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Integrantes do grupo:
André Kupfer IB nº 5
André Zomer Sica IB nº 6
Beatriz Schor IB nº 7
Gabriel Rosa IB nº 19
Gabriela Dória IB nº 20
Heitor Sousa IB nº 22
Luiza Gondim IB nº 30
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Texto final:
A realização do projeto em questão contou com uma divisão de responsabilidades e tarefas entre os
integrantes do grupo. Um parágrafo ao fim do texto explica as contribuições de cada estudante.
Parte I: da Caracterização
Unidade de Conservação é a denominação fornecida pelo SNUC, instituído por lei em julho do ano
de 2000, aos espaços territoriais e marinhos cujos recursos e atributos naturais são de singular relevância
para preservação, conservação e uso sustentável. A partir das ideias e conceitos de prestigiados geógrafos,
pode-se entender que a criação desse sistema, que preza pelo direito de todos a um meio ambiente
equilibrado, implica numa parcela de responsabilidade permanente, tanto por parte dos altos escalões do
governo, quanto por parte dos mais simples cidadãos, na utilização não-predatória da herança da paisagem
terrestre (professor Aziz Ab´Sáber), formada por uma série de processos de ordem natural e cultural. Assim,
considera-se dever da sociedade fazer uso racional dos recursos da natureza, produzindo espaços geográficos
(professor Milton Santos) de modo a compreender a sua finitude e a garantir que as gerações futuras tenham
acesso a eles no território. Logo, as UCs desempenham importante papel para salvaguardar a diversidade
biológica.
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A partir desse parágrafo, será tratada a
caracterização dos fatores bióticos e abióticos da
FEENA (classificação que contempla os aspectos
físicos e biológicos, conforme requisitado na proposta
de trabalho). Um dos tópicos analisados na
caracterização abiótica é o clima. Conforme os
elementos climáticos apresentados no climograma
(Figura IV), oriundo de um estudo do balanço
climatológico e hídrico da região num período de 40
anos, percebe-se que a temperatura média anual é de
Figura IV. Climograma da FEENA: normais 20,6 °C, sendo possível a distinção de um período mais
climatológicas para chuva e precipitação no quente (de setembro a abril) e de um período cujas
período de 1954 a 1977 temperaturas são mais amenas (de maio a agosto). Os meses
mais frios são julho e agosto. Ademais, a precipitação anual é de 1534 mm, diferenciando-se um período
mais seco (de abril a setembro) e um período mais chuvoso (de outubro a março). Tal regime de chuvas é
influenciado pela mTa e pela mEc, ambas massas de ar úmidas. As temperaturas mais elevadas no verão
causam ascensão de ar quente e úmido, que também se transforma em chuvas. No inverno, age a mPa na
determinação de temperaturas mais baixas. Por fim, outro importante fator climático envolvido é o relevo de
cuestas 1 (da serra de Analândia), responsável por barrar massas carregas de umidade, ocasionando chuvas
orográficas.
A classificação climática, de acordo com o sistema de Köppen-Geiger, implica em dois tipos de
clima na extensão da FEENA: o mesotérmico (com temperatura média do mês mais frio entre –3 oC e 18
oC), característico da zona temperada do hemisfério Sul, em áreas latitudes médias baixas e o tropical de
altitude (com inverno seco e temperatura média do mês mais quente superior a 22 o C).
Além disso, a Unidade de Conservação está localizada no compartimento de relevo do estado de São
Paulo denominado Depressão Periférica Paulista. Tal unidade geomorfológica se localiza entre o Planalto
Atlântico, formação de gênese cristalina, a leste e o Relevo de Cuestas, o qual já foi tratado na
caracterização climática. É uma zona de fraqueza estrutural formada do contato entre as rochas sedimentares
vinculadas à Bacia Sedimentar do Paraná, e pré-cambrianas (escudos cristalinos), associadas ao Planalto
Atlântico. Vale ressaltar que a região sedimentar é formada da progradação da Bacia do Paraná. A figura V
facilita a compreensão desse cenário geomorfológico.
Quanto à hidrografia, a Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade está inserida na bacia
hidrográfica do rio Corumbataí. Mais precisamente, na sub-bacia do Ribeirão Claro, que possui uma área de
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aproximadamente 270 km2. A densidade de drenagem dessa bacia é grande no seu alto curso, onde se
verifica a existência de relevo com mais declividades e, consequentemente, maior escoamento superficial.
