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YAMAHA LANDER MAIS CONFORTO, MENOS OFF-ROAD

www.motociclismoonline.com.br

ROYAL
ENFIELD
HIMALAYAN
Uma viagem
no tempo com
a trail clássica
que encara bem
qualquer terreno

KAWASAKI
NINJA H2 SX
CONFORTO,
TECNOLOGIA
E UM MOTOR
BRUTAL AO
SEU DISPOR!
MOTOS ELÉTRICAS
ESPECIAL Elas estão tomando as
ruas. Você está preparado?
E MAIS! :BMW S 1000 RR :TRIUMPH STREET SCRAMBLER E STREET TWIN
SUMÁRIO
Nº 254 Q FEVEREIRO 2019

SEÇÕES
30

72
EDITORIAL ...............................................................6
PLANETA MOTO .....................................10
CULTURA...............................................................66
COLLECTION....................................................72
MERCADO ............................................................76
CORREIO..................................................................79
TABELA DE PREÇOS ...................80
50 56 CRÔNICA ..............................................................82

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APRESENTAÇÃO ESPECIAL
BMW S 1000 RR Motos elétricas Veja mais
A superesportiva da fabricante alemã recebeu O movimento das marcas e do mercado em conteúdo
um upgrade e está ainda mais poderosa. Veja direção às motos elétricas parece irreversível. exclusivo:
todos os detalhes............................................................................... 30 Mas estamos preparados?.................................................... 22 motociclismoonline.com.br
Com atualização diária
de notícias, tem sempre a
Triumph Street Scrambler e Twin SUPERTESTE motocicleta como tema, além de
Desvendamos as duas novidades da marca, matérias de serviços e mercado.

que mesclam os estilos clássico e moderno, e Royal Enfield Himalayan Acesse a galeria de
devem desembarcar em breve por aqui............. 34 Um teste completíssimo com a novidade trail imagens para ver mais
fotos da edição impressa
que promete desbravar qualquer tipo de terreno,
Kawasaki Ninja H2 SX com seu visual clássico ........................................................... 56 MOTOCICLISMO no Facebook
motociclismomagazine
Toda a força e potência descomunal que a gente
já conhece agora mais usável, recheada de
TESTE MOTOCICLISMO no Instagram
@motociclismo_br
conforto para trajetos longos e divertidos ......... 42 Yamaha XTZ 250 Lander MOTOCICLISMO no Twitter
@motociclismo_br
Depois de uma incursão pela terra, chegou a MOTOCICLISMO no Youtube
hora de avaliar a renovada trail da Yamaha no motociclismoonline
ambiente urbano................................................................................. 50
EDITORIAL

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É preciso motociclismomagazine
@motociclismo_br
motociclismoonline

resiliência @motociclismo_br

O
\DIRETORIA \
Dudu Ribeiro dos Santos \dudu@autoshow.com.br
timismo é algo que se tem ou não, mas, às ve- Eduardo Ribeiro dos Santos \eduardo@matel.com.br
zes, reveses nos fazem fraquejar no que talvez Isabel Reis \isabel.reis@motormidiateam.com.br
seja o mais importante aspecto psicológico pa-
ra levar a vida com leveza. É aí que precisamos \REDAÇÃO \
marcelo.barros@motociclismoteam.com.br
nos fortalecer para não deixar que o otimismo carlos.bazela@motociclismoteam.com.br
seja substituído pelo pessimismo, o que poderia facil- ismael.baubeta@motociclismoteam.com.br
mente se transformar em desespero. Situação fácil de andrea.guimaraes@motociclismoteam.com.br
acontecer, quando, por exemplo, você começa o ano \COMERCIAL \
cheio de novos e importantes desafios e numa situa- marcelo.cervantes@motormidiateam.com.br
ção cotidiana que passaria despercebida (quase ridícu- antonio.demesio@motormidiateam.com.br
la), você é arrastado para fora de seu mundo habitual
\MARKETING \
e se depara com um prognóstico de pelo menos três thomas@helloweventos.com.br
meses de afastamento, por conta de uma fratura, que
poderia não ter acontecido... Problemas acontecem e, \ASSINATURAS \
assinaturas@motociclismoteam.com.br
como quase todo ser humano, costumava ignorar que
poderia acontecer, inclusive comigo. \GRÁFICA \
Minha sorte é contar com pessoas incríveis ao meu Log&Print Gráfica e Logística
Rua Joana Foresto Storani, 676
redor, tanto no círculo familiar quanto no de trabalho, Distrito Industrial - Vinhedo, SP
afinal de contas todos ficaram sobrecarregados de www.logprint.com.br
trampo por minha causa e, mesmo que eu tente ajudar,
estou muito longe de poder fazer tudo que deveria. Ca- \DISTRIBUIÇÃO \
Dinap
be um profundo agradecimento a cada um da família, Rua Kenkiti Shinomoto, 1678, CEP 06045-390
afinal casa e trabalho acabam se confundindo com a Osasco, SP
convivência e podem ser considerados como tal. Sorte
\REVISÃO \
a minha ou será o teimoso otimismo? Ok Linguística
A vida segue e, mesmo comigo longe, nossa compe- atendimento@oklinguistica.com.br
tente equipe se esforçou e conseguiu trazer para você
\JORNALISTA RESPONSÁVEL \
as novidades que estão sendo anunciadas, que che-
Isabel Reis - MTB 17311
garam ou chegarão por aqui. Das motos elétricas que
vão dando pinta de ser uma realidade mais próxima, à Motociclismo Magazine ISSN 1415-1863.
sport touring da Kawasaki, a H2 SX, uma motocicleta Publicação mensal da Motor Mídia
© Direitos reservados.
sobrealimentada por turbo que é mais fácil de pilotar
do que pode parecer. A apresentação das irmãs ingle- \MOTOR MÍDIA \
sas Triumph Street Scrambler e Street Twin, além da Empresa de conteúdos, soluções digitais e eventos
Rua Plínio de Morais, 394, Sumaré, São Paulo
estonteante BMW S1000RR. CEP: 01252-030
Testamos também a nova Yamaha Lander 250 e fizemos Fone: (11) 2888-5300
o Superteste com a indiana Himalayan, uma moto trail
que vem somar força ao lineup da Royal Enfield, que \PRODUTOS MOTOR MÍDIA \

também anunciou o aumento do número de concessio-


nárias no país. Gostou do recheio? Pois tem mais, na
seção cultura, o Roberto Severo continua com a odisseia
de (re)construir uma motocicleta, e na Collection, Car-
lãozinho Coachman conta o início da trajetória de Alex
Barros, na qual me vi acelerando com ele sua mobillete
nos anos 1980. Até a próxima, um abraço e boa leitura! Moto de Ouro 2018

Ismael Baubeta - Editor


ismael.baubeta@motociclismoteam.com.br

6 motociclismo FEVEREIRO 2019


PLANETA MOTO
Notícias e curiosidades do mundo motociclístico
Em foco

Brasil faz bonito


no Dakar dentro
e fora da prova
E
ntre 6 e 18 de janeiro, aconteceu a 41ª primeira
edição do Rally Dakar que, pela primeira vez, foi
realizado em apenas um país, o Peru. Mais uma
vez os brasileiros fizeram bonito na competição e
não estamos falando somente de Reinaldo Varela e
Gustavo Gugelmin, vencedores do ano passado na
categoria UTV e donos da medalha de bronze nes-
te ano. Mas, também, do fotógrafo Marcelo Macha-
do de Melo, vencedor do concurso Emilie Poucan.
Em sua nona edição, o prêmio é idealizado pela or-
ganização do Rally Dakar e reconhece a melhor fo-
to tirada por um dos fotógrafos credenciados para
cobrir a prova. Melo recebeu o prêmio pela foto que
tirou do piloto Javi Vega e sua Yamaha WR 450 F.
“Meu pai sempre fotografou e filmou nossa infância, e
acabei pegando gosto pela fotografia”, conta o fotó-
grafo, que está na área desde 2008 e há seis anos se
especializou nas competições off-road, cobrindo eta-
pas do Campeonato Brasileiro de Rally, do Rally dos
Sertões e está em seu terceiro Dakar. Você confere o
trabalho dele no perfil @marcelommm no Instagram.
A edição deste ano da competição teve a vitória
absoluta da KTM entre as motos, com Toby Price
em primeiro, que competiu com fratura no punho,
Mattias Walkner em segundo e Sam Suderland em
terceiro. Já nos UTVs, quem levou o troféu para ca-
sa foi a dupla de chilenos Chaleco Lopez e Alvaro
Quintanilla. Os espanhóis Gerard Farres Guell e Da-
niel Oliveiras Carreras chegaram em segundo lugar.

10 motociclismo FEVEREIRO 2019


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Marcelo Machado de Melo

FEVEREIRO 2019 motociclismo 11


Renato Duerães
PLANETA MOTO

Salão Duas Rodas em novembro


O Salão Duas Rodas 2019 já tem data marcada: acontecerá de 19 a 24 de novembro, no São Paulo Expo. O anúncio vem na esteira da
renovação do contrato entre a Abraciclo, associação que representa do segmento de motocicletas, e a Reed Exhibitions Alcantara Machado,
organizadora do Salão. O novo acordo prevê a realização de mais quatro edições bienais do evento. “Além de representar a força desse
importante setor econômico, a 15ª edição do Salão Duas Rodas será realizada em um momento estratégico de retomada de mercado
e certamente veremos grandes lançamentos, novidades e uma série de atrações, para que o evento continue sendo um dos maiores
e melhores do mundo no segmento”, diz Leandro Lara, diretor do Salão Duas Rodas.
Triumph

Yamaha

Speed Twin no Brasil


A Triumph confirmou a chegada de sua mais nova clássica
moderna, a Speed Twin, ao mercado brasileiro, no final do
primeiro semestre. O valor, porém, ainda não foi divulgado.
Pequena esportiva
Releitura da Speed Twin de 1.938, a naked reúne o visual da renovada
Street Twin de 900 cm³ com o motor retrabalhado da família A Yamaha apresentou a nova geração da YZF-R3 na Europa. Com
de 1.200 cm³ que equipa a Thruxton R. O resultado desse visual renovado, a pequena esportiva tem linhas mais parecidas
cruzamento é uma moto que promete entregar um pouco com outros modelos da marca, como a YZF-R6. O painel agora
mais de adrenalina e potência que uma Street Twin, mais é totalmente digital. Na ciclística, o destaque fica por conta da nova
estilo e dinamismo do que a Bonnie e que não exige do piloto suspensão dianteira Kayaba (KYB) de 37 mm, que permite uma
uma postura tão agressiva ao guidão quanto a café racer – pilotagem mais esportiva sem perder o conforto. Na traseira, há
além de ser 10 kg mais leve. O motor bicilíndrico paralelo uma balança assimétrica, que emprega amortecedor KYB e permite
com arrefecimento líquido pode gerar até 97 cv de potência ajuste na pré-carga da mola. Já o motor bicilíndrico segue sem
a 6.750 rpm, com torque de 11,4 kgf.m em 4.950 giros. alterações, com 42 cv de potência. Na Itália, a esportiva chegou
nas cores preta e azul por 5.790 euros (cerca de R$ 24.500).

12 motociclismo FEVEREIRO 2019


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BMW
Fotos MV Agusta
Brutale 800 F 800 S

BMW
Z900RS

F3 675

MV para iniciantes Recall BMW e Kawasaki


A MV Agusta inicia as vendas na Europa de dois modelos com As marcas BMW e Kawasaki anunciaram recall envolvendo
limitadores de potência. A naked Brutale 800 e a superesportiva modelos em circulação no Brasil. A fabricante de origem alemã
F3 675 agora estão disponíveis com 35 kW (cerca de 47 cv), convocou proprietários de motocicletas das linhas F, G, K e R,
o máximo permitido para os habilitados na categoria A2. De produzidas entre 1996 e 2008. A extensa lista inclui F 650 GS,
acordo com a marca, ambas as motos podem ir de 35 para 70 kW F 800 GS, G 650 Xchallenge, K 1200 RS, R 1100 R, HP2 Enduro,
(mais ou menos 95 cv) de potência e vice-versa, dependendo da entre outras. Os motivos são variados (veja detalhes no nosso
habilitação do motociclista. Os dois modelos contam com bastante site). A Kawasaki, por sua vez, promove campanha com três
eletrônica, como freios ABS com sistema que evita a elevação da modelos: Z900, Z900RS e Z900RS Café. Segundo a montadora,
roda traseira, controle de tração com oito níveis de intervenção, a montagem da mangueira do freio traseiro e do fio do sensor de
quatro modos de pilotagem e câmbio assistido quickshift, para rotação da roda traseira pode ter sido feita de maneira incorreta,
subir e descer marchas sem precisar acionar a embreagem. podendo causar contato com o pneu traseiro.

Fim da era Rudy


Royal Enfield

O presidente da anglo-indiana Royal Enfield, Rudratej Singh, o Rudy, deixou o comando


da marca na Índia. A companhia informou que, por motivos pessoais, o executivo decidiu
perseguir oportunidades fora da fabricante de motos. Rudy, contudo, revelou que continua
como mentor e conselheiro para ajudar na transição de comando até maio. Rudratej
Singh deixa a marca após quatro anos e, durante sua gestão, a Royal Enfield teve grande
crescimento no volume de vendas, lançou modelos como a Classic 500, a trail Himalayan
e, mais recentemente, as “gêmeas” Continental GT 650 e Interceptor 650, ambas reveladas
no Salão de Milão em 2017 e que estão chegando ao mercado internacional neste ano.

FEVEREIRO 2019 motociclismo 13


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Os destaques
mostram o que
está acontecendo
de mais quente
no Planeta Moto
e também ficou
mais fácil seguir
a MOTOCICLISMO
nas redes sociais

O novo layout é
mais organizado
e intuitivo, para
ajudar ao leitor
a encontrar os
assuntos de sua
preferência com
maior facilidade

Site Motociclismo online de cara nova


O
site da MOTOCICLISMO está de cara no- “A MOTOCICLISMO já vem trilhando esse ca-
va. Totalmente reformulada, a nossa versão minho digital há bastante tempo. Mas agora
online foi refeita para oferecer a você, que estamos dando um passo ainda maior nessa
acompanha todo mês nossa revista, aquilo direção, com este novo site. E ele é só o início
que temos de mais precioso e que você mais de muitas outras novidades que estamos pla-
gosta: o conteúdo. nejando”, comenta Isabel Reis, Diretora Geral
Sempre com muita informação de quallidade da Motor Mídia, à frente da publicação nesses
sobre tudo que rola no Planeta Moto, o novo mais de 20 anos de sua existência.
MOTOCICLISMO ONLINE ficou ainda me- Então, se ainda não viu, não deixe de aces-
lhor para quem navega pelo smartphone, com sar www.motociclismoonline.com.br e depois
uma interface mais amigável para você seguir conte pra gente o que achou nas nossas re-
sempre bem informado sobre as últimas notí- des sociais ou, se preferir, pelo nosso e-mail, o
cias do nosso segmento. redação@motociclismoonline.com.br.

