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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS


FACULDADE MINEIRA DE DIREITO
Graduação em Direito
Unidade Educacional São Gabriel

Rebeca Emanuele de Almeida Dias

ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO:

Significado e os efeitos.

Belo Horizonte
2020
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Rebeca Emanuele de Almeida Dias

ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO:

Significado e os efeitos.

Trabalho apresentado à disciplina de Direito


Penal I, do 2º Período da Graduação em
Direito.

Prof. Dr. André Estevão Ubaldino Pereira

Belo Horizonte
2020
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Disserte sobre o siginificado e os efeitos de erro de tipo e erro de proibição:


Para tornar possível explanar sobre erro de tipo e erro de proibição é
necessário conceituar o que é erro. Erro pode ser definido como falso conhecimento
de um objetivo (estado positivo) ou falsa representação da realidade. Já a ignorância
é desconhecimento total do objeto (estado negativo) ou a falsa representação da
realidade, explicitando melhor, o erro é dado quando um indivíduo pensa estar
presenciando um conhecido parado em frente a farmácia quando na realidade é um
estranho, já a ignorância é quando um indivíduo não faz ideia de quem se trata
parado em frente a farmácia.
No âmbito jurídico aplica-se a unidade dos dois conceitos (teoria unitária), ou
seja, errar ou ser ignorante é o mesmo, pois, seus efeitos são os memsos e as
consequências podem ser de cunho de erro de tipo ou erro de proibição para os dois
casos.

ERRO DE TIPO:
O erro de tipo é a substituição na Reforma Penal de 1984 do erro de fato do
antigo C.P. de 1940 que tratava dos elementos objetivos do tipo penal. Essa
substituição serviu para abranger além dos elementos objetivos, os elementos
subjetivos e normativos que de maneria eventual são descritos na conduta
criminosa.
A previsão legal do erro de tipo se encontra no art. 20, caput, do CP: “O erro
sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a
punição por crime culposo, se previsto em lei”. É importante ressaltar que o tipo legal
de crime definido no art. acima é o tipo penal incriminador.
O erro de tipo segundo o artigo mencionado acima, é quando falta a
percepção da realidade em relação aos elementos que compõem o tipo penal,
denomina-se erro de tipo essencial.
Exemplificando: Um agente no estacionamento de um supermemrcado ao
apertar o botão da chave e o insere no automóvel buscando desativar o alarme,
adentra o carro após escutar o barulho e insere a chave na iginição, lidando e indo
para casa. Chegando no estacionamento do condomínio onde mora percebe que o
carro em questão não é o seu, tendo ocorrido então um engano. Nesse exemplo, o
agente não praticou furto, pois acreditava ser sua a coisa móvel em questão, mas,
errou pois preenche o quesito “alheia” do crime de furto. Entreteanto, o instituto do
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tipo penal do delito de furto, impede que o agente compreenda o aspecto ilícito do
fato por ele praticado.
Já para outros doutrinadores, erro de tipo é oq eu recai sobre os elementos e
condições da figura típica, como qualificadoras e agravantes genéricas. Além dessa,
outra definição seria o erro não limitado a impedri o agente de compreender a
ilicitude do dato ocorrido, inclui também as cirscunstâncias relacionadoras do fato.
Erro de tipo e a relação com os crimes impróprios:
Nos delitos omissivos impróprios (omissivos espúrios ou comissivos por
omissão), o agir é definido pelo dever prescrito no art. 13, § 2° do CP e serve de
elemento carcaterístico do tipo em questão.
Assim, a incidência do erro de tipo não é impedida em relação ao dever de
agir objetivando evitar o resultado, mas, considerando a relação de normalidade ou
o perigo do caso concreto. Isto quer dizer, que no âmbito dos crimes omissivos
impróprios é cabível o erro de tipo.
Exemplo: Um banhista estar se afogando no mar, ser avistado pelo salva-
vidas mas pela visão dele parecer estar brincando ou dançado com terceiros, mas
não se afogando decide por não tomar nenhuma atitude, mais tarde o mesmo
banhista é retirado do mar sem vida por outrem. Nesse caso, pode-se reconhecer
com base na previsão do art. 20, caput, CP a aplicação dos efeitos inerentes a esse.
Espécies de erro de tipo: definir a natureza do erro na análise do caso concreto
levando em conta as condições em que o fato ocorreu é fundamental. As espécies
são:
1). Escusável (inevitável, invencível ou desculpável): essa modalidade não
deriva da culpa do agente, logo, mesmo em caso que ele aja com a cautela e
prudência esperada de um “homem médio”, não seria possível evitar a falsa
compreensão da realidade sob os elementos que constituem o tipo penal.
2). Inescusável (evitável, vencível ou indesculpável): essa modalidade advém
da culpa do agente, ou seja, caso ele empregue cautela e prudência do “homem
médio” seria possível evitar, baseado na capacidade de compreensão do caráter
criminoso do fato.
“homem médio”: É um modelo social que funciona como previsão para as
ações e comportamento da maioria dos indivíduos que compõem a sociedade.
Efeitos do erro de tipo:
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O primeiro dos efeitos do erro de tipo independente da espécie é a exclusão