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Forma caracterizada pela existência de altas e extensas escarpas estruturais, bem como a ação das águas
oriundas de canais que escavaram uma grande depressão relativa. (AB’ SÁBER, 1956)
Cortando a UC em sentido norte-sul tem-se o Ribeirão Claro, que deságua no rio Corumbataí,
importante manancial de abastecimento urbano que representa aproximadamente 20% do abastecimento de
água da cidade de Rio Claro. Entretanto, ele representa um motivo de preocupação devido às cargas
poluidoras que recebe em seu trajeto, principalmente esgotos domésticos e dejetos industriais oriundos das
cidades de Analândia, Corumbataí, Rio Claro e Piracicaba. O uso de fertilizantes e agrotóxicos nas
monoculturas, o manejo inadequado do solo e os desmatamentos constantes das matas ciliares das
cabeceiras do rio (causadores de um intenso processo de assoreamento, já que a susceptibilidade erosiva da
região aumenta) também acarretam impactos nesses ecossistemas aquáticos.
No tocante aos elementos vivos (fatores bióticos) da FEENA, sublinha-se o fato de que, embora
localizada na faixa da vegetação da Floresta Estacional Semi Decidual, nos relatos de Edmundo Navarro de
Andrade e nos arquivos técnicos da Companhia (Martini, 2004) pouquíssimas menções são feitas às
composições das áreas de vegetação nativa. A Floresta, atualmente, conta com, praticamente, apenas áreas
cultivadas com espécies exóticas de Eucalyptus, de ocorrência natural na Austrália, Indonésia e ilhas
adjacentes (como já descrito na página quatro). Ainda assim, nas últimas décadas, trabalhos de amostragem,
identificação e quantificação da sucessão ecológica da vegetação têm sido desenvolvidos. A tentativa de
compreensão dos componentes arbóreos nativos passa pelo estudo da formação de sub-bosques nos talhões
mais antigos, ou por regeneração, infestação ou chuva de sementes de áreas florestadas vizinhas.
A caracterização da fauna passa pelo entendimento de que as formações vegetais nativas da região da
FEENA (e do biomas tropicais, em geral) sofreram, durante os últimos séculos, um processo intenso de
degradação – resultante da ocupação humana e da exploração econômica (vale o paralelo com um tópico
estudado no curso de Geografia: o “desejo” humano, dentro da lógica sociocultural capitalista, é infinito) –
restando poucas porções de mata. Os fragmentos remanescentes, nesse contexto, tornaram-se refúgios vitais
para as espécies animais silvestres. Na FEENA, a formação restrita pode ser classificada como de tamanho
médio a pequeno, oferecendo boas opções de refúgio para a mastofauna (composta por mamíferos que
podem ser aquáticos e terrestres). São propiciados, dentro dessa Unidade, vários microhábitats para
nidificação e abrigo dessas espécies, que, embora não sejam endêmicas, apontam para a necessidade urgente
de conservação dos ecossistemas brasileiros: e a forma mais segura e democrática para garantir a
manutenção desses patrimônios florestais é justamente o SNUC.
Por fim, apontam-se os recursos financeiros e as fontes de manutenção da Unidade de Conservação.
Todos esses recursos necessários à gestão da FEENA são solicitados mensalmente ao Instituto Florestal, por
meio de adiantamentos. Entretanto, tais liberações nem sempre atendem a todos os elementos de despesa.
Portanto, o desenvolvimento do manejo da Floresta e o planejamento das atividades de uso sustentável é
prejudicado. Os valores provenientes do Tesouro do Estado e do Fundo Especial de Despesa do Instituto
Florestal estão muito aquém das necessidades da manutenção real e dos programas desenvolvidos na
Unidade. A grande exceção à essa carência ocorreu no ano de 2002, época em que as necessidades da
Floresta foram atendidas, bem como os pedidos para aquisições e contratações. Nesse mesmo ano, foram
realizadas diversas atividades e manutenção e melhorias na região da UC, a exemplo da (o): reforma do
Solar Navarro de Andrade, Museu do Eucalipto, Auditório, Hospedaria, Sanitários/Fraldário, Capela
Santo Antônio dos Eucaliptos, recuperação de jardins, manutenção de áreas verdes e limpeza do lago.
Atualmente, as áreas administrativas e de pesquisa estão razoavelmente supridas, porém a grande deficiência
está nas áreas de uso público e operacional.
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Parte II: da Problematização (A UC escolhida pelo grupo cumpre, atualmente, a função ambiental para o qual
foi criada?)
A fim de que se elabore uma problematização da Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade,
serão explorados aspectos relativos à relação dos grupos sociais que vivem dentro ou no entorno da UC em
relação ao seu funcionamento. Os conceitos do professor Milton Santos fundamentarão uma reflexão crítica
entorno do seguinte caso, reportado pelo site do G1, no ano de 2019: “Famílias que vivem em área da
Floresta Estadual de Rio Claro são notificadas para deixar casas”. Trata-se de uma medida do governo do
Estado, que notificou nove das quinze famílias para deixarem suas moradias, após a Justiça conceder a
reintegração de posse do local ao governo do Estado. A proposta do grupo é utilizar conceitos geográficos e
trechos do Plano de Manejo para estudar essa situação, de maneira a compreender suas implicações para
ambas as esferas envolvidas e a responder o questionamento central da problematização.