14 motociclismo FEVEREIRO 2019


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Diavel 1260 em produção


PONTO DE VISTA A Ducati iniciou a produção da naked Diavel 1260 em sua fábrica de
Borgo Panigale, na Itália. O modelo, revelado em novembro durante o
por Marcelo Barros
Salão de Milão, traz algumas melhorias no visual que vieram direto da
versão custom da moto, a XDiavel. Entre elas, o escape com ponteira
dupla, que teve seu comprimento reduzido. Mas, a grande novidade é
o motor bicilíndrico em L Testastretta DVT, com 1262 cm³ e comando
de válvulas variável – o mesmo da Multistrada 1260. O propulsor
Desculpe, gera 159 cv a 9.500 rpm, com torque máximo de 13,1 kgf.m nos
7.500 giros. Sem dúvidas, uma moto forte. É provável que esse seja

mas não é culpa dela! um dos lançamentos da marca no Salão Duas Rodas, em novembro.

Ducati
P
or mais que a gente fale que a moto é segura,
sempre ouvimos alguém falar que ela é perigosa.
Mas perigoso é usar algo sem saber! Moto exige
um conhecimento específico, assim como manusear
uma arma, ou mergulhar no oceano. São três pilares
básicos, mas ignorados por muitos, para o uso ide-
al da moto: andar equipado, dominar as técnicas de
pilotagem e manter a manutenção da moto em dia.
Se você anda equipado é porque tem consciên-
cia de que pode acontecer um acidente, mas estará
preparado para evitar lesões, ou minimizá-las. Mas
melhor do que precisar dos equipamentos é não
cair, certo? Invista em cursos de pilotagem e saiba
que um só não será suficiente. Você precisa de “ho-
ras de voo” com sua moto para dominar as técnicas.
Com isso, as chances de se envolver em um aciden-
te diminuem muito! Mas nada disso servirá se você
não cuidar da sua moto. A manutenção tem que es-
tar sempre em dia. Pneus e freios devem ser trata-
dos como filhos, tamanha a responsabilidade deles Exclusivas de fábrica
na sua segurança. Não economize nisso! O motor, A Triumph lançou no Reino Unido a divisão TFC – Triumph Factory
coração da moto, também exige cuidados para não Custom, responsável por oferecer modelos exclusivos. Thruxton
te deixar na mão. Revisões periódicas e o uso de TFC e Rocket TFC foram os primeiros modelos apresentados. Com
produtos de qualidade ajudam a aumentar a vida útil emblemas feitos à mão, a Thruxton TFC aproveita o apelo retrô,
do veículo. Se não tem condição de manter a moto mas entrega mais esportividade. O bicilíndrico de 1.200 cm³ foi
em dia, não compre. Simples! retrabalhado para oferecer mais potência: são 107 cv em 8.000 rpm,
Além desses pilares, use o bom senso. Muita enquanto o torque é de 11,7 kgf.m já nos 4.850 giros. Três modos de
gente pilota equipado, fez vários cursos, tem uma pilotagem, controle de tração, freios Brembo com ABS e iluminação
moto impecável, mas anda como se estivesse na em LED fazem parte do pacote, que traz suspensões totalmente
MotoGP contra o Marc Márquez. Sem uma atitude ajustáveis da Öhlins, escapamentos em titânio da Vance & Hines e
correta, você não só se coloca em risco, mas co- pneus Metzeler Racetec RR. Já a Rocket TFC não teve seus detalhes
mo coloca outras vidas em risco. A moto é uma fon- revelados, apenas que será limitada a 750 unidades, assim como
te de alegria, mas é preciso saber usar, pois os efei- a Thruxton. A marca promete informações apenas para 1º de maio.
tos colaterais são igualmente intensos. Se você ou-
Triumph

vir alguém falar que a moto é perigosa, tente saber


o motivo. Muitas vezes é uma frustração, por ter se
envolvido em um acidente ou porque um conheci-
do se acidentou ou perdeu a vida com uma moto.
É preciso ter empatia e respeitar as perdas dessas
pessoas, mas busque entender os reais motivos, pa-
ra não absorver essa teoria incorreta. A moto não é
perigosa, perigoso é não respeitar tudo que ela é ca-
paz. Pense nisso. Mostre esse texto para quem re-
pete isso. Precisamos logo mudar esse conceito er-
rado com o argumento certo. Quem me ajuda?

* A opinião dos colunistas não reflete necessariamente a opinião da revista

16 motociclismo FEVEREIRO 2019


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PCX e Pop atualizados


VISÃO DA INDÚSTRIA CG ganha versão especial
por Orlando Cesar Leone Honda PCX, o scooter mais vendido do Brasil, chega à terceira
presidente da Anfamoto geração com novo farol em LED, rodas e linhas da carenagem
diferentes, assim como o painel digital. Houve também melhorias
no assento e na ciclística, com nova calibragem nos amortecedores
e ajuste na pré-carga da mola na traseira. Os pneus estão mais
Hora da retomada largos e o compartimento abaixo do assento está maior. As versões
Sport e DLX ganharam freios ABS ao invés do combinado (CBS) do

A
pós dois anos de recessão e crise, a aposta modelo de entrada. O scooter chega nas cores prata e azul por R$
para este ano é de que teremos mudanças po- 11.620 na versão de entrada. Já o DLX vem em branco perolizado
sitivas, tanto no que diz respeito à economia e o Sport, em prata metálico, ambos por R$ 12.990. A Pop 110i é
quanto no que diz respeito à condução do País. É mais um produto da marca a ser atualizado. A principal novidade da
uma espécie de “volta por cima” da nação. Um no- cub, cujo preço é de R$ 5.790, está na introdução do freio (CBS). São
vo governo, uma enorme vontade de ver a tal da três cores disponíveis: branca, preta e vermelha. Por fim, a CG 160
coisa pública ser colocada nos eixos com a efeti- Titan está fazendo 25 anos e a Honda resolveu comemorar com uma
vação de corte de gastos e a revisão de uma série edição especial e limitada a 8 mil unidades. Destaque para a pintura
de benefícios para que a máquina pública tenha um especial em preto, branco e dourado, incluindo as rodas e grafismos
corte de gastos efetivo. diferenciados no tanque. O preço sugerido é de R$ 10.800.
Maior ainda é a vontade de vê-los atacar a corrup-

Fotos Honda
ção e extingui-la em todas as esferas, se depen-
der do nosso Ministro da Justiça, parece que a vi-
da dos corruptos não será fácil. O governo ainda
está tomando pé da situação, o peso e a cobrança
sobre as atitudes são muito grandes também pa-
ra que as reformas altamente necessárias para que
possamos voltar a ter um crescimento sustentável
sejam aplicadas.
As perspectivas para 2019 já são melhores, previ-
sões de crescimento, mais postos de trabalho, oti-
mismo e confiança para novos investimentos e o
setor produtivo começa a dar sinais de retomada
efetiva. O setor de duas rodas já mostra esses si-
nais com o bom fechamento de 2018, a previsão
de produzir mais de 1 milhão de unidades, é mui-
to bom para o setor de motopeças que voltará a
crescer também, principalmente com os lançamen-
tos de motos previstos para o ano. O consumo vol-
tando a crescer e o nível de endividamento a bai-
xar. Teremos uma longa agenda pelo ano, o Bra-
sil tem muitos gargalos a serem resolvidos para que
possamos acelerar o crescimento de uma forma
mais consistente. O setor de motopeças e duas ro-
das em geral é altamente empregador, tanto dire-
Scooters elétricos
ta como indiretamente, devemos trabalhar para que compartilhados
oportunidades sejam criadas e aproveitadas. Entrou em operação na cidade de São Paulo o Riba Share,
Vamos acompanhar as iniciativas do governo, criar aplicativo que permite o compartilhamento de scooters elétricos.
uma agenda positiva para o setor, participar ativa- O funcionamento é bem simples. Basta usar o smartphone para
mente para que medidas sejam tomadas para im- fazer o check-in e liberar o modelo (incluindo
pulsionar o crescimento e todas as iniciativas sejam o capacete que fica dentro de um baú). Após o uso,
efetivadas para a redução de impostos, desonera- é só fazer o check-out dentro da zona
ção da folha, garantias para melhorar a produtivida- de atuação da companhia, que hoje
de, condições de empregabilidade e a diminuição da conta com quinze bairros paulistanos,
carga tributária. O setor produtivo tem que parar de entre eles Jardim Europa, Itaim Bibi,
pagar a conta! Vamos acreditar e trabalhar acima de Vila Olímpia e Moema. Os primeiros
tudo para o fortalecimento contínuo do nosso setor. 10 minutos de uso custam R$ 5,90;
Forte abraço e boa leitura! e cada minutos adicional gera
cobrança de R$ 0,59.
* A opinião dos colunistas não reflete necessariamente a opinião da revista Riba

18 motociclismo FEVEREIRO 2019


ESPECIAL Motos elétricas

FUTURO ANTECIPADO
Texto CARLOS BAZELA Fotos MARCELLO MANNONI, HARLEY-DAVIDSON, KYMCO E iSTOCK

22 motociclismo FEVEREIRO 2019


A Harley-Davidson iniciou as vendas do modelo elétrico
LiveWire, o que deve antecipar uma tendência de
mercado antes destinada a um futuro distante.
Mas estamos preparados para essa mudança?
FEVEREIRO 2019 motociclismo 23
ESPECIAL Motos elétricas

E
ALTA TENSÃO
m janeiro, a Harley-Davidson anunciou a Prometida para nica embarcada. A LiveWire virá com controle de
pré-venda da moto elétrica LiveWire duran- agosto deste tração e freios ABS, tudo sob a supervisão de
te a Consumer Electronics Show (CES), fei- ano, a elétrica uma Unidade de Medida Inercial (IMU). Outras no-
ra de eletrônicos realizada nos Estados Uni- LiveWire já vidades ficam por conta da Unidade de Controle
dos. A previsão é de que o modelo chegue está em de Telemetria (LTE), que se conecta ao smartpho-
apenas em agosto às concessionárias. Mas, com pré-venda nos ne do motociclista para transmitir informações de
a divulgação da pré-venda, a marca mostra que EUA por quase status da motocicleta, como situação da bateria e
está decidida a firmar o pé no mercado de elétri- 30 mil dólares até localização de pontos de recarga.
cas e utilizará o peso de ser uma gigante global De acordo com informações da H-D, o mo-
entre as marcas de motos para não só fazer da Li- tor elétrico Revolution promete tanto adrenalina
veWire uma moto desejada, mas também apres- quanto autonomia ao chegar de 0 a 100 km/h em
sar a demanda pelas motos elétricas, que todos menos de 3,5 segundos e garantir que o moto-
sabíamos que um dia chegariam pra valer. ciclista consiga rodar por 180 quilômetros com
Para isso, a Harley aposta nos componen- uma única carga. “Estamos em um momento his-
tes de grife, como os freios Brembo e na eletrô- tórico da evolução dos transportes e a Harley-Da-

24 motociclismo FEVEREIRO 2019


ESPORTIVAS
vidson está na vanguarda”, afirma o CEO da Har- Os modelos penho”, revela a CEO da Energica, Livia Cevolini.
ley-Davidson, Matt Levatich.  Ego e Eva A Energica também foi a marca escolhida pa-
EsseEsse9 ra abastecer o grid da MotoE, modalidade que
Esportividade elétrica da italiana estreia neste ano no calendário do Mundial de
Usar a esportividade e o alto desempenho para Energica Motovelocidade, ao lado da Moto3, da Moto2 e
fazer as elétricas se tornarem objeto de desejo é apostam no da MotoGP. Realizada durante as etapas euro-
uma estratégia que vem dando certo para a ita- desempenho peias do campeonato, a MotoE trará 18 pilotos,
liana Energica, que produz a superesportiva Ego, entre eles o brasileiro Eric Granado.
capaz de chegar aos 240 km/h. Além da Ego, a Entretanto, nem mesmo uma etapa no Mun-
marca oferece nos mercados europeu e norte- dial parece convencer motociclistas mais puristas
-americano a naked Eva e sua variação com to- sobre a adrenalina oferecida pelas elétricas. Com
que retrô, a Eva EsseEsse9, que você já viu aqui a Harley-Davidson, parece que a barreira será um
nas páginas da MOTOCICLISMO. “Nós quería- pouco mais difícil de transpor. O argumento de
mos antecipar uma tendência de mercado, crian- que os fãs da H-D buscam a vibração oferecida
do o segmento de motocicletas de alto desem- pelo V2 e a autonomia da moto foi uma das re-

FEVEREIRO 2019 motociclismo 25


ESPECIAL Motos elétricas

EM MARCHA
ações que recebemos nas redes sociais aqui da A Kymco de pilotagem são outros itens presentes na moto,
MOTOCICLISMO, por exemplo. SuperNEX é que ainda não tem data para chegar ao mercado.    
No mais, muitos criticam o torque máximo um conceito “A característica inerente do motor elétrico é
disponível logo ao virar o punho do acelerador e de esportiva uma curva de potência, que atinge seu máximo
a “falta de emoção” ao pilotar uma moto sem ter com câmbio em médios regimes e declina depois disso. “Com
o prazer de trocar as marchas. “Enquanto mui- manual de a SuperNEX, a história é totalmente diferente. A
tas pessoas não têm dúvidas de que a próxima seis marchas transmissão de seis velocidades permite aos pilo-
era do transporte pessoal é elétrica, muitos ain- para garantir tos fazer uso da melhor faixa de potência do mo-
da estão ponderando sobre as implicações mais emoção na tor para extrair o máximo do veículo. As marchas
profundas dessa tecnologia, como nas motoci- tocada ajudam a melhorar não só a eficiência e a respon-
cletas superesportivas”, comenta Allen Ko, chair- EXÓTICO sividade, como também a aceleração e a veloci-
man da Kymco. Com quadro dade máxima”, explica o chefão da Kymco.
No ano passado, a marca taiwanesa apresen- vazado,
tou em Milão a SuperNEX, modelo conceitual que o “scooter” Melhor para os novatos
traz câmbio de seis marchas e um gerador de da Harley A parte mais criticada pelos motociclistas mais
som customizável. Segundo a marca, a moto vai é promessa experientes nas motos elétricas, contudo, pode
de 0 a 100 km/h em apenas 2,9 segundos, de 0 para o futuro ser o fator mais relevante para despertar o inte-
a 200 km/h em 7,5 segundos e de 0 a 250 km/h resse pelo guidão nos mais jovens. “O desempe-
em 10,9 segundos. Controle de tração e modos nho da LiveWire vai empolgar motociclistas ex-

26 motociclismo FEVEREIRO 2019


FEIRÃO

VENDA A SUA MOTO!

www.autoshow.com.br
Todos os domingos das 6h às 13h - Av. Olavo Fontoura, portão 38.
ESPECIAL Motos elétricas

REPONDO
perientes, mas o seu design livre da embreagem A ENERGIA que a moto seja tão intuitiva quanto.
vai fazer a experiência de pilotar mais fácil do que A LiveWire Para se popularizar, principalmente entre os
nunca para os novatos”, diz o comunicado da poderá mais jovens, uma moto elétrica precisa ser bara-
Harley-Davidson. localizar ta. E isso a LiveWire ainda não é. O preço anun-
“A inovação que move o corpo e a alma sem- pontos de ciado para a moto é de 29 799 dólares, a cerca
pre esteve no centro da nossa marca, e este pró- recarga nos de R$ 111 mil. Para se ter ideia, uma luxuosa Ul-
ximo capítulo da nossa história é sobre a criação EUA. Já o outro tra Limited é vendida lá já no esquema de cores
de produtos e oportunidades para pilotos e futu- conceito visto com dois tons por 29 139 dólares, o que corres-
ros pilotos de todas as idades e estilos de vida”, na CES 2019 ponde a algo em torno de R$ 108 600.
comenta o CEO Matt Levatich. parece apto Todavia, na mesma CES 2019, a marca de
Ao observar o aumento de usuários de pa- ao off-road Milwaukee mostrou que também pretende se
tinetes elétricos pelas ruas de grandes capi- aventurar em produtos de custo mais baixo para
tais como São Paulo, podemos dizer que a Har- mobilidade urbana e apresentou dois conceitos:
ley tem razão. Alugados por meio de plataformas um com rodas de aro maior e outro que se asse-
de compartilhamento, como a Grin e a Yellow, os melha a um scooter minimalista.
modelos trazem comandos simples para acelerar “Esses dois conceitos são a prova do nos-
e frear e se comunicam com os smartphones via so comprometimento em liderar o segmento de
Bluetooth. Ou seja, quem utiliza esses meios de mobilidade elétrica que começa neste ano com a
transporte aprende noções de equilíbrio e pode produção da LiveWire já como modelo 2020”, fi-
se tornar um potencial motociclista um dia, desde nalizou Levatich.

