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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

ESCOLA DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

Introdução à Economia

TEXTO DE APOIO

Modulo 4. Empresas, Produção, Produtividade e Oferta

4.1 Tipologias das Empresas;


4.2 Produção, Produtividade e Custos:
 Noção de Produto Total, Medio e Marginal;
 Noção de Custos de Produção (Total, Médio e Marginal);
 Noção de Lucro;
 Eficiência empresarial económica;
4.3 Combinação de Factores de Produção : Função de Produção;
4.4 Oferta e seus determinantes;
4.5 Elasticidade da Oferta
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Teoria de Produção
Como é que os Produtores se comportam?
Como é que os Produtores tomam as suas decisões sobre a quantidade de produtos a produzir
para os consumidores e que factores de produção deve utilizar?

A Teoria de Produção é ou representa uma teorização do comportamento das empresas.

4.1 Tipologias das Empresas


Tipos de empresas classificados por vários critérios:

Os critérios mais comuns para o estabelecimento de uma tipologia de empresas, são:

 De acordo com o sector de actividade:


Sector de actividade primária: Também chamado extrativista, como o elemento
básico da atividade é obtido diretamente da natureza: agricultura, caça, pesca,
extracção de inertes, água, minerais, petróleo, energia eólica, etc .

Empresas do setor secundário ou industrial: Refere-se aqueles que realizam


alguma transformação da matéria-prima. Ele inclui actividades tão diversas como
a construção, óptica, madeira, têxteis, etc.

Empresas do Setor Terciário ou Serviços: Inclui empresas cujo principal


elemento é a capacidade humana de realizar trabalho físico ou intelectual. Ele
também inclui uma variedade de empresas, tais como transporte, bancos,
comércio, seguros, hotelaria, consultoria, educação, restaurantes, etc.

 De acordo com o Tamanho: Há diferentes critérios utilizados para determinar o


tamanho das empresas, como o número de empregados, tipo de indústria, a indústria, o
valor anual de vendas, etc. No entanto, e independentemente do critério utilizado, as
empresas são classificadas de acordo com o tamanho:

Grandes Empresas: Elas são caracterizadas por administrar o grande capital e


financiamento, geralmente têm suas próprias instalações, são as vendas de vários
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milhões de dólares, milhares de trabalhadores sindicalizados e ter confiança, ter
um sistema de administração e operação muito avançada e pode ficar
empréstimos e linhas de crédito com as principais instituições nacionais e
internacionais financeiras.

Médias Empresas: Nestes negócios envolvendo várias centenas e às vezes até


milhares, geralmente têm uma união há responsabilidades bem definidas e
funções, têm sistemas automatizados e procedimentos.

Pequenas Empresas: Em geral, as pequenas empresas são entidades separadas,


criada para ser rentável, não dominante na indústria a que pertencem, cujo volume
anual de vendas de títulos não exceda um determinado limite e o número de
pessoas que compõem não exceda um determinado limite.

Microempresa: Geralmente, os negócios e os bens são de propriedade privada,


sistemas de produção são praticamente artesanal, máquinas e equipamentos são
questões elementares e reduzida com a administração, produção, vendas e
finanças são elementares.

 De acordo com o capital: refere-se a capital seja detido por pessoas físicas, organizações
públicas ou ambos. Por outro, são classificados como:

Empresa Privada: A propriedade é propriedade privada de capital.

Empresa pública: é o tipo de empresa em que o capital pertence ao Estado, que


pode ser nacional, provincial ou municipal. Resulta da urgência de satisfazer as
necessidades colectivas. EX: Sector da Agua, Electricidade, Transporte e
Comunicação.

Joint Venture: Este é o tipo de empresa em que a propriedade do capital é


compartilhada entre o Estado e os indivíduos.

 Sob o Escopo: Esta classificação é importante quando você quer analisar possíveis
relações entre a empresa e sua política, econômica ou social. Assim, as empresas são
classificadas como:
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As empresas locais: as que operam em uma cidade ou município.

Empresas provinciais: aqueles que operam na área geográfica de uma província


ou estado de um país.

Empresas regionais: Aqueles cujas vendas envolvem várias províncias ou


regiões.