do dolo, isso porque o dolo prevê vontade, o que não é o caso do erro.
O escusável exclui dolo e culpa, tendo como resultado a impunidade do
ocorrido; o inescusável exclui o dolo, mas o fato pode ser punido como crime
culposo (com previsão em lei) já que conta com a ação do agente findanda em
imprudência, negligência ou imperícia. Entretanto, há a possibilidade de que mesmo
sendo escusável a culpa não seja exclusa quando ocorre a desclassificação em
relação a outro crime. Ex.: Cidadão “A” ofende “B”, “B” é funcionário público, mas
esse fato é desconhecido por “A”, sendo assim o crime que seria de desacato (art.
331) passa a ser de injúria (art. 140), pois o dolo do primeiro delito é excluído mas,
ofender alguém ainda é considerado crime, no caso de injúria.
Erro de tipo e crime putativo por erro de tipo:
Quando importar a semelhação das terminologias, não há confusão dos
institutos. No crime putativo por erro de tipo, é a imaginação ou suposição errône
que unicamente atua na mente do agente. Há intenção de cometer um crime, mas
por erro acaba praticando um fato irrelevante ao direito penal.
Descriminantes putativas: existem algumas teorias a respeito das descriminantes,
elas são:
Teoria limitada da culpabilidade:
Erro de tipo- erro em relação aos pressupostos de fato de uma causa de
exclusão de ilicitude.
Erro de proibição- erro em relação à existência de uma causa de exclusão da
ilicitude; ou erro em relação aos limites de uma causa de exclusão de ilicitude.
Teoria normativa pura da culpabilidade: teoria unitária do erro.
Erro de proibição- erro em relação aos pressupostos de fato de uma causa de
exclusão de ilicitude; erro em relação à existência de uma causa de exclusão da
ilicitude; ou erro em relação aos limites de uma causa de exclusão de ilicitude.
Erro determinado por terceiro:
Segundo o art. 20, § 2°, do CP: “Responde pelo crime o terceiro que
determina o erro.”
Trata-se da possibilidade onde quem pratica a condura tem uma falsa
percepção da realidade em relação aos elementos que compõem o tipo penal,
provocado pela atitude de um terceiro (agente provocador).
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O erro não é determinado espontânemante, mas, de forma premeditada por