28 motociclismo FEVEREIRO 2019


APRESENTAÇÃO BMW S 1000 RR

30 motociclismo FEVEREIRO 2019


Melhor do que nunca
BMW S 1000 RR se atualiza para trazer mais
tecnologia e desempenho ao competitivo segmento
das superesportivas de 1.000 cm³

N
ão é por acaso que o segmento das su- novos faróis contribuíram para deixar a moto com Texto
peresportivas é um dos mais concorridos. visual mais agressivo. A assimetria do design está CARLOS BAZELA
Com o passar dos anos, elas vêm fican- apenas nas “guelras” nas laterais da carenagem, Fotos
do cada vez mais leves, potentes e tecno- que continuam presentes, mas menos aparentes. BMW
lógicas para chegar primeiro nas pistas do Já na traseira, a rabeta está levemente mais
mundo todo e na garagem de motociclistas apai- alta e inova ao abolir a lanterna traseira, deixando
xonados. Já defasada em relação às outras su- que os piscas em LED no suporte de placa exer-
perbikes do mercado, como a Ducati Panigale V4 çam essa função. Os piscas dianteiros, por sua
e a Yamaha YZF-R1, a BMW precisava – e mere- vez, foram movidos para trás dos espelhos retro-
cia – há muito tempo uma atualização que a co- visores, o que deixa todo o conjunto visualmente
locasse de volta no páreo. E eis que no final de mais limpo e os protege em caso de queda. Mais
2017 ela veio, durante o Salão de Milão, na Itália. do que as hastes presas na carenagem da versão
E ficou melhor do que poderíamos imaginar. anterior, pelo menos.
Começamos pelo novo design, que abre mão
dos faróis assimétricos na frente para adotar um Novo tetracilíndrico
conjunto óptico menor e com linhas mais elabo- A nova S 1000 RR ficou 8 cv mais potente. A
radas. Perfeitamente integrados à carenagem, os moto agora chega aos 207 cv de potência em

FEVEREIRO 2019 motociclismo 31


APRESENTAÇÃO BMW S 1000 RR

MAIS
AGRESSIVA 13.500 rpm, enquanto o torque máximo de 11,5 se comparar com a geração anterior da moto. Não
A nova BMW S kgf.m chega aos 11.000 giros. Mas A BMW faz bastasse a eficiência, o novo motor ainda é qua-
1000 RR adotou questão de frisar que boa parte dele já está dis- tro quilos mais leve e também serve como compo-
traços mais ponível nos 5.500 rpm, o que faz da nova super- nente estrutural para ajudar a salvar peso no no-
marcantes bike mais amigável ao guidão. Para conseguir is- vo chassi e na balança, ambos redesenhados. Isso
em sua nova so, um novo tetracilíndrico de 999 cm³ foi con- também acontece com o sistema de escape ado-
geração para cebido. Refeito desde a geometria dos cilindros, tado, que tem 1,3 kg a menos. Toda essa preo-
continuar o propulsor traz agora a tecnologia ShiftCam, já cupação com a leveza deu resultados: a nova S
sendo uma presente na R 1250 GS. 1000 RR é 11 kg mais leve que a anterior e pesa
das superbikes Esse novo sistema traz dois conjuntos de co- 197 kg em ordem de marcha.
mais desejadas mandos de válvulas, que variam o tempo de aber-
do mundo tura na admissão e se alternam de acordo com o Mais eletrônica e opcionais
que o conjunto precisa: se a demanda for por po- No quesito eletrônica, a esportiva bávara não fica
tência, o motor utiliza uma configuração, que é devendo. São quatro modos de pilotagem, con-
imediatamente trocada quando se pede mais tor- trole de tração, freios ABS Pro de atuação em
que na tocada. curvas e câmbio assistido quickshift para subir e
Segundo a BMW, a tecnologia ShiftCam ainda descer marchas sem apertar a embreagem. Tu-
traz outros ganhos, como redução na emissão de do sob a supervisão de um conjunto de sensores
poluentes e do consumo de combustível, até 4% que leem a moto em seis eixos. Todas as informa-

PAINEL
O novo TFT
colorido
apresenta todas
as informações
TRASEIRA
Sem lanterna na
rabeta, os piscas
agora fazem o
papel de luzes de
posição

32 motociclismo FEVEREIRO 2019


Dados de fábrica
Motor tetracilíndrico, arrefecido a líquido
ShiftCam I 16 válvulas I câmbio de 6 velocidades
Cilindrada 999 cm³
Potência máxima 207 cv a 13.500 rpm
Torque máximo 11,5 kgf.m a 11.000 rpm
Diâmetro x curso do pistão 80 mm x 49,7 mm
Taxa de compressão 13,3:1
Quadro Ponte (motor como elemento) em alumínio
VÁLVULAS Cáster Não informado
ções são passadas aos olhos do piloto pelo novo O motor de Trail 93,9 mm
painel TFT de 6,5 polegadas. quatro cilindros Suspensão dianteira Garfo telescópico invertido
A novidade é o sistema de partida em aclives em linha é com 120 mm de curso,
(Hill Start Control), que é herança dos modelos totalmente ajuste na pré-carga
Suspensão traseira Monoamortecedor
touring da marca e aciona o freio de estaciona- novo e traz
com curso de 117 mm,
mento nas subidas para que o piloto se concen- a tecnologia
ajuste na pré-carga
tre apenas em acelerar e sair. Em seu modo Pro ShiftCam Freio dianteiro Disco duplo de 320 mm,
opcional, ele pode ter sua intensidade regulada e com comando pinça de 4 pistões (ABS)
até ser ativado automaticamente depois da para- de válvulas Freio traseiro Disco de 220 mm,
da total da moto. variável pinça de 1 pistão
Como é de praxe com a BMW, quase todo CHASSI Modelo do pneu Pirelli Diablo Supercorsa
item eletrônico tem uma versão Pro como opcio- O chassi e a Roda dianteira 120/70 - 17"
nal. Nos novos pacotes estão sistemas que con- balança traseira Roda traseira 190/55 - 17"
cedem modos de pilotagem extras, regulagem foram refeitos MEDIDAS
do controle de wheelie e piloto automático para para garantir Comprimento t 2 073 mm Largura t 848 mm
limitar a velocidade e a possibilidade de inverter rigidez e Altura do assento t 824 mm Entre-eixos t 1 441 mm
Tanque t 16,5 litros Peso em marcha t 197 kg
a ordem de marchas do câmbio assistido. A no- diminuir o peso
va geração da suspensão semiativa DDC (Dyna- do conjunto Preço: a partir de 18.750 euros
mic Damping Control), que faz ajustes automati- FRENTE
camente de acordo com o piso, também conti- Na dianteira,
nua como opcional. a moto adotou
uma nova
Bênção da Divisão M identidade
Por falar em pistas, tudo na nova moto foi feito visual, sem
pra fazê-la imbatível em um circuito fechado. Pela os faróis
primeira vez, a Divisão M, que faz peças e kits de assimétricos
performance para carros da marca, estendeu sua
expertise para as duas rodas e disponibilizou um
pacote especial para a moto, que traz, além da
pintura tricolor da BMW, assento mais esportivo,
kit de chassi com regulagem de altura na balança
para customizar a posição de pilotagem, uma ba-
teria mais leve, os modos eletrônicos Pro e rodas
de fibra de carbono. Com o kit completo, o peso
total da moto cai para 193,5 kg.

FEVEREIRO 2019 motociclismo 33


APRESENTAÇÃO 5SJVNQI4USFFU4DSBNCMFSŁ4USFFU5XJO

Clássicas
modernas
Nossos hermanos espanhóis estiveram em Portugal,
onde a Triumph apresentou as Street Scrambler e Twin,
motos que devem chegar por aqui ainda em 2019
Texto VICTOR GANCEDO E ISMAEL BAUBETA
Fotos FRANCESC MONTERO E ALESSIO BARBANTI

34 motociclismo FEVEREIRO 2019


E
stá claro que a linha de clássicas da Triumph Combinação perfeita
está à frente do resto do segmento. Quando Como de costume nas integrantes desta saga
a concorrência aperta, a fábrica de Hinckley clássica, as duas novas Street são motos de de-
responde com rapidez e contundência com senho atrativo e que se destacam pela qualidade
modelos que, no mínimo, estão um passo dos acabamentos e pela bela combinação de es-
adiante daquelas que podem ser consideradas ri- truturas tradicionais com soluções modernas. Se
vais. Desse modo, para enfrentar 2019 com ga- você as olha de longe pode parecer que elas não
rantia de êxito, a Triumph renovou suas Street mudam muito em comparação com suas respec-
Twin e Street Scrambler, duas motos que com- tivas antecessoras, mas em olhar mais detalha-
partilham muitos componentes e que ao mesmo do você começa a perceber várias diferenças in-
tempo são perfeitamente diferenciáveis devido às teressantes, como a nova pinça de freio da roda
características próprias de cada uma. dianteira, assinada pela marca italiana Brembo,

FEVEREIRO 2019 motociclismo 35


APRESENTAÇÃO 5SJVNQI4USFFU4DSBSFFU5XJO
A STREET
SCRAMBLER
adota posição
de pilotagem
mais ereta devido
ao assento e
guidão mais altos
e às pedaleiras
levemente
mais baixas

POSITIVO
t Estética
t Acabamento
t Facilidade os assentos mais confortáveis e de revestimen- motor ao controle de tração comutável já presen-
na pilotagem to mais vistoso, ou o painel redesenhado com as- te nas antecessoras. Cabe uma ressalva: as du-
t Funcionamento sinatura metálica da família Bonneville gravada na as têm os modos de condução Rain e Road, mas
NEGATIVO parte superior. Externamente as mudanças po- a Street Scrambler recebeu um extra, o Off Road,
t Tampa do dem ser consideradas menores, se você as com- que desliga ABS e o mencionado controle de tra-
tanque sem parar às modificações internas. Seu motor bicilín- ção. Outras características destacáveis das duas
dobradiça drico recebeu diversas alterações, destacando-se são o câmbio de cinco marchas, refrigeração lí-
t Escapes da
o novo virabrequim e o eixo balanceiro, além dos quida, lanterna traseira em LED, chave de conta-
Scrambler
em posição
balancins mais leves, mudanças que se tradu- to codificada e tomada USB sob o assento.
comprometida zem em importante aumento de potência e me- Outra importante melhoria anunciada são as
lhora no comportamento. Segundo a fábrica, as novas bengalas KYB, com cartuchos diferentes.
mudanças lhe renderam 10 cv a mais, que se tra- Na Street Scrambler as bengalas são mais largas
ALÉM DE duzem em 65 cv a 7 500 rpm de potência máxi- e suas patas estão mais separadas, o que obri-
CONTAR ma, baixando em 500 rpm o regime de giro no gou os ingleses a redesenhar canote e mesas da
COM NOVOS auge da potência. suspensão, com diferentes ângulos de cáster e
cartuchos Outras novidades são a tampa do cabeço- medida de trail.
internos, as te em magnésio, a embreagem deslizante (ago-
bengalas da ra otimizada e mais leve), além de incorporar me- Rumo a Lisboa
Scrambler lhorias na eletrônica, acrescentando modos de Para conhecê-las ao vivo e testá-las pela primei-
têm ângulo de
cáster e trail
maiores, por
conta do maior
entre-eixos.
Rodas raiadas
calçadas com
pneus de uso
misto e escapes
passando pela
lateral direita
distinguem
o design da
Scrambler

36 motociclismo FEVEREIRO 2019


A STREET TWIN é muito fácil de pilotar, se
adapta muito bem ao uso urbano e também
é muito divertida em estradas sinuosas

ra vez a Triumph levou nossos colegas da Motoci-


clismo Espanha para Portugal, mais precisamen-
te para a cidade de Gradil, ao norte de Lisboa,
onde depois da coletiva de imprensa fizemos um
inebriante test ride pela região.
Os elementos que diferenciam a Street
Scrambler, além das bengalas mais parrudas, é
o sistema de escape com as duas saídas pela la-
teral direita da moto logo abaixo do banco e as
rodas raiadas calçadas com pneus de uso mis-
to Metzeler Tourance. Outro diferencial em rela-
ção à irmã é o banco monoposto mais alto e o
suporte de alumínio para levar objetos logo atrás,
o qual pode ser substituído por um pequeno as-
sento para o garupa, equipamento que na Europa
vem de série. Outros elementos característicos AS PINÇAS
da Scrambler são o guidão mais alto, as pedalei- de dois pistões
ras mistas mais baixas, protetor de cárter e os su- das versões
portes das pedaleiras do garupa desmontáveis, e anteriores foram
outros detalhes menos relevantes. substituídas
Por sua vez a Street Twin é uma moto volta- pelas italianas
da totalmente para o asfalto e, mesmo com mui- radiais de quatro
tas semelhanças com sua irmã, percebe-se que é pistões da
mais compacta, também são 30 mm a menos na Brembo
altura do banco e outros 30 mm na distância en- O FUNDO
tre-eixos, além de 5 kg a menos em seu peso se- DO PAINEL
co. Curiosamente os pneus Pirelli Phantom coin- redondo tem
cidem em suas medidas com os da Scrambler, novo desenho,
assim como o curso de suas suspensões, mas na borda superior
basta sentar no banco e tirá-la do pezinho para há um aplique
perceber que é mais baixa e leve. As rodas de liga metálico com
leve também distinguem esta clássica moderna, a assinatura da
e para a versão 2019 seus raios receberam po- família Bonneville

FEVEREIRO 2019 motociclismo 37


APRESENTAÇÃO 5SJVNQI4USFFU4DSBNCMFSŁ4USFFU5XJO

AS MUDANÇAS mais importantes na Street Twin e na Scrambler foram no motor e se traduzem em 10 cv a mais na potência

