o estádio económico para atingir o âmbito político. Os principais
objectivos são: criação da União Económica e Monetária; adopção de uma Política Externa e de
Segurança Comum; cooperação nas áreas da justiça e da administração e reforço da democracia e da
transparência.

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Com o Tratado de Nice, assinado em 26 de Fevereiro de 2001, procurou-se enfrentar o desafio do


alargamento a 12 novos países. Destes, 10 (Chipre, Eslovénia, Eslováquia, Estónia, Hungria, Letónia,
Lituânia, Malta, Polónia e República Checa) aderiram à UE no dia 1 de Maio de 2004 e os restantes 2
(Bulgária e Roménia) a 1 de Janeiro de 2007.

Finalmente, a UE chegou recentemente a acordo sobre o Tratado Reformador (Tratado de Lisboa),


assinado a 13.12.2007, que pretende melhorar a eficiência do processo de tomada de decisão, reforçar a
democracia através da atribuição de um papel mais relevante ao Parlamento Europeu e aos parlamentos
nacionais e aumentar a coerência a nível da política externa, com vista a dar uma resposta mais eficaz
aos desafios actuais. O Tratado de Lisboa deverá entrar em vigor a 01.01.2009, após a sua ratificação
por todos os Estados-membros.

Actualmente a UE é composta por 27 membros, sendo que apenas 15 adoptaram a moeda única
europeia (Euro) e integram a União Económica e Monetária (UEM): Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre,
Eslovénia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta e Portugal.

O Conselho da Europa, a mais antiga organização política da Europa, foi criada em 1949 com o
objectivo de promover a unidade e a cooperação no espaço europeu, desempenhando um papel
relevante em questões relacionadas com a defesa dos direitos do homem e a democracia parlamentar.
Presentemente, o Conselho da Europa conta com 46 membros. O seu instrumento mais importante de
actuação é a adopção de convenções.

Por sua vez, a CEI, instituída em 1989, visa encorajar a cooperação e o desenvolvimento regional e
bilateral entre os 18 países que a integram (Albânia, Áustria, Bielórussia, Bósnia Herzegovina, Bulgária,
Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Hungria, Itália, Macedónia, Moldávia, Montenegro, Polónia, República
Checa, Roménia, Sérvia e Ucrânia).

1.9. Condições Legais de Acesso ao Mercado

1.9.1. Regime Geral de Importação

Como membro da União Europeia, a Polónia é parte integrante da União Aduaneira, caracterizada,
essencialmente, pela livre circulação de mercadorias e pela adopção de uma política comercial comum
em relação a países terceiros.

O Mercado Único instituído em 1993 entre os Estados-membros da UE, criou um grande espaço
económico interno, traduzido na liberdade de circulação de bens, de capitais, de pessoas e de serviços,
tendo sido derrubadas as fronteiras internas, fiscais e técnicas.

Deste modo, as mercadorias com origem na UE ou colocados em livre prática no território comunitário,
encontram-se isentas de controlos alfandegários, sem prejuízo, porém, de uma fiscalização no que
respeita à qualidade e características técnicas.

36
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

A União Aduaneira implica, para além da existência de um território aduaneiro único, a adopção da
mesma legislação neste domínio – Código Aduaneiro Comunitário – bem como a aplicação de iguais
imposições alfandegárias aos produtos provenientes de países exteriores à UE – Pauta Exterior
Comum (PEC).

O regime de livre comércio com países terceiros não impede que os órgãos comunitários determinem
restrições às importações (fixação de contingentes anuais), quando negociadas no âmbito da
Organização Mundial de Comércio (OMC).

A PEC baseia-se no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH), sendo os


direitos aduaneiros na sua maioria “ad valorem”, calculados sobre o valor CIF das mercadorias.

Para além dos referidos encargos, há, ainda, lugar ao pagamento do Imposto sobre o Valor
Acrescentado (IVA).

A taxa normal, aplicável à generalidade de bens e serviços, é 22%. Existem, também, taxas
preferenciais: 7%, sobre determinados equipamentos agrícolas, produtos farmacêuticos, géneros
alimentícios, produtos para crianças, materiais de construção, publicações e livros, serviços de
restauração e alojamento e transportes, 3% sobre matérias-primas nas áreas da agricultura, floresta,
pesca e aquacultura e 0% - a taxa aplicada na entrega intercomunitária de mercadorias e nas
exportações.

Os serviços relacionados com a educação, a saúde e o bem-estar social, serviços financeiros e alguns
outros estão isentos de IVA.

Alguns produtos como o tabaco, as bebidas alcoólicas e os combustíveis estão, ainda, sujeitos a
Impostos Especiais sobre o Consumo.

1.9.2. Regime de Investimento Estrangeiro

O promotor externo encontra neste país um regime jurídico adaptado ao ordenamento comunitário,
embora apresentando particularidades. Assim, e com vista a criar um clima favorável à captação de
investimento estrangeiro e a reduzir os entraves à implementação de negócios na Polónia, foi publicada
a Lei sobre a Liberdade de Acesso à Actividade Económica (Julho de 2004) que permite ao
investidor externo aceder à maioria dos sectores de actividade.

Ao abrigo deste diploma, o empresário estrangeiro beneficia de um tratamento idêntico ao conferido


ao empresário nacional, podendo as empresas ser detidas na sua totalidade por capital estrangeiro.

Com esta reforma legislativa, o Governo pretendeu:

• Facilitar o desenvolvimento de actividades económicas / estabelecimento de empresas.

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

• Simplificar os procedimentos envolvidos, nomeadamente através da redução do número de


documentos necessários para iniciar uma actividade económica e o tempo dispendido para o
cumprimento das respectivas formalidades.

• Reduzir os poderes discricionários das autoridades competentes através do estabelecimento de um


quadro legal de maior transparência no relacionamento entre agentes económicos e a Administração
Pública, favorável à criação de um ambiente mais estável para o desenvolvimento da actividade
económica.

• Simplificar os procedimentos de registo de uma empresa, prevendo-se a apresentação de


formulários via Internet.

• Introduzir o Número Único de Identificação Fiscal (NIP).

• Criar condições mais eficazes para a prossecução de projectos de investimento.

• Limitar o número de actividades objecto de concessões/permissões a emitir (a 6 áreas de relevante


interesse público: Prospecção/exploração de depósitos minerais e extracção de minerais e
armazenagem de substâncias em depósitos abertos; Produção/comercialização de explosivos,
armas e munições e produtos e tecnologias para fins militares e policiais; Fabricação, armazenagem,
transmissão, distribuição e comercialização de combustíveis e energia; Protecção de pessoas e
bens; Transmissão de programas de rádio e televisão; Transportes aéreos).

As formalidades a cumprir dependem do tipo de empresa constituída. De um modo geral, as


operações de investimento devem submeter-se a um registo obrigatório no Tribunal de Comércio da
cidade ou localidade correspondente ao domicílio da empresa, ou no Ministério dos Negócios
Estrangeiros (para Sucursais e Escritórios de Representação).

O empresário estrangeiro que pretenda estabelecer uma Sucursal apenas pode exercer a sua actividade
económica no sector da actividade que constitui o objectivo da sua empresa no país de origem.

A Sucursal incia a sua actividade económica logo após a inscrição no Registo Nacional de Empresários
(KRS) e é obrigatório nomear uma pessoa que seja que autorizada a representar o empresário
estrangeiro na sua Sucursal.

A Representação Comercial de uma empresa estrangeira na Polónia tem uma actividade limitada, pois
apenas pode tratar de aspectos relacionados com promoção da actividade da empresa-mãe.

O estabelecimento duma Representação Comercial obriga à inscrição prévia no Registo das


Representações dos empresários estrangeiros efectuada pelo Ministério da Economia da Polónia.

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Embora a transferência de divisas para o exterior só possa ocorrer nos casos definidos na lei, com
base no acordo de adesão à Comunidade, a Polónia assegura a livre transferência de capitais
relacionados com a execução de investimentos directos ou com a liquidação e repatriação dos mesmos,
bem como de todos os lucros resultantes do exercício da actividade empresarial.

De acordo com a Lei de Financiamento ao Investimento, de 20 de Março de 2002, o investidor


estrangeiro pode aceder, sob a forma de incentivos, a subsídios financeiros que variam de acordo com
o montante de investimento, número de postos de trabalho criados, inovação tecnológica e impacto
ambiental, entre outros aspectos. O investidor, que reúna as condições necessárias para beneficiar dos
incentivos anteriores, pode ainda ser eleito para outras formas de apoio, tais como incentivos fiscais para
investimentos nas Zonas Económicas Especiais (ZEE).

Contudo, o cúmulo do apoio não pode exceder 50% do investimento total (65% se se tratar de uma
PME). O montante de incentivos a atribuir depende da região polaca onde se localizará o investimento e
do sector de actividade. As ZEE são áreas específicas nas quais a condução de actividades económicas
pode ser efectuada em condições preferenciais e que têm objectivos de desenvolvimento regional.

As candidaturas aos incentivos são aceites duas vezes por ano pelo Ministério da Economia, em
Março e Junho, ao que se segue a tomada de decisão por parte do Ministério, na sequência de consulta
a um comité de assistência financeira ao empresário. O investidor cujo projecto mereceu aprovação será
posteriormente convidado a assinar contrato com o Ministério.

Finalmente, importa referir que no contexto do Quadro Comunitário de Apoio 2007-2013 todas as
regiões polacas são consideradas elegíveis para obtenção de ajudas regionais ao desenvolvimento
através da aprovação de projectos de investimento.

Assim, no quadro de apoio comunitário à Polónia, destacam-se os seguintes programas operacionais às


empresas:

• Programa para a inovação económica.

• Programa para o desenvolvimento de infra-estruturas e ambiente.

• Programa para a formação de recursos humanos.

• Programas para o desenvolvimento regional.

A Agência Polaca de Informação e Investimento Estrangeiro (“Polish Information and Foreign


Investment Agency” - PAIiIZ) é o organismo governamental encarregue de promover e desenvolver a
política nacional em matéria de investimentos, bem como apoiar e assistir o promotor externo.

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Com vista a promover e a reforçar o desenvolvimento das relações de investimento entre os dois países,
foram assinados entre Portugal e a Polónia o Acordo sobre a Promoção e Protecção Mútuas de
Investimentos e a Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em
Matéria de Impostos sobre o Rendimento, ambos em vigor.

1.9.3. Quadro Legal

Regime de Importação

• Lei sobre o IVA (e alterações posteriores), de 11 de Março de 2004 – Estabelece as regras relativas
ao Imposto sobre o Valor Acrescentado.

• Regulamento (CEE) – n.º 2454/93, JOCE n.º L253, de 11 de Outubro (com alterações posteriores) –
Fixa determinadas disposições de aplicação do Regulamento (CEE) n.º 2913/92, que estabelece o
Código Aduaneiro Comunitário.

• Regulamento (CEE) n.º 2913/92, JOCE n.º L302, de 19 de Outubro (com alterações posteriores) –
Estabelece o Código Aduaneiro Comunitário.

Regime de Investimento Estrangeiro

• Lei sobre a Liberdade de Acesso à Actividade Económica, de 2 de Julho de 2004 – Regula o


estabelecimento de uma actividade económica na Polónia.

• Lei do Financiamento ao Investimento, de 20 de Março de 2002 – Estabelece as regras para a


atribuição de auxílios e apoios finanaceiros aos empresários.