Empresas nacionais: Quando as vendas são feitas em praticamente todo o


território de um país ou nação.

Empresas Multinacionais: Quando suas atividades abrangem vários países e o


destino de seus recursos pode ser qualquer país.

 Dependendo do destino de benefícios: de acordo com o destino que a empresa decide


conceder benefícios económicos (superávit entre receitas e despesas) para obter, podem
ser classificados em dois grupos:

Empresas com lucro: obter ganhos financeiros para satisfazer a camada dos seus
acionistas, etc ...

Empresas sem fins lucrativos: com objectivo de beneficiar simplesmente a


Sociedade.

 De acordo com a forma jurídica: As leis de cada país regula as formas jurídicas que as
empresas podem tomar para desenvolver a sua actividade. A escolha da forma jurídica irá
determinar as atividades, obrigações, direitos e responsabilidades da empresa. A este
respeito, as empresas estão classificados em termos gerais, em:

Único: A pessoa operador ou proprietário, com capacidade legal para exercer o


comércio, ilimitado responde com todos os seus bens para as pessoas que possam
ser afetadas pelas ações da empresa.
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Parceria: Neste tipo de empresas de propriedade de mais de uma pessoa, os
parceiros também ilimitado responder com seu patrimônio, e não há participação
na conduta ou a gestão da empresa.

Cooperativas: Eles não têm fins lucrativos e são criados para atender as
necessidades e interesses sócio-econômicos da cooperativa, que também são os
trabalhadores e, em alguns casos, fornecedores e clientes da empresa.

Sociedades limitadas: Eles têm dois tipos de sócios: a) os grupos com a


característica de responsabilidade ilimitada e sócios cuja responsabilidade é
limitada ao aporte de capital feito.

Responsabilidade Limitada: Os proprietários destes parceiros as empresas têm o


caráter recurso de assumir a responsabilidade limitada, respondendo apenas pelo
capital ou bens que eles trazem para a empresa.

Corporation: Eles têm o caráter de responsabilidade limitada para os


contribuintes de capital, mas tem a opção de manter as portas abertas para
qualquer pessoa que deseje adquirir ações na empresa. Desta forma, estas
empresas podem fazer aumentos de capital, dentro das regras regulam [1] .

Tipos de Sociedades comerciais:

De acordo com Samuelson e Nordhaus, nas economias de mercado, há uma grande variedade de
organizações empresariais que vão desde pequenas empresas individualmente pertencentes a
grandes corporações que dominam a vida económica nas economias capitalistas.

Esta ampla variedade de organizações de negócios está dividida em linhas gerais nos seguintes
tipos de sociedades:

 Empresas de propriedade individual: Normalmente, este tipo de sociedade é constituída


pelo artesão, profissional ou comerciante que opera em seu escritório uma própria, uma
loja ou uma loja, mas agora também deve considerar os milhões de teletrabalhadores ou
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empreendedores de internet que começaram um negócio e manter a rede ou prestação de
serviços por ela.

A firma individual tem uma desvantagem, incapazes de estender geralmente além de um


certo limite, que depende de uma pessoa, se ele morrer, idoso ou doente, a empresa pode
desaparecer, mesmo se a sua continuação teria sido tão benéfico para a comunidade ou
seus servidores.

 Sociedades em nome colectivo: são as chamadas sociedades de responsabilidade


ilimitada, por os sócios poderem responderem pessoalmente com todo o seu património
pelas dívidas da sociedade, depois de esgotado o património desta.

 Sociedades por quotas: são de longe, o tipo societário mais utilizado na prática por
corresponder à estrutura típica da pequena e média empresa. A sua característica
principal é a elasticidade do regime jurídico constituído por grande número de
disposições supletivas, que podem ser afastadas pelos estatutos, ajustando a sociedade às
necessidades concretas de cada empresa, nomeadamente aproximando-a das sociedades
de pessoa dificultando ou mesmo impedindo a transmissão das quotas ou optando por um
modelo mais próximo das sociedades de capitais com livre transmissibilidade das quotas.
Os sócios respondem só até a quota subscrita na capital social.

