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Quebrando o monopólio.(Light).2020.

Prefeitura cobra que empresas substituam fiação aérea pela subterrânea


Por FELIPE GRINBERG

28/06/19 04:30 | Atualizado: 27/06/19 22:32.

Emaranhado de fios nas ruas atrapalha visual da cidade. Decreto da prefeitura de 2011
estabelece que fiação deve ser subterrânea. Na foto, Rua General Polidoro, esquina com Real
Grandeza, em Botafogo. 16/10/2018 FOTO: MÁRCIA FOLETTO
A chuva e os ventos de até 105km/h que atingiram o Rio no início de maio deixaram 400 mil
clientes da Light sem energia, cerca de 13% do total. Na ocasião a empresa informou que 20
quilômetros de redes destruídas por quedas de árvores precisaram ser substituídos no Rio e na
Baixada Fluminense. No temporal de fevereiro, foram registradas mais de 2400 interrupções no
abastecimento de eletricidade na cidade. Mas uma lei, aprovada em 2011, se cumprida,
poderia ter evitado ess e transtorno aos cariocas. Após milhares de residências ficarem sem
luz, a Procuradoria Geral do Município, notificou extrajudicialmente as empresas Light, Claro e
a OI S/A, para apresentarem um planejamento de aterramento de toda sua fiação aérea. O
prazo dado pelo município encerra no próximo domingo.

A eliminação da fiação aérea está prevista no Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável e


a Política Urbana e Ambiental do município do Rio, aprovado em 2011. A lei determinou a
todas as empresas que possuem fios expostos deveriam ter substituído as fiações até 2016.
Com a cidade repleta de emaranhados de fio, na percepção do carioca, essa foi mais uma lei
que não vingou. A legislação ainda impõe uma multa para o não cumprimento da medida, que
sem considerar os juros, hoje superaria R$ 1 milhão.

Uma briga judicial no Supremo Tribunal Federal (STF), porém, deve atrasar ainda mais a
implantação da legislação. A Light contesta no STF a competência do município de legislar
sobre o assunto. Para a empresa, é responsabilidade da União Federal, por meio da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), decidir sobre a rede subterrânea. A companhia alega que
a eliminação da rede aérea pode custar até 10 vezes mais e este custo poderia ser repassado
repassado aos clientes dos 31 municípios atendidos pela Light.

Em 2013, uma liminar da ministra Carmem Lúcia foi favorável às empresas. Entretanto, no
entendimento de Ricardo Lewandowski, relator do processo no Supremo, a lei não fere as
normas da União. Segundo o tribunal, não há previsão para os processos entrarem em pauta.

— Compete aos municípios legislar sobre assuntos de interesse local, respeitada a legislação
federal e estadual — disse o ministro em seu voto.
A Light possui hoje 6 mil quilômetros de fiação em redes subterrâneas. A empresa calcula que
cada quilômetro pode custar até 10 vezes mais que a fiação em postes convencionais e não
tem um projeto em andamento para eliminar os fios aéreos. O atraso do Rio para retirar das
ruas as fiações expostas é alvo de críticas de especialistas. Para o arquiteto e urbanista Sergio
Magalhães, a cidade está um século atrasada em relação a outras metrópoles do mundo.
Segundo Magalhães, se bem instalada a rede subterrânea pode diminuir os custos de
manuntenção, além de reduzir os casos de roubos de fios e gatos.

— Uma cidade arborizada como o Rio, ser aleijada com podas para que os fios possam passar,
é um absurdo. É claro que não precisa ser toda a cidade, mas nas vias principais é um absurdo
ainda estar sendo discutido sobre o tema — contou.

A prefeitura estima que 85% dos 390 mil postes espalhados pela cidade são das
concessionárias de energia elétrica, telefonia e televisão a cabo. Segundo a RioLuz, desde que
a legislação entrou em vigor, o município usa a rede subterrânea nos novos projetos. O órgão
informou que nos bairros da Zona Sul, Centro e Barra da Tijuca, 85% da rede de iluminação
pública é subterrânea. Nos demais bairros, 75% da fiação ainda é aérea. Em nota, a Claro
afirmou que não comenta legislação.