• Lei da Concorrência, de 15 de Dezembro – Regula as condições para o exercício da livre


concorrência.

• Código das Sociedades Comerciais, de 15 de Setembro de 2000 – Define as normas relativas à


constituição de sociedades comerciais, à sua estrutura e operação, à dissolução e liquidação, à
fusão, transformação, etc.

Legislação Portuguesa

• Resolução da Assembleia da República n.º 57/97, de 9 de Setembro – Aprova a Convenção para


Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento.

• Decreto n.º 35/93, de 9 de Outubro – Aprova o Acordo sobre a Promoção e Protecção Mútuas de
Investimentos, entre Portugal e a Polónia.

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

2. Relações Económicas com Portugal

2.1. Comércio

2.1.1. Importância da Polónia nos Fluxos Comerciais com Portugal

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, a Polónia foi, em 2007, o 16º cliente de
Portugal, com uma quota de 0,71% do total exportado, e o 33º fornecedor, com uma quota de 0,43% do
total das importações. Face aos valores destes indicadores de 2003 a 2007, podemos concluir que nos
últimos cinco anos se verificou um reforço da Polónia como nosso cliente e uma perda de importância
como nosso fornecedor.

Importância do da Polónia nos Fluxos Comerciais com Portugal


2003 2004 2005 2006 2007

Posição 19ª 22ª 19ª 17ª 16ª


Como cliente
% 0,53 0,46 0,56 0,66 0,71

Posição 19ª 19ª 31ª 25ª 33ª


Como fornecedor
% 0,76 0,79 0,52 0,62 0,43

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística


Nota: Valores declarados

Em termos de balança comercial polaca, em 2007, segundo o World Trade Atlas, Portugal melhorou
ligeiramente a sua quota como fornecedor para 0,24% (0,23% em 2006 e 0,18% em 2005), assumindo a
35ª posição no “ranking” de fornecedores da Polónia. Como cliente, Portugal viu cair a sua quota para
0,33% (0,48% em 2006 e 2005), assumindo a 34ª posição no “ranking” de clientes do país. Assim, tendo
em consideração o “ranking” e quota de mercado em cada uma das economias, pode concluir-se que a
portuguesa tem um papel mais activo no desenvolvimento do intercâmbio bilateral.

2.1.2 Evolução da Balança Comercial Bilateral

Evolução da Balança Comercial Bilateral


3 a
(10 EUR) 2003 2004 2005 2006 2007 Evolução

Expedições 149.091 137.149 166.130 233.660 261.264 16,1%

Chegadas 318.955 360.916 245.940 316.073 240.802 -3,5%

Saldo -169.864 -223.767 -79.811 -92.413 20.462 -

Coef. Cobertura (%) 46,7 38,0 67,5 70,8 108,5 -

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística


Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2003-2007;
Valores declarados.

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Embora registando uma evolução tendencialmente positiva, a balança comercial luso-polaca foi
tradicionalmente desequilibrada e desfavorável a Portugal até 2006, tendo apenas em 2007 acusado um
saldo positivo, como produto da combinação de uma queda brusca do valor das chegadas (-23,8% em
relação a 2006), com um aumento sensível do valor das expedições (+11,8 em relação a 2006),
resultando daí um salto qualitativo do saldo comercial.

Há que realçar que no período de 2003-2007, as expedições portuguesas para a Polónia registaram uma
taxa de crescimento médio anual de 16,1%, enquanto que as chegadas acusaram uma taxa média de
crescimento de -3,5% ao ano, do que resultou uma melhoria muito favorável da taxa de cobertura das
chegadas pelas expedições de 46,7% em 2003, para 108,5% em 2007; em relação a 2003, o valor das
expedições tinha subido cerca de 73% em 2007, enquanto que o das chegadas tinha caído 25%.

Da análise do comportamento das expedições e das chegadas no primeiro trimestre de 2008,


relativamente ao período homólogo de 2007, verifica-se um crescimento para as primeiras de 21,3%,
enquanto que as compras de Portugal à Polónia aumentaram 28%.

2.1.3. Expedições por Grupos de Produtos

Expedições por Grupos de Produtos


3
(10 Euros) 2003 % 2006 % 2007 %

Máquinas e aparelhos 51.145 34,30 59.536 28,51 81.985 34,16


Veículos e outro material de transporte 27.617 18,52 46.509 22,27 33.470 13,95
Plásticos e borracha 6.899 4,63 16.494 7,90 25.593 10,66
Matérias têxteis 19.676 13,20 19.562 9,37 25.508 10,63
Madeira e cortiça 4.947 3,32 12.554 6,01 16.164 6,73
Metais comuns 7.678 5,15 14.099 6,75 13.024 5,43
Produtos químicos 8.332 5,59 18.641 8,93 12.076 5,03
Produtos agrícolas 736 0,49 5.104 2,44 8.232 3,43
Produtos alimentares 647 0,43 2.713 1,30 6.922 2,88
Minerais e minérios 5.526 3,71 4.985 2,39 6.249 2,60
Pastas celulósicas e papel 6.513 4,37 1.409 0,67 2.375 0,99
Calçado 860 0,58 1.728 0,83 2.285 0,95
Peles e couros 238 0,16 1.445 0,69 1.964 0,82
Vestuário 3.451 2,31 943 0,45 1.564 0,65
Instrumentos de óptica e precisão 362 0,24 181 0,09 414 0,17
Combustíveis minerais 0 0,00 0 0,00 0 0,00
Outros produtos 4.463 2,99 2.936 1,41 2.188 0,91
Total 149.091 100,00 208.841 100,00 240.014 100,00

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística


Notas: Os anos de 2006 e 2007 encontram-se corrigidos dos valores confidenciais, correspondentes às operações abrangidas pela lei do
segredo estatístico. Por esta razão poderá haver discrepância, para aqueles períodos, entre estes totais e os da balança comercial.
Valores declarados.

42
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Relativamente à estrutura das expedições portuguesas para a Polónia, verifica-se que, em 2007, os
quatro grupos de produtos mais representativos – máquinas e aparelhos (34,16%), veículos e outro
material de transporte (13,95%), plásticos e borracha (10,66%) e matérias têxteis (10,63%) – foram
responsáveis por 69,4% do total expedido para aquele mercado. Dos restantes grupos de produtos,
destacam-se ainda a madeira e cortiça, os metais comuns, os produtos químicos, agrícolas, alimentares
e minerais e minérios.

• Máquinas e aparelhos – este conjunto agrega as máquinas e aparelhos mecânicos e eléctricos


(capítulos 84 e 85 da NC) e ocupou destacadamente a primeira posição nas expedições portuguesas
para a Polónia em 2007, com uma quota de 34,2%. Entre 2003 e 2007 estes produtos cresceram
mais de 60%, tendo, em termos relativos, mantido posições estáveis (à volta de 34%). Como
subgrupo, predominam as máquinas, aparelhos e materiais eléctricos e suas partes com cerca de
21% do total expedido, com destaque para os fios e outros condutores isolados para usos eléctricos,
cabos fibras ópticas, com 9,6% do total, os aparelhos receptores para
radiotelefonia/radiotelegrafia/radiodifusão com 5,6%, e os aparelhos para interrupção,
seccionamento, protecção, para tensão <=1000 volts, com 2,3% do total expedido. O subgrupo dos
reactores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos responde por 11% do
total expedido, realçando-se no seu seio as caixas de fundição, placas para moldes, modelos para
moldes, moldes para metais, com 3,9%, seguidos de partes para motores, com 2,3% do total
expedido.

• Veículos e outro material de transporte – este grupo de produtos é composto pelos capítulos 86 a 89
da NC e constitui a segunda posição do ranking das expedições portuguesas para a Polónia em
2007 (14% do total). Embora o valor expedido deste grupo tenha aumentado mais de 21% entre
2003 e 2007, o seu peso específico caiu de 18,5% para 14%, no mesmo período. Numa análise mais
fina, surgem à cabeça as expedições de partes e acessórios dos veículos automóveis das posições
8701 a 8705, com 8,7%, seguidos de veículos automóveis para transportes de mercadorias com
2,6% do total expedido.

• Plásticos e borracha - este agrupamento reúne os capítulos 39 e 40 da NC e foi o terceiro mais


expedido por Portugal para a Polónia (10,7% do total em 2007). Entre 2003 e 2007, o valor expedido
deste grupo de produtos subiu tanto em termos absolutos (271%), como em termos relativos (de
4,6% para 10,7%, do total expedido). O subgrupo que absorveu a maior parte das expedições deste
agregado foi o dos pneumáticos novos de borracha, com 5,2%, seguido de outras obras de plástico e
obras de outras matérias, com 1,7% do total expedido.

• Matérias têxteis – este agrupamento reúne os capítulos 50 a 60 e 63 da NC. Trata-se do quarto


grupo de produtos mais vendidos (10,6% do total em 2007) por Portugal na Polónia, tendo o valor
crescido 29,6% entre 2003 e 2007, mas caído em termos relativos de 13,2% para 10,6%, no mesmo
período. Numa análise mais fina, destacam-se os subgrupos das roupas de cama, mesa, toucador
ou cozinha, com 2%, e os tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou estratificados com
plástico, com 1,4% do total expedido.

43
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

• Madeira e cortiça – este grupo de produtos (posições 44 a 46 da NC) ocupou a quinta posição nas
expedições portuguesas para a Polónia em 2007 (6,7% do total expedido) tendo, entre 2003 e 2007
registado, em termos absolutos, um crescimento de 226,4% e em termos relativos passado de 3,3%
para 6,7%, no mesmo período. Em 2007, no seio deste grupo, destacam-se as expedições de
painéis de fibras de madeira ou de outras matérias lenhosas e aglomerados com 2,5% e de cortiça
aglomerada (com ou sem aglutinantes) e suas obras, com 1,8% do total expedido.

• Metais comuns – esta categoria é composta pelos capítulos 72 a 83 da NC e surge na sexta posição,
representando 5,4% do total expedido para a Polónia em 2007, tendo, entre 2003 e 2007, em termos
absolutos, o valor aumentado 69,6%, enquanto que o seu peso específico se mantinha relativamente
estável (à volta dos 5%) no mesmo período. No âmbito do grupo, destacam-se, em 2007, os
artefactos de higiene ou de toucador e suas partes de ferro fundido, ferro/aço, com 0,7% do total
expedido.

• Produtos químicos - este grupo compreende os capítulos 28 a 38 da NC e surge na sétima posição,


representando 5% do valor total expedido, em 2007, tendo, entre 2003 e 2007, em termos absolutos,
o valor crescido 44,9% e, em termos relativos, caído ligeiramente de 5,6% para 5%, no mesmo
período. No âmbito deste grupo, destacam-se, em 2007, os medicamentos, em doses ou
acondicionados para venda a retalho, com 1,7%, e as pomadas e cremes para calçado, preparações
para dar brilho ou arear, com 1,2% do total expedido.

As nossas expedições para a Polónia acusam um grau de concentração algo elevado, em que cerca de
48% do valor expedido diz respeito apenas a dois grupos de produtos, embora de elevado valor
acrescentado – máquinas e aparelhos e veículos e outro material de transporte. Por outro lado, no seu
conjunto, a estrutura expedidora é, por grandes agrupamentos, relativamente desequilibrada, pois os
bens de grande consumo participam apenas com aproximadamente 8% no valor global expedido.