 Sociedades anónimas: são o tipo característico da empresa de maior dimensão. Os


accionistas respondem apenas pela realização das acções de que são titulares, ou seja são
sociedades limitadas, o que quer dizer que os sócios respondem de forma limitada face as
obrigações das empresas.

d) Sociedades em comandita: são sócios comanditados, respondem por forma ilimitada


com relação as obrigações das empresas.
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2.2. Produção, Produtividade e Custos:

Conceito de Produção - actividade humana que combina factores de produção para gerar Bens
e serviços. Economicamente, produção é a atividade da combinação dos factores de produção
que têm como finalidade satisfazer as necessidades do ser humano.
Nesse processo de combinação de factores de produção intervêm o elemento importante que é a
tecnologia .

Conceito de Tecnologia de Produção - modo como são combinados os factores de produção


para gerar produtos e/ou serviços.

Problemas comuns em diferentes tipos de sistemas econômicos incluem:

 quais bens produzir e em que quantidades (consumo ou investimento, bens privados ou


bens públicos, etc.)
 como produzi-los (energia nuclear ou carvão, quais e que tipos de máquinas, quem
trabalha a terra e quem ensina, etc.)
 para quem produzi-los, refletindo a distribuição de renda e da produção.

 Função de Produção

Função de produção é a relação entre a quantidade física de fatores de produção e a quantidade


física do produto, em determinado período de tempo. Isto é: Quantidade de produto = f
(quantidade de fatores de produção). Ou seja: q = f (L, K, T, Mp)
Onde:
• q = quantidade produzida/tempo;
• L = Trabalho/tempo;
• K = capital físico/tempo;
• Mp = matérias-primas/tempo; e
• T = área utilizada/tempo.
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A função de produção supõe que foi atendida a eficiência técnica. Ou seja, representa a máxima
produção possível, com a mão-de-obra, capital e tecnologia utilizados. É importante destacar
que, o conceito de função de produção é diferente do conceito de função de oferta. A função de
oferta é um conceito econômico, pois relaciona a produção com os preços dos fatores de
produção (custos); ao passo que a função de produção é um conceito mais físico ou tecnológico,
haja vista que, se refere à relação entre quantidades físicas de produto e fatores de produção.

 Produtividade

É basicamente definida como a relação entre a produção e os factores de produção utilizados. A


produção é definida como os bens produzidos(quantidade de produtos produzidos). Os factores
de produção são definidos como sejam pessoas, máquinas, materiais e outros. Quanto maior for a
relação entre a quantidade produzida por factores utilizados maior é a produtividade.

A produtividade é muitas vezes medida por trabalhador mas em muitas situações onde os custos
com pessoas são uma percentagem reduzida dos custos totais têm que se ter em conta os outros
factores necessários para produzir os resultados pretendidos. O grau de produtividade de um
agente econômico (pessoa, empresa, país, etc.) é, regra geral, um dos melhores indicadores para
a medição do nível de eficiência e eficácia do mesmo.

No ambiente agronômico ou agrícola, produtividade é definida como a quantidade de produção


por unidade de área. Exemplo kg/ha = kilogramas por hectare.
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Produtividade total dos factores

A produtividade total dos factores (PTF) é a quantidade de produto que se obtêm com uma
unidade ponderada de todos os factores de produção.

PTF = Y / (aK + bL)

sendo:

 Y o produto;
 K o factor capital;
 L o factor trabalho;
 a e b são os ponderadores dos respectivos factores.

Progresso tecnológico - O aumento da produtividade total dos factores (PTF) ao longo do tempo
é designado por progresso tecnológico.

Fatores de Produção Fixos e Variáveis no Curto e Longo Prazo


Fatores de produção fixos são aqueles que permanecem inalterados, quando a produção varia;
enquanto que os fatores de produção variáveis se alteram, com a variação da quantidade
produzida. Do ponto de vista econômico, capital físico e as instalações da empresa são exemplos
de fatores de produção fixo; enquanto que mão-de-obra e matérias-primas são exemplos de
fatores de produção variáveis. Por outro lado, curto prazo é o período no qual existe pelo menos
um fator de produção fixo; ao passo que longo prazo é o período no qual todos os fatores de
produção sofrem variação.

