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Introdução

O presente trabalho apresenta o relato da experiência do Estágio Supervisionado


IV, usando como ponto de partida o Estágio II, pois esses estágios foram voltados ao
ensino médio.

No período do início do Estágio Supervisionado II foi divulgado o resultado do


SAEB. Em agosto de 2018, na sede do MEC em Brasília, o INEP (Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais) divulgou os dados do relatório SAEB (Sistema de
Avaliação da Educação Básica) de 2017. Neste levantamento o estado do Pará figurava
como o último colocado da região norte e o penúltimo colocado a nível Brasil na
avaliação de desempenho escolar, superando somente o estado da Bahia.

Uma vez que o relatório SAEB mostrou o baixo desempenho dos alunos do
ensino médio de nossas escolas, na avaliação referente ao ano de 2017, fomos levados
por nossa professora, dentro da disciplina de Estágio II, a fazer um trabalho de pesquisa
junto ao 2º ano noturno de uma escola pública de nossa cidade.

Seguimos então para a escola pública de ensino médio noturno afim de darmos
início ao nosso trabalho de pesquisa. No primeiro momento assistimos a uma aula junto
aos alunos, observando a didática do professor, o comportamento da turma e buscando
nossa adaptação como estagiário pesquisador.

Nesse estágio para conseguirmos dados mais concretos do ensino aprendizado


usamos as seguintes metodologias e ferramentas: observação, entrevista semiestruturada
e questionário com perguntas semiabertas e fechadas. A observação consistiu da análise
da sala de aula e funcionamento do ambiente escolar, que exibia como decorria o
ensino-aprendizado em uma escola.

A entrevista semiestruturada foi aplicada ao professor, que continha indagações


sobre escolha profissional; experiência; metodologias; materiais didáticos; ensino-
aprendizado; dificuldades dos alunos e possíveis causas dessa problemática. Com isso
conseguimos ter o ponto de vista de um dos principais sujeitos responsáveis pelo
processo de ensino-aprendizado, assim obtendo mais informações a serem utilizadas na
pesquisa.

O questionário que foi aplicado aos alunos possuía perguntas sobre suas maiores
dificuldades em matemática; existência de ações educativas e desempenho na OBMEP.
Contando assim com dados que compreendia alguns pontos de vista do principal sujeito
do ensino-aprendizado o discente.

Com esses dados coletados, orientação da professora supervisora do estágio e


com referências em autores que abordava as mesmas problemáticas, elaboramos um
artigo que apontava as principais dificuldades enfrentadas pelos alunos em matemática.
Pois o objetivo da disciplina era observarmos a sala de aula e formular intervenções.

Como o trabalho da disciplina de Estágio II contava com planos de intervenções


colocamos em prática no estágio IV. Em que seguimos para duas escolas de ensino
médio com turmas do diurno e do noturno, em que visamos pôr em prática nossa
regência.

O Estágio IV tinha como objetivo a coparticipação e participação com foco na


regência. Com isso, surgiu a necessidade da elaboração de metodologias que visava o
melhor aproveitamento do ensino tanto ao aluno quanto o estagiário. E como referencial
utilizamos o estágio II que também foi dedicado a última etapa do ensino básico.

Com todo esse aparato visamos ministrar aulas e criar ações mais eficientes que
contou com regência de modo regular e oficinas focadas na OBMEP e Enem. Como
forma de auxílio aos alunos que participariam das mesmas.