Há que realçar também que as expedições portuguesas para a Polónia mostram um padrão de negócios
algo instável. Com efeito, tomando como referência os dez primeiros capítulos pautais da NC (a dois
dígitos) de 2003, registava-se, em 2007, o aparecimento de quatro novos capítulos entre os dez
primeiros mais representativos da estrutura expedidora, reflectindo, assim, uma oferta ainda em busca
de nichos de mercado adequados à procura.

De acordo com os dados do INE, verifica-se um interesse crescente das empresas portuguesas pelo
mercado polaco, reflectido também no aumento do número de empresas expedidoras de 438 em 2000,
para 546 em 2006.

44
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

2.1.4 Chegadas por Grupos de Produtos

Chegadas por Grupos de Produtos


3
(10 Euros) 2003 % 2006 % 2007 %

Máquinas e aparelhos 257.082 80,60 208.517 65,99 116.504 48,72

Veículos e outro material de transporte 19.262 6,04 20.127 6,37 25.948 10,85

Metais comuns 5.244 1,64 27.452 8,69 20.946 8,76

Produtos químicos 7.047 2,21 16.949 5,36 20.604 8,62

Plásticos e borracha 8.366 2,62 10.246 3,24 8.098 3,39

Produtos alimentares 811 0,25 2.688 0,85 7.725 3,23

Produtos agrícolas 624 0,20 9.914 3,14 7.093 2,97

Vestuário 6.371 2,00 2.690 0,85 5.176 2,16

Madeira e cortiça 1.453 0,46 1.639 0,52 2.205 0,92

Minerais e minérios 2.114 0,66 1.479 0,47 2.117 0,89

Pastas celulósicas e papel 207 0,06 720 0,23 1.509 0,63

Instrumentos de óptica e precisão 245 0,08 1.064 0,34 727 0,30

Matérias têxteis 449 0,14 411 0,13 692 0,29

Combustíveis minerais 2.741 0,86 26 0,01 213 0,09

Peles e couros 59 0,02 84 0,03 147 0,06

Calçado 432 0,14 11 0,00 50 0,02

Outros produtos 6.448 2,02 11.985 3,79 19.395 8,11

Total 318.955 100,00 316.002 100,00 239.148 100,00

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística


Notas: Os anos de 2006 e 2007 encontram-se corrigidos dos valores confidenciais, correspondentes às operações abrangidas pela lei do
segredo estatístico. Por esta razão poderá haver discrepância, para aqueles períodos, entre estes totais e os da balança comercial.
Valores declarados.

No que diz respeito às chegadas de produtos polacos a Portugal verifica-se uma forte concentração nas
máquinas e aparelhos, embora essa concentração tenha vindo a diluir-se no tempo, tendo passado de
80,6% em 2003, para 48,7% em 2007, do valor global das chegadas. Dos restantes grupos de produtos,
destacam-se ainda os veículos e outro material de transporte (10,9%), os metais comuns (8,8%) e os
produtos químicos (8,6%).

• Máquinas e aparelhos – este conjunto agrega as máquinas e aparelhos mecânicos e eléctricos


(capítulos 84 e 85 da NC) e ocupou a primeira posição das compras portuguesas à Polónia em 2007
(48,7% do total). Entre 2003 e 2007, registou-se uma diminuição acentuada de -54,7% do valor
destas chegadas, bem como do seu peso específico de 80,6% para 48,7%, no mesmo período.

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Numa análise mais detalhada, em 2007, os aparelhos receptores de televisão, monitores e


projectores de vídeo (14,8% do valor global das chegadas), motores de pistão, de ignição por
compressão (11,3%), refrigeradores, congeladores, bombas de calor (5,6%), motores de pistão,
alternativo ou rotativo, de ignição por faísca (3,8%), aparelhos eléctricos para telefonia ou telegrafia,
por fios, videofones (2,5%), máquinas de lavar louça, máquinas p/limpar, encher, capsular garrafas
(2,1%), os acumuladores eléctricos e seus separadores, de forma quadrada ou rectangular (1,3%),
são os produtos que mais se destacam.

• Veículos e outro material de transporte – este grupo de produtos é constituído pelos capítulos 86 a
89 da NC e constitui a segunda posição do ranking das chegadas portuguesas da Polónia em 2007,
tendo, entre 2003 e 2007, o valor de suas compras aumentado 34,7%, e o seu peso específico de
6% para 10,9%, no mesmo período. Numa análise mais fina, em 2007, as partes e acessórios dos
veículos automóveis (6,8% do valor global das chegadas), e os automóveis de passageiros e outros
veículos de transporte de passageiros (1,3%), são os produtos que mais se destacam.

• Metais comuns – esta categoria é composta pelos capítulos 72 a 83 da NC e surge na terceira


posição, tendo, entre 2003 e 2007, o valor de suas compras subido 299,4%, bem como a sua
participação de 1,6% para 8,8%, no mesmo período. No âmbito deste grupo, destacam-se, em 2007,
as compras de navalhas e aparelhos de barbear e suas lâminas (2,3% do total), e os produtos
laminados planos de ferro/aço não ligado (1,5%).

• Produtos químicos – em quarto lugar surge o grupo que compreende os capítulos 28 a 38 da NC,
tendo, entre 2003 e 2007, o valor de suas compras subido 192,4%, subindo também a sua
participação nas compras de 2,2% para 8,6%, no mesmo período. No âmbito deste grupo, destacam-
se, em 2007, as compras de preparações tensoactivas, preparações para lavagem e limpeza (2,3%
do total), os medicamentos, em doses ou acondicionados para venda a retalho (1,5%), adubos
(fertilizantes) minerais ou químicos, azotados (1,4%).

• Plásticos e borracha - este agrupamento reúne os capítulos 39 e 40 da NC, tendo assumido, em


2007, a quinta posição no valor global das compras; entre 2003 e 2007, o valor global destas
chegadas caiu ligeiramente -3,2%, enquanto a sua participação no total subiu de 2,6% para 3,4%, no
mesmo período. Os pneumáticos novos, de borracha (1,2% do total) surgem, em 2007, à cabeça
deste grupo de produtos.

• Produtos alimentares – este grupo (capítulos 16 a 23 da NC) foi o sexto das chegadas em 2007,
tendo, entre 2003 e 2007, o valor de suas compras subido 852,5%, enquanto que a sua participação
no valor global aumentava de 0,3% para 3,2%, no mesmo período. Outros produtos hortícolas
preparados ou conservados, não congelados (1,3% do total) surgiam à cabeça deste grupo de
produtos.

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

• Outros produtos – no âmbito deste grupo, em 2007, há que realçar os assentos, mesmo
transformáveis em camas, e suas partes (5,8% do total), cujo valor das compras subiu de 2,7
milhões de euros em 2006, para 13,7 milhões de euros em 2007.

A queda acentuada do valor das chegadas é o facto mais relevante da sua evolução, no período de
2003-2007; foi também notável a redução do grau de concentração das chegadas, embora continue
ainda superior ao das expedições. Todavia, a participação dos produtos de maior valor acrescentado nas
chegadas mantém-se superior ao peso que este grupo de produtos tem na estrutura expedidora.
Similarmente ao registado nas expedições, a estrutura das chegadas é, no seu conjunto, relativamente
desequilibrada, uma vez que os bens de amplo consumo participam apenas com aproximadamente 8%
no valor global das chegadas.

As chegadas mostram também um padrão de negócios algo instável. Tomando como referência os dez
primeiros capítulos pautais da NC (a dois dígitos) de 2003, registava-se, em 2007, o aparecimento de
três novos capítulos entre os dez primeiros mais representativos das chegadas, ou seja, uma taxa de
variabilidade de 30%. Uma análise mais fina, a 8 dígitos, mostra também um teia de intercâmbios pouco
densa, deixando a balança comercial relativamente exposta às oscilações conjunturais do mercado
internacional.

De acordo com os dados do INE, confirma-se também o interesse das empresas portuguesas pelos
fornecimentos polacos, reflectido no aumento do número de empresas compradoras de 337 em 2000,
para 475 em 2006.

2.2. Investimento

2.2.1. Importância da Polónia nos Fluxos de Investimento para Portugal

Importância da Polónia nos Fluxos de Investimento para Portugal


2003 2004 2005 2006 2007

Posição -- 77º 55º 53º 68º


Portugal como receptor (IDE)
% -- 0,0 0,0 0,0 0,0

Posição 31º 22º 14º 6º 9º


Portugal como emissor (IDPE)
% 0,1 0,3 1,2 4,0 2,2

Fonte: Banco de Portugal


Nota: Informação disponibilizada em Maio de 2008

De acordo com os dados publicados pelo Banco de Portugal, o investimento directo da Polónia em
Portugal tem sido pouco expressivo; pelo contrário, a Polónia tem um papel de realce enquanto destino
do investimento directo português no exterior (IDPE).

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

2.2.2. Investimento Directo de Portugal na Polónia

Contrariamente à evolução sempre positiva verificada no período de 2003-2006, em 2007 o IDP na


Polónia sofreu um retrocesso, relativamente ao ano anterior, tanto em termos absolutos (caiu 118,9
milhões de euros), como em termos de “ranking” (passou do 6º para o 9º lugar).

Segundo os dados do Banco Nacional da Polónia, Portugal surgia, em finais de 2005, na 20ª posição no
“ranking” de países emissores de IDE, acumulado, na Polónia, com cerca de 373 milhões de euros
investidos.

Investimento Directo de Portugal na Polónia


3
(10 EUR) 2003 2004 2005 2006 2007

Investimento bruto 5.942 30.329 118.295 388.342 269.536

Desinvestimento 9.859 7.441 11.087 12.016 29.950

Investimento líquido -3.917 22.888 107.208 376.326 239.586

Fonte: Banco de Portugal


Nota: Informação disponibilizada em Março de 2008

Na Polónia, existem actualmente 87 empresas polacas com capitais portugueses (em Abril de 2004
existiam apenas 24) e, segundo um inquérito levado a efeito pelo Centro de Negócios da AICEP em
Varsóvia, no âmbito do Barómetro do Investimento Português na Polónia, este grupo de empresas
manifesta uma grande satisfação pela escolha deste país para a realização dos seus investimentos e um
elevado grau de optimismo quanto ao desenvolvimento, no curto-médio prazo, do mercado polaco.

O investimento português na Polónia apresenta os seguintes traços dominantes: trata-se de um


investimento que na sua maioria (51,6%) teve lugar em 2005 ou em anos posteriores (só 29% do
investimento antecede 2001), nas áreas comercial e de prestação de serviços (embora com relativa
dispersão em termos de sector de actividade); na maior parte (74,2%) é investimento de raiz (greenfield),
tendo, em 64,5% dos casos, sido constituídas sociedades por quotas (Sp. Z o.o), a maioria das quais
com 100% de capital português, representando as sociedades anónimas (S.A.) 22,6% e as outras
formas jurídicas 12,9%. Na maioria das empresas verifica-se igualmente a presença dominante de
administradores de origem portuguesa e assiste-se a uma heterogeneidade na sua dimensão, embora
tenham particular relevo as unidades com menos de 10 trabalhadores (61,3%); as empresas com mais
de 250 trabalhadores representam 12,9% do número total. A maioria das empresas tem a sua sede
social no Centro-Sul da Polónia e vendem sobretudo para o mercado nacional polaco (23,8% das
empresas já vendem/prestam serviços em países da Europa Central e Oriental).

