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Manutenção de Computadores

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3.1 Processadores

Toda a atividade de um computador pode ser definida por um modelo bastan-


te simples, conhecido como ENTRADA - PROCESSAMENTO - SAÍDA. Nesse univer-
so, é fácil identificar a atividade central – o processamento, que, como você viu
anteriormente, será o tema central deste capítulo. Na etapa de processamento,
são executadas todas as operações da máquina, como acesso a discos rígidos e
memórias, cálculos etc. Pois saiba que quem realiza essa atividade é o processa-
dor, o componente principal de um computador, popularmente conhecido como
o “cérebro da máquina”.

Todas as tarefas de um computador têm a participação


VOCÊ do processador como, por exemplo, a execução de jo-
SABIA? gos, músicas, acesso à internet e aos mais variados pro-
gramas. Enfim, tudo passa por ele.

Em outra classificação, o processador também recebe o nome de CPU (Central


Processing Unit – Unidade Central de Processamento). Trata-se de um chip respon-
sável por buscar e executar instruções presentes na memória do computador. Es-
sas instruções (processos) consistem em operações matemáticas e lógicas, além
de operações de busca, leitura e gravação de dados. Para reforçar esses conceitos,
vale conhecer o que Brain (2000) apresenta como uma representação de uma
CPU. Veja:
Beatriz Cascaes (2012)

Figura 6 -  Representação de uma CPU

O primeiro microprocessador utilizado em um computador pessoal foi o Intel


8080, lançado em 1974, capaz de executar instruções de 8 bits. Mesmo sendo o
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primeiro, o 8080 não foi muito popular na época, fator reservado ao Intel 8088,
lançado em 1979 e incorporado a um PC IBM – comercializado a partir de 1981.
A partir do lançamento do IBM-PC, o computador pessoal ficou bastante conhe-
cido e desejado por muitos consumidores. A Intel, de olho nesse mercado, não
parou de pesquisar e evoluir, lançando (em espaços de tempo cada vez menores)
processadores mais modernos e velozes. Com isso, surgiram o 80286, depois o
80386, 80486, Pentium, Pentium II, Pentium III e Pentium IV, Celeron, Xeon, Ita-
nium, Core, Core Duo, Core 2 Duo, Core Quad, Core 2 Quad, i3, i5 e i7. Todos foram
produzidos pela Intel e são melhorias do design básico do 8088. Isso tratando
apenas de Intel. Seu principal concorrente, a AMD, evoluiu paralelamente, com os
286, 386, 486, 586, K5, K6, K6-2, K6-3, Athlon, Duron, Athlon XP, Sempron, Athlon
64, Athlon 64 x2, Phenom, Phenom x3, Phenom x4, Phenom II x2, Phenom II x3,
Phenom II x4, Phenom II x6 e Turion.
A evolução dos processadores foi prevista por Gordon Moore, fundador da In-
tel, que em abril de 1965 publicou um artigo científico na Electronic Magazine,
dizendo que o poder de processamento dos chips teria um aumento de 100% a
cada período de 18 meses. Essa previsão ficou conhecida como Lei de Moore.
Mas não existe uma maneira absoluta para determinar a capacidade de um
processador. É necessário avaliar uma série de fatores, como sua arquitetura in-
terna, o número de núcleos, a velocidade de operação (clock interno e externo), a
capacidade de armazenamento da sua memória cache, o número de bits internos
e externos, o tamanho dos barramentos de dados e endereços. Enfim, é preciso
conhecer completamente as suas especificações técnicas. Para tornar essa tarefa
mais fácil, a partir de agora você estudará alguns dos fatores capazes de mensurar
a capacidade (e o preço) de um processador.

3.1.1 Arquitetura dos processadores e barramentos

Na atualidade, é muito comum encontrar computadores na maioria das ca-


sas. Com essa popularização, é natural que pessoas que não conhecem a fundo a
tecnologia cometam alguns erros. Por exemplo: é comum chamar de CPU a parte
que fica embaixo do monitor, onde você conecta todos os periféricos.
E, então, essa nomenclatura é certa ou errada? O que você acha? É errada. Ape-
sar de ser bastante popular, essa nomenclatura não é a correta, visto que CPU é a
abreviatura em inglês para Unidade Central de Processamento – ou seja, o “pro-
cessador”, conforme você estudou anteriormente. Nesse caso, você deve chamar
a referida parte de gabinete. Sim, esse é o nome correto!
Entre outras partes, a CPU é composta internamente por duas subunidades
principais: a ALU (Arithmetic Logic Unit – Unidade Lógica e Aritmética), respon-
sável pela execução das operações lógicas e aritméticas e tomadas de decisão; e
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pela CU (Control Unit – Unidade de Controle), responsável pelos sinais de controle


do computador. Além das duas unidades básicas, a CPU é composta também por
barramento interno, registradores, unidade de decodificação e pelas caches de
instruções e de dados. Para compor essas unidades, os processadores são pro-
duzidos sobre uma pastilha de silício. Essa pastilha é composta por várias “micro-
chaves”, chamadas de transistores. Você já ouviu falar neles? Pois saiba que são os
responsáveis por permitir a lógica de execução das instruções.

FIQUE Quanto mais transistores houver na pastilha, maior será a


ALERTA capacidade de processamento da CPU.

Além da CPU, existem outros componentes necessários ao funcionamento


pleno do computador, que são os periféricos de entrada e saída (em inglês, uti-
liza-se a sigla I/O, de input/output). Como exemplos de dispositivos de entrada,
podem-se citar: teclado, mouse, scanner etc. Já os dispositivos de saída podem
ser: placa de vídeo, de som, monitor etc.
Esses dispositivos utilizam barramentos para se comunicar com a CPU. Assim,
quando for necessário gravar um arquivo no disco rígido ou ler as informações
vindas do teclado, é por meio dos barramentos que os dados chegarão ao proces-
sador para serem tratados.

SENAI (2012)

Figura 7 -  Barramento

Todas essas informações trafegam por um barramento rápido e eficiente, liga-


do diretamente ao processador, chamado de barramento local. Este barramento
também é chamado de Front Side Bus (FSB) que, em uma tradução literal, significa
barramento frontal, por situar-se diretamente à frente do processador. O FSB é o
barramento que faz a ligação entre processador e memórias RAM. Um diagrama
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em blocos da arquitetura de um PC é mostrado na figura a seguir. O barramento


local, por sua vez, é dividido em três partes distintas. Acompanhe, a seguir, os
barramentos e as suas funções específicas.

RAM
CPU Barramento local RAM
Cache

Interface Dispositivo E/S


Barramento E/S

Thiago Rocha (2012)


externos

Figura 8 -  Barramentos do computador 1

a) Barramento de dados: o barramento de dados é o mais importante dos três,


pois é por ele que as informações propriamente ditas trafegam, em forma de
sinais digitais, lidos pelo software como bits. Os processadores atuais traba-
lham com 64 bits. Fazendo uma analogia, é como se houvesse uma rodovia
com várias pistas. O número de pistas é o número de bits do barramento e a
velocidade com a qual eles trafegam é chamada de frequência do FSB. Como
exemplo, pode-se citar um processador Pentium IV de 3 GHz – FSB 400 MHz,
que tem 64 vias no barramento externo por onde os dados trafegam a 400
MHz (na verdade, a frequência real não é esta, mas isso você estudará mais
adiante). Processadores mais modernos podem ter a velocidade do FSB mais
alta, como 1.066 MHz, 1.333 MHz, 1.600 MHz e superiores.
b) Barramento de endereços: as informações que trafegam no barramento de
dados provêm de algum lugar e devem ser depositadas em algum destino.
Pois bem, o local na memória onde o processador vai buscar a informação
ou onde ele vai gravá-la é fornecido pelo barramento de endereços.
c) Barramento de controle: você já sabe que as informações trafegam pelo bar-
ramento de dados e serão buscadas ou escritas na memória, no local indica-
do pelo barramento de endereços. Mas como saber se a operação é de lei-
tura ou de escrita? Bem, essa função é reservada ao barramento de controle.
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A seguir você pode observar uma figura que ilustra os três barramentos e seu
acesso à memória RAM, assunto que vamos ver mais adiante. Note que os barra-
mentos de controle e de endereços apenas saem da CPU em direção à memória.

Local de memória 0

Local de memória 1

Local de memória 2
..
. Registro 1

Memória Dados Registro 2

.. Registro 3
.
Endereços

Thiago Rocha (2012)


Local de memória 14
Linhas de controle
Local de memória 15 R/W CPU
(ler/escrever)

Figura 9 -  Barramentos do computador 2

3.1.2 Frequência do processador

Quando se fala sobre barramento de dados, vale lembrar, como exemplo, do


Pentium IV, 3 GHz – FSB 400 MHz. Nele aparecem dois valores, ambos utilizando
o Hertz (Hz), que é a unidade de medida de frequência. Sendo que 1 Hz significa
uma oscilação de 1 ciclo por segundo, 1 KHz seriam 1.000 ciclos por segundo, e
assim por diante. Mas por que na especificação aparecem dois valores? É o que
você verá nos tópicos a seguir.
a) Clock interno: indica a velocidade de execução das operações. No exemplo,
constata-se que o processador é capaz de executar 3 bilhões de ciclos em
um segundo.
b) Clock externo: trata da velocidade ou frequência com que os dados trafe-
gam no barramento local. É também chamado de frequência do Front Side
Bus (FSB) e indica a velocidade na troca de dados entre memória, chipset e
processador. No exemplo, o FSB 400 MHz indica o clock externo, ou seja, a
frequência do barramento externo, que é dada de acordo com cada modelo
de processador.
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AMD e Intel (2012)


Figura 10 -  Processadores

Ainda a esse respeito, vale citar que ao longo da evolução dos processadores,
algumas tecnologias foram e continuam sendo desenvolvidas, a fim de melhorar
o desempenho das CPUs. Assim como o Hyper-Transport da AMD (que usa dois
barramentos para comunicação externa: um para acesso à memória e outro para
acesso ao chipset), em que o controle da memória é feito pelo processador, não
mais pelo chipset. A Intel desenvolveu o Hyper-Threading e, recentemente, fabrica
processadores com a tecnologia Dual Core, Quad Core e mais recentemente Six
Core. Outras tecnologias desenvolvidas por esses fabricantes permanecem até
hoje embutidas nos núcleos de seus processadores, tais como o MMX e o 3DNOW.

3.1.3 Memória cache

Um dos fatores de maior relevância no desempenho final dos processadores


é, sem dúvida, o tamanho da memória cache. Você sabe o que é? Trata-se de uma
memória estática, constituída por circuitos eletrônicos muito rápidos chamados
flip-flops. A memória principal do computador é constituída por circuitos capaciti-
vos, que demoram certo tempo para fazer a carga e descarga, o chamado tempo
de refresh. No caso da cache, esse tempo não existe, conferindo a ela um desem-
penho muito superior.
Como você pôde perceber, quanto maior a quantidade de memória cache,
mais instruções e dados serão trazidos para ela, diminuindo o número de vezes
que o processador terá de buscar informações na lenta memória principal (me-
mória RAM). Assim, quanto mais memória cache, maior será o desempenho.
Atualmente, um processador pode ter até 16 megabytes de memória cache.
Acredite! Mesmo parecendo pouco, em se tratando de memória cache, é uma
quantidade bem elevada. Veja a imagem a seguir:
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Beatriz Cascaes (2012)


Figura 11 -  Memória cache L2 dentro do processador

Percebeu a importância da memória cache para o desempenho da sua máqui-


na? Conheça agora a tecnologia de múltiplos núcleos!

3.1.4 Tecnologia de múltiplos núcleos

Além do clock, do número de bits e do tamanho da cache, outro fator determi-


na o desempenho de um processador. Trata-se do número de cores ou núcleos.
Quando os processadores ultrapassaram a marca dos 3 GHz, eles começaram a
consumir muita energia e passaram a esquentar muito. Percebeu-se, então, que
para atingir os 4 GHz, os recursos de hardware seriam comprometidos, e seriam
exigidos dispositivos de refrigeração mais caros. Assim, cogitou-se a hipótese de
não aumentar o clock, mas sim o número de núcleos, que trabalhariam em con-
junto, dividindo as tarefas.
A primeira tentativa foi o lançamento da tecnologia Hyper-Threading. Você se
lembra desse termo? Esse tema já foi estudado anteriormente. Caso o processa-
dor tenha esse recurso, um processador de um núcleo passa a ser “visto” pelo
sistema operacional como se fossem dois, o que aumenta o desempenho final em
cerca de 10% a 20%.
Em 2008, a Intel resolveu criar um processador realmente com dois núcleos.
Trata-se do Pentium D, que na verdade era um encapsulamento composto in-
ternamente por dois Pentium IV normais. Os processadores top de linha atuais
podem ter até oito núcleos.
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Beatriz Cascaes (2012)


Figura 12 -  Processador com dois núcleos

3.1.5 Instalação de processadores

Na instalação dos processadores, devemos usar pasta térmica entre o proces-


sador e o cooler, a fim de aumentar a área de contato entre os dois dispositivos,
melhorando, consequentemente, a transferência de calor do processador para o
cooler. Mas lembre-se de que não é recomendado que sejam colocados adesivos
(como o de garantia) em cima do processador, pois pode atrapalhar a transferên-
cia de calor entre os dispositivos, causando travamento do computador, resets
aleatórios ou, até mesmo, queima do processador.
E que tal ver o que você estudou a respeito dos processadores por meio de
uma tabela? A seguir, você poderá observar os processadores Intel, desde o pri-
meiro (de 4 bits), até os chips comercializados atualmente. Observe:

Tabela 2 - Processadores Intel

Bits Bits
Nome Frequência Detalhes
internos externos

Datado do ano de 1971, foi o


primeiro processador criado
4004 740 KHz 4 4
pela Intel. Trabalhava a 740 KHz
e possuía 2.000 transistores.
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Primeiro processador de 8 bits,


8008 1 MHz 8 8
lançado em 1972.

Lançado em 1974, com 6.000


8080 2 MHz 8 8
transistores.

8086 5 MHz 16 16 Primeiro processador de 16 bits.

1ª Geração: processador
4,77 MHz utilizado no 1º PC, o IBM-PC/XT,
8088 a 16 8 em 1981, com 8 bits externos
8 MHz para baratear o custo e 29.000
transistores.

2ª Geração: PC operando a 16
16 MHz
bits externa e internamente.
80286 a 16 16
Inaugurou a arquitetura PC-AT,
25 MHz
com 134.000 transistores.

3ª Geração: primeiro processa-


dor a trabalhar com instruções
80386 SX 25 MHz 32 16
de 32 bits, embora usasse um
barramento externo de 16 bits.

1985 – Processador de 32 bits.


Podia trabalhar em con-
junto com um coprocessador
matemático, o 80387. Possi-
80386 DX 33 MHz 32 32
bilitava a utilização de memória
cache externa (na placa-mãe),
sendo constituído por 275.000
transistores.
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4ª Geração: 32 bits, interna e


externamente, porém sem
80486 SX 33 MHz 32 32
coproces­sador interno. Cache
interna de 8 KB.

32 bits, interna e externamente,


66, 75 e com coprocessador interno.
80486 DX 32 32
100 MHz Cache interna de 16 KB com
1.200.000 transistores.

5ª Geração: a Intel passou a pat-


entear os nomes dos processa-
dores. Trabalhava internamente
75 MHz com instruções de 32 bits, mas
100 MHz acessava a memória com blocos
133 MHz de 64 bits. Operava com cache L1
Pentium 32 64
166 MHz de 16 KB (8 KB para dados e 8 KB
200 MHz para instruções), possibilitando o
MMX 233 uso de cache externa. O Pentium
200 MMX tinha 32 KB de cache,
utilizando soquete 7 e 3.100.000
transistores.

6ª Geração: arquitetura Risc/Cisc,


233 MHz a 450 Cache L2 interna. soquete slot 1
Pentium II 32 64
MHz (cartucho). Era constituído por
7.500.000 transistores.

Alguns processadores saíram


com soquete slot 1 e outros com
233MHz a um novo, chamado PGA 370.
Pentium III 32 64
1.130 MHz Eram comuns clocks de 700 MHz
e 800 MHz. Era constituído por
7.500.000 transistores.
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7ª Geração: capaz de processar 4


dados por pulso de clock (QDR),
Pentium 1,4 GHz a
32 64 Pipeline de 20 etapas. Soquetes
IV 3,4 GHz
PGA 423 e 478 e LGA775, com
42 a 125 milhões de transistores.

Os processadores HT usam a
tecnologia Hyper-Threading, que
con­siste em aproveitar partes
ociosas do processador para ex-
ecutar outras tarefas. Ele é visto
Pentium pelo sistema operacional como
IV 3,73 GHz 32/64 64 um processador de dois núcleos,
HT embora não o seja. Na verdade,
o desempenho final é de 10% a
20% maior que um processador
sem essa tecnologia. Clocks de
2,66 GHz a 3,6 GHz e tecnologia
de 90 nm e 65 nm.

Processador com dois núcleos


de Pentium IV. Primeiro proces-
sador de dois núcleos da Intel. A
partir deste, todos os proces-
Pentium D 3,73 GHz 32/64 64
sadores da Intel usam o soquete
LGA-775. Clocks de 2,66 GHz a
3,6 GHz constituídos por 230
milhões de transistores.

Projeto genuinamente Dual.


A pastilha já tem dois núcleos.
Core 2 Clocks de 1,8 GHz a 2,66 GHz.
2,4 GHz 64 64
Duo Tecnologia de 45 nm com 820
milhões de transistores. Usa
soquete LGA-775.

Duas pastilhas de Core 2 Duo


Core 2 2,4 GHz a
64 64 integradas no mesmo processa-
Quad 3,2 GHz
dor. Usa soquete LGA-775.
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Processador com dois núcleos e


com a tecnologia Hyper-Thread-
ing habilitada, aumentando o
desempenho do processador. A
I3 1,2 GHz a 3,3 GHz 64 64
arquitetura de comunicação FSB
foi substituída pela arquitetura
DMI. Usa soquete 1156. Tecnolo-
gias de 32 nm.

Processador com quatro núcleos


e com a tecnologia Turbo boost,
que faz overclock no proces-
I5 2,6 GhH a 3,4 GHz 64 64 sador em momentos nos quais é
necessário maior desempenho.
Usa soquete 1156 e tecnologia
de 45 e 32nm.

Processador com quatro núcleos


e tecnologias Hyper-Threading e
I7 2,6G Hz a 3,3 GHz 64 64
Turbo boost. Usa soquete 1156
e 1366. Usa tecnologia de 45 nm.

Como esses dados são modificados à medida que novos processadores en-
tram no mercado, recomenda-se refazer a pesquisa periodicamente, consultando
os sites oficiais dos fabricantes de processadores.

3.2 Placa-mãe

A partir de agora, você passa a estudar a placa-mãe e suas características. A


placa-mãe é um dos principais componentes dos nossos computadores. Como
o próprio nome diz, é a principal placa existente no computador. É nela que são
conectadas todas as demais, as chamadas placas de expansão, como a de vídeo, a
de rede etc. Também são conectados todos os periféricos que devem ser ligados
ao PC, tais como teclado, mouse, monitor, impressora etc.
Além das placas de expansão e dos periféricos externos, a placa-mãe é ainda
responsável por fornecer os conectores e os slots para a colocação de unidades
de disco, memória e processador. Enfim, a placa-mãe também é conhecida como
motherboard ou mainboard. Acompanhe, na imagem a seguir, a identificação de
cada um dos itens que a compõem.
Manutenção de Computadores
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Dreamstime (2012)
Figura 13 -  Placa-mãe

Antes de comprar uma placa-mãe, dê uma olhada no site do fabricante. Lá é


possível verificar suas características, como: com quais modelos de processadores
são compatíveis; quais slots de expansão ela possui; as ferramentas para manu-
tenção e detecção de falhas (diagnóstico); a ferramenta para atualização de BIOS;
as versões mais novas do BIOS; os drivers dos dispositivos on-board; os manuais;
entre outras coisas.

Que tal verificar alguns sites agora? Comece por estes e


sinta-se à vontade para pesquisar mais em outros sites sobre
placas-mãe.
SAIBA
MAIS <http://www.asus.com>;
<http://www.gigabyte.com.tw>;
<http://www.foxconnchannel.com>.

3.2.1 Portas de entrada e saída

É por meio delas que o computador se comunica com os periféricos externos.


Na figura a seguir, você poderá visualizar a interface paralela (na cor lilás), o co-
nector do teclado (na cor roxa), o conector do mouse (na cor verde), as portas USB
e RJ45 (de rede) e as entradas e saídas de áudio. Note que a utilização de cores
distintas facilita a identificação das portas. Essa facilidade foi trazida pela especifi-
cação PC97 e é utilizada até hoje.
3 Arquitetura de Computadores
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Dreamstime (2012)
Figura 14 -  Portas da placa-mãe

3.2.2 Soquete para processador

É nesse encaixe que o processador será colocado. Existem diversos modelos


de processadores no mercado, cada um com um soquete específico. Sendo as-
sim, a placa-mãe deve ser compatível com o processador a ser usado.
Dreamstime (2012)

Figura 15 -  Soquete do processador

Os primeiros modelos de processador Pentium utilizavam o soquete 7. Mais


adiante, os processadores Pentium II surgiram com uma nova proposta, o slot 1
(semelhante ao cartucho de videogame Super Nintendo).
Os dois padrões de soquete para processador mais utilizados atualmente são
o ZIF (Zero Insert/input Force – Força de Inserção Zero) e o LGA (Landing Grid Ar-
ray). Veja nas figuras:
Manutenção de Computadores
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Dreamstime (2012)
Figura 16 -  Soquete LGA: Soquete 1366 (para processadores atuais da Intel)

Dreamstime (2012)

Figura 17 -  Soquete ZIF: Soquete AM3 (para processadores atuais da AMD)

3.2.3 Slots de memória

Na placa em questão, você pôde ver quatro slots de memória: dois azuis e dois
pretos. Trata-se de memórias DDR2 ou DDR3, dependendo da placa-mãe.
É possível, ainda, encontrar placas que possuem slots para memórias DDR ou,
até mesmo, placas mais antigas, com slots para memórias SDRAM DIMM. Slots
3 Arquitetura de Computadores
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para memórias SIMM 30 e SIMM 72 vias só serão encontrados em placas muito


antigas, que já não são mais usadas.

Dreamstime (2012)
Figura 18 -  Slots de memória DIMM1

3.2.4 Chipset

É um conjunto de circuitos integrados, ou chip, responsável pela comunicação


entre o processador e os diversos elementos da placa-mãe. Dada a complexidade
dessa atividade, ele é dividido em duas partes: ponte norte e ponte sul.
a) Ponte norte (northbridge) – é a parte do chipset responsável pelo contro-
le do FSB (Front Side Bus), controle da frequência de operação da memória,
do barramento AGP, PCI Express etc. Em virtude desse trabalho todo, a pon-
te norte geralmente é coberta por um dissipador de calor, visto que o chip
aquece muito e, sem o arrefecimento adequado, poderia ser danificado.
b) Ponte sul (southbridge) – é responsável pelo controle de elementos que
não exigem muito processamento e por dispositivos de entrada e saída,
como interfaces IDE (SATA e PATA) e USB. A memória CMOS (que armazena
os parâmetros do Setup) também fica localizada na ponte sul.
Normalmente, os chipsets são desenvolvidos por empresas como VIA Techno-
logies, SiS, AMD/ATI e Intel. É, portanto, comum encontrar um mesmo chipset em
modelos concorrentes de placa-mãe. Na ilustração a seguir, você pode observar
uma figura que ilustra o chipset.
Manutenção de Computadores
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Northbridge

Southbridge

Beatriz Cascaes (2012)


Figura 19 -  Placa-mãe e seus chipsets (norte – northbridge e sul – southbridge)

3.2.5 Slots PCI e PCI Express

Os slots PCI são as terminações dos barramentos. Neles, serão colocadas as


placas de expansão que não exigem muito desempenho ou velocidade, como
placas de fax modem e placas de som. Já slots PCI Express são reservados para
placas com maior poder de processamento e que, normalmente, exigem mais do
computador como, por exemplo, as placas de vídeo (slot PCI Express 16X) e as de
rede de 1 Gbps ou 10 Gbps (slot PCI Express 1X).

Dreamstime (2012)

Figura 20 -  Slots PCI-e e PCI

Para apagar as configurações e senha do Setup, basta mudar um determina-


do jumper (jumper da CMOS) de posição, por alguns segundos, e depois voltar
3 Arquitetura de Computadores
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o jumper à posição original. Esse ato faz que a memória CMOS (responsável por
armazenar as configurações do Setup) seja “apagada” e as configurações originais
de fábrica, do Setup, sejam carregadas novamente.

3.2.6 ROM BIOS

ROM é abreviatura de Read Only Memory. Trata-se de uma memória só de lei-


tura, não volátil, que armazena o Sistema Básico de Entrada e Saída. Na verdade,
dentro da ROM existe um firmware composto por três microprogramas, conheci-
dos por BIOS, POST e.. A função de cada um desses programas você conhecerá a
partir de agora:
a) BIOS é o acrônimo de Basic Input Output System (ou Sistema Básico de Entra-
da e Saída). Ele é responsável por controlar o uso e dar suporte ao hardware
do computador. É o software/sistema que inicializa o computador.
b) POST é o acrônimo de Power On Self Test, uma espécie de autoteste que é
executado durante a inicialização do computador. Nesse caso, se houver al-
guma falha, como ausência do teclado, erro nas memórias ou placa de vídeo,
alguma sinalização é emitida. No caso do teclado, uma mensagem será exi-
bida na tela dando conta da sua ausência. Se houver falha de memória, uma
sequência de bipes será emitida (normalmente bipes longos e contínuos).
Se houver falha na placa de vídeo, a resposta do POST será a emissão de um
bipe longo e três curtos. Esses códigos de erros podem variar de acordo com
o fabricante da BIOS ou da placa-mãe.
Dreamstime (2012)

Figura 21 -  Teste de inicialização (POST) 1


Manutenção de Computadores
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c) Setup é o programa de configuração da placa-mãe. É nele que: se configura


a data, a hora e a presença ou não de floppy disks; habilita-se ou não deter-
minados dispositivos; configura-se a frequência das memórias e do proces-
sador; enfim, toda a configuração de hardware é feita aqui. Após essa confi-
guração, uma espécie de “arquivo de parâmetros” é gerada e enviada para
a CMOS (Complementary Metal-Oxide-Semiconductor), onde uma pequena
porção de memória presente no chipset (ponte sul) é responsável por guar-
dar essa informação.
d) Bateria da CMOS como você já viu, a CMOS tem a função de guardar as in-
formações de configuração do computador. É importante saber que ela é
volátil, ou seja, necessita de alimentação para que não perca as informações.
Nesse caso, existe uma bateria de 3 V, cujo modelo é conhecido como CR
2032 e que tem a função de não permitir que esses dados sejam perdidos
quando o computador for desligado.

Dreamstime (2012)
Figura 22 -  Bateria da BIOS e jumper para reset

3.2.7 Conector de energia

O conector de alimentação, que você poderá verificar na figura seguinte, é


um ATX 24, que recebe o cabo vindo da fonte. É possível encontrar conectores
com apenas 20 pinos, dependendo da placa-mãe. Os processadores modernos
exigem um pouco mais de corrente da fonte. Para suprir essa necessidade, existe
o conector de reforço de corrente (auxiliar). Os conectores de reforço de corrente
costumam ser de 4 pinos. Em placas-mãe que aceitam processadores top de linha,
ou são destinadas ao público de entusiastas, pode ser encontrado um conector
de 8 pinos na placa-mãe.
3 Arquitetura de Computadores
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Dreamstime (2012)
Figura 23 -  Conector ATX de 24 pinos1

Dreamstime (2012)

Figura 24 -  Conector auxiliar de 4 pinos

3.2.8 Interface IDE/PATA

Esse conector possui 40 pinos e é responsável por receber o cabo que vem
do disco rígido, unidade de CD ou DVD, de padrão IDE. Trata-se de um cabo de
80 vias, muito embora, no passado, ele tivesse apenas 40. Essa porta é capaz de
trocar dados com o HD a uma taxa de transferência que pode chegar a 133 MB/s
e, por isso, é chamada de ATA 133. O conector IDE/PATA pode ser visto na figura
a seguir; observe que eles são numerados como IDE1 e IDE2.
Manutenção de Computadores
44

Dreamstime (2012)
Figura 25 -  Interface IDE/PATA

3.2.9 Interface SATA

Esse conector recebe o cabo que vem do disco rígido, ou da unidade de DVD, de
padrão SATA. Trata-se de uma evolução do IDE PATA, pois, diferentemente do ante-
rior, no qual a comunicação é paralela, nesse os dados trafegam de maneira serial,
razão pela qual a taxa de transferência começa em 150 MB/s. Entretanto, ele pode
atingir até 6 GB/s com a nova versão das interfaces SATA 3.0. Atualmente, a maioria
dos dispositivos de armazenamento (como discos rígidos e drives ópticos) está usan-
do esse tipo de interface. Confira, a seguir, as versões do Serial Ata:
a) SATA 1.0 – Velocidade de 1,5 GB/s ou 150 MB/s.
b) SATA 2.0 – Velocidade de 3,0 GB/s ou 300 MB/s.
c) SATA 3.0 – Velocidade de 6,0 GB/s ou 600 MB/s.
Dreamstime (2012)

Figura 26 -  Interface SATA


3 Arquitetura de Computadores
45

3.2.10 Conector floppy disk

Esse conector possui 34 pinos e recebe o cabo que vem do floppy disk ou uni-
dade de disquete. Com a popularização das Flash Memory (ou pendrives), é cada
vez mais raro encontrar placas que disponibilizem esse tipo de porta, isso porque
um pendrive de apenas 1 GB é capaz de armazenar o conteúdo de aproximada-
mente 711 disquetes.

Dreamstime (2012)

Figura 27 -  Interface do drive de disquetes FDD (floppy disk drive)

3.2.11 Placas-mãe com dispositivos on-board e off-board

Você já deve ter ouvido falar do termo on-board, certo? Ele é utilizado para
identificar uma placa-mãe que traz consigo uma série de itens integrados. Entre
eles, podem-se citar placas de vídeo, som, rede.
O que vai definir qual placa comprar é a utilização que se quer dar ao equipa-
mento. Por exemplo, se você quer utilizar o PC para jogos 3D ou para atividades
profissionais que exigem alto desempenho no tratamento de gráficos, como apli-
cativos CAD/CAM (AutoCad, CorelDraw, PhotoShop), será preciso uma placa de
vídeo robusta, que certamente não virá integrada à placa-mãe.
Por outro lado, se a utilização não requer maiores recursos, é possível comprar
uma placa bem barata e que já traga todos os recursos integrados, permitindo o
acesso à internet, a utilização de “suítes” de escritório e a visualização de vídeos e
imagens de maneira confortável.
Existe ainda um meio-termo: é possível comprar uma placa-mãe que já tenha
interfaces on-board e, em caso de necessidade, incluir os interfaces off-board que
necessitar. Assim, mesmo que você possua uma placa de rede 100 Mbps on-board,
é possível adquirir uma de 1 Gbps com fibra óptica e integrá-la ao equipamento
sem problema nenhum; o mesmo vale para placas de som e vídeo.
Manutenção de Computadores
46

Dentro desse contexto, conheça agora um caso importante sobre as placas de


vídeo off-board, no Casos e Relatos.

CASOS E RELATOS

Placas de vídeo off-board


Lucas resolveu fazer um upgrade em seu computador e, para isso, neces-
sitava de uma nova placa-mãe. Procurou uma loja de informática que um
amigo lhe indicara e que possuía atendentes com bastante conhecimento
técnico e o ajudariam a fazer a melhor escolha da sua placa-mãe. Chegan-
do à loja, Lucas foi atendido por Marcos, que lhe perguntou em que podia
ajudá-lo. Lucas disse a Marcos que precisava de uma nova placa-mãe que
suportasse seu processador Intel Core 2 Quad e seus dois módulos de me-
mória DDR2. Marcos mostrou a Lucas as opções disponíveis de placas-mãe
que eram divididas em três segmentos: uso doméstico, que tinha como ca-
racterística recursos mais simples; uso empresarial, que era mais estável; e,
por último, as placas-mãe utilizadas por gamers ou entusiastas por jogos,
sendo estes os clientes que procuram por alto desempenho e estabilida-
de. Lucas pediu para conhecer as opções para uso doméstico, pois não
precisava de uma máquina top de linha e, sim, uma máquina com preço
mais acessível e que executasse bem seus projetos básicos em AutoCad
e, eventualmente, jogasse um jogo. Marcos informou que a placa-mãe de
que dispunha possuía os recursos on-board (instalados na placa-mãe e não
poderiam ser retirados da placa), placas de som, placa de vídeo e placa de
rede. E disse ainda que possuía um barramento PCIe de 16X que possibilita-
ria a Lucas uma futura expansão de uma placa de vídeo off-board, caso ele
julgasse necessário.
Lucas fechou negócio com a placa-mãe sugerida por Marcos, e ainda com-
prou uma placa de vídeo off-board PCIe 16X. Entretanto, Marcos lhe in-
formou que a placa não estava disponível e chegaria em três dias. Lucas
concordou em receber depois a placa de vídeo, levou sua nova placa-mãe
para casa, fez a montagem do micro e tudo funcionou corretamente. Após
a montagem, Lucas instalou novamente o sistema operacional, para o mes-
mo detectar todos os hardwares e os demais programas. No terceiro dia,
Lucas estava ansioso pela chegada da placa de vídeo, havia testado seu
novo computador com o AutoCad, o qual estava estudando na faculdade,
e o desempenho em projetos 2D foi bom. Porém, os projetos em 3D trava-
vam um pouco a imagem em projetos grandes.
3 Arquitetura de Computadores
47

No dia seguinte, Marcos ligou para Lucas e lhe informou que sua placa es-
tava disponível. Lucas foi à loja, pegou sua placa e foi para casa fazer a sua
instalação.
Chegando em casa, Lucas inseriu a placa no barramento PCIe, ligou o micro
e o monitor não deu sinal de vídeo, mesmo o computador, aparentemente,
ter iniciado corretamente. Lucas teve a ideia de devolver o cabo de vídeo
para a placa on-board e a imagem apareceu no monitor. Ele não entendeu
o que estava acontecendo; possuía uma placa de vídeo, mas a mesma não
estava ligando. Pesquisou na internet o que poderia estar ocorrendo, pois
a loja de informática já estava fechada e ele não poderia ir até lá pedir aju-
da, somente no dia seguinte. Achou uma informação interessante em um
fórum, que descrevia que ao colocarmos uma placa de vídeo off-board, al-
gumas placas-mãe identificam a nova placa e desabilitam a placa on-board
automaticamente, mas outras não, pois o vídeo on-board permaneceria em
funcionamento, e o off-board, não. Lucas viu o procedimento para entrar
no BIOS e mudar a prioridade da placa de vídeo; escolheu inicializar a placa-
-mãe com a placa de vídeo off-board no barramento PCIe. Após salvar as
configurações de vídeo e retornar o cabo para a placa de vídeo off-board,
o vídeo funcionou corretamente e, logo após, ele fez a instalação do driver
de vídeo e o teste com o AutoCad. O desempenho ficou muito bom e ele
sentiu-se contente com a aquisição de seu novo hardware.

Como você viu no relato, em alguns casos, para instalar uma placa de vídeo
off-board é necessário configurar no BIOS a preferência pelo vídeo off-board. Em
alguns casos, é possível somente inserir a placa de vídeo no slot e, automatica-
mente, o BIOS reconhece a placa de vídeo off-board.
Existem diversos fabricantes no mercado disponibilizando bons produtos,
mas há também aqueles que fabricam produtos de baixa qualidade. No caso das
placas-mãe, é importante que você fique atento a algumas marcas, tais como:
Asus, Gigabyte, Foxconn, PC Chips, MSI, EVGA, Tyan, Intel e ECS. É necessário pes-
quisar o histórico dos produtos, conhecer a fundo a tecnologia e, sobretudo, usar
a experiência adquirida ao longo dos anos. Assim, você poderá escolher uma pla-
ca de acordo com conceitos técnicos que norteiam a profissão.

3.3 Barramentos

A partir de agora, você estudará os barramentos dos computadores. Você sabe


sua utilidade? Eles são componentes muito importantes para o computador, pois
Manutenção de Computadores
48

têm a finalidade de transferir dados de um dispositivo a outro. Os conceitos que


você estudará agora estão bastante difundidos, e já aparecem no Novo Dicio-
nário Aurélio (1999). Veja a definição de barramentos: “[...] é o conjunto de vias
internas que interligam componentes e periféricos. (Corresponde, nesta acepção,
ao inglês bus, abreviatura de busbar)”. Apesar de não se tratar de uma literatura
técnica, o conceito é tão simples quanto exato. Os barramentos são mesmo vias
ou condutores elétricos por onde os sinais digitais trafegam, interligando todos
os componentes e periféricos de um computador. Existem dois tipos de barra-
mentos. Conheça cada um deles!
a) Barramentos internos: as placas de expansão conectam-se aos barramentos
internos por meio dos slots. Cada barramento possui um tamanho de pala-
vra de dados com que pode trabalhar, bem como uma frequência máxima
suportada. Todos esses fatores vão indicar com qual desempenho cada dis-
positivo vai se comunicar. Como exemplo desses barramentos, podem-se
citar: barramento local, barramento IDE, ISA, VLB, PCI, AGP, PCI Express etc.
b) Barramentos externos: são utilizados para conectar periféricos que ficam
fora do gabinete, como teclado, mouse, pendrives, impressoras etc. Para co-
nectar-se aos barramentos externos, esses periféricos se utilizam de portas,
tais como: porta serial, paralela, USB, porta PS2, Firewire, IrDA etc.

Dual channel
memory slots

PC Chipset
CPU
Northbridge

AGP
Slot
AGP PCI
Express

ATA
Drives
PCI Slots
Southbridge
Beatriz Cascaes (2012)

10/100
Ethernet

USB Sound

Figura 28 -  Barramentos

Agora que você já sabe o que são os barramentos e já conhece o barramento


interno e o externo, saiba mais sobre o barramento ISA.
3 Arquitetura de Computadores
49

3.3.1 Barramento ISA

O barramento ISA (Industry Standard Architecture) era utilizado nos primeiros


computadores pessoais, os IBM PC–XT, que trabalhavam com palavras de dados
de 8 bits. Mais adiante, com o lançamento da arquitetura AT, o ISA passou a ope-
rar com 16 bits. O barramento ISA é antigo e não mais utilizado atualmente.

3.3.2 Barramento PCI

Criado pela Intel na época do desenvolvimento do processador Pentium, o


barramento PCI (Peripheral Component Interconnect) é utilizado até hoje, dada
a sua capacidade de trabalhar a 32 bits ou 64 bits, o que oferece altas taxas de
transferência de dados. Operando com palavras de 32 bits e uma frequência de
33 MHz, ele atinge uma taxa de 132 MB por segundo. Trata-se de um barramento
plug and play (PnP) – traduzido como Conecte e Use, ou seja, que permite que
uma placa seja a ele conectada e, automaticamente, reconhecida pelo sistema
operacional.

Dreamstime (2012)

Figura 29 -  Slot PCI

3.3.3 Barramento AGP

O barramento AGP (Accelerated Graphics Port) foi desenvolvido pela Intel com
o intuito de obter maiores taxas de transferência entre a placa-mãe e as placas
de vídeo. Criado exclusivamente para placas de vídeo, atingia desempenho bem
superior ao PCI.
Bruno Lorenzzoni (2012)

Figura 30 -  Slot AGP


Manutenção de Computadores
50

3.3.4 Barramento PCI Express

A evolução natural da interface dos jogos de computador, bem como o au-


mento de carga gráfica nos aplicativos de engenharia e desenho, fizeram que o
padrão AGP se tornasse obsoleto e incapaz de fornecer taxas de transferência
suficientes para suprir a demanda dos softwares aplicativos e de entretenimento.
Para resolver tal problema, uma das medidas da indústria foi a criação do barra-
mento PCI Express, o substituto dos barramentos Peripheral Component Intercon-
nect (PCI) e Accelerated Graphics Port (AGP). Essa nova tecnologia trouxe maiores
taxas de transferência e a capacidade de operar com placas de vídeo mais mo-
dernas e capazes de atender às demandas do mercado. Observe, na tabela que
segue, comparações entre as taxas dos diversos padrões de barramentos.

Tabela 3 - Taxas de velocidades dos barramentos

dados por taxa de


barramento clock número de bits
pulso transf.

PCI 33 MHz 32 1 133 MB/s

PCI 66 MHz 32 1 266 MB/s

PCI 33 MHz 64 1 266 MB/s

PCI 66 MHz 64 1 533 MB/s

AGPX1 66 MHz 32 1 266 MB/s

AGPX2 66 MHz 32 2 532 MB/s

AGPX4 66 MHz 32 4 1.064 MB/s

AGPX8 66 MHz 32 8 2.128 MB/s

PCI-X 1X 66 MHz 64 1 533 MB/s

PCI-X 4X 133 MHz 64 1 1.066

PCI-X 8X 133 MHz 64 2 2.132 MB/s

PCI-X 16X 133 MHz 64 4 4.266 MB/s


Fonte: Adaptado de Clube do Hardware (2009)
Bruno Lorenzzoni (2012)

Figura 31 -  Slots PCI-e 16X (superior) e 1X (inferior)


3 Arquitetura de Computadores
51

Além dos barramentos que você conheceu, ainda existiram outros. Esse será o
assunto que você verá na próxima etapa!
Podemos seguir? Vamos aos barramentos USB. Acompanhe!

3.3.5 Barramento USB

Atualmente, os técnicos que necessitam instalar uma impressora ou qualquer


outro dispositivo USB, muitas vezes, não sabem que até certo tempo atrás essa
tarefa era encarada com uma dificuldade razoável, reservada apenas a técnicos
ou pessoas com mais experiência. E você sabe por quê? Essa dificuldade se devia
ao fato de que cada periférico tinha sua porta ou conector específico.
Assim, uma impressora ou um scanner deveriam utilizar a porta paralela (co-
nector DB 25) ou, em alguns casos, a porta SCSI. No caso do mouse, usava- se a
porta serial (conector DB 9), isso sem contar o teclado, que usava a porta DIN ou
PS-2 (conector Mini-DIN). Enfim, tudo funcionava sem uma padronização. Para re-
solver esse problema, em 1995 foi criado o USB Implementers Fórum, uma aliança
promovida por várias empresas (como NEC, Intel e Microsoft) com o intuito de
desenvolver uma tecnologia que permitisse o uso de um tipo de conexão comum
entre computador e periféricos.
Desse fórum surgiu o padrão Universal Serial Bus (USB) que, em português,
significa Barramento Serial Universal, ou seja, uma tecnologia que tornou mais
simples e fácil a conexão de diversos tipos de dispositivos, como câmeras digi-
tais, pendrives, modems, mouse, teclado etc. Essa facilidade se deve ao fato de que
o USB é um barramento totalmente plug and play, que reconhece qualquer dis-
positivo conectado à sua interface. Além disso, trata-se de um barramento hot
plugging, ou seja, que permite conectar e desconectar qualquer dispositivo com
o computador ligado, sem que este sofra danos. Além disso, não é necessário
reiniciar o computador para que o aparelho instalado possa ser usado. Basta co-
nectá-lo devidamente e ele estará pronto para o uso. O barramento USB permite
a conexão de até 127 dispositivos. Ocorre que, normalmente, o computador dis-
ponibiliza um número pequeno de conectores (quatro atrás e dois na frente). É
preciso utilizar hubs USB, que são aparelhos que usam uma porta USB do compu-
tador e disponibilizam mais quatro ou oito outras portas. É preciso, contudo, usar
esse dispositivo com critério, pois conectar vários periféricos em uma única porta
certamente vai gerar um ”gargalo” que comprometerá a velocidade de comuni-
cação dos equipamentos em questão.

Conectores USB
Dependendo do fabricante e da utilidade de um dispositivo USB, podem ser
adotados quatro tipos criados para interfaces USB. Vamos saber quais são.
Manutenção de Computadores
52

1 2

4 3 2 1 4 3
Type A Type B

54321 54321

Mini-A Mini-B

Denis Pacher (2012)


54321 54321

Micro-A Micro-B

Figura 32 -  Conectores USB encontrados no mercado

a) Conector tipo A: conector mais comum USB, normalmente usado nos pen-
drives.
b) Conector tipo B: normalmente usado para conectar um dispositivo, como
uma impressora ou scanner, a um computador. Na extremidade do cabo co-
nectado ao computador, usa-se o conector tipo A; e o tipo B é utilizado na
outra extremidade, ligado à impressora ou ao scanner.
c) Conectores tipo mini-A e mini-B: normalmente usados em dispositivos pe-
quenos como câmeras digitais, filmadoras ou dispositivos de áudio portátil.
Na extremidade do cabo conectado ao computador usa-se o conector tipo
A; e o tipo mini-A ou mini-B é conectado ao dispositivo portátil.
É indispensável que você conheça outra importante característica do USB: o
cabo de comunicação leva consigo, além dos dados, a alimentação para o dis-
positivo conectado à porta. Com isso, é possível alimentar equipamentos que
consomem pouca energia, como: mouse, teclado, pendrive etc. No caso de equi-
pamentos maiores, como impressoras, por exemplo, é preciso usar fonte própria.
Acompanhe na tabela a seguir, as versões e taxas de transferência de dados
do USB.

Tabela 4 - Taxas de transferência USB

Taxas de transferência do barramento USB

Versão do USB 1.0 1.1 2.0 3.0

Taxa de transferência 1,5 Mbps 12 Mbps 480 Mbps 4,8 Gbps

Ano de lançamento 1996 1998 2000 2009

Fonte: Adaptado de Clube do Hardware (2009)


3 Arquitetura de Computadores
53

3.4 Padrão ATX de gabinetes e fontes

Mesmo tendo existido outros padrões para gabinete, fonte e placa-mãe, o


“sobrevivente” e que domina quase 100% do mercado é o padrão ATX. Outros
padrões já saíram de linha, como o XT e o AT. Existe também o padrão BTX, que
acabou não “vingando”, ao menos por enquanto.
Com o surgimento da arquitetura Pentium II e o consequente aumento de
clock dos processadores, houve um aumento da temperatura no interior do ga-
binete. As características do antigo padrão AT prejudicavam a ventilação interna,
o que dificultava o arrefecimento. Para resolver problemas dessa natureza, foi
criado, em 1997, o padrão Advanced Tecnology Extended (ATX), que proporcionou
uma redistribuição interna dos itens de um PC, melhorando a ventilação.

3.4.1 Placa-mãe ATX

A placa-mãe desse padrão passou a trazer as portas “serial” e “paralela” embu-


tidas. Isso dispensou a utilização dos espelhos com flat cables, o que melhorou o
aspecto interno, bem como a ventilação. Foi possível, também, incluir uma série
de placas de expansão on-board, como placas de som e rede. Outra mudança foi
a utilização dos conectores PS2 para teclado e mouse. Enfim, uma série de mudan-
ças que fizeram que o padrão fosse rapidamente adotado e utilizado até hoje. A
seguir, visualize a figura com uma placa-mãe ATX.
Dreamstime (2012)

Figura 33 -  Placa-mãe ATX


Manutenção de Computadores
54

3.4.2 Fonte ATX

A fonte do modelo ATX possui apenas um conector para alimentar a placa-


-mãe, que pode ser de 20 ou 24 pinos. Mais tarde, com o passar dos anos, o lança-
mento de processadores mais poderosos passou a exigir mais corrente da fonte,
havendo necessidade de mais um conector de quatro pinos. Outra característica
importante da fonte ATX é que ela pode operar em modo standby, fornecendo
tensão à placa-mãe mesmo quando o PC está efetivamente desligado. Isso gera
a possibilidade de utilizar o recurso WOL, sigla de Wakeup on Lan ou Wakeup on
Modem, que permite ligar o PC por meio de um comando oriundo da rede ou da
placa de fax modem. As figuras a seguir ilustram bem esse modelo. Observe!

Dreamstime (2012)
Figura 34 -  Conector da fonte ATX e reforço de corrente

Preto Verde

1 13
+3.3VDC +3.3VDC
+3.3VDC -12VDC
COM COM
+5VDC PS_ON#
COM COM
+5VDC COM
COM COM
PWR_OK N/C
+5VSB +5VDC
Karina Silveira (2012)

+12V1 DC +5VDC
+12V1 DC +5VDC
+3.3VDC COM
12 24

Figura 35 -  Ligação direta e tensões da fonte ATX


3 Arquitetura de Computadores
55

Como a fonte ATX é ligada diretamente pela placa-mãe, é possível que o técni-
co encontre dificuldades para saber onde está o defeito, caso o micro não esteja
ligando. Pode ser que a fonte esteja sem problemas e a causa do “não ligamento”
seja a própria placa-mãe. Nesse caso, é preciso garantir que a fonte esteja ligando
e funcionando corretamente. Para isso, você deve usar um procedimento bem
simples: faça um curto-circuito entre os fios do conector (o verde e um dos pre-
tos). Pronto, a fonte deverá ligar! Então basta medir a tensão nos pinos do co-
nector para constatar seu correto funcionamento. O referido curto-circuito e os
valores de tensão encontrados no conector da fonte podem ser visualizados nas
figuras anteriores.

3.4.3 Gabinete ATX

Além de permitir uma melhor ventilação, o gabinete ATX passou a explorar o


design como característica principal. Assim como na linha automotiva é comum
vermos carros “tunados”, ou seja, com personalizações – as mais diferentes possí-
veis –, é comum encontrarmos gabinetes ATX com formatos e cores variadas, o que
é o diferencial desse padrão. Para entender melhor, observe as próximas figuras.
Thiago Rocha (2012)

Figura 36 -  Gabinete ATX

No exemplo a seguir, note que, ao calcular a potência da fonte, considerando


os dispositivos instalados e a existência de dois discos rígidos, chega-se à con-
clusão de que ela deverá ter, no mínimo, 305 W para suprir a demanda. É reco-
mendável usar uma fonte com potência sempre superior ao calculado, para obter
certa folga. Ou seja, o ideal seria utilizar uma fonte de 500 W.
Manutenção de Computadores
56

Tabela 5 - Potência dos dispositivos

athlon 64 fx 100 w (valor estimado)

HD (cada) 25 + 25 W (valor estimado)

Drive de CD 25 W (valor estimado)

Drive de DVD 25 W (valor estimado)

Placa de vídeo 3D 80 W (valor estimado)

Mouse óptico 25 W (valor estimado)

Total 305 W

Fonte: Adaptado de Infowester (2009)

Uma das principais dúvidas dos técnicos é sobre qual potência a fonte deve ter
para cada tipo de microcomputador. Bem, a resposta é simples: vai depender do
tipo das placas, do processador e da quantidade de dispositivos que se conectam
ao computador.
Agora você já sabe quais foram as mudanças trazidas pelo padrão ATX, não é
mesmo? Mas o aprendizado não para por aqui. Ainda tem muita coisa importante
aguardando por você!

3.5 Memórias

A partir de agora, o objetivo será estudar as memórias e seus detalhes técnicos.


As memórias são as responsáveis pelo armazenamento de dados nos computa-
dores. Para que o processador possa executar suas tarefas, ele busca na memória
todas as informações necessárias ao processamento. Existem dois tipos básicos
de memória: ROM e RAM, com diversos tipos de encapsulamentos, como vere-
mos neste item.
E então, ficou curioso para conhecer as diferenças das memórias? Siga moti-
vado para conhecer mais sobre esses componentes que estão presentes no seu
dia a dia!

3.5.1 Tipos de encapsulamentos

O encapsulamento está ligado à parte física, ou seja, ao modo como o chip é


“embalado”. De acordo com essa característica, ele recebe um nome – geralmen-
te um acrônimo em inglês – relacionado à sua característica. Que tal agora conhe-
cer os tipos de encapsulamentos de memórias mais usados nos PCs? Acompanhe!
3 Arquitetura de Computadores
57

a) Single In-line Memory Module (SIMM): o encapsulamento SIMM foi o primei-


ro a utilizar um conector de encaixe, conhecido por slot, para sua conexão
à placa-mãe, abandonando de vez os pinos. Nesse caso, não se justificava
mais o apelido popular de “pente de memória”, passando a ser chamado de
módulo de memória.
Saiba que havia dois tipos de módulos, o SIMM 30 e SIMM 72, em que o 30 e o
72 se referem à quantidade de “vias” ou “pinos” – ou, ainda, “contatos” – que cada
módulo de memória possuía.

Thiago Rocha (2012)


Figura 37 -  Memória SIMM 30 vias

Thiago Rocha (2012)

Figura 38 -  Memória SIMM 72 vias

É importante lembrar que, na contagem dos pinos (ou contatos), deve-se con-
siderar apenas um lado da memória, por isso o encapsulamento tem o termo sin-
gle no nome.
O padrão SIMM já não é utilizado há muitos anos. Vamos passar aos modelos
mais atuais?
b) Dual In-line Memory Module (DIMM): este é o padrão de encapsulamento que
surgiu para substituir o tipo SIMM. Ao contrário do que você pode pensar,
ele não está ligado unicamente aos módulos de memória SDRAM, utilizados
em placas-mãe equipadas com processadores Pentium II, Pentium III e em
alguns modelos de Pentium IV.
Mas qual é a origem do nome DIMM? Na verdade, DIMM vem do fato de que
são módulos destinados a desktops, sendo considerados os dois lados da memó-
Manutenção de Computadores
58

ria na contagem dos pinos, por isso a palavra dual no nome. Assim, um módulo
DIMM de 168 pinos tem, na verdade, 84 pinos/vias de cada lado.
Existem três variedades desse encapsulamento: o DIMM 168, usado em memó-
rias SDRAM SDR PC100, por exemplo; o DIMM 184, usado em memórias SDRAM
DDR; e o DIMM 240, usado em memórias SDRAM DDR2 e DDR3. Observe que os
módulos DIMM 168 possuem dois chanfros, justamente para que não sejam en-
caixados nos slots destinados aos módulos DIMM 184 e DIMM 240. A figura a se-
guir ilustram um exemplo de cada módulo DIMM. Confira!

Thiago Rocha (2012)


Figura 39 -  Memórias DIMM 168 vias

c) Small Outline Dual In-Line Memory Module (SODIMM): ainda sobre encapsula-
mentos, é importante que você saiba que existem os módulos SODIMM, des-
tinados a notebooks. Para Morimoto (2009), eles são basicamente versões
miniaturizadas dos módulos destinados a desktops. Existem dois modelos
desse tipo de memória: os módulos SODIMM SDR (que possuem 144 pinos)
e os SODIMM DDR, DDR2 e DDR3. A variação entre os pinos não permite que
o encaixe seja feito incorretamente, já que os dois tipos são incompatíveis.
3 Arquitetura de Computadores
59

SO-DIMM DDR

20 pin 80 pin

SO-DIMM DDR 2

20 pin 80 pin

SO-DIMM DDR 3

26 pin 66 pin
Thiago Rocha (2012)

1.5 1.6 2.40 6.76


0 1 2 3 4 5 6

Figura 40 -  Tipos de memória SODIMM

Agora que você já conhece alguns tipos de encapsulamento, saiba mais sobre
a memória ROM.

3.5.2 Memória ROM

ROM é a sigla para Read Only Memory (memória somente de leitura). Como o
próprio nome diz, trata-se de uma memória que só permite leitura, ou seja, suas
informações são gravadas pelo fabricante uma única vez e, depois, não podem
ser alteradas ou apagadas, somente acessadas, tendo seu conteúdo gravado per-
manentemente. Essas memórias são chamadas de “não voláteis”, pois não ne-
cessitam de alimentação elétrica para manter seus dados. Sua função principal é
armazenar o firmware chamado BIOS, responsável pela inicialização do computa-
dor, cujas características já estudamos anteriormente.
Manutenção de Computadores
60

SENAC SC (2012)
Figura 41 -  Memória ROM

Afinal, o que é firmware? Trata-se do conjunto de instruções operacionais pro-


gramadas diretamente no hardware de um equipamento eletrônico. É armaze-
nado permanentemente num circuito integrado (chip) de memória de hardware,
como uma ROM, no momento da fabricação do componente. A programação de
um firmware em princípio é não volátil (não perde seu conteúdo com o desliga-
mento da eletricidade).
Agora ficou mais fácil entender, certo? E nosso próximo assunto será a memó-
ria RAM. Bons estudos!

3.5.3 Memória RAM

RAM é a sigla para Random Access Memory (memória de acesso aleatório).


Trata-se de uma memória “volátil”, ou seja, um tipo de chip que permite tanto a
leitura quanto a gravação dos dados, mas que exige uma alimentação constante,
sob pena de perder os dados armazenados. Em outras palavras, as memórias do
tipo RAM perdem seus dados quando o computador é desligado. Existem dois
tipos básicos de memória RAM. Vamos conhecer cada um deles? Confira a seguir,
alguns conceitos.
a) Dynamic Random Access Memory (DRAM): são as memórias do tipo dinâmi-
co e geralmente são armazenadas em cápsulas Complementary Metal-Oxide-
-Semiconductor (CMOS). Memórias desse tipo possuem alta capacidade, isto
é, podem comportar grandes quantidades de dados. No entanto, o acesso a
essas informações costuma ser mais lento que o acesso a memórias estáti-
cas. As memórias do tipo DRAM costumam ter preços bem menores que as
memórias do tipo estático, pois sua estruturação é menos complexa, ou seja,
utiliza tecnologia mais simples, porém viável.
3 Arquitetura de Computadores
61

b) Static Random Access Memory (SRAM): são memórias do tipo estático. São
muito mais rápidas que as memórias DRAM, porém, de capacidade bem in-
ferior (de 1 MB a 16 MB, em média), armazenam menos dados e possuem
preço elevado se for comparado o custo por megabyte. As memórias SRAM
costumam ser usadas em chips de cache, atualmente localizados dentro do
processador (denominamos cache interna, por estar dentro do processador).
A memória SRAM ou cache faz grande diferença no custo e no desempenho
de um processador.
Sempre que necessitarmos saber qual a quantidade de memória RAM neces-
sária para executar um programa de forma satisfatória, devemos verificar a espe-
cificação do produto que usamos. Os fabricantes de software sempre informam os
requisitos mínimos e recomendáveis de hardware necessários para executar seus
programas. Portanto, sempre tome como referência o recomendado!

3.5.4 Memória SDRAM SDR

Visando uma maior integração entre os componentes, foram criados módulos


de memória que atuam com 64 bits simultaneamente, ideais para barramentos
de processadores Pentium ou superiores. Os primeiros módulos de 64 bits eram
chamados de DIMM 168 (Dual In-line Module Memory com 168 pinos, sendo 84
de cada lado do módulo). E por ser mais rápida, ela passou a ser chamada de
Synchronous Dynamic Random Access Memory (SDRAM). É uma memória síncrona
que opera em frequências de 66 MHz, 100 MHz e 133 MHz. Essa memória utiliza
o encapsulamento DIMM e é conhecida como PC66, PC100 e PC133. Costuma ser
chamada apenas de memória SDRAM ou, ainda, de memória DIMM, mas o correto
é SDRAM SDR.

3.5.5 Memória SDRAM DDR

A memória Double Data Rate (DDR) é um tipo baseado na tecnologia SDRAM,


natural substituta das memórias DIMM de 168 pinos. Também chamada de
SDRAM–II, atinge altas taxas de transferência de dados, podendo chegar a 3,2 GB
por segundo.
Na época em que os PCs operavam com processadores Pentium III era comum
(e suficiente) que se trabalhasse com memórias com frequência de 133 MHz, pois
esse era o valor do FSB dos processadores. Caso você não lembre, a frequência
do FSB é a “velocidade” na qual o processador troca dados com a memória (na
verdade, atualmente essa troca se dá entre o chipset e o processador). Nesse caso,
não havia problema, pois as frequências da memória e do FSB eram iguais. Com
Manutenção de Computadores
62

o lançamento do Pentium IV, esse equilíbrio se desfez, gerando a necessidade de


se procurar memórias mais eficientes.
A primeira tentativa foi com a utilização de memórias RAMBUS, do fabricante
de mesmo nome. O problema é que essa era uma memória proprietária, que não
se tornou padrão de mercado, isso porque esquentava demais, era muito cara e,
além de tudo, só funcionava com processadores Intel. A AMD, que foi preterida
nessa história, procurou o seu caminho investindo nas memórias DDR. Era um
modelo novo, também SDRAM, pois era uma memória síncrona, dinâmica e, so-
bretudo, RAM. Ela também é considerada uma memória DIMM, pois usa esse tipo
de encapsulamento (no caso, uma DIMM 184, com 92 pinos de cada lado). A AMD
levou a melhor, pois esse tipo de memória acabou se tornando padrão, desban-
cando as RAMBUS em pouco tempo.
Mas o que diferencia a memória Double Data Rate da memória SDR? É a possi-
bilidade de realizar duas operações por pulso de clock (daí o nome – Doube Data
Rate). Outra característica é a tensão de alimentação que caiu dos 3,3 V das SDR
para 2,5 V (o que diminuiu a temperatura). Esses fatores mostraram uma vanta-
gem e tanto para a época, visto que uma memória trabalhando a 133 MHz podia
ser compatível com um processador com 266 MHz de FSB. Vale destacar que a
frequência REAL da memória continua sendo 133 MHz, mas devido à taxa dupla
de operações por ciclo de clock, ela se comporta como se trabalhasse a 266 MHz.
Também é importante frisar que as memórias DIMM 168 usavam uma nomen-
clatura baseada na sua frequência de operação. Nas memórias DDR (ou DIMM
184) isso não ocorre. Observe o exemplo: numa memória SDRAM PC133, o nú-
mero “133” significa que a memória trabalha a 133 MHz. Mas quando se encontra
uma memória DDR266 PC2100, não significa que ela trabalhe a 2.100 MHz. Nesse
caso, é possível calcular a taxa de transferência de dados (em MB/s – megabytes
por segundo) utilizando a seguinte fórmula:

Taxa de Transferência = Frequência Nominal x Palavra de Dados

Para fazer o cálculo, observe que a frequência de operação é 266 MHz, pois
é uma DDR266, e que a memória trabalha com palavras de dados de 64 bits. A
memória que você estudou é conhecida como PC2100, pois atinge uma taxa de
transferência de 2.100 MB/s. Assim, o número que vem depois do “PC” refere-se à
taxa de transferência, diferentemente do que ocorria nas memórias SDRAM SDR.
Dessa forma, é possível concluir por que as memórias DDR200, DDR333 e DDR400
são chamadas, respectivamente, de PC1600, PC2700 e PC3200.
3 Arquitetura de Computadores
63

E então, percebeu que essa memória é mais complexa e mais detalhada do


que as outras? É isso mesmo! Observe um exemplo.

Tabela 6 - Taxa de transferência

Taxa de Transf. = Freq. Nominal x Palavra de Dados

Taxa de Transf. = 266 MHz x 64 bits / 8

Taxa de Transf. = 266 MHz x 8 Bytes

Taxa de Transf. = 2.128 MB/s, ou seja ≡ 2.100 MB/s

O modo Dual Channel das memórias DDR tem como principal objetivo utilizar
dois controladores de memória da placa-mãe simultaneamente, a fim de dobrar a
taxa de transferência de dados. Isso ocorre, pois para efeito de cálculo, as memó-
rias poderiam trabalhar com palavras de dados de 128 bits por vez. No exemplo
anterior, a taxa de transferência de dois módulos de memória DDR266, operando
em Dual Channel, seria de 4.200 MB/s em vez de 2.100 MB/s, pois Tx = 266 MHz
x 128 bits/8. Assim, o resultado dessa operação é aproximadamente 4.200 MB/s.
É importante salientar que para que isso funcione, é preciso que a placa-mãe es-
teja preparada para operar em Dual Channel. Sabe-se que as placas mais antigas
não operavam desse modo. Outro fato importante é que as memórias devem ser
iguais, ou seja, de mesmo tamanho, modelo, frequência, tipo e, inclusive, do mes-
mo fabricante. Na verdade, essas memórias são vendidas em kits (contendo duas,
é claro) para evitar incompatibilidades.

Por fim, é importante que você saiba que o fato de uma placa-mãe não reco-
nhecer duas memórias em Dual Channel não significa que ela não reconhecerá
suas capacidades totais. O único prejuízo seria na taxa de transferência, mas não
no volume de memória reconhecido.

3.5.6 Memória DDR2

A memória DDR2 (Double Data Rate 2) é mais uma prova de que na informática
a única constante é a mudança (ou evolução). Sim, a memória DDR2 é, obviamen-
te, uma evolução da DDR, mantendo algumas características, como a possibili-
dade de executar mais de uma operação por vez e o encapsulamento DIMM. Na
verdade, a DDR2 pode executar quatro operações por pulso de clock e utiliza o
encapsulamento com 240 pinos (DIMM 240). A tensão de operação também caiu
dos 2,5 V da DDR para 1,8 V. Como a tensão é diferente, não deve haver a possibi-
lidade de utilizar uma memória no lugar da outra. Para evitar que isso aconteça,
houve uma mudança no corte (ou chanfro) da memória.
Manutenção de Computadores
64

Outra diferença é que as memórias DDR trabalhavam com frequências de 266


MHz, 333 MHz e 400 MHz, já as DDR2 são encontradas nas versões de 400 MHz,
533 MHz, 667 MHz e 800 MHz. Como você já estudou anteriormente, a DDR2 pode
executar quatro operações por pulso de clock. Isso faz que a nomenclatura seja
alterada. Assim, uma DDR2 800, na verdade, trabalha com frequência real de 200
Mhz, pois os valores reais correspondem a 1⁄4 do valor nominal. Assim, os valores
mostrados na tabela a seguir referem-se à frequência nominal e não à real.

Tabela 7 - Nomenclatura e taxa de transferência

frequência nomenclatura

400 MHz DDR2 - 400 ou PC2- 3200

533 MHz DDR2 - 533 ou PC2- 4300

677 MHz DDR2 - 677 ou PC2- 5300

800 MHz DDR2 - 800 ou PC2- 6400

Quantos tipos de memórias diferentes você já conheceu até aqui! Agora, saiba
mais sobre a memória DDR3.

3.5.7 Memória DDR3

É fabricada com tecnologia de 90 nanômetros, o que permite operar com uma


tensão relativamente baixa (1,5 V). Essa memória surgiu com o propósito de re-
duzir em 40% o consumo de energia em relação à DDR2. Vale lembrar que as me-
mórias DDR2 operavam com tensões que variavam de 1,8 V a 2,1 V e que as DDR
tinham valor ainda superior, ou seja, 2,5 V. Essa diferença de tensão em relação
às demais fez que novamente o chanfro fosse modificado, alterando sua posição
para evitar o encaixe de um modelo de memória no slot do outro. Isso fica bem
evidenciado na Figura 42.
3 Arquitetura de Computadores
65

SENAI (2012)
Figura 42 -  Posição dos chanfros

Em assistências técnicas e lojas de informática é comum os técnicos dividirem


as memórias em dois grandes grupos: memórias DIMM, referindo-se às memó-
rias para Pentium III e afins, e memórias DDR. Em termos técnicos, essa divisão
é totalmente incorreta. Na verdade, DIMM é o tipo de encapsulamento, logo,
tanto as SDRAM antigas como as DDR, DDR2 e DDR3 são DIMM. O certo, nesse
caso, é referir-se às memórias antigas como SDRAM SDR e às novas, como SDRAM
DDR, SDRAM DDR2, SDRAM DDR3 (no caso das DDRs pode-se até omitir o termo
SDRAM). Saber a nomenclatura correta e usar termos técnicos quando for preciso
é fundamental para transmitir confiança ao cliente que procura um técnico para
dar manutenção em um equipamento. Pense nisso!
O baixo consumo de energia permite a operação em altas frequências sem
superaquecimento, daí o fato de ser possível encontrar memórias operando de
800 MHz a 1.333 MHz. Por evolução natural da tecnologia, as memórias DDR3 re-
alizam oito acessos por ciclo de clock contra quatro realizados pelas DDR2. Assim
como na tecnologia anterior, os acessos são realizados a endereços subjacentes,
de forma que não existe a necessidade de aumentar a frequência real das células
de memória. Inicialmente, os módulos DDR3 foram lançados em versão DDR3-
1066 (133 MHz x 8), DDR3-1333 (166 MHz x 8) e DDR3-1600 (200 MHz x 8). Os
três padrões são também chamados, respectivamente, de PC3-8500, PC3-10667
e PC3-12800, dando ênfase à taxa de transferência teórica.
Para concluir o estudo sobre as memórias, verifique as tabelas a seguir. Você
terá algumas nomenclaturas e características das memórias.
Manutenção de Computadores
66

Tabela 8 - Taxa de transferência das memórias

memória freq. nominal freq. base ou real taxa

SDRAM PC-66 66 Mhz 66 Mhz 528 MB/s

SDRAM PC-100 100 Mhz 100 Mhz 800 MB/s

SDRAM PC-133 133 Mhz 133 Mhz 1.064 MB/s

DDR-200 OU PC-1600 200 Mhz 100 Mhz 1.600 MB/s

DDR-266 OU PC-2100 266 Mhz 133 Mhz 2.100 MB/s

DDR-333 OU PC-2700 333 Mhz 166 Mhz 2.700 MB/s

DDR-400 OU PC-3200 400 Mhz 200 Mhz 3.200 MB/s

DDR2-800 OU PC2-64OO 800 Mhz 100 Mhz 6.400 MB/s

DDR3-1600 OU PC3-12800 1600 Mhz 200 Mhz 12.800 MB/s

Você já conhecia todos esses tipos de memória? Saiba que conhecer a diferen-
ça entre elas é muito importante para o técnico em informática.

3.6 Unidades de disco magnético

Você sabia que o disco rígido é o dispositivo responsável por armazenar as


informações que ficam gravadas permanentemente nos computadores? Trata-
-se de uma memória de massa, referenciada por sua sigla em Inglês: HD, de Hard
Disk. Sabe-se também que no passado este dispositivo era conhecido como Win-
chester, mas esse nome não é comumente usado nos dias atuais. É no HD que
ficam armazenados todos os programas, jogos, arquivos, fotos e músicas. Com
isso, você já pode perceber a importância do seu estudo para o entendimento do
funcionamento do computador. Questões como capacidade de armazenamento,
número de pratos (ou discos), interface de comunicação, número de rotações por
minuto e outros itens são fundamentais. Aperte os cintos e embarque nessa tra-
jetória sobre as unidades de discos magnéticos.

3.6.1 A história do HD

A IBM foi a responsável pelo lançamento do HD, quando criou (em 1956) o
305 Random Access Method of Accounting and Control (RAMAC), o primeiro dis-
positivo de armazenamento de dados por meio magnético, com capacidade de
5 MB. Com custo e dimensões gigantescos para os padrões atuais, ele media 14
x 8 polegadas e custava 35 mil dólares. Na verdade, esse dispositivo não era um
3 Arquitetura de Computadores
67

HD propriamente dito, pois esse só foi lançado em 1973, também pela IBM. Já em
1980, a empresa lançou o IBM 3340, um HD com um pouco mais de 5 polegadas,
existente em duas versões, com capacidades de armazenamento de 5 MB e 10
MB. Ao ler esses valores, percebe-se que isso não representa quase nada na atu-
alidade. No entanto, quando foi criado, quando os sistemas de armazenamento
eram baseados em fitas, foi muito representativo.

Dreamstime (2012)

Figura 43 -  HD

Um detalhe curioso que merece destaque pode ser extraído de Infowester


(2009): trata-se do fato de que o HD 3340 foi lançado em uma versão com capaci-
dade de 60 MB, sendo que 30 MB eram fixos e os outros 30 MB eram removíveis.
Essa característica fez esse HD ganhar o apelido de “30-30”. Na época existia um
rifle chamado Winchester 30-30 e logo a comparação entre os dois foi inevitável.
Como consequência, o HD passou a ser chamado também de Winchester, nome
que é usado até hoje por algumas pessoas que não fazem ideia de que esse nome
veio de uma arma.
Agora que você conheceu um pouco da história dos HDs, saiba quais são as
partes que o compõem.

3.6.2 As partes principais de um HD

A partir de agora, você conhecerá os componentes do HD: discos ou pratos


(onde os dados são efetivamente armazenados); motor; cabeçote de leitura e gra-
vação; atuador e controladora. Todos esses componentes localizam-se dentro de
uma “caixa metálica”, como essa que você pode observar na figura a seguir.
Manutenção de Computadores
68

SENAI (2012)
Figura 44 -  HD 80 Seagate

É comum ouvir que um HD tem 7.500 RPM, 10.000 RPM ou 15.000 RPM. Trata-
-se da velocidade do motor, onde RPM significa rotações por minuto. E saiba que,
quanto maior for a velocidade do motor, maior será o desempenho do HD.
Agora que você já conhece a estrutura interna do HD, uma pergunta: você
sabe como fazer a manutenção nos dados que estão gravados em um HD? Eis a
resposta: para fazer esse tipo de manutenção você deve utilizar, com frequência,
alguma ferramenta de correção de arquivos corrompidos e recuperação de blo-
cos danificados (os famosos bad blocks). Um exemplo desse tipo de ferramenta é
o scandisk do Windows. Outra maneira de tornar o acesso aos dados mais seguro
e rápido é utilizando uma ferramenta desfragmentadora. Ela faz que os pedaços
de arquivos que estão espalhados pelo HD sejam realocados e armazenados em
espaços contínuos do disco, permitindo que esses arquivos sejam lidos mais ra-
pidamente.
Como você pôde ver, os discos rígidos são dispositivos que trabalham de for-
ma semelhante a um toca-discos, porém, com tecnologia magnética. Por ele pos-
suir um disco e um braço, é preciso ter cuidado, especialmente para evitar cho-
ques físicos nesse dispositivo. Caso o braço toque o prato, os dados gravados na
região que foi tocada serão perdidos, e essa área provavelmente será inutilizada.
Mas como verificar problemas físicos no disco? Para verificar se possuímos
problemas físicos no disco, basta usar a ferramenta do Windows chamada “Ve-
rificação de erros”, ou scandisk, encontrada nas propriedades do disco rígido. Há
também a possibilidade de fazermos o download da própria ferramenta de diag-
nóstico do fabricante, chamada de Disc Manager.

3.6.3 Padrão IDE

IDE, sigla para Integrated Drive Electronic (em português, Unidade Eletrônica In-
tegrada). Com esse padrão é possível conectar dois dispositivos no mesmo cabo,
3 Arquitetura de Computadores
69

um cabo paralelo, chamado de cabo flat (flat cable), que pode ser de 40 ou de
80 vias, sendo o de 80 vias mais rápido e mais atual. Os HDs atuais de padrão IDE
podem chegar a 133 MB/s de taxa de transferência de dados.

3.6.4 Padrão SATA

Como você pôde acompanhar anteriormente, os HDs de padrão IDE trocam


dados com a placa-mãe por meio de um cabo flat paralelo (os bits passam um ao
lado do outro). Essa característica limita a taxa de transferência de dados em 133
MB/s. Isso ocorre, pois ao aumentar a frequência, a corrente elétrica que circula
em cada fio (lado a lado) faz que um campo magnético surja em sua volta. Esse
campo gera interferência e, como consequência, há perda de dados. Para resol-
ver o problema, surgiu o padrão Serial Advanced Technology Attachment (padrão
SATA) ou Serial ATA, que faz que o HD conecte-se à placa-mãe por meio de um
cabo serial.
Com a informação trafegando por um único fio, serialmente, não há proble-
mas de geração de campo magnético. A frequência pode, portanto, aumentar.
Isso fica evidenciado quando se compara a maior taxa de transferência do IDE
(133 MB/s) com a menor taxa do SATA, que já começa em 150 MB/s, sem contar
o SATA II, que pode operar a 300 MB/s e, ainda, o SATA III, que chega a 600 MB/s.
SENAI (2012)

Figura 45 -  Cabo IDE de 80 vias e cabo SATA

É importante que você fique atento para o fato de o cabo serial ser muito me-
nor que o cabo paralelo, pois utiliza somente quatro fios. Esse cabo é todo blin-
dado para evitar ruídos externos e apresenta uma vantagem muito clara: como é
menor, proporciona maior espaço livre dentro do gabinete, o que permite maior
ventilação, um fator sempre importante nos computadores.
Ainda em comparação aos discos IDE, em que é possível a conexão de dois dispo-
sitivos no mesmo cabo, no padrão SATA cada cabo suporta apenas um dispositivo.
Outra característica importante é que o padrão permite o uso da técnica hot-swap,
Manutenção de Computadores
70

que torna possível a troca de um dispositivo Serial ATA com o computador ligado. Por
exemplo, é possível trocar um HD sem a necessidade de desligar a máquina, desde
que ele não seja o HD que contém o sistema operacional do micro.

SENAI (2012)
Figura 46 -  Conectores SATA e IDE

Diante disso, é possível elencar uma série de vantagens do padrão SATA em


relação ao IDE, o que pode ser resumido da seguinte maneira:
a) possui maior taxa de transferência de dados;
b) permite maior ventilação interna no gabinete;
c) permite a troca de HDs com o micro ligado.

SENAI (2012)

Figura 47 -  Conector SATA

Foi lançado recentemente um novo padrão de discos rígidos que não usam
mais pratos magnéticos para armazenar dados, e sim chips de memória. Esse novo
padrão é chamado SSD (Solid State Drive). Os SSDs possuem maior desempenho
que os discos rígidos convencionais, inclusive os mais rápidos, de 15.000 RPM.
Eles foram criados para ser usados em laptops, com o intuito de maior desempe-
nho e, especialmente, maior autonomia de bateria. Esses dispositivos consomem
muito menos energia que os discos rígidos.
3 Arquitetura de Computadores
71

3.6.5 Tecnologia RAID

A tecnologia RAID surgiu no final dos anos 1980 como resultado do trabalho
de pesquisadores da Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos.
RAID é a sigla para Redundant Array of Independent (ou Inexpensive) Disks. Sua
definição em português seria Matriz Redundante de Discos Independentes. De
um modo simplificado, é uma técnica responsável por combinar vários HDs de
modo que eles sejam “vistos” pelo sistema operacional como se fossem um só (ou
um volume lógico). Existem alguns tipos de RAID que provêm tolerância a falhas.
Em outros tipos, o fator mais beneficiado é o desempenho. A seguir, você poderá
estudar os diversos níveis de RAID. De imediato, já se pode saber que para montar
um RAID serão necessários no mínimo dois discos. Com relação ao número máxi-
mo, vai depender do nível de RAID e do modelo da controladora.
Foi muito interessante o estudo sobre as unidades de discos magnéticos, você
concorda? Em caso de dúvidas, lembre-se de reler os conteúdos e buscar outras
fontes de pesquisa.

3.7 Unidades de discos ópticos

Unidades de discos ópticos são os drives que recebem mídias com caracte-
rísticas bastante específicas. Nessas mídias, a gravação ou leitura de dados não
ocorre por meio magnético, como nos HDs e disquetes, mas sim por meio de
feixes de laser. Essas mídias são leitores de compact discs (CDs) ou digital video
discs (DVDs), dispositivos nos quais o processo de funcionamento e a parte física
são bastante semelhantes.

3.7.1 Unidades de CD

Nas unidades ópticas, o processo de funcionamento pode ser resumido da se-


guinte maneira: dados digitais são esculpidos no CD como pequenas elevações
ou pontos de depressão. Como o laser brilha no movimento entre um tipo de
meio e outro, um sensor detecta essa mudança na reflexão, quando a luz se en-
contra na fase de transição do ponto mais baixo para o mais alto. Cada transição é
entendida como bit 1. Já a falta de transições é entendida como bit 0 (nível lógico
baixo). O funcionamento da leitura e escrita em uma mídia óptica pode ser obser-
vado na próxima figura.
Manutenção de Computadores
72

Etiqueta
Camada de
Alumínio
Camada de
Policarbonato
Sentido

00000000001000000000010000000
Alumínio PIT

LAND Plástico LAND


Transparente

Thiago Rocha (2012)


sensor sensor
laser laser

Figura 48 -  CD-ROM

Os tipos de CD
a) CD-ROM: discos de dados com capacidade para 700 MB ou 80 minutos de
música. Essa mídia é utilizada normalmente para áudio (CDs de música). Para
acessar esse disco é necessário apenas um dispositivo leitor de CD.
b) CD-R (Compact Disc Recordable): nesta mídia é possível gravar dados uma
única vez, de tal modo que não é possível alterar ou apagar as informações,
pois o material usado no CD-R sofre uma transformação quando atingido pelo
laser do gravador de CD, deixando a mídia como um CD-ROM comum. Para
gravar nesse dispositivo é necessário, no mínimo, um dispositivo CD-RW.
c) CD-RW (Compact Disc Recordable Rewritable): essa mídia permite gravar
dados várias vezes, sendo possível, inclusive, apagar aquelas informações
gravadas anteriormente. Isso ocorre porque, nesse caso, o material usado
sofre uma “transformação” quando atingido pelo laser do gravador de CD,
mas depois pode, ainda, sofrer outra ação para voltar ao estado original, o
que vai permitir o apagamento dos dados e, consequentemente, novas gra-
vações. Para gravar nesse dispositivo é necessário, no mínimo, um disposi-
tivo CD-RW.
3 Arquitetura de Computadores
73

3.7.2 Unidades de DVD

O DVD é uma mídia de armazenamento com capacidade de 4,7 GB (no míni-


mo), valor bastante superior ao CD, que permite apenas 700 MB. A sigla vem do
inglês Digital Video Disc, o que prova sua predisposição para armazenar vídeos.

Thiago Rocha (2012)


Figura 49 -  DVD

Quem especificou as normas para a fabricação do DVD foram as próprias in-


dústrias de eletrônicos e de entretenimento, maiores interessados nesse merca-
do. O princípio de funcionamento é bastante semelhante ao do CD. As pequenas
diferenças tecnológicas propiciam um aumento na capacidade de armazena-
mento. Nesse sentido, os 4,7 GB de capacidade referem-se à gravação de dados
em face única. No caso de face dupla, é possível atingir uma capacidade de 8,5
GB ou, ainda, 17 GB com dupla camada em face dupla. A gravação desse tipo de
mídia é feita partindo do centro e dirigindo-se para as extremidades.
Ainda com relação ao funcionamento, vale citar que a leitura é feita com o
auxílio de um motor, localizado na parte interna do DVD, responsável por movi-
mentar uma cabeça de leitura. É ela quem “varre” o disco para executar a leitura
ou gravação em pontos específicos da mídia.
Para efetuar a referida leitura, um laser é emitido em direção à mídia, que reflete
a luz até atingir um sensor (captador óptico). Após a leitura, o sinal digital é conver-
tido em analógico, amplificado e exibido na tela em forma de som e imagem.

Tipos de DVD
a) DVD-ROM: discos que permitem apenas leitura, mas não a gravação de da-
dos. Para acessar esse tipo de mídia é necessário apenas um dispositivo lei-
tor de DVD (CD-RW/DVD Combo).
b) DVD-R (Digital Video Disc Recordable): nessa mídia é possível gravar dados
uma única vez, de modo que não se pode alterar ou apagar essas informa-
Manutenção de Computadores
74

ções. Para gravar nesse dispositivo é necessário, no mínimo, um dispositivo


DVD-RW.
c) DVD-RW (Digital Video Disc Recordable Rewritable): essa mídia permite gra-
var dados várias vezes, sendo possível inclusive apagar aquelas informações
gravadas anteriormente. Para gravar nesse dispositivo é necessário, no míni-
mo, um dispositivo DVD-RW.

3.7.3 HD-DVD

HD-DVD é abreviatura do inglês High Density Digital Video Disc ou Disco de


Vídeo Digital de Alta Densidade. Foi o primeiro padrão de DVD de alta densida-
de, que provê uma alta capacidade de armazenamento. Promovido por empresas
como NEC, Sanyo, HP, Microsoft e Intel, foi fomentado pela indústria do cinema,
que precisava de uma mídia que comportasse vídeos com alto padrão de quali-
dade e definição, o que exige muito espaço.
Aliás, para quem está acostumado aos DVDs comuns, que armazenam em mé-
dia 4,7 GB, vai se surpreender com os 15 GB de capacidade do HD-DVD, que pode
chegar a 30 GB se for utilizado o processo de dupla camada. Se o HD-DVD com-
portar mídia gravável nos dois lados do CD, essa capacidade pode chegar a 60
GB. Assim, dá para perceber que é possível gravar muitos arquivos. Apesar desses
valores parecerem bem grandes, o HD-DVD já perdeu mercado, pois foi substitu-
ído por uma mídia com maior capacidade ainda, o Blu-Ray, que você estudará na
sequência.

3.7.4 Blu-Ray

Devido a questões mercadológicas, os fabricantes resolveram interromper o


desenvolvimento do HD-DVD no início do ano de 2008. Em seu lugar, as indús-
trias se dedicaram à produção e comercialização do Blu-Ray, uma mídia capaz de
armazenar 25 GB de dados, podendo atingir facilmente os 50 GB caso o processo
de fabricação envolva dupla camada. Novamente, se a mídia permitir a utilização
dos dois lados, esse valor pode chegar a 100 GB. Para finalizar, veja a imagem de
um DVD Blu-Ray.
3 Arquitetura de Computadores
75

Dreamstime (2012)
Figura 50 -  Mídia Blu-Ray de 200 GB

3.8 Placas de expansão

Além dos dispositivos que você estudou até agora, existem outros de funda-
mental importância e imprescindíveis ao funcionamento do computador. Sabe
quais são? Esses dispositivos são as placas de expansão, que você terá a oportuni-
dade de explorar a partir de agora. Perceba que a ênfase também está nas placas
de vídeo e placas de som.

3.8.1 Placas de vídeo

As placas de vídeo são responsáveis por interpretar as informações binárias


geradas no computador e convertê-las em sinais elétricos capazes de ser repro-
duzidos em um monitor de vídeo.
O avanço da indústria do entretenimento, em especial a de jogos de compu-
tador, impulsionou o desenvolvimento das placas de vídeo. Nessa nova fase, elas
ganharam processadores próprios e mais capacidade de memória, o que tornou
possível a execução de jogos 2D e um maior conforto na movimentação de obje-
tos na tela. Nessa mesma linha, as placas chegaram ao estágio atual, o qual per-
mite que as mesmas suportem recursos 3D, ou seja, imagens em três dimensões
processadas pelo de GPU (Graphics Processing Unit, ou Unidade de Processamen-
to Gráfico), que é o item central da placa de vídeo.
Manutenção de Computadores
76

Gpu Review (2012)


Figura 51 -  Placa de vídeo do início dos anos 2000

O surgimento dos monitores LCD, bem como o avanço da tecnologia, fez que
novas conexões passassem a fazer parte das placas de vídeo. Dentre elas, pode-se
citar: a saída S-Vídeo, usada para reproduzir o sinal da placa de vídeo em televi-
sores ou projetores multimídia; e a saída DVI, usada normalmente em monitores
de cristal líquido. Você poderá observar todas essas conexões na figura a seguir.

Dreamstime (2012)

Figura 52 -  Conexões S-Vídeo, DVI e VGA

Sabia que, mais recentemente, o desempenho das placas de vídeo passou a


contar com um grande aliado: trata-se do barramento PCI Express, que pode tro-
car dados com o chipset a altas taxas de transferência. Além disso, ele permite
que sejam utilizadas duas placas de vídeo em conjunto, de modo que elas com-
partilhem, paralelamente, o processamento de imagens, o que resulta em um
desempenho superior e uma melhor qualidade e resolução na tela. Essa técnica
é possível quando se usa o método SLI (Scalable Link Interface), no caso de placas
fabricadas pela nVIDIA; ou o método Crossfire, em se tratando de placas fabrica-
das pela AMD/ATI.
Esses recursos não servem apenas para melhorar o desempenho de jogos de
computador. Muitos engenheiros, arquitetos e projetistas ou pessoas que traba-
lham com editoração eletrônica e edição de imagens também fazem uso do alto
poder de processamento resultante dessas técnicas, isso porque eles utilizam
3 Arquitetura de Computadores
77

programas como: Corel Draw, AutoCad, StudioWork ou Photoshop, todos altos


consumidores de recursos gráficos do computador.

Dreamstime (2012)
Figura 53 -  Duas placas ATI X1950 em modo Crossfire

Cabe ao técnico observar as necessidades do usuário e recomendar a melhor


placa com o melhor custo-benefício para cada caso.
Você já se perguntou como é possível comparar placas de vídeo atualmente?
Saiba que não é uma tarefa fácil, pois é preciso saber qual o processador da placa
de vídeo (GPU), a velocidade das memórias e a velocidade do barramento no qual
a placa de vídeo será instalada. O resultado de todas essas variáveis será a veloci-
dade da placa de vídeo.

3.8.2 Placa de som

A placa de som é quem faz a conversão dos sinais elétricos digitais em sinais
analógicos, que por sua vez, são reproduzidos nas caixas de som. Quando se fala
ao microfone, o processo é inverso, ou seja, o sinal analógico é convertido em
digital para que possa ser armazenado no computador. E assim como nas outras
placas de expansão, pode-se ter placas de som on-board e off-board.
Existem, porém, aqueles usuários profissionais, que trabalham com edição de
áudio ou utilizam o computador para reproduzir músicas em festas e eventos do
gênero. Nesses casos, é necessária uma placa um pouco mais sofisticada, que seja
off-board.
Manutenção de Computadores
78

Shutterstock (2012)
Figura 54 -  Placa de som

RECAPITULANDO

Neste capítulo você conheceu um pouco mais sobre as placas de expansão.


Aprendeu um pouco mais sobre hardware, pois foi apresentado às unida-
des ópticas. Descobriu que nelas, o processo de leitura e gravação é feito
por meio de raios laser, pois não há processos magnéticos como nos dis-
quetes e HDs. Viu também que a evolução marcou essas mídias, que inicia-
ram com o simples CD-ROM, passando pelos DVDs, tendo chegado hoje às
mídias Blu-Ray. Para agregar ainda mais conhecimento, o capítulo também
foi dedicado ao estudo dos discos rígidos. Você conheceu os modelos, suas
características físicas e descobriu como funciona a gravação de dados.
Outro tema interessante foram as memórias do computador. Você viu que
elas são divididas em dois grandes grupos: as ROM, memórias só de leitura,
não voláteis e que normalmente são utilizadas para armazenar o firmware
básico da placa-mãe – o BIOS; e também as RAM, memórias de acesso ale-
atório, voláteis (ou seja, que perdem seus dados quando o micro é desliga-
do) e que são utilizadas como memória principal do computador, aquela
que fica constantemente trocando informações com o processador. Por
fim, este conteúdo ainda proporcionou o conhecimento do padrão mais
utilizado para gabinetes fontes e placas-mãe, o padrão ATX, e descobriu
que existe uma série de características nele. Além disso, você viu que o fator
que mais influenciou a evolução dos modelos foi a temperatura, ou seja,
à medida que os processadores foram evoluindo, houve um aumento da
temperatura interna do gabinete, gerando a necessidade de redistribuir os
componentes do computador, com o objetivo de facilitar a ventilação.
3 Arquitetura de Computadores
79

Por fim, e muito importante, vocie aprendeu que nesta área a evolução é
constante. Por isso, continue estudando para ficar preparado!
Procedimento de Montagem
de Computadores

Neste capítulo que inicia você conhecerá as etapas da montagem de um computador. O


procedimento é de grande importância para o profissional de manutenção de microcompu-
tadores e, quanto mais computadores forem montados, mais habilidade técnica você adquire.
A montagem de microcomputadores é uma atividade que requer alguns cuidados, entre
eles a atenção quanto às peças a serem utilizadas. É necessário conhecer e estar atento aos
componentes internos, para que não sejam instalados de forma incorreta e que não sejam da-
nificados quando manuseados. Antes de iniciar, conheça os objetivos de aprendizagem:
a) identificar os cuidados a serem tomados com componentes internos do computador;
b) conhecer o processo de montagem de um microcomputador;
c) verificar os procedimentos de teste de hardware.
Após estudar sobre os componentes internos de um computador e conhecer o procedimen-
to de montagem, você será capaz de realizar essa tarefa na prática e do começo ao fim. Fique
atento a cada etapa desse estudo e aproveite para realizar anotações ao longo do seu aprendi-
zado, como forma de enfatizar o que você aprende.
Manutenção de Computadores
82

4.1 Cuidados com componentes internos

Antes de iniciar o procedimento de montagem de microcomputadores, é ne-


cessário conhecer alguns componentes internos: as placas eletrônicas.
As placas eletrônicas são peças feitas de fibra de vidro. Possuem trilhas me-
tálicas que interconectam os componentes eletrônicos, tais como transistores,
resistores, circuitos integrados (CI), entre outros. A maioria desses componentes
trabalha com voltagens de 3 V a 5 V.
No mundo da eletrônica, há um efeito físico que pode trazer problemas para
os componentes eletrônicos, caso não seja controlado. Trata-se da eletricidade
estática ou, no inglês, Electro Static Discharge (ESD). Conheça, a seguir, como ocor-
re esse efeito e quais consequências pode trazer.

4.1.1 Eletricidade estática

A eletricidade estática pode ser criada de diversas formas. Basicamente, são


cargas elétricas que estão paradas em um objeto ou pessoa. Essa eletricidade se
forma principalmente em locais secos ou com atrito de materiais sintéticos, como
por exemplo com sapatos, ao entrarem em contato com o piso sintético, ou em
roupas como as de lã.

O ato de vestir ou despir uma peça de lã é um dos pro-


VOCÊ cedimentos mais comuns de manifestação da eletricida-
SABIA? de estática. Quando ocorre, é possível visualizar peque-
nas fagulhas ou ouvir estalos que comprovam tal feito.

O que poucas pessoas sabem é que esse tipo de eletricidade, quando se ma-
nifesta no nosso corpo, é capaz de danificar componentes de uma placa de com-
putador. Nesse caso, tende a sair de um corpo com mais carga elétrica para outro
com menor carga.
Na situação a seguir, você acompanhará uma experiência de manifestação da
eletricidade estática, bastante comum entre as pessoas, e que representa muito
bem a situação de eletricidade estática entre dois corpos.
4 Procedimento de Montagem de Computadores
83

CASOS E RELATOS

Descarga elétrica
Numa manhã de segunda-feira, Luiz se preparou para chegar mais cedo ao
trabalho. A cidade de Brasília estava por receber um grande evento e, por
esse motivo, haveria muitos visitantes.
Ao colocar uma das mãos sobre o carro, Luiz se assustou e deu um passo
para trás. Você saberia dizer o que aconteceu naquele momento?
Em regiões mais secas do país, é relativamente comum as pessoas sentirem
choque ao tocar em um automóvel. Isso acontece porque um dos corpos
está mais carregado eletricamente que o outro. Sendo assim, ao tocar a
carroceria, Luiz e o carro entraram em equilíbrio elétrico, ou seja, os dois
corpos ficaram com a mesma carga elétrica.

Em um acontecimento como esse é comum ocorrer um simples susto, mas


por vezes é possível que circuitos eletrônicos causem prejuízos como queima de
componentes ou problemas intermitentes.
A seguir, saiba como lidar com as consequências da eletricidade estática.

Como evitar problemas com eletricidade estática (ESD)


Para diminuirmos a possibilidade de problemas causados pela eletricidade es-
tática é necessário que sejam tomados alguns cuidados, como o armazenamento
dos componentes eletrônicos em invólucros apropriados.

Pulseira antiestática
A pulseira antiestática tem a função de retirar a eletricidade estática de nosso
corpo, mas por si só ela não faz essa tarefa. Em uma das extremidades da pulseira
há uma espécie de garra, que deve estar conectada a um local aterrado, e a outra
extremidade deve ser colocada no pulso do técnico.
É importante salientar que a pulseira antiestática deve ser utilizada no braço
menos utilizado durante o procedimento, ou seja: o técnico que trabalha mais
com o braço esquerdo deve colocar a pulseira no braço direito, e aquele que
trabalha com o lado direito deverá colocar a pulseira no lado esquerdo. Essa é
uma forma de evitar problemas no manuseio de componentes do computador.
Manutenção de Computadores
84

Dreamstime (2012)
Figura 55 -  Pulseira antiestática

4.2 Manuseando as peças

Para um técnico em manutenção de microcomputadores, é extremamente


importante saber que se deve evitar o contato direto com componentes eletrôni-
cos, especialmente se não estiver usando uma pulseira antiestática. Todas as pla-
cas devem ser manuseadas pelas extremidades, evitando, assim, o contato direto
da mão do técnico com os componentes e trilhas.

4.2.1 Manuseio dos componentes de hardware

O manuseio das placas se dá sempre pelas bordas, para evitar que haja conta-
to das mãos, pois podem ter eletricidade estática e, consequentemente, danificar
a placa. Outro fator que requer atenção quanto a essa peça é o fato de ela sofrer
oxidação.
É comum algumas pessoas transpirarem nas mãos, e essa umidade pode oxidar
os contatos dos componentes, causando maus contatos. Na figura a seguir, você
pode visualizar a forma correta de manuseio das placas sem que o suor das mãos
prejudique a peça. Em seguida, veja a maneira incorreta do manuseio.
4 Procedimento de Montagem de Computadores
85

SENAI (2012)
Figura 56 -  Manuseio correto de placas

SENAI (2012)

Figura 57 -  Manuseio incorreto de placas

Os processadores também são componentes bastante sensíveis à ESD e, por-


tanto, não devem entrar em contato com as mãos, a fim de evitar danificá-los
com eletricidade estática. Veja na figura a seguir a forma incorreta de manuseio
de processadores.
Manutenção de Computadores
86

SENAI (2012)
Figura 58 -  Manuseio incorreto

4.3 Montando o primeiro computador

O primeiro passo para a montagem de um computador é ter um espaço am-


plo para trabalhar, no qual seja possível disponibilizar com segurança o gabinete
e os componentes. Para montar um computador, como exemplo, usaremos os
seguintes materiais:
a) processador Intel Celeron D 2,8 GHz;
b) cooler original da Intel para soquete 775;
c) pasta térmica para equipamentos eletrônicos;
d) placa-mãe Intel D102GGC2;
e) dois módulos de memória DDR2 de 1 GB e 667 MHz cada uma;
f) placa de vídeo ATI X1600XT com 256 MB e barramento PCI Express 16X;
g) gabinete ATX;
h) fonte ATX de potência nominal de 450 W com conector de 20 pinos;
i) drive de gravação de DVD com interface SATA;
j) disco rígido Samsung de 160 GB 7.200 RPM com interface SATA.
Acompanhe, a seguir, o passo a passo de como proceder na montagem de um
computador.

PASSO 1
Primeiramente, serão montados os componentes na placa-mãe. Esse procedi-
mento será realizado fora do gabinete, a fim de poder visualizar pequenos pro-
blemas que possam vir a acontecer no processo de montagem. Caso seja realiza-
4 Procedimento de Montagem de Computadores
87

da a montagem dos componentes da placa-mãe com ela já instalada no gabinete,


há maior dificuldade de ver os pequenos detalhes e os problemas.
PASSO 2
Na imagem a seguir, você pode ver uma placa-mãe sem nenhum componente
conectado a ela. Conecte o processador, os módulos de memória e o cooler.

Gigabyte (2012)

Figura 59 -  Placa-mãe

A placa a seguir é para processadores Intel, com soquete 775. Abra a trava e a
tampa do soquete, para poder instalar o processador.
Para abrir o soquete é necessário puxar a alavanca “A” no sentido oposto ao
soquete e depois puxar a alavanca “B” para cima. Com esses dois movimentos, é
possível abrir a tampa metálica e colocar o processador no soquete. Veja, na figu-
ra a seguir, como proceder.

B
Beatriz Cascaes (2012)

Figura 60 -  Abrindo a trava e a tampa do soquete


Manutenção de Computadores
88

VOCÊ Que a forma como é colocado o processador no soquete


775 é semelhante aos novos soquetes da Intel, o 1155 e
SABIA? o 1366?

PASSO 3
Na figura a seguir, é mostrado como se deve colocar o processador no soquete
aberto. Deve-se pegar o processador sempre pelas laterais, pois é necessário evitar
tocar os contatos. O soquete apresenta alguns pinos delimitadores nos detalhes G
e H. Os pinos delimitadores não deixam que o processador seja encaixado de mais
de uma maneira. Na figura, são mostrados o soquete e o processador no sentido
correto de instalação, com o alinhamento dos pinos delimitadores do processador
(G) com o do soquete (H). Em volta do soquete são encontradas ranhuras, para que
seja mais fácil a colocação e remoção do processador (F). Observe:

G H
F
Beatriz Cascaes (2012)

Figura 61 -  Instalação do processador no soquete 775

Após alinhar as ranhuras do processador com os pinos delimitadores do so-


quete, é possível fechar a trava. O ato de fechar a trava do soquete é mostrado na
figura a seguir:
4 Procedimento de Montagem de Computadores
89

Beatriz Cascaes (2012)


Figura 62 -  Travando a tampa do soquete 775

PASSO 4
Após colocar o processador no soquete, você deve colocar a pasta térmica na
superfície do processador. A pasta térmica é um produto que devemos passar
entre o processador e o cooler a fim de aumentar a área de contato entre os dois
dispositivos, o que facilita a troca de calor do processador para o cooler. É obriga-
tório o uso da pasta térmica.
Existem pastas comuns que normalmente são brancas e parecem uma poma-
da, como você pode visualizar na figura:
Dreamstime (2012)

Figura 63 -  Processador com pasta térmica


Manutenção de Computadores
90

PASSO 5
A próxima etapa de montagem dos componentes da nossa placa-mãe é o co-
oler. Um cooler que não está bem fixo na superfície do processador pode causar
problemas de superaquecimento.

Thiago Rocha (2012)


Figura 64 -  Inserindo o cooler

Você deve conectar o conector de alimentação do cooler na placa-mãe. Cos-


tuma ter o nome de “CPU_FAN”. Na sequência, veja como deve ser conectado.
Thiago Rocha (2012)

Figura 65 -  Conector do cooler do processador


4 Procedimento de Montagem de Computadores
91

Beatriz Cascaes (2012)


4
4

3
3

2
2

1
1

Figura 66 -  Conectando coolers de 3 ou 4 pinos a placa-mãe

PASSO 6
Após fixar o cooler e ligá-lo ao conector de alimentação da placa-mãe, você
deve fazer a instalação dos módulos de memória. Esta placa-mãe terá dois módu-
los de memória DDR2 de 1 GB cada uma. Veja, na figura 67, o processo de instala-
ção dos módulos de memória.
Para realizar a instalação dos módulos de memória, abra as travas brancas do
slot de memória. Repare que os módulos possuem uma ranhura, que deve estar
alinhada com a ranhura do slot da placa-mãe. Após alinhar os módulos de memó-
ria com o slot da placa-mãe, pressione as memórias em sua parte superior. Auto-
maticamente, as travas brancas irão posicionar-se na parte de dentro, segurando
as memórias.
Beatriz Cascaes (2012)

Figura 67 -  Instalando módulo de memória


Manutenção de Computadores
92

PASSO 7
Após instalar os componentes da placa-mãe (processador, cooler e módulos
de memória), você deve começar a colocar os componentes dentro do gabinete.
O primeiro componente a ser inserido é a fonte de alimentação. A fonte é instala-
da por dentro do gabinete, conforme figura a seguir.

Aline Pimentel (2012)


Figura 68 -  Instalação da fonte de alimentação

FIQUE Sempre deixe a fonte com a chave de alimentação selecio-


nada em 220 volts; é um procedimento simples e evita que
ALERTA usuários desatentos queimem a fonte de alimentação.

Realizado esse processo, chegou o momento de fixar os componentes inter-


nos no computador. Mas, antes, você conhecerá um pouco sobre os parafusos
utilizados no computador.

Parafusos
Na parte interna do computador, há dois tipos de parafusos. Esses parafusos
possuem duas bitolas (diâmetro do parafuso) diferentes, uma mais fina e a outra
mais grossa. Veja, nas figuras a seguir, parafusos de rosca grossa e parafusos de
rosca fina.
4 Procedimento de Montagem de Computadores
93

Thiago Rocha (2012)


Figura 69 -  Parafuso de rosca grossa

Thiago Rocha (2012)

Figura 70 -  Parafuso rosca fina

Os parafusos de rosca grossa são usados na fixação de discos rígidos (HD), da


placa-mãe, da fonte de alimentação e das tampas do gabinete. Os parafusos de
rosca fina são usados para fixar drives de CD/DVD/Blu-Ray, drives de disquete, lei-
tor de cartões interno, placas de expansão e tampas para fechar os espaços das
placas de expansão.

PASSO 8
Retomando o procedimento de instalação da placa-mãe, veja na figura se-
guinte que a placa possui seis furos. Esses furos servem para fixação da placa no
gabinete e todos eles devem ser usados.
Manutenção de Computadores
94

Thiago Rocha (2012)


Figura 71 -  Furação placa-mãe

Após verificar os furos na placa-mãe, você deve conferir se os furos da mesma


coincidem com os suportes do gabinete. Os furos das placas são padronizados,
assim como os dos gabinetes.
Agora você deve instalar a placa-mãe dentro do gabinete. Veja como ocorre
esse procedimento:
Aline Pimentel (2012)

Figura 72 -  Fixando a placa-mãe dentro do gabinete


4 Procedimento de Montagem de Computadores
95

PASSO 9
Após a fixação da placa-mãe dentro do gabinete, você deve fazer a instalação
dos itens do painel frontal do gabinete. São eles: Power LED, HDD LED, Power Swi-
tch (POWER_SW), Reset Switch (RESET_SW) e os conectores USB.
Na figura seguinte, você verá a área onde devem ser conectados os itens do
painel frontal do gabinete.

Thiago Rocha (2012)


Figura 73 -  Pinos de conexão da placa-mãe no painel frontal do gabinete

Nas placas-mãe atuais, os pares de pinos são identificados por cores, para faci-
litar a distinção dos conectores que serão ligados ali.
Para saber em que posição conectar os fios dos itens do painel frontal, veja,
na figura a seguir, os conectores coloridos da placa-mãe. Você poderá também
consultar o manual de instruções da placa-mãe.

+ 1 2 +
HD LED Power
LED
3 4

5 6
Reset On/Off
Thiago Rocha (2012)

7 8

+5 V 9

Figura 74 -  Esquema de botões e leds do gabinete

Na figura que você acabou de visualizar, repare que há um único pino sozinho
(que não tem par). Ele serve de referência com relação à posição dos outros, caso
a placa não tenha diferenciado os pares de forma colorida. Esse pino, mostrado
como pino 9, não é usado.
Manutenção de Computadores
96

Na figura a seguir, você verá os fios que fazem a ligação dos itens do painel
frontal com o gabinete. Nesta figura, você perceberá que cada fio acompanha
uma identificação. Acompanhe!

SENAI (2012)
Figura 75 -  Fios que fazem ligação do painel frontal à placa-mãe

a) Power LED: liga o LED verde do gabinete, que fica brilhante quando o com-
putador está ligado. Esse conector possui polaridade. O fio branco é o nega-
tivo (-) e a outra cor é o positivo.
b) Reset SW: liga o botão Reset do painel frontal à placa-mãe. Permite também
que o computador seja reiniciado a partir do botão do gabinete. A sigla SW
vem do inglês switch que, em português, significa chave ou botão. Esse co-
nector não possui polaridade.
c) Power SW: liga o botão de liga/desliga do painel frontal à placa-mãe. Permite
que o computador seja ligado ou desligado a partir do botão do gabinete.
Esse conector não possui polaridade.
d) H.D.D LED: liga o LED vermelho do gabinete, que fica brilhante quando o
computador está acessando o disco rígido. Esse conector possui polaridade.
O fio branco é o negativo (-) e a outra cor é o positivo.
Os fios do painel frontal não costumam ser de mesma coloração dos pinos da
placa-mãe. Procure sempre ler a identificação dos conectores do painel frontal, e
veja as respectivas posições no esquema fornecido pela placa-mãe.
Na figura que representa o esquema de botões e LEDS de um gabinete, nas
áreas do HD LED e do POWER LED, repare que é mostrada a polaridade de cada um
dos pinos. Essas áreas da placa-mãe se conectam às luzes do painel frontal, mas se
essas luzes forem conectadas com a polaridade trocada, elas não acenderão.
Se após a montagem você perceber que as luzes frontais não acendem, mude
a polaridade dos fios, pois eles podem estar invertidos. O fio branco sempre
deve ficar na posição de negativo (-) e a outra cor, no positivo (+). Após a
4 Procedimento de Montagem de Computadores
97

conexão dos fios do painel frontal, você encontrará um resultado parecido com o
da figura a seguir.

Thiago Rocha (2012)

Figura 76 -  Painel frontal conectado à placa-mãe

PASSO 10
O próximo passo é a instalação do disco rígido, que deverá ser instalado por
dentro do micro. A maioria dos gabinetes permite a instalação de pelo menos
quatro discos. O disco rígido deve ser fixado com quatro parafusos de rosca gros-
sa, como você verá na figura seguinte.
Aline Pimentel (2012)

Figura 77 -  Instalando o disco rígido

Que ao utilizar os 4 parafusos para a fixação do disco


VOCÊ rígido você impede que o disco possa vibrar, evitando
que tal impacto arranhe a parte interna dele? Essa mo-
SABIA? vimentação, inclusive, permite que o disco rígido possa
perder dados contidos nele.
Manutenção de Computadores
98

PASSO 11
Depois de instalado o disco rígido no gabinete, você deve fazer a conexão do
disco à placa-mãe. Como o disco possui uma interface SATA, você utilizará um
cabo SATA de sete pinos para fazer essa conexão.

Dreamstime (2012)
Figura 78 -  Cabo SATA de 7 pinos

Após conectar uma das extremidades do cabo SATA ao disco, você irá conec-
tar a outra extremidade à placa-mãe.

PASSO 12
Depois dessa etapa, é necessário então instalar o drive de DVD. Para isso, você
deve inseri-lo pela frente do gabinete, conforme a figura seguinte. O drive de DVD
deve ser fixado com quatro parafusos de rosca fina. Aline Pimentel (2012)

Figura 79 -  Instalando o drive de DVD


4 Procedimento de Montagem de Computadores
99

Uma vez fixados os parafusos no drive de DVD, chegou o momento de fazer a


conexão do cabo SATA de sete pinos no drive. Na outra extremidade, você deve
conectá-lo na porta SATA2 da placa-mãe.

PASSO 13
Nessa nova etapa, você saberá como instalar a placa de vídeo no barramento
PCI Express. O slot PCI Express 16X na placa-mãe deste exemplo é o primeiro slot, o
mais próximo ao processador e é exclusivo para placas de vídeo.
Após sua conexão na placa-mãe, é necessário fixá-la com um parafuso de ros-
ca grossa.

Thiago Rocha (2012)

Figura 80 -  Instalando a placa de vídeo

PASSO 14
A próxima etapa do procedimento de montagem é a conexão dos cabos de
força na placa-mãe e nos drives. A placa-mãe deve ser alimentada por dois cabos
de força: um conector chamado ATX, de 20 ou 24 pinos (dependendo da placa),
e um conector chamado Auxiliar, ou AUX, de quatro ou oito pinos. Nas figuras se-
guintes, você conhecerá um conector Auxiliar de quatro pinos e outro de 20 que,
com mais quatro, forma um conector de 24 pinos.
Manutenção de Computadores
100

Aline Pimentel (2012)


Figura 81 -  Conector auxiliar de 4 pinos

SENAI (2012)

Figura 82 -  Conector de ATX de 24 pinos

Na figura seguinte, você pode ver os dois conectores alimentando a placa-mãe.


Thiago Rocha (2012)

Figura 83 -  Placa-mãe alimentada com os dois conectores de energia


4 Procedimento de Montagem de Computadores
101

PASSO 15
Falta pouco para você terminar a montagem de seu computador! Para isso, é
necessário, neste momento, alimentar o drive de DVD e o disco rígido.

Aline Pimentel (2012)


Figura 84 -  Conector de energia SATA 15 pinos

Após conectar todos os cabos de energia, você deverá preocupar-se em or-


ganizá-los a fim de melhorar o fluxo de ar dentro do computador. Para isso, você
pode utilizar abraçadeiras plásticas a fim de unir os cabos.
Após arrumarmos os cabos de nosso computador, é recomendável que ligue-
mos a primeira vez o computador com a tampa aberta, pois se houver algum
detalhe a ser ajustado, não será necessário abri-lo novamente.

Conheça os erros mais comuns durante a montagem de


SAIBA microcomputadores. Acesse o tutorial de Gabriel Torres e
Cássio Lima no seguinte endereço: <http://www.clubedohar-
MAIS dware.com.br/artigos/Erros-Tipicos-de-Montagem/703/1>.
Acesso em: 20 out. 2012.

PASSO 16
Após realizar as etapas anteriores e organizar os cabos, é o momento de ligar o
computador e verificar se está tudo funcionando conforme o esperado. Ao ligar a
máquina pela primeira vez, você deve conectar os seguintes cabos:
a) de alimentação: verifique se a fonte está com a tensão (voltagem) correta do
estabilizador ou tomada;
b) de monitor (vídeo);
c) do mouse e do teclado;
d) cabo de rede;
e) das caixas de som e do microfone.
Se estiver tudo certo, seu computador emitirá um sinal sonoro (um beep) e
mostrará a tela do POST (Power On Self Test). Essa tela confirma que o computador
Manutenção de Computadores
102

encontrou os componentes básicos para iniciar: processador, memória e placa


de vídeo. Caso falte algum desses componentes, o computador emitirá sinais so-
noros de forma seguida. Os beeps podem variar em cada placa-mãe e, se no seu
caso forem três beeps, verifique se os módulos de memória ou placa de vídeo
estão com mau contato.
A primeira tela de inicialização do seu computador (que pode variar um pouco
de acordo com o fabricante e modelo da placa-mãe) deverá ser a seguinte:

Award Modular Bios (2012)


Figura 85 -  Micro inicializando POST

Na primeira vez que você inicia o computador, deverá aparecer, no rodapé do


POST, qual será a tecla usada para entrar nas configurações do BIOS, também cha-
mado de Setup. As teclas normalmente utilizadas são as teclas F2 e DELETE, mas
existem variações dependendo do fabricante e modelo da placa-mãe.
No caso da placa-mãe que estamos usando, você deve apertar a tecla F2 logo
que o computador for ligado. Caso não consiga entrar em uma tela azul, reiniciali-
ze o computador e tente novamente. Podem ser necessárias algumas reinicializa-
ções do computador até que você se acostume com o ponto para apertar a tecla
e entrar nas configurações do BIOS.

4.4 Configurando o BIOS

Todos os computadores do padrão PC possuem um BIOS. Como visto ante-


riormente, BIOS é um programa escrito em uma memória ROM ou Flash que fica
na placa-mãe. O programa do BIOS faz que o computador seja inicializado e fique
pronto para rodar um sistema operacional. No BIOS são configurados parâmetros
4 Procedimento de Montagem de Computadores
103

como hora e data do sistema e a sequência de inicialização dos dispositivos de


armazenamento.
Num sistema BIOS, também é possível verificar dados do hardware, como:
a) tipo de processador utilizado;
b) quantidade de memória instalada e a capacidade de cada módulo de me-
mória;
c) temperatura do processador e da parte interna do gabinete; e
d) qual a tensão (voltagem) elétrica que a fonte está fornecendo aos compo-
nentes.
O BIOS foi criado pela Americam Megatrens, Inc. (AMI), mas há outros fabri-
cantes de BIOS. É provável que você encontre, ao longo de sua profissão, BIOS
diferentes, por isso tente memorizar os nomes e as opções que serão abordados
em seu livro didático.

4.4.1 Como configurar

Você já deve ter reparado que ao lado do BIOS há informações sobre os co-
mandos de como operá-lo, ao lado direito da tela. Em alguns BIOS, essas informa-
ções podem estar no rodapé da tela.
Primeiramente, você verá as opções que são da primeira aba. Essa primeira
tela do BIOS é a tela MAIN. Na aba da tela principal, você encontrará as seguintes
informações:
a) AMIBIOS – Fabricante da BIOS
BIOS Version – Versão do BIOS em uso
Build date – Quando esse BIOS foi criado
b) Processor – Processador
Type – Mostra qual processador foi instalado na placa-mãe. No exemplo deste
capítulo, trata-se de um Intel Pentium 4 de 3,8 GHz.
Speed – Velocidade do clock do processador, 3.800 MHz, que é igual a 3,8 GHz.
Quantidade de processadores: 1e.
c) System Memory – Total de memória
Total physical memory: Quantidade de memória instalada, que é 2.048 MB ou 2 GB.
Total system resources: Memória usada pelo sistema. Poderia mostrar a quanti-
dade de memória que a placa de vídeo on-board utiliza, mas como não está sendo
usada (pois há uma placa off-board), o valor apresentado é 0 MB.
Manutenção de Computadores
104

Total avaliable memory: Total de memória disponível.


d) System Time: Mostra a hora no exato momento. Para mudar esses valores,
basta selecionar o campo que deseja alterar, por meio da tecla TAB, e usar
os botões + ou – para alterar o valor do campo. Lembre-se de que o horário
utilizado servirá como referência para o sistema operacional.
e) System Date: Mostra a data. Para mudar os valores, basta usar a tecla TAB,
selecionar o campo desejado e depois usar as teclas + ou -.
f) Language: Mostra as linguagens disponíveis do BIOS. É bastante comum
estar disponível nos idiomas inglês, francês e espanhol. Em alguns BIOS de
computadores montados por fabricantes brasileiros é possível encontrar o
BIOS em português.
Após verificar as configurações, informações e opções da tela MAIN, você terá
acesso à aba Advanced. Para chegar a essa aba, basta apertar, no teclado, a seta
para o lado direito.
Na aba Advanced é possível encontrar as seguintes opções para configurações:
a) Processador – Processor Configuration: mostra configurações do processa-
dor. É como se fosse possível habilitar o recurso de Hyper Thread, por exem-
plo. Em algumas placas-mãe, nessa área, é possível mudar o multiplicador
do processador, permitindo fazer overclock.
b) Dispositivos de armazenamento IDE e SATA – IDE configuration: nessa área
serão mostradas configurações do SMART, por exemplo, que é um recurso
que avisa caso o disco esteja com problemas, entre outros.
c) Configurações do drive de disquetes – Floppy Configuration: permite habili-
tar ou desabilitar o controlador do drive de disquetes. Deixar o drive de dis-
quete somente para leitura dos mesmos, impedindo qualquer outro tipo de
gravação.
d) Configurações de portas de entrada e saída – Super I/O configuration: confi-
gurações das portas seriais e paralelas (interfaces de conexões com disposi-
tivos externos).
e) Configurações das portas USB – USB configuration: permite configurar, habi-
litar ou desabilitar o conjunto de portas frontais do gabinete.
f) Configurações das placas PCI – PCI configuration: configurações relativas a
placas PCI, como a escolha de quais IRQs cada barramento PCI usará.
g) Configurações das memórias: permite configurar a velocidade da memória,
a taxa de atualização da memória e, até mesmo, a tensão (voltagem) que as
memórias usarão.
Importante: na aba Advanced você não fará nenhuma alteração.
4 Procedimento de Montagem de Computadores
105

Você conhecerá agora a aba Boot. Nessa aba, encontrará configurações que
permitem escolher a partir de qual dispositivo de armazenamento será iniciali-
zado o computador. Nos BIOS recentes existem as opções de “bootar” a partir de
drives ópticos, discos rígidos, dispositivos USB (HDs externos e pendrives), pela
rede e, em poucas placas-mãe, a partir de discos com interface firewire.

American Megatrends (2012)

Figura 86 -  Tela Boot do BIOS

Ainda na aba Boot, você acessará a opção “Boot Settings Configuration”. Para
poder entrar nessa opção, basta clicar com a seta para baixo e quando a opção es-
tiver em branco, apertar ENTER. Após esta operação, você encontrará a sequência
com que os dispositivos de armazenamento serão inicializados.
A ordem de boot selecionada no momento é a seguinte:
a) primeiramente o BIOS procurará um disco de inicialização do drive de CD/
DVD;
b) não encontrando nenhum disco de instalação dentro do drive, ele passa
para a segunda opção, que é a do HD, o disco rígido;
c) não havendo um sistema operacional instalado no HD, ele passa para a ter-
ceira opção, a “disabled”, que significa que a opção está desabilitada.
É interessante que a sequência de boot seja como a que é apresentada na fi-
gura seguinte, pois no momento em que você desejar instalar um sistema ope-
racional, provavelmente utilizará uma mídia óptica (CD ou DVD). Uma vez que o
drive óptico é o primeiro dispositivo a ser inicializado, o computador irá ler o CD
de instalação dentro do drive óptico e, consequentemente, começará a fazer a
instalação do sistema operacional.
Manutenção de Computadores
106

American Megatrends (2012)


Figura 87 -  Mudando a sequência de boot (Boot Device Priority)

É importante ressaltar que o CD/DVD deve ser inicializável. Caso contrário, não
será possível realizar a instalação do sistema operacional a partir dessa mídia.
Se desejar mudar o dispositivo a ser inicializado, primeiramente você deve se-
lecionar o campo “1st Boot Device” e, em seguida, apertar a tecla ENTER. Lá apare-
cerão todos os dispositivos de armazenamento que seu BIOS suporta inicializar.
A aba seguinte é a Security. Essa aba tem como finalidade as opções de se-
gurança do BIOS, mas a função mais comum utilizada nessa guia é a escolha de
senhas para o acesso ao BIOS.
As senhas podem ser configuradas de duas formas: para serem usadas como
Administrador ou como User (usuário). A diferença entre os dois é a seguinte: se
você configurar o BIOS com senha, toda vez que a tecla F2 for acionada, será soli-
citada uma senha. Se você inserir a senha do Administrador, você terá a liberdade
de alterar qualquer configuração do BIOS. Mas se você utilizar a senha do User,
você somente poderá visualizar as configurações do BIOS, e não modificá-las.
4 Procedimento de Montagem de Computadores
107

American Megatrends (2012)


Figura 88 -  Configurações de segurança do BIOS

Não há uma preocupação em colocar senha no BIOS para computadores do-


mésticos, só se esse computador for utilizado em um ambiente de trabalho. Nes-
se caso, é interessante que se cadastre uma senha, a fim de não permitir que as
configurações sejam alteradas.
A aba seguinte é a Exit. Trata-se de uma aba bastante importante, pois além de
ser usada para sair do BIOS, ela possui algumas opções que facilitam em caso de
configurações indevidas no BIOS.
American Megatrends (2012)

Figura 89 -  Aba Exit do BIOS

A aba “sair” apresenta as seguintes características:


a) Save Changes and Exit: salva configurações e sai do BIOS.
Manutenção de Computadores
108

b) Discard Changes and Exit: descarta qualquer mudança feita na sessão atual
e sai do BIOS.
c) Discard Changes: descarta as alterações feitas nessa sessão.
d) Load Setup Defauts: carrega opções padrões do BIOS.
e) Load Custom Defaults: carrega opções personalizadas pelo usuário.
f) Save Custom Defaults: permite que o usuário salve uma configuração perso-
nalizada como Default (padrão).
Provavelmente as duas opções mais usadas na aba Exit são: Save changes and
exit e Load Setup Defaults. Caso você tenha alterado alguma opção dentro do
BIOS, e não se lembra qual foi, use a opção Load Setup Defaults, para que seja car-
regada a configuração padrão do BIOS e, provavelmente, sua máquina inicializará
corretamente

4.4.2 Procedimento para reset do BIOS

Ao trabalhar com manutenção de microcomputadores, algumas vezes é pos-


sível encontrar problemas, como: não lembrar da senha utilizada para acesso ao
BIOS ou a rejeição do boot pelo drive de CD ao reinstalar o sistema operacional.
Nesses dois casos, a única forma de realizar o trabalho seria fazendo um reset do
BIOS.

CASOS E RELATOS

Problema com a placa-mãe nova


Roberto resolveu montar um novo computador. Ele já teve dois compu-
tadores e já tinha um bom conhecimento sobre softwares, hardwares e de
como usá-lo, porém tinha o interesse de aprender a montar o seu compu-
tador, detalhe a detalhe. Pela vontade de montar seu próprio micro, Rober-
to comprou um livro de montagem e manutenção. Após terminar de ler o
livro, e com seus novos conhecimentos, começou a comprar os hardwares
de seu computador: uma nova placa-mãe, um processador, memória, disco
rígido, gabinete, fonte de 550 W reais, placa de vídeo e um gravador de Blu-
-Ray. Agora que Roberto possuía todos os hardwares necessários e também
os conhecimentos, ele começou a montagem de seu novo equipamento.
Após a montagem, fez todas as verificações de cabos e conexões, e avaliou
se nenhuma placa estava encostando no gabinete. Estava tudo ok e o mes-
mo encontrava-se pronto para ser ligado na energia. Entretanto, após ligar
4 Procedimento de Montagem de Computadores
109

o computador na energia, Roberto notou que o computador não inicializa-


va. O LED da placa-mãe estava aceso, o que demonstrava que ali chegava
energia. Roberto pensou, então, que pudesse ser um problema na fonte,
procurou seu livro e viu como era o procedimento para fazer a ligação da
fonte fora do gabinete e constatou que a a mesma estava ok. Não sabia
mais o que fazer para testar o micro, e começou a pensar que o problema
era na placa-mãe, até que teve a ideia de ler o manual. Ao passar página a
página do manual, reparou que havia uma orientação do fabricante para
mudar a posição do jumper do BIOS. Ali dizia: “por padrão do fabricante
o jumper do BIOS está na posição para que a bateria não alimente o BIOS;
mude o mesmo para a outra posição no processo de montagem de seu
computador”. Roberto não perdeu tempo, desligou o micro da energia,
esperou o LED da placa-mãe apagar (o que demonstrava que a placa não
estava mais energizada) e mudou a posição do jumper. Depois disso, ligou
a máquina na tomada e o computador inicializou. Nada como ler os proce-
dimentos do fabricante!

Os manuais das placas-mães apresentam um tópico que mostra como fazer o


reset do BIOS da placa utilizada. Trata-se de um procedimento bastante simples,
mas para realizá-lo é necessário abrir a máquina para “resetar” o BIOS. Para reali-
zar esse trabalho, o micro não deve estar ligado à tomada.
São quatro formas de apagar as configurações do BIOS:
a) mudando a posição do jumper;
b) não encontrando o jumper para resetar o BIOS, retire a bateria por alguns
segundos;
c) caso não encontre o jumper e seja retirada a bateria, mesmo assim, não será
perdida a senha. Ao retirar a bateria, encoste os dois polos do suporte da
mesma (uma está na borda e a outra na parte de baixo) por alguns segundos.
d) em placas-mãe, como por exemplo as da marca Intel, há uma particulari-
dade: nenhum dos procedimentos acima funcionaria. Sendo assim, deve-
-se mudar a posição do jumper e ligar o micro. Após esse procedimento, o
computador automaticamente entrará no BIOS em uma nova aba chamada
Maintenance. Nessa aba há a opção chamada “reset passwords”. Selecionan-
do essa opção, somente as senhas serão perdidas. Para essa placa-mãe voltar
ao funcionamento, você deve salvar a alteração na aba Exit, desligar o com-
putador e retornar o jumper na opção original.
Manutenção de Computadores
110

ThiaogO Rocha (2012)


Figura 90 -  Resetando o BIOS

RECAPITULANDO

Como você pôde acompanhar neste capítulo, o estudo de como proceder


para a montagem de computadores deve ser realizado com atenção e de-
dicação, já que se trata de uma prática que requer cuidados com as peças
que serão utilizadas na montagem.
Neste capítulo, você estudou a eletricidade estática, como ela ocorre e os
cuidados que se deve ter para evitar consequências graves com esse tipo
de eletricidade. Você conheceu também quais são os componentes eletrô-
nicos que deverão ser instalados no computador. Aprendeu a manusear
placas, montar um computador do início ao fim e, ainda, aprendeu como
configurar um BIOS e como fazer testes básicos de hardware.
Espera-se que você tenha aproveitado o curso. E lembre-se de que a ativi-
dade de montar um computador requer bastante experiência e dedicação.
Portanto, quanto mais montagens você fizer, melhor será a sua prática en-
quanto montador.
Sucesso com suas novas competências!
4 Procedimento de Montagem de Computadores
111

Anotações:
REFERÊNCIAS

BRAIN, Marshall. HowStuffWorks: como funcionam os microprocessadores. Publicado em 1 de abril


de 2000 (atualizado em 21 de janeiro de 2009). Disponível em: <http://informatica.hsw.uol.com.br/
microprocessadores1.htm>. Acesso em: 20 ago. 2009.
CLUBE DO HARDWARE. Barramento PCI express. Disponível em: <http:// www.clubedohardware.
com.br/artigos/1060>. Acesso em: 23 ago. 2009.
COMPUTER DESKTOP ENCYCLOPEDIA. The indispensable reference on computers. Disponível em:
<http://www.computerlanguage.com>. Acesso em: 22 ago. 2009.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio: Século XXI. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1999.
INFOWESTER. Infowester, propagando o conhecimento. Disponível em: <http://www.infowester.
com>. Acesso em: 20 jul. 2009.
INTEL. Intel products and support. Disponível em: <http://www.intel.com/ support/motherboards/
desktop/sb/img/ddr.jpg>. Acesso em: 23 ago. 2009.
MEGAESTUDOS. Centro de estudos de informática. Disponível em: <http://www.megaestudos.com.
br/curso_de_manutencao/quin- ta_manuntencao_barramentos/montagemeconfiguracaodepc_
barramentos.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009.
MORIMOTO, Carlos Eduardo. Guia do hardware. Disponível em: <www.guiadohardware.net>
Acesso em: 20 jul. 2009.
PHOTOBUCKET. Save your phosto e videos. Disponível em: <http://media. photobucket.com>.
Acesso em: 15 ago. 2009.
SILVA, Nuno. Tecnologia informática. Disponível em: <http://www.dei.isep.ipp.pt>. Acesso em: 10
ago. 2009.
MINICURRÍCULO Dos autores

Fábian Luiz Mendonça Souza, também conhecido como professor “Caco”, é graduado como Tec-
nólogo em Gestão das Tecnologias da Informação pelo SENAC de Florianópolis, em 2006. Traba-
lha com tecnologia da informação desde 1998, tendo atuado nas áreas de suporte técnico em TI,
implantação, suporte e treinamento de sistemas ERP, gestão de empresa de TI, coordenação de
equipe de informática, e como professor, desde o ano de 1998, nas áreas de sistemas operacio-
nais, redes de computadores, montagem e manutenção de computadores.

Renato Kern Gomes é pós-graduado em Redes de Computadores pela Universidade Federal de


Santa Catarina, Bacharel em Ciências da Computação pela Universidade Regional de Blumenau e
Técnico em Eletrônica pelo CEFET/RS. Atua na área de informática desde 1994, tendo passado por
empresas como Itautec, Correios e Ministério Público de SC. Na área acadêmica, atuou pela Facul-
dade Metropolitana de Guaramirim – SC, onde lecionou as disciplinas de Arquitetura de Redes e
Protocolos de Redes. No SENAI/SC, atua desde 2006, tendo lecionado as disciplinas de Arquite-
tura de Computadores, Redes de Computadores e Montagem e Manutenção de Computadores.
No Ensino a Distância foi conteudista e autor do Programa de Capacitação em Informática Básica,
que promoveu a inclusão digital aos operários de uma empresa de fundição de Blumenau.

Vitor de Oliveira Marinony Fernandes é graduado como Tecnólogo em Redes de Computadores


pelo SENAI de Florianópolis, em 2008, e Técnico em Informática pelo SENAC/SP. Trabalha com tec-
nologia da informação desde 1999, tendo atuado nas áreas de suporte técnico, coordenação de
equipe de informática e como professor, desde o ano de 2009, nas áreas de sistemas operacionais,
redes de computadores, montagem e manutenção em cursos técnicos, aprendizagem industrial
e cursos de qualificação CISCO IT Essentials e CCNA 1 e 2, no SENAI de Florianópolis.
Índice

A
Advanced 53, 69, 104, 105

B
Barramento 5, 9, 25, 26, 27, 28, 29, 39, 40, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 61, 76, 77, 86, 99, 105
BIOS 5, 7, 9, 10, 36, 41, 42, 47, 59, 78, 102, 103, 104, 105, 106, 107, 108, 109, 110, 111
Blu-Ray 6, 10, 74, 75, 78, 93, 109
BOOT 7, 105, 106, 107
Boot Settings Configuration 106
BTX 53

C
Cabeçote 67
Cache 5, 9, 25, 29, 30, 32, 33, 61
Capacidade de processamento 26
CD-RW 26, 72, 73
Celeron 25, 86
Charles Babbage 16
Core 19, 25, 29, 34, 46
Core Duo 25

D
Darramento 5, 9, 26, 27, 49, 50, 51
DDR2 10, 38, 46, 58, 63, 64, 65, 66, 86, 91
DDR3 10, 38, 58, 64, 65, 66
Decimais 19
DIMM 5, 38, 57, 58, 61, 62, 63, 65
DIN 51
Disco rígido 6, 26, 43, 44, 66, 68, 86, 96, 97, 98, 101, 106, 109

E
ENIAC 5, 18
Entrada e saída 9, 16, 26, 36, 39, 105

F
Firewire 48
Firmware 41, 59, 60, 78
Flip-flops 29
Floppy disks 42
Fonte ATX 9, 54
Front Side Bus 26, 28, 39
FSB 26, 27, 28, 35, 39, 61, 62

G
Gabinete AT 55
Graphics Processing Unit 75

H
Hardware 10, 19, 30, 41, 42, 47, 60, 61, 78, 81, 84, 103, 111
HD 6, 10, 20, 43, 56, 66, 67, 68, 69, 70, 74, 93, 96, 106
HD-DVD 10, 74
Hertz 28
Hexadecimal 19

I
IDE2 43
Intel 5, 7, 18, 19, 24, 25, 29, 30, 31, 33, 34, 38, 39, 46, 47, 49, 51, 62, 74, 86, 87, 88, 103, 110

L
LED 95, 96, 110
Leitor de cartões 93

M
Macintosh 18
Mainboard 35
MARK 5, 17, 18
Mega 20
Memória cache 25, 29, 30, 32
Memória RAM 28, 29, 60, 61
Memórias 7, 20, 24, 26, 38, 39, 41, 42, 56, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 77, 78, 91, 105
Memória SDRAM SDR 9, 61

N
Negativo 96
Northbridge 5, 39, 40
O
Off-board 9, 45, 46, 47, 77, 104
On-board 9, 36, 45, 46, 47, 53, 77, 104

P
Padrão ATX 53, 56, 78
Padrão BTX 53
Parafuso de rosca grossa 6, 93
Parafuso rosca fina 6, 93
Parafusos 92, 93, 97, 98, 99

Q
Quilo 20

R
RAID 10, 71
RAMBUS 62
Reset 5, 10, 42, 109, 110
Reset do BIOS 10, 109, 110
RJ45 36
ROM 6, 9, 41, 56, 59, 60, 72, 73, 78, 102

S
SATA 5, 6, 7, 9, 10, 39, 44, 69, 70, 86, 98, 99, 101, 105
Sequência de boot 7, 106, 107
Serial 44, 48, 51, 53, 69
Setup 39, 40, 41, 42, 102, 109
System Memory 103

T
Teclado 26, 35, 36, 41, 48, 51, 52, 53, 101, 104
Tecnologia RAID 10, 71
Tipos de RAID 71
Transistores 18, 26, 31, 32, 33, 34, 82
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

Selma Kovalski
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional

Beth Schirmer
Coordenação do Núcleo de Desenvolvimento

Maristela de Lourdes Alves


Coordenação do Projeto

Fábian Luiz Mendonça Souza


Renato Kern Gomes
Vitor de Oliveira Marinony Fernandes
Elaboração

Rodrigo Willemann
Revisão Técnica

Luciana Effting
CRB14/937
Ficha Catalográfica

FabriCO

Design Educacional
Revisão Ortográfica, Gramatical e Normativa
Ilustrações
Tratamento de Imagens
Diagramação
i-Comunicação
Projeto Gráfico

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