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Polónia
Dossier de Mercado
Julho 2008
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Índice
1. O País 05
1.1. A Polónia em Ficha 05
1.2. Organização Política e Administrativa 06
1.3. Recursos e Estrutura Produtiva 07
1.3.1. Agricultura 08
1.3.2. Indústria extractiva 10
1.3.3. Indústria transformadora 11
1.3.4. Construção 13
1.3.5. Energia 14
1.3.6.Serviços 15
1.4. Situação económica 19
1.4.1. Política económica recente 19
1.4.2. Perspectivas 23
1.4.3. Enquadramento internacional 25
1.5. Comércio Internacional 27
1.5.1. Evolução da balança comercial 27
1.5.2. Principais clientes e fornecedores 27
1.5.3. Principais produtos transaccionados 29
1.6. Investimento estrangeiro 31
1.7. Turismo 34
1.8. Relações internacionais e regionais 35
1.9. Condições legais de acesso ao mercado 36
1.9.1. Regime geral de importação 36
1.9.2. Regime de investimento estrangeiro 37
1.9.3. Quadro legal 40
2. Relações económicas com Portugal 41
2.1. Comércio 41
2.1.1. Importância da Polónia nos fluxos comerciais para Portugal 41
2.1.2. Evolução da balança comercial bilateral 41
2.1.3. Expedições por grupos de produtos 42
2.1.4. Chegadas por grupos de produtos 45
2.2. Investimento 47
2.2.1. Importância da Polónia nos fluxos de investimento com Portugal 47
2.2.2. Investimento directo de Portugal na Polónia 48
2.2.3. Investimento directo da Polónia em Portugal 49
2.3. Turismo 49
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Anexos
Anexo 1 - Principais Produtos Transaccionados entre Portugal e a Polónia (2006-2007) 62
Anexo 2 – Informações úteis 66
Anexo 3 – Endereços diversos 68
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1. O País
Data da actual constituição: Aprovada pela Assembleia Nacional em 2 de Abril de 1997 e referendada em
25 de Maio do mesmo ano. Entrou em vigor em 17 de Outubro de 1997.
Principais partidos políticos: Plataforma Cívica (PO, movimento de centro-direita); Lei e Justiça (PiS, grupo
de direita conservadora); Partido dos Camponeses Polaco (PSL, grupo de
centro-esquerda); Aliança ”Esquerda e Democratas” (LiD, grupo de centro-
esquerda); União do Trabalho (UP). As últimas eleições parlamentares foram
em Outubro de 2007 e as próximas estão previstas para Outubro de 2011. As
últimas eleições presidenciais foram em Outubro de 2005 e as próximas
deverão ser em Outubro em 2010
Religião: A maioria da população é cristã, com mais de 95% aderentes à Igreja católica
Romana
Língua: A língua oficial é o polaco.
“Ranking” de negócios: Risco político – BBB (AAA = risco menor; D = risco maior)
Risco de estrutura económica – BBB
“Ranking” em negócios – índice 7,13 (10 = máximo)
“Ranking” geral –35 (entre 82 países)
Grau da abertura e dimensão relativa do mercado: Exp.+ Imp. / PIB = 72,3% (2007)
Imp. / PIB = 38,0% (2007)
Imp. / Imp. Mundial = 1,0% (2006)
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Sistema político
A Polónia é uma República com uma forma de governo parlamentar-presidencial, baseada no equilíbrio
e separação dos poderes legislativo, executivo e judicial.
O poder legislativo compete às duas Câmaras do Parlamento – Câmara Baixa ou Sejm, com 460
deputados e à Câmara Alta ou Senat, com 100 senadores eleitos de quatro em quatro anos. O Senado
tem poucas poderes formais, já que qualquer alteração tem de ser submetida à Câmara Baixa, embora
seja considerado um órgão de grande utilidade, tendo em vista a elaboração de propostas de melhoria
legislativa.
O Presidente é também Chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas e pode ser eleito
até ao máximo de dois mandatos de cinco anos cada.
O Primeiro-Ministro é eleito pelo Parlamento, sob a proposta do Presidente da República, o qual nomeia
os membros do Conselho de Ministros.
Sector público
A Administração Central divide-se em Órgãos Principais e Órgão Centrais. São Órgãos Principais o
Conselho de Ministros, o Presidente do Conselho de Ministros, os Ministros e Chefes dos Comités, que
fazem parte do Conselho de Ministros. Os Órgãos Centrais são compostos por figuras de Presidentes,
Directores, Chefes, Inspectores e Directores Gerais, Secretários e Sub-Secretários (órgãos unipessoais)
e Comissões (órgãos colectivos).
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Em termos do sistema bancário, a Lei do Banco Nacional da Polónia (BNP), de Agosto de 1997, define a
gestão da política monetária do país. O objectivo básico do BNP é obter a estabilidade dos preços.
Foi criado o Conselho de Política Monetária que tem a responsabilidade de estabelecer as linhas
directrizes da política monetária, com carácter anual.
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Com uma população de 38,1 milhões de habitantes, em 2007, e uma superfície de 312.679 km , a
Polónia é, em termos populacionais e de superfície, o maior país do conjunto dos PECO.
Sob o regime socialista, de economia estatal e planificação central, a indústria pesada mereceu sempre
a preferência das autoridades, em prejuízo das indústrias viradas para a satisfação das necessidades
imediatas da população e do sector de serviços transaccionáveis.
A Polónia era, então, conhecida sobretudo como um grande produtor de carvão, cobre e enxofre, ferro e
aço, no que respeita a matérias-primas e produtos intermédios, e produtor de máquinas e equipamentos,
no tocante a bens de capital. A economia polaca caracterizava-se pelos seus grandes complexos
industriais (que absorviam enormes recursos e eram muito poluentes do ponto de vista ambiental) e pela
inexistência de indústrias ligeiras que pudessem competir no mercado mundial, devido sobretudo a um
sector incipiente de I&D.
A transição para a economia de mercado, de livre iniciativa, que teve lugar entre o final da década de 80
e o início dos anos 90, implicou três alterações radicais no sistema socioeconómico: a introdução da
democracia, com aceitação de um regime pluripartidário; o predomínio da propriedade privada, em
detrimento da propriedade estatal; e, finalmente, a reestruturação profunda do tecido económico.
No período de 1989-2006, a estrutura da economia polaca registou, à semelhança do que fora outrora
observado em outras economias desenvolvidas, o predomínio final do sector terciário na formação do
produto interno bruto (PIB) e a consequente perda de peso dos sectores primário e secundário.
Como resulta dos dados a seguir expostos, pode-se afirmar que tanto a praxis socioeconómica actual,
como a adesão da Polónia à UE, em Maio de 2004, espelham o triunfo das transformações acima
referidas.
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Estrutura Produtiva
1988 2006
% do PIB % do PIB
Agricultura, florestas e pescas 13,1 4,4
Indústria 41,7 25,1
Construção 10,7 6,6
Serviços 34,5 63,9
São significativas as transformações estruturais levadas a cabo no tecido económico polaco, num
período de apenas 18 anos. As alterações marcadas no peso específico de cada um dos sectores,
retratam um paradigma de crescimento económico acelerado, típico dos países que outrora tiveram
restrições ao livre desenvolvimento das suas forças produtivas.
A estrutura sectorial do emprego registou também alterações igualmente profundas, conforme pode ser
observado na tabela que se segue, traduzindo a inexorabilidade do processo:
1989 2005
Fonte: EIU
A importância crescente do sector privado nos capítulos do emprego e da criação de valor confirmam,
também, o alcance das transformações estruturais ocorridas no sistema económico polaco. Com efeito,
o seu peso no emprego subiu de 33,3% em 1990 para 71,6% em 2005 e na formação do PIB de 18% em
1989 para 80% em 2005, enquanto que a sua participação no valor global das exportações e
importações montava a 87% e 88%, respectivamente, em 2006.
1.3.1. Agricultura
Não obstante a maior parte das terras ter pertencido sempre a privados (96% da superfície agrícola,
actualmente), o sector agrícola polaco passou praticamente ao lado das transformações profundas
ocorridas nos outros sectores da economia.
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Participando apenas com 4,4% no PIB em 2006, o sector agrícola empregava à volta de 15% dos
trabalhadores. Relacionando o nível elevado de emprego (embora se trate basicamente de desemprego
encoberto), com o reduzido contributo para a formação do PIB, é evidente a necessidade de uma ampla
reestruturação do sector agrícola, tendo em vista uma apreensão mais completa do mercado, bem como
uma maior eficácia e competitividade do sector. Tornam-se igualmente visíveis os problemas que
assolam a economia e a sociedade rural polaca.
Embora seja consensual a necessidade de uma reestruturação e racionalização urgente do sector, com
o emparcelamento de terras e o reforço da dimensão média das explorações agrícolas como requisitos
indispensáveis, pouco se avançou nesse sentido até ao presente. O baixo nível de desenvolvimento das
infra-estruturas rurais, da rede rodoviária regional, de água canalizada, do saneamento básico e da
gestão ambiental (deficiências a nível de recursos hídricos), agrava ainda mais a situação.
Desde o fim do regime socialista até à adesão da Polónia à UE, os rendimentos agrícolas caíram
também de forma mais ou menos sistemática, em especial nos anos de 2001-2003, em consequência da
queda dos preços dos produtos agrícolas no mercado mundial e do colapso das exportações para a
Rússia e Ucrânia. Tendo, até 2004, os preços dos “outputs” agrícolas ficado quase sempre aquém dos
preços dos “inputs”, os problemas da pobreza e do desemprego no meio rural tenderam a agravar-se.
Esperam-se, nos próximos anos, apoios comunitários importantes para o financiamento necessário da
reestruturação do sector agrícola e dos investimentos em infra-estruturas rurais. Por isso, no processo
de adesão, a negociação do dossier agrícola foi muito difícil, com um “lobby” de mais de 4 milhões de
pessoas a pressionar o Governo para obter o máximo possível de ajudas em termos de financiamentos
directos aos agricultores. O acordo de última hora, negociado na cimeira de Dezembro de 2002, permite
que os subsídios directos comunitários aos agricultores, inicialmente diminutos, possam ser
suplementados por fundos orçamentais de cada Estado até ao limite de 65% ao nível da UE15 em 2006,
e de 70% em 2007.
É indubitável o impacto muito positivo da adesão no sector agrícola, quer graças aos pagamentos
directos ao abrigo da PAC (em meados de 2004, à volta de 1,4 milhões de agricultores já se tinham
candidatado a financiamentos directos da UE), quer devido à eliminação de barreiras às exportações de
produtos agrícolas polacos, o que se traduziu num aumento substancial das suas exportações. Os
preços mais elevados dos produtos agrícolas no resto da UE influenciaram, no pós-adesão, o aumento
dos seus preços no mercado interno, do que resultou o aumento dos rendimentos de muitos agricultores.
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Com cerca de 60% da superfície do país constituída por solos agrícolas e 15,9 milhões de hectares de
terras aráveis, o que o coloca no quarto lugar a nível europeu, a Polónia dispõe de um grande potencial
de desenvolvimento e conta com produções importantes: cereais – 21,8 milhões de toneladas em 2006
(26,9 em 2002), dos quais trigo – 7,1 (9,3 em 2002), centeio - 2,6 (3,8 em 2002), cevada – 3,2 (3,4 em
2002) e aveia – 1,0 (1,5 em 2002); batata – 9,0 (15,5 em 2002); beterraba açucareira – 11,5 (13,4 em
2002); colza – 1,7 (1,0 em 2002); etc.
Não obstante a Polónia continuar a ser um dos dez principais produtores a nível mundial de cereais
(centeio e trigo), batata, beterraba açucareira, etc., pode dizer-se que, como resulta dos dados acima
expostos e de um modo geral, a produção agrícola polaca tem vindo a diminuir de forma mais ou menos
contínua. Contudo, de acordo com um estudo da Comissão Europeia publicado em 1995, a Polónia tem
condições para se tornar um importante exportador líquido de cereais, embora deva manter-se
importador líquido de outros produtos, como o açúcar e os lacticínios.
No âmbito da pecuária, são de destacar, em 2006, as produções de leite (11,6 mil milhões de litros),
ovos (9,7 mil milhões), carne de vaca (690 mil toneladas), de suíno (2,8 milhões de toneladas) e de aves
de capoeira (1,5 milhões de toneladas).
É relevante o facto de, após dez anos de saldos negativos, a balança comercial agrícola ter registado um
ligeiro saldo positivo em 2003, o qual quase que duplicou em 2004, tendo atingido os 1,8 mil milhões de
euros em 2006.
Rica em recursos naturais, a Polónia contava, em 2005, com algumas reservas importantes confirmadas,
sendo de destacar a hulha (43,3 mil milhões de toneladas), a linhite (13,7 mil milhões), o enxofre (525
milhões), o sal mineral (80 mil milhões), o minério de cobre (2,0 mil milhões) e o minério de zinco (171
milhões).
Apesar da Polónia continuar a ser um dos maiores produtores mundiais de carvão, o peso do “output” do
sector mineiro no valor da produção industrial caiu de 8% em 1995, para 5% em 2005, sendo de realçar
a queda da produção de hulha de 193 milhões de toneladas em 1988, para 95,2 milhões em 2006, a qual
foi, durante a era socialista, a principal fonte energética de produção de electricidade.
Das várias produções mineiras, sobressai ainda o cobre refinado que atingiu as 555.907 toneladas em
2006, fazendo da Polónia o maior produtor europeu e o 7º ao nível mundial, com cerca de 3% da
produção mundial.
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À medida que se afirmava a economia de mercado, a indústria pesada foi perdendo a sua posição
predominante em favor da indústria ligeira e, em especial, do sector dos serviços. De início, ganharam
importância as indústrias têxtil e agro-alimentar e, em especial, a do mobiliário. Todavia, as grandes
alterações na estrutura industrial do país deram-se com o enorme crescimento do sector automóvel, que
concentrou as preferências dos investidores estrangeiros e conquistou um papel de destaque no âmbito
das exportações.
Com uma participação de 17,2% na produção industrial, em 2005, os sectores alimentar e de bebidas
continuam a desempenhar, sem dúvida, um papel de destaque. Merecem igualmente destaque a referida
indústria de móveis (em 2006, a Polónia surgia como o quinto maior exportador mundial) e de plásticos,
convertendo a Polónia no mais importante centro de produção e transformação de matérias plásticas da
Europa Central. Em 2005, a produção de matérias plásticas rondava 1,68 milhões de toneladas (0,7% da
produção mundial), enquanto que a sua transformação ascendia em média a 2,5/2,9 milhões de
toneladas de produtos ao ano.
Pelo seu peso no valor global das exportações, destacam-se os seguintes sectores: veículos
automóveis; máquinas e aparelhos eléctricos; máquinas e aparelhos mecânicos; mobiliário; obras de
ferro fundido, ferro e aço; plásticos e suas obras; combustíveis/óleos minerais; embarcações e estruturas
flutuantes; madeira e obras de madeira. Há que realçar ainda uma especialização crescente da Polónia
em determinados tipos de actividades industriais, como as ligadas à indústria automóvel ou à produção
de televisores, estimando-se, por exemplo, que, em 2010, cerca de 50% dos ecrãs planos
comercializados na Europa serão fabricados na Polónia.