A grande maioria (83,9%) das empresas é de natureza comercial/prestação de serviços, enquanto 16,1%
são empresas de industriais. Do total de empresas, cerca de ¼ investiu no sector da construção, 16,1%
naconsultoria e outros serviços e 12,9% na alimentação/bebidas e em têxteis e confecções. Existem,
também, investimentos nos sectores bancário e segurador, químico e farmacêutico, metalúrgico e
metalomecânico, transportes e armazenagem, ambiente e energias renováveis.

48
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

2.2.3. Investimento Directo da Polónia em Portugal

Como foi salientado, o IDE polaco em Portugal tem sido irregular e meramente residual. Em verdade, no
período de 2003-2007, o desinvestimento superou largamente o investimento bruto, tendo o investimento
líquido montado a -7,5 milhões de euros, ou seja, registou-se um retrocesso assinalável da presença
polaca no nosso país.

Investimento Directo da Polónia em Portugal


3
(10 EUR) 2003 2004 2005 2006 2007

Investimento bruto -- 1 484 934 447

Desinvestimento -- 118 109 490 8.677

Investimento líquido -- -117 375 444 -8.230

Fonte: Banco de Portugal


Nota: Informação disponibilizada em Março de 2008

2.3. Turismo

Embora ainda modesto em termos de emissão de turistas, o mercado polaco afigura-se promissor para
Portugal. Com efeito, no período de 2003-2007, o número de hóspedes polacos subiu 228,9%, enquanto
que a sua quota de mercado passou de 0,4% para 1,0%. O número de dormidas aumentou 168,6%,
tendo a quota de mercado subido de 0,4% para 1,0%; o valor global das receitas cresceu 271,8%, tendo
a quota de mercado passado de 0,2% para 0,5%. É de realçar que, apesar da estadia média do turista
polaco em Portugal ter caído de 4,3 dias em 2003, para 3,5 dias em 2007, as receitas registaram a maior
taxa de crescimento, reflectindo provavelmente o aumento do poder de compra do cidadão polaco.

Ao nível dos países da Europa Central e Oriental, a Polónia é actualmente o principal mercado em
termos de dormidas, tendo mesmo ultrapassado a Rússia que habitualmente tinha o maior número de
dormidas.

Turismo da Polónia em Portugal


2003 2004 2005 2006 2007

Hóspedes 22.214 22.127 30.191 46.444 73.055


a
Dormidas 96.334 78.691 97.037 167.483 258.755
b 3
Receitas (10 EUR) 8.958 8.044 12.872 20.626 33.308

Fontes: INE - Instituto Nacional de Estatística; Banco de Portugal


Notas: (a) Inclui apenas o número de dormidas na hotelaria global.
(b) Não inclui as receitas de transporte.

As principais motivações do turista polaco quando se desloca a Portugal são o Touring, o Turismo
Religioso, o Sol e Mar e MICE (Meetings, Incentives, Conventions and Exhibitions).

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

A Polónia tem ligações directas aéreas com Portugal através da companhia low-cost Centralwing (ligada
à LOT). Em 2007 havia 94 operadores turísticos a programarem Portugal.

Em termos de dormidas na hotelaria global, em 2006, a região preferida do turista polaco era o Algarve,
com 38,3% das dormidas, seguida de Lisboa (33,1%) e Centro (12,2%), tendo, em conjunto, estas três
regiões representado aproximadamente 84% das dormidas com origem na Polónia.

Dormidas na Hotelaria Global por Região


2004 2005 2006
Região
(%) (%) (%)
Algarve 37,93 31,79 38,27
Lisboa 31,62 39,60 33,14
Centro 16,26 14,70 12,17
Norte 7,35 5,49 10,77
Madeira 5,38 7,11 3,84
Alentejo 0,92 0,89 1,35
Açores 0,53 0,43 0,46

Fontes: INE - Instituto Nacional de Estatística; Banco de Portugal

3. Oportunidades e Dificuldades

3.1 Comércio

A Polónia, com cerca de 38 milhões de habitantes, é actualmente um importante mercado para a


colocação de bens de capital e de bens de consumo. A dinâmica de fluxos de IDE e formação bruta de
capital fixo previstos para os próximos anos, bem como a evolução positiva do PIB per capita (55,2% da
média da UE27 em PPC, em 2007) apontam para o reforço da importância deste mercado no seio da
UE.

Mas, antes de se passar à análise sucinta de possíveis sectores de oportunidade, afigura-se oportuna
uma referência breve às potencialidades implícitas nas compras do Sector Público, para os agentes
económicos portugueses. Com efeito, trata-se de um mercado cada vez mais importante, cujas
aquisições ascenderam a 20,4 mil milhões de euros em 2006 e em que o factor preço é uma das
variáveis mais decisivas na selecção das empresas. Em 2006, o preço foi o único critério de 64% das
licitações, tendo 93,5% das licitações de valor superior a 60.000 euros sido ganhas pela oferta mais
barata, e 97% das licitações adjudicadas a empresas polacas, o que aponta para a grande importância
de uma implantação própria no mercado, ou de se ter um sócio local para a participação de uma
empresa estrangeira nessas licitações.

50
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Sem dúvida que o país apresenta interessantes oportunidades de negócio, nomeadamente em sectores
em que Portugal possui uma oferta de qualidade, como são os casos a seguir referidos.

Fileira Materiais de Construção

Fileira em grande expansão devido ao crescimento rápido do sector da construção civil, obras públicas e
imobiliário, provocado pelo desenvolvimento da economia polaca e pelo enorme afluxo de fundos
comunitários e de IDE. As empresas de construção civil começam a sentir dificuldades na aquisição de
alguns produtos, nomeadamente do ramo de non-metal goods, tais como cimento, gesso, cal, blocos,
tijolos, telhas, devido à sua escassez no mercado.

Observa-se também um crescimento muito significativo da procura de materiais cerâmicos para


pavimentos e revestimentos, janelas, portas, ferragens, equipamentos para casa de banho, rochas
ornamentais, pavimentos e soalhos em madeira, louça sanitária e materiais químicos de acabamento de
interiores e exteriores (tintas, vernizes, etc.).

Fileira Casa

Devido ao aumento do poder de compra da população polaca e ao desenvolvimento do sector


imobiliário, existem claras oportunidades de negócio para produtos como os têxteis-lar, cutelaria e
cerâmica decorativa e utilitária. Os produtos devem apresentar elevada qualidade, design inovador e
uma certa diferenciação em relação à oferta local. Para além desta maior procura por parte de clientes
individuais, as cidades polacas do Euro 2012, que terão de modernizar a sua oferta em termos de
hotelaria e restauração, vão ter igualmente que equipar os respectivos interiores com têxteis-lar,
cutelaria, cerâmica decorativa e utilitária. Dadas estas circunstâncias, prevê-se nos próximos cinco anos
uma maior procura para esse tipo de produtos.

Fileira Moda

Confecção / Têxteis - A indústria têxtil tem uma forte tradição na Polónia. As mudanças do sistema
económico no país, traduziram-se numa grande reestruturação económica e empresarial, com a indústria
de confecção polaca a começar a trabalhar, muito em especial, em regime de subcontratação. Este
factor tem determinado a condição financeira deste sector industrial, mas, por outro lado, tem
possibilitado o aproveitamento da capacidade de produção instalada, duas vezes superior à procura
actual.

A indústria têxtil polaca mantém-se competitiva em relação à produção europeia, encontrando-se nesta
altura num processo de reestruturação e modernização que a vai tornar bastante mais competitiva nos
próximos anos.

51
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Os produtos portugueses são ainda pouco visíveis no mercado polaco e geralmente entram com marcas
de distribuidores internacionais. O mercado em si apresenta potencial significativo para as nossas
empresas, com variadas possibilidades de cooperação do ponto de vista comercial e de investimento.

Calçado - A produção polaca satisfaz apenas uma pequena percentagem das suas necessidades, dado
que mais de 50% da produção nacional é destinada à exportação. Os principais mercados de importação
são a China, Itália, Vietname, Alemanha, Indonésia e Espanha.

No mercado polaco de calçado nota-se uma tendência conservadora, em que a maioria dos clientes
prefere as cores tradicionais, mas onde os consumidores mais jovens e do segmento médio/alto são
mais receptivos às últimas tendências.

O calçado é um dos produtos portuguesas que goza de maior notoriedade na Polónia e, por isso,
afigura-se prioritário um reforço da actuação promocional nacional e uma entrada mais eficaz das nossas
empresas nos canais de distribuição, sob pena de se perderem quotas de mercado e de não se
aproveitar o notável trabalho desenvolvido nos últimos anos por empresas, associações empresariais e
instituições portuguesas.

Devido a uma grande concorrência no mercado da parte de produtos de origem asiática, especialmente
no segmento baixo, a oferta portuguesa deveria apostar nos segmentos médio/alto e “premium” (calçado
importado principalmente da Itália, mas, também, em quantidades muito menores, da Alemanha,
Espanha e Portugal), onde se afiguram muito mais oportunidades para um produto de qualidade.

Fileira Agro-Alimentar

Vinhos – O sector encontra-se em desenvolvimento progressivo e favorável relativamente ao produto


português. Segundo dados do GUS - Instituto Polaco de Estatística, para o período de Janeiro a
Setembro de 2006, as vendas de vinhos portugueses no mercado polaco alcançaram 1,5 milhões de
euros, representando uma quota de mercado de 1,9% (contra 1,1% em 2005).

Devido à maior aposta promocional que se tem realizado nos últimos anos, os vinhos portugueses
começaram a aparecer nos canais de distribuição locais e a suscitar também algum interesse e
curiosidade junto do público consumidor.

Os vinhos portugueses estão a posicionar-se, fundamentalmente, num segmento de preços médio e


médio/alto, rivalizando assim com a oferta dos principais países concorrentes de Portugal nos mercados
internacionais (Espanha, França e Itália e países do Novo Mundo).
Este sector é uma das poucas áreas do comércio em que o produto em si tem uma conotação positiva
em relação à questão da marca “ Portugal” e tem mantido a posição e reconhecimento dignos aos
produtos de qualidade.

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Café - A dimensão do mercado, o aumento do poder de compra da população polaca e os hábitos


entretanto criados de consumo de café, são factores que possibilitarão um aumento muito significativo do
consumo de café neste país.

Com a chegada à Polónia dos “coffee-bar”, chegou também a moda de tomar café (sobretudo “expresso”
ou “capuccino”) fora de casa – cada ano abrem cerca de 80 novos estabelecimentos.

Os “coffee-bar” têm observado uma tendência positiva na venda de alguns tipos de café mais raros – os
clientes polacos tornam-se cada vez mais exigentes e conhecedores de café, o que implica uma maior
procura de café mais exótico vendido por um preço mais elevado.

Segundo o relatório da Organização Internacional do Café, o mercado do café na Polónia apresenta


grandes perspectivas de desenvolvimento, considerando-o como o país mais promissor da UE27.
Apesar do aumento do consumo de café, há que ter em especial atenção que o chá continua a ser a
bebida quente mais popular e típica da Polónia.