Nível de Produção com Fator Variável e Fixo: Análise de Curto Prazo


Simplificadamente, suponha uma função de produção apenas com dois fatores de produção:
Trabalho (variável) e capital (fixo). Assim, a função de produção é igual a: q = f(L,K) Como K é
no curto prazo, o fator de produção fixo ou constante, então a função de produção se resume em:
q = f(L) Nesse sentido, pode-se inferir que o nível de produto varia apenas em função de
modificações no fator de produção mão-de-obra, ceteris paribus.
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Produto Total, Produtividade Média e Produtividade Marginal

a) Produto Total (PT): corresponde à quantidade total produzida, em determinado período de


tempo. Ou seja: PT = q

b) Produtividade Média (PMe) : é a relação entre o nível do produto e a quantidade do fator de


produção, em determinado período de tempo. Assim, para cada um dos fatores de produção, tem-
se as seguintes Produtividades Médias:

Produtividade Média da Mão-de-obra: (é o produto por trabalhador)


PMe = PT/L
L

Produtividade Média do Capital


PMe = PT/K
K
c) Produtividade Marginal (PMg): é a variação do produto, dada uma variação de uma unidade
na quantidade do fator de produção, em determinado período de tempo. Assim, para cada um dos
fatores de produção, tem-se as seguintes Produtividades Marginais:

Produtividade Marginal do Trabalho:

PMg =  PT/L = Q/L


L

Produtividade Marginal do Capital:


PMg =  PT/K = Q/K
K
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Suponhamos o seguinte exemplo:
K L PT PMe = PT/L PMg = PT/L
L L

10 0 0 - -
10 1 3 3 3
10 2 8 4 5
10 3 12 4 4
10 4 15 3.75 3
10 5 17 3.4 2
10 6 17 2.8 0
10 7 16 2.3 -1
10 8 13 1.6 -3

Nível de Produção a Longo Prazo


A análise da produção a longo prazo considera que todos os fatores de produção (mão-de-obra,
capital, instalações, matérias-primas) variam, não existindo desta forma fatores de produção
fixos.

Teoria dos Custos de Produção


A curto prazo alguns dos fatores de produção são fixos, independentemente do nível de
produção, tais como, a planta da empresa e os equipamentos de capital. Os custos de produção
são assim classificados:
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Custos Totais
a) Custo Variável Total (CVT): corresponde à parcela do custo que varia, quando a produção varia.
Em outras palavras, é a parcela dos custos da empresa que depende da quantidade produzida.
Exemplos: folha de pagamentos, despesas com matérias-primas, etc.. Ou seja: CVT = f(q)

b) Custo Fixo Total (CFT) : corresponde à parcela do custo que se mantém fixa, quando a
produção varia. Em outras palavras, são os gastos com fatores fixos de produção, como aluguéis,
depreciação, etc..Ou seja: CFT = constante

c) Custo Total (CT): corresponde a soma do custo variável total com o custo fixo total. Ou seja:
CT = CVT + CF

Custos Médios
Correspondem aos conceitos de custos por unidade de produção.

a) Custo Médio (CMe ou CTMe): corresponde ao custo por unidade produzida. Ou seja, é o
custo total dividido pela quantidade produzida. É também conhecido por Custo Unitário.
Ou seja: CMe = CT/Q

b) Custo Variável Médio (CVMe): corresponde ao custo variável total dividido pela quantidade
produzida.
Ou seja: CVMe = CVT/Q

c) Custo Fixo Médio (CFMe): corresponde ao custo fixo total dividido pela quantidade
produzida.
Ou seja:
CFMe = CFT/Q

Daí podemos inferir que: CTMe = CVMe + CFMe


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Custo Marginal
Corresponde às variações de custo, quando se altera a produção. O custo marginal (CMg) é o
custo de se produzir uma unidade adicional do produto.

Ou seja: CMg = CT/Q

Cabe observar que, como a ∆CFT = 0, então os custos marginais não são influenciados pelos
custos fixos, que são invariáveis a curto prazo.

