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Faculdade de Letras
Rio de Janeiro,
2019/2
Este trabalho pretende analisar alguns aspectos do conto “A história do Peixe-
pato” publicado no livro Antigas e novas andanças do demónio (1978) pelo autor
português Jorge de Sena. No conto em análise resgata-se a ideia de que é através da
capacidade de manifestar a aparência divina que se dá a poesia, ou seja, o conto
apresenta a personificação do Divino na figura da tempestade e das aves, resgatando a
aparência divina para construir uma narrativa de superação da lei divina por meio da
experimentação amorosa.
Mas adiante no conto é apresentada uma nova personagem descrita como “um
peixe grande e estranho, como que tendo patas em vez de barbatanas ou um par de
barbatanas como patas, e de corpo luzidio e esbranquiçado, muito redondo, que parecia
coberto de penas” (p. 4). Com a inserção dessa personagem dá-se início a um
relacionamento amoroso entre ambas as partes, o homem náufrago e o Peixe-pato. Esse
fato é comprovado através do texto, visto que o roçar de ambas as partes satisfaz tanto o
homem quanto o peixe-pato, estabelecendo essa relação amoroso entre dois seres de
espécies diferentes.
A troca de olhares entre o homem e o peixe-pato é elemento presente na
narrativa, como podemos visualizar na passagem a seguir:
Quando ele passou perto da sua mão que não segurava o peixe por
segurar o espeto, com as costas da mão e o braço o homem fez uma
festa ao peixe-pato que logo deu uma meia-volta desajeitada e veio ele
mesmo roçar-se-lhe no braço. (SENA, 1978, p. 6)
Orto do Esposo in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-
2019. [consult. 2019-12-07 20:51:39]. Disponível na Internet:
https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$orto-do-esposo
FARIA, Duarte. "[Recensão crítica a 'O Físico Prodigioso', de Jorge de Sena]" / Duarte
Faria. In: Revista Colóquio/Letras. Recensões Críticas, n.º 44, Jul. 1978, p. 84.