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DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – prova discursiva 2013

DIREITO PROCESSUAL PENAL


Prof.: Ana Cristina Mendonça

TREINANDO PEÇAS PROFISSIONAIS


aula 2

1ª questão:
Considere a situação hipotética em que Juca, brasileiro, primário, sem antecedentes, 23 anos de idade, e Silas,
brasileiro, 29 anos de idade, de comum acordo e em unidade de desígnios, tenham adquirido, através do uso de
cartões de crédito falsificados, no comércio local de Vila Velha/ES, produtos eletrônicos diversos em estabelecimentos
comerciais. Considere, ainda, que, ao ser acionada, a polícia, rapidamente, tenha localizado os agentes em um
automóvel nas proximidades do local e, além dos produtos (notebooks, tablets, smartphones, aparelhos de TV e DVD),
tenha encontrado, na posse de Juca, mais duzentas cartões de crédito em nome de pessoas as mais diversas,
supostamente falsos.
Na delegacia, os produtos foram restituídos aos legítimos proprietários, e os cartões, apreendidas.
Indique e elabore a peças profissional típica da atuação policial cabível.

MODELO DE AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

R.O. n.º ________

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

Às ________ horas do dia __________ de _______, na cidade de Vila Velha-ES, na sede do __.º Delegacia de Polícia
Civil, onde presente estava o Dr. ________, Delegado de Polícia, matrícula nº __________, comigo, Escrivão de
Polícia, matrícula nº __________, ao final nomeado e assinado, aí compareceu o Senhor_______ e _______,
(policiais, qualificação completa), conduzindo os presos Juca (qualificação completa), e Silas, (qualificação completa), a
quem deram voz de prisão, nesta data, às ___________ horas, na __________, n.º _____, Bairro ______, nesta
cidade, pela prática dos crimes de estelionato e uso de documento falso, condutas que, em tese, caracterizam violação
aos arts. 171 e 304 c/c 298, parágrafo único, todos do Código Penal, haja vista terem sido os mesmos surpreendidos,
num automóvel nas proximidades do local, logo após terem adquirido, através do uso de cartões de crédito falsificados,
produtos eletrônicos como:

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notebooks, tablets, smartphones, aparelhos de TV e DVD).


A polícia também encontrou na posse de Juca, mais duzentos cartões supostamente falsificados, encaminhados, neste
ato, ao Instituto de Criminalística. Na delegacia, os produtos foram restituídos aos legítimos proprietários, e as cédulas,
apreendidas.
Entrevistados o condutor e conduzidos, e formado seu convencimento jurídico, deliberou a Autoridade Policial por
ratificar a voz de prisão dada pelos condutores e, após cientificar os presos, Juca e Silas, quanto aos seus direitos
individuais previstos no artigo 5º da Constituição Federal, em especial os de receber assistência de familiares ou de
advogado que indicarem, de não serem identificados criminalmente senão nas hipóteses legais, de terem respeitadas
suas integridades física e moral, de manterem-se em silêncio e/ou declinar informações que reputarem úteis à sua
autodefesa, de conhecerem a identidade do autor de sua prisão e, se admitida, prestarem fiança e livrarem-se soltos,
determinou a lavratura deste AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO, providenciando-se, conforme
documentação adiante acostada, que fica fazendo parte integrante deste:
1) oitiva do condutor com entrega de cópia do termo;
2) expedição de recibo de entrega dos presos em favor dos condutores;
3) oitiva das vítimas;
4) interrogatório dos conduzidos.
Resultando demonstradas, pelos elementos de convicção colhidos, a autoria e a materialidade das infrações penais,
julgou a Autoridade Policial subsistente este auto de prisão em flagrante delito, determinando ainda a expedição de
nota de culpa aos presos. Nada mais havendo, determinou a Autoridade Policial o
encerramento deste auto que assina com o autuado e comigo, Escrivão de Polícia, que o digitei e imprimi.

Autoridade Policial _____________


Autuado _____________________
Autuado _____________________
Escrivão de Polícia_____________