A Oi afirmou que responderá a notificação dentro do prazo concedido pelo município. Já a Light
disse, em nota, não se opor ao enterramento da rede subterrânea de energia e que apenas
pede uma avaliação das autoridades competentes sobre a questão.

Multa de R$ 10 milhões ainda não foi paga


Após as chuvas de fevereiro, a prefeitura multou a Light por danos e prejuízos às vias públicas
com queda de postes e fiação. O valor, entretanto ainda não foi pago. A empresa recorreu no
Tribunal de Justiça. A empresa alega que os problemas foram causados por deslizamento de
barreiras, a interdição de ruas e avenidas e a queda de centenas de árvores e que a
manutenção de vias e encostas e a arborização da cidade não estão entre as
responsabilidades da empresa.

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As redes subterrâneas.

O Setor Elétrico

HomeReportagens
Rede da discórdia
nov, 2016
Por Bruno Moreira
Um dos principais obstáculos para a difusão das redes subterrâneas no país é a falta de
políticas públicas que harmonizem os conflitos e os interesses das empresas de gás natural,
energia elétrica, água e esgoto e telecomunicações.

ed-128_reportagem_capaAs perspectivas de crescimento das redes subterrâneas no Brasil em


curto prazo não são boas. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão regulador do
setor elétrico e por onde o desenvolvimento das redes subterrâneas em âmbito federal deve
ser iniciado, realizou até o momento poucas ações neste sentido. Em 2013, a agência
promoveu seminários voltados às redes subterrâneas com a participação de concessionárias e
outros agentes do setor. Um ano depois, em 2014, realizou uma consulta pública com o
objetivo de receber contribuições sobre investimentos em redes subterrâneas e avaliar a
necessidade de aprimoramentos. E só agora, em 2016, promoveu uma audiência pública para
discutir o aprimoramento da regulação de investimentos em redes subterrâneas de distribuição
de energia elétrica.

O diretor-executivo da RDS Brasil, Daniel Bento, acredita que a Aneel é omissa no que se
refere à regulamentação das redes subterrâneas e morosa nas ações que devem levar a isso.
De acordo com o diretor-executivo da RDS, é necessário que a agência defina uma meta, um
objetivo e um prazo para a implementação das redes subterrâneas. “Se a Aneel não disser
como as concessionárias devem fazer, os projetos nunca sairão do papel. É preciso definir qual
é a regra e não deixar as concessionárias correrem risco”, afirma.

Por sua vez, o proprietário da Tempo Giusto Consultoria Empresarial e ex-presidente da AES
Eletropaulo e da EDP Brasil, Eduardo José Bernini, acredita que não é apenas por falta de uma
regulamentação por parte da Aneel que as redes subterrâneas não avançam massivamente no
Brasil. Segundo ele, um dos principais obstáculos é a falta de uma política pública que
harmonize os conflitos e os interesses das empresas (de gás natural, água e esgoto, energia
elétrica e telecomunicações) que utilizam a área subterrânea das cidades. Neste ponto, o
problema é mais de ordem municipal do que federal. Bernini afirma que falta uma visão
holística para infraestrutura urbana do país. “Quem deve harmonizar todas essas competências
através de políticas públicas de caráter local é o município”, explica.

É preciso reconhecer, segundo o proprietário da Tempo Giusto, que a urbanização brasileira foi
levada a cabo de uma maneira caótica e que o subterrâneo da cidade reflete esse caos. São
usos selvagens, conforme Bernini, com empresas de gás natural, água e esgoto, energia
elétrica e telecomunicações, dividindo espaço de maneira desorganizada, competindo
desordenadamente pelo subsolo das cidades. “Trata-se de um subterrâneo desconhecido”,
afirma o ex-presidente da AES Eletropaulo, destacando que mapas de subsolo não são
garantia de nada. “Foram feitos em épocas em que a documentação não era realizada de
forma rigorosa, existindo disparidade entre o planejado e o executado”. Em decorrência, há
muitos anos, redes de gás e saneamento, por exemplo, acabam se atropelando.