Baseada principalmente nas marcas Fiat (o principal investidor ocidental no país) e Opel/General Motors,
a produção de automóveis de passageiros cresceu rapidamente de 338.000 em 1994, para 647.000
unidades em 1999. A desaceleração económica doméstica e internacional, de 2000 para 2002, reduziu
drasticamente a produção até 288.000 unidades em 2002, acelerando até 540.000 em 2005 e depois
632.184 unidades em 2006 (das quais 43% da Fiat e 26% da Opel/General Motors). O grosso desta
produção destinou-se aos mercados externos, já que com a adesão à UE as vendas domésticas de
carros novos caíram drasticamente, tendo sido o país então inundado pela importação de veículos
usados. Em 2006, a Polónia produziu também 76.000 veículos pesados, 12.000 tractores agrícolas e
36,5 milhões de pneus. No entanto, o país tem vindo a perder terreno para os seus vizinhos na
competição pela instalação de novas fábricas de automóveis, tendo a Toyota preferido investir na
República Checa em 2002 e a Hyundai na Eslováquia em 2004.
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A produção de aço bruto caiu de 20 milhões em 1989, para 8,4 milhões de toneladas em 2002, tendo
vindo desde então a recuperar até às 10 milhões de toneladas em 2006, para o que terá certamente
contribuído a privatização da companhia Polskie Huty Stali – PHS (60% da produção e 70% do emprego
do sector) vendida, em finais de 2003, ao grupo britânico LNM (agora Mittal Steel). A outra grande
empresa siderúrgica da Polónia, a Huta Warszawa, foi privatizada durante a década de 90, pertencendo
actualmente ao Grupo Arcelor. Em 2005, a Polónia ocupava o 21º lugar no “ranking” dos maiores
fabricantes de produtos siderúrgicos do mundo. Todavia, o sector continua a necessitar de meios
financeiros importantes para a modernização dos seus equipamentos e o desenvolvimento de produtos
de maior valor acrescentado, pois a oferta polaca é dominada por semi-produtos. De um modo geral, a
balança comercial de produtos siderúrgicos é deficitária, tanto em valor como em volume. Enquanto que
a oferta é dominada por semi-produtos, as importações são constituídas principalmente por produtos de
forte valor acrescentado, radicando neste facto a razão principal do défice. Em 2005, a produção
nacional não representava mais que 47,8% do consumo nacional de produtos siderúrgicos. O futuro da
indústria siderúrgica polaca passará assim, em grande medida, pela diversificação da oferta produzida,
no sentido de produtos de maior valor acrescentado.
Numa visão mais completa da economia polaca, indicam-se a seguir, segundo as estatísticas oficiais
polacas, outras produções industriais e respectivo volume em 2006: adubos minerais ou químicos (7,4
milhões de toneladas); pesticidas (37,6 mil); aço laminado (9,6 milhões); cobre refinado (556 mil);
alumínio (45,8 mil); televisões (5,6 milhões de unidades); telefones (66 milhões de unidades); máquinas
de lavar (1,6 milhões de unidades); frigoríficos e congeladores (2 milhões de unidades); calçado (45
milhões de pares).
Reflectindo bem as transformações levadas a cabo desde o fim da era socialista, refira-se que o sector
privado, em 2005, era responsável por 83% das vendas industriais (apenas 24% em 1991) e do
emprego; que a propriedade estatal remanescente na indústria transformadora se concentrava sobretudo
nos sectores de equipamentos de defesa, estaleiros navais, sector energético, transportes, refinação do
petróleo e em alguns ramos da indústria química.
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1.3.4. Construção
A partir de meados dos anos 90, o sector da construção viveu da construção comercial, concentrada
principalmente nas principais cidades do país, nomeadamente em Varsóvia, Poznań, Gdańsk e
Cracóvia, onde se assistiu a uma rápida expansão da construção de hotéis, escritórios e edifícios
comerciais, em consequência da orientação da grande maioria do investimento estrangeiro para estas
cidades. Não só a ausência de investimento estrangeiro, como também a falta de progressos na
construção de auto-estradas, condicionaram a reduzida actividade construtora no resto do país.
Em geral, a construção residencial não registou bons resultados desde 1989. O número oficial de
habitações acabadas caiu de 190.000/ano em meados dos anos 80, para 62.130 unidades em 1996. O
salto brusco para 163.000 casas terminadas, em 2003, parece reflectir mais as alterações na atribuição
de incentivos fiscais do que um crescimento efectivo da actividade de construção propriamente dita. Com
efeito, o número de habitações terminadas caíra para 108.000 em 2004, aumentando a seguir para
114.000 em 2005 e para 115.000 em 2006. Todavia, a procura de habitações tem vindo a crescer mais
rapidamente do que a sua oferta, o que tem levado a um aumento rápido dos seus preços em Varsóvia e
outras grandes cidades. A falta de habitações disponíveis nas principais cidades do país afigura-se como
um obstáculo importante à mobilidade laboral. Em 2006, estimava-se que a satisfação das necessidades
habitacionais do país requeria a construção de 1,5 milhões de novas habitações e a renovação e
modernização de 7,5 milhões de habitações.
A produção de materiais de construção tem vindo a crescer rapidamente, sugerindo, assim, um nível real
de actividade construtora superior ao oficialmente registado e a importância crescente da economia
paralela.
Nos anos mais recentes assiste-se a um forte incremento das obras públicas, motivado pela expansão
necessária das infra-estruturas (recuperação do atraso) e a realização do EURO 2012 (Campeonato
Europeu de Futebol na Polónia em conjunto com a Ucrânia) e incentivado pelos fluxos generosos dos
fundos comunitários.
A aproximação da realização do EURO 2012 irá, nos próximos anos, acelerar a actividade construtora na
Polónia. Está prevista, por exemplo, a construção de três novos estádios de futebol (com um custo total
estimado à volta de 712 milhões de euros) e a renovação/modernização de mais três (com um custo total
estimado à volta de 270 milhões de euros). Por outro lado, os investimentos em infra-estruturas de
transporte, motivados por este acontecimento, são também significativos, dando-se a seguir um resumo
de mais alguns projectos importantes:
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• Extensão dos 8 principais aeroportos aéreos, cujo co-financiamento comunitário rondará os 350
milhões de euros;
• Construção do ramal central da segunda linha de metro, com um custo total estimado em 1,8 mil
milhões de euros;
• Aumento da capacidade hoteleira em pelo menos mais 20.000 camas, com um custo total estimado
em cerca de mil milhões de euros (a maioria dos hotéis a construir será de duas e três estrelas).
Finalmente, há que realçar os investimentos cada vez mais importantes das colectividades locais no
património cultural (construção ou renovação de casas de espectáculos, centros culturais, bibliotecas,
museus, etc.), cujo renascimento está a ser fortemente impulsionado pelos fundos comunitários
disponíveis.
1.3.5. Energia
De exportador líquido de produtos energéticos até ao final dos anos 80, a Polónia tornou-se importador
líquido, devido á quebra registada na extracção de carvão (continuando a ser, todavia, auto-suficiente) e
ao crescente recurso a outras fontes de energia, maioritariamente obtidas no exterior (em 2005, apenas
3
1/3 do consumo de gás natural foi coberto pela produção nacional – 4,3 mil milhões de m , enquanto que
a produção nacional de petróleo satisfez apenas 4% do consumo do país).
Actualmente não existe na Polónia nenhuma central nuclear, prevendo-se, no entanto, a construção da
primeira até 2020.
Procurando uma fonte segura de abastecimento, a Polish Oil and Gás Company (PGNiG), empresa
pública que detém o monopólio no sector do gás, estabeleceu em 1993 uma “joint-venture” com a sua
homóloga russa Gazprom. Entretanto, a PGNiG foi reestruturada, tendo sido criadas seis subsidiárias
regionais de distribuição (prevendo o Estado vender parcelas minoritárias do capital a parceiros
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estrangeiros) e uma empresa responsável pelo transporte (deverá manter-se 100% pública). A
privatização da “holding” PGNiG estava prevista para meados de 2005, mas foi adiada.
A Polónia tem uma política energética que visa a diversificação das fontes de energia, nomeadamente a
criação de um gasoduto entre os países Escandinavos e a Polónia, a criação duma unidade de gás
natural liquefeito (LNG) em Swinoujscie e a construção dum oleoduto entre o Mar Cáspio e a Polónia
através da Ucrânia.
O Estado retém ainda uma posição minoritária, mas altamente influente na PKN Orlen, a maior refinaria
e companhia petrolífera do país, bem como uma posição de controlo no Grupo Lotos; em 2006, a PKN
Orlen comprou a refinaria lituana Mazeikiu Nafta.
Sendo o sector da electricidade considerado estratégico, a sua privatização tem sido processada de
forma bastante lenta. Espera-se uma aceleração do processo de liberalização do sector nos próximos
anos.
1.3.6. Serviços
O sector dos serviços, bastante negligenciado no passado, mereceu especial atenção por parte das
empresas privadas (nacionais e estrangeiras), representando cerca de 71% do PIB (incluindo a
construção), em 2006. O comércio, os transportes e comunicações, a construção e os serviços
financeiros foram as actividades que mais se desenvolveram ultimamente.
Comércio
No âmbito do sector dos serviços, foi no comércio, em especial no de retalho, que o processo de
privatização mais rapidamente avançou, respondendo o sector privado por 98,6% das vendas a retalho
em 2005 (64% em 1990).
Ao lado de um número crescente de estabelecimentos privados domésticos, é cada vez mais forte a
presença de vários grupos da Europa Ocidental, tais como o Tesco, do Reino Unido, líder no sector da
grande distribuição, seguido dos franceses Carrefour, Auchan e Géant (adquirido pelo Real em 2006);
no mercado de retalho é também cada vez mais dinâmico o segmento do “discount”, dominado pela
cadeia Biedronka (do Grupo Jerónimo Martins) e Lidl (da Alemanha); fora do sector alimentar destaca-se
o grupo sueco IKEA, enquanto que as cadeias ocidentais de vestuário e produtos electrónicos assumem
um papel cada vez mais relevante, à medida que os centros comerciais se expandem pelo país.
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Em 2005, havia mais de 260 hipermercados (a sua quota de mercado rondava os 20% em 2006) e 2.300
supermercados e lojas “discount”, localizados nas proximidades das principais cidades, o que tem
originado protestos veementes dos pequenos lojistas nacionais, exigindo a limitação do crescimento
explosivo destas grandes cadeias, que forneciam já cerca de 38% dos produtos alimentares adquiridos
na Polónia.
2
Em finais de 2006, a Polónia contava com 6,3 milhões de m de modernas superfícies comerciais, 25%
das quais estavam localizadas em Varsóvia. O país dispunha de 192 centros comerciais com superfícies
2
superiores a 10.000 m .
Transportes e comunicações
Com a abolição do monopólio das empresas públicas no sector dos transportes, surgiram, durante a
década de 90, vários pequenos operadores e alguns importantes grupos privados. No entanto, as
companhias dominantes continuam a ser maioritárias ou totalmente detidas pelo Estado.
O estado da rede rodoviária polaca é considerado um dos maiores entraves ao desenvolvimento dos
negócios e da economia. Também o rápido crescimento do número de automóveis em circulação tem
contribuído para o agravamento deste problema. De 1990 a 2005, o número de automóveis por mil
habitantes subiu de 138 para 323, o que, continuando a ser consideravelmente inferior à média da
maioria dos países da Europa Ocidental (500 por mil habitantes), deixa prever uma pressão ainda maior
sobre a rede rodoviária no futuro.
A rede rodoviária polaca é constituída por 379.455 km de estradas, dos quais 18.368 km são estradas
nacionais, 570 km auto-estradas e 230 km vias rápidas. Graças ao contributo dos fundos comunitários,
prevê-se, até 2015, a construção de três auto-estradas, num total de 1.961 km. Prevê-se ainda, no
período de 2005-2013, a construção de 3.086 km de vias rápidas, a melhoria do pavimento de 4.321 km
de estradas e a construção de 105 circunvalações.
Não obstante as suas deficiências, a rede rodoviária assegurava, em 2005, a maior parte do transporte
interno de mercadorias (75,9%) e de passageiros (74,7%).
Os caminhos-de-ferro polacos contam com 20.253 km de vias-férreas, dos quais 11.884 km (58,7%) são
electrificados. Apenas as linhas internacionais e as que ligam as principais cidades, oferecem serviços
de qualidade. Afigura-se urgente a modernização da rede ferroviária, que, em 2005, assegurava cerca
de 19% do transporte de mercadorias e 25% do transporte de passageiros. Até 2020, os planos de
modernização da rede prevêem investimentos na ordem dos 5.000 milhões de USD, a financiar através
de fundos públicos e comunitários.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
A rede ferroviária é dominada pela empresa estatal Polish State Railways (PKP), que se encontra num
processo de reestruturação. Não obstante a insuficiência evidente de investimentos realizados nos
caminhos-de-ferro, nas áreas da modernização de linhas, estações e sistemas de sinalização, e a
inexistência de comboios de alta velocidade, a PKP vem assegurando serviços expresso de transporte
de passageiros relativamente eficazes e de qualidade.
Além do contributo decisivo na área do investimento, espera-se que a adesão à UE impulsione também
o aumento substancial do investimento privado no sector, bem como acelere o processo de liberalização
do sector ferroviário. Estima-se também que a realização do Euro 2012 (Campeonato Europeu de
Futebol na Polónia em conjunto com a Ucrânia) será uma boa oportunidade para se levarem a cabo
melhorias significativas na rede ferroviária.
O tráfego aéreo centra-se na Polskie Linie Lotnicze (LOT) – cobria, em 2005, entre 60 e70% dos voos
internacionais em aeroportos polacos -, tendo esta empresa detido o monopólio dos voos internos até
2002. Tendo-se iniciado em 1999 o processo de privatização da LOT, o Estado detém ainda 67,97% do
capital accionista, sendo o restante detido pelo grupo Star Aliance (25,1%) e pelos empregados (6,93%).
O Governo já anunciou a privatização total dos serviços em terra da companhia. Em consequência da
adesão à UE, a Polónia procedeu à liberalização do seu espaço aéreo, tendo rapidamente surgido
empresas aéreas low-cost como a EasyJet, Ryanair, Wizzair; SkyEurope e CentralWings (esta com voos
para Portugal).