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2ª questão:
Marcelo, Delegado de Polícia, tomou conhecimento de fato supostamente criminoso através da Senhora Maria de
Jesus, moradora de um bairro de classe média baixa, situado em lugar perigoso, local conhecido por constantes
práticas delituosas.
O Delegado Marcelo, ao tomar conhecimento do fato, ordenou que dois policiais se infiltrassem nas ruelas da
comunidade para averiguar o fato narrado. Por volta das 14:00 horas, do dia 10/05/2013, os policiais avistaram um
sujeito , adquirindo uma mercadoria de dois sujeitos encapuzados dentro de um caminhão que fizeram a entrega e
imediatamente se evadiram do local. Ao avistar a entrega de tal mercadoria, diante da suspeita de tratar-se de
substância entorpecente, os policiais se dirigiram em direção ao indivíduo que a recebera, que foi posteriormente
identificado como Léo, vulgo Vaca, o qual acabou imediatamente preso em flagrante. Foi verificado pelos policiais que
a mercadoria adquirida incluía dez quilos de crack, duas porções de cocaína, duas balanças de precisão, além de
material para embalar droga. Ao ser conduzido para a delegacia pelos policiais, foi lavrado o auto de prisão em
flagrante contra Léo, sendo o respectivo auto remetido imediatamente ao juiz competente, momento em que o juiz
converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva na forma do art. 312 do CPP, por garantia da ordem pública e
conveniência da instrução criminal. Os autos foram devolvidos à delegacia para ulteriores diligências.
Em 15/05/2013, a Senhora Maria e o Senhor João, residentes do local onde foi efetuada a prisão em flagrante
prestaram depoimento junto à Delegacia de Polícia.
As referidas testemunhas afirmaram que era comum a circulação daquele caminhão em especial no local, sempre em
atitude suspeita, e que o sujeito preso em flagrante, conhecido como “Vaca”, era morador da comunidade, e que,
segundo depoimento da Senhora Maria, era residente de um “barraco” na Rua 22, juntamente com a mãe do mesmo.
Tomando por base os relatos acima, foi requerido ao juiz competente um mandado de busca e apreensão para apurar
o que tinha dentro da residência do sujeito preso em flagrante.
Em 22/05/2013, os policiais se dirigiram até o local, munidos do mandado de busca e apreensão, e lá chegando
encontraram inúmeras caixas de papelão, sob o piso do quarto do rapaz, com centenas de notas de 100 (cem) reais,
além de pacotes contendo maconha e cocaína.
Durante o Inquérito Policial, foi realizada perícia a qual constatou que a natureza da substância entorpecente
apreendida no momento do flagrante, bem como no curso da busca e apreensão, além dos demais objetos.
Findas as diligências, na qualidade de Autoridade Policial, elabore a peça procedimental pertinente.

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ESPELHO DE CORREÇÃO - RELATÓRIO

RELATÓRIO

INQUÉRITO POLICIAL Nº___/__- ___DPC/__


Instaurado em __/__/____.

MM. Juiz,

Em 10/05/2013, através da portaria n°_____________, foi instaurado o presente Inquérito Policial, para
apurar fatos relatados através de notitia criminis apresentada pela Senhora Maria de Jesus, moradora do bairro
...................... (fls. ....). Na ocasião, a noticiante informou ter conhecimento de que havia circulação de mercadoria
duvidosa perto da sua residência, local conhecido por constantes práticas delituosas.
Em diligência preliminar, no dia 10/05/2013, dois policiais desta UPJ, foram infiltrados nas ruelas da comunidade e
avistaram sujeitos transacionando mercadoria dentro de um caminhão. Os dois sujeitos, que se encontravam dentro
do caminhão, fizeram a entrega e imediatamente se retiraram do local. Após o que os policiais se dirigiram ao então
suposto comprador, que ora se sabe chamar Léo, vulgo “Vaca”, que na posse dez quilos de crack, duas porções de
cocaína, duas balanças de precisão, além de material para embalar
droga foi imediatamente capturado em flagrante delito e, após regular condução a esta UPJ pelos policiais, onde foi
lavrado o auto de prisão em flagrante, cumpridas as formalidades legais (fls. ...), sendo o respectivo auto remetido
imediatamente ao juiz competente (fls. ...). O indivíduo permanece preso preventivamente, porém foram os autos
foram devolvidos a esta UPJ para ulteriores diligências.
Assim, foi instaurado o presente Inquérito Policial para apurar a prática de ilícito tipificado no art. 33 da Lei 11.343/2006
por parte do indiciado que ora se sabe chamar Léo, vulgo “Vaca”.
Durante a instrução deste Inquérito policial foram inquiridas as pessoas abaixo discriminadas:
A Senhora Maria (fls. ...) e o Senhor João (fls... ), ambos residentes do local ondem foi efetuada a prisão em flagrante
do investigado.

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As referidas testemunhas afirmaram que era comum a circulação de mercadorias de procedência duvidosa no local e
que o sujeito preso em flagrante, conhecido como “Vaca”, era morador da comunidade e segundo depoimento da
Senhora Maria, era residente de um “barraco” na Rua 22 juntamente com sua genitora.
Em face da necessidade de avanço nas investigações, bem como na identificação dos demais envolvidos, requereu
esta autoridade policial ordem de busca e apreensão na residência da genitora do indiciado.
Assim, em cumprimento à diligência de busca e apreensão regularmente autorizada por V. Exa., no dia 22/05/2013,
dois policiais se dirigiram até o local, munidos do mandado de busca e apreensão, e lá chegando encontraram
inúmeras caixas de papelão, sob o piso do quarto do rapaz, com centenas de notas de 100 (cem) reais, além de
pacotes contendo maconha e cocaína (auto de apreensão de fls. ...).
Concluído o presente Inquérito Policial, temos que ficou comprovada a prática de crime de tráfico de entorpecentes,
imputado a Léo, conforme fls. ... .
Diante disso, diante do esgotamento do prazo de 10 dias indicado no art. 10 do CPP, apurada a materialidade e a
autoria da infração penal, e concluídas, por ora e exclusivamente ao envolvimento do indiciado Léo, as investigações,
encaminho o presente inquérito à elevada apreciação de Vossa Excelência e do ilustre representante do Ministério
Público,
colocando-me à disposição para outros esclarecimentos e diligências que se fizerem necessários.

Comarca, data.
Delegado de Polícia
Matr.____________

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