outro. O erro provocado pode ser de caráter doloso ou culposo (depende do
elemento subjetivo de quem provoca).
Erro determinado por terceiro e concurso de pessoas: é a possibilidade de o
agente provocador e o provocado pelo erro atuarem dolosamente quanto ao
objetivo/resultado.
Erro de tipo acidental: não afasta a responsabilidade penal pelo fato.
É aquele que repousa sobre dados que divergem dos elementos
componentes do tipo penal, isto é, as circusntâncias qualificantes (agravantes
genéricas e que causam o aumento da pena) e os fatos irrelevantes da figura típica.
A infração penal é integral e o erro não afasta a responsabilidade penal.
As possibilidadse de recorrência são:
 Erro sobre a pessoa: o agente confunde a pessoa visada contra a qual
desejava praticar a ação criminosa com outro alguém.
 Erro sobre o objeto: quando o agente acredita que sua ação repousa
sobre determinado objeto quando na realidade recai sobre outro objeto.
 Erro quanto ás qualificações: a percepção da realidade mediante ação
do agente é falsa em relação a uma qualificadora do delito.
 Erro sobre o nexo causal (crime aberrante): engano em relação à
causa do delito, o resultado objeteivado pelo agente ocorre provocado
por um acontecimento diverso do que ele idealizou inicialemente.
 Erro na execução (crime aberrante): quando a ação atinge pessoa
diversa da pretendiad por ele.
 Resultado diverso do pretendido (crime aberrante): quando
acidentalmente o resultado é diverso do pretendido (com unidade
simples ou com unidade complexa).

ERRO DE PROIBIÇÃO:
É falsa percepção quanto à ilicitude do fato, ou seja, tem relação com o
conteúdo da norma aprendida no dia-a-dia e serve de base para o conhecimento do
que é certo e errado. Foi incluído após a Reforma Penal o erro quanto à ilicitude do
fato, já que é uma possibilidade o agente agir movido por vontade a conduta típica
sem ideal de que é proibida.
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Desconhecimento da lei e a diferença de Erro quanto à ilicitude: ignorância


quanto a lei escrita e publicada, mas, é algo não passível de alegação já que quando
uma norma é publicada no Diário Oficial da União é presumido o conhecimento
dessa lei por todos.
Erro de proibição escusável e inescusável:
Escusável- é o erro de proibição que excluí a culpabilidade baseado na ideia
de que o agente atua sem consciência atual ou potencial da ilicitude, isto é, não se
pode advertir a ação do que embora atue típica e antijuridicamente, não tem a noção
de que esta realizando algo ilícito.
Inescusável- é crime com culpabilidade atenuada, onde a redução da pena é
permitido de um sexto a um terço. O agente age sem consciência atual da ilicitude,
mas com condição de obte-la (consciência potencial).
Crime putativo e erro de proibição: são possibilidades inversas, o crime putativo é
o agente acreditar estar cometendo crime (consciência do ilícito), mas não e crime
de fato, no erro de proibição acontece o contrário, o agente age sem consciência do
ilícito.
Discirminantes putativas:
Excludentes de ilicitude idearias, que permitem a exclusão da culpabilidade
como acontece com o erro de proibição. Siginifica que, quando alguém age crendo
estar protegido por uma excludente qualquer, pratica fato típico e havneo equívoco
pode ser absolvido por erro de proibição, entretanto, há previsão legal (art.20, §1°,
CP) de erro de tipo quando a descriminante putativa é a respeito dos pressupostos
fáticos da excludente.
Elas são:
 Erro quanto aos pressupostos fáticos de uma causa de exclusão de
licitude.
 Erro quanto à existência de uma causa excludente de ilicitude.
 Erro quanto aos limites de uma excludente de antijuricidade.
Efeitos de erro de proibição:
Escusável:
Teoria causalista: não há dolo e não há culpabilidade, logo, inexiste crime.
Teoria finalista: há dolo sem consciência potencial de ilicitude e não há
culpabilidade, logo, não existe crime.
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Inescusável: há culpabilidade, então há crime, mesmo que com pena


diminuída.
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Referências:
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério
Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017.
MASSON, Cleber. Direito Penal esquematizado: parte geral-vol. 1/ Cleber
Masson.- 11°. ed. rev.. atual. E ampl.- Rio de Janiero: Forense: São Paulo: Método,
2017.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal/ Guilherme Nucci. –
14. Ed. – [3. Reimpr.] – Rio de Janeiro: Forense, 2018.

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