A falta de planejamento urbano também é sentida, segundo Bernini, nas redes aéreas de
energia elétrica das cidades do país. “A pior sequela que temos hoje nas redes aéreas é a
ocupação de espaço reservado para os postes de cabeamento de telecomunicação, que é
precária do ponto de vista do uso” explica Bernini. Para ele, a rede foi concebida para carregar
as linhas primária, secundária, o transformador e os ramais que ligam os clientes, existindo
também uma faixa destinada à Iluminação Pública (IP) e outra faixa para telecomunicação, que
antigamente consistia em um par de cabos metálicos, exclusivamente para telefonia.

Atualmente, no entanto, os fios destinados à área de telecom aumentaram, com a inserção de


cabos de fibra ótica, rede de TV a cabo, etc. Junte-se a isso a qualidade da manutenção destes
equipamentos, que segundo Bernini, é muito ruim e ainda um emaranhado de fios nos postes,
que torna as cidades menos bonitas e seguras. Dessa maneira, as redes áreas, que
comportam, muitas vezes de uma maneira não organizada, cabos de energia elétrica e de
telecomunicações, também são uma questão de política pública dos municípios, visando a
revitalização urbana por meio do enterramento destas redes.

“O envolvimento da autoridade municipal é fundamental para alavancar as redes subterrâneas


de energia elétrica no país”, reitera Bernini, destacando que ainda não houve, porém, a
inserção do tema nos planos de urbanização das metrópoles. Por exemplo, no mais recente
Plano Diretor Estratégico para a cidade de São Paulo, estabelecido via Lei 16.050/2014, que foi
sancionada em julho de 2014, não houve menção às redes subterrâneas. “Como se o assunto
não existisse, mas ele existe e é um problema”, afirma o ex-presidente da AES Eletropaulo,
sublinhando que “não é prioridade porque está debaixo da terra, ou seja, não é visível”.

Além da falta de iniciativa municipal, através de políticas públicas, Bernini enfatiza outro
problema que precisa ser solucionado a fim da maior difusão das redes subterrâneas no país: a
viabilidade financeira. E isso passa pelo financiamento do projeto e pela recuperação deste
investimento. As concessionárias não se veem estimuladas a fazer investimentos em redes
subterrâneas, pois estes podem não ser reconhecidos pela Aneel no momento da revisão
tarifária, fazendo com que as distribuidoras arquem com os custos integralmente.

Conforme o ex-presidente da AES Eletropaulo, a postura da Aneel é de que o investimento não


onere a tarifa dos consumidores. Redes aéreas possuem vida longa, que pode ser estendida
com manutenção e troca de equipamentos. Ao comparar o investimento marginal para a
manutenção das redes aéreas com os investimentos visando à transformação de redes aéreas
em redes subterrâneas, a distribuidora percebe que o primeiro é menor do que o segundo,
optando assim pela manutenção das redes aéreas.

A Aneel apresenta ainda, no momento, um argumento poderoso, segundo Bernini, que


impossibilita a preferência por redes subterrâneas. Enquanto um número restrito de pessoas se
beneficiaria da conversão de redes aéreas por redes subterrâneas, o custo seria compartilhado
com todo os consumidores da área de concessão de uma determinada distribuidora. A
pergunta então permanece: como se forma o financiamento para investir em redes
subterrâneas e como se recupera este investimento por meio da cobrança tarifária. “Quem vai
auferir os benefícios? Quem vai pagar a conta? ”, indaga.
Se o impasse financeiro não for superado, não há também como se pensar em leis que tornem
obrigatória a implementação de redes subterrâneas no Brasil, como as que foram instituídas na
cidade de São Paulo. Nesse sentido, o presidente da Tempo Giusto destaca a necessidade de
que se encontrem novos modelos de negócios. Um exemplo seria o modelo de concessão de
exploração de redes e dutos, no qual uma empresa construiria uma via subterrânea para a
passagem de redes e depois a alugaria para as concessionárias de água e esgoto, gás natural,
energia elétrica e telecom. Uma maneira de, em um único meio físico, se efetuarem vários
serviços.