Ou seja:

CMg = CVT/Q

OS CONCEITOS DE LUCRO

O que é o lucro?
Numa economia de livre iniciativa e de livre concorrência, o lucro é a parcela excedente das
receitas, depois de subtraídos os custos. É o lucro que remunera o capital investido num
empreendimento. Sem ele não existem empresas ou negócios.
Simples de entender, mas não tão simples de calcular ou decidir seu destino, para que o capital
investido possa ser remunerado e os negócios sejam continuados.
Existem dezenas de conceitos diferentes de lucro, todos corretos e válidos, conforme a ótica
observada e a finalidade desejada.

Lucro é o retorno positivo de um investimento feito por um indivíduo ou uma pessoa nos
negócios. Na economia, o termo lucro tem dois significados distintos, mas relacionados. O lucro
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normal representa o custo de oportunidade total (explícitos e implícitos) de uma empresa de um
empreendedor ou investidor, enquanto que o lucro econômico é, pelo menos na teoria
neoclássica, que domina a economia moderna, a diferença entre a receita total da empresa e
todos os custos, inclusive o lucro normal. Em ambos os casos o lucro econômico é o retorno a
um empresário ou um grupo de empresários. O lucro econômico é, portanto, o retorno ao
proprietário do capital social, dinheiro ou títulos investidos incialmente. Um conceito
relacionado, muitas vezes considerado como sinônimo em determinados contextos, é o de renda
económica - o lucro econômico pode ser considerado como a renda empresarial.

4.4. Oferta e seus determinantes

A oferta é definida como sendo as várias quantidades que os produtores estão dispostos e aptos a
oferecerem aos diferentes níveis de preços, num determinado período de tempo. Disposição
refere-se à vontade que os produtores têm de oferecerem seus produtos, enquanto que, a aptidão
refere-se à sua capacidade de produzir.

4.4.1 - Fatores Determinantes da Oferta

 Preço do bem (P): é o fator mais importante, o produtor estará disposto a oferecer mais
de seu produto, se o preço de mercado estiver elevado. Contrariamente, se o preço estiver
baixo, o produtor estará disposto a oferecer menos produto;

 Preço dos insumos : Além do preço, outro importante determinante da oferta são os
custos de produção. Quando os custos de produção baixam, torna-se mais lucrativo
produzir mais pelo que a oferta aumenta. Os principais factores que determinam os
custos de produção são os custos dos factores produtivos e a tecnologia: quanto maior
for o preço das matérias primas, da energia, dos equipamentos ou do trabalho, maior
serão os custos de produção; por outro lado, quanto melhor forem as técnicas de
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produção e os processos tecnológicos mais eficiente será a produção e, portanto,
menores serão os custos de produção;

 Nível tecnológico (T): inovações ou melhorias tecnológicas aumentam a produtividade e


a quantidade de bens produzida, reduzindo dessa forma os custos de produção, o que
elevariam as vendas;
 Condições climáticas favoráveis (CL): este fator é de natureza exógena para o produtor,
ou seja, o produtor não tem nenhum controle sobre as condições climáticas que podem
afetar a produção, principalmente em se tratando de produtos agrícolas;
 Impostos indiretos (II): são aqueles impostos que incidem no processo de produção e
comercialização, como por exemplo, o IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados e o
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. A política tributária
adotada pelo governo pode afetar a produção e a comercialização de bens e serviços;
 Subsídios (SB): correspondem ao total de recursos que o governo repassa ao setor
produtivo da economia, com o objetivo de reduzir os custos de produção. Existem várias
formas de subsídios, tais como: juros subsidiados, isenção fiscal, em espécie, etc.. A
política de subsídios a exemplo da política tributária, também pode afetar o sistema de
produção e comercialização de bens e serviços;
 Dimensão de mercado (DM): corresponde ao número de produtores de bens e serviços;
 suprimento de matérias-primas (SPM): maior ou menor suprimento de matérias-primas
pode afetar a oferta de bens e serviços.

NB: O principal objectivo dos produtores quando oferecem os seus produtos é o de


maximizarem os seus lucros. É portanto, natural que quanto mais elevado o preço, maior
será a quantidade que os produtores querem vender. Pelo contrário, quanto mais baixo é o
preço, menor a quantidade de produtos que as empresas querem vender.