A STREET
SCRAMBLER limento na lateral, dando mais elegância ao con- Sem grande alarde na ciclística, estas duas
conta com junto. Também são elementos característicos da Triumph se comportam descentemente e ofere-
assento de Street Twin o suporte do farol fabricado em alumí- cem diversão em estradas com muitas curvas e
dois módulos, nio escovado e as ponteiras tipo megafone. são muito fáceis de pilotar em qualquer situação.
sendo que o do Certamente pelo conforto do assento e posição
garupa pode Atuais de pilotagem, a Street Scrambler pode ser um
ser trocado por A Street Scrambler e a Street Twin são dois mo- pouco mais agradável para jornadas mais longas,
bagageiro para delos clássicos muito bem concebidos do ponto mas a Street Twin é mais fácil de pilotar e mais
levar objetos de vista estético, mas seu funcionamento e com- ágil em ambientes urbanos, além de ser mais di-
ASSENTO portamento são plenamente atuais. Tendo perdi- vertida em uma tocada mais agressiva. Nesses
INTEIRIÇO do poucos músculos em baixa rotação, o bicilín- momentos é perceptível o melhor funcionamento
diferencia a drico agora é mais raivoso e imprime mais cará- das bengalas mais largas de ambas, oferecendo
Street Twin. ter na pilotagem cada vez que esticamos ao má- maior resistência ao afundamento, por exemplo,
Assim como ximo, acelerando com contundência a partir da nas frenagens mais severas, quesito que também
na Scrambler, imobilidade para transportar-nos com alegria. melhorou com as novas pinças radiais de quatro
ganhou espuma Embora o câmbio não seja especialmente rápido, pistões. Também há de se destacar o grande in-
e acabamento funciona corretamente e a embreagem é aciona- tervalo de quilometragem previsto entre as revi-
mais luxuoso da sem esforço. O ronco grave emitido pelos es- sões (16 000 quilômetros), intervalo maior que o
capes é atrativo e discreto ao mesmo tempo. da maioria das motos do mercado. Além disso, o

38 motociclismo FEVEREIRO 2019


APRESENTAÇÃO 5SJVNQI4USFFU4DSBNCMFSŁ4USFFU5XJO

Dados de fábrica Street Scrambler (Street Twin) OS PREÇOS


da Street Twin consumo de combustível é bem contido, podem
Motor bicilíndrico, arrefecido a líquido e da Street chegar a 25 km/l, o que se traduz em autonomia
OHC I 8 válvulas I câmbio de 5 velocidades
Scrambler na próxima aos 250 km.
Cilindrada 900 cm³ Europa foram Na Europa, as novidades não oneraram os
Potência máxima 65 cv a 7.500 rpm fixados em preços, e foram só cem euros de acréscimo. Por
Torque máximo 8,2 kgf.m a 3.200 rpm 9.200 e 10.800 lá estão sendo vendidas por 9.200 euros (algo
Diâmetro x curso do pistão 84,6 mm x 80,0 mm euros, respec- em torno de R$ 39.500) a Street Twin e a versão
Taxa de compressão 11,0:1
tivamente Scrambler por 10.800 euros (aproximadamente
Quadro Berço duplo de aço
Cáster 25,6° (25,1°)
R$ 46.400). Como não poderia deixar de ser, a
Trail 109 mm (102,4 mm) marca inglesa desenvolveu mais de cem acessó-
Suspensão dianteira Garfo telescópico de 41 mm rios para as duas motos, os quais podem alte-
com 120 mm de curso, rar substancialmente as caraterísticas de uma só
sem ajustes vez, com seus kits.
Suspensão traseira Duplo amortecedor
com curso de 120 mm,
ajuste de pré-carga da mola
Freio dianteiro Disco de 310 mm,
pinça de 4 pistões (ABS)
Freio traseiro Disco de 255 mm (220 mm),
pinça de 2 pistões (ABS)
Modelo do pneu Metzeler Tourance (Pirelli Phantom)
Roda dianteira 100/90 - 18”. 2,50” (2,75”)
Roda traseira 150/70 - 17".4,25”
MEDIDAS
Comprimento t 2.125 mm (2.090 mm) Largura t 835 mm (785 mm)
Altura do assento t 790 mm (760 mm) Tanque t 12 litros
Entre-eixos t 1.445 mm (1.415 mm) Peso seco t 203 kg (198 kg)

Preço na Espanha 10.800 euros (9.200 euros)

SPEED TWIN Depois de terem sido vistas fotos espiãs, na apresentação das Street Twin e Street Scrambler em Portugal
recebemos a primeira informação a respeito de outra novidade para 2019. Trata-se a Speed Twin 1200, moto que mescla
conceitos da Bonneville T120 e da Thruxton, mas que também tem características próprias. Provavelmente empurrado
pelo motor de 1.200 cm³ de 97 cv que já equipa as Thruxton, a nova Speed Twin será uma clássica moderna com
características mais esportivas e posição de pilotagem mais próxima de uma naked atual. Suas bengalas são do tipo
tradicional, com dois discos de 310 mm e pinças radiais de quatro pistões Brembo; na traseira os dois amortecedores
se apoiam em uma balança de alumínio parecida com a que equipa a Thruxton atualmente. Na próxima edição traremos
mais informações sobre o modelo que foi lançado na Espanha.

40 motociclismo FEVEREIRO 2019


Doutor Farol
brand por PHILIPS
PUBLIEDITORIAL

Visibilidade da lâmpada é sinônimo


de segurança na chuva

Com fortes
tempestades no
meio do dia, verão
exige cuidado
redobrado dos
motociclistas

E
stamos no verão, a estação do dão, uma das maiores preocupações baixo de chuva, como durante a noite
ano mais ingrata para os motoci- é ver o que está a sua frente, uma vez ou mesmo em vias de trânsito intenso.
clistas. Embora o sol, o céu azul que o capacete tem um ângulo de vi- Entretanto, por mais qualidade e
e o maior tempo de claridade, são reduzido comparado ao para-bri- recursos que tenha a lâmpada insta-
uma vez que a maior parte do sa do carro; e ser visto por motoristas, lada no farol da sua moto, como é o
País adota o Horário de verão, sejam ciclistas e pedestres ao redor. caso da MotoVision, o mais indicado
convidativos para sair de moto, o for- Sendo assim, uma das coisas ao se deparar com uma chuva de ve-
te calor da temporada é um fator que que o motociclista pode fazer para rão muito forte, principalmente para
pode desanimar os pilotos a se equipar aumentar sua segurança é substituir os novatos ao guidão, é encontrar um
completamente para um passeio. a lâmpada por uma da linha MotoVi- ponto seguro – de preferência elevado
A estação é um convite ao descui- sion da Philips. Disponível nos tipos –, estacionar a moto e esperar até que
do, afinal não é difícil ver motociclistas H4 (35/35W); H4 (60/55W) e H7, essa ela passe.
abrirem mão de vestir jaqueta, calça, lâmpada dá 30% mais visibilidade do Além da pouca visibilidade, a cor-
botas, luvas e até do capacete, o que que a lâmpada original de fábrica, renteza das águas no asfalto pode
é um risco à segurança em cima da para que o motociclista consiga che- esconder buracos, bueiros destam-
moto. Outro ponto contra do verão gar ao seu destino ou encontre um pados, lombadas e valetas mal sina-
para quem se desloca em duas ro- ponto seguro no caminho para vestir lizadas ou alguma outra imperfeição
das são as chuvas. O céu fecha em a capa de chuva, por exemplo. na via que, no caso da moto, podem
segundos, desaba uma forte tempes- A MotoVision também traz um causar acidentes graves.
tade com raios e trovões por poucos benefício único no mercado, ao dife- Agora que você já sabe que existe
minutos até que o tempo volte a abrir renciar o farol da moto com um efeito uma lâmpada que pode aumentar a
e o calor apareça novamente. alaranjado nos refletores. Isso aconte- visibilidade da sua moto, ficou mais
E, se em condições normais a ce para que o motorista, ao olhar pelo tranquilo curtir o verão em duas rodas
lâmpada é vital na motocicleta, duran- retrovisor, perceba instintivamente que sem medo das chuvas. Só não pode
te uma chuva ela passa a ser o item uma moto está se aproximando e man- esquecer do equipamento de pro-
mais importante para a segurança do tenha uma distância segura. O que faz teção e nem da marca da lâmpada.
motociclista. Quando se está ao gui- toda a diferença ao rodar não só de- Essa é sempre Philips.
APRESENTAÇÃO Kawasaki Ninja H2 SX

O futuro
é agora
Provamos a Kawasaki Ninja H2 SX, uma moto
carregada de tecnologia, conforto, com um forte motor
sobrealimentado, que dá sinais do futuro das motos!
Texto MARCELO BARROS
Fotos RENATO DURÃES

42 motociclismo FEVEREIRO 2019


FEVEREIRO 2019 motociclismo 43
APRESENTAÇÃO Kawasaki Ninja H2 SX

A
ESPETÁCULO
Tecnologia de belíssima motocicleta que você vê acima bindo ou descendo marchas; piloto automático
sobra, sistema deste texto em ação pelas estradas do (Cruise Control) para travar a velocidade na es-
de iluminação interior do Estado de São Paulo tem no- trada em longas retas; e Sistema KLCM (Kawa-
todo em me, sobrenome e algumas letras de bô- saki Launch Control Mode), um controle de larga-
LED e uma nus: Kawasaki Ninja H2 SX SE. É a ver- da que tem por objetivo minimizar a derrapagem
experiência são mais completa da H2 SX, uma sport-touring do pneu traseiro em arrancadas para melhor tra-
de pilotagem com desempenho acima da média, ficando den- ção na roda traseira. Além disso, possui faróis de
inesquecível é tro da marca um nível acima da conhecida Ninja LED direcionais nos dois lados das carenagens la-
o que oferece a 1000 Tourer, que já avaliamos aqui na MOTOCI- terais (LED Cornering Lights) que são ativados de
Ninja H2 SX SE CLISMO. No Brasil, somente a versão completa acordo com o ângulo de inclinação para auxiliar a
será comercializada. Os itens que estão presen- iluminação da via durante as curvas; o painel co-
tes apenas na versão SX SE são: sistema KQS lorido do modelo SX SE também conta com tec-
(Kawasaki Quick Shifter), que permite rápidas mu- nologia TFT (na SX é em LCD) e possui dois mo-
danças no câmbio sem o uso da embreagem su- dos de exibição, onde é possível visualizar dados
como a força aplicada no freio dianteiro, a distri-
buição de peso durante a pilotagem e um indica-
dor que mostra quão cheio está o compressor.
DIFERENTE O motor sem dúvidas é o ponto alto dessa moto
Não existe que é o terceiro modelo da família H2, depois de
outra palavra H2R, moto de pista e H2, uma esportiva arisca,
para definir o que pode ser usada nas ruas, mas que está longe
comportamento de ser confortável.
do motor Agora, a Kawasaki foi além, colocou à pro-
sobrealimentado va todo o potencial da engenharia da divisão mo-
da Ninja H2 SX. tos para criar um modelo que oferecesse uma ex-
Brutal quando periência inesquecível de pilotagem, um motor
o supercharger que alterna entre previsível em baixos giros e bru-
fica cheio! tal em altas rotações, com bastante conforto pa-

44 motociclismo FEVEREIRO 2019


1

2 3

1 A H2 SX
ra poder rodar bastante e aproveitar tudo que ela ta possui três modos de potência que são indica- tem grande
oferece sem precisar ser o campeão mundial de dos do painel: F (Full), M (Medium) e (L) Low. No estabilidade
Superbike, o piloto Kawasaki Jonathan Rea. E a modo F a potência do motor não será limitada — e fica mais a
marca teve muito sucesso nessa missão, pois, são 210 cv com o RAM Air —, ao alternar para o vontade em
sem dúvidas, essa foi uma das motocicletas mais modo M a potência será reduzida em cerca de curvas de
incríveis que já pilotei nos últimos sete anos edi- 25% e, ao alternar para o modo L, a potência se- média e alta
tando testes aqui. E sim, já provei muita moto! rá reduzida em cerca de 50%. Dica aos aventurei- velocidade
Definido o percurso, iniciamos o teste. O vi- ros: comecem no L e vão se acostumando. Sem- 2 Na lateral
sual é espetacular. Se você é tímido e não gosta pre repetimos isso aqui, pois além de uma mo- direita da
de chamar a atenção na rua, fuja dessa moto! Ela to relativamente pesada, talvez alta para alguns moto, o
atrai olhares por onde passa, seja pelo seu design com 835 mm de altura do assento e de grandes escapamento
futurista e as grandes dimensões ou, claro, pelo tem som
ronco do seu motor de quatro cilindros em linha, eletrizante
com 998 cm³, sobrealimentado com compressor. Uma moto quando você
A hélice do supercharger trabalha 9,2 vezes mais pensada acelera com
rápido que o virabrequim. Ou seja, quando o mo- para andar vontade
tor entra na faixa vermelha do conta-giros analó- 3 A balança
com garupa.
gico, com 12.000 rpm, o compressor está traba- A pré-carga monobraço
lhando com apenas 110.400 rpm! Isso é muito, tem ajuste deixa a bela
mas muito rápido! Para não assustar o motoci- muito fácil roda traseira
clista que se aventura com a H2 SX, a motocicle- à mostra

FEVEREIRO 2019 motociclismo 45


APRESENTAÇÃO Kawasaki Ninja H2 SX

2 3

1 O painel
digital é dimensões, principalmente no comprimento, com efeito do compressor. Isso instiga a acelerar mais
bem visível, 2.135 mm, ela é uma moto forte, que vai te dei- e mais, porém, os limites de 120 km/h nos lem-
tem layouts xar empolgado para acelerar mais logo nos pri- bram que o lugar ideal é nos autódromos, onde
selecionáveis, meiros quilômetros. Apesar de todas as modifica- ela beira os 300 km/h sem dificuldades. Logo nos
rico em ções nessa versão SX, ainda exige o domínio das acostumamos com a moto e tudo ficou mais di-
informações técnicas básicas de pilotagem. Entre a redação e vertido! A moto passa muita confiança. É bem es-
2 Na frente, a rodovia, rodamos no mapa L, que garantiu uma tável e além do potente motor, o sistema de freios
uma robusta vida mais fácil. Mesmo com 775 mm de largura, é robusto, forte, mas sua modulação não assusta
suspensão relativamente estreita, não é ágil para fluir nos es- os menos experientes. Claro, reduções fortes em
invertida paços entre os carros, então paciência, até por- alta velocidade exigem o mínimo de domínio pa-
e freios que custa mais de 100 mil reais e você não vai ra segurar a moto. Não custa repetir aqui: quem
com ótima querer problemas no corredor com as aceleradas compra uma motocicleta como a H2 SX tem que
modulação, motos menores. Essa moto é para rodar nas es- ter feito um curso de pilotagem para esportiva. Is-
sem assustar tradas, e quanto mais pista livre, melhor. Não é fá- so é investimento!
3 É incrível cil se manter dentro dos limites da rodovia, então Em meio a empolgação, um alerta no painel
como a marca cuidado para não colecionar infrações por exces- corta o romance estabelecido entre piloto e má-
deixou usável so de velocidade! quina. Calma, era apenas o indicador de com-
esse forte bustível, avisando que a gasolina estava acaban-
motor com Saboreando o poder do supercharger do. Como esperado, um motor com 210 cv de
compressor Nos primeiros quilômetros na rodovia, começo a potência tem um consumo alto. Sabemos que
testar os controles. Subo o mapa do L para o F quem investe num modelo desse porte, não se
e provo como sobe forte e como impressiona o importa com consumo, mas no teste, ficou em

