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CDU 37.091
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
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Conselho de professores e
acompanhamento colegiado dos alunos
Da classe aos ciclos
Danielle Bonneton
Université de Genève
O
ofício de professor inscreve-se hoje mediante novas práticas pedagógicas. Exa-
em uma relação nebulosa com a clas- minaremos mais particularmente um dispo-
se, visto que se transformou-se em sitivo de acompanhamento colegiado dos
uma redefinição mais coletiva do trabalho e alunos para ilustrar, com um caso específico
da responsabilidade pelos alunos. Essa nova extraído da escola genebrina, os interesses e
forma escolar, trazida pelas inovações e re- as dificuldades que constituem obstáculos a
novações dos sistemas escolares, assim como superar. Trata-se assim, no âmbito desta
pelas formações iniciais e continuadas dos contribuição, de inscrever-se em uma epis-
professores, obriga a equipe docente a cons- temologia da prática e dos mecanismos de
truir uma cultura comum e a organizar, em transformação do habitus profissional, sa-
parte coletivamente, um trabalho até então bendo que essas transformações não se ope-
concebido e realizado individualmente. ram porque são decretadas, mas porque as
Este último é objeto de prescrições que práticas se reconstroem em profundidade
merecem ser examinadas na medida em que ou porque resistem a se transformar.
esse trabalho prescrito diz respeito não só
aos professores, mas igualmente às suas rela-
ções complexas com o trabalho real. Em um O trabalho doente:
primeiro momento, falaremos das evoluções prática reflexiva, práxis,
do ofício de professor por meio dos paradig- competências, habitus
mas da formação, do trabalho, da cultura e
da sistêmica da sala de aula, e, em seguida, É interessante observar atualmente, con-
discutiremos a passagem entre classe e ciclos siderando as pesquisas sobre a formação,
178 Monica Gather Thurler e Olivier Maulini
* N. de R.T.: Conativo: aquilo que, em uma mensagem linguística, está destinado a produzir um certo efeito sobre o receptor.
A organização do trabalho escolar 179
esse trabalho. Elas nos incitam a examinar o siste, de um lado, em gerir sistemas de inte-
trabalho docente, como qualquer outro tra- rações, grupos e subgrupos de trabalho, as-
balho, na dimensão ergonômica e procedi- sim como dinâmicas sempre mutáveis e con-
mental, nas disparidades entre o trabalho tinuamente recompostas (Fijalkow e Nault,
prescrito e o efetivo (Clot, 1999; Jobert, 2002). Hoje se conhece melhor esse traba-
1993, 1999), enfim, na função psicológica e lho no cotidiano, sua estratificação, divisão,
nos afetos que mobiliza: sofrimento, tédio ritualização, as tramas de interações e os ti-
ou criatividade, no significado para o sujei- pos de ações (Tardif e Lessard, 1999). De
to, seu envolvimento e sua subjetividade, na outro lado, consiste em criar condições para
verbalização das ações efetuadas, em suas aprender, em organizar dispositivos didáti-
apreciações e na avaliação que é feita dele. cos, em articular espaços-tempos de forma-
Portanto, para abordar o trabalho do profes- ção às temporalidades do desenvolvimento-
sor, é preciso compreender o que é esse traba- aprendizagem dos alunos, em regular as
lho e a sua dinâmica, o que são seus compo- aprendizagens e as interações, em avaliar as
nentes cognitivos e seus desafios. É preciso situações e os estudantes.
compreender também em que medida esse Se a classe está relacionada ao “íntimo”,
trabalho representa antes de tudo uma ativi- é porque o investimento simbólico, subjeti-
dade planejada, previsível, que se desdobra no vo e efetivo é forte e porque a invisibilidade
tempo e que visa à concepção de dispositivos. das práticas ali é dupla. E isto devido, prin-
A distância entre o trabalho tal como é forma- cipalmente, ao fato de que os próprios pro-
lizado, prescrito ou mesmo representado e o fissionais têm às vezes dificuldade de expli-
trabalho efetivamente realizado diante das citar seu trabalho, dado que atuam de um
imposições da situação é constitutiva do tra- modo implícito, cultural e situado. Esse tra-
balho docente; assim como o necessário jogo balho passa por alguns gestos profissionais,
de inteligência mobilizado em sua execução, microdecisões, mais intuitivamente elabo-
estratégia ou manobra, para fazer frente àqui- radas do que explicitamente organizadas.
