Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
FICHA TÉCNICA
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
Marcos Aurélio Felipe
PROJETO GRÁFICO
Ivana Lima
CDU 342
L732i
Todas as imagens utilizadas nesta publicação tiveram suas informações cromáticas originais alteradas a fim de adaptarem-se
aos parâmetros do projeto gráfico. © Copyright 2005. Todos os direitos reservados a Editora da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte – EDUFRN. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa do Ministério da Educação – MEC
Sumário
Apresentação institucional 5
Apresentação da disciplina 7
A
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN, desde 2005, vem atuando como fomentadora, no
âmbito local, das Políticas Nacionais de Educação a Distância em parceira
com a Secretaria de Educação a Distância – SEED, o Ministério da Educação –
MEC e a Universidade Aberta do Brasil – UAB/CAPES. Duas linhas de atuação
têm caracterizado o esforço em EaD desta instituição: a primeira está voltada para
a Formação Continuada de Professores do Ensino Básico, sendo implementados
cursos de licenciatura e pós-graduação lato e stricto sensu; a segunda volta-
-se para a Formação de Gestores Públicos, através da oferta de bacharelados e
especializações em Administração Pública e Administração Pública Municipal.
Para dar suporte à oferta dos cursos de EaD, a SEDIS tem disponibilizado
um conjunto de meios didáticos e pedagógicos, dentre os quais se destacam os
materiais impressos que são elaborados por disciplinas, utilizando linguagem e
projeto gráfico para atender às necessidades de um aluno que aprende a distân-
cia. O conteúdo é elaborado por profissionais qualificados e que têm experiên-
cia relevante na área, com o apoio de uma equipe multidisciplinar. O material
impresso é a referência primária para o aluno, sendo indicadas outras mídias,
como videoaulas, livros, textos, filmes, videoconferências, materiais digitais e
interativos e webconferências, que possibilitam ampliar os conteúdos e a inte-
ração entre os sujeitos do processo de aprendizagem.
Assim, a UFRN através da SEDIS se integra ao grupo de instituições que
assumiram o desafio de contribuir com a formação desse “capital” humano
e incorporou a EaD como modalidade capaz de superar as barreiras espaciais
e políticas que tornaram cada vez mais seleto o acesso à graduação e à pós-
graduação no Brasil. No Rio Grande do Norte, a UFRN está presente em polos
presenciais de apoio localizados nas mais diferentes regiões, ofertando cursos
de graduação, aperfeiçoamento, especialização e mestrado, interiorizando
e tornando o Ensino Superior uma realidade que contribui para diminuir as
diferenças regionais e transformar o conhecimento em uma possibilidade concreta
para o desenvolvimento local.
Nesse sentido, este material que você recebe é resultado de um investimento
intelectual e econômico assumido por diversas instituições que se comprometeram
com a Educação e com a reversão da seletividade do espaço quanto ao acesso
e ao consumo do saber E REFLETE O COMPROMISSO DA SEDIS/UFRN COM
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA como modalidade estratégica para a melhoria dos
indicadores educacionais no RN e no Brasil.
5
Apresentação da disciplina
Prezados(as) alunos(as),
Bem-vindos ao Curso de Tecnólogo em Gestão Pública e à disciplina In-
trodução ao Direito Constitucional. A partir de agora iremos, utilizando-se de
uma linguagem bem atual, “navegar” no oceano do conhecimento do Direito,
precisamente do ramo do Direito mais popular e mais importante das ciências
jurídicas, que é o Direito Constitucional.
Na maioria dos países existentes no mundo boa parte dos cidadãos e das
cidadãs conhece direta ou indiretamente o conteúdo do Direito Constitucional,
o que certamente se aplica a nós, brasileiros e brasileiras, que, embora não te-
nhamos o hábito de ler a nossa Constituição, discutimos diariamente, às vezes
sem nem perceber, temas que estão escritos na nossa Constituição Federal, tais
como: liberdade, igualdade, segurança, dignidade, propriedade etc. Ou seja, dos
mais simples aos mais letrados dos homens, das mais simples às mais estudadas
das mulheres, todos e todas têm uma ideia dos direitos e deveres previstos na
nossa Constituição.
No caso, o que pretendemos fazer aqui na disciplina Introdução ao Direito
Constitucional é organizar, de forma direta e didática, e com a participação e o
empenho de vocês, os principais temas que envolvem os direitos previstos na
ordem constitucional brasileira e que já fazem parte do nosso cotidiano, seja na
nossa vida privada ou no nosso ambiente de trabalho, que é o setor da Admi-
nistração Pública.
Espero que você aproveite ao máximo a disciplina!
Seja bem-vindo!
7
Noção geral do Direito:
conceito,fontes e técnica legislativa
Unidade
1
Apresentação
N
esta unidade, iremos organizar as ideias que temos acerca do Direito,
não necessariamente do Direito Constitucional ainda, mas do Direito em
geral, das regras ou normas, deveres ou obrigações. Para isso, precisamos
abordar as várias maneiras de conceituar o Direito, saber de onde ele vem (o que
o legitima) e como ele se expressa na forma escrita.
Então, convido você a fazer parte da construção desse conhecimento que,
acredite, será muito importante não somente para a sua vida profissional, mas
também para o exercício da sua cidadania!
Objetivos
Conceituar o vocábulo “Direito”, diferenciando-o
1 da religião, das regras de etiqueta e da moral, com-
preendendo ainda os principais sentidos em que
esta palavra pode ser abordada, dependendo do
contexto em que esteja sendo aplicada.
S
empre que ministro aulas presenciais ou a distância, procuro, antes de con-
ceituar qualquer coisa, fenômeno ou instituto jurídico, chamar a atenção
para a sábia lição dos antigos que firmaram o entendimento segundo o
qual conceituar nada mais é do que estabelecer o gênero próximo e determinar
as diferenças específicas daquilo que se quer conhecer em relação àquilo que
já se conhece. Isso é bastante simples. Em outras palavras, conceituar é dizer
com o que se parece a coisa que queremos conhecer, com base em algo que
já conhecemos e, depois, estabelecer as diferenças específicas entre eles.
Quando nós realizamos este exercício lógico, conseguimos particularizar o
nosso objeto de estudo, e juntamos ao nosso conhecimento algo novo, que possui
conceito próprio, mesmo que se pareça com outra coisa.
Vejamos um exemplo a partir de um diálogo fictício entre duas pessoas (João
e Maria):
Pois bem. Como você pode perceber, o significado de direito não é tão claro
quanto parece a primeira vista, mas, diferentemente de Maria, você não precisa
pensar em mudar de Curso, pois aqui na disciplina Introdução ao Direito Consti-
tucional, você vai aprender facilmente a conceituar direito. É só prestar atenção
no que vou lhe dizer a partir de agora.
Observando o diálogo, vimos que Maria ficou um pouco confusa quando João
solicitou dela o conceito de direito, principalmente quando disse a última frase,
na qual se refere a vários “direitos”. Só que Maria, diferentemente de você, não
sabia que conceituar é estabelecer o gênero próximo (dizer com o que se parece
algo) e determinar as diferenças específicas (diferenciar ou particularizar o que
se quer conhecer, no caso, o direito). Ela sabia apenas dizer com o que se parecia
o direito (religião, etiqueta, moral), mas não sabia determinar a diferença entre
eles. Somente quando conseguimos determinar estas diferenças é que sabemos
conceituar bem o direito. Vamos fazer isto?
Atividade 1
Quer tentar elaborar o seu primeiro conceito de Direito? Faça isso com as suas
próprias palavras e de acordo com o que vimos até agora. Boa sorte!
O segundo significado (que vai lhe ensinar a aplicar o direito) equivale a dizer
“que vai lhe ensinar a aplicar a lei”, ou seja, tem o sentido de lei, norma ou re-
gra. Os estudiosos chamam este significado de “sentido objetivo” da palavra lei,
querendo dizer que a lei é o objeto ou aquilo que se estuda na ciência do direito.
Se fôssemos traduzir esse segundo sentido da palavra direito por meio de uma
imagem, a imagem seria esta:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
TÍTULO I
Capítulo Único
Das Disposições Preliminares
Art. 1º Esta Lei institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da
União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações
públicas federais.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida
em cargo público.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um
servidor.
[...]
O terceiro significado (“para que você tenha o direito de exercer a sua profis-
são”) equivale a dizer “para que você tenha o poder de exercer a sua profissão”,
ou então “para que você tenha a faculdade de exercer a sua profissão”. Aqui,
Atividade 2
Fontes do Direito
Agora que você já sabe conceituar o direito, gostaria de começar uma con-
versa sobre “fontes do direito”, com uma pergunta: você por acaso já havia se
perguntado alguma vez sobre de onde vem o direito?
Fazendo a pergunta de outra maneira: você já se perguntou alguma vez so-
bre o que dá legitimidade ao direito, ou seja, qual a “fonte” das regras, de onde
advêm os preceitos que temos que cumprir?
A resposta a esse questionamento nos levará inevitavelmente à busca pelas
fontes do direito, a busca pela “nascente” do direito. É isso que vamos fazer a
partir de agora.
Veja bem, quando buscamos a origem do direito vamos nos deparar com as
seguintes fontes:
A lei
A jurisprudência
A doutrina
Os costumes
Então, se alguém perguntar a você “de onde vem o direito”, você já pode
responder “sem pestanejar” que o direito vem da lei, da jurisprudência, da dou-
trina e dos costumes.
d) Revisão.
e) Sanção.
f) Promulgação.
g) Publicação.
Atividade 3
Técnica legislativa e
interpretação do Direito
Estamos chegando ao final da primeira etapa da nossa disciplina, que tem
como objetivo apresentar uma noção geral do direito para que você possa com-
preender melhor os temas de Direito Constitucional que apresentaremos no
decorrer do nosso estudo.
Nessa última etapa da primeira unidade, vamos ver como o direito se apre-
senta na sua forma escrita, quais as regras básicas que precisamos aprender para
poder “manusear” uma lei, um código e, principalmente, a Constituição Federal,
nosso principal objeto de estudo. A isso damos o nome de técnica legislativa,
que é a técnica própria de elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
Para isso, não teremos grandes problemas, pois o estudo da técnica legislativa
é autoexplicativo, uma vez que se trata praticamente de uma “receita”, prevista
em uma lei, a Lei Complementar 95, de 26 de fevereiro de 1998.
Em outras palavras, se você quiser saber como as leis são elaboradas, redigi-
das, alteradas e consolidadas, basta consultar essa Lei, cujos principais artigos
são os apresentados a seguir.
Art. 10. Os textos legais serão articulados com observância dos seguintes princípios:
I - a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela abreviatura “Art.”,
seguida de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste;
II - os artigos desdobrar-se-ão em parágrafos ou em incisos; os parágrafos em incisos,
os incisos em alíneas e as alíneas em itens;
III - os parágrafos serão representados pelo sinal gráfico “§”, seguido de numeração
ordinal até o nono e cardinal a partir deste, utilizando-se, quando existente apenas
um, a expressão “parágrafo único” por extenso;
IV - os incisos serão representados por algarismos romanos, as alíneas por letras
minúsculas e os itens por algarismos arábicos;
V - o agrupamento de artigos poderá constituir Subseções; o de Subseções, a Seção;
o de Seções, o Capítulo; o de Capítulos, o Título; o de Títulos, o Livro e o de Livros,
a Parte;
VI - os Capítulos, Títulos, Livros e Partes serão grafados em letras maiúsculas e
identificados por algarismos romanos, podendo estas últimas desdobrar-se em Parte
Geral e Parte Especial ou ser subdivididas em partes expressas em numeral ordinal,
por extenso;
VII - as Subseções e Seções serão identificadas em algarismos romanos, grafadas
em letras minúsculas e postas em negrito ou caracteres que as coloquem em realce;
VIII - a composição prevista no inciso V poderá também compreender agrupamentos
em Disposições Preliminares, Gerais, Finais ou Transitórias, conforme necessário.
Art. 11. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem
lógica, observadas, para esse propósito, as seguintes normas:
I - para a obtenção de clareza:
a) usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, salvo quando a norma
versar sobre assunto técnico, hipótese em que se empregará a nomenclatura própria
da área em que se esteja legislando;
b) usar frases curtas e concisas;
c) construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo, neologismo e adje-
tivações dispensáveis;
d) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normas legais, dando
preferência ao tempo presente ou ao futuro simples do presente;
e) usar os recursos de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusos de caráter
estilístico;
II - para a obtenção de precisão:
a) articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita compreensão
do objetivo da lei e a permitir que seu texto evidencie com clareza o conteúdo e o
alcance que o legislador pretende dar à norma;
b) expressar a ideia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palavras, evi-
tando o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico;
c) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto;
Seção III
Da Alteração das Leis
Atividade 4
Leitura complementar
Resumo
Referências
DICIONÁRIO eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora
Objetiva, (2002). 1. CD-ROM.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 36. ed. São Paulo:
Malheiros, 2010.
NADER, Paulo. Filosofia do direito. 15. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006a.
NÓBREGA, José Flóscolo da. Introdução ao direito. 8. ed. João Pessoa: Linha
d’Água, 2007.
Unidade
2
Apresentação
N
esta unidade, teremos o primeiro contato com o Direito Constitucional siste-
matizado didaticamente, partindo do pressuposto de que vocês já possuem
uma noção acerca de vários temas a serem abordados direta ou indiretamente
ao longo desta unidade e das seguintes. Alguns desses temas são: a luta pelo estabe-
lecimento de um Estado democrático no Brasil, a conquista de direitos fundamentais
ao exercício da cidadania (liberdade, reunião, associação etc.) e as garantias básicas
das servidoras e dos servidores públicos (acesso ao serviço público, remuneração,
estabilidade etc.) previstas na Constituição.
O que propomos aqui é uma organização das ideias, uma aproximação do conheci-
mento prático com o conhecimento teórico, que será de muita valia para todos e para
todas, uma vez que o Direito Constitucional é o principal ramo ou setor do Direito, do
qual todos os demais (Direito Administrativo, Penal, Civil, Tributário etc.) decorrem,
pois nenhum direito pode ser inconstitucional, nenhum direito pode ser contrário ao
que está previsto na Constituição. Com isso, vocês já podem ter uma ideia da impor-
tância do Direito Constitucional para o sistema jurídico brasileiro.
Lançamos assim o desafio a vocês, estudantes do Curso de Tecnólogo em Gestão
Pública, de, ao final desta unidade, poder travar qualquer debate que envolva o tema
do constitucionalismo, da constituição e do poder constituinte. Além disso, ao final
desta aula, vocês estarão preparados para enfrentar com segurança o texto da Consti-
tuição Federal brasileira, que será objeto da próxima unidade e necessitará das bases
teóricas que passaremos a discutir, numa linguagem acessível e fácil, a partir de agora.
Boa leitura!
Objetivos
Compreender a importância do “Constituciona-
1 lismo” para o Brasil e o modo como esse fenô-
meno se reflete na nossa vida cotidiana, dentro
e fora do ambiente do trabalho.
Fonte: https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSYDYhY9Urjii-
U8tEoLm6_AogSe13uqRBl1rOIWBGvOQTK1-eiYA. Acesso em: 19 de março de 2013.
Por fim, temos a didática abordagem do tema por Dirley da Cunha Júnior, que,
ao diferenciar constitucionalismo de constituição, adverte que “As constituições
escritas são produto do século XVIII, enquanto o constitucionalismo deslancha
em direção à modernidade, ganhando novos contornos” (2010, p. 34).
Apesar de curta, a frase de Dirley da Cunha Júnior traz uma informação mui-
tíssimo importante que gostaria de destacar aqui para que possamos enfrentar
com segurança o tópico seguinte sobre a constituição. É preciso saber de antemão
que o constitucionalismo não significa somente a existência de uma constituição,
mas uma cultura de respeito aos direitos dos cidadãos e da limitação do poder
dos governantes.
A existência de uma constituição, como no caso do Brasil, que já está na sua
sétima carta constitucional (1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988), é apenas
a forma moderna de expressão do constitucionalismo, que evoluiu da ideia de
respeito aos princípios, costumes, usos etc. para a inscrição, em um documento
legal, dos direitos dos cidadãos e da forma de ascensão ao poder e do exercício
deste poder.
É o constitucionalismo que faz do Brasil o que ele é hoje e que concede a você
o status e o direito que tem, pois estão escritos, na sua forma de expressão – a
constituição –, o modelo de Estado que adotamos e as regras que norteiam a
maneira como nos relacionamos com o próprio Estado e com as pessoas.
Dito isso, gostaria de propor uma breve atividade que lhes ajudará a construir
uma ideia própria acerca do constitucionalismo. Vamos a elas!
Atividade 1
Conceito
Vocês devem estar se perguntando por que aprender o conceito de “constitui-
ção” se não poderiam simplesmente passar na livraria, comprar uma constituição
e simplesmente ler o que nela está contido?
Eis uma ideia equivocada de constituição, a de que basta ser lida como qual-
quer outro livro para ser compreendida. Não é bem assim.
Pensando nisso, fazemos questão de “dizer” o significado de constituição
para demonstrar o real valor desse documento legal, que faz de nós o que so-
mos em relação ao país em que vivemos. Nesse sentido, poderíamos dizer, sem
exagero, que esse Curso de Tecnólogo em Gestão Pública que você está fazendo
só é possível porque a Constituição Federal do Brasil de 1988, no seu artigo 205,
estabelece que:
Atividade 2
Saiba mais
Simples, não? Agora faça a atividade seguinte para exercitar o que você com-
preendeu dessas classificações.
Atividade 3
Figura 2 – (a) Sessão Assembleia Constituinte de 1890; (b) Assembleia Constituinte de 1984.
Fonte: (a) <http://www.novomilenio.inf.br/festas/brasil1g.htm>;
(b) <http://www.brasil.gov.br/sobre/o-brasil/constituicao/constituicoes-anteriores>. Acesso em: 14 jan. 2013.
Para concluir esta unidade faço um último apelo para que não deixem de (re)
ler este tópico, que, embora teórico, é muito importante para compreendermos
o mecanismo de “construção” de uma constituição em um dado país e em par-
ticular o nosso, o Brasil.
Nesse contexto, não é difícil perceber que os mais velhos valorizam mais as
conquistas advindas da Constituição Federal de 1988, porque muitos deles passa-
ram por momentos bem difíceis, principalmente quem viveu de forma direta ou
indireta o regime imposto em 1964, conhecido como “Período da Ditadura” ou
“Regime Militar”, ocasião na qual o exercício do direito à liberdade de ir e vir, de
expressão, de reunião, dentre tantos outros, era muito diferente dos dias de hoje.
As conquistas que aqueles que nasceram sob a vigência da Constituição Fe-
deral de 1988 sequer percebem – e que serão visualizadas na unidade seguinte
quando formos analisar alguns artigos da referida Constituição –, foram nego-
ciados dentro do contexto do fenômeno denominado “Poder Constituinte” que,
como o próprio nome sugere, é o poder de “constituir” algo, de “construir” algo
novo, de “instaurar” ou “inaugurar” uma ordem jurídica nova.
Foi exatamente tal Poder que instaurou uma ordem jurídica nova para o Bra-
sil, com o advento da Constituição Federal de 1988. Em outras palavras, graças
ao Poder Constituinte, foi “instaurada” uma nova ordem jurídica por meio da
Constituição de 1988, e aqueles direitos que outrora foram ignorados puderam
ser restabelecidos.
Por essas e outras razões, lhes convido para conhecer melhor o importante
tema do Direito Constitucional denominado “Poder Constituinte”.
Atividade 4
Leitura complementar
Pois bem, alunos e alunas. Para concluir, gostaria de sugerir a vocês um ex-
celente vídeo da TV Justiça sobre “Estrutura da Constituição”. O vídeo possui
apenas dez minutos (tem continuação, mas essa primeira parte é o suficiente).
Nesse vídeo, o professor Flávio Martins nos ensina o significado do preâmbulo
da Constituição, a importância do texto constitucional e explica didaticamente
o que é o ADCT, ou seja, o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Vale a pena assistir ao vídeo, até porque a partir da unidade seguinte vocês
precisarão “folhear” a Constituição Federal de 1988.
Segue o link do vídeo para acesso via internet: <http://www.youtube.com/
watch?v=FvY9xMU4Oek>.
Bom proveito!
Atividades de aprendizagem
Faça um resumo, com as suas palavras, do que foi visto acerca de
1
“Constitucionalismo”.
Qual foi a primeira Constituição brasileira, em que ano ela foi outor-
2 gada e por quem?
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 23. ed. São
Paulo: Malheiros, 2004.
Unidade
3
Apresentação
Nesta unidade, vamos, literalmente, “abrir” a Constituição Federal de
1988, uma vez que, desde as Unidades 1 e 2, estamos nos preparando para
isso. Aqui, iremos entender o que faz do Brasil, do ponto de vista jurídico,
aquilo que ele é hoje.
A proposta desta Unidade é apresentar a você, aluno(a), um plano de estudo
bem didático acerca dos principais fenômenos jurídicos que envolvem o Estado
e o povo brasileiros, correspondente ao conhecimento acerca dos seguintes te-
mas: Estado (conceito), Poderes do Estado (separação dos Poderes), Federação
(formas de Estado), República (formas de governo), Presidencialismo (sistemas
de governo) e Democracia (regime político).
Para atingirmos os nossos objetivos, cabe uma advertência: como iremos
“desbravar” alguns artigos da Constituição Federal de 1988, é importante uma
releitura da Unidade I, no tópico referente à Técnica Legislativa, para que
vocês não fiquem confusos se precisarmos fazer menção a termos técnicos
tais como “artigo”, “parágrafo”, “inciso” etc.
Dito isso, convido vocês para esta promissora leitura na descoberta do
“Brasil jurídico”!
Objetivos
Definir “Estado” em geral e “Estado brasileiro”
1 em particular, com base nos seus elementos
constitutivos e na legislação em vigor.
c d
Figura 1 – Símbolos nacionais do Brasil – (a) Brasão; (b) Bandeira; (c) Selo; (d) Hino nacional
Fonte: <http://www2.planalto.gov.br/presidencia/simbolos-nacionais>. Acesso em: 28 jan. 2013.
Fonte: <http://www2.planalto.gov.br/presidencia/simbolos-nacionais/brasao>;<http://www2.planalto.gov.br/presidencia/simbolos-
nacionais/bandeira>; <http://www2.planalto.gov.br/presidencia/simbolos-nacionais/selos>; <http://www2.planalto.gov.br/
presidencia/simbolos-nacionais/hinos>. Acesso em: 28.jan. 2013.
República
Federativa
Atividade 1
Conceito Estado
Não sei se vocês se lembram, mas, ainda na Unidade 1 deste Curso, dissemos,
com base nas lições de Paulo Nader, que conceituar é estabelecer o gênero próxi-
mo (dizer com o que uma coisa se parece) e estabelecer as diferenças específicas
(diferenciar o que queremos conceituar daquilo com o que ela se parece).
Em outras palavras, conceituar é, primeiro, aproximar o nosso objeto de
estudo de algo que já conhecemos (dizer, por exemplo, que o direito é um
instrumento de controle social tal como são o costume, a moral e a religião) e,
segundo, estabelecer as diferenças específicas entre o que quero conceituar (no
exemplo, o direito) e os objetos com os quais ele possui semelhanças.
Nesse contexto, vimos, por exemplo, que o direito se diferencia dos demais
instrumentos de controle social (costume, moral e religião) porque o direito,
diferentemente daqueles, possui uma sanção, uma punição previamente esta-
belecida para o caso do seu descumprimento por alguém.
Chamamos atenção para isso porque pretendemos dar outra dica muito im-
portante sobre como conceituar algo que pretendemos conhecer sem necessa-
riamente “compará-lo” com outras coisas, principalmente quando precisamos
“ganhar tempo”. Isso porque para diferenciarmos, retomando o nosso exemplo
anterior, o direito dos demais instrumentos de controle (costume, moral e reli-
gião), necessitamos ter uma noção mínima do que seja costume, moral e religião,
não é mesmo?
Aqui, na tentativa de conceituar “Estado”, vamos utilizar outra técnica ou
dica, que consiste em “juntar” os elementos que compõem o nosso objeto de
estudo (o Estado) e, somando tais elementos (características), chegar a um con-
ceito razoável de Estado.
Aceitam o desafio? Então, vamos em frente.
Prosseguindo, são muitos os conceitos que se atribui a “Estado”, mas o nosso
objetivo neste momento é sermos didáticos e não “profundos”. Por isso, busca-
remos o caminho mais fácil para a conceituação dessa palavra.
Atividade 2
Leituras complementares
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do estado. 21. ed. São
Paulo: Saraiva, 2000;
MALUF, Sahid. Teoria geral do estado. 23 ed. São Paulo: Saraiva, 1995.
Agora que estabelecemos esta noção geral acerca dos Poderes, sugerimos a
realização do exercício a seguir:
Atividade 3
Roraima
Amapá
Amazônia
Pará Maranhão Rio Grande
Ceará
do norte
Paraíba
Piauí
Pernambuco
Acre
Alagoas
g
Rondônia e
Sergipe
Tocantins Bahia
Mato Grosso
Brasília DF
Goiás
Minas Gerais
Mato Grosso Espirito Santo
Região Norte do Sul
São Paulo Rio de Janeiro
Região Nordeste
Paraná
Região Centro-Oeste Santa Catarina
Rio Grande
Região Suldeste
do Sul
Região Sul
Autolegislação: cada ente federado faz as suas próprias leis (mas, no caso do
Brasil, temos as leis nacionais, que se aplicam a todos os entes federativos).
Atividade 4
Atividade 5
Atividade 6
Saiba mais
Atividade 7
Resumo
Referências
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descompli-
cado. 20. ed. São Paulo: Método, 2012.
BONAVIDES, Paulo. Ciência política. 11. ed. São Paulo: Malheiros, 2005.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 25. ed.
São Paulo: Atlas, 2012.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São Paulo:
Editora Atlas, 2009.
MALUF, Sahid. Teoria geral do estado. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 36. ed. São Paulo:
Editora Malheiros, 2010.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 23. ed. São
Paulo: Malheiros, 2004.
TEMER, Michel. Elementos de direito constitucional. 20. ed. São Paulo: Ma-
lheiros, 2005.
Unidade
4
Apresentação
N
esta unidade, vamos continuar a apresentação e análise dos principais ins-
titutos jurídicos presentes na Constituição Federal de 1988, considerados
indispensáveis para o exercício da nossa cidadania enquanto particulares
e para o desempenho das nossas funções enquanto agentes públicos (servidoras
e servidores públicos).
Para tanto, selecionamos, inicialmente, os temas mais relevantes nas cate-
gorias dos direitos fundamentais para, ao final, expor a organização formal da
Administração Pública brasileira.
A advertência a ser feita aqui diz respeito à importância desta Unidade, por-
que, após a sua leitura, vocês, alunos(as), terão uma boa ideia de como a Admi-
nistração Pública se organiza e de como os direitos e deveres dos administrados
(quem procura a Administração Pública) e dos agentes administrativos (quem
presta os serviços públicos) podem ser exercidos.
Recado dado, vamos à leitura?
Objetivos
Identificar os principais direitos fundamentais
1 previstos na Constituição Federal de 1988.
Atividade 1
Leitura complementar
Direito à igualdade
Também previsto no caput e no inciso I do artigo 5º da Constituição Federal
de 1988, o direito à igualdade, também conhecido com princípio da igualdade, é
aquele segundo o qual todos são iguais perante a lei, não se permitindo tratamen-
to desigual quando cidadãos ou cidadãs se encontram em uma mesma situação
jurídica.
Mas é preciso lembrar aqui que a igualdade tão propalada segundo a qual
“todos são iguais em direitos e deveres” se trata de igualdade meramente formal,
ou seja, segundo a lei.
Existe outra modalidade de igualdade, que denominamos de “igualdade ma-
terial”, real, concreta, que corresponde à noção de igualdade por meio da qual é
permitido tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, levando-se em
consideração a medida das suas desigualdades. É por isso que é possível, juridi-
camente, estabelecer “cotas” em universidades para determinadas categorias de
pessoas, levando em consideração que existem entre elas e as demais categorias
certas desigualdades que permitem o tratamento desigual (a renda, por exemplo).
Como se percebe, a igualdade não é absoluta, devendo ser analisada dentro
do contexto em que aparece.
Direitos à intimidade,
à vida privada, à honra e à imagem
Capitulado no inciso X do artigo 5ª da Constituição Federal de 1988, os di-
reitos à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem correspondem àqueles
direitos que têm a ver com a vida pessoal de cada pessoa.
O direito à intimidade tem a ver com a “vida secreta ou exclusiva que alguém
reserva para si, sem nenhuma repercussão social, nem mesmo junto à família,
aos amigos e ao seu trabalho” (CUNHA JÚNIOR, 2010, p. 685).
A vida privada, diferentemente da intimidade, “Não diz respeito aos segredos
restritos da pessoa, mas sim a sua vida em família, no trabalho e no relaciona-
mento com os seus amigos” (CUNHA JÚNIOR, 2010, p. 685).
Direito de reunião
O direito de reunião encontra proteção no inciso XVI do artigo 5º da Cons-
tituição Federal de 1988, significando que a reunião pacífica, sem armas e em
locais abertos ao público podem ser realizadas normalmente.
Há, no entanto, pelo menos dois critérios a serem observados quando da
deliberação para a ocorrência da reunião: primeiro, que a reunião pretendida
não frustre outra reunião anteriormente agendada para o mesmo local; segundo,
que seja dado prévio aviso à autoridade competente.
Atividade 2
Em sua opinião, quais dos direitos analisados neste tópico são os mais vio-
lados pela Administração “Pública”? Cite pelo menos dois.
Primeiro
conceito
(sentido
subjetivo,
orgânico ou
formal) Administração Pública é
o conjunto de entidades,
órgãos e agentes públicos
que realizam as
atividades
administrativas
prestadas com vista à
satisfação dos interesses
coletivos.
Segundo
conceito
(sentido
objetivo,
funcional ou
material)
Administração Administração
Pública direta Pública indireta
União Autarquias
Fundações
Estados
públicas
Distrito Empresas
Federal públicas
Sociedades de
Municípios
economia mista
Atividade 3
Bem, como estamos no final da Unidade 4, que, por sua vez, é a última Uni-
dade deste livro, cabem duas observações.
Primeiro, gostaria de agradecer a todos que colaboraram direta ou indireta-
mente para a feitura desta obra.
Segundo, preciso desculpar-me pelas lacunas porventura existentes, uma vez
que se trata de trabalho introdutório e não de aprofundamento dos institutos do
Direito Constitucional.
Despeço-me desejando, a todos e a todas, que façam bom proveito dos
nossos estudos!
Autoavaliação
Qual a importância do conhecimento dos direitos fundamentais para
1
as cidadãs e os cidadãos brasileiros?
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 25. ed.
São Paulo: Atlas, 2012.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São Paulo:
Editora Atlas, 2009.
GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 15. ed. São Paulo: RT, 2011.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 36. ed. São Paulo:
Malheiros, 2010.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 23. ed. São
Paulo: Malheiros, 2004.
TEMER, Michel. Elementos de direito constitucional. 20. ed. São Paulo: Ma-
lheiros, 2005.
Anotações
103
Anotações
104
Esta edição foi produzida em mês de 2012 no Rio Grande do Norte, pela Secretaria de
Educação a Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (SEDIS/UFRN).
Utilizando-se Helvetica Lt Std Condensed para corpo do texto e Helvetica Lt Std Condensed
Black títulos e subtítulos sobre papel offset 90 g/m2.