46 motociclismo FEVEREIRO 2019


FEVEREIRO 2019 motociclismo 47
APRESENTAÇÃO Kawasaki Ninja H2 SX

ACIMA Além das alças ergonômicas


para o garupa, a traseira da SX tem
grande lanterna em LED. ABAIXO No
guidão, o ponto de ajuste da suspensão

CONFORTO
Sem dúvidas, cerca de 15 km/litro, o que dá uma autonomia do pilotar sozinho e, também, sem bagagens. A
o trabalho da de 285 km com um tanque. Suficiente para rodar posição de pilotagem impressionou pelo confor-
engenharia bastante, mas abaixo do que outras motos pa- to oferecido. Ao ver a moto esperava cansar lo-
da Kawasaki ra viagem oferecem nesse quesito. Como algu- go no teste, porém, o guidão é um pouco mais
para criar uma mas estradas oferecem poucos postos, é bom fi- alto que o normal em uma esportiva, além disso
H2 usável e car atento ao painel, que é rico em informações, o assento é extremamente confortável. Onde me
confortável incluindo a autonomia da moto (bem útil), apesar cansei mais durante o teste foi para manobrar a
foi bem do motor forte que tem. Entre as várias funções, moto em espaços reduzidos durante as fotos que
sucedido na o painel indica a inclinação para os dois lados. No ilustram esse teste. Mesmo com o aumento do
SX. O assento fim do teste, ficou em torno de 50° para os dois ângulo de esterço do guidão de 27° para 30°, a
duplo é largo lados. Sem dúvidas, uma moto que faz muita cur- H2 SX é grande e pesada. Peso que desaparece
e com bastante va, mas sentimos que, pela longo entre-eixos de quando é colocada em movimento, mérito da en-
espuma, 1.480 mm, ela anda bem sem esforços do piloto genharia Kawasaki.
garantindo em curvas de média e alta velocidade. Os pneus Entre as alterações realizadas usando como
bastante tempo grudam no asfalto como se fosse um trilho, dan- base a conhecida H2, o chassi foi modificado pa-
na moto sem do confiança para acelerar e inclinar sem medo. ra acomodar os largos assentos de piloto e garu-
incomodar As suspensões são totalmente ajustáveis, mas pa. A traseira foi reforçada para aumentar a ca-
não eletronicamente. Na traseira, a pré-carga é pacidade de carga — que subiu para 195 kg —
facilimente regulada por um manípulo do lado di- e acomodar garupa e bagageiros laterais, itens
reito da moto. Use sempre esse ajuste quando le- vendidos separadamente nos concessionários.
var um garupa (endurecendo a pré-carga) e retor- No Brasil, a moto não tem aquecedor de mano-
nando para a posição de sua preferência quan- plas de série, nem é vendido como acessório.

48 motociclismo FEVEREIRO 2019


CONTROLES Nos punhos,
principalmente o esquerdo,
um verdadeiro controle de tv,
com vários botões que controlam
praticamente quase tudo na moto,
como controle de tração, mapas
de potência e piloto automático
DE CINEMA
Obra prima da engenharia Impossível um Dados de fábrica
A Kawasaki tirou um coelho da cartola com o tra- passeio com a
balho realizado nessa moto. Que experiência ma- H2 SX não fazer Motor tetracilíndrico em linha com compressor
DOHC I 16 válvulas I câmbio de 6 velocidades
luca é acelerar e sentir o motor crescendo mais e sua autoestima
mais! Quem viu as brutais H2 e H2R não imagi- subir a níveis Cilindrada 998 cm³
naria que a tecnologia aplicada na SX traria sua- de astro de Potência máxima com RAM Air 210 cv a 11.000 rpm
vidade ao motor e até uma certa facilidade de ser cinema. A moto Torque máximo 14 kgf.m a 9.500 rpm
pilotada. Tamanho é o avanço que até mesmo a é linda e seu Diâmetro x curso do pistão 76 mm x 55 mm
Taxa de compressão 11,2:1
experiente equipe técnica da marca no Brasil te- desempenho,
Quadro Treliça de aço
ve dificuldade para esclarecer algumas questões eletrizante! Cáster 24,7° 45’
técnicas sobre a moto durante a avaliação. Trail 103 mm
O motor é diferentão com o compressor e vo- Suspensão dianteira Garfo telescópico invertido de 43 mm
cê precisa controlar a mão para não “ver até on- com 120 mm de curso,
de vai”, pois ela muda de tranquila para brutal ajuste de pré-carga, compressão e retorno
conforme o giro sobe e aí seu domínio das téc- Suspensão traseira Monoamortecedor a gás
nicas de pilotagem será cobrado! Tanta tecnolo- com curso de 139 mm,
gia cobra seu preço, no caso, R$ 129.900, dei- ajuste de pré-carga, compressão e retorno
xando a SX restrita a poucos privilegiados, ape- Freio dianteiro 2 discos de 320 mm,
pinça radial de 4 pistões (ABS)
sar de outras motos custarem mais caro! Para os
Freio traseiro Disco de 250 mm,
fãs da Suzuki Hayabusa e da Kawasaki ZX-14, pinça de 2 pistões (ABS)
é uma moto muito próxima em proposta, priori- Modelo do pneu Bridgestone Battlax Hypersport S21
zando uma pilotagem muito esportiva, eletrizante Roda dianteira 120/70 ZR 17 M/C (58W)
e, ao mesmo tempo, confortável. A Ninja H2 SX Roda traseira 190/55 ZR 17 M/C (75W)
SE é uma aula sobre tecnologia aplicada a motos MEDIDAS
que mostra do que eles são capazes de criar na Comprimento t 2.135 mm Largura t 775 mm
sua engenharia e, além disso, dar uma amostra Altura do assento t 835 mm Entre-eixos t 1.480 mm
de um dos caminhos do futuro das motocicletas, Tanque t 19 litros Peso t 260 kg
com pilotagem prazerosa, confortável e motores Preço R$ 129.990
lineares, bem apimentados com o supercharger!

FEVEREIRO 2019 motociclismo 49


TESTE Yamaha XTZ 250 Lander

Texto MARCELO BARROS


Fotos GUILHERME VELOSO

A dona da cidade?
Após um teste com estrada e muita terra, a nova
geração da Yamaha Lander voltou à sabatina, agora
para provar seu potencial na selva de pedra, a cidade
50 motociclismo FEVEREIRO 2019
atenção nas ruas, colecionando elogios e atraindo
curiosos. Se você é do tipo que quer ser visto por
aí, a Lander vai ajudar com isso! O principal co-
mentário foi a semelhança das laterais com a extin-
ta e superpopular XT 660R.
No período do teste havia uma unidade da-
quelo modelo na nossa garagem, o que ajudou a
confirmar a referência. Mas, sinceramente, a par-
te do tanque e respectivas carenagens da Lan-
der são mais bonitas que o da 660. Além da XT,
a turma responsável pelo design pescou dentro
da Yamaha mais referências para criar essa mo-
to, numa verdadeira salada mista. O que importa

S
VISÃO ALÉM é que deu muito certo. A moto ficou bonita e se-
e você leu a MOTOCICLISMO 252, viu DO ALCANCE gue bem ágil. O ganho em segurança é pelo freio
nossas primeiras impressões da nova gera- Um ponto ABS, que atua na roda dianteira. Por que não nas
ção da Yamaha Lander ABS, em um roteiro crônico da duas? Um recurso para reduzir o preço final e
de teste com muita estrada e terra, por ca- geração também porque o ABS na dianteira já garante a
minhos entre São Paulo e Minas Gerais. E anterior segurança em uma moto com essa relação peso/
retornamos para um novo teste, agora focado no era a baixa potência. Além dos freios, o sistema de ilumina-
seu comportamento em um ambiente onde a Lan- eficiência ção, com exceção das setas, é em LED, com di-
der é muito usada, e de onde veio grande parte da do farol. reito ao farol da Fazer e a lanterna da Ténéré, me-
sua fama: a cidade. Trocamos a “azul Yamaha” pe- Agora com lhorando o ver e ser visto, dando mais seguran-
la branca, a nossa cor favorita da nova Lander — LED, ilumina ça, principalmente à noite. O ganho no conforto
que também é vendida na cor preta. A grande dife- muito bem, é principalmente pelo ótimo assento em dois ní-
rença da nova geração da trail está em três pontos: aumentando veis, realmente bem confortável, superando os da
design, segurança e conforto. Ela chamou muita a segurança Honda XRE 300 e da Royal Enfield Himalayan.

FEVEREIRO 2019 motociclismo 51


TESTE Yamaha XTZ 250 Lander

1
1 Destaque absoluto no conforto da nova
Lander: o assento em dois níveis é o mais
confortável das trail do mercado
2 A ergonomia é natural, mas os grandinhos
podem sentir a necessidade de um guidão mais
2
alto, tanto no asfalto, quanto em pé no off-road
3 Desde 2011, a Ténéré
250 tinha a tampa do
tanque fixa. Finalmente
essa praticidade chegou na
Lander, que ganhou tanque
maior, com 13,6 litros
4 O painel todo digital tem
nova disposição dos dados.
Bem visível, falta apenas
o indicador de marcha para
3 4 ser considerado completo

O raio-X na nova Lander do que a maioria esmagadora dos motociclistas


POSITIVO A experiência de pilotagem na renovada trail 250 pouco (ou nunca) se aventura fora do asfalto, en-
t Prazer na
da Yamaha é bem prazerosa. A moto é amigá- tão o “DNA alterado” da Lander pode ser consi-
pilotagem
tLuzes em LED
vel, acessível, que responde bem. É só subir ne- derado um acerto. A resposta virá nas vendas.
t Agilidade la e curtir o passeio como se a moto fosse sua há Voltando aos freios, o ABS não pode ser de-
t Conforto anos! Como afirmamos na apresentação do mo- sativado. Bom na terra, pois garante segurança e
PODERIA delo, ela ficou muito mais calibrada para o uso no permite controlar como preferir a traseira — e se
SER MELHOR asfalto e perdeu parte do potencial no fora de es- divertir mais. Já no asfalto, a sensação é de que
t Merecia aros trada. Claro, se você entrar com ela na terra e ti- o poder de frenagem poderia ser maior. Explico. É
pretos ver o domínio nas técnicas de pilotagem off-road necessário fazer uma força extra no manete pa-
t Ergonomia irá curtir muito e questionar o que eu afirmo. Ób- ra frear forte. As frenagens são seguras, com es-
no off-road vio. A nossa referência aqui são os motociclistas tabilidade e a aderência dos pneus Metzeler Tou-
“comuns” onde muitas vezes a Lander é a primei- rance é alta, ajudando na segurança. Uma mu-
ra moto, e para esses ficou menos confortável, dança foi o tato do freio dianteiro, mais duro e o
acessível e natural pilotar na terra. que não necessariamente significa um freio mais
O principal é porque as suspensões muda- ou menos potente... Mas que responde diferen-
ram: mais firmes e com menor curso: 220 mm na te. Acostumando-se e deletando a referência da
dianteira e 204 mm na traseira. Vale usar o ajuste “velha” Lander, temos um sistema bem calibrado,
da pré-carga da mola na suspensão traseira pa- que durante todo o teste se mostrou bom, pas-
ra deixar a moto melhor para seu uso. Com mais sando confiança, mesmo com garupa.
peso, com garupa — respeite a capacidade de Nos curtos espaços entre os carros, ela flui
carga de 157 kg — ou buscando um desempe- com naturalidade, graças ao baixo peso seco de
nho melhor no asfalto vale endurecer a pré-carga, 143 kg, a boa ciclística e a largura de 815 mm. As
deixando na posição 5. E quando pilotar na ter- respostas do motor em baixa e média garantem
ra, sem garupa, colocar a pré-carga mínima, dei- força suficiente para retomadas espertas no uso
xando a suspensão mais mole, boa para absorver urbano. No dinamômetro, 18 cv de potência má-
as irregularidades maiores do off-road. Lembran- xima na roda de testes anteriores com esse motor.

52 motociclismo FEVEREIRO 2019


5

PARCEIRA
Para quem
precisa de
uma moto
robusta,
ágil, fácil de
pilotar e bem
confortável,
a Lander
atende bem

5 Os punhos
A mesma Lander com mais conforto da como modelo 2020. A Lander 2019 custa R$ são os mesmo
Finalizamos o teste com a sensação de estar com 15.690. Ou seja, um acréscimo de R$ 1.300 ou da Fazer
uma velha conhecida, apesar de tantas novida- 8,3%. Após dois encontros com a nova Lander, 250. No lado
des. Sem dúvidas o destaque foi a Yamaha ter a diferença de preço por tudo que mudou é ho- esquerdo, o
mantido a essência da Lander, uma moto fácil de nesta, mas ao mesmo tempo, pelo que não mu- lampejador
pilotar, ágil, prazerosa e melhorado seu conforto. dou (balança e aros em aço e sem pintura, mo- do farol agora
A ressalva foi o motor não ter ganhado pelo me- tor com mesmo desempenho) deveria ter subido é junto do
nos uma sexta marcha para reduzir a rpm quan- menos. Talvez estacionado no preço da Ténéré, seletor de farol
do está na estrada, reclamação recorrente en- de R$ 16.490, deixando ela ainda mais competiti- alto e baixo
tre usuários desse motor, seja na Lander, Ténéré va contra as rivais. Se ela é a dona da cidade, fica 6 O motor
ou Fazer 250. Ter uns três cavalinhos de potên- difícil dizer, com tantas opções competentes pa- ganhou a
cia a mais também ia bem, dona Yamaha, para ra o cargo. Mas, certeza, é uma forte candidata a pintura da XTZ
grudar nas rivais e se destacar pelo peso/potên- esse trono, graças a sua agilidade e conforto — 250X, com
cia. Optou-se por assegurar a robustez do motor além do ganho em segurança — para garantir um as laterais
e o baixo consumo. Durante o teste, aliás, ficou ir e vir nas caóticas cidades como São Paulo mais em preto. O
em 30,7 km/l com gasolina, boa marca. Econô- satisfatório. Quem ganha nessa guerra infinita das desempenho
mica, como diz a propaganda da marca. Sem dú- marcas, com motos melhores, é o motociclista! dele em
vidas, mérito deles, e um dos motivos para traba- nada mudou
lharem com quatro anos de garantia, dando con-
fiança extra ao motociclista que ainda não ficou A iluminação
convencido pelas virtudes da moto, que felizmen- é toda em
te são muitas. A autonomia aumentou com o tan- LED. Além
que maior — agora são 13,6 litros. E, com ba- do novo
se na média de consumo do teste, é possível ro- farol, a bela
dar mais de 400 km com um único tanque! O pre- lanterna (da
ço, divulgado só em janeiro, quando começaram Ténéré 250)
as vendas, é de R$ 16.990 (sem frete), já vendi-