lo que não é dado na organização do trabalho Cada professor gerencia as interações peda-
prescrito: a experiência do prático adquire gógicas e didáticas de maneira relativamen-
aqui toda sua dimensão e nobreza. te singular em função de seu sistema de va-
lores, seus interesses, sua relação com o
mundo e com o saber, de sua cultura pes-
Da intimidade da sala de aula soal e profissional. Essas dimensões terão
ao trabalho coletivo nos influências sobre seu modo de tratar as di-
ciclos de aprendizagem ferenças entre os alunos e sobre sua postura
profissional. O trabalho em classe é institu-
Desde as pesquisas dos primeiros et- ído, portanto, sobre um fundo de cultura e
nólogos americanos e das pesquisas subse- de valores, os dos professores e de sua co-
quentes sobre os processos de ensino, foi-se munidade. A classe como grupo humano e
abrindo progressivamente a caixa preta da lugar de socialização (Vasquez-Bronfman e
sala de aula. Se a classe é o local de trabalho Martinez, 1996) continua sendo um grupo
do professor, ela conserva um caráter priva- de base com um estatuto antropologica-
do, e o trabalho ali desenvolve-se, geral- mente fundado, no sentido de que se refere
mente, atrás de uma porta fechada. Ele con- a um grupo de pertencimento e a um grupo
180 Monica Gather Thurler e Olivier Maulini
“medindo” sua pertinência de acordo com cas de aprendizagem, com as biografias dos
as situações e articulando-os conforme as atores envolvidos (Huberman, 1989), com
necessidades do momento: o trabalho cole- as condições a serem criadas para o apren-
tivo, cuja função de coesão parece prevale- der. A organização do trabalho resulta, por-
cer sobre as lógicas de aprendizagem, o tra- tanto, de um procedimento coletivo que não
balho de grupo e as interações quando da pode se contentar simplesmente em fazer a
estruturação das aprendizagens, as relações soma de atividades justapostas, mas exige, ao
simétricas que elas asseguram e os limites contrário, a construção de atividades diante
que colocam, os grupos multietários, o tu- de novos objetivos e finalidades devidamen-
torado. Geralmente, um plano de trabalho te negociados e explorados. A cooperação
semanal complementa uma gestão mais in- profissional requerida para a organização co-
dividualizada das aprendizagens. letiva do trabalho é, assim, condição e vetor
Como se vê, tal organização do trabalho, de desenvolvimento profissional e de inova-
quando pensada coletivamente, permite criar ção no estabelecimento (Gather Thurler, 2000):
dispositivos variados, oferecendo aos alunos o trabalho do professor torna-se objeto de
muitas oportunidades de serem confrontados questionamentos, certamente legítimos na
com diferentes modalidades de aprendiza- medida em que as práticas profissionais de-
gem. O desafio reside menos na construção vem prestar contas, mas violentos, às vezes,
desses dispositivos do que na maneira como na ingenuidade das abordagens e das pres-
eles são planejados ao sabor da evolução do crições que os legitimam.
ciclo, em função de objetivos que se desdo-
bram no tempo. A gestão complexa dos parâ-
metros – pertinência, recorrência, permanên- O conselho de professores:
cia ou ruptura – é um verdadeiro desafio en- questões em torno de um
frentado pelas escolas que tentam inovar nesse conceito e mal-entendidos em
sentido. Cada um desses dispositivos tem sua torno de um dispositivo
especificidade, seu interesse e seus limites, que
devem ser analisados com rigor para que se A interpretação das prescrições e das
possa fazer as escolhas adequadas. questões de formação dos alunos decorre
O desafio reside, para os professores, de uma negociação entre adultos que não
em chegar a uma definição comum e com- deixa de “visibilizar” solidariedades ou con-
partilhada do sentido e da pertinência dos flitos, ideologias e epistemologias. De fato, a
dispositivos adotados, partindo de concep- decodificação do trabalho tal como é exigi-
ções da aprendizagem, de uma inventivida- do nem sempre é fácil: as prescrições, as cir-
de didática e de uma experiência profissio- culares, as novas metodologias e suas apre-
nal que nem sempre serão unanimidade sentações são geralmente normativas, e os
dentro das equipes. A dificuldade da orga- discursos dos superiores, dos formadores
nização do trabalho escolar é dupla no sen- ou dos colegas são polifônicos. Enquanto as
tido de que remete ao mesmo tempo à orga- injunções institucionais, incisivas e recor-
nização do trabalho dos alunos e à organi- rentes em muitos casos geralmente não di-
zação do trabalho dos professores entre eles. zem nada sobre as questões em jogo e as
Esse isomorfismo é específico à profissão, implicações sobre as práticas, os atores, de
sobretudo porque diz respeito à relação fato, não param de se indagar quanto ao seu
com o saber, com as teorias e com as práti- sentido e às condições de sua aplicação.