A disciplina de estágio apresenta grande importância em curso de licenciatura,


pois leva o discente até uma sala de aula com uma nova perspectiva. Todo formando
necessita desse contato mais próximo com os centros de ensino, visto que é onde
provavelmente exercerão sua profissão e para desempenhá-la com eficiência se torna
necessário conhecer seu local de trabalho e suas atribuições, assim, o estágio faz essa
conexão, com o objetivo de proporcionar ao estagiário um ambiente propício para criar
suas metodologias. Dessa forma:
O estágio supervisionado permite ao futuro profissional docente
conhecer, analisar e refletir sobre seu ambiente de trabalho. Para tanto,
o aluno de estágio precisa enfrentar a realidade munido das teorias que
aprende ao longo do curso, das reflexões que faz a partir da prática
que observa, de experiências que viveu e que vive enquanto aluno, das
concepções que carrega sobre o que é ensinar e aprender, além das
habilidades que aprendeu a desenvolver ao longo do curso de
licenciatura que escolheu. (CORTE; LEMKE, 2015, não paginado).
No estágio II coparticipamos e participamos das aulas do professor de
matemática de turmas noturnas, nesse momento nosso foco foi analisar a regência do
docente como forma de aprimorar nossas concepções de aula, com outro olhar, não
como aluno, mas de educador. Onde essa visão consistia em nos guiar na criação de
nossas metodologias de ensino.

Fazendo sondagens através de questionários, tabulando as respostas dos alunos,


identificando dificuldades, fazendo todo um trabalho de busca no site da OBMEP,
selecionando as questões e as resoluções, interagindo com outros colegas de estágio e,
posteriormente, aplicando estas questões para os alunos, nos deram um preparo muito
bom no sentido da pesquisa e intervenção. Esta experiência que passamos no Estágio II
foi a fonte de nossa inspiração que direcionou nosso planejamento das atividades de
intervenção nas escolas por ocasião do Estágio IV, agora voltado para os alunos que
iriam prestar o ENEM.

Tínhamos como objetivo participar e coparticipar de aulas visando auxiliar os


alunos do melhor modo possível. Com isso formulando nossas metodologias de ensino,
buscando o aperfeiçoamento da didática.

AMADURECENDO NO ESTÁGIO

Estar presente em sala de aula, cumprindo a disciplina de estagio é sempre muito


desafiador e empolgante. Por ocasião do estágio II e IV estagiamos em uma mesma
escola pública de ensino médio noturno. Na disciplina de estagio II os trabalhos se
deram em função do relatório SAEB, divulgado pelo MEC, apontando um baixo
desempenho dos estudantes paraenses, já o estágio IV foi voltado para os alunos que
iriam fazer o ENEM e a segunda fase da OBMEP. Em ambas as disciplinas podemos
observar que os alunos possuem muitas dificuldades com o conteúdo, com o
entendimento dos conceitos e, principalmente, em interpretar o que o comando da
questão está pedindo.

Aplicamos uma atividade que ocorreu de forma de vários encontros com alunos
do ensino médio diurno de uma escola pública estadual do município de Marabá – PA.
Essa atividade foi planejada atendendo a demanda da escola, nesse caso, voltada para a
OBMEP. Visitamos o site que gerencia a olimpíada de matemática, selecionamos
questões aplicadas em anos anteriores e suas resoluções, compartilhamos entre todos os
estagiários, tanto da turma de 2016 como da turma de 2017. Assim que foi definido as
questões que seriam usadas em sala com os alunos, foi acordado que seria feito um
acompanhamento individualizado com os participantes. Assim foi realizado o trabalho
de Estágio com a Escola A.

Em outra atividade de estágio, realizada na Escola B, em uma turma do 2° ano


do ensino médio do noturno ministramos aula sobre o conteúdo combinação simples,
em que apresentávamos alguns conceitos e dava exemplo de resoluções de questões.
Podemos observar que o tempo disponível para aula era muito pouco, não sendo
possível concluir o conteúdo que havia sido criado para a turma. Em um segundo
momento nesta mesma escola, com os alunos do 3º ano, trabalhamos questões do
ENEM, de anos anteriores para alunos que fariam o exame.

Depois voltamos a essa mesma escola com outra metodologia, em que


elaboramos uma lista de questões para passa-las aos alunos. Essa lista recebeu uma
atenção especial, em que contava com questões do Enem, pois essa lista seria aplicada a
turmas do 3° ano do ensino médio do noturno como uma forma de auxílio, já que os
mesmos em grande maioria fariam o Enem com o objetivo de tirar boas notas.