Queijo – O mercado do queijo na Polónia tem uma oferta bastante diversificada e um conjunto de
empresas produtoras locais, algumas com capital estrangeiro, que comercializam uma gama de produtos
com bastante qualidade e variedade.

A dimensão do mercado, o aumento do poder de compra, a mudança dos hábitos do consumo e a


procura de novos tipos e sabores de queijos podem possibilitar o desenvolvimento deste sector e
constituírem excelentes oportunidades de negócios para os fabricantes estrangeiros.

Azeite, azeitonas, vinagre, conservas de atum e marisco - A importação dos produtos em questão tem
aumentado sistematicamente desde a segunda metade dos anos 90, devido a uma forte promoção da
dieta mediterrânica, entendida como uma dieta saudável e onde é bastante comum o uso destes
produtos, antigamente praticamente desconhecidos na Polónia. Hoje em dia, o uso destes produtos
tornou-se muito frequente e aconselhado pelos nutricionistas polacos. Para a divulgação destes hábitos
contribuíram decisivamente as viagens de férias dos polacos para os países do Sul da Europa e a
implementação da grande distribuição que aumentou e diversificou a oferta alimentar.

A oferta de produtos alimentares da dieta mediterrânica de boa qualidade, tratando-se de produtos


importados, está dirigida para a classe social com maior poder de compra.

Os produtos da dieta mediterrânica portugueses têm potencial para se posicionarem nos segmentos de
preços médio e médio/alto e concorrem directamente com a oferta italiana, espanhola ou grega, já bem
instalada no mercado.

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Fileira Moldes e Máquinas

Moldes - Devido à incapacidade da grande maioria das empresas polacas do sector dos moldes em
satisfazer as necessidades de clientes mais exigentes e de coordenar o projecto produtivo desde a fase
de desenvolvimento do produto e da ferramenta até à injecção, passando pelo teste das ferramentas,
este sector, salvo algumas excepções, ainda não atingiu um grande nível de modernização. No que
respeita à evolução da procura de moldes no mercado polaco, as perspectivas são animadoras, na
medida em que se espera a continuação da entrada de elevados fluxos de IDE no país, na sequência da
adesão à UE, acompanhada por alguma alteração do perfil destes investimentos, no sentido da
instalação/criação de projectos de maior valor acrescentado. Tem-se verificado um enorme crescimento
do IDE na Polónia, focalizado principalmente na instalação de diversas unidades de produção ligadas à
indústria de automóvel, indústria alimentar, indústria de embalagens, indústria de cosméticos,
telecomunicações, etc. Em síntese, parece existir no mercado polaco um excesso de empresas
fabricantes de moldes e, em simultâneo, um défice de capacidade no fabrico de moldes com
determinadas características, em termos de complexidade, qualidade, capacidade de resposta a
frequentes alterações durante o período de fabrico e prazos de entrega curtos. Do confronto entre estas
tendências da procura e oferta de moldes resulta a identificação genérica de oportunidades comerciais
e/ou de investimento a explorar no mercado polaco: por exemplo, a constituição de joint-ventures
produtivas ou parcerias comerciais com fabricantes polacos visando fornecer os clientes mais exigentes
em termos de qualidade, complexidade e prazo.

Máquinas e equipamentos – Devido ao grande desenvolvimento do sector da construção civil, conjugado


com os preparativos do Euro 2012, existem grandes oportunidades no sector das máquinas e
equipamentos para o sector da construção civil. Nos próximos cinco anos, para além de se prever um
crescimento muito significativo ao nível da construção habitacional, irão ser construídos ou
modernizados 6 estádios de futebol, mais de1000 km de auto-estradas, 2000 km de vias rápidas, cerca
180 novas unidades hoteleiras, novos aeroportos, gares e vias ferroviárias, para além de diversos outros
trabalhos nas áreas do ambiente. Este é, sem dúvida, um momento muito favorável para o
desenvolvimento do sector das máquinas e equipamentos de construção civil na Polónia e, igualmente,
uma oportunidade única para as empresas portuguesas interessadas na abordagem deste mercado, seja
numa perspectiva estritamente comercial, seja numa perspectiva de investimento.

Igualmente, prevê-se uma maior procura para máquinas e equipamentos para o canal Horeca, para
trabalhar madeira e para trabalhar metal.

Fileira Saúde e Biotecnologia

Segundo estimativas da IMS Health, as vendas de produtos farmacêuticos nas farmácias polacas, em
2004, alcançaram cerca de 2,93 mil milhões de euros.

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Ao nível do mercado da distribuição de medicamentos existem cerca de 400 grossistas com actividade
regular e cerca de 9.758 farmácias, com um número médio de 3.600 pacientes por farmácia.

O mercado polaco de medicamentos está dominado pelos medicamentos genéricos que representaram,
em 2004, cerca de 60% das vendas neste país. As farmácias foram responsáveis, nesse ano, por cerca
de 80% das vendas de medicamentos, contra 11,5% dos hospitais. Para além disso, são também
vendidos diversos medicamentos nos supermercados, a exemplo do que se passa actualmente em
Portugal.

Oportunidades para as empresas portuguesas:

• Exportação directa de alguns medicamentos aos principais grossistas locais.


• Constituição de “joint-ventures” com alguns grossistas de pequena e média dimensão que, em
alguns casos, estão interessados em encontrarem parceiros na indústria para continuarem a ser
competitivos.
• Estabelecimento de parcerias industriais entre alguns laboratórios portugueses e laboratórios
polacos de pequena e média dimensão.

Fileira Inovação e Serviços

Tecnologias de Informação, Comunicação e Electrónica - Segundo a opinião de diversos especialistas,


as TIE’s encontram-se em grande expansão na Polónia. O desenvolvimento desta fileira tem uma maior
dinâmica do que os restantes sectores da economia polaca. Tendo em conta a qualidade, o preço e a
abundância de quadros polacos com formação nas áreas da informática/electrónica, observou-se um
forte investimento estrangeiro neste sector, sobretudo através da abertura de centros internacionais de
R&D e de empresas de “BPO - Business Process Offshoring”, que permitirá à Polónia tornar-se, no
curto-médio prazo, um dos importantes fornecedores de serviços de informática e software na Europa.

Os segmentos com mais perspectivas de desenvolvimento no mercado das tecnologias de informação


são os computadores portáteis, monitores LCD, serviços de “outsourcing”, soluções de informática para
o sector energético e software de gestão para PME.

3.2 Investimento

Após 18 anos de profundas reformas económicas e políticas, a Polónia surge hoje como um dos países
da Europa Central e Oriental que apresenta uma maior dinâmica de desenvolvimento económico e de
capacidade de atracção de IDE, marcadamente com origem na UE.

Em 2006, continuaram a realizar-se, em escala muito significativa, os investimentos do tipo “greenfield”,


tal como já se havia verificado em 2005, quando representaram cerca de 58% do total de investimentos
realizados. Os sectores de serviços, automóvel e electrónica revelaram-se os mais atractivos para o IDE.

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Como áreas potenciais para o investimento português na Polónia, destacaríamos as seguintes:

Investimento Industrial

• Fileira moldes e máquinas (moldes, componentes para industria automóvel, máquinas diversas);
• Fileira agro-alimentar;
• Fileira saúde e biotecnologia;

Investimento Comercial/Prestação de Serviços

• Fileira construção e projectos (infra-estruturas de transporte, de telecomunicações, revitalização de


terrenos pós-industriais, infra-estruturas urbanas, infra-estruturas para protecção do meio ambiente,
consulting estratégico e jurídico-financeiro, project management);
• Fileira materiais de construção;
• Fileira produtos alimentares e bebidas;
• Fileira moda (confecções, calçado, entre outros);
• Fileira saúde e biotecnologia;
• Fileira casa (têxteis-lar);
• Fileira inovação e serviços (TIES, energias renováveis, logística, banca e serviços financeiros, entre
outros).

Comentários para alguns sectores específicos:

Fileira Inovação e Serviços

Banca e serviços financeiros - A banca polaca encontra-se numa fase de profunda transformação e
modernização, em parte suscitada pelo crescimento económico, sofisticação e exigências da procura e
também pelo facto de se encontrarem instalados no país os principais grupos financeiros internacionais.

Existem grandes oportunidades no sector bancário ao nível da criação e desenvolvimento de empresas


de consultadoria financeira, corretagem e de outras empresas parabancárias, como por exemplo de
empresas de leasing, factoring, sociedades de capital de risco, empresas de serviços de gestão de
cartões de crédito, sociedades de investimento colectivo, que criam e gerem os fundos de investimento
mobiliário e imobiliário e fundos de pensões.

Sector de serviços de armazenagem, de distribuição e de logística - Como potenciais áreas de


investimento neste sector destacaríamos a execução de obras de construção de centros de logística e
distribuição de mercadorias e o desenvolvimento de relações de parceria ao nível de transportes e
distribuição com agentes locais estabelecidos no mercado.

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Sector das energias renováveis - A Polónia, com a sua entrada na UE, comprometeu-se a proceder aos
necessários investimentos em prol do desenvolvimento e de uma maior utilização de fontes de energias
renováveis, ou seja, terá que conseguir que 7,5% da sua produção total de energias, até ao ano de
2010, tenha a sua origem em fontes renováveis. Para atingir tal objectivo, será preciso instalar, no
período de 2005 a 2010, cerca de 2000 MW de potencial em centrais eólicas e introduzir a combustão ou
queima conjunta de biomassa sólida em centrais térmicas a carvão, de modo a que se possam obter
cerca de 1000 MW e realizar cerca de 5 mil toneladas de biomassa.

Resumindo, as perspectivas de desenvolvimento do sector de energias renováveis na Polónia afiguram-


se muito promissoras. Esta situação faz com que a Polónia seja hoje um dos novos mercados mais
procurados para a instalação de empresas ligadas às energias renováveis, realidade que também
deverá ser acompanhada com alguma atenção pelas empresas portuguesas do sector.

Fileira Construção e Projectos

Sector de Construção Civil e Obras Públicas – Este é um dos sectores com maiores potencialidades
graças ao enorme fluxo de fundos estruturais e de coesão canalizados para a Polónia pela União
Europeia e também pelas novas oportunidades surgidas na sequência da vitória da candidatura conjunta
da Polónia e da Ucrânia para a organização da Fase Final do Campeonato da Europa de Futebol de
2012. Este último acontecimento, conforme já referido, vai obrigar a um forte desenvolvimento da
actividade deste sector, principalmente no âmbito das infra-estruturas desportivas, estradas e vias de
acesso, parqueamentos, infra-estruturas hoteleiras, infra-estruturas ao nível de remodelação e
adaptação de planos urbanísticos já existentes ou em vias de execução, nomeadamente em municípios
destacados como principais anfitriões.

As potenciais áreas de investimento surgem em resultado de participação em concursos públicos que


lançam oportunidades para potenciais executores de obras públicas e infra-estruturas acima
referenciadas, nomeadamente nos maiores centros urbanos da Polónia, aqueles que irão acolher os
acontecimentos de 2012 (Varsóvia, Wrocław, Gdańsk, Poznań e nos dois complementares – Cracóvia e
Chorzów).