182 Monica Gather Thurler e Olivier Maulini
Vamos falar de nossas observações de são “de informações úteis a toda ação peda-
campo por ocasião do acompanhamento de gógica”. Ela comunica também a obrigação
uma escola que dedicou o tempo de forma- de “que um procedimento de notificação ao
ção em estabelecimento para analisar e regu- inspetor(a) seja respeitado em todas as esco-
lar seu dispositivo de conselho de professores las”, lembrando “o segredo de função e o de-
e o acompanhamento colegiado dos alunos. ver de discrição”. Em seguida, a circular de-
As análises que seguem referem-se a uma termina aos professores que se reúnam “uma
prescrição precisa, às interpretações poten- vez por trimestre” para examinar juntos te-
ciais suscitadas, às questões colocadas aos mas propostos, como: “a progressão de seus
professores e o que estes deveriam levar em alunos, as crianças em dificuldade, a coerên-
conta para organizar seu trabalho, além da cia de suas práticas”. É indicado, ainda, que a
natureza dos dispositivos que adotam. Elas composição de grupos de professores do
indicam alguns elementos de discussão em conselho de professores “seja discutida com
torno de questões de decisão e de poder: po- o inspetor(a)”. Além disso, refere-se à con-
der prescritivo da instituição e poder de de- servação “e ao acesso às observações”, que
cisão das equipes de professores, em ligação devem, porém, ser “submetidas ao sigilo dos
com seu empoderamento – fictício ou real. dados e, portanto, legalmente protegidas”. A
circular recorda, a propósito disso, as res-
ponsabilidades dos diversos atores, mas sem
Uma circular para formalizar o trabalho identificá-los claramente. Segue uma descri-
ção das “dificuldades que uma criança pode
No quadro da generalização de sua re- encontrar” e a sugestão de envolver os diver-
forma do ensino primário, o sistema escolar sos atores em questão: pais, colaboradores
genebrino decidiu, em 2000, implantar em to- do Estado (enfermeira, proteção da juventu-
das as escolas dispositivos diversos de acom- de, serviço médico-pedagógico, etc.) e, even-
panhamento colegiado, a fim de assegurar um tualmente, um terapeuta privado.
comando inteligente e interativo dos percur- O dispositivo do conselho de professo-
sos individualizados dos alunos. Entre esses res diz o seguinte: no final do primeiro tri-
dispositivos, os conselhos de professores de- mestre, uma reunião “permite analisar o
veriam examinar a situação de alguns estu- conjunto do percurso dos alunos e discutir
dantes e adotar medidas de acompanhamento então estratégias de ensino e medidas educa-
eficazes, discutidas e negociadas. As passagens tivas, já adotadas ou a adotar, em favor deste
entre aspas na sequência reproduzem os ter- ou daquele aluno”, articulando-se desde o
mos exatos da circular oficial publicada por início a uma intervenção do inspetor, que
ocasião da introdução oficial dos conselhos de “dá sequência a uma gestão específica das si-
professores no início do ano letivo de 2004. tuações que lhe são submetidas”. Seguem-se
Essa circular, intitulada O acompanha- diretrizes sobre a notificação:
mento colegiado dos alunos (Le suivi collégial
A notificação leva em conta os seguintes ele-
des élèves, Direction de l’enseignement pri- mentos: problemas encontrados pelos alu-
maire, 2004) refere-se, logo de início, ao nos, procedimentos e estratégias adotados
“caderno de encargos dos professores” a fim pelo(a) professor(a) ou sugeridos pelos co-
de justificar e legitimar a necessidade “de legas consultados; descrição do que funcio-
contatos regulares com os outros profes nou ou não, estratégias propostas pelo(a)
sores(as)”, assim como a coleta e a transmis- professor(a) e, se for o caso, pelos colegas.