Com isso essa lista foi confeccionada escolhendo questões dos anos anteriores
do Enem, essas perguntas eram resolvidas pelos estagiários para ter um domínio das
mesmas e para medir o grau de dificuldade das perguntas, já que queríamos que os
alunos compreendessem com clareza os meios de resolução, assim contando com
questões fáceis e medianas, abordando assuntos mais recorrentes no Enem.

Depois dessa elaboração a colocamos em prática, em que todos os estagiários


ficariam responsáveis em uma turma. Assim conseguimos formar pequenos grupos, em
que cada estagiário ficaria responsável em orientar um grupo. Distribuímos uma lista
para cada aluno para que resolvesse e se surgisse alguma dúvida seria esclarecida pelos
graduandos.

Notamos que essa metodologia teve bons resultados, pois em pequenos grupos
tinha um contato mais próximo entre o aluno e o professor estagiário, perdendo aquela
barreira do constrangimento em ter que tirar uma dúvida com uma grande plateia vendo.
Essa aproximação também fez com que o estagiário pudesse acompanhar com mais
precisão cada aluno, assim indo nos seus ritmos, evitando que alguns alunos ficassem
muito atrasados ou que terminassem muito cedo e por não terem nada a fazer perdessem
o foco.
Como teve boa recepção pelos alunos e foi um modo de contato mais próximo
com os alunos então a repetimos em outra turma do 3º ano do ensino médio, em que
aplicamos a mesma metodologia. Portanto observamos que esse contato foi bom aos
alunos já que mostrava na prática a resolução de questões do mesmo modelo que fariam
no Enem e bom aos estagiários por terem a experiência de reger pequenos grupos dando
apoio a todos os integrantes.

Porém mesmo tendo bons resultados e a turma quase toda focada na resolução
das questões, houve aluno que optou por não participar e alguns não estavam voltados a
atividade. Mesmo com essa problemática, considerando o todo foi de grande êxito, pois
podemos alcançar alunos que queriam aprender.

Considerações finais

Foi muito importante e enriquecedor para nós, estagiários e futuros professores


de matemática, vivenciar a rotina de uma escola de ensino médio diurno e noturno.
Certamente isso nos dará uma boa visão acerca de como se desenvolve a profissão que
estamos abraçando.

Questionários, tabulações, proposta de intervenção, regência foram conceitos


que assimilamos neste período. Isso nos será útil e nos acompanhara por toda a
docência.

Algo muito gratificante que observamos nestes dias de estágio, foi o fato dos
alunos terem nos aceitado e terem criado, de certa forma, um vínculo de confiança para
conosco. Perguntavam sem timidez alguma, demonstravam desejo em aprender,
estavam encorajados para resolver os exercícios. Nosso trabalho foi bastante facilitado
em função da receptividade dos alunos.

Notamos que os alunos do diurno possui uma maior facilidade no aprendizado e


empenho, não sabemos os motivos das diferenças de assimilação do conteúdo. Em que
alunos do diurno apresentaram mais disposição e artifícios nas resoluções de questões.

Contudo, verificamos que em uma classe a formação de pequenos grupos, com


cada grupo sendo orientado por um estagiário, obtém bons resultados tanto no
desenvolvimento dos alunos, quanto no aperfeiçoamento dos estagiários. Assim sendo
uma intervenção que tem êxito.
Sabemos que os desafios na educação são grandes, sempre que se divulga um
relatório que mede a eficiência estudantil de nossos alunos já ficamos preocupados,
afinal, são anos e anos desfavoráveis. Apesar de tudo isso, o estágio nos deu a segurança
que precisávamos. Embora exista a deficiência apontada pelos estudos, aprendemos
como diagnosticá-la e, como elaborar uma intervenção capaz de motivar os alunos e
conduzi-los a uma condição favorável nos estudos.

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