Outros sectores:

Consultadoria em engenharia – As empresas portuguesas poderão candidatar-se, em cooperação com


os parceiros polacos, aos inúmeros concursos e projectos que serão lançados nos próximos anos;

Promoção imobiliária - O valor total das transacções foi de 4,9 mil milhões de euros, em 2006. As áreas
potenciais de investimento para as empresas portuguesas surgem nos ramos:

> Residencial – construção de apartamentos, especialmente nos limítrofes de grandes


centros urbanos.
> Recuperação urbana – antigos edifícios residenciais ou industriais (lotes para uso
residencial ou de escritórios).

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Fileira Produtos Industriais

Sector da indústria automóvel - Actualmente o sector automóvel emprega mais de 100 mil pessoas. A
produção efectuada (cerca de 616,5 mil veículos ligeiros, em 2006) destina-se principalmente à
exportação, uma vez que as vendas no mercado local de automóveis novos mantêm-se, desde 2005,
num nível relativamente baixo (cerca de 237,5 mil unidades/ano). As fábricas situadas na Polónia
produziram 25% dos veículos automóveis feitos na região dos PECO e 10% dos fabricados na Europa.
Portanto, os produtores de carros, em conjunto com os fabricantes de componentes e peças, cujas
exportações ascenderam a 14 mil milhões de euros em 2006, constituem uma força primordial no
desenvolvimento das exportações polacas.

Como o ramo automóvel é um dos sectores mais inovadores da indústria, estimulando e impondo o
desenvolvimento de actividades complementares, perspectivam-se, para as empresas portuguesas, as
seguintes áreas potenciais de investimento:

• produção de componentes e peças para automóveis;

• produção ou fornecimento de moldes;

• fornecimento de tecnologias inovadoras nos processos de produção de veículos;

• desenvolvimento de serviços de distribuição, armazenagem e coordenação logística de peças e


componentes para automóveis;

• desenvolvimento de serviços de informática no âmbito da integração de processos produtivos, de


gestão de vendas, armazenagem e entrega de veículos.

Não obstante todo este leque de perspectivas, passamos a indicar as principais dificuldades encontradas
pelas empresas portuguesas no mercado:

• Numa fase inicial de abordagem, constata-se um défice de informação sobre a realidade e as


características actuais do mercado polaco;

• Mercado em grande mutação social e económica, que requer um acompanhamento directo e


frequente dos clientes locais, por parte das empresas portuguesas;

• Mercado bastante competitivo, com uma forte presença de empresas locais e estrangeiras de grande
qualidade e onde as empresas portuguesas podem encontrar dificuldades se não tiverem uma
correcta, agressiva e persistente estratégia de internacionalização;

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• Burocracia ao nível da administração pública, traduzida num elevado número de documentos


necessários em qualquer processo administrativo;

• Lentidão e rigidez do sistema judicial, o que se tem procurado minimizar através do aconselhamento
por parte de advogados locais;

• Precariedade das infra-estruturas de transportes, sobretudo ao nível das auto-estradas;

• Dimensão territorial do país (semelhante à de Espanha), com 42 cidades com mais de 100.000
habitantes;

• Tradicional “nacionalismo polaco” e algum “proteccionismo”, acompanhado pela preferência por


empresas locais;

• Dificuldades de comunicação relacionadas com a língua, que gradualmente se vai ultrapassando


pelo facto de um número cada vez maior de polacos dominarem a língua inglesa;

• Distância geográfica, que condiciona as comunicações e o transporte de pessoas e mercadorias,


agravada pela inexistência de ligações aéreas directas e regulares ao longo de todo o ano;

• Relativo desconhecimento da oferta portuguesa de bens e serviços.

3.3 Turismo

Produtos / segmentos:

De acordo com as análises do mercado, constata-se que os turistas polacos optam pelos produtos ”sol e
mar” e “touring”. Esta tendência deve continuar no futuro próximo e estes dois produtos deverão ser os
mais procurados pelos turistas polacos em Portugal.

Segundo os principias operadores turísticos polacos que programam Portugal, outros produtos que
deverão continuar a crescer são os ”city-breaks” e o segmento MICE (Meetings, Incentives, Conventions
and Exhibitions).

Graças à existência da ligação directa low-cost entre Varsóvia - Lisboa e à inauguração da ligação
directa Cracóvia – Lisboa (também low-cost), os operadores promovem programas de ”city-breaks” em
Lisboa, sendo a capital portuguesa uma das poucas capitais da Europa ainda pouco exploradas pelos
turistas polacos, devido à inexistência de ligações directas nos anos anteriores. Tendo em consideração
o aumento do poder de compra da população polaca, este produto é cada vez mais popular entre os
turistas polacos, que para além das férias de Verão procuram também fins-de-semana ou curtas férias
fora dos meses de Verão.

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No que se refere ao segmento MICE, Portugal, pela sua imagem positiva no mercado e localização
geográfica na Europa, é considerado pelas Casas de Incentivo polacas um destino privilegiado para este
segmento de viagens. Segundo as Casas de Incentivo, a procura de Portugal neste segmento aumentou
substancialmente durante os últimos dois anos.

Na opinião dos Operadores polacos, no futuro próximo, os polacos procurarão também em Portugal
produtos mais sofisticados do tipo: “golfe”, “wellness&spa” e “enoturismo” que, em alguns casos, são
considerados produtos opcionais/adicionais a programas de “sol e mar” ou integrados nos programas de
viagens MICE, tendo em vista o enriquecimento do programa.

Áreas:

Tendo em consideração as preferências dos turistas polacos (”sol e mar”, “touring” e “city-breaks”), o
Algarve e Lisboa são as áreas de Portugal mais procuradas. No que se refere ao MICE, a Região de
Lisboa e a Madeira recebem o maior número de clientes neste segmento de viagens.

A existência de ligações directas para Lisboa e Faro (neste último caso apenas no Verão) tem
influenciado positivamente a preferência destas duas Regiões como destinos de férias pelos turistas
polacos.

No que se refere à Madeira, a Região continuará a ser um destino importante no segmento de Incentivos
e Congressos, esperando-se, também, um crescimento substancial enquanto destino de férias dos
turistas polacos, graças à inauguração, no próximo Outono, por um dos principais Operadores polacos, o
Itaka, de voos charter para a Madeira.

É de notar que a imagem geral de Portugal na Polónia é muito positiva, sendo considerado um destino
seguro e com elevada qualidade de serviços. O reforço de campanhas publicitárias (outdoor, imprensa,
tv) contribuirá, sem dúvida, para um melhor conhecimento do destino Portugal e da sua oferta
diversificada de produtos turísticos.

Mas, segundo os Operadores Turísticos e Agentes de Viagens locais, um dos principais obstáculos às
vendas para Portugal é o pouco conhecimento sobre o país. Os Operadores polacos também fazem
reparos ao nível dos preços dos packages para Portugal, considerados bastante elevados em
comparação com a oferta existente para outros destinos de férias. Outra dificuldade, tanto para os
turistas como para o trade, está relacionada com a pouca oferta de ligações aéreas directas para
Portugal.

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3.4 “Cultura de Negócios”

Principais aspectos a ter em conta na abordagem do mercado polaco:

• Devido à grande concorrência e competitividade do mercado, as empresas portuguesas nas suas


deslocações devem ir bem preparadas para os encontros que vão efectuar. Para além disso,
deverão estabelecer um plano de abordagem do país que preveja deslocações com alguma
frequência para contactos com os seus principais clientes/parceiros.

• É conveniente estabelecer contactos personalizados, antecipados por correspondência,


principalmente por e-mail, fax ou telefone, tentando fazer uma apresentação da empresa de forma
sucinta mas concreta, definindo bem as intenções relativas ao negócio,

• Fazer acompanhar a correspondência de brochuras e folhetos, em que constem as características


técnicas dos produtos (em língua inglesa ou preferencialmente em língua polaca) e nunca esquecer
os preços, pois são factores decisivos para atrair a atenção dum eventual parceiro polaco.

• Não demorar muito tempo nas respostas, sejam elas positivas ou negativas, mantendo sempre um
contacto com o parceiro escolhido mesmo à distância.

• Nas reuniões profissionais chegar sempre com pontualidade aos encontros, estar bem preparado
para as negociações comerciais, tentando ultrapassar as diferenças culturais com simplicidade e não
mostrando nenhuma superioridade ou agressividade no relacionamento. Não convém também
mostrar ignorância em relação às questões básicas sobre o país e sua história.

• Cumprir o que ficou combinado nas reuniões e, no caso de desinteresse pelo negócio, dizê-lo
abertamente e argumentando a sua decisão,

• Avaliar correctamente o cliente e acordar as condições de pagamento. Os prazos frequentemente


estabelecidos são de 60 a 90 dias. Fazer contratos de negócios por escrito.

• Na actual fase de desenvolvimento da Polónia, convém que as empresas tenham presente que a
entrada no mercado vai exigir uma grande persistência e paciência.

• As empresas portuguesas deverão colocar a possibilidade de realização de acordos ou parcerias


com empresas locais e/ou internacionais.

• Depois da realização da primeira exportação ou concretização do investimento, as empresas


deverão definir um período de adaptação às características do mercado e ir expandindo a actividade
de acordo com a experiência e “know how” entretanto adquiridos.

• Cada mercado tem as suas próprias características e, por isso, não devem ser transportados para o
mercado polaco modelos de experiências de internacionalização anteriores.

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Anexo 1 – Principais Produtos Transaccionados entre Portugal e a Polónia (2006 – 2007)
Expedições

2006 2007
1000 1000
N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons % Tot Tons % Tot Var. %
EUR EUR