Melhoria da produtividade

Da atual rede de distribuição de energia elétrica brasileira, apenas 2% é composta por redes
subterrâneas. Na Alemanha, um dos países mais desenvolvidos do mundo, 78% da sua rede é
subterrânea, apresentando um índice médio de Duração Equivalente de Interrupção por
Unidade Consumidora (DEC) de 23 minutos. No Brasil, o DEC médio é de 18 horas. Quanto
maior a duração de interrupção da energia, maior o tempo em que o país deixa de trabalhar e
produzir riquezas, segundo o especialista em redes subterrâneas e diretor executivo da RDS
Brasil, Daniel Bento, para quem a única maneira de se melhorar esses índices é por meio do
enterramento de redes. Isto porque, explica o ex-presidente da AES Eletropaulo Eduardo
Bernini, redes aéreas são vulneráveis. “Apesar da melhora de proteção, a taxa de falha é muito
maior do que nas redes subterrâneas”, diz.

Um país desenvolvido possui alta produtividade. E um país que quer produzir precisa de uma
infraestrutura adequada para isso. A energia elétrica é um elemento essencial da infraestrutura
de um país, logo, a produção de energia elétrica e a falha em sua distribuição estão
diretamente relacionadas à melhora ou piora da produtividade. O diretor executivo da RDS
Brasil comenta que uma interrupção de energia pode afetar, por exemplo, o sistema de
semáforos de uma cidade, gerando engarrafamentos. “Este tempo no qual o cidadão fica a
mais no trânsito é um tempo desperdiçado, que poderia estar sendo usado para produzir”, diz.
A interrupção de energia elétrica afeta também as indústrias, cujas máquinas precisam ser
reiniciadas após a queda de energia. Este processo é demorado, afetando, consequentemente,
a produção industrial.

Bento ressalta também como as redes subterrâneas podem melhorar a segurança e o turismo
de um país. Segundo o diretor da RDS, a quantidade de mortes e de acidentes não fatais
relacionada às redes aéreas de energia elétrica é bem maior do que a relacionada às redes
subterrâneas. O enterramento de fios e cabos torna também a cidade mais bonita, atraindo,
dessa forma, turistas para visitação. “Atualmente, neste sentido, existem várias iniciativas de
prefeituras no país no sentido de instalar redes subterrâneas em algum lugar da cidade”, diz.

A Universidade de São Paulo é um caso que ilustra bem como a mudança de redes aéreas
para redes subterrâneas está diretamente atrelada à diminuição do número de interrupções por
falta de energia elétrica. No final da década de 1990, a universidade tinha sua energia elétrica
distribuída por redes aéreas. Devido à alta densidade arbórea da região, nos meses do verão,
época de chuvas fortes e ventanias, a incidência de queda de árvores nas redes aumentava e
era alto o índice de interrupção de energia. Segundo o chefe da divisão de infraestrutura da
Cidade Universitária, Enea Neri, a frequência de interrupção de energia na USP naquele
período costumava ser de aproximadamente 40 vezes e a duração média chegava a cerca de
12 horas.

Em 1996, foi firmada uma parceria entre o Instituto de Energia e Ambiente (IEEUSP) e a
Prefeitura da Cidade Universitária para o desenvolvimento de um projeto de rede subterrânea
em média tensão na universidade, em moldes distintos do realizado pela AES Eletropaulo. O
projeto, que foi financiado em parte pela Fapesp e em parte pela própria USP, consistiu no
enterramento dos cabos diretamente do solo, com fitas de sinalização de alerta, ao contrário do
que é feito pela concessionária, que utiliza bunker de concreto para vedar os fios e os cabos
elétricos. “Esta parte civil é muito dispendiosa”, explica Neri.

Ao todo, de 1998 a 2000, foram instalados e energizados 28 km de cabos, sendo 23 km de


rede tronco (principal) e 5 km de derivações (radiais) que atendem às cabines primárias. A rede
alimenta a cidade universitária inteira – 65 consumidores diretos, entre faculdades, institutos e
outras unidades. Desde então, conforme o chefe da divisão de infraestrutura da Cidade
Universitária, não foram registradas mais interrupções em razão de intempéries.