A organização do trabalho escolar 183
ações junto aos pais, colaboradores psico ou tivos de diferenciação potenciais, o que contri-
medicossociais. Trata-se aqui de uma medida buiria mais para aumentar a eficácia do ensi-
de diferenciação real, de articulação, de dele- no-aprendizagem nos ciclos de aprendizagem.
gação? As interpretações são abertas, pois as A implantação do acompanhamento in-
injunções designam, sobretudo, as possíveis dividual dos alunos tal como se propõe na cir-
colaborações, sem aprofundar a ideia de que a cular revela-se pouco eficaz, pois, em grande
solução poderia residir no desenvolvimento parte, a interpretação estrita das prescrições
de dispositivos pedagógicos alternativos, que escritas ou orais tende a produzir medidas de
levassem em conta a heterogeneidade dos controle principalmente remediativas. Os pro-
percursos de formação de todo o grupo de fessores se privam assim, em alguma medida,
alunos. A prescrição restringe-se, ao contrá- da possibilidade que lhes é oferecida de ques-
rio, às crianças declaradas em dificuldade, ao tionar suas práticas, aproveitando as observa-
tratamento de seus casos particulares, a medi- ções formativas das crianças para identificar
das e contatos a realizar em relação a eles. Se- melhor novas alavancas de aprendizagem e
gue-se uma exposição sobre o estatuto, a fun- criando dispositivos de entendimento, de re-
ção e a confidencialidade da documentação gulação e de trabalho que possibilitem estabe-
no quadro do acompanhamento da progres- lecer novos contratos didáticos, pedagógicos e
são, que é examinado em seguida. sociais. No pior dos casos, os conselhos de
Conceitualmente, ao contrário, do que se professores podem, inclusive, concorrer para
poderia esperar, entende-se que essa circular produzir resultados diametralmente opostos
deveria ter abordado a questão do diagnóstico àqueles visados, para fabricar, por mecanis-
e do tratamento das dificuldades de aprendi- mos às vezes tão ingênuos quanto sutis e per-
zagem, propondo modalidades de diferencia- versos, o fracasso e a exclusão. Nomear a
ção que remetessem prioritariamente à orga- crianças, notificar, prever os candidatos a uma
nização e ao planejamento coletivos de dispo- futura repetência ou a um encaminhamento
sitivos pedagógicos e do trabalho conjunto, para um especialista fazem parte desse tipo de
em vez de se contentar com a mera – e com- mecanismo.
plexa – incumbência de casos de alunos. Ob- Em uma perspectiva ampla, a intenção
viamente, não questionamos de modo ne- do acompanhamento colegiado é, sem dúvi-
nhum a legitimidade desse tipo de incumbên- da, louvável e respeitável, e os equilíbrios que
cia, pois é evidente a necessidade de acompa- ele poderia contribuir para restabelecer entre
nhamento de crianças em dificuldade, em so- diferenciação e remediação, sem dúvida, são
frimento psicológico ou social. Mas é preciso promissores. Ao mesmo tempo, é difícil para
admitir também que esse viés tem incidências uma instituição prescrever, inteligentemente,
sobre a organização do trabalho. Isto porque práticas que, de todo modo, gerarão sua par-
os professores, ao se comprometerem tão ex- te de interpretação e de aplicação. Torna-se
plicitamente a se concentrarem no acompa- tanto mais importante que um sistema esco-
nhamento das crianças em grande dificuldade lar assuma a visão global, prospectiva e sistê-
e na sua notificação, tendem a consagrar os mica que propõe, assim como o controle de
momentos reservados ao conselho de profes- sua aplicação. Uma entrada por dispositivos
sores apenas a esse aspecto de apoio indivi- como o conselho de professores é insuficien-
dual, cujo dispositivo logo se encontra, de fato te – tanto quanto a opção apenas pelo con-
e legitimamente, saturado. O resultado é que ceito do acompanhamento colegiado. Os
não sobra muito tempo para conceber disposi- dois devem ser articulados.
A organização do trabalho escolar 185
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