4.4.2 - Função da Oferta


A função da oferta é definida como sendo a relação funcional que se estabelece entre as
quantidades oferecidas (QS) e os fatores que a determinam. Assim, em termos matemáticos, a
função da oferta é definida como sendo:
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Qs = f (P, T, CL, II, SB, DM, SMP)

Onde:
 QS = quantidades oferecidas;
 P = preço do bem;
 T = nível tecnológico;
 CL = condições climáticas;
 II = impostos indiretos;
 SB = subsídios;
 DM = dimensão de mercado; e
 SMP = suprimento de matérias-primas.
De igual modo, a realização de uma análise com todos os fatores variando simultaneamente, é
extremamente complexa, exigindo avançado conhecimento de cálculo matemático. Nesse
sentido, a análise da influência dos fatores que afetam as quantidades oferecidas é feita
separadamente, ou seja, cada fator é analisado de forma isolada. Este de tipo análise, conforme
analisado anteriormente, é denominado de condição ceteris paribus. Desse modo, utilizando-se
da condição ceteris paribus , admite-se que o preço do bem (P) é o fator mais importante que
influencia as quantidades ofertadas. Assim, a função de oferta fica reduzida a:

QS = f (P)

4.4.3 - Princípio da Oferta e a Curva de Oferta

Conforme discutido, a função da oferta na condição ceteris caribus , é dada por: QS = f (P),
Onde: QS = quantidades ofertadas é a variável dependente; e P = preço do bem é a variável
independente. Pelo princípio da oferta quando o preço (P) aumenta as quantidades oferecidas
(QS) aumentam, contrariamente, quando o preço (P) diminui as quantidades oferecidas (QS)
diminuem. Pode-se constatar que as variáveis preço (P) e quantidades oferecidas (QS) guardam
entre si uma relação direta.
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4.4.5 - Variação nas Quantidades Oferecidas
À exemplo da demanda, a curva de oferta indica uma combinação específica de preços e
quantidades oferecidas. Nesse sentido, uma variação nas quantidades oferecidas ocorre quando
os pontos se deslocam e se movimentam ao longo de uma mesma curva de oferta, em
decorrência de modificações verificadas apenas nos níveis de preços. Ou seja, os pontos
caminham ao longo de uma mesma curva de oferta, face que, se o preço aumenta, as quantidades
oferecidas também aumentam, e se o preço diminui, as quantidades oferecidas também
diminuem.

4.4.6 - Variação na Oferta


A oferta de um bem é determinada por vários fatores, tais como: (i) preço do bem; (ii) nível
tecnológico; (iii) condições climáticas; (iv) impostos indiretos; (v) subsídios; (vi) dimensão de
mercado; e (vii) suprimento de matérias-primas. A variação na oferta ocorre quando a curva de
oferta se desloca em toda a sua extensão positivamente ou negativamente, em função de todos
aqueles fatores, com exceção do preço do bem. Isto significa dizer que, nessa análise o preço do
bem é que fica na condição ceteris paribus, ou seja, permanece constante.

4.4.6.1 - Variação Positiva da Curva de Oferta


A oferta de um bem aumenta quando a curva de oferta se desloca à direita, ou seja,
positivamente.

4.4.6.2 - Variação Negativa da Curva de Oferta


A oferta de um bem diminui quando a curva de oferta se desloca à esquerda, ou seja,
negativamente.
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EX: Represente graficamente o seu resultado. Mostrando a relação existente entre o Produto
Total, Produto Médio e Produto Marginal (nos diferentes estágios de Produção)

1. Q = 4LK + L² e que os preços de trabalho e capital são de 4 e 2 u.m respectivamente. Sabe-se também que
a despesa total ou Custo total desejável é de 140 u.m.
a) Calcule a quantidade dos factores de produção a empregar no ponto de equilíbrio;
PT = Q = 4LK + L² Dados: CT = 140; PL = 4; PK = 2; L=? e K = ?

