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Ricieri Rostirolla1
Cristiani Quadros1
Fabiana Pereira Rosa2
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básicos compartilhados que um grupo aprendeu como maneira de resolver seus
problemas de adaptação externa e integração interna e que funciona bem a ponto
de ser considerado valido e desejável para ser transmitido aos novos membros
como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas
e consequentemente como deverão tomar decisão.
Este ensaio teórico tem como objetivo analisar a influência dos fatores poder,
autoridade e cultura organizacional no processo decisório das empresas. A estrutura
deste estudo está organizada da seguinte forma: a seção (2) apresenta uma
revisão da literatura sobre Processo Decisório nas Empresas, Poder, Autoridade e
Cultura Organizacional, enquanto a seção (3) destaca as conclusões a respeito do
assunto analisado.
Decisão
A Teoria das Decisões nasceu com Herbert Simon e servia como base para explicar
o comportamento humano nas organizações. Na Teoria Comportamental, a
organização funciona como um sistema de decisões. Nesse sistema, cada pessoa
participa racional e conscientemente, escolhendo e tomando decisões individuais a
respeito de alternativas racionais de comportamento. Assim, a organização está
permeada de decisões e de ações (FILHO E FILHO, 2010).
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de realizar uma determinada tarefa. Entretanto, ao colocar ênfase sobre o processo
de implementação, no fazer, esquece-se todo o processo prévio de busca de
alternativas e de escolha que precedem a própria ação. A conclusão a que ele
chega é que uma teoria geral da administração deve incluir princípios de
organização que assegurem um processo decisório correto, tanto quanto incluir
princípios que assegurem uma ação efetiva (CARAVANTES; PANNO E
KLOECKNER, 2005).
Abramczuk (2009), diz que “decisão é o ato ou efeito de decidir. Decidir significa
escolher uma dentre várias alternativas de ação que se oferecem para alcançar
determinado propósito e renunciar a todas as outras. Toda decisão é, portanto, um
processo que envolve simultaneamente escolha e renúncia”, onde para se ter um
processo decisório satisfatório se faz necessário a observação de elementos, que
auxiliam na decisão a ser tomada.
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das formas como afetarão os objetivos da empresa. É fundamental
determinar a natureza do problema.
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Para que os elementos da decisão possam ser aproveitados em sua totalidade
deve-se estabelecer um ambiente para que se tome uma decisão que seja assertiva
para a situação problema. (LUECKE, 2010). Ainda, segundo o autor, existem vários
aspectos que contribuem para que seja criado o ambiente correto para a tomada de
decisões, tais como:
Um dos fatores que faz a diferença na tomada de decisão, levando em conta ainda o
ambiente e seus sujeitos, é o poder, que exerce influencia para o processo
decisório. Também pode ser citada a autoridade, sendo essa adquirida de forma
legítima ou informal. E por último, tem-se a cultura organizacional, que constitui o
modo institucional de ação e pensamento desenvolvido pelos membros da empresa.
Poder
Vieira e Carvalho (2003) apud Deutsch (1966) definem poder como a capacidade
que um indivíduo ou organização possui para impor extrapolações ou projeções de
sua estrutura interna em seu meio ambiente. Segundo o autor, o poder é tratado
como um trunfo nas relações, sendo comparado ao dinheiro ou à posse de uma
vantagem tática ou estratégica. Segundo os autores, “o poder não pertence ao
indivíduo, pois são as posições institucionais que, em larga, medida determinam as
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oportunidades de se ter e conservar o poder e de se desfrutar das principais
vantagens dessa posse, de forma contínua e importante”.
Barracho (2007), numa perspectiva sociológica, diz que o poder pode ser visto como
o exercício de uma força que se impõe aos outros em termos de dependência e de
coação, ou seja, a capacidade que um indivíduo tem de orientar e controlar a ação
dos outros, sendo ele imediato ou mediato.
Ainda nesse contexto, o autor afirma que a dinâmica do poder em particular nas
organizações foi apreendida essencialmente através dos estudos sobre liderança.
Esta noção refere-se simultaneamente as características pessoais e aos
comportamentos dos sujeitos considerados de acordo com a sua capacidade para
influenciar outrem.
Segundo Silva (2003) o poder pode ser agrupado em seis tipos, sendo eles:
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Carismático: baseado em influências ou carisma dentro de um grupo de
atuação, sendo uma liderança informal.
O poder é algo que circula nas organizações, ou melhor, é algo que só funciona em
cadeia, que funciona e se exerce em rede. FOUCAULT (1993). No mesmo sentido,
Silva (2003), ressalta que o poder está embutido nos padrões culturais vigentes,
está presente em todas as esferas da instituição, atinge diferentes agentes
organizacionais e é por eles manipulado nas disputas de interesses e influências.
Autoridade
Oliveira (2004) explica que a autoridade informal flui, na maioria das vezes, de forma
ascendente ou horizontal. É mais um privilégio do que um direito. É, geralmente,
mais instável do que autoridade formal, pois está sujeita aos sentimentos pessoais.
O autor ainda afirma que a autoridade informal é uma espécie de autoridade
adquirida que é desenvolvida por meio de relações informais entre as pessoas da
empresa, que o fazem voluntariamente e por deferência à sua posição ou status. Na
realidade, a autoridade informal serve para modificar a autoridade formal na
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determinação do quanto ela terá de aceitação por parte dos vários subordinados nos
diferentes níveis hierárquicos.
Cultura organizacional
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Para Trompenaars, 1993, cultura organizacional é a forma pela qual as atitudes são
expressas dentro de uma organização e distinguem-se uma das outras por meio de
soluções específicas para determinados problemas. A essência da cultura de uma
empresa é expressa pela maneira como ela faz seus negócios, a maneira como ela
trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em
suas unidades ou escritórios e o grau de lealdade expressos por seus funcionários
com relação à empresa. A cultura organizacional representa as percepções dos
dirigentes e funcionários da organização e reflete a mentalidade que predomina na
organização. Por esta razão ela condiciona a administração das pessoas.
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A cultura organizacional das empresas apresenta diferentes estágios onde são
considerados fatores de influência diferentes, sendo estes os componentes da
cultura organizacional. Para Chiavenato (1999), toda cultura se apresenta em três
diferentes níveis: artefatos, valores compartilhados e pressuposições básicas, da
seguinte maneira:
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cultura prescreve a maneira de fazer as coisas adotadas na organização,
muitas vezes através de pressuposições não escritas e nem sequer faladas.
Considerações finais
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meio de relações informais entre as pessoas da organização.
Referências
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CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública. Rio de Janeiro: Elsevier,
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1998.
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