TOTAL (Valores Declarados) 95.438 223.660 100,00 120.023 261.264 100,00 16,81

Partes e acessórios dos veículos automóveis


8708 3.609 25.775 11,52 3.976 24.364 9,33 -5,48
das posições 8701 a 8705
Fios e outros condutores, isolados p/ usos
8544 477 2.834 1,27 3.321 22.125 8,47 680,84
eléctricos; cabos fibras ópticas
Aparelhos receptores p/
8527 205 11.450 5,12 290 14.356 5,49 25,38
radiotelefonia/radiotelegrafia/radiodifusão, etc
4011 Pneumáticos novos, de borracha 2.079 8.417 3,76 3.256 13.490 5,16 60,27
Caixas fundição; placas fundo p/ moldes;
8480 415 8.627 3,86 433 8.631 3,30 0,05
modelos p/ moldes; moldes p/ metais
Veículos automóveis para transporte de
8704 1.052 3.174 1,42 1.549 6.579 2,52 107,26
mercadorias
Painéis de fibras de madeira ou de outras
4411 16.466 4.770 2,13 19.209 6.408 2,45 34,35
matérias lenhosas, aglomerados etc
Partes reconhecíveis c/o
8409 exclusiva/principalmente p/ motores das pp 89 3.955 1,77 58 5.876 2,25 48,58
8407/08
6302 Roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha 653 5.118 2,29 660 5.284 2,02 3,24
Veludos e pelúcias tecidos e tecidos de froco,
5801 161 2.010 0,90 663 5.049 1,93 151,18
excepto os artigos da pp 5806
Aparelhos p/ interrupção, seccionamento,
8536 258 4.522 2,02 248 4.870 1,86 7,69
protecção etc, p/ tensão <=1000 volts
Cadeados, fechaduras e ferrolhos, de metais
8301 246 4.640 2,07 163 4.573 1,75 -1,45
comuns; fechos e armações c/ fecho
Cortiça aglomerada (com ou sem aglutinantes) e
4504 1.382 4.224 1,89 1.520 4.553 1,74 7,78
suas obras
Outras obras de plástico e obras de outras
3926 458 2.878 1,29 538 4.477 1,71 55,54
matérias das posições 3901 a 3914
Medicamentos, em doses ou acondicionados
3004 38 7.361 3,29 31 4.287 1,64 -41,75
para venda a retalho
Tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou
5903 940 4.139 1,85 738 3.613 1,38 -12,72
estratificados com plástico
Outras chapas,folhas e lâminas, de plástico n/
3920 515 1.250 0,56 1.113 3.452 1,32 176,21
alveolar, n/ reforçadas, etc
Pomadas e cremes para calçado, preparações
3405 1.531 4.352 1,95 1.081 3.163 1,21 -27,33
para dar brilho ou arear
Sucos e extractos vegetais,mat.
1302 11 104 0,05 177 2.691 1,03 §
pécticas,pectinatos e pectatos,agar-agar,etc
2204 Vinhos de uvas frescas 0 1.705 0,76 0 2.688 1,03 57,60
Farinhas de cereais, excepto de trigo ou de
1102 2.690 1.431 0,64 4.802 2.662 1,02 85,96
mistura de trigo com centeio
Colas e outros adesivos preparados, não
3506 1.126 2.371 1,06 1.234 2.644 1,01 11,49
especificados
Abrasivos naturais/artificiais, em pó/grãos, p/
6805 318 1.823 0,82 438 2.452 0,94 34,49
matérias têxteis, papel, etc
Aparelhos eléctricos para telefonia ou telegrafia,
8517 0 0 0,00 17 2.246 0,86 §
por fios etc; vídeofones
Bombas para líquidos mesmo com dispositivo
8413 121 2.052 0,92 152 2.134 0,82 3,97
medidor; elevadores de líquidos
Aparelhos eléctricos de sinalização acústica ou
8531 0 1 0,00 32 1.979 0,76 §
visual, exc os das pp 8512/30
Máquinas/aparelhos c/ função própria, ainda n/
8543 150 2.324 1,04 115 1.799 0,69 -22,56
incluídos em pp deste capítulo
6001 Veludos e pelúcias e tecidos de anéis, de malha 290 1.655 0,74 586 1.749 0,67 5,64
Artefactos de higiene ou de toucador e suas
7324 1.103 2.037 0,91 965 1.735 0,66 -14,83
partes de ferro fundido, ferro/aço
(cont.)

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
(cont.)

2006 2007
1000 1000
N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons % Tot Tons % Tot Var. %
EUR EUR
Partes e acessórios dos veículos das posições
8714 283 1.048 0,47 280 1.730 0,66 65,10
8711 a 8713
Torneiras, válvulas e dispositivos semelhantes, p/
8481 43 672 0,30 96 1.678 0,64 149,72
canalizações, caldeiras etc
Outras obras de borracha vulcanizada não
4016 321 1.834 0,82 294 1.661 0,64 -9,40
endurecida
Preparações p/ barbear,desodorizantes, produtos
3307 128 640 0,29 518 1.601 0,61 150,20
de perfumaria ou toucador, etc
Aparelhos mecânicos projectar etc, pós;
8424 139 1.001 0,45 156 1.489 0,57 48,78
extintores; pistolas aerográficas etc
4503 Obras de cortiça natural 54 969 0,43 53 1.484 0,57 53,20
Tomates preparados ou conservados, excepto em
2002 536 298 0,13 2.521 1.413 0,54 374,23
vinagre ou em ácido acético
Calçado c/ sola externa borracha, plástico, couro
6403 0 1.126 0,50 0 1.396 0,53 23,99
e parte superior couro nat.
Fios de lã penteada, não acondicionados para
5107 89 1.017 0,45 111 1.361 0,52 33,85
venda a retalho
Fios de lã cardada, não acondicionados para
5106 127 709 0,32 237 1.347 0,52 90,01
venda a retalho
Refrigeradores, congeladores etc; bombas de
8418 0 1 0,00 120 1.345 0,51 §
calor, exc as máquinas da pp 8415
Máq p/ seleccionar terras, pedras etc; máq p/
8474 148 821 0,37 308 1.344 0,51 63,74
aglomerar combustíveis, etc; etc
Painéis de madeira ou de outras matérias
4410 1.722 675 0,30 2.481 1.243 0,48 84,09
lenhosas mesmo aglomeradas
Peles depiladas de outros animais, preparadas,
4107 36 669 0,30 60 1.128 0,43 68,55
excepto das pp 4108 ou 4109
Tecidos de algodão >=85%, com peso
5208 38 1.022 0,46 41 1.082 0,41 5,90
<=200g/m2
Produtos de padaria, pastelaria ou da indústria de
1905 84 166 0,07 445 1.067 0,41 543,53
bolachas e biscoitos
Carnes de animais da espécie suína, frescas,
0203 22 30 0,01 373 1.038 0,40 §
refrigeradas ou congeladas
8701 Tractores (excepto os da pp 8709) 937 747 0,33 379 1.027 0,39 37,39
Veículos automóveis para o transporte >=10
8702 55 798 0,36 55 1.006 0,39 25,99
pessoas, incluíndo o condutor
Guarnições, ferragen etc, de metais comuns;
8302 56 595 0,27 74 953 0,36 60,09
pateras etc; rodízios; fechos etc
Pedras de cantaria/construção; cubos, pastilhas e
6802 1.675 832 0,37 1.661 873 0,33 4,98
artigos semelhantes, etc
Assentos (excepto os da pp 9402), mesmo
9401 171 2.258 1,01 86 866 0,33 -61,66
transformáveis em camas, e suas partes
Pias, lavatórios, banheiras, sanitários e artefactos
6910 639 894 0,40 578 860 0,33 -3,79
semelhantes, de cerâmica
Peças isolantes, de matérias isolantes, ou c/
8547 44 1.063 0,48 55 809 0,31 -23,93
simples peças metálicas, etc
0808 Maçãs, pêras e marmelos, frescos 1.308 663 0,30 1.155 759 0,29 14,36
Obras de carpintaria para construções, inc painéis
4418 196 419 0,19 492 729 0,28 73,78
celulares, etc
Condensadores eléctricos, fixos, variáveis ou
8532 5 175 0,08 19 711 0,27 307,35
ajustáveis
7222 Barras e perfis, de aço inoxidável 90 287 0,13 141 698 0,27 143,11
Madeira (inc tacos, frisos p/ soalhos n/ montados)
4409 372 690 0,31 332 679 0,26 -1,61
perfilada (c/ espigas, etc)
Construções e suas partes (etc) de ferro fundido,
7308 258 321 0,14 589 677 0,26 110,75
ferro/aço, exc prod pp 9406
0805 Citrinos, frescos ou secos 466 269 0,12 1.156 650 0,25 141,68
Preparações p/ caldos/sopas; caldos/sopas
2104 0 0 0,00 273 645 0,25 §
preparados; prep alimentícias, etc
Reservatórios, barris etc, p/ quaisquer mat, ferro
7310 882 2.469 1,10 280 587 0,22 -76,22
fund, ferro etc, cap <=300l
Máquinas e aparelhos mecânicos, c/ função
8479 97 1.173 0,52 56 587 0,22 -49,98
própria, ainda n/ inc noutras pp
Transformadores eléctricos, conversores,
8504 0 1.891 0,85 0 579 0,22 -69,37
bobinas de reactância e auto-indução
(cont.)

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
(cont.)
2006 2007
1000 1000
N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons % Tot Tons % Tot Var. %
EUR EUR
Carrinhos e veículos semelhantes para transporte
8715 52 483 0,22 58 567 0,22 17,37
de crianças, e suas partes
Cábreas; guindastes, inc de cabos; pontes
8426 408 690 0,31 228 552 0,21 -19,97
rolantes, pórticos de descarga, etc
Meias-calças; meias de qualquer espécie, incl. p/
6115 73 407 0,18 59 550 0,21 35,18
varizes, de malha
Partes reconhecíveis c/o exclusiva/parcialmente p/
8529 191 248 0,11 411 549 0,21 121,16
aparelhos pp 8525 a 8528
Fios de algodão, c/ peso >=85% algodão, não
5205 197 424 0,19 252 540 0,21 27,38
acondicionados p/ venda a retalho
Outros artefactos p/ guarnição de interiores, exc.
6304 141 793 0,35 89 534 0,20 -32,75
da pp-9404
Prepar. p/ molhos e molhos; condimentos e
2103 0 0 0,00 358 531 0,20 §
temperos compostos; mostardas, etc.
7604 Barras e perfis, de alumínio 153 440 0,20 176 521 0,20 18,40
Tecidos de lã penteada ou de pêlos finos
5112 9 236 0,11 18 509 0,19 115,50
penteados
Tubos de borracha vulcanizada não endurecida e
4009 118 349 0,16 119 506 0,19 45,23
seus acessórios
Fornos industriais/laboratório, incluídos os
8417 125 1.083 0,48 43 499 0,19 -53,92
incineradores, não eléctricos
Camisolas e pulôveres, cardigans, coletes e art.
6110 0 188 0,08 0 492 0,19 161,89
semelhantes, de malha
Tintas e vernizes, dispersos ou dissolvidos em
3208 341 824 0,37 192 456 0,17 -44,70
meio não aquoso
7616 Outras obras de alumínio 79 298 0,13 119 454 0,17 52,20

4205 Outras obras de couro natural ou reconstituído 27 766 0,34 14 443 0,17 -42,23
Caixas, sacos, bolsas, cartuchos e outras
4819 0 1 0,00 265 431 0,16 §
embalagens, de papel, cartão, etc
Louça, outros artigos uso doméstico, etc, de
6912 212 321 0,14 180 418 0,16 30,19
cerâmica, excepto de porcelana
Artigos/equipamentos p/ cultura física ginástica
9506 0 2 0,00 83 413 0,16 §
etc; piscinas inc as infantis
Aguardentes,licores e alc. etílico não desnaturado
2208 55 426 0,19 63 409 0,16 -3,95
c/ teor alcoólico <80% vol
7326 Outras obras de ferro ou aço 224 627 0,28 134 406 0,16 -35,16
Máquinas automáticas p/ processamento
8471 0 56 0,03 3 406 0,16 624,43
dados/unidades; leitores magnéticos etc
Chapas, folhas, tiras, varetas e perfis de borracha
4008 246 377 0,17 249 391 0,15 3,68
vulcanizada não endurecida
Fios de filamentos sintéticos, não acondicionados
5402 0 6 0,00 85 363 0,14 §
para venda a retalho
Resistências eléctricas (inc reóstatos /
8533 5 378 0,17 4 362 0,14 -4,09
potenciómetros), excepto de aquecimento
Polímeros de cloreto de vinilo ou out.olefinas
3904 370 370 0,17 355 356 0,14 -3,84
halogenadas,em formas primárias
Aparelhos emissores p/ radiotelefonia etc;
8525 3 539 0,24 2 352 0,13 -34,70
câmaras de tv; câmaras de vídeo etc
Aparelhos eléctricos ignição/arranque p/ motores
8511 4 81 0,04 22 351 0,13 332,29
etc; geradores e conjuntores
3917 Tubos e seus acessórios, de plástico 93 235 0,11 59 350 0,13 48,98
Máquinas p/ brochura/encadernação, incl. as
8440 1 43 0,02 16 333 0,13 673,13
máquinas p/ costurar cadernos
Aparelhos eléctricos de iluminação/sinalização,
8512 22 179 0,08 36 329 0,13 84,16
limpadores de pára-brisas, etc
Máquinas e aparelhos auxiliares para as máquinas
8448 0 0 0,00 9 314 0,12 §
das pp 8444/45/46/47, etc
Outro calçado c/ sola exterior e parte superior de
6402 0 121 0,05 0 313 0,12 158,71
borracha ou plástico
AMOSTRA 50.559 164.232 73,43 66.541 221.027 84,60

Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística


Notas: Valores declarados; Informação corrigida dos valores confidenciais;
§ - Dado com coef. de variação elevado. Para alguns produtos, nas trocas intracomunitárias, não é obrigatória a declaração de massa
líquida, pelo que poderá aparecer Quant = 0 (zero)

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Chegadas
2006 2007
1000
N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons % Tot Tons 1000 EUR % Tot Var. %
EUR
TOTAL (Valores Declarados) 144.672 316.073 100,00 95.178 240.802 100,00 -23,81
Aparelhos receptores de televisão, etc; monitores e
8528 1.635 41.747 13,21 1.759 36.268 15,06 -13,12
projectores de vídeo
Motores de pistão, de ignição por compressão (motores
8408 9.850 128.446 40,64 2.017 26.974 11,20 -79,00
diesel ou semidiesel)
Partes e acessórios dos veículos automóveis das
8708 1.039 6.325 2,00 2.323 16.241 6,74 156,79
posições 8701 a 8705
Assentos (excepto os da pp 9402), mesmo
9401 2.713 9.341 2,96 3.320 13.745 5,71 47,15
transformáveis em camas, e suas partes
Refrigeradores, congeladores etc; bombas de calor, exc
8418 2.344 7.611 2,41 3.918 13.335 5,54 75,21
as máquinas da pp 8415
Motores de pistão, alternativo ou rotativo, de ignição por
8407 909 10.558 3,34 822 9.189 3,82 -12,97
faísca
8701 Tractores (excepto os da pp 8709) 675 5.651 1,79 696 6.194 2,57 9,61
Aparelhos eléctricos para telefonia ou telegrafia, por fios
8517 65 1.747 0,55 54 6.053 2,51 246,36
etc; vídeofones
Navalhas e aparelhos de barbear e suas lâminas
8212 715 2.702 0,85 380 5.445 2,26 101,52
(incluídos os esboços em tiras)
Preparações tensoactivas, prep. para lavagem e limpeza
3402 4.713 4.561 1,44 5.683 5.429 2,25 19,03
(exc sabões de pp 3401)
Camisolas e pulôveres, cardigans, coletes e art.
6110 0 2.454 0,78 0 5.172 2,15 110,78
semelhantes, de malha
Máquinas de lavar louça; máquinas p/ limpar, encher,
8422 875 3.293 1,04 1.266 4.914 2,04 49,20
capsular etc, garrafas
9403 Outros móveis e suas partes 1.356 1.685 0,53 4.049 4.305 1,79 155,45
Medicamentos, em doses ou acondicionados para venda
3004 3 909 0,29 9 3.641 1,51 300,67
a retalho
Prod laminados planos de ferro/aço n/ ligado, largura
7208 1 2 0,00 5.943 3.604 1,50 §
>=600mm, laminados etc
3102 Adubos (fertilizantes) minerais ou químicos, azotados 0 0 0,00 13.735 3.434 1,43 §
Acumuladores eléctricos e seus separadores, de forma
8507 2.744 3.891 1,23 1.758 3.254 1,35 -16,38
quadradra ou rectangular
Automóveis de passageiros e outros veículos transporte
8703 984 8.141 2,58 337 3.039 1,26 -62,66
passageiros, etc
Outros produtos hortícolas preparados ou conservados,
2005 17 35 0,01 3.410 3.019 1,25 §
não congelados
4011 Pneumáticos novos, de borracha 2.508 6.449 2,04 1.006 2.837 1,18 -56,00
Extractos de malte; prep.alimentícias de
1901 272 573 0,18 866 1.983 0,82 245,88
farinhas,amidos,sêmolas,féculas,etc
Aquecedores, caldeiras de fornalha, fogões de cozinha,
7321 907 1.647 0,52 549 1.960 0,81 19,02
grelhadores, etc
Motores e geradores, eléctricos, excepto os grupos
8501 157 1.504 0,48 283 1.874 0,78 24,63
electrogéneos
Resinas amínicas, fenólicas e poliuretanos, em formas
3909 973 1.035 0,33 1.683 1.873 0,78 80,95
primárias
Máquinas p/ lavar, limpar, espremer etc; máquinas p/
8451 217 848 0,27 379 1.660 0,69 95,79
enrolar, desenrolar, etc
7326 Outras obras de ferro ou aço 151 330 0,10 472 1.565 0,65 373,59
Produtos laminados a frio de ferro/aço n/ ligado, larg
7209 0 0 0,00 2.004 1.544 0,64 §
>=600mm, n/ folheados
3406 Velas, pavios, círios e artigos semelhantes 1.399 1.534 0,49 1.226 1.542 0,64 0,54
Máquinas costura (exc pp 8440); móveis, bases e tampas
8452 27 1.124 0,36 37 1.443 0,60 28,36
p/ máq costura; agulhas
Aparelhos p/ interrupção, seccionamento, protecção etc,
8536 158 676 0,21 197 1.377 0,57 103,81
p/ tensão <=1000 volts
Bombas de ar/vácuo, compressores etc; exaustores p/
8414 12 42 0,01 197 1.372 0,57 §
extracção/reciclagem, etc
3306 Preparações para higiene bucal ou dentária 0 0 0,00 653 1.264 0,52 §
0406 Queijos e requeijão 109 398 0,13 242 1.231 0,51 209,28
Painéis de fibras de madeira ou de outras matérias
4411 4.888 1.133 0,36 4.851 1.225 0,51 8,14
lenhosas, aglomerados etc
Máquinas de lavar roupa, mesmo com dispositivo de
8450 214 743 0,24 417 1.161 0,48 56,18
secagem
Sementes de nabo silvestre ou de colza, mesmo
1205 0 0 0,00 3.448 1.146 0,48 §
trituradas
Artigos de transporte ou de embalagem, rolhas, tampas,
3923 33 104 0,03 205 1.135 0,47 988,02
cápsulas, de plástico
AMOSTRA 42.664 257.238 81,39 70.194 201.445 83,66
Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística
Notas: Valores declarados; Informação corrigida dos valores confidenciais; Para alguns produtos, nas trocas intracomunitárias, não é obrigatória a
declaração de massa líquida, pelo que poderá aparecer Quant = 0 (zero) § - Dado com coef. de variação elevado

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Anexo 2 – Informações Úteis

Formalidades na Entrada

Para os cidadãos da União Europeia apenas é necessário o documento nacional de identificação (bilhete de
identidade) ou passaporte válido.

Riscos de Crédito e Caução e do Investimento Nacional no Estrangeiro

A COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, S.A. gere, por conta do Estado português, a garantia de cobertura
de riscos de crédito e caução e do investimento nacional no estrangeiro, originados por factos de natureza política,
monetária e catastrófica.

No contexto das Políticas de Cobertura para Mercados de Destino das Exportações Portuguesas, apólice individual,
a cobertura para o mercado polaco (prioritário) é a seguinte (Março 2008):

Curto prazo – Aberta sem condições restritivas.


Médio/Longo prazo – Garantia bancária (decisão casuística).

Indicações mais pormenorizadas sobre políticas e condições de cobertura podem ser obtidas junto da Direcção
Internacional da Cosec.

Hora Local

UTC mais uma hora no Inverno e duas no Verão. Face a Portugal, a diferença horária é sempre de uma hora.

Horários de Funcionamento

Serviços Públicos:
8h00-16h00 (segunda-feira a sexta-feira)

Bancos:
Bancos de Investimento:
8h00-15h00 (segunda-feira a sexta-feira)

Bancos de Retalho:
9h00-18h00 (segunda-feira a sexta-feira)

Comércio:
Lojas:
11h00-19h00 (segunda-feira a sexta-feira)

Centros Comerciais:
10h00-21h00 (segunda-feira a sexta-feira)

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Feriados

1 de Janeiro – Dia de Ano Novo


1 de Maio – Dia do Trabalho
3 de Maio – Dia Nacional da Polónia (aniversário da proclamação da Constituição de 1791)
15 de Agosto – Dia da Assunção
1 de Novembro – Dia de Todos-os-Santos
11 de Novembro – Dia da Independência
25 e 26 de Dezembro – Natal

Feriados móveis:
Páscoa
Corpo de Deus

Corrente Eléctrica

220 volts AC, 50 Hz.

Pesos e Medidas

É utilizado o sistema métrico.

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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

Anexo 3 – Endereços Diversos

Em Portugal

aicep Portugal Global


Sede: O’Porto Bessa Leite Complex
Rua António Bessa Leite, 1430 - 2º andar
4150-074 Porto
Tel.: +351 22 6055300 | Fax: +351 22 6055399
E-mail: aicep@portugalglobal.pt | http://www.portugalglobal.pt

aicep Portugal Global


Av. 5 de Outubro, 101
1050-051 Lisboa
Tel.: +351 21 7909500 | Fax: +351 21 7909581
E-mail: aicep@portugalglobal.pt | http://www.portugalglobal.pt

Embaixada da República da Polónia em Lisboa


Avenida das Descobertas, 2
1400-092 Lisboa
Tel.: 21-3012350/3014200/3041410 | Fax: 21-3041429
E-mail: emb.polonia@mail.telepac.pt | http://www.lizbona.polemb.net

COSEC – Companhia de Seguros de Créditos


Direcção Internacional
Avª. da República, nº. 58
1069-057 Lisboa
Tel.: +351 21 7913821 | Fax: +351 21 7913839
e-mail: international@cosec.pt | http://www.cosec.pt

Na Polónia

Embaixada de Portugal na Polónia


Ul. Francuska, 37
03-905 Warszawa - Poland
Tel.: 4822-5111010/11/12 | Fax: 4822-5111013
E-mail: embaixada@embport.internetdsl.pl | http://www.ambasadaportugalii.pl

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aicep Portugal Global
Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)

aicep Portugal em Varsóvia


Ul. Francuska, 37
03-905 Warszawa - Poland
Tel.: 4822-6176460/4340/5596 | Fax: 4822-6174477/2399
E-mail: aicep.warsaw@portugalglobal.pt

Polish Information and Foreign Investment Agency


Ul. Bagatela, 12
00-585 Warszawa - Poland
Tel.: 4822-3349800 | Fax: 4822-3349999
E-mail: post@paiz.gov.pl | http://www.paiz.gov.pl

Polish Tourist Organisation


Ul. Chalubinskiego, 8
00-928 Warszawa - Poland
Tel.: 4822-536 70 70 | Fax: 4822-536 70 04
E-mail: rzecznik@pot.gov.pl | http://www.pot.gov.pl

National Bank of Poland


Ul. Swietokrzyska, 11/21
00-919 Warszawa - Poland
Tel: 4822-6531000 | Fax: 4822-6208518
E-mail: sekretariat.gp@mail.nbp.pl | http://www.nbp.pl/

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