Reaparição da beleza escondida

A Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) vem revitalizando o centro de Joinville (SC),
substituindo as redes aéreas de energia elétrica por redes subterrâneas. De acordo com o
engenheiro eletricista da Agência Regional Joinville da Celesc, Jean Eduardo Costanzi, alguns
motivos levaram o município catarinense a realizar estas modificações, entre os quais a
segurança e a operacionalidade da rede de distribuição, haja visto que a rede da região se
encontra muito próxima de marquises, janelas e fachadas e é de difícil manutenção. “A
utilização de qualquer outra tecnologia de rede não extinguiria o risco”, garante o engenheiro.
Aliado a estes motivos, existe o fato de que o centro de Joinville é histórico, com construções
da época do império “e a rede subterrânea propiciou a reaparição dessa beleza a pouco
escondida”.

ed-128_reportagem_fig-1Construção civil da obra

Financiado pelo Governo do Estado de Santa Catarina e prefeitura municipal, o projeto está
sendo desenvolvido em três etapas. A primeira, finalizada em 2011, instalou aproximadamente
2,5 km de fiação subterrânea na via gastronômica, importante atração turística da cidade de
Joinville. Para realizar esta etapa do projeto, foram investidos cerca de R$ 7 milhões. Em
funcionamento desde maio de 2016, mas inaugurado oficialmente no início de setembro do
mesmo ano, a segunda etapa do projeto consistiu na instalação de 2,4 quilômetros de cabos
subterrâneos em nove ruas do centro da cidade. Ao todo, foram investidos R$ 9,2 milhões,
sendo R$ 8,2 milhões, via Governo do Estado de Santa Catarina, e R$ 1 milhão por meio da
Prefeitura de Joinville. O auxílio do governo estadual veio, segundo Costanzi, através do
crédito de ICMS e da prefeitura com a implantação da rede iluminação pública do local e da
reurbanização. Já a terceira etapa teve o início dos projetos autorizado também no começo de
setembro. A estimativa é de que as obras iniciem no começo de 2017 e sejam investidos R$ 10
milhões em aproximadamente três quilômetros de rede subterrâneas, que serão instaladas em
outras 12 vias da região central da cidade.

Além da terceira etapa do Projeto de Redes Subterrâneas no Centro de Joinville, a Celesc já


possui em andamento na cidade de São Francisco do Sul, localizada a 194 km da capital
Florianópolis, um projeto que pretende instalar, em sua primeira etapa, dois quilômetros de
redes subterrâneas, contemplando 11 ruas da orla do Centro Histórico. Para realização dessa
obra, está previsto o investimento de R$ 4,9 milhões.

Sobre a viabilidade econômica da rede subterrâneas de uma maneira geral, o engenheiro


eletricista da Agência Regional Joinville da Celesc declara que os projetos implementados no
estado demonstram que há uma grande oportunidade mesmo com o custo elevado.
“Entretanto, acredito ainda ser necessário revermos as regulações por parte da Aneel para que
esses investimentos sejam reconhecidos, de forma mais abrangente na tarifa de energia
elétrica”, conclui.

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Comentários
Uma Resposta
Dimas disse:
1 de março de 2017 às 15:36
Excelente abordagem e matéria. Parabéns

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TECNOLOGIA
Fiação elétrica subterrânea: confiabilidade e segurança
Publicado em 2019-06-17 06:00:10 Atualizado em 2019-06-17 06:00:10 (1013 visualizações)
1

Redes de distribuição instaladas de forma subterrânea existem desde o início do século XX,
mas, de lá para cá, pouco se evoluiu. Atualmente, a quantidade de rede de distribuição
subterrânea no país não ultrapassa os 2%, sendo reflexo da falta de um modelo regulatório
específico que incentive investimentos neste modelo de instalação. De acordo com a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os índices variam de cidade para cidade, mas em Belo
Horizonte, o percentual de redes enterradas é de 2%, em São Paulo é de 7% e no Rio de
Janeiro 11%.