FEVEREIRO 2019 motociclismo 53


TESTE Yamaha XTZ 250 Lander
FICHA TÉCNICA
3FTVMUBEPTPCUJEPTOPEJOBNÙNFUSPEFSPMP
Dados de fábrica Nossa avaliação Banco de potência inercial Servitec modelo 2010, do centro
técnico da revista MOTOCICLISMO
KGF.M
CV
MOTOR MOTOR
Tipo Monocilíndrico RENDIMENTO 10%
Arrefecimento A ar 18
Velocidade máxima 8,0
Válvulas 2, OHC
Alimentação Injeção eletrônica flex
Aceleração 8,0
16 4
Cilindrada 249,5 cm³ Retomada 8,0
Diâmetro x curso do pistão 74 mm x 58 mm MOTOR 15%
Taxa de compressão 9,8:1 Entrega de potência 8,5 14
Potência máxima 20,9 cv a 8.000 rpm (com etanol) Resposta ao acelerador 8,5
Torque máximo 2,1 kgf.m a 6.500 rpm Nível de vibração 8,0 12 3
TRANSMISSÃO Aspereza 8,0
Embreagem Multidisco em óleo TRANSMISSÃO 5% 10
Câmbio Manual, 5 velocidades Tato e precisão do câmbio 8,5
Secundária Por corrente Relação de marchas 7,5 8 2
CHASSI
Tipo Berço semiduplo de aço
CHASSI
6
Balança Duplo braço de aço COMPORTAMENTO 20% 18,06 cv a 7.270 rpm
Cáster / trail 26°/103 mm Estabilidade em retas 9,0 1,86 kgf.m a 5.940 rpm
Estabilidade em curvas 9,0 4 1
SUSPENSÃO
Precisão da direção 9,0 Pressão atmosférica: 92,4 kPa
Dianteira Garfo telescópico
Barras 41 mm Agilidade 9,0 2 Temperatura do ar: 29,2ºC
Curso 220 mm Suspensões 8,5 Umidade do ar: 64,4%
Regulagens Sem ajustes Suspensões com garupa 8,0 0 0
Traseira Monoamortecedor com link Distância livre do solo 9,5 2 3 4 5 6 7 8 9
RPM X 1000
Curso 204 mm Comportamento frenagem 9,0
Regulagens Pré-carga da mola em 5 níveis FREIOS 10% Escalonamento do câmbio
FREIOS Potência 8,0 PRIMEIRA SEGUNDA TERCEIRA QUARTA QUINTA

Dianteiro Discos de 245 mm Dosagem 7,5 40 25 22 20 27


tBOÈMJTFSFBMJ[BEBOPEJOBNÙNFUSP
Pinça 2 pistões (ABS)
Traseiro Disco de 203 mm USUÁRIO
O motor segue com o mesmo desempenho.
Pinça
PNEUS E RODAS
Modelo
1 pistão

Metzeler Tourance
USO DIÁRIO 20%
Facilidade para manobrar
Posição de pilotagem
9,0
8,0
! Não sobra, nem falta. Bem esperto na cidade,
continua precisando da sexta marcha na estrada.
Dianteiro 80/90 - 21” Conforto do piloto 9,0
Traseiro 120/80 - 18” Conforto do garupa 8,5

CONCLUSÃO
MEDIDAS Sensação de qualidade 9,0
Comprimento 2.150 mm Prazer ao pilotar 8,5
Largura 815 mm Autonomia 9,0
Entre-eixos 1.385 mm Equipamentos 7,5
Altura do assento 875 mm Acabamento 9,0
Distância mínima do solo 270 mm ECONOMIA 20% por MARCELO BARROS

A
Capacidade do tanque 13,6 litros Preço de aquisição 7,5
Peso (seco) 143 kg Garantia 10 nova Lander é uma evolução
Capacidade máxima de carga 157 kg Consumo médio 9,0 que o modelo merecia, após
tantos anos no mercado. Pe-

Potência específica
Dados verificados
72,38 cv/litro
Média final
TÉCNICA 8,48 gou referências de outras motos
de sucesso da marca para ganhar
mais personalidade, mas o princi-
Relação peso (seco)/potência 7,92 kg/cv
Relação peso (seco)/torque 76,88 kg/kgf.m
Cesta de peças pal é que ela faz tudo que a geração
Consumo/autonomia média 30,7 km/l /417 km Pastilha freio dianteiro R$ 85,8 anterior fazia, porém, com mais se-
Pastilha freio traseiro R$ 86,6 gurança, pelo ABS e luzes em LED,
CORES Filtro de óleo R$ 17,2 conforto e para quem anda com ela
Filtro de combustível R$ 27,7 na estrada, mais autonomia. Ba-
Filtro de ar R$ 66,2 sicamente a Yamaha corrigiu tudo
Kit transmissão final R$ 563,1 que os fãs da moto pediam. Faltou
Pneu traseiro R$ 432 apenas no mínimo pintar os aros de
Vela de ignição R$ 18,5
aço de preto, mudança que muitos
Retrovisor direito R$ 55
vão fazer, com certeza. Em resumo,
Manete de freio R$ 53,2
Seta dianteira direita R$ 54,8 fãs da Lander bem felizes, fãs da
Farol Não divulgado Ténéré 250 esperando algo mais...
PREÇO R$ 16.990*
WBMPSTVHFSJEPTFNGSFUFFTFHVSP

54 motociclismo FEVEREIRO 2019


SUPERTESTE Royal Enfield Himalayan

AVENTUREIRA RAIZ
Se você é fã de motos clássicas, mas também não
gosta de se sentir limitado quando o asfalto acaba,
conheça a Himalayan, uma trail honesta e diferentona
Texto MARCELO BARROS Fotos RENATO DURÃES

56 motociclismo FEVEREIRO 2019


FEVEREIRO 2019 motociclismo 57
SUPERTESTE Royal Enfield Himalayan

E
ESTILO
RETRÔ m novembro de 2016, estava no Salão de A ideia original
Durante Milão, fazendo a cobertura das novidades Antes de tudo, vamos relembrar alguns fatos di-
o processo para a MOTOCICLISMO, quando vi pela retamente relacionados com a criação da Hima-
de criação, primeira vez a Royal Enfield Himalayan, que layan. Na Índia, a marca é muito popular, venden-
a marca era lançada naquele evento para a Europa e do quase um milhão de motos por ano! Lá, talvez
chegou a dois Américas, com injeção eletrônica. A moto não era mais tradicional do que a marca, criada em 1901,
protótipos. Um necessariamente uma novidade para nós, pois já é o passeio de moto realizado anualmente para
mais moderno, havia sido lançada na Índia, base operacional da desbravar o Himalaia, um complexo de monta-
lembrando marca hoje, com três fábricas em Chennai, com nhas imenso onde fica o Monte Everest, apenas
as Ducati a alimentação por carburador. A trail é o primei- a montanha mais alta do mundo. Mas sem a Hi-
Scrambler, ro projeto da atual gestão da marca, sob os cui- malayan, como iam? Simples, com Bullet, Classic
e este mais dados da Eicher Motors, e me deixou cheio de e uma dose de coragem! Ou seja, era um grande
retrô, clássico, curiosidade em saber como era a experiência de desafio percorrer os desafiadores caminhos entre
o aprovado pilotá-la. Dois anos e pouco após meu primeiro as montanhas com motos que não foram projeta-
encontro com ela, chegou o dia de fazer um tes- das para isso. Posição de pilotagem, peso, res-
te completo, gastar alguns litros de gasolina e tirar postas das suspensões e de motor não eram ide-
todas as dúvidas sobre esta clássica aventureira. ais para percorrer o Himalaia, mas... Vai dizer a
um motociclista que a moto dele não é adequada
A Himalayan para algo que ele deseja... Aí é que ele vai e faz!
tem bom Tirando o espírito aventureiro dos motociclistas
acerto das que subiam o Himalaia de Classic — incluindo al-
suspensões. guns brasileiros sortudos — a Himalayan foi pro-
Na traseira, jetada e inspirada nesse passeio/aventura. Uma
o útil ajuste moto robusta, para aguentar as quedas nas ten-
da pré-carga tativas não bem-sucedidas de transpor obstácu-
los. Um motor que trabalha bem em baixa e mé-

58 motociclismo FEVEREIRO 2019


TANQUE Com tampa fixa e 15 litros
de capacidade, dá ao motociclista boa
autonomia para andar tranquilo

dia rotações, com bastante torque disponível logo


cedo. Uma posição de pilotagem mais confortá-
vel e uma moto mais leve, para poupar energia do
motociclista. Um conjunto mais adequado a es-
se ambiente desafiador: roda aro 21” na dianteira,
pneus de uso misto e suspensões que trabalham
bem em qualquer condição. Pronto! Essa é a re-
ceita da Royal Enfield Himalayan. E a marca foi
bem-sucedida em tornar toda essa ideia em uma
moto real, uma clássica autêntica, para uso diário
e em qualquer terreno. Esse é o diferencial da no- PUNHOS
va Royal Enfield, que vai ao encontro da febre das Ambos muito
clássicas modernas, que parece só crescer entre simples, mas
os motociclistas no mundo. funcionais, têm
no esquerdo
Uma clássica que topa tudo a alavanca do
Sim amigo(a) leitor(a), na edição passada apre- afogador. Curioso
sentamos aqui a Triumph Scrambler 1200, uma MOTOR
clássica bem aventureira. Mas sabemos que é Com visual retrô,
uma moto que quando chegar ao Brasil custará tem potência
mais de R$ 50.000, sem contar o custo salga- de uma XRE
do de manutenção. A Himalayan tem preço fixa- 300 e quase 3
do em R$ 18.990 e peças com preço acessível quilos de torque.
(veja o box na ficha técnica deste teste). É a única Suas respostas
clássica aventureira acessível, sem exageros ou lembram uma
como foi muito repetido no lançamento por quem moto custom

FEVEREIRO 2019 motociclismo 59


SUPERTESTE Royal Enfield Himalayan

CONFORTÁVEL
Durante a a provou, uma trail sem frescura. Mais uma vez, a layan, uma adaptação a seu estilo e suas res-
avaliação, Royal Enfield se posicionou em um nicho, um es- postas. Seu motor de um cilindro, com 411 cm³,
sem dúvidas paço no mercado onde não tem concorrentes di- gira menos que as conhecidas XRE e Lander.
o conforto foi retas. Esse é um dos segredos do crescimento A 120 km/h em quinta marcha, está com cer-
um destaque. da marca no mundo, sobretudo na Índia. Nós co- ca de 6.000 rpm, sem a sensação de estar for-
O motor vibra locamos obviamente a Honda XRE 300 e a Ya- çando o motor, com a velocidade de cruzeiro em
muito pouco, maha Lander ABS como concorrentes por serem torno de 110 km/h. O motor lembra os de mo-
a posição de o mais próximo da Himalayan disponível no Brasil. tos custom, com som grave, encorpado, giran-
pilotagem Talvez a agora extinta Yamaha Ténéré 250 seja a do em baixas rotações e bem cheio, responden-
é bem moto mais próxima, mas tem comportamento di- do rápido, desde a saída até cerca de 5.000 rpm.
confortável, ferente. Leve, ágil, com menos torque em baixa e Acima disso, o peso cheio de 191 kg, cerca de
neutra e o com mais velocidade final. 40 kg acima das trail XRE 300 e Lander, interfe-
para-brisa faz Durante o teste, seu visual atraiu olhares re no seu desempenho, “roubando” uns cavalos.
diferença na curiosos por onde passou. Durante o percur- No seu painel, cheio de mostradores analógicos
estrada so, foram muitas perguntas sobre a origem des- e informações em display digital — incluíndo até
sa moto, o motor e seu comportamento em ge- uma bússola —, a velocidade máxima chega em
ral. Nos primeiros quilômetros com a Hima- torno de 130 km/h, enquanto os modelos Honda
e Yamaha ficam próximos de 150 km/h.
ESPARTANA Isso precisa ficar claro: a Himalayan tem res-
Um termo que postas e comportamento diferentes das conheci-
define bem das trail. Esse motor tem balanceiro, diferente do
a Himalayan motor 500 da Classic, o que reduz (e muito) as vi-
é “moto sem brações. O câmbio tem engates macios e duran-
frescura”. A te o teste ficamos grande parte do tempo na ter-
traseira tem ceira marcha, quando não estávamos na rodovia.
bagageiro de A posição de pilotagem é ereta, bem natural. O
série e lanterna guidão é mais alto que das rivais em relação ao
em LED. Nas assento, então não é preciso instalar um elevador
laterais, bases de guidão para pilotar em pé, posição natural de
para fixar uso no fora de estrada. Seja em pé ou sentado, a
acessórios pilotagem é natural, sem sustos. Sobre a ciclísti-

60 motociclismo FEVEREIRO 2019


ALTA E
ca, principalmente nas curvas, é preciso se acos- redor, o peso atrapalha, limita a agilidade, mas, ACESSÍVEL
tumar. Após pegar o jeito, tudo fica fácil, estável, claro, acostuma-se. Na estrada, basta respeitar Como toda trail
natural e prazeroso. Mais uma vez, deixou aquela os limites de velocidade que ela entrega o sufi- de respeito,
lembrança do comportamento de motos custom. ciente, sem forçar o motor. Já no fora de estra- é uma moto
A grande diferença para as outras clássicas da, me supreendeu bastante, pois a moto pas- alta, com
vendidas hoje é que quando acaba o asfalto você sa confiança. Na terra, os freios foram destaque, escapamento
continua em frente, com conforto, estabilidade e pois, com ABS nas duas rodas, eu esperava pro- elevado, aro
segurança. O fã de Ténéré 250, por exemplo, po- blemas nas ladeiras com pedras soltas, mas a 21” na frente
derá amar ou odiar a Himalayan, porque, além do calibragem está na medida. No asfalto, senti que e suspensões
visual original, as sensações são diferentes. o freio dianteiro precisa de mais força que o nor- longas. Mas
mal no manete para frear bem, lembrando que a com 800 mm
O que esperar da Himalayan? moto tem flexível de malha de aço nas duas ro- de altura do
Tendo as referências de outras trail na cabeça, das, um diferencial. Nada que a desabone, afinal banco, é a trail
o peso extra incomodou. Eu esperava uma mo- ela não é feita para andar sempre correndo. A Hi- mais acessível
to mais ágil, leve e fácil, tanto para percorrer os malayan é como um vinho, você precisa desgus-
corredores entre os carros na cidade, como pa- tar talvez mais de uma vez para apreciar o que
ra pegar estrada ou me divertir na terra. No cor- ela oferece, sem ter pressa.

PAINEL
Bem chamativo,
seja pelo
tamanho, seja
pela quantidade
de dados
apresentados,
é muito completo,
incluindo até uma
bússola no canto
PROTEGIDA As proteções de série da inferior direito.
Himalayan a certificam como pronta para Tudo bem visível!
qualquer desafio. Só faltou protetor de mão!