PTL’ = PmgL = 4K+2L; PTK’ = PmgK = 4L

{ PmgL/PmgK = PL/PK

CT=PL*L+PK*K
{
(4K+2L)/4L= 4 / 2

140= 4 . L + 2 . K
8K+4L = 16L K = 3/2 L
{ - { -

{ -

140 = 4L + 2 * 3 /2 L
{
-

140 = 7 L
- -
{ 140/7 = L { L = 20

{ K=3/2 * 20

L = 20
{
K = 30

L = 20

b) Determine a quantidade de produção óptima para a empresa Maysara, Lda;

PT = Q = 4LK + L²
PT = Q = 4 x 20 x 30 + 20²
PT = Q = 2.800
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4.5 Elasticidade da Oferta

Elasticidade reflete genericamente o grau de reacção ou sensibilidade de uma variável quando


ocorrem alterações em outras variáveis ceteris caribus.

4.5.1. Elasticidade-preço da oferta


É a variação percentual na quantidade oferecida, dada uma variação percentual no preço do bem,
ceteris paribus. Mede a sensibilidade, a resposta dos produtores, quando ocorre uma variação no
preço do bem ou serviço.

4.5.1.1 Classificação da oferta de acordo com a elasticidade-preço


De acordo com a elasticidade-preço, a oferta pode ser classificada como elástica, inelástica ou de elasticidade-
preço unitária.
a) Oferta Elástica (φ> 1): toda vez que ∆qs/qs > ∆p/p, então φ > 1. Neste caso, a oferta é
considerada elástica, haja vista que, a variação nas quantidades oferecidas é maior que a variação
no preço.
b) Oferta Inelástica (φ< 1): toda vez que ∆qs/qs < ∆p/p, então φ < 1. Neste caso, a oferta é
considerada inelástica, haja vista que, a variação nas quantidades ofertadas é menor que a
variação no preço.
c) Oferta de Elasticidade Unitária (φ= 1): toda vez que ∆qs/qs = p/p, então φ = 1. Neste caso, a
oferta é considerada de elasticidade unitária, haja vista que, a variação nas quantidades
oferecidas é igual que a variação no preço.

4.5.1.2 Fatores que afetam a elasticidade-preço da oferta


Os fatores que afetam o valor numérico da elasticidade-preço da oferta são: (i) disponibilidade de
fatores de produção; e (ii) fator tempo exigido no processo produtivo. Assim, tem-se:

a) Disponibilidade de Fatores de Produção: embora os produtores possam sensibilizar-se com as


variações para mais nos preços dos produtos, dispondo-se a produzir mais, eles podem encontrar
diferentes graus de dificuldade para expandir a produção, em função da disponibilidade de
fatores produtivos, naturais, humanos e de capital. Ocorrendo flexibilidade na oferta de fatores
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ou então ociosidade, as quantidades oferecidas podem ser aumentadas, no caso de estimulação
via preços. Mas situações de pleno emprego ou de oferta inflexível, torna inelástica a capacidade
de oferta, por mais que os produtores se encontrem estimulados.

b) Fator Tempo: independentemente da disponibilidade ou não de recursos, há determinados


produtos que exigem grandes intervalos de tempo para serem produzidos, definindo curvas de
ofertas inelásticas. Em contrapartida, há casos em que a resposta de aumentar as quantidades
oferecidas pode ser mais rápida.

5. EQUILÍBRIO DE MERCADO
Conceito de Equilíbrio de Mercado - O equilíbrio de mercado ocorre quando as quantidades
demandadas pelos consumidores (Qd) são iguais as quantidades ofertadas pelos produtores (Qs),
definindo um único nível de preços que os consumidores estão dispostos a pagar, e os produtores
dispostos a receber pelas mesmas quantidades transacionadas. Ou seja: Qd = Qs Em termos
gráficos, o equilíbrio de mercado é dado pela intersecção das curvas de demanda e de oferta, no
qual é definido um ponto de equilíbrio, ou seja, preço de equilíbrio (Pe) e quantidades de
equilíbrio (Qe). Assim, tem-se:
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O modelo de oferta e demanda descreve com os preços variam de acordo com o equilíbrio entre
a disponibilidade e a procura. O gráfico mostra um aumento na demanda de D 1 para D2 e o
consequente aumento no preço e na quantidade necessário para se atingir um novo ponto de
equilíbrio na curva de oferta (S).
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