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O enterramento das redes proporciona cidades mais seguras e infraestrutura mais confiável.
Na rede subterrânea, a manutenção preventiva consiste de medições periódicas das condições
de conservação dos componentes dos cabos e os resultados são avaliados por equipes
especializadas para interpretar os resultados e apresentar o diagnóstico. A rede é
constantemente monitorada, evitando desligamentos excessivos. Por outro lado, na rede aérea,
onde predomina a manutenção corretiva, geralmente, a troca ou o reparo do equipamento só
ocorre diante de um evento, como queima de equipamentos, dano por queda de árvores e
tempestades ou mesmo explosões, provocando desligamentos. A consequência disso são os
altos índices de DEC (duração do tempo em que, em média, uma unidade consumidora fica
sem energia) e FEC (frequência com que isso acontece). A título de comparação, enquanto na
Alemanha, que tem 80% da sua rede elétrica enterrada, o DEC é de 25 minutos por ano, no
Brasil, este índice é de 13 horas na média. Na França, o FEC é 0,3 e aqui fica por volta de 8
interrupções por consumidor.

É fato que enterrar os cabos exige um investimento maior do que demanda a rede aérea, no
entanto, há que se pensar na relação custo/benefício e nas vantagens obtidas no curto, médio
e longo prazos. “Países ou cidades se beneficiam com o aumento do turismo; e a
concessionária local e a prefeitura ganham com redução de manutenção na rede, diminuição
de acidentes envolvendo pipas e roubo de cabos e outros equipamentos, além da estética e da
segurança para toda a população”, avalia o diretor executivo da Baur do Brasil, o engenheiro
eletricista Daniel Bento.
“As redes subterrâneas apresentam melhor confiabilidade, uma vez que não estão sujeitas aos
efeitos do clima. Esta confiabilidade resulta em conforto para as residências e competitividade
para a indústria, tendo em vista que mesmo pequenas interrupções podem provocar grandes
impactos na produção do setor industrial”, avalia Bento. De acordo com o executivo, “o
enterramento das redes proporciona cidades mais bonitas, seguras e com infraestrutura mais
confiável, ou seja, tudo para que tenhamos um país mais produtivo, com mais renda e
segurança para todos”. Com isso, ganha o turismo, tendo em vista que uma cidade sem fios é
muito mais agradável de ser visitada e permite que se apreciem as paisagens com mais
visibilidade e sem interferência do caos da distribuição aérea.

Comissão de Cultura aprova redes subterrâneas em áreas tombadas

No último dia 16 de abril, a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados aprovou a


proposta que torna obrigatória a utilização de redes subterrâneas de distribuição de energia
elétrica em conjuntos urbanos tombados ou que tenham valor histórico e cultural reconhecido
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

A medida está prevista no Projeto de Lei 798/11, do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).
Segundo o texto, a substituição das redes aéreas pelas subterrâneas deve ser executada no
prazo máximo de três anos após a publicação da nova lei.

"Seria oportuno aproveitar o momento que estamos passando por reformas e ajustes de
políticas públicas para iniciar essa ação de planejar o enterramento das redes de distribuição e
telecomunicações em nossas principais cidades para colher futuramente os frutos dos
benefícios trazidos", avalia Bento.

O projeto passará ainda pelas comissões de Desenvolvimento Urbano e de Constituição e


Justiça e de Cidadania.

Congresso sobre redes subterrâneas

Com o objetivo de discutir avanços, tendências e novas tecnologias em redes subterrâneas de


energia, acontecerá nos próximos dias 17 e 18 de junho, em São Paulo, a 15ª edição do Fórum
Redes Subterrâneas de Energia Elétrica. O evento, constituído por congresso e área de
exposição, terá como tema “a retomada da conversão de redes aéreas em subterrâneas frente
a uma nova perspectiva gerencial das distribuidoras”.

O evento recebe profissionais da área, como engenheiros, arquitetos e administradores


atuantes em planejamento, urbanismo, prestação de serviços e fornecedores de produtos e
tecnologias.
A Baur do Brasil participa do evento com estande e com uma palestra ministrada por seu
diretor executivo, Daniel Bento. O engenheiro abordará a relação da gestão das redes
subterrâneas com as tendências de descarbonização, descentralização e digitalização.

Serviço:

Fórum Redes Subterrâneas de Energia Elétrica 2019 - Congresso e Exposição


17 e 18 de junho
Centro de Convenções Frei Caneca - São Paulo (SP)
Site: http://www.rpmbrasil.com.br/eventos.aspx
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