O mercado polaco do transporte aéreo é um dos que mais rapidamente tem crescido na Europa. Em
2005, os aeroportos polacos registaram um tráfego de 11,5 milhões de passageiros (+31% em relação a
2004). A Polónia desenvolve esforços, tal como outros países da região, no sentido de se tornar o centro
regional dos transportes aéreos dos PECO, mas o crescimento rápido do número de passageiros nos
anos mais recentes tem revelado a falta de capacidade dos seus aeroportos. Com efeito, o aeroporto de
Varsóvia, que apresenta a maior taxa de ocupação, registou 8,1 milhões de passageiros em 2006 (mais
1 milhão do que em 2005), ou seja, 80% do tráfego internacional; mas um segundo terminal, aberto em
finais de 2007, deverá aumentar a capacidade do aeroporto para 10 milhões de passageiros, enquanto
que, no decorrer de 2008, proceder-se-á à reconversão de um aeroporto militar a norte da Varsóvia,
existindo também um projecto para a construção, a longo prazo, de um novo aeroporto em Varsóvia.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
O sector das telecomunicações cresceu rapidamente na década de 90, sendo, nos últimos anos, um dos
mais dinâmicos no âmbito do sector de serviços. O mercado continua longe da saturação, tanto no
tocante aos serviços telefónicos (sobretudo da rede fixa), como aos novos serviços ligados à
transmissão de dados e à Internet. De facto, em 2006, de acordo com os dados da Eurostat, apenas
34% das famílias usavam a Internet pelo menos uma vez por semana, contra uma média de 47% para a
UE25. Cerca de 30% das ligações à Internet eram feitas em banda larga. Embora os encargos
telefónicos sejam elevados e haja falta de acesso a equipamento informático, os progressos registados
no sector foram desiguais: o número de utilizadores de telefones celulares cresceu exponencialmente de
80 mil em finais de 1995, para 30,7 milhões em Março de 2006, tendo sido muito mais lento o
desenvolvimento da rede fixa, sobretudo nas zonas rurais. Em 2005, o valor do mercado polaco das
telecomunicações atingiu 11.640 milhões de euros, representando o segmento de serviços de telemóveis
uma quota de 34%, o de equipamentos de telecomunicações uma quota de 28%, o de serviços de
telefone da rede fixa uma quota de 25%, e o de transmissão de dados e acesso à Internet uma quota de
13%.
O mercado celular é de longe mais competitivo, contando, em 2006, com quatro operadores: Centertel
(fruto duma joint venture entre a TPSA e a France Télècom), detendo uma quota de 34% do mercado;
Polska Telefonia Cyfrowa (PTC), com uma quota de cerca de 33% do mercado; Polkomtel, com
aproximadamente 32,7% do mercado; P4, que iniciou as suas actividades em finais de 2006. A taxa de
penetração de telemóveis elevar-se-ia, em 2006, a 96%, ficando, mesmo assim, aquém da média
europeia (98% em 2005).
Banca e seguros
O Estado detém apenas o controlo sobre quatro bancos, sendo um deles, o PKO BP, uma caixa de
poupança que continua a merecer a preferência das famílias, permanecendo o maior banco da Polónia.
O desejo de manter pelo menos um banco de grande dimensão em mãos polacas tem dificultado o
processo de privatização do PKO BP, iniciado em 2004 com a alienação de 38% do seu capital.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
O sector de seguros é dominado pela Powszechny Zaklad Ubezpieczen (PZU), que detinha no passado
uma posição monopolista e dispõe ainda de uma quota de 50% do mercado. A PZU foi parcialmente
privatizada, sendo detida em 31% pela seguradora pan-europeia Eureko.
A actividade seguradora foi fortemente impulsionada pela criação, em 1999, dos fundos de pensões
privados, cujos montantes têm crescido rapidamente, atingindo os 48 mil milhões de USD
(aproximadamente 13% do PIB) em Maio de 2007, o que tem atraído ao mercado muitas outras
companhias estrangeiras.
A Bolsa de Valores de Varsóvia (WSE) reabriu em Abril de 1991 com apenas 5 empresas cotadas, tendo
este número aumentado para 301 em meados de 2007. Esse aumento ter-se-á ficado a dever ao facto
das empresas recorrerem cada vez mais ao seu financiamento através da emissão de acções, bem
como ao impulso dado pelo processo de privatização. Todavia, a WSE ainda não é a fonte principal de
financiamento do investimento industrial. A capitalização bolsista tem aumentado também rapidamente,
tendo alcançado cerca de 80% do PIB em Maio de 2007 (15% em meados de 2003).
Como nos outros países do leste da Europa, a transição de uma economia estatal, de planificação
central, para uma economia de mercado, de livre iniciativa, foi difícil para a sociedade polaca, tanto em
termos económicos como sociais, mas assegurou a sua recuperação socio-económica posterior.
A liberalização dos preços fez disparar a inflação para 568% em 1990, o que exigiu a implementação de
um programa austero de estabilização económica, com cortes na despesa pública, uma forte
desvalorização da moeda e um controlo rigoroso do aumento de salários. De 1989-1991, o PIB sofreu
uma quebra real de 18%, provocando um aumento importante do desemprego, o que originou um surto
de protestos sociais.
A “terapia de choque” aplicada reduziu substancialmente a taxa de inflação para 70% em 1991 e 43%
em 1992, mas mergulhou o país na mais profunda e severa recessão do pós-guerra, agravada pelo
desmembramento do COMECON, com uma quebra drástica nas trocas comerciais.
Iniciada a recuperação económica em 1992, o PIB cresceu rapidamente até uma taxa anual de 7% em
1995. Há que realçar que a economia polaca foi a primeira, de entre as economias de transição, a
alcançar, em 1996, o nível de “output” de 1989.
O consumo foi o motor inicial da recuperação, seguido pelo investimento e finalmente, embora em menor
medida, pelas exportações. Os fluxos de investimento directo estrangeiro (IDE), que cresceram
rapidamente a partir de meados dos anos 90, ajudaram a recuperação.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Entre 1994 e 1997, outros indicadores fundamentais registaram igualmente evoluções positivas: a
inflação desceu de 32,2% para 14,9%; o défice orçamental caiu de -2,7% para -1,3% do PIB; o
desemprego diminuiu de 16% para 10,3%. Acompanhando as reformas estruturais em curso, e
estimulado pela assinatura, em 1991, do Acordo de Associação com a UE, o comércio externo
reorientou-se para o Ocidente, enquanto que o processo de privatizações acelerou, provocando um
acréscimo significativo das entradas de IDE. Foi também durante este período que a Polónia adoptou a
presente Constituição (que instituiu a independência do banco central e consagrou os princípios da
economia de mercado e da propriedade privada), foi admitida na OMC (1995) e na OCDE (1996) e
passou a beneficiar do Sistema Geral de Preferências dos EUA (1997).
A evolução do saldo da balança de transacções correntes foi praticamente o único indicador fundamental
negativo deste período, que caiu de um saldo positivo em 1995, para um saldo negativo de -4,3 mil
milhões de USD (-3,2% do PIB) em 1997. Tal evolução ficou a dever-se principalmente ao rápido
crescimento das importações de bens intermédios e equipamentos realizadas pelos investidores
estrangeiros. A procura doméstica, ao crescer mais rapidamente que a dos países da Europa Ocidental,
determinou um agravamento persistente do desequilíbrio da balança comercial polaca.
Da combinação de uma política monetária restritiva, a fim de atenuar as pressões inflacionistas e suster
o crescimento do défice externo, com uma adaptação económica forçada aos efeitos negativos da crise
financeira russa de 1998, resultou um período de abrandamento das taxas de crescimento do PIB de
4,8% em 1998 para 1,1% em 2001.
A maior retracção deu-se ao nível do investimento, cuja taxa de crescimento caiu de 14,2% em 1998,
para -9,7% em 2001; a quebra dos lucros das empresas e taxas de juro elevadas desincentivaram novos
investimentos. As exportações foram o motor do crescimento económico em 2001, tendo
contrabalançado a queda da procura interna e contribuído para a redução do desequilíbrio da balança
comercial. Por outro lado, o défice da balança corrente que subira de -4,3% do PIB em 1998, para -9,0%
do PIB em 2000, diminui para -2,8% do PIB em 2001, tendo sido praticamente coberto pelos fluxos de
IDE.
A partir de 2002, iniciou-se um novo período de recuperação económica. Graças a um contributo similar
do consumo privado e da balança comercial, o PIB, depois dum crescimento muito acentuado entre 2002
e 2004 (a taxa de crescimento subiu de 1,4% para 5,3%), sofreu, em consequência da retracção brusca
da procura interna, um abrandamento do crescimento para 3,6% em 2005. Por seu lado, o saldo
negativo da balança comercial diminuiu de -7,7 mil milhões de USD em 2001, para -5,7 mil milhões em
2003 e -2,8 mil milhões em 2005. Esta melhoria do saldo negativo na balança comercial reflectiu-se
também numa evolução positiva do saldo da balança de transacções corrente de -2,1% do PIB em 2001
para -1,2% do PIB em 2005. Sem dúvida que a expansão da componente externa explica e reflecte
também o ciclo dinâmico da economia polaca. Os fluxos crescentes de IDE, tanto produtivos como
financeiros, influenciaram uma valorização significativa do zloty, que, desde 2004, vem registando uma
apreciação contínua.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Embora no período de 2002-2006, o PIB tenha crescido a uma taxa média de 4% ao ano, registou-se
uma aceleração para 6,2% em 2006 e 6,6% em 2007, agravando-se rapidamente o défice comercial
para -7,0 mil milhões de USD em 2006 e -15,6 mil milhões em 2007. O crescimento rápido do PIB em
2006 e 2007 deveu-se principalmente ao crescimento brusco da formação bruta de capital fixo em 15,6%
e 19,3%, respectivamente (6,5% em 2005), e do consumo privado em 4,9% e 5,2%, respectivamente
(1,8% em 2005), o que se reflectiu num agravamento do défice da balança comercial, como acima
indicado. Em termos de balança corrente, o saldo negativo piorou para -2,7% do PIB em 2006 e -3,7%
do PIB em 2007.
O agravamento do saldo negativo da balança corrente ficou a dever-se, também, à evolução negativa da
balança de rendimentos de -1,9 mil milhões em 2002, para -12,8 mil milhões de USD em 2007, uma vez
que as restantes componentes da balança corrente registaram evoluções favoráveis, com relevo para a
de transferências correntes, cujo saldo subiu de 3,3 mil milhões em 2002, para 8,5 mil milhões de USD
em 2007. Naquele período, em termos de PIB, o saldo negativo da balança de rendimentos agravou-se
de -0,9% para -3,0%, enquanto que o contributo positivo do saldo da balança de transferências subiu de
1,6% para 2,0%.
A taxa média de inflação, após ter subido transitoriamente de 7,3% em 1999, para 10,1% em 2000,
devido ao aumento dos salários reais e à depreciação do zloty, caiu rapidamente para 5,5% em 2001 e
0,8% em 2003, graças aos efeitos acumulados de uma política monetária restritiva e de um
abrandamento da procura doméstica, reforçada por boas colheitas agrícolas e pela queda dos preços
internacionais do petróleo. Contudo, o forte aumento da procura doméstica de 2,6% em 2003 para 6,3%
em 2004, associado ao efeito de adesão à UE e à escalada dos preços internacionais do petróleo, fez
disparar a inflação de 0,8% em 2003, para 3,5% em 2004. Baixou, nos dois anos seguintes, para 2,1%
em 2005 e 1,0% em 2006, uma das mais baixas taxas no âmbito dos PECO, fazendo também da Polónia
um dos três países mais virtuosos nesta matéria, no âmbito da UE25. Estes bons resultados ficaram a
dever-se em especial à diminuição dos preços dos géneros alimentares e à apreciação do zloty, ao
reduzir o impacto da subida dos preços da energia e diminuir os preços dos produtos importados.
Todavia, em 2007, as tensões inflacionistas surgiram novamente, subindo a taxa de inflação para 2,5%,
devido principalmente aos aumento dos salários, dos preços dos combustíveis e dos géneros
alimentares; o nível elevado de utilização das capacidades produtivas instaladas estará também a
contribuir para o surgimento de pressões inflacionistas. Tendo em vista a contenção das pressões
inflacionistas, o Conselho de Política Monetária elevou a taxa de referência de 4% para 5% em 2007.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Eslováquia 8,4%). Há a realçar que, territorial e sectorialmente é cada mais frequente um desequilíbrio
entre oferta e procura de emprego, deparando-se as grandes cidades com uma situação de quase pleno
emprego e alguns sectores económicos com escassez de mão-de-obra qualificada.
O défice do sector público registou ultimamente uma evolução positiva, tendo descido de -4,4% do PIB
em 2003 para -1,5% do PIB em 2007, não obstante o aumento das transferências contributivas para o
orçamento comunitário e do co-financiamento nacional de projectos beneficiadores de apoios
comunitários. Porém, aplicando-se a metodologia ESA, os dados são bastante menos favoráveis, tendo
o défice orçamental diminuído de -6,3% do PIB em 2003, para -5,7% em 2004, -4,3% em 2005, -3,8%
em 2006 e -2,0% do PIB em 2007, o que, dada a persistência de valores acima dos -3% do PIB, levou a
Comissão Europeia a abrir contra a Polónia, em 2004, um Procedimento por Défice Excessivo. Embora o
forte crescimento económico tenha tornado possível a redução do défice orçamental abaixo dos 3% do
PIB, considera-se que este resultado se ficou a dever mais a uma boa conjuntura (excedente de receitas,
mas também adiamento de pagamento de despesas de investimento), do que a uma redução estrutural
das despesas públicas. Nestas condições, a Comissão Europeia estima que na ausência de um esforço
substancial na redução das despesas em 2008, o défice público da Polónia possa vir a ser superior aos
3% do PIB em 2008, condicionando assim o levantamento do Procedimento por Défice Excessivo a uma
política de redução estrutural das despesas públicas. Esta é a difícil tarefa com que se depara o novo
governo, que se comprometeu durante a campanha eleitoral a reduzir o peso da fiscalidade, devendo,
por outro lado, responder aos numerosos pedidos de aumento salarial dos trabalhadores do sector
público.
Há que ter em consideração também que, no período de 2000-2007, o nível da dívida pública aumentou
10 pontos percentuais em termos de PIB, atingindo 47,8% do PIB em finais do ano passado. Ora, dado
que a dívida pública é detida em mais de 40% por não residentes, a Polónia é assim vulnerável a
qualquer degradação das condições macroeconómicas externas.
O sistema cambial polaco evoluiu significativamente desde os inícios dos anos 90, tendo começado com
uma taxa fixa em relação ao dólar, o que funcionou como âncora anti-inflacionista. Tendo em vista a
preservação da competitividade da indústria transformadora, a taxa fixa foi substituída, em 1991, por um
sistema “crawling-peg” flexível. Deixando alargar cada vez mais as bandas da flutuação, o BNP acabou,
em 2001, por permitir a livre flutuação do zloty. De facto, o BNP, ao manter uma política de não
intervenção e de não controlo sobre os movimentos de capitais com os países da OCDE, deixou que as
taxas de câmbio do zloty passassem a ser determinadas pelo mercado, com oscilações cambiais
maiores ou menores e de maior ou menor periodicidade, em função dos resultados económicos
registados e em reacção a notícias políticas ou económicas mais ou menos favoráveis. Assim, o
enfraquecimento do euro em 2000-2001 levou a uma forte apreciação do zloty em relação ao euro e, dai,
à perda de competitividade das exportações polacas. O movimento inverso em 2002-2004, de
depreciação do zloty em relação ao euro, conduziu à aceleração das exportações.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Em geral, a balança comercial tem reagido em conformidade e de forma mais ou menos directa, com as
apreciações e depreciações do zloty em relação ao euro. Salvo em 2006 e 2007, nos últimos oito anos
as exportações cresceram sempre mais rapidamente que as importações, reflectindo o aumento da
competitividade dos factores produtivos e, em especial, a produtividade do trabalho. Com efeito, quer em
períodos de diminuição absoluta do número de trabalhadores empregados (2000-2003), quer em anos
de aumento do seu número, o PIB cresceu sempre a taxas bastante superiores às do emprego, o que
traduz a pujança da economia polaca e explica, pelo menos parcialmente, o forte aumento das
exportações polacas nos últimos anos. A redução significativa em termos relativos do défice da balança
corrente do pico de -7,4% do PIB em 1999, para -1,2% do PIB em 2005 e, mesmo aumentando para -
2,7% do PIB em 2006 e -3,7% do PIB em 2007, confirma igualmente a pujança do crescimento
económico polaco nos últimos anos.
Em resumo, a partir de meados de 2003, a economia polaca entrou num ciclo de crescimento que a
converteu numa das mais dinâmicas da UE. Em especial, é relevante o facto do alto nível de
crescimento ter sido, como já exposto, compatível com uma inflação moderada, graças, principalmente
aos ganhos de produtividade e à prossecução a uma política monetária cautelosa, que foi, sem dúvida, o
contrapeso necessário a um desequilíbrio orçamental registado neste período, o único indicador
macroeconómico mais fraco.
1.4.2. Perspectivas
De 6,6% em 2007, a taxa de crescimento do PIB deverá abrandar para 5,1% em 2008 e 4,3% em 2009,
como resultado, antes de tudo, do agravamento das condições externas, traduzidas num
enfraquecimento da procura externa, e de uma política monetária mais restritiva (em Fevereiro de 2008,
o BNP subiu para 5,5% a taxa de juro de referência, admitindo-se novas subidas em função do aumento
dos preços internacionais dos combustíveis e produtos alimentares e da evolução dos salários). A
formação bruta de capital fixo e o consumo privado deverão ser os motores do crescimento económico,
enquanto que a expansão do défice comercial para -3,5% do PIB em 2008 e -3,6% do PIB em 2009, e do
saldo negativo da balança de rendimentos para -2,7% do PIB e -3,1% do PIB, no mesmo período,
contrariarão aquele crescimento. O forte aumento das importações de bens de capital e de consumo a
par com o aumento contínuo do défice da balança de rendimentos irá repercutir-se no crescimento do
saldo negativo da balança corrente para -20,8 mil milhões (-3,8% do PIB) e -23,1 mil milhões de USD
(-4,1% do PIB), respectivamente, em 2008 e 2009. O aumento esperado dos saldos positivos das
balanças de invisíveis e de transferências correntes será praticamente o único ponto positivo da balança
de transacções correntes.
Prevê-se uma subida da taxa de inflação de 2,5% em 2007 para 4,2% em 2008, devendo iniciar-se, a
seguir, um processo de desaceleração, justificado por uma procura interna mais fraca e uma política
monetária mais restritiva.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
PIB per capita USD 7.970 8.960 11.070 14.550 14.760 14.970
Formação bruta de capital fixo Var. % 6,5 15,6 19,3 13,0 9,8 8,0
b
Taxa de desemprego – média % 18,2 16,2 12,8 9,7 8,6 8,0
Saldo do sector público % do PIB -2,9 -2,4 -1,5 -2,1 -1,8 -1,5
9
Balança corrente 10 USD -3,7 -9,2 -15,8 -20,8 -23,1 -24,8
Taxa de câmbio – média Zl=USD 3,23 3,10 2,77 2,33 2,50 2,65
Taxa de câmbio – média Zl=€ 4,03 3,89 3,78 3,59 3,70 3,71
Ao tornar-se membro da UE, a Polónia assumiu também o compromisso de adesão à UEM (Zona Euro),
o que pressupõe a permanência do zloty no MTC2 (mecanismo de taxas de câmbio) pelo menos durante
os dois anos anteriores à adesão à UEM. Como é óbvio, a adopção do MTC2 tornaria a Polónia muito
mais sensível às pressões comunitárias, no sentido de uma mais rápida redução do défice orçamental.
Embora o actual Governo se proponha levar a cabo uma abordagem mais liberal à política económica do
que o seu antecessor, não se esperam alterações radicais nesta matéria. Sem dúvida que tem uma
posição mais positiva em relação à adopção do euro, mas não se espera que se apresse em juntar-se ao
MTC2. Há que ter presente que o zloty se tem mostrado como uma das moedas mais voláteis da região,
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
devendo, por isso, o Governo adiar a sua adesão ao MTC2 até acreditar poder cumprir sem convulsões
significativas os critérios estipulados. Embora a adesão ao euro seja uma prioridade do Governo, a
prudência está na ordem do dia, sendo assim indicado 2012 como um horizonte provável, sem constituir
contudo uma meta oficial.
1
No Programa apresentado pelo Primeiro-Ministro Donald Tusk salientam-se as seguintes prioridades na
área económica:
Pelas suas características economico-políticas passadas e pela sua localização geográfica, a Polónia faz
parte dos PECO, sendo, em termos populacionais e de superfície, o maior desse conjunto de países.
Como resulta dos dados a seguir indicados, em comparação com três outros países daquela região -
Hungria, República Checa e Eslováquia -, a economia polaca apresenta o PIB per capita mais baixo que
a Rep. Checa e a Hungria, se bem que a respectiva taxa de crescimento seja a mais elevada deste
conjunto de países.
1
O Primeiro-Ministro lidera uma coligação de dois partidos, Plataforma Cívica Centrista (PO) e Partido Popular Polaco (PSL). Os
dois partidos tem uma maioria absoluta de 240 lugares num total de 460 lugares no Parlamento.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
No que se refere à evolução dos preços no consumidor, a Polónia regista a taxa de inflação mais baixa
deste conjunto de países, seguida pela República Checa. Quanto ao saldo da balança corrente, face aos
seus vizinhos, apenas a Rep. Checa apresenta uma situação mais favorável.
Alargando a comparação ao conjunto dos PECO, bem como a outros indicadores importantes, pode-se
dizer que a Polónia ocupa uma posição intermédia na maioria dos critérios, surgindo, contudo, à frente
no que respeita ao montante do PIB e à atractividade para a realização de investimentos (segundo a A.T.
Kearney), mas em último lugar quanto à taxa de desemprego.
A Polónia obteve bons resultados na cimeira comunitária de Dezembro de 2005, como se depreende dos
67,3 mil milhões de euros atribuídos no âmbito da política estrutural e de coesão para o período de 2007-
2013, tornando-a o maior beneficiário de fundos comunitários, com 19,4% do total atribuído (347 mil
milhões de euros).
Sem dúvida que, apesar de se prever em 2008 uma degradação assinalável das condições económicas
mundiais, com um abrandamento da taxa de crescimento do PIB alemão de 2,5% em 2007, para 1,9%
em 2008 (o maior parceiro comercial da Polónia), o crescimento previsto do PIB polaco testemunha uma
capacidade de resistência notável face ao agravamento daquelas condições, o que aponta para uma
maturidade e grande vitalidade de sua economia.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
No período entre 2003 e 2007, as exportações polacas cresceram a uma taxa média anual de 24,3% e
as importações a 24,7%. Dos dados expostos, ressaltam dois períodos distintos na evolução da balança
comercial polaca: até 2005, assiste-se a uma redução acentuada do défice comercial, mas nos dois anos
seguintes verifica-se um agravamento, igualmente rápido, deste indicador. Todavia, há que realçar que o
alargamento do défice está sobretudo ligado ao dinamismo da procura interna, uma vez que as
exportações continuaram a crescer a taxas elevadas (acima dos 20%).
O crescimento mais rápido das importações, a partir de 2006, deveu-se à aceleração do consumo
privado e, em especial, da formação bruta de capital fixo, fenómenos iniciados já nos últimos meses de
2005 e que, embora a um ritmo mais lento, deverão prolongar-se até 2010, o que explica o aumento
previsto do défice da balança comercial e, por arrasto, da balança corrente, tanto em termos absolutos
como relativos.
Sem dúvida que a integração recente da economia polaca no seio das estruturas comunitárias,
fomentada também pelo acesso mais fácil e abundante aos fundos estruturais e de coesão, influenciará
cada vez mais decisivamente o desenvolvimento e crescimento das suas trocas comercias com a UE.
Após o colapso do COMECON, foi rápida a reintegração da Polónia no comércio mundial, assumindo-se
a UE já a partir de meados de 90, como o seu principal parceiro comercial, para o que terá contribuído
decisivamente a assinatura do Acordo de Adesão com a UE em 1991.
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Em 2006, a UE25 absorvia 77,4% das vendas (32% em 1989) e fornecia 63,2% das compras (34% em
1989) polacas ao/no exterior, tendo, portanto, mais do que duplicado o seu peso na balança comercial
do país desde a sua transição para uma economia de mercado; graças a um crescimento rápido de 33%
das expedições e de 28,7% das chegadas, em média, nos últimos anos, a partir de 2005 a balança
comercial polaca com a UE passou a registar saldos positivos (em 2007, a balança comercial polaca
com a UE terá registado novamente um saldo negativo).
A posição dominante da ex-União Soviética na balança comercial polaca, fornecendo-lhe, em 1986, 33%
das importações e comprando-lhe 28% de suas exportações, foi substituída pela Alemanha, que é hoje o
seu principal parceiro comercial, tendo absorvido em 2007 quase 26% das expedições e fornecido
aproximadamente 29% das compras polacas. A Rússia surgia então como o 2º maior fornecedor, graças
às importações polacas de petróleo e gás. Fora da UE, é de realçar também o crescimento rápido das
importações da China, sendo já o 6º maior fornecedor da Polónia, com 4,3% do total, em 2007.
A adesão da Polónia à UE teve também um papel muito positivo no desenvolvimento das suas
exportações para a Rússia, que cresceram 77% (em zlotys) em 2004, graças aos incentivos
comunitários às exportações de produtos agro-alimentares, tornando assim as suas exportações muito
mais competitivas para aquele país. Todavia, este aumento rápido das exportações polacas de produtos
agro-alimentares para a Rússia foi interrompido em 2005, quando, por razões sanitárias, a Rússia impôs
um embargo às importações de produtos de carne da Polónia. Superadas estas restrições na primeira
metade de 2007, espera-se novamente um crescimento mais rápido das exportações polacas para
aquele país.
De um modo geral, pode-se dizer que a adesão da Polónia à UE estimulou também a expansão das
suas relações comerciais com as restantes regiões do mundo, com reflexos no alargamento do défice
comercial. Com efeito, de 2005 para 2006, as exportações polacas cresceram, em valor (USD), 32,3%
para os países da Europa Central não pertencentes à UE, 19% para a Rússia, e 17,1% para os países
em vias de desenvolvimento. As importações do conjunto dos países da Europa Central não
pertencentes à UE cresceram 33%, da Rússia 35,2% e 42,6% dos países em vias de desenvolvimento.
Segundo o World Trade Atlas (WTA), as importações da China aumentaram 39,3% em 2006 e 54,1% em
2007, o que, a manter-se este ritmo de crescimento, colocará rapidamente a China entre os primeiros
cinco fornecedores da Polónia.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Principais Clientes
2005 2006 2007
Mercado
quota posição quota posição quota posição
Principais Fornecedores
Na década de 80, o padrão exportador polaco era dominado pelas exportações das indústrias de
engenharia mecânica e eléctrica (à volta de 40% do total global exportado). Com o fim do COMECON
estas exportações caíram acentuadamente, conservando a Polónia, todavia, o seu papel clássico de
exportador de matérias-primas e produtos semi-acabados. O padrão emergente da especialização
exportadora apontava, nos anos 90, para uma posição consolidada e dominante das exportações de
metais e suas obras, e uma importância crescente das exportações de madeira e seus derivados (em
especial de móveis), em detrimento das exportações de combustíveis e minerais (e de uma queda
brusca do peso dos agro-alimentares).
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Porém, a modernização da indústria nacional, estimulada também pelos fluxos crescentes de IDE,
provocou um forte crescimento das exportações e importações de máquinas e equipamentos de
transporte, à medida que aumentava a integração da Polónia nas redes de produção e distribuição
ocidentais, e uma alteração significativa daquele padrão. Com a adesão da Polónia à UE, afirmou-se o
padrão exportador/importador actual. Todavia, as exportações de sectores em que a subcontratação
desempenha ainda um papel importante, nomeadamente o mobiliário e o vestuário, continuam
significativas, enquanto que o crescimento das importações de combustíveis se fica a dever
principalmente ao aumento dos preços internacionais do petróleo.
Fonte: WTA
Tendo em vista uma percepção mais abrangente da estrutura das importações polacas, indicam-se a
seguir os a 15 primeiros grupos de produtos importados, em 2007 (NC, a 4 dígitos):
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2710 Óleos de petróleo ou minerais betuminosos, exc. óleos brutos; preparações, etc 3.645,3
8517 Aparelhos eléctricos para telefonia ou telegrafia, por fios etc; vídeofones 2.887,2
7210 Produtos laminados ferro/aço n/ ligado, larg >=600mm, folheados/chapeados etc 1.773,0
Fonte: WTA
Como receptor de investimento directo estrangeiro (IDE), a Polónia ocupa uma posição relativamente
elevada no “ranking” mundial – 23º lugar em 2006.
O IDE na Polónia cresceu fortemente durante a segunda metade da década de 90, estimulado pela
implementação de reformas económicas em diversos domínios e, em particular, pelo forte impulso
conferido ao processo de privatizações. No período de 2001-2003, os fluxos de IDE regrediram
significativamente, não só devido ao abrandamento do ritmo de alienações de empresas públicas, como
também à forte desaceleração do crescimento económico na Europa, de onde provém a grande maioria
daqueles fluxos. Nos anos seguintes verificou-se uma recuperação sensível nas entradas de IDE.
Em termos quantitativos, os fluxos anuais de IDE, segundo o BNP, subiram de 1,8 mil milhões de USD
em 1994, para 9,3 mil milhões de USD em 2000, tendo descido para 4,5 mil milhões em 2003, voltando a
subir para 19,1 mil milhões de USD em 2006. Há que realçar todavia que os dados variam consoante a
fonte de informação. Assim, as séries disponíveis, de 1997-2004, do BNP (segue a metodologia do FMI)
e da Agência Polaca para a Informação e o Investimento Estrangeiro – PAIiIZ (baseia-se nos dados
fornecidos pelos próprios investidores), variam significativamente de ano para ano, de 1 a 3 mil milhões
de USD. Também os dados expressos no World Investment Report (WIR 2007) divergem em relação às
duas fontes acima mencionadas, existindo, contudo, uma convergência no tocante a tendências
evolutivas.
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Dos 10 países do alargamento, a Polónia, com 94.471,9 milhões de euros de IDE acumulado em finais
de 2006 (dados do BNP), é líder absoluto na captação do IDE, seguido da República Checa e Hungria,
que lideram a lista em termos de IDE acumulado per capita. Segundo o BNP, a Holanda com 19,9% do
IDE acumulado, liderava a lista dos principais países investidores na Polónia, seguida da Alemanha com
16,4%, França com 11,5%, Luxemburgo com 7,9%, EUA com 7,3%, Itália com 4,4%, Reino Unido com
4,0%, Suécia com 3,8%, Áustria com 3,6% e Bélgica com 3,2%. Portugal ocupava a 19ª posição nesta
tabela, com investimentos acumulados no valor de 466,7 milhões de euros. A UE25 contribuía, em finais
de 2006, com quase 85% para o total do IDE acumulado na Polónia.
Há que realçar o crescimento rápido do IDE acumulado, nos últimos anos, que subiu de 46 mil milhões
de euros em 2002, para 94,4 mil milhões de euros em 2006, mais que duplicando em apenas dois anos
e provando assim a confiança dos investidores estrangeiros na pujança da economia polaca. Todavia,
apesar dos elevados de fluxos de IDE, este investimento desempenhava, em 2005, um papel ainda
relativamente modesto na economia polaca no seu todo: as empresas estrangeiras participavam com
7,3% no emprego total e com 11% para a formação do VAB. Por outro lado, a participação do IDE na
formação bruta de capital fixo tem registado oscilações significativas (11,6% em 2003, 28,5% em 2006 e
18,9% em 2007). O papel positivo do IDE tem-se reflectido mais nitidamente nas actividades industriais e
de serviços.
Finalmente, tendo em consideração que, nos últimos sete anos, os montantes anuais de IDE entrados no
país têm superado sistematicamente os défices da balança corrente, é, sem dúvida, da maior
importância o contributo positivo do IDE para o equilíbrio da balança de pagamentos e para a criação de
condições favoráveis ao crescimento e desenvolvimento da economia polaca que, de outra forma, teria
grandes dificuldades em superar as limitações impostas pelo desequilíbrio da sua balança de
transacções correntes e o atraso tecnológico de sua economia.
Em termos sectoriais, o IDE acumulado, em 2006, estava distribuído basicamente entre a indústria
transformadora – 33,9% (veículos motorizados com 5,6%, alimentar 5,1%, produtos metálicos 3,6% do
total) e os serviços – 59,1% (intermediação financeira com 18,9%; comércio a retalho e reparações
17,4%, sector imobiliário e serviços prestados às empresas 13,7%, transportes e comunicações 8,0%).
Quanto às formas de investimento mais utilizadas, o BNP indicava as seguintes relativamente a 2006:
acções/capital social – 37,4%; lucros reinvestidos – 28,9%; outras formas de capital – 33,7%. O BNP
estimava em 12.834 milhões de euros os fluxos de IDE entrados no país em 2007, o que significaria um
retrocesso de 14,8% em relação a 2006; a maior parte dos fluxos de IDE teve como destino os sectores
de electrónica, centros de serviços, veículos motorizados e químico.
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• Mão-de-obra qualificada e relativamente barata no âmbito da UE25 (salário bruto médio – 836 euros
em 2007; salário mínimo – 304 euros, a partir de Janeiro de 2008);
• Custos competitivos dos factores de produção e aumento dos seus níveis de produtividade (no
período de 2003-2007, a produtividade do trabalho cresceu a uma taxa média de 3% ao ano);
Há que realçar, por último, o forte interesse manifestado por algumas grandes multinacionais em
localizar na Polónia os seus serviços de contabilidade, call-centers e back-offices, sobretudo em cidades
com forte base académica, o que pode afigurar-se como um novo factor de atractividade para o IDE.
Por outro lado, os fluxos de investimento directo polaco no estrangeiro são ainda pouco significativos,
mas, segundo o WIR (World Investment Report), têm vindo a aumentar, passando de 16 milhões de USD
em 2000, para 230 milhões de USD em 2002, 793 milhões de USD em 2004 e 4,3 mil milhões de USD
em 2006. A Suiça, República Checa, Alemanha, Suécia, Países Baixos e o Reino Unido são os
principais países de destino do investimento polaco no sector financeiro, enquanto que a Ucrânia, a
Rússia e a Lituânia são os principais países de destino do investimento polaco no sector da indústria
transformadora.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Finalmente, há que destacar o papel crucial dos fundos comunitários no financiamento externo da
economia polaca nos próximos anos. Se, por arrasto, se juntarem os financiamentos públicos e privados
induzidos por aqueles fundos, chega-se a um montante de 85,6 mil milhões de euros a ser injectado na
economia polaca no período de 2007-2013. Dos 67,3 mil milhões de euros de fundos comunitários, os
Programas Operacionais de Infra-estruturas e Meio Ambiente receberão 27,85 mil milhões, os Regionais
– 16,55 mil milhões, o Capital Humano – 9,71 mil milhões e a Economia de Inovação – 8,25 mil milhões.
Investimento Directo
6
(10 USD) 2002 2003 2004 2005 2006
1.7. Turismo
Sendo uma importante fonte de receitas em divisas, o turismo desempenha um papel importante no
equilíbrio das contas externas do país. Com efeito, sem as suas receitas, o saldo negativo da balança
corrente seria bastante maior.
Depois da queda verificada na década de 90, o número de turistas entrados na Polónia tem vindo a
aumentar regularmente, atingindo 15,7 milhões em 2006. É de prever que a modernização do país e a
facilidade de circulação de pessoas dentro do Espaço Schenghen, venha a provocar um aumento do
número de turistas estrangeiros que se deslocam à Polónia.
Com 34,7% do número total de turistas, a Alemanha era, em 2006, o principal mercado emissor, seguida
da Ucrânia com 15,9%, Lituânia com 5,7% e Rússia com 4,5%. No entanto, devido aos preços elevados,
os estabelecimentos hoteleiros eram maioritariamente ocupados por turistas estrangeiros ocidentais
(alemães, mas também norte-americanos, britânicos, italianos e franceses).
Em 2005, os destinos que registaram maior crescimento de viagens de turistas polacos foram a Croácia,
a Holanda, a França, a Grã-Bretanha e a Hungria, sendo a Croácia e Hungria destinos que beneficiam
da proximidade geográfica (possibilidade de viagens de automóvel) e a Grã-Bretanha e França
beneficiam do desenvolvimento de rotas low-cost.
Acompanhando mais ou menos as oscilações no número de turistas, as receitas desceram de 6,6 mil
milhões de USD em 1995, para 5,7 mil milhões de USD em 2000, recuperando a partir dessa data e
atingindo os 7,2 mil milhões de USD em 2006, graças sobretudo á adesão da Polónia à UE.
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Indicadores do Turismo
2000 2004 2005 2006
6
Turistas (10 ) 17,4 14,3 15,2 15,7
9
Receitas (10 USD) 5,7 5,8 6,3 7,2
Ao nível regional, este país integra, entre outras, a União Europeia (UE), desde 1 de Maio de 2004, o
Conselho da Europa e a Iniciativa Centro-Europeia (CEI).
A União Europeia é um espaço de integração económica e política que tem passado por estádios
distintos de evolução. O primeiro passo foi dado com a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do
Aço (CECA), seguida da assinatura do Tratado de Roma, em 1957, que instituiu a Comunidade Europeia
de Energia Atómica (CEEA) e uma área de comércio livre designada por Comunidade Económica
Europeia (CEE). A aprovação, em 1987, do Acto Único Europeu formalizou a entrada em vigor a 1 de
Janeiro de 1993 de um Mercado Comum Europeu, com a livre circulação de mercadorias, capitais,
pessoas e serviços.
Por sua vez, o Tratado da União Europeia, ratificado em 1993, na cidade de Maastricht, aprofundou o
processo de integração, ultrapassando o estádio económico para atingir o âmbito político. Os principais
objectivos são: criação da União Económica e Monetária; adopção de uma Política Externa e de
Segurança Comum; cooperação nas áreas da justiça e da administração e reforço da democracia e da
transparência.
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Actualmente a UE é composta por 27 membros, sendo que apenas 15 adoptaram a moeda única
europeia (Euro) e integram a União Económica e Monetária (UEM): Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre,
Eslovénia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta e Portugal.
O Conselho da Europa, a mais antiga organização política da Europa, foi criada em 1949 com o
objectivo de promover a unidade e a cooperação no espaço europeu, desempenhando um papel
relevante em questões relacionadas com a defesa dos direitos do homem e a democracia parlamentar.
Presentemente, o Conselho da Europa conta com 46 membros. O seu instrumento mais importante de
actuação é a adopção de convenções.
Por sua vez, a CEI, instituída em 1989, visa encorajar a cooperação e o desenvolvimento regional e
bilateral entre os 18 países que a integram (Albânia, Áustria, Bielórussia, Bósnia Herzegovina, Bulgária,
Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Hungria, Itália, Macedónia, Moldávia, Montenegro, Polónia, República
Checa, Roménia, Sérvia e Ucrânia).
Como membro da União Europeia, a Polónia é parte integrante da União Aduaneira, caracterizada,
essencialmente, pela livre circulação de mercadorias e pela adopção de uma política comercial comum
em relação a países terceiros.
O Mercado Único instituído em 1993 entre os Estados-membros da UE, criou um grande espaço
económico interno, traduzido na liberdade de circulação de bens, de capitais, de pessoas e de serviços,
tendo sido derrubadas as fronteiras internas, fiscais e técnicas.
Deste modo, as mercadorias com origem na UE ou colocados em livre prática no território comunitário,
encontram-se isentas de controlos alfandegários, sem prejuízo, porém, de uma fiscalização no que
respeita à qualidade e características técnicas.
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A União Aduaneira implica, para além da existência de um território aduaneiro único, a adopção da
mesma legislação neste domínio – Código Aduaneiro Comunitário – bem como a aplicação de iguais
imposições alfandegárias aos produtos provenientes de países exteriores à UE – Pauta Exterior
Comum (PEC).
O regime de livre comércio com países terceiros não impede que os órgãos comunitários determinem
restrições às importações (fixação de contingentes anuais), quando negociadas no âmbito da
Organização Mundial de Comércio (OMC).
Para além dos referidos encargos, há, ainda, lugar ao pagamento do Imposto sobre o Valor
Acrescentado (IVA).
A taxa normal, aplicável à generalidade de bens e serviços, é 22%. Existem, também, taxas
preferenciais: 7%, sobre determinados equipamentos agrícolas, produtos farmacêuticos, géneros
alimentícios, produtos para crianças, materiais de construção, publicações e livros, serviços de
restauração e alojamento e transportes, 3% sobre matérias-primas nas áreas da agricultura, floresta,
pesca e aquacultura e 0% - a taxa aplicada na entrega intercomunitária de mercadorias e nas
exportações.
Os serviços relacionados com a educação, a saúde e o bem-estar social, serviços financeiros e alguns
outros estão isentos de IVA.
Alguns produtos como o tabaco, as bebidas alcoólicas e os combustíveis estão, ainda, sujeitos a
Impostos Especiais sobre o Consumo.
O promotor externo encontra neste país um regime jurídico adaptado ao ordenamento comunitário,
embora apresentando particularidades. Assim, e com vista a criar um clima favorável à captação de
investimento estrangeiro e a reduzir os entraves à implementação de negócios na Polónia, foi publicada
a Lei sobre a Liberdade de Acesso à Actividade Económica (Julho de 2004) que permite ao
investidor externo aceder à maioria dos sectores de actividade.
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O empresário estrangeiro que pretenda estabelecer uma Sucursal apenas pode exercer a sua actividade
económica no sector da actividade que constitui o objectivo da sua empresa no país de origem.
A Sucursal incia a sua actividade económica logo após a inscrição no Registo Nacional de Empresários
(KRS) e é obrigatório nomear uma pessoa que seja que autorizada a representar o empresário
estrangeiro na sua Sucursal.
A Representação Comercial de uma empresa estrangeira na Polónia tem uma actividade limitada, pois
apenas pode tratar de aspectos relacionados com promoção da actividade da empresa-mãe.
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Embora a transferência de divisas para o exterior só possa ocorrer nos casos definidos na lei, com
base no acordo de adesão à Comunidade, a Polónia assegura a livre transferência de capitais
relacionados com a execução de investimentos directos ou com a liquidação e repatriação dos mesmos,
bem como de todos os lucros resultantes do exercício da actividade empresarial.
Contudo, o cúmulo do apoio não pode exceder 50% do investimento total (65% se se tratar de uma
PME). O montante de incentivos a atribuir depende da região polaca onde se localizará o investimento e
do sector de actividade. As ZEE são áreas específicas nas quais a condução de actividades económicas
pode ser efectuada em condições preferenciais e que têm objectivos de desenvolvimento regional.
As candidaturas aos incentivos são aceites duas vezes por ano pelo Ministério da Economia, em
Março e Junho, ao que se segue a tomada de decisão por parte do Ministério, na sequência de consulta
a um comité de assistência financeira ao empresário. O investidor cujo projecto mereceu aprovação será
posteriormente convidado a assinar contrato com o Ministério.
Finalmente, importa referir que no contexto do Quadro Comunitário de Apoio 2007-2013 todas as
regiões polacas são consideradas elegíveis para obtenção de ajudas regionais ao desenvolvimento
através da aprovação de projectos de investimento.
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Com vista a promover e a reforçar o desenvolvimento das relações de investimento entre os dois países,
foram assinados entre Portugal e a Polónia o Acordo sobre a Promoção e Protecção Mútuas de
Investimentos e a Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em
Matéria de Impostos sobre o Rendimento, ambos em vigor.
Regime de Importação
• Lei sobre o IVA (e alterações posteriores), de 11 de Março de 2004 – Estabelece as regras relativas
ao Imposto sobre o Valor Acrescentado.
• Regulamento (CEE) – n.º 2454/93, JOCE n.º L253, de 11 de Outubro (com alterações posteriores) –
Fixa determinadas disposições de aplicação do Regulamento (CEE) n.º 2913/92, que estabelece o
Código Aduaneiro Comunitário.
• Regulamento (CEE) n.º 2913/92, JOCE n.º L302, de 19 de Outubro (com alterações posteriores) –
Estabelece o Código Aduaneiro Comunitário.
Legislação Portuguesa
• Decreto n.º 35/93, de 9 de Outubro – Aprova o Acordo sobre a Promoção e Protecção Mútuas de
Investimentos, entre Portugal e a Polónia.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
2.1. Comércio
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, a Polónia foi, em 2007, o 16º cliente de
Portugal, com uma quota de 0,71% do total exportado, e o 33º fornecedor, com uma quota de 0,43% do
total das importações. Face aos valores destes indicadores de 2003 a 2007, podemos concluir que nos
últimos cinco anos se verificou um reforço da Polónia como nosso cliente e uma perda de importância
como nosso fornecedor.
Em termos de balança comercial polaca, em 2007, segundo o World Trade Atlas, Portugal melhorou
ligeiramente a sua quota como fornecedor para 0,24% (0,23% em 2006 e 0,18% em 2005), assumindo a
35ª posição no “ranking” de fornecedores da Polónia. Como cliente, Portugal viu cair a sua quota para
0,33% (0,48% em 2006 e 2005), assumindo a 34ª posição no “ranking” de clientes do país. Assim, tendo
em consideração o “ranking” e quota de mercado em cada uma das economias, pode concluir-se que a
portuguesa tem um papel mais activo no desenvolvimento do intercâmbio bilateral.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Embora registando uma evolução tendencialmente positiva, a balança comercial luso-polaca foi
tradicionalmente desequilibrada e desfavorável a Portugal até 2006, tendo apenas em 2007 acusado um
saldo positivo, como produto da combinação de uma queda brusca do valor das chegadas (-23,8% em
relação a 2006), com um aumento sensível do valor das expedições (+11,8 em relação a 2006),
resultando daí um salto qualitativo do saldo comercial.
Há que realçar que no período de 2003-2007, as expedições portuguesas para a Polónia registaram uma
taxa de crescimento médio anual de 16,1%, enquanto que as chegadas acusaram uma taxa média de
crescimento de -3,5% ao ano, do que resultou uma melhoria muito favorável da taxa de cobertura das
chegadas pelas expedições de 46,7% em 2003, para 108,5% em 2007; em relação a 2003, o valor das
expedições tinha subido cerca de 73% em 2007, enquanto que o das chegadas tinha caído 25%.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Relativamente à estrutura das expedições portuguesas para a Polónia, verifica-se que, em 2007, os
quatro grupos de produtos mais representativos – máquinas e aparelhos (34,16%), veículos e outro
material de transporte (13,95%), plásticos e borracha (10,66%) e matérias têxteis (10,63%) – foram
responsáveis por 69,4% do total expedido para aquele mercado. Dos restantes grupos de produtos,
destacam-se ainda a madeira e cortiça, os metais comuns, os produtos químicos, agrícolas, alimentares
e minerais e minérios.
• Veículos e outro material de transporte – este grupo de produtos é composto pelos capítulos 86 a 89
da NC e constitui a segunda posição do ranking das expedições portuguesas para a Polónia em
2007 (14% do total). Embora o valor expedido deste grupo tenha aumentado mais de 21% entre
2003 e 2007, o seu peso específico caiu de 18,5% para 14%, no mesmo período. Numa análise mais
fina, surgem à cabeça as expedições de partes e acessórios dos veículos automóveis das posições
8701 a 8705, com 8,7%, seguidos de veículos automóveis para transportes de mercadorias com
2,6% do total expedido.
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• Madeira e cortiça – este grupo de produtos (posições 44 a 46 da NC) ocupou a quinta posição nas
expedições portuguesas para a Polónia em 2007 (6,7% do total expedido) tendo, entre 2003 e 2007
registado, em termos absolutos, um crescimento de 226,4% e em termos relativos passado de 3,3%
para 6,7%, no mesmo período. Em 2007, no seio deste grupo, destacam-se as expedições de
painéis de fibras de madeira ou de outras matérias lenhosas e aglomerados com 2,5% e de cortiça
aglomerada (com ou sem aglutinantes) e suas obras, com 1,8% do total expedido.
• Metais comuns – esta categoria é composta pelos capítulos 72 a 83 da NC e surge na sexta posição,
representando 5,4% do total expedido para a Polónia em 2007, tendo, entre 2003 e 2007, em termos
absolutos, o valor aumentado 69,6%, enquanto que o seu peso específico se mantinha relativamente
estável (à volta dos 5%) no mesmo período. No âmbito do grupo, destacam-se, em 2007, os
artefactos de higiene ou de toucador e suas partes de ferro fundido, ferro/aço, com 0,7% do total
expedido.
As nossas expedições para a Polónia acusam um grau de concentração algo elevado, em que cerca de
48% do valor expedido diz respeito apenas a dois grupos de produtos, embora de elevado valor
acrescentado – máquinas e aparelhos e veículos e outro material de transporte. Por outro lado, no seu
conjunto, a estrutura expedidora é, por grandes agrupamentos, relativamente desequilibrada, pois os
bens de grande consumo participam apenas com aproximadamente 8% no valor global expedido.
Há que realçar também que as expedições portuguesas para a Polónia mostram um padrão de negócios
algo instável. Com efeito, tomando como referência os dez primeiros capítulos pautais da NC (a dois
dígitos) de 2003, registava-se, em 2007, o aparecimento de quatro novos capítulos entre os dez
primeiros mais representativos da estrutura expedidora, reflectindo, assim, uma oferta ainda em busca
de nichos de mercado adequados à procura.
De acordo com os dados do INE, verifica-se um interesse crescente das empresas portuguesas pelo
mercado polaco, reflectido também no aumento do número de empresas expedidoras de 438 em 2000,
para 546 em 2006.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Veículos e outro material de transporte 19.262 6,04 20.127 6,37 25.948 10,85
No que diz respeito às chegadas de produtos polacos a Portugal verifica-se uma forte concentração nas
máquinas e aparelhos, embora essa concentração tenha vindo a diluir-se no tempo, tendo passado de
80,6% em 2003, para 48,7% em 2007, do valor global das chegadas. Dos restantes grupos de produtos,
destacam-se ainda os veículos e outro material de transporte (10,9%), os metais comuns (8,8%) e os
produtos químicos (8,6%).
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
• Veículos e outro material de transporte – este grupo de produtos é constituído pelos capítulos 86 a
89 da NC e constitui a segunda posição do ranking das chegadas portuguesas da Polónia em 2007,
tendo, entre 2003 e 2007, o valor de suas compras aumentado 34,7%, e o seu peso específico de
6% para 10,9%, no mesmo período. Numa análise mais fina, em 2007, as partes e acessórios dos
veículos automóveis (6,8% do valor global das chegadas), e os automóveis de passageiros e outros
veículos de transporte de passageiros (1,3%), são os produtos que mais se destacam.
• Produtos químicos – em quarto lugar surge o grupo que compreende os capítulos 28 a 38 da NC,
tendo, entre 2003 e 2007, o valor de suas compras subido 192,4%, subindo também a sua
participação nas compras de 2,2% para 8,6%, no mesmo período. No âmbito deste grupo, destacam-
se, em 2007, as compras de preparações tensoactivas, preparações para lavagem e limpeza (2,3%
do total), os medicamentos, em doses ou acondicionados para venda a retalho (1,5%), adubos
(fertilizantes) minerais ou químicos, azotados (1,4%).
• Produtos alimentares – este grupo (capítulos 16 a 23 da NC) foi o sexto das chegadas em 2007,
tendo, entre 2003 e 2007, o valor de suas compras subido 852,5%, enquanto que a sua participação
no valor global aumentava de 0,3% para 3,2%, no mesmo período. Outros produtos hortícolas
preparados ou conservados, não congelados (1,3% do total) surgiam à cabeça deste grupo de
produtos.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
• Outros produtos – no âmbito deste grupo, em 2007, há que realçar os assentos, mesmo
transformáveis em camas, e suas partes (5,8% do total), cujo valor das compras subiu de 2,7
milhões de euros em 2006, para 13,7 milhões de euros em 2007.
A queda acentuada do valor das chegadas é o facto mais relevante da sua evolução, no período de
2003-2007; foi também notável a redução do grau de concentração das chegadas, embora continue
ainda superior ao das expedições. Todavia, a participação dos produtos de maior valor acrescentado nas
chegadas mantém-se superior ao peso que este grupo de produtos tem na estrutura expedidora.
Similarmente ao registado nas expedições, a estrutura das chegadas é, no seu conjunto, relativamente
desequilibrada, uma vez que os bens de amplo consumo participam apenas com aproximadamente 8%
no valor global das chegadas.
As chegadas mostram também um padrão de negócios algo instável. Tomando como referência os dez
primeiros capítulos pautais da NC (a dois dígitos) de 2003, registava-se, em 2007, o aparecimento de
três novos capítulos entre os dez primeiros mais representativos das chegadas, ou seja, uma taxa de
variabilidade de 30%. Uma análise mais fina, a 8 dígitos, mostra também um teia de intercâmbios pouco
densa, deixando a balança comercial relativamente exposta às oscilações conjunturais do mercado
internacional.
De acordo com os dados do INE, confirma-se também o interesse das empresas portuguesas pelos
fornecimentos polacos, reflectido no aumento do número de empresas compradoras de 337 em 2000,
para 475 em 2006.
2.2. Investimento
De acordo com os dados publicados pelo Banco de Portugal, o investimento directo da Polónia em
Portugal tem sido pouco expressivo; pelo contrário, a Polónia tem um papel de realce enquanto destino
do investimento directo português no exterior (IDPE).
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Segundo os dados do Banco Nacional da Polónia, Portugal surgia, em finais de 2005, na 20ª posição no
“ranking” de países emissores de IDE, acumulado, na Polónia, com cerca de 373 milhões de euros
investidos.
Na Polónia, existem actualmente 87 empresas polacas com capitais portugueses (em Abril de 2004
existiam apenas 24) e, segundo um inquérito levado a efeito pelo Centro de Negócios da AICEP em
Varsóvia, no âmbito do Barómetro do Investimento Português na Polónia, este grupo de empresas
manifesta uma grande satisfação pela escolha deste país para a realização dos seus investimentos e um
elevado grau de optimismo quanto ao desenvolvimento, no curto-médio prazo, do mercado polaco.
A grande maioria (83,9%) das empresas é de natureza comercial/prestação de serviços, enquanto 16,1%
são empresas de industriais. Do total de empresas, cerca de ¼ investiu no sector da construção, 16,1%
naconsultoria e outros serviços e 12,9% na alimentação/bebidas e em têxteis e confecções. Existem,
também, investimentos nos sectores bancário e segurador, químico e farmacêutico, metalúrgico e
metalomecânico, transportes e armazenagem, ambiente e energias renováveis.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Como foi salientado, o IDE polaco em Portugal tem sido irregular e meramente residual. Em verdade, no
período de 2003-2007, o desinvestimento superou largamente o investimento bruto, tendo o investimento
líquido montado a -7,5 milhões de euros, ou seja, registou-se um retrocesso assinalável da presença
polaca no nosso país.
2.3. Turismo
Embora ainda modesto em termos de emissão de turistas, o mercado polaco afigura-se promissor para
Portugal. Com efeito, no período de 2003-2007, o número de hóspedes polacos subiu 228,9%, enquanto
que a sua quota de mercado passou de 0,4% para 1,0%. O número de dormidas aumentou 168,6%,
tendo a quota de mercado subido de 0,4% para 1,0%; o valor global das receitas cresceu 271,8%, tendo
a quota de mercado passado de 0,2% para 0,5%. É de realçar que, apesar da estadia média do turista
polaco em Portugal ter caído de 4,3 dias em 2003, para 3,5 dias em 2007, as receitas registaram a maior
taxa de crescimento, reflectindo provavelmente o aumento do poder de compra do cidadão polaco.
Ao nível dos países da Europa Central e Oriental, a Polónia é actualmente o principal mercado em
termos de dormidas, tendo mesmo ultrapassado a Rússia que habitualmente tinha o maior número de
dormidas.
As principais motivações do turista polaco quando se desloca a Portugal são o Touring, o Turismo
Religioso, o Sol e Mar e MICE (Meetings, Incentives, Conventions and Exhibitions).
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
A Polónia tem ligações directas aéreas com Portugal através da companhia low-cost Centralwing (ligada
à LOT). Em 2007 havia 94 operadores turísticos a programarem Portugal.
Em termos de dormidas na hotelaria global, em 2006, a região preferida do turista polaco era o Algarve,
com 38,3% das dormidas, seguida de Lisboa (33,1%) e Centro (12,2%), tendo, em conjunto, estas três
regiões representado aproximadamente 84% das dormidas com origem na Polónia.
3. Oportunidades e Dificuldades
3.1 Comércio
Mas, antes de se passar à análise sucinta de possíveis sectores de oportunidade, afigura-se oportuna
uma referência breve às potencialidades implícitas nas compras do Sector Público, para os agentes
económicos portugueses. Com efeito, trata-se de um mercado cada vez mais importante, cujas
aquisições ascenderam a 20,4 mil milhões de euros em 2006 e em que o factor preço é uma das
variáveis mais decisivas na selecção das empresas. Em 2006, o preço foi o único critério de 64% das
licitações, tendo 93,5% das licitações de valor superior a 60.000 euros sido ganhas pela oferta mais
barata, e 97% das licitações adjudicadas a empresas polacas, o que aponta para a grande importância
de uma implantação própria no mercado, ou de se ter um sócio local para a participação de uma
empresa estrangeira nessas licitações.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Sem dúvida que o país apresenta interessantes oportunidades de negócio, nomeadamente em sectores
em que Portugal possui uma oferta de qualidade, como são os casos a seguir referidos.
Fileira em grande expansão devido ao crescimento rápido do sector da construção civil, obras públicas e
imobiliário, provocado pelo desenvolvimento da economia polaca e pelo enorme afluxo de fundos
comunitários e de IDE. As empresas de construção civil começam a sentir dificuldades na aquisição de
alguns produtos, nomeadamente do ramo de non-metal goods, tais como cimento, gesso, cal, blocos,
tijolos, telhas, devido à sua escassez no mercado.
Fileira Casa
Fileira Moda
Confecção / Têxteis - A indústria têxtil tem uma forte tradição na Polónia. As mudanças do sistema
económico no país, traduziram-se numa grande reestruturação económica e empresarial, com a indústria
de confecção polaca a começar a trabalhar, muito em especial, em regime de subcontratação. Este
factor tem determinado a condição financeira deste sector industrial, mas, por outro lado, tem
possibilitado o aproveitamento da capacidade de produção instalada, duas vezes superior à procura
actual.
A indústria têxtil polaca mantém-se competitiva em relação à produção europeia, encontrando-se nesta
altura num processo de reestruturação e modernização que a vai tornar bastante mais competitiva nos
próximos anos.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Os produtos portugueses são ainda pouco visíveis no mercado polaco e geralmente entram com marcas
de distribuidores internacionais. O mercado em si apresenta potencial significativo para as nossas
empresas, com variadas possibilidades de cooperação do ponto de vista comercial e de investimento.
Calçado - A produção polaca satisfaz apenas uma pequena percentagem das suas necessidades, dado
que mais de 50% da produção nacional é destinada à exportação. Os principais mercados de importação
são a China, Itália, Vietname, Alemanha, Indonésia e Espanha.
No mercado polaco de calçado nota-se uma tendência conservadora, em que a maioria dos clientes
prefere as cores tradicionais, mas onde os consumidores mais jovens e do segmento médio/alto são
mais receptivos às últimas tendências.
O calçado é um dos produtos portuguesas que goza de maior notoriedade na Polónia e, por isso,
afigura-se prioritário um reforço da actuação promocional nacional e uma entrada mais eficaz das nossas
empresas nos canais de distribuição, sob pena de se perderem quotas de mercado e de não se
aproveitar o notável trabalho desenvolvido nos últimos anos por empresas, associações empresariais e
instituições portuguesas.
Devido a uma grande concorrência no mercado da parte de produtos de origem asiática, especialmente
no segmento baixo, a oferta portuguesa deveria apostar nos segmentos médio/alto e “premium” (calçado
importado principalmente da Itália, mas, também, em quantidades muito menores, da Alemanha,
Espanha e Portugal), onde se afiguram muito mais oportunidades para um produto de qualidade.
Fileira Agro-Alimentar
Devido à maior aposta promocional que se tem realizado nos últimos anos, os vinhos portugueses
começaram a aparecer nos canais de distribuição locais e a suscitar também algum interesse e
curiosidade junto do público consumidor.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Com a chegada à Polónia dos “coffee-bar”, chegou também a moda de tomar café (sobretudo “expresso”
ou “capuccino”) fora de casa – cada ano abrem cerca de 80 novos estabelecimentos.
Os “coffee-bar” têm observado uma tendência positiva na venda de alguns tipos de café mais raros – os
clientes polacos tornam-se cada vez mais exigentes e conhecedores de café, o que implica uma maior
procura de café mais exótico vendido por um preço mais elevado.
Queijo – O mercado do queijo na Polónia tem uma oferta bastante diversificada e um conjunto de
empresas produtoras locais, algumas com capital estrangeiro, que comercializam uma gama de produtos
com bastante qualidade e variedade.
Azeite, azeitonas, vinagre, conservas de atum e marisco - A importação dos produtos em questão tem
aumentado sistematicamente desde a segunda metade dos anos 90, devido a uma forte promoção da
dieta mediterrânica, entendida como uma dieta saudável e onde é bastante comum o uso destes
produtos, antigamente praticamente desconhecidos na Polónia. Hoje em dia, o uso destes produtos
tornou-se muito frequente e aconselhado pelos nutricionistas polacos. Para a divulgação destes hábitos
contribuíram decisivamente as viagens de férias dos polacos para os países do Sul da Europa e a
implementação da grande distribuição que aumentou e diversificou a oferta alimentar.
Os produtos da dieta mediterrânica portugueses têm potencial para se posicionarem nos segmentos de
preços médio e médio/alto e concorrem directamente com a oferta italiana, espanhola ou grega, já bem
instalada no mercado.
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Moldes - Devido à incapacidade da grande maioria das empresas polacas do sector dos moldes em
satisfazer as necessidades de clientes mais exigentes e de coordenar o projecto produtivo desde a fase
de desenvolvimento do produto e da ferramenta até à injecção, passando pelo teste das ferramentas,
este sector, salvo algumas excepções, ainda não atingiu um grande nível de modernização. No que
respeita à evolução da procura de moldes no mercado polaco, as perspectivas são animadoras, na
medida em que se espera a continuação da entrada de elevados fluxos de IDE no país, na sequência da
adesão à UE, acompanhada por alguma alteração do perfil destes investimentos, no sentido da
instalação/criação de projectos de maior valor acrescentado. Tem-se verificado um enorme crescimento
do IDE na Polónia, focalizado principalmente na instalação de diversas unidades de produção ligadas à
indústria de automóvel, indústria alimentar, indústria de embalagens, indústria de cosméticos,
telecomunicações, etc. Em síntese, parece existir no mercado polaco um excesso de empresas
fabricantes de moldes e, em simultâneo, um défice de capacidade no fabrico de moldes com
determinadas características, em termos de complexidade, qualidade, capacidade de resposta a
frequentes alterações durante o período de fabrico e prazos de entrega curtos. Do confronto entre estas
tendências da procura e oferta de moldes resulta a identificação genérica de oportunidades comerciais
e/ou de investimento a explorar no mercado polaco: por exemplo, a constituição de joint-ventures
produtivas ou parcerias comerciais com fabricantes polacos visando fornecer os clientes mais exigentes
em termos de qualidade, complexidade e prazo.
Igualmente, prevê-se uma maior procura para máquinas e equipamentos para o canal Horeca, para
trabalhar madeira e para trabalhar metal.
Segundo estimativas da IMS Health, as vendas de produtos farmacêuticos nas farmácias polacas, em
2004, alcançaram cerca de 2,93 mil milhões de euros.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Ao nível do mercado da distribuição de medicamentos existem cerca de 400 grossistas com actividade
regular e cerca de 9.758 farmácias, com um número médio de 3.600 pacientes por farmácia.
O mercado polaco de medicamentos está dominado pelos medicamentos genéricos que representaram,
em 2004, cerca de 60% das vendas neste país. As farmácias foram responsáveis, nesse ano, por cerca
de 80% das vendas de medicamentos, contra 11,5% dos hospitais. Para além disso, são também
vendidos diversos medicamentos nos supermercados, a exemplo do que se passa actualmente em
Portugal.
3.2 Investimento
Após 18 anos de profundas reformas económicas e políticas, a Polónia surge hoje como um dos países
da Europa Central e Oriental que apresenta uma maior dinâmica de desenvolvimento económico e de
capacidade de atracção de IDE, marcadamente com origem na UE.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Investimento Industrial
• Fileira moldes e máquinas (moldes, componentes para industria automóvel, máquinas diversas);
• Fileira agro-alimentar;
• Fileira saúde e biotecnologia;
Banca e serviços financeiros - A banca polaca encontra-se numa fase de profunda transformação e
modernização, em parte suscitada pelo crescimento económico, sofisticação e exigências da procura e
também pelo facto de se encontrarem instalados no país os principais grupos financeiros internacionais.
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Sector das energias renováveis - A Polónia, com a sua entrada na UE, comprometeu-se a proceder aos
necessários investimentos em prol do desenvolvimento e de uma maior utilização de fontes de energias
renováveis, ou seja, terá que conseguir que 7,5% da sua produção total de energias, até ao ano de
2010, tenha a sua origem em fontes renováveis. Para atingir tal objectivo, será preciso instalar, no
período de 2005 a 2010, cerca de 2000 MW de potencial em centrais eólicas e introduzir a combustão ou
queima conjunta de biomassa sólida em centrais térmicas a carvão, de modo a que se possam obter
cerca de 1000 MW e realizar cerca de 5 mil toneladas de biomassa.
Sector de Construção Civil e Obras Públicas – Este é um dos sectores com maiores potencialidades
graças ao enorme fluxo de fundos estruturais e de coesão canalizados para a Polónia pela União
Europeia e também pelas novas oportunidades surgidas na sequência da vitória da candidatura conjunta
da Polónia e da Ucrânia para a organização da Fase Final do Campeonato da Europa de Futebol de
2012. Este último acontecimento, conforme já referido, vai obrigar a um forte desenvolvimento da
actividade deste sector, principalmente no âmbito das infra-estruturas desportivas, estradas e vias de
acesso, parqueamentos, infra-estruturas hoteleiras, infra-estruturas ao nível de remodelação e
adaptação de planos urbanísticos já existentes ou em vias de execução, nomeadamente em municípios
destacados como principais anfitriões.
Outros sectores:
Promoção imobiliária - O valor total das transacções foi de 4,9 mil milhões de euros, em 2006. As áreas
potenciais de investimento para as empresas portuguesas surgem nos ramos:
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Sector da indústria automóvel - Actualmente o sector automóvel emprega mais de 100 mil pessoas. A
produção efectuada (cerca de 616,5 mil veículos ligeiros, em 2006) destina-se principalmente à
exportação, uma vez que as vendas no mercado local de automóveis novos mantêm-se, desde 2005,
num nível relativamente baixo (cerca de 237,5 mil unidades/ano). As fábricas situadas na Polónia
produziram 25% dos veículos automóveis feitos na região dos PECO e 10% dos fabricados na Europa.
Portanto, os produtores de carros, em conjunto com os fabricantes de componentes e peças, cujas
exportações ascenderam a 14 mil milhões de euros em 2006, constituem uma força primordial no
desenvolvimento das exportações polacas.
Como o ramo automóvel é um dos sectores mais inovadores da indústria, estimulando e impondo o
desenvolvimento de actividades complementares, perspectivam-se, para as empresas portuguesas, as
seguintes áreas potenciais de investimento:
Não obstante todo este leque de perspectivas, passamos a indicar as principais dificuldades encontradas
pelas empresas portuguesas no mercado:
• Mercado bastante competitivo, com uma forte presença de empresas locais e estrangeiras de grande
qualidade e onde as empresas portuguesas podem encontrar dificuldades se não tiverem uma
correcta, agressiva e persistente estratégia de internacionalização;
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
• Lentidão e rigidez do sistema judicial, o que se tem procurado minimizar através do aconselhamento
por parte de advogados locais;
• Dimensão territorial do país (semelhante à de Espanha), com 42 cidades com mais de 100.000
habitantes;
3.3 Turismo
Produtos / segmentos:
De acordo com as análises do mercado, constata-se que os turistas polacos optam pelos produtos ”sol e
mar” e “touring”. Esta tendência deve continuar no futuro próximo e estes dois produtos deverão ser os
mais procurados pelos turistas polacos em Portugal.
Segundo os principias operadores turísticos polacos que programam Portugal, outros produtos que
deverão continuar a crescer são os ”city-breaks” e o segmento MICE (Meetings, Incentives, Conventions
and Exhibitions).
Graças à existência da ligação directa low-cost entre Varsóvia - Lisboa e à inauguração da ligação
directa Cracóvia – Lisboa (também low-cost), os operadores promovem programas de ”city-breaks” em
Lisboa, sendo a capital portuguesa uma das poucas capitais da Europa ainda pouco exploradas pelos
turistas polacos, devido à inexistência de ligações directas nos anos anteriores. Tendo em consideração
o aumento do poder de compra da população polaca, este produto é cada vez mais popular entre os
turistas polacos, que para além das férias de Verão procuram também fins-de-semana ou curtas férias
fora dos meses de Verão.
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No que se refere ao segmento MICE, Portugal, pela sua imagem positiva no mercado e localização
geográfica na Europa, é considerado pelas Casas de Incentivo polacas um destino privilegiado para este
segmento de viagens. Segundo as Casas de Incentivo, a procura de Portugal neste segmento aumentou
substancialmente durante os últimos dois anos.
Na opinião dos Operadores polacos, no futuro próximo, os polacos procurarão também em Portugal
produtos mais sofisticados do tipo: “golfe”, “wellness&spa” e “enoturismo” que, em alguns casos, são
considerados produtos opcionais/adicionais a programas de “sol e mar” ou integrados nos programas de
viagens MICE, tendo em vista o enriquecimento do programa.
Áreas:
Tendo em consideração as preferências dos turistas polacos (”sol e mar”, “touring” e “city-breaks”), o
Algarve e Lisboa são as áreas de Portugal mais procuradas. No que se refere ao MICE, a Região de
Lisboa e a Madeira recebem o maior número de clientes neste segmento de viagens.
A existência de ligações directas para Lisboa e Faro (neste último caso apenas no Verão) tem
influenciado positivamente a preferência destas duas Regiões como destinos de férias pelos turistas
polacos.
No que se refere à Madeira, a Região continuará a ser um destino importante no segmento de Incentivos
e Congressos, esperando-se, também, um crescimento substancial enquanto destino de férias dos
turistas polacos, graças à inauguração, no próximo Outono, por um dos principais Operadores polacos, o
Itaka, de voos charter para a Madeira.
É de notar que a imagem geral de Portugal na Polónia é muito positiva, sendo considerado um destino
seguro e com elevada qualidade de serviços. O reforço de campanhas publicitárias (outdoor, imprensa,
tv) contribuirá, sem dúvida, para um melhor conhecimento do destino Portugal e da sua oferta
diversificada de produtos turísticos.
Mas, segundo os Operadores Turísticos e Agentes de Viagens locais, um dos principais obstáculos às
vendas para Portugal é o pouco conhecimento sobre o país. Os Operadores polacos também fazem
reparos ao nível dos preços dos packages para Portugal, considerados bastante elevados em
comparação com a oferta existente para outros destinos de férias. Outra dificuldade, tanto para os
turistas como para o trade, está relacionada com a pouca oferta de ligações aéreas directas para
Portugal.
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• Não demorar muito tempo nas respostas, sejam elas positivas ou negativas, mantendo sempre um
contacto com o parceiro escolhido mesmo à distância.
• Nas reuniões profissionais chegar sempre com pontualidade aos encontros, estar bem preparado
para as negociações comerciais, tentando ultrapassar as diferenças culturais com simplicidade e não
mostrando nenhuma superioridade ou agressividade no relacionamento. Não convém também
mostrar ignorância em relação às questões básicas sobre o país e sua história.
• Cumprir o que ficou combinado nas reuniões e, no caso de desinteresse pelo negócio, dizê-lo
abertamente e argumentando a sua decisão,
• Na actual fase de desenvolvimento da Polónia, convém que as empresas tenham presente que a
entrada no mercado vai exigir uma grande persistência e paciência.
• Cada mercado tem as suas próprias características e, por isso, não devem ser transportados para o
mercado polaco modelos de experiências de internacionalização anteriores.
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Anexo 1 – Principais Produtos Transaccionados entre Portugal e a Polónia (2006 – 2007)
Expedições
2006 2007
1000 1000
N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons % Tot Tons % Tot Var. %
EUR EUR
TOTAL (Valores Declarados) 95.438 223.660 100,00 120.023 261.264 100,00 16,81
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(cont.)
2006 2007
1000 1000
N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons % Tot Tons % Tot Var. %
EUR EUR
Partes e acessórios dos veículos das posições
8714 283 1.048 0,47 280 1.730 0,66 65,10
8711 a 8713
Torneiras, válvulas e dispositivos semelhantes, p/
8481 43 672 0,30 96 1.678 0,64 149,72
canalizações, caldeiras etc
Outras obras de borracha vulcanizada não
4016 321 1.834 0,82 294 1.661 0,64 -9,40
endurecida
Preparações p/ barbear,desodorizantes, produtos
3307 128 640 0,29 518 1.601 0,61 150,20
de perfumaria ou toucador, etc
Aparelhos mecânicos projectar etc, pós;
8424 139 1.001 0,45 156 1.489 0,57 48,78
extintores; pistolas aerográficas etc
4503 Obras de cortiça natural 54 969 0,43 53 1.484 0,57 53,20
Tomates preparados ou conservados, excepto em
2002 536 298 0,13 2.521 1.413 0,54 374,23
vinagre ou em ácido acético
Calçado c/ sola externa borracha, plástico, couro
6403 0 1.126 0,50 0 1.396 0,53 23,99
e parte superior couro nat.
Fios de lã penteada, não acondicionados para
5107 89 1.017 0,45 111 1.361 0,52 33,85
venda a retalho
Fios de lã cardada, não acondicionados para
5106 127 709 0,32 237 1.347 0,52 90,01
venda a retalho
Refrigeradores, congeladores etc; bombas de
8418 0 1 0,00 120 1.345 0,51 §
calor, exc as máquinas da pp 8415
Máq p/ seleccionar terras, pedras etc; máq p/
8474 148 821 0,37 308 1.344 0,51 63,74
aglomerar combustíveis, etc; etc
Painéis de madeira ou de outras matérias
4410 1.722 675 0,30 2.481 1.243 0,48 84,09
lenhosas mesmo aglomeradas
Peles depiladas de outros animais, preparadas,
4107 36 669 0,30 60 1.128 0,43 68,55
excepto das pp 4108 ou 4109
Tecidos de algodão >=85%, com peso
5208 38 1.022 0,46 41 1.082 0,41 5,90
<=200g/m2
Produtos de padaria, pastelaria ou da indústria de
1905 84 166 0,07 445 1.067 0,41 543,53
bolachas e biscoitos
Carnes de animais da espécie suína, frescas,
0203 22 30 0,01 373 1.038 0,40 §
refrigeradas ou congeladas
8701 Tractores (excepto os da pp 8709) 937 747 0,33 379 1.027 0,39 37,39
Veículos automóveis para o transporte >=10
8702 55 798 0,36 55 1.006 0,39 25,99
pessoas, incluíndo o condutor
Guarnições, ferragen etc, de metais comuns;
8302 56 595 0,27 74 953 0,36 60,09
pateras etc; rodízios; fechos etc
Pedras de cantaria/construção; cubos, pastilhas e
6802 1.675 832 0,37 1.661 873 0,33 4,98
artigos semelhantes, etc
Assentos (excepto os da pp 9402), mesmo
9401 171 2.258 1,01 86 866 0,33 -61,66
transformáveis em camas, e suas partes
Pias, lavatórios, banheiras, sanitários e artefactos
6910 639 894 0,40 578 860 0,33 -3,79
semelhantes, de cerâmica
Peças isolantes, de matérias isolantes, ou c/
8547 44 1.063 0,48 55 809 0,31 -23,93
simples peças metálicas, etc
0808 Maçãs, pêras e marmelos, frescos 1.308 663 0,30 1.155 759 0,29 14,36
Obras de carpintaria para construções, inc painéis
4418 196 419 0,19 492 729 0,28 73,78
celulares, etc
Condensadores eléctricos, fixos, variáveis ou
8532 5 175 0,08 19 711 0,27 307,35
ajustáveis
7222 Barras e perfis, de aço inoxidável 90 287 0,13 141 698 0,27 143,11
Madeira (inc tacos, frisos p/ soalhos n/ montados)
4409 372 690 0,31 332 679 0,26 -1,61
perfilada (c/ espigas, etc)
Construções e suas partes (etc) de ferro fundido,
7308 258 321 0,14 589 677 0,26 110,75
ferro/aço, exc prod pp 9406
0805 Citrinos, frescos ou secos 466 269 0,12 1.156 650 0,25 141,68
Preparações p/ caldos/sopas; caldos/sopas
2104 0 0 0,00 273 645 0,25 §
preparados; prep alimentícias, etc
Reservatórios, barris etc, p/ quaisquer mat, ferro
7310 882 2.469 1,10 280 587 0,22 -76,22
fund, ferro etc, cap <=300l
Máquinas e aparelhos mecânicos, c/ função
8479 97 1.173 0,52 56 587 0,22 -49,98
própria, ainda n/ inc noutras pp
Transformadores eléctricos, conversores,
8504 0 1.891 0,85 0 579 0,22 -69,37
bobinas de reactância e auto-indução
(cont.)
63
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
(cont.)
2006 2007
1000 1000
N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons % Tot Tons % Tot Var. %
EUR EUR
Carrinhos e veículos semelhantes para transporte
8715 52 483 0,22 58 567 0,22 17,37
de crianças, e suas partes
Cábreas; guindastes, inc de cabos; pontes
8426 408 690 0,31 228 552 0,21 -19,97
rolantes, pórticos de descarga, etc
Meias-calças; meias de qualquer espécie, incl. p/
6115 73 407 0,18 59 550 0,21 35,18
varizes, de malha
Partes reconhecíveis c/o exclusiva/parcialmente p/
8529 191 248 0,11 411 549 0,21 121,16
aparelhos pp 8525 a 8528
Fios de algodão, c/ peso >=85% algodão, não
5205 197 424 0,19 252 540 0,21 27,38
acondicionados p/ venda a retalho
Outros artefactos p/ guarnição de interiores, exc.
6304 141 793 0,35 89 534 0,20 -32,75
da pp-9404
Prepar. p/ molhos e molhos; condimentos e
2103 0 0 0,00 358 531 0,20 §
temperos compostos; mostardas, etc.
7604 Barras e perfis, de alumínio 153 440 0,20 176 521 0,20 18,40
Tecidos de lã penteada ou de pêlos finos
5112 9 236 0,11 18 509 0,19 115,50
penteados
Tubos de borracha vulcanizada não endurecida e
4009 118 349 0,16 119 506 0,19 45,23
seus acessórios
Fornos industriais/laboratório, incluídos os
8417 125 1.083 0,48 43 499 0,19 -53,92
incineradores, não eléctricos
Camisolas e pulôveres, cardigans, coletes e art.
6110 0 188 0,08 0 492 0,19 161,89
semelhantes, de malha
Tintas e vernizes, dispersos ou dissolvidos em
3208 341 824 0,37 192 456 0,17 -44,70
meio não aquoso
7616 Outras obras de alumínio 79 298 0,13 119 454 0,17 52,20
4205 Outras obras de couro natural ou reconstituído 27 766 0,34 14 443 0,17 -42,23
Caixas, sacos, bolsas, cartuchos e outras
4819 0 1 0,00 265 431 0,16 §
embalagens, de papel, cartão, etc
Louça, outros artigos uso doméstico, etc, de
6912 212 321 0,14 180 418 0,16 30,19
cerâmica, excepto de porcelana
Artigos/equipamentos p/ cultura física ginástica
9506 0 2 0,00 83 413 0,16 §
etc; piscinas inc as infantis
Aguardentes,licores e alc. etílico não desnaturado
2208 55 426 0,19 63 409 0,16 -3,95
c/ teor alcoólico <80% vol
7326 Outras obras de ferro ou aço 224 627 0,28 134 406 0,16 -35,16
Máquinas automáticas p/ processamento
8471 0 56 0,03 3 406 0,16 624,43
dados/unidades; leitores magnéticos etc
Chapas, folhas, tiras, varetas e perfis de borracha
4008 246 377 0,17 249 391 0,15 3,68
vulcanizada não endurecida
Fios de filamentos sintéticos, não acondicionados
5402 0 6 0,00 85 363 0,14 §
para venda a retalho
Resistências eléctricas (inc reóstatos /
8533 5 378 0,17 4 362 0,14 -4,09
potenciómetros), excepto de aquecimento
Polímeros de cloreto de vinilo ou out.olefinas
3904 370 370 0,17 355 356 0,14 -3,84
halogenadas,em formas primárias
Aparelhos emissores p/ radiotelefonia etc;
8525 3 539 0,24 2 352 0,13 -34,70
câmaras de tv; câmaras de vídeo etc
Aparelhos eléctricos ignição/arranque p/ motores
8511 4 81 0,04 22 351 0,13 332,29
etc; geradores e conjuntores
3917 Tubos e seus acessórios, de plástico 93 235 0,11 59 350 0,13 48,98
Máquinas p/ brochura/encadernação, incl. as
8440 1 43 0,02 16 333 0,13 673,13
máquinas p/ costurar cadernos
Aparelhos eléctricos de iluminação/sinalização,
8512 22 179 0,08 36 329 0,13 84,16
limpadores de pára-brisas, etc
Máquinas e aparelhos auxiliares para as máquinas
8448 0 0 0,00 9 314 0,12 §
das pp 8444/45/46/47, etc
Outro calçado c/ sola exterior e parte superior de
6402 0 121 0,05 0 313 0,12 158,71
borracha ou plástico
AMOSTRA 50.559 164.232 73,43 66.541 221.027 84,60
64
aicep Portugal Global
Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Chegadas
2006 2007
1000
N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons % Tot Tons 1000 EUR % Tot Var. %
EUR
TOTAL (Valores Declarados) 144.672 316.073 100,00 95.178 240.802 100,00 -23,81
Aparelhos receptores de televisão, etc; monitores e
8528 1.635 41.747 13,21 1.759 36.268 15,06 -13,12
projectores de vídeo
Motores de pistão, de ignição por compressão (motores
8408 9.850 128.446 40,64 2.017 26.974 11,20 -79,00
diesel ou semidiesel)
Partes e acessórios dos veículos automóveis das
8708 1.039 6.325 2,00 2.323 16.241 6,74 156,79
posições 8701 a 8705
Assentos (excepto os da pp 9402), mesmo
9401 2.713 9.341 2,96 3.320 13.745 5,71 47,15
transformáveis em camas, e suas partes
Refrigeradores, congeladores etc; bombas de calor, exc
8418 2.344 7.611 2,41 3.918 13.335 5,54 75,21
as máquinas da pp 8415
Motores de pistão, alternativo ou rotativo, de ignição por
8407 909 10.558 3,34 822 9.189 3,82 -12,97
faísca
8701 Tractores (excepto os da pp 8709) 675 5.651 1,79 696 6.194 2,57 9,61
Aparelhos eléctricos para telefonia ou telegrafia, por fios
8517 65 1.747 0,55 54 6.053 2,51 246,36
etc; vídeofones
Navalhas e aparelhos de barbear e suas lâminas
8212 715 2.702 0,85 380 5.445 2,26 101,52
(incluídos os esboços em tiras)
Preparações tensoactivas, prep. para lavagem e limpeza
3402 4.713 4.561 1,44 5.683 5.429 2,25 19,03
(exc sabões de pp 3401)
Camisolas e pulôveres, cardigans, coletes e art.
6110 0 2.454 0,78 0 5.172 2,15 110,78
semelhantes, de malha
Máquinas de lavar louça; máquinas p/ limpar, encher,
8422 875 3.293 1,04 1.266 4.914 2,04 49,20
capsular etc, garrafas
9403 Outros móveis e suas partes 1.356 1.685 0,53 4.049 4.305 1,79 155,45
Medicamentos, em doses ou acondicionados para venda
3004 3 909 0,29 9 3.641 1,51 300,67
a retalho
Prod laminados planos de ferro/aço n/ ligado, largura
7208 1 2 0,00 5.943 3.604 1,50 §
>=600mm, laminados etc
3102 Adubos (fertilizantes) minerais ou químicos, azotados 0 0 0,00 13.735 3.434 1,43 §
Acumuladores eléctricos e seus separadores, de forma
8507 2.744 3.891 1,23 1.758 3.254 1,35 -16,38
quadradra ou rectangular
Automóveis de passageiros e outros veículos transporte
8703 984 8.141 2,58 337 3.039 1,26 -62,66
passageiros, etc
Outros produtos hortícolas preparados ou conservados,
2005 17 35 0,01 3.410 3.019 1,25 §
não congelados
4011 Pneumáticos novos, de borracha 2.508 6.449 2,04 1.006 2.837 1,18 -56,00
Extractos de malte; prep.alimentícias de
1901 272 573 0,18 866 1.983 0,82 245,88
farinhas,amidos,sêmolas,féculas,etc
Aquecedores, caldeiras de fornalha, fogões de cozinha,
7321 907 1.647 0,52 549 1.960 0,81 19,02
grelhadores, etc
Motores e geradores, eléctricos, excepto os grupos
8501 157 1.504 0,48 283 1.874 0,78 24,63
electrogéneos
Resinas amínicas, fenólicas e poliuretanos, em formas
3909 973 1.035 0,33 1.683 1.873 0,78 80,95
primárias
Máquinas p/ lavar, limpar, espremer etc; máquinas p/
8451 217 848 0,27 379 1.660 0,69 95,79
enrolar, desenrolar, etc
7326 Outras obras de ferro ou aço 151 330 0,10 472 1.565 0,65 373,59
Produtos laminados a frio de ferro/aço n/ ligado, larg
7209 0 0 0,00 2.004 1.544 0,64 §
>=600mm, n/ folheados
3406 Velas, pavios, círios e artigos semelhantes 1.399 1.534 0,49 1.226 1.542 0,64 0,54
Máquinas costura (exc pp 8440); móveis, bases e tampas
8452 27 1.124 0,36 37 1.443 0,60 28,36
p/ máq costura; agulhas
Aparelhos p/ interrupção, seccionamento, protecção etc,
8536 158 676 0,21 197 1.377 0,57 103,81
p/ tensão <=1000 volts
Bombas de ar/vácuo, compressores etc; exaustores p/
8414 12 42 0,01 197 1.372 0,57 §
extracção/reciclagem, etc
3306 Preparações para higiene bucal ou dentária 0 0 0,00 653 1.264 0,52 §
0406 Queijos e requeijão 109 398 0,13 242 1.231 0,51 209,28
Painéis de fibras de madeira ou de outras matérias
4411 4.888 1.133 0,36 4.851 1.225 0,51 8,14
lenhosas, aglomerados etc
Máquinas de lavar roupa, mesmo com dispositivo de
8450 214 743 0,24 417 1.161 0,48 56,18
secagem
Sementes de nabo silvestre ou de colza, mesmo
1205 0 0 0,00 3.448 1.146 0,48 §
trituradas
Artigos de transporte ou de embalagem, rolhas, tampas,
3923 33 104 0,03 205 1.135 0,47 988,02
cápsulas, de plástico
AMOSTRA 42.664 257.238 81,39 70.194 201.445 83,66
Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística
Notas: Valores declarados; Informação corrigida dos valores confidenciais; Para alguns produtos, nas trocas intracomunitárias, não é obrigatória a
declaração de massa líquida, pelo que poderá aparecer Quant = 0 (zero) § - Dado com coef. de variação elevado
65
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Formalidades na Entrada
Para os cidadãos da União Europeia apenas é necessário o documento nacional de identificação (bilhete de
identidade) ou passaporte válido.
A COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, S.A. gere, por conta do Estado português, a garantia de cobertura
de riscos de crédito e caução e do investimento nacional no estrangeiro, originados por factos de natureza política,
monetária e catastrófica.
No contexto das Políticas de Cobertura para Mercados de Destino das Exportações Portuguesas, apólice individual,
a cobertura para o mercado polaco (prioritário) é a seguinte (Março 2008):
Indicações mais pormenorizadas sobre políticas e condições de cobertura podem ser obtidas junto da Direcção
Internacional da Cosec.
Hora Local
UTC mais uma hora no Inverno e duas no Verão. Face a Portugal, a diferença horária é sempre de uma hora.
Horários de Funcionamento
Serviços Públicos:
8h00-16h00 (segunda-feira a sexta-feira)
Bancos:
Bancos de Investimento:
8h00-15h00 (segunda-feira a sexta-feira)
Bancos de Retalho:
9h00-18h00 (segunda-feira a sexta-feira)
Comércio:
Lojas:
11h00-19h00 (segunda-feira a sexta-feira)
Centros Comerciais:
10h00-21h00 (segunda-feira a sexta-feira)
66
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Feriados
Feriados móveis:
Páscoa
Corpo de Deus
Corrente Eléctrica
Pesos e Medidas
67
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
Em Portugal
Na Polónia
68
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Polónia – Dossier de Mercado (Julho 2008)
69
Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. – Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA
Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 aicep@portugalglobal.pt www.portugalglobal.pt
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