FEVEREIRO 2019 motociclismo 61


SUPERTESTE Royal Enfield Himalayan

62 motociclismo FEVEREIRO 2019


FEVEREIRO 2019 motociclismo 63
SUPERTESTE Royal Enfield Himalayan
FICHA TÉCNICA
Alternativas Percurso do teste
Nova Odessa Campos
O mercado de motos trail do Jordão

é bem restrito ainda, com Joanópolis 60


poucas opções. Honda XRE km/h

80
300 é a que mais vende nessa 110
km/h

São Luís do
faixa de cilindrada, seguida km/h
Monteiro Paraitinga
Lobato
pela Yamaha Lander. As LEGENDA
120 80
duas passaram por grande Sol
Encoberto
km/h
km/h

atualização no fim de 2018. Nublado


A Himalayan tem um tempero Chuva leve
diferente. Ela não tem a Chuva intensa
90km/h

mesma suavidade e final das Direção noturna Ubatuba


trail conhecidas, mas seu Abastecimento
São Paulo
visual diferente atrai muita
Estrada de terra
120
km/h

gente. Se o estilo retrô é sua 80


80
km/h

prioridade, tem a Classic 500. km/h


Ilhabela
40
km/h

Cubatão

1 São Paulo 2 $VCBUÍP 3 6CBUVCB 4 $+PSEÍP 5 4ÍP+PTÏ 6 4#E0FTUF 7 São Paulo


t$VCBUÍP t6CBUVCB t$EP+PSEÍP t4ÍP+PTÏEPT EPT$BNQPT t4ÍP1BVMP tVSCBOP
65 km 235 km 155 km $BNQPT t4#E0FTUF 180 km 70 km
"VUPFTUSBEB &TUSBEBT 4VCJEBEFTFSSB 145 km 150 km "VUPFTUSBEB $FOUSPF
FEFTDJEB TJNQMFT  FFTUSBEBT &TUSBEBTWJDJOBJT &TUSBEBTTJNQMFT NBSHJOBJT
EFTFSSB OÓWFMEPNBS WJDJOBJT FBVUPFTUSBEB
HONDA
XRE 300 28,5 LNMJUSP 29,8 LNMJUSP 23,5 LNMJUSP 26,4 LNMJUSP 27,4 LNMJUSP 28,2 LNMJUSP 26,3 LNMJUSP
3 Q  DW Q  DN©
A trail da Honda está mais ágil com
a redução no peso e bonita com a
recente atualização. Boa na terra!

ROYAL ENFIELD
CLASSIC 500
3 Q  DW Q DN©
A Classic conquistou muitos fãs, mas
é um projeto bem menos eficiente
que a Himalayan. Uma clássica 0 km!

YAMAHA
XTZ 250 Lander
3 Q  DW Q  DN©
A mais barata aqui, manteve a
agilidade, perdeu um pouco no uso
na terra, mas ganhou muito conforto.

64 motociclismo FEVEREIRO 2019


3FTVMUBEPTPCUJEPTOPEJOBNÙNFUSPEFSPMP
Dados de fábrica Nossa avaliação Banco de potência JOFSDJBM4FSWJUFDNPEFMP EPDFOUSP
UÏDOJDPEBSFWJTUB.050$*$-*4.0
KGF.M
CV
MOTOR MOTOR
5JQP Monocilíndrico RENDIMENTO 10% 22
"SSFGFDJNFOUP A ar
7FMPDJEBEFNÈYJNB 7,0
7ÈMWVMBT 2, OHC 20
"MJNFOUBÎÍP Injeção eletrônica
"DFMFSBÎÍP 8,0
3FUPNBEB 4
$JMJOESBEB 411 cm³ 8,0
MOTOR 15% 18
%JÉNFUSPYDVSTPEPQJTUÍP 78 mm x 86 mm
5BYBEFDPNQSFTTÍP 9,5:1 &OUSFHBEFQPUÐODJB 8,0
16
1PUÐODJBNÈYJNB 24,8 cv a 6.500 rpm 3FTQPTUBBPBDFMFSBEPS 8,5
5PSRVFNÈYJNP 3,26 kgf.m a 4.250 rpm /ÓWFMEFWJCSBÎÍP 8,5 14 3
TRANSMISSÃO "TQFSF[B 7,5
&NCSFBHFN Multidisco em óleo, deslizante TRANSMISSÃO 5% 12
$ÉNCJP Manual, 5 velocidades 5BUPFQSFDJTÍPEPDÉNCJP 8,5
4FDVOEÈSJB Por corrente 3FMBÎÍPEFNBSDIBT 8,0 10 2
CHASSI
5JQP Berço duplo de aço
CHASSI 8
#BMBOÎB Duplo braço de aço COMPORTAMENTO 20% 20,6 cv a 5.880 rpm
$ÈTUFSUSBJM 26°/111 mm &TUBCJMJEBEFFNSFUBT 9,0 6
2,93 kgf.m a 4.610 rpm
&TUBCJMJEBEFFNDVSWBT 8,5 1
SUSPENSÃO 4
1SFDJTÍPEBEJSFÎÍP 8,0 Pressão atmosférica: 92,4 kPa
%JBOUFJSB Garfo telescópico
"HJMJEBEF 8,0 Temperatura do ar: 27,8ºC
#BSSBT 41 mm 2
$VSTP 200 mm 4VTQFOTÜFT 9,0 Umidade do ar: 53,2%
3FHVMBHFOT Sem ajustes 4VTQFOTÜFTDPNHBSVQB 8,5 0 0
5SBTFJSB Monoamortecedor com link %JTUÉODJBMJWSFEPTPMP 9,5 1 2 3 4 5 6 7
RPM X 1000
$VSTP 180 mm $PNQPSUBNFOUPGSFOBHFN 8,5
3FHVMBHFOT Pré-carga da mola FREIOS 10% Escalonamento do câmbio
FREIOS 1PUÐODJB 8,0 PRIMEIRA 4&(6/%" 5&3$&*3" 26"35" 26*/5"

%JBOUFJSP Disco de 310 mm %PTBHFN 8,0 49 31 22 22 24


tBOÈMJTFSFBMJ[BEBOPEJOBNÙNFUSP
1JOÎB 2 pistões (ABS)
5SBTFJSP Disco de 240 mm USUÁRIO
Com a mesma potência na roda de uma XRE
1JOÎB
PNEUS E RODAS
.PEFMP
1 pistão (ABS)

Pirelli MT 60
USO DIÁRIO 20%
'BDJMJEBEFQBSBNBOPCSBS
1PTJÎÍPEFQJMPUBHFN
8,5
9,0
! 300, a Himalayan trabalha com menos rpm
e se destaca pelo torque de quase três quilos.
%JBOUFJSP 90/90 - 21” $POGPSUPEPQJMPUP 8,5
5SBTFJSP 120/90 - 17” $POGPSUPEPHBSVQB 8,5

CONCLUSÃO
MEDIDAS 4FOTBÎÍPEFRVBMJEBEF 8,5
$PNQSJNFOUP 2.190 mm
1SB[FSBPQJMPUBS 8,5
-BSHVSB 840 mm "VUPOPNJB 9,0
&OUSFFJYPT 1.465 mm &RVJQBNFOUPT 8,0
"MUVSBEPBTTFOUP 800 mm "DBCBNFOUP 8,5
%JTUÉODJBNÓOJNBEPTPMP 220 mm ECONOMIA 20% por MARCELO BARROS

A
$BQBDJEBEFEPUBORVF 15 litros 1SFÎPEFBRVJTJÎÍP 8,0
1FTPFNPSEFNEFNBSDIB 191 kg (BSBOUJB 8,0 Himalayan é uma moto que vo-
$BQBDJEBEFNÈYJNBEFDBSHB 172 kg $POTVNPNÏEJP 8,0 cê ama ou odeia. Ninguém fica
indiferente. A decisão de deixar
Dados verificados
1PUÐODJBFTQFDÓmDB 50,1 cv/litro
Média final
TÉCNICA 8,23 o visual bem retrô é para manter o
DNA Royal Enfield e não assustar
os fãs mais conservadores. Sobre
3FMBÎÍPQFTPQPUÐODJB 9,27 kg/cv
3FMBÎÍPQFTPUPSRVF 65,2 kg/kgf.m
Cesta de peças o desempenho, o motor é forte em
$POTVNPBVUPOPNJBNÏEJB 27,2 km/l /408 km 1BTUJMIBGSFJPEJBOUFJSP R$ 69 baixa e média e falta um empurrão
1BTUJMIBGSFJPUSBTFJSP R$ 64 em alta, mas dentro dos 120 km/h
CORES 'JMUSPEFØMFP R$ 39 vai tranquila, sem forçar, vibrar e
'JMUSPEFDPNCVTUÓWFM Não tem com bastante conforto. Seu conjun-
'JMUSPEFBS R$ 89 to pensado para cruzar o Himalaia
,JUUSBOTNJTTÍPmOBM R$ 428,7 é bem robusto, com destaque para
1OFVUSBTFJSP Não vendem a posição de pilotagem e suspen-
7FMBEFJHOJÎÍP R$ 39
sões. Muito além de opção para
3FUSPWJTPSEJSFJUP R$ 49
evitar roubos, apesar do peso alto,
.BOFUFEFGSFJP R$ 51
4FUBEJBOUFJSBEJSFJUB R$ 65 essa é uma trail honesta, uma clás-
'BSPM R$ 609 sica aventureira para usar todo dia.
PREÇO R$ 18.990*
WBMPSTVHFSJEP

FEVEREIRO 2019 motociclismo 65


CULTURA BIY (Build It Yourself)

66 motociclismo FEVEREIRO 2019


A histórica
arte de construir (2)

Construir uma moto, ou modificá-la, é uma Texto


Roberto Severo
empreitada que depende muito de planejamento Fotos
Divulgação
e conhecimento para ser um sucesso

V
amos concluir neste mês as habilidades Mesmo que você não saiba quais são essas
necessárias para desenhar e tirar do pa- subtarefas agora, não se preocupe, você apren-
pel o seu próprio projeto de motocicle- derá sobre elas na jornada. Mas pelo menos faça
ta (avião ou nave espacial). Esta matéria uma lista das principais tarefas óbvias.
visa relacionar os conhecimentos neces- “Sequência de entregas” é colocar as tarefas
sários para entrar nessa empreitada e descrever em uma ordem lógica. Por exemplo, terminar a
cada um deles de forma geral. A ideia não é ensi- soldagem e a fabricação do quadro ANTES de fa-
nar a construir uma motocicleta. Sem perder tem- zer a pintura. Básico, mas acontece! Acredite!
po, vamos continuar com a relação de conheci-
mentos que começamos na edição passada. Habilidades de pesquisa 
O Google é uma ótima ferramenta, e pode encon-
Gerência de projetos  trar respostas para a maioria das suas pergun-
“Desenvolver estrutura analítica do trabalho” tas. Porém, algumas fontes são mais úteis do que
(também conhecida com WBS no PMBOK), que outras. Se você for um cara aficionado em uma
é uma lista das etapas reais, uma análise deta- marca e modelo, um fórum específico é a melhor
lhada das tarefas que compõem sua construção. fonte de informações. Eles não são difíceis de en-
Você pode ter uma ideia geral das tarefas, como contrar, e há muitos na internet.
“instalar assento personalizado” ou “repintar tan-
que de combustível”. Mas você pode dividir essas Habilidades de desenho técnico 
tarefas em uma dúzia de subtarefas. Você estará modificando e talvez até mesmo fa-

FEVEREIRO 2019 motociclismo 67


CULTURA BIY (Build It Yourself)

MACACOS
HIDRÁULICOS bricando peças para sua moto, por isso é mui- xa cheia de outras ferramentas se tornarão seus
Eles tornam o to útil ser capaz de projetar e desenhá-las antes amigos.  Se você estiver trabalhando em motos
trabalho mais de começar a fazer cortes irreversíveis em mate- americanas, chaves e soquetes de medidas im-
confortável, riais caros.  Desenhos podem ser feitos em pa- periais geralmente serão necessários (ex.: pole-
deixando a pel a mão, ou via CAD (Computer Aided Design). gadas). Para motos japonesas e europeias, você
moto, ou parte Alguns pacotes de modelagem 3D favoritos são geralmente precisará de ferramentas de unidades
dela, em uma Sketchup, OnShape e Fusion360. O Sketchup é métricas (ex.: centímetros).
posição ideal. muito rápido e intuitivo de aprender e usar, mas o Se você está comprando ferramentas, com-
Além de ser OnShape é mais poderoso e é mais útil para um pre as melhores que puder. Ferramentas de al-
mais confor- engenheiro mecânico.  Todos esses pacotes têm ta qualidade são fabricadas com aços melhores,
tável, é mais recursos e limitações, portanto, experimente as melhor tratamento térmico e melhor acabamen-
seguro versões gratuitas antes de comprar.  to.  Um conjunto básico de ferramentas mecâni-
cas, incluindo soquetes, chaves inglesas, chaves
Habilidades mecânicas de fenda e alicates, é um bom começo. 
Trabalhar em uma motocicleta significa que vo-
cê se familiariza com ferramentas manuais. Cha- Habilidades elétricas
ves de boca, chaves de fenda, alicates e uma cai- Conheço muitas pessoas que são intimidadas

68 motociclismo FEVEREIRO 2019


ORGANIZAÇÃO
pelos sistemas elétricos em suas motocicletas. Pessoalmente, acho o trabalho de bancada a é a palavra
Mas o sistema elétrico não é mais intimidante – atividade mais satisfatória quando se trabalha em de ordem em
e talvez até menos – que carburadores comple- motos. Você pega uma folha ou pedaço de metal uma oficina,
xos. Com habilidade suficiente, você pode facil- e corta, lixa e termina com uma peça única e per- caseira ou
mente lidar com os diagramas, especialmente em sonalizada que ninguém mais tem. É aqui que vo- profissional. É
motocicletas mais antigas.  Dependendo do tra- cê pode deixar sua criatividade brilhar. Entre ou- uma caracte-
balho que você precisa fazer, as ferramentas e tras, uma morsa para segurar as partes em que rística que o
os materiais necessários (fio, conectores etc.) va- se está trabalhando é essencial. customizador
riam. No mínimo, você deve investir em um mul- deve ter ou de-
tímetro digital para realizar as medições adequa- Metalurgia senvolver, mas
das. A maioria dos fóruns terá muitos tópicos so- Compreender os metais e suas propriedades aju- ter sempre em
bre o sistema elétrico da moto do seu projeto. dará você a selecionar corretamente um metal mente antes de
para uma determinada aplicação. Quando você iniciar qualquer
Habilidades de trabalho em bancada está personalizando uma motocicleta, você aca- trabalho
O trabalho em bancada é o uso de ferramentas ba trabalhando com metais de alguma manei-
manuais básicas para moldar e unir materiais e ra.  Você terá que aprender o básico para tomar
peças nas formas que você precisa.  uma boa decisão sobre os metais usados, para

FEVEREIRO 2019 motociclismo 69


CULTURA BIY (Build It Yourself)

FERRAMEN-
TAS Nunca, eu não se matar nem a ninguém.  As quatro opera- claro. Mas você pode aprender bastante, atingir
disse NUNCA ções básicas que você pode realizar em metais um bom nível e controlar os custos de sua cons-
use ferramen- são cortar, dobrar, encolher e alongar.  “Cortar” trução de projeto aplicando parte de sua própria
tas (chaves) de e  “dobrar” são autoexplicativos, mas a arte da tinta em lata para começar.
medidas impe- modelagem de metal combina as etapas adicio-
riais (baseadas nais de “encolhimento” e “alongamento” de metal Habilidades de soldagem (avançado) 
nas medidas para formar curvas complexas.  Se for preciso radicalizar, pode começar a fazer
do corpo do rei) Paralamas e tanques são feitos usando es- maiores mudanças na moto com habilidades de
em peças de ses processos adicionais. A modelagem de me- soldagem.  De longe, eu recomendaria a solda
medidas métri- tal é uma arte e ciência por si, e alguns dos prin- TIG (Tungsten Inert Gas) ou, mais corretamente,
cas e vice-ver- cípios básicos podem ser aplicados a peças de “GTAW”, que significa “soldagem a arco de tun-
sa. Isso pode motocicletas usando ferramentas manuais bási- gstênio a gás”.
espanar ou cas, alguma prática e muita paciência. A solda- A soldagem TIG oferece muita flexibilidade
causar danos gem complementa esta habilidade. nos tipos de metais que você pode soldar e na
irreparáveis espessura dos materiais.  Soldagem é outra ha-
tanto na peça Habilidades de pintura e polimento bilidade e campo de estudo completo, mas você
de trabalho Uma vez que suas peças tenham sido desmon- pode aprender o suficiente para fazer alguma per-
(parafuso, por- tadas, limpas, soldadas, lixadas e modificadas sonalização de sua moto. Uma máquina de solda
ca etc.) quanto de alguma forma, é hora do acabamento e da re- de alta qualidade capaz de lidar com metais fer-
na ferramenta montagem. E é surpreendente o quanto você po- rosos e não ferrosos não fica abaixo de R$ 5 mil.
de conseguir em sua oficina doméstica com latas Muito bem, agora reúna os amigos, pois em
de tinta em aerossol.  equipe é sempre mais legal! Explique a complexi-
Um pintor profissional em uma cabine de pin- dade dessa empreitada e mãos à obra!
tura conseguiria um acabamento melhor? Sim, Keep riding (and building)!

