Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

Projeto Integrador:
OBSERVAÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

NOMES COMPLETOS DOS ALUNOS E RAs

Adriana Moreira Muza 418105316


Hilton Soubhia Júnior 418203322
Joao Pedro Galvão 418202139
Patricia Caseiro Queirolo 418200279
José Ricardo dos Santos 418202173
Luana Nunes 2218108281
David Anderson Carlos de M Evangelista 420108587
Bruna Silva de Sena 918111236

4A – Vergueiro Noturno

A CRIANÇA DE 7 e 8 ANOS

Professor Orientador: Claudia Goto

São Paulo
2020
Capítulo 9 – Discussão

Lembrando que a quarta fase proposta por Erikson ressalta o ideal das três
primeiras fases serem superadas positivamente com a confiança, a autonomia e a
iniciativa. A criança F propõe algo curioso no inicio da atividade, ela pergunta se
poderia fazer o desenho de costas. Com isso se abre uma reflexão sobre a
autonomia, confiança e iniciativa dela, contudo, há uma dúvida especulativa:
primeiro a criança pergunta se pode fazer de costas, e vira de costas para a câmera.
Após a aplicadora explicar que precisava filmar, a criança explica novamente que na
verdade são as pessoas do desenho que estariam de costas, a criança queria saber
se poderia desenhar as pessoas de costas. A especulação é: será que a criança não
queria ser filmada? E após o posicionamento da aplicadora, por heteronomia, a
criança adaptou o argumento em prol da atividade? Esse nível de adaptação
também está disposto por Piaget na fase do operatório-concreto, onde a criança
assimila e acomoda a informação. Seguindo com a criança F, ao iniciar o desenho,
poucos segundos depois, a ponta do lápis quebra, e sua ação é ir em direção ao
apontador. Retornando ao que que Erikson trás sobre iniciativa, mas ao voltar a
desenhar, logo troca de lápis. Todo esse comportamento inicial pode ser direcionado
ao desequilíbrio de ter que desenhar sendo observado por uma câmera. A criança F
troca de lápis com frequência.
Na metade da atividade, a criança F pede para ir checar algo no computador,
aparentemente a criança precisa ver alguma imagem e utilizar como referência para
o seu desenho. Isso se traduz para Piaget como assimilação e acomodação.
O comportamento oposto à diligência, da criança F, propõe a inferioridade,
segundo Erikson. É observável uma cobrança maior sobre a qualidade do desenho,
logo a criança busca outras alternativas, para além da proposta inicial,
argumentando ser impossível desenhar sem referências (olhar o computador). Numa
continuação do vídeo, ela pergunta se poderia desligar um pouquinho a câmera, a
aplicadora repete que não poderia e, por heteronomia, ela apenas segue a atividade.
Houve uma preocupação ao final dessa atividade em estar sendo filmado,
onde a criança explica o desenho, porém fala uma informação errada, e assim pede
para cortar o vídeo. Resgatamos a desconfiança, vergonha e dúvida de Erikson.
No último desenho, segunda atividade, houve uma dinâmica mais assertiva
sobre a proposta. Piaget diria que houve uma acomodação e equilibração.
Promovendo mais confiança e autonomia para a criança, conforme prevê Erikson.
Buscando, inclusive, no final da gravação, se posicionar de frente para a câmera,
mostrando seu rosto, para explicar o que era o segundo desenho.
Com a criança K, no primeiro exercício, foi desenhado apenas três pessoas. E
quando a aplicadora pergunta para a criança sobre o que foi pedido – desenhar a
você mais três pessoas – a criança faz um cálculo mental e responde: “mas aí
seriam quatro”, logo temos uma conservação, segundo Piaget, manifestado por
cálculos mentais. O interessante foi a surpresa inicial da criança, causando o
desequilíbrio, conforme Piaget prevê. E logo em seguida a criança já sugere
desenhar o “Biel no colo do papai”, manifestando iniciativa, mostrando também a
superação da terceira fase de Erikson.
Diferente da criança F, não há incômodo frente à câmera para a criança K.
Isso sugere a superação dos eixos: confiança vs desconfiança; autonomia vs
vergonha e dúvida. Outras duas fases propostas por Erikson, onde compõe
importância para a fase atual da criança (diligência vs inferioridade).
Entretanto, no segundo exercício, ao a aplicadora explicar a atividade,
dizendo para a criança K desenhar algo que aprendeu, a criança sussurra: “mas eu
esqueci de tudo”. Demonstrando a variação comportamental frente aos conceitos
teóricos. Nesse momento poderia ter manifestado o oposto de diligência, ou até
mesmo o oposto de iniciativa que no caso provocaria culpa, conforme teoria de
Erikson.
Correlacionando as fases do Erikson com o desenvolvimento cognitivo
proposto por Piaget, no inicio da segunda atividade, com a criança K. Ela se fixa na
construção da ideia sobre o que desenhar, aguçando o modo como ela constrói seus
pensamentos. Contudo, na perspectiva de Erikson, isso poderia ser visto como uma
parcial oposição à diligência.
Em contraponto, a criança demonstra muita autonomia e confiança ao
cumprimentar “o moço que está assistindo” ao se comunicar com a câmera. Acena e
logo em seguida continua seu desenho. Quando inicia o desenho, o foco no
resultado é amplificado, e rapidamente a criança K finaliza, pois ocorre adaptação,
acomodação e equilibração sob a proposta. Em composição com o que Erikson
propõe, há diligência.
A criança K relata sobre o desenho, dizendo ter desenhado ele aprendendo a
empinar pipa. Confirmando que foi algo já aprendido. Finalizando as atividades.
Foi observado que as crianças K e F sempre tinham uma preocupação com a
escolha do lápis, trocando por diversas vezes as cores, mesmo não utilizando uma
opção por um tempo razoável. Por si só havia uma necessidade de classificar as
cores conforme a realidade do desenho. Isso se traduz como capacidade de
classificação.
Nos desenhos, conseguimos identificar a capacidade das crianças em
distinguir o tamanho das coisas e organiza-las de acordo com uma sequência lógica.
Criando espaço e qualificação para cada informação desenhada. Como um
exemplo, temos o primeiro desenho da criança F, onde ela separa seus colegas
numa distância equilibrada entre eles e todos no mesmo tamanho (altura),
traduzindo a subjetividade de serem pessoas do mesmo tamanho, que no caso são
crianças, seus colegas.
Nessa interpretação podemos inferir sobre seriação, onde as crianças F e K
distribuíram os desenhos conforme suas capacidades cognitivas de compreensão da
realidade.
Ao entrevistar os pais das crianças também tivemos relatos de seriação e
classificação, onde a absorção das diretrizes pela criança foi pontuada. Ou seja, o
modo como elas entenderam as atividades propostas e a diferença entre o primeiro
e o segundo desenho.
A criança F precisou de mais explicações para compreender as atividades em
comparação com a criança K. O modo de seriar e classificar as diretrizes das
atividades, para assimilar e acomodar, possuiu dinâmica diferentes entre as
crianças.
Podemos então relacionar todas as sugestões teóricas com as atividades
propostas.

Você também pode gostar