O fluxograma que acompanha este texto (Figura V) é composto por ideias importantes para fazer
uma análise das áreas protegidas. Deve-se pensar que os elementos do espaço estabelecem um sistema de
objetos e um sistema de ações interdependentes, relacionados à gestão, à criação e ao uso das Unidades de
Conservação, na concepção de Milton Santos. Assim, ao serem instituídas pelo poder público, as UCs
estabelecem formas, conteúdos e informações novas no espaço geográfico em que se instalam. As ações de
manejo e monitoramento geram reações e estabelecem novos significados a ele, expondo distintos interesses
e valores atribuídos ao território (essa ideia é fundamental para o estudo da notícia que o grupo trouxe). Para
Milton Santos, “no princípio, tudo eram coisas, enquanto hoje tudo tende a ser objeto, já que as próprias
coisas, dádivas da natureza, quando utilizadas pelos homens a partir de um conjunto de intenções sociais,
passam, também, a ser objetos.” (p.65). É no espaço geográfico produzido pelos seres humanos (a partir da
transformação da natureza pelo trabalho, que se utiliza de técnicas e conhecimentos acumulados ao longo do
tempo) que as suas próprias relações sociais se articulam. E é justamente no conjunto indissociável de
sistemas de objetos e sistemas de ações que o espaço encontra a sua dinâmica e se transforma.
Dessa forma, buscando apresentar definições aos componentes do fluxograma, é possível entender
que, no contexto das Unidades de Conservação, “o sistema de objetos compreende a paisagem,
infraestrutura, limites e as vias de acesso”, e, conforme transcrito anteriormente, está relacionado a um
processo de “desnaturalização da natureza”, a partir do qual ela deixa de ser coisa, e recebe o seu valor, a
partir dos usos a ela atribuídos pelos atores sociais. Já o sistema de ações “se relaciona diretamente à gestão
e a governança dessas áreas, e engloba a legislação, ação do estado e de cada comunidade local, os conflitos,
as relações de poder e a governança”. Essa noção é liga a ideia de prática, pois a ação é um processo dotado
de um propósito (que vai de acordo com os interesses humanos no processo de produção do espaço
geográfico, determinando o destino do meio). O sistema de ações pode tanto “levar à criação de objetos
novos, quanto atuar sobre aqueles preexistentes” (SANTOS, 2006, p.39).
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Figura V. Gestão das Unidades de
Conservação como resultado das interações
entre sistema de objetos e sistema de ações
Conclusão do trabalho
Dicotomia ser humano e natureza, espacialidades, sistema socioambiental
Curso do 1º semestre de Geografia (escolha da problematização) – embora muitos aspectos tenham
aparecido no texto da caracterização
Dicotomia sciedade e neio ambiente
Caracterizações mais burocrática--- - ------ noções preponderantes da análise geográfica
Formação socioambiental
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Bibliografia (links)
https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/planos-de-manejo/planos-de-
manejo-planos-concluidos/plano-de-manejo-fe-edmundo-navarro-de-andrade/ (BASE PRINCIPAL)
https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/27099-o-que-sao-unidades-de-conservacao/
https://www.icmbio.gov.br/educacaoambiental/politicas/snuc.html
https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/institutoflorestal/areas-protegidas/florestas-estaduais/
https://www.mma.gov.br/areas-protegidas/unidades-de-conservacao/sistema-nacional-de-ucs-snuc.html
https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/113/edicao-1/desapropriacao---aspectos-gerais
https://www.sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Default.aspx?idPagina=13499
http://educorumbatai.blogspot.com/2010/10/
https://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/unico-museu-brasileiro-dedicado-ao-eucalipto-
completa-103-anos/
NOTÍCIA DA PROBLEMATIZAÇÃO COM VÍDEO DOS ENTREVISTADOS:
https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2019/04/01/familias-que-vivem-em-area-da-floresta-
estadual-de-rio-claro-sao-notificadas-para-deixar-casas.ghtml
file:///C:/Users/Andre/Downloads/1286-Texto%20do%20artigo-3423-1-10-20130801.pdf -
(TRECHINHOS EM ASPAS DA PROBLEMATIZAÇÃO)
http://files.leadt-ufal.webnode.com.br/200000026
4d5134e4ca/Milton_Santos_A_Natureza_do_Espaco.pdf
Registros no Caderno de Geografia ao longo do ano; Texto: Potencialidades Paisagísticas Brasileiras
(Aziz Ab´Sáber).
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