70 motociclismo FEVEREIRO 2019


A importância do ídolo
Walter Tucano Barchi é uma das maiores referências
da velocidade brasileira, e foi o grande ídolo dos
garotinhos Alex e Cesar Barros no início da carreira.
Foto: Acervo Alex Barros/Motostory WWW.MOTOSTORY.COM.BR
COLLECTION Histórias e motocicletas

Nada é por acaso (parte 1)


O
s primeiros anos de alguém no esporte
(qualquer esporte) são muito parecidos. Na
maioria das vezes, crianças são apresenta-
das ao novo brinquedo pelos pais, apaixo-
nados pelo tema. O brinquedo aos poucos
vai ganhando mais espaço na vida da criança, a
coisa vai se tornando séria e, quando menos se
espera, você está no mundial da sua modalidade!
Voilá! Como diz o dito: “Só que não!”
Como foi então que aquele garotinho, filho do
açougueiro imigrante português e da dona de ca-
sa, irmão de outros dois rebentos, ficou durante 21
anos entre os melhores pilotos de moto do mun-
do, venceu GPs em dois mundiais diferentes, ven-
ceu duas vezes as 8 Horas de Suzuka e ainda foi
por cinco vezes o quarto melhor piloto da catego-
ria rainha? Nas linhas seguintes, uma rápida amos-
tra de como tudo começou.
Alexandre Abrahão de Barros nasceu na Ma-
ternidade de São Paulo, às 21h do dia 18 de ou-
tubro de 1970, filho de Antônio Vasconcellos Co-
elho Barros e Maria Elzi Abrahão Barros. Uma
criança como outra qualquer, que foi vacinada
como era costume já naquele tempo, apresenta-
da ao judô ainda pequenino (padrão para muitos
garotos de classe média da época), assim como
ao ciclismo (esporte do pai, que já competia com
apoio da Caloi), ao minibuggy e à motocicleta, tu-
do muito cedo.
Sua primeira moto foi uma pequenina Italjet
50, usada também pelos irmãos Cesar e Simone,
ora pilotando na rua na frente de casa, ora pelas
ruas e avenidas da Cidade Universitária, em São
Paulo, aproveitando os dias de treino de ciclismo
do pai. Quem conhece a família um pouco mais
de perto sabe que a personalidade forte de Alex,
herança da mistura do caráter de seus pais, mais
Sorte, amor, seu próprio gene, logo apareceram. As primeiras
fotos dos pequenos Barros deixam transparecer
dedicação, firmeza que ali existia um Barros “marrento”, competitivo
e teimoso. Teimosia que mais tarde se transfor-
de propósito, maria em obstinação. Enquanto a maioria brinca-
va de competir, Alex brigava contra os maus re-
oportunidades... sultados, contra sua própria insatisfação nas der-
rotas e alimentava, ainda precoce, uma enorme
obstinação! Ou o vontade de vencer desafios.
Foi assim no judô, foi assim no ciclismo, até
início de Alex Barros que estreou na categoria Ciclomotores na 2ª Ta-
ça Governo do Estado, 7ª etapa do Campeona-
to Paulista de Motociclismo – Velocidade, em In-
Texto CARLÃOZINHO COACHMAN
terlagos, em 23 e 24 de setembro de 1978, dias
Fotos ŁACERVO ALEX BARROS • MOTOSTORY antes de completar oito anos. A categoria já exis-

72 motociclismo FEVEREIRO 2019


1 2

3 4

OS IRMÃOS ALEX E CESAR BARROS disputaram provas juntos


no início da carreira
1Primeira
tia há dois anos e o campeão daquela temporada o “seu Eloi” (Gogliano) chamou a todos para uma moto, Italjet 50
seria José Escalona, ou Zé Diego, de dez anos, fi- reunião. O sr. Antônio, ou “seu Coelho” como mui- 2 Estreia
lho do espanhol Diego Moreno Escalona, da San tos já o chamavam, foi claro! Com aquela cara de com vitória
Diego. Gilberto Penteado (Suzuki), com 20, era o bravo que ainda pode ser vista nos boxes de Inter- na categoria
mais velho daquela categoria no evento, e a maio- lagos até hoje, incomodado com as reclamações, ciclomotor
ria, como José Três Rios, tinha entre 12 e 14 anos. aguardou quieto o veredito: Tem que pôr lastro na em 1978
Mas, dando mostras do que estava por vir, foi o mobilete do pequeno Alex. “Vocês têm certeza?”, 3 De quem
pequenino Alex, de longe o mais novo naquele dia, perguntou seu Antônio. “Então assina todo mun- Alex herdou
o vencedor logo na estreia. do que vai ter que colocar o lastro.” E todos as- a pinta de
Em 1979, na primeira temporada completa na sinaram. Foi quando ele sacou do bolso um bolo marrento?
categoria Ciclomotor, surgiu o primeiro patrocina- de recibos de treino em Interlagos. Era uma quan- Seria do pai, sr.
dor, justamente a Caloi, e também o primeiro tí- tidade impressionante de recibos. “Vocês estão Coelho? 4
tulo. “Me lembro de um encontro com o sr. Bru- perdendo porque não treinam o suficiente. Vai pôr Alex Barros e
no Caloi, que resolveu me apoiar. Ele estendeu a o lastro? Certeza? Assinaram? Ótimo! O Alexan- José Escalona
mão para me dar o dinheiro do patrocínio/prêmio dre vai bater o recorde agora. Como ele é muito (Zé Diego),
e eu não sabia o que fazer com aquilo. Não “seu” leve, tem dificuldades em colocar a motinho nas seu primeiro
Bruno, pra mim não! Dá pro meu pai!”, – lembra curvas. Com o lastro vai melhorar. Não fizemos adversário no
Alex Barros de seu encontro com Bruno Caloi, antes porque não sabíamos se podíamos ou não. ciclomotor
um sobrenome que já era sinônimo de bicicleta Agora vocês vão ver.” E viram. Lembra “seu” Coe-
e que foi fundamental nos primeiros anos do pe- lho quando fala dos primeiros anos com os filhos.
quenino Barros. Mas e o Cesar, o irmão mais novo? Cezinha vi-
Quando começou a se destacar e a vencer nha junto, claro, e corria também. Os irmãos che-
corridas, os pilotos (e pais de pilotos) se reuni- garam a brigar pela vitória na mesma categoria e
ram para reclamar que ele era muito leve, e por is- cada um conta uma versão das disputas. Mas Ce-
so levava vantagem. Fizeram um protesto formal e sar foi vítima de uma enfermidade. Ficou sem an-

FEVEREIRO 2019 motociclismo 73


COLLECTION Histórias e motocicletas

“QUANDO PILOTAVA A 125, cheguei a treinar junto com o


2
Tucano. Achei que ia morrer.”

1 A Caloi
dar por mais de ano. Digo, andar a pé. “Meu irmão tinho – apenas um pouco mais velho que Alex)
seguiu com
precisou reaprender a andar. Foi uma época difí- estavam lá. Muitos eram referência para ele e da
Barros em seus
cil para a família. Quando ele mais tarde pôde vol- mais alta qualidade.
primeiros anos
tar a andar de moto, muita coisa já tinha aconte- A cada etapa da evolução de um piloto uma
de carreira
2 Barros foi cido. Aquele momento tinha passado e ele só foi referência na vida marca aquele momento, aque-
ter novas oportunidades muito mais tarde.” la fase. “Quando fui para a 125 cheguei a dividir a
apresentado à
A rotina de treinos era intensa: “Acordávamos pista com o Tucano. Denísio, que eu também ad-
família Ippolito,
muito cedo eu e meu pai, e íamos para Interlagos mirava muito, não consegui andar junto na épo-
da Venemotos,
treinar antes da escola. Ele conseguia que a gen- ca. Era um dia de treino e motos de diferentes ca-
onde Lavado
te andasse umas tantas voltas antes dos carros e tegorias podiam andar juntas. Era no anel externo
era o campeão
motos entrarem na pista. E andávamos e andáva- de Interlagos. Ele estava de Honda 450 e eu de
mundial 3
mos... eu saia correndo depois do treino e chega- Yamaha 125 especial, e elas andavam parecido.
Foi a Amparo
va suado na escola. Muitas vezes, antes do au- Resolvi ir na rabeta dele e ver o que dava. Tucano
Racing de
tódromo fechar, voltávamos lá no final da tarde. tinha uma pilotagem limpa, mas era muito rápido
Pedro Faus
E fomos fazendo amizade com quem cuidava e e seguro. A CB balançava mais que a minha, mas
que abriu
íamos ficando até escurecer. Mais de uma vez o ele não se mexia... e como era rápido. Me lembro
definitivamente
pai foi para a pista com a Caravan dele atrás de de descer a reta oposta atrás dele e pensar: vou
o mundial para
mim, sozinhos, para iluminar o caminho. E eu ia fi- fazer a curva 3 com ele, seja como for! Desci jun-
Barros
cando mais rápido, mais rápido, até que um dia, to e entrei... e então pensei... morri, morri, morri...
me lembro direitinho de ouvir um barulho atrás de não morri! Ufa! E aprendi a fazer aquela curva co-
mim e ver – claro – escuro, claro – escuro. Olhei mo nunca tinha imaginado ser possível antes da-
para trás e ele tinha rodado na pista tentando me quele dia. Ah! E bati o recorde da pista para mi-
seguir. Já não dava mais para a Caravan.” nha categoria naquela volta, na cola do Tucano.”
As referências: é preciso lembrar que, quan- À medida que subia de categoria, as coisas da
do Alex chegou à motovelocidade, gênios como moto iam ficando cada vez mais sérias. O menino
Walter Tucano Barchi, Edmar Ferreira, Gualtiero era precoce, sempre o mais novo a cada nova eta-
Tognocchi, Milton Benite, Adu Celso, Denisio Ca- pa, mas era preciso conciliar com os estudos tam-
sarini, Jacinto Sarachú, Antônio Jorge Neto (Ne- bém. A disposição para treinar sempre foi plena.

74 motociclismo FEVEREIRO 2019


PEDRO FAUS LEVOU Alex ao mundial e foi seu
4
manager durante vários anos
5
Desde muito cedo ele foi condicionado pelo pai a
passar horas conhecendo a si mesmo, suas mo-
tos e equipamentos, e os circuitos por onde pas-
sava. Os custos aumentaram, claro, mas a família
estava disposta a investir, e os patrocinadores co-
meçavam a acompanhar o menino.
A Caloi permaneceu com ele por todo o início
da carreira, mesmo quando ele não andava mais
com sua mobilete. Tanto na 50 como na 125, lá
estava o sr. Bruno. Alex foi campeão de ciclomoto-
res, 50cc e vice na 125 usando a famosa marca de
bicicletas no macacão. Quando chegou nas 250
ainda nas provas nacionais, já era um garoto “ex-
periente” com apenas 13 anos.
Na década de 1980, o motociclismo de velo-
cidade no Brasil estava se afastando das referên- 4Barros
cias dos campeonatos mundiais, salvo raras exce- parceiros. Surgia na vida de Alex a equipe Am- ingressa no
ções. A dificuldade de trazer motos de competição paro Racing e a figura de Pedro Faus, o empre- mundial
e de manter categorias funcionado por aqui cres- sário de origem catalã que ajudaria a transformar na categoria
ciam. O alto custo de motos e peças especiais in- não apenas a carreira de Alex, mas parte do mo- 80cc, aos
viabilizava muitas categorias em tempos de impor- tociclismo brasileiro na década de 1980. Faus foi 15 anos
tações fechadas. Mas o Brasil tinha novos e jovens o responsável por abrir definitivamente o mundo 5 Na
talentos, e eles precisavam voar. para Alex. Primeiro, montou no Brasil equipe com categoria
Netinho, pouco mais velho que Barros, já se estrutura para que jovens talentos da velocidade 250, um ano
aventurava em provas no exterior depois de ven- se mantivessem. O próprio Neto fez parte do ti- na equipe
cer as categorias aqui. Participou das 100 Mi- me. Depois, com seus contatos na Espanha, le- Venemotos.
lhas de Daytona em 1982 com apoio da Shell Ya- vou Alexandre a conhecer o espanhol (também Sem Yamaha
maha e caiu quando estava em quarto. Em 1983, catalão) Jaime Alguersuari, criador da revista So- oficial na
com uma equipe privada, foi aos Estados Unidos e lo Moto e de importantes iniciativas para a criação renovação,
venceu a prova. Também participou de etapas do de novos valores do motociclismo, como o Cri- voou para a
mundial com resultados expressivos. terium Solo Moto, campeonato de formação de Cagiva 500
A família Barros sabia que o garoto precisava pilotos de onde saíram muitos pilotos espanhóis
de oportunidades. Com a benção de Eloi Goglia- relevantes, como Sito Pons, campeão mundial
no (mais uma vez ele, que ainda vai aparecer em das 250 e mais tarde dono da equipe Pons pa-
muitas reportagens do Motostory), presidente da ra quem Barros pilotou por anos, e a prova Su-
CBM e importante personagem do motociclismo perprestigio, que se realiza até os dias de hoje. As
brasileiro e sul-americano, os Barros foram leva- portas do mundial estavam abertas. Mas esta é
dos a conhecer a poderosa família Ippolito, donos uma outra parte da história.
da Venemotos, equipe venezuelana referência no
mundial e campeã com Johnny Cecotto e Carlos
Lavado. O mundo então ficou sabendo daquele Acompanhe o Motostory em:
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FEVEREIRO 2019 motociclismo 75


MERCADO Ranking

Mercado a caminho E
m ritmo ascendente desde 2006, o número de empla-
camentos naquele ano atingia 1.287.790 unidades no
país. A forte pujança oscilou até atingir o recorde em
2011, com 1.940 531 de motos emplacadas. Hoje pa-

do milhão em 2019 rece mentira que as 940.362 motocicