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PROPRIEDADES PERIÓDICA E APERIÓDICAS

DOS ELEMENTOS QUÍMICOS

Professor: Alexandre Almeida Oliveira


E-mail: alexandreaoliveira@ufmg.br
Algumas propriedades possuem valores que aumentam ou diminuem
continuamente com o aumento do número atômico. São as chamadas
propriedades aperiódicas. Exemplos: massa atômica e calor específico.
Muitas propriedades dos elementos possuem valores que oscilam em
valores mínimos e máximos, repetidos regularmente com o aumento do
número atômico. Essas propriedades são chamadas propriedades
periódicas. Esse fato é expresso pela lei da periodicidade de Moseley.
CARGA NUCLEAR EFETIVA

Elétrons são simultaneamente atraídos para o núcleo e repelidos por


outros elétrons. Isso resulta em blindagem, onde um elétron é
parcialmente protegido da carga positiva do núcleo pelos outros elétrons.
A carga nuclear efetiva (Zef) é a magnitude real da carga positiva que é
"experimentada" por um elétron em átomo. É expressa por:

Z = número de prótons no núcleo


Zef = Z – S S = parâmetro relacionado à blindagem que os elétrons
internos oferecem aos externos
RAIO ATÔMICO

O átomo não é uma esfera sólida como previsto pelo modelo de


Dalton. As nuvens eletrônicas não têm fronteiras bem definidas,
de modo que não se pode falar verdadeiramente em raio atômico.

Porém quando átomos se empacotam no


estado sólido, seus centros são encontrados à
distâncias definidas, de modo a se definir o
raio atômico como a metade da distância
entre dois núcleos vizinhos desse elemento.

pm = 10 – 12 m
Igual número Maior carga Maior atração Menor raio
de camadas nuclear efetiva núcleo-nuvem atômico
eletrônica
Maior número
de camadas

Maior distância
ao núcleo

Menor atração
núcleo-nuvem
eletrônica

Maior raio
atômico
Quando um átomo neutro recebe ou perde elétrons, o seu raio sofre
modificações.

Quando um átomo perde elétrons, o núcleo


passa a atrair mais intensamente os elétrons
cátion átomo restantes. Assim, o raio do cátion é menor que o
raio do átomo neutro. O raio será tanto menor
quanto maior a carga elétrica do cátion.

Quando um átomo recebe elétrons, a atração do


núcleo sobre o conjunto dos elétrons é menor e,
ânion átomo consequentemente, o raio do ânion é maior que
o raio do átomo original. O raio será tanto maior
quanto maior a carga elétrica do ânion.
Comparações entre raios atômicos e iônicos:
Quando vários espécies possuem configurações eletrônicas idênticas, mas
diferentes cargas nucleares, eles são denominados de íons isoeletrônicos.

Número de prótons 8 9 11 12 13
Número de elétrons 10 10 10 10 10
Raio iônico (pm) 140 136 95 65 50

Em uma série de íons isoeletrônicos, quanto maior o número de prótons


(Z), menor será o tamanho do íon devido à atração nuclear.
VOLUME ATÔMICO

Trata-se do volume ocupado por 1 mol de átomos do elemento no


estado sólido (volume individual dos átomos + espaçamentos existentes
entre os átomos).
As setas indicam o aumento
do volume atômico.

Nas colunas, a variação do volume atômico é semelhante à do raio


atômico e aumenta com o número de camadas eletrônicas.

Nos períodos, à esquerda da linha tracejada, o aumento do volume atômico


acompanha o do raio atômico. À direita da linha tracejada, a variação é
oposta, porque nesses elementos, o “espaçamento” entre os átomos é
relativamente grande.
MASSA ESPECÍFICA OU DENSIDADE

Densidade (d) é o quociente entre a massa molar (MM) e o volume


molar (V) de um elemento no estado sólido.

Nas colunas, a densidade varia no mesmo sentido que o volume,


indicando que a massa dos átomos cresce mais rapidamente que seus
volumes. Nos períodos, a densidade absoluta varia no sentido oposto
dos volumes atômicos.

Elementos mais densos:


ósmio (d = 22,5 g/cm3)
irídio (d = 22,4 g/cm3)
TEMPERATURA DE FUSÃO E DE EBULIÇÃO

A variação dos PF e PE é similar à das densidades absolutas, indicando


que quanto mais densos e compactados estão os átomos, mais difícil
será separá-los. Exceção: famílias IA e IIA e carbono (PF = 3800 °C)

Os elementos de menores PF e PE são aqueles cujas substâncias


elementares podem se apresentar no estado líquido (Br e Hg) e gasoso
(F, Cl, O, N, H e gases nobres) em condições ambiente.

Tungstênio (W) é o metal


de maior PF (3422 °C).
POTENCIAL DE IONIZAÇÃO

A 1ª energia de ionização é definida como a quantidade de energia


necessária para remover um mol de elétrons de um mol de átomos
isolados no estado gasoso (unidade: kJ / mol).

X(g) + energia → X+(g) + e−

De maneira geral, quanto maior for o raio atômico, menor será a 1ª


energia de ionização, visto que a força de atração entre o núcleo e o
elétron mais externo será menor.
Para a 1ª energia de ionização, temos:

Igual número Maior carga Maior atração Maior energia


de camadas nuclear efetiva núcleo-nuvem de ionização
eletrônica
Maior número
de camadas

Maior distância
ao núcleo

Menor atração
núcleo-nuvem
eletrônica

Menor energia
de ionização
As energias envolvidas em sucessivas energias de ionização tornam-se
maiores à medida que o átomo se torna mais positivo, pois a carga
nuclear constante atua com maior força na atração dos elétrons restantes.

1ª energia de ionização M(g)  M+(g) + e-


2ª energia de ionização M+(g)  M2+(g) + e-
3ª energia de ionização M2+(g)  M3+(g) + e-
AFINIDADE ELETRÔNICA OU ELETROAFINIDADE

Afinidade eletrônica é a energia liberada quando um mol de elétrons


são adicionados a um mol de átomos neutros e no estado gasoso,
formado assim 1 mol de ânions. Quanto mais negativa a entalpia do
processo, maior a tendência do átomo em receber o elétron.

X(g) + e- → X-(g) + energia

De maneira geral, quanto menor


for o raio atômico, maior será
sua afinidade eletrônica.
Halogênios têm grande tendência em ganhar elétrons, pois o elétron
adicionado na camada de valência completa o octeto e o átomo assume a
configuração de gás nobre.
ELETRONEGATIVIDADE / POLARIDADE
DAS LIGAÇÕES E DAS MOLÉCULAS

Uma ligação covalente significa o compartilhamento de


um par eletrônico entre dois átomos.

Quando os dois átomos são iguais, não há razão para


um átomo atrair o par eletrônico mais do que o outro.
Teremos uma ligação covalente apolar.

Quando os dois átomos são diferentes, é comum um


deles atrair o par eletrônico compartilhado para o seu
lado. Dizemos que a ligação covalente está polarizada,
ou seja, é uma ligação covalente polar.
A molécula se comporta como um dipolo elétrico,
apresentando o que se convencionou chamar de cargas
parciais δ+ e δ-.

Eletronegatividade é a capacidade que um átomo tem de atrair para


si o par eletrônico que ele compartilha com outro átomo em uma
ligação covalente.
A eletronegatividade está relacionada com a afinidade eletrônica do
elemento: tende a crescer para direita através de um período e decrescer
nas famílias à medida que a camada de valência se torna mais afastada
do núcleo.

Observe que os gases nobres não são inseridos nessa propriedade!


No sentido oposto da eletronegatividade, a eletropositividade dos
elementos aumenta, atingindo seu máximo nos metais alcalinos, que
estão situados na coluna 1A.

Entre o tamanho do átomo e sua eletropositividade, há uma relação


genérica, uma vez que quanto maior o tamanho do átomo, menor a
atração núcleo-elétron e, portanto, maior a sua facilidade em perder
elétrons. Também não está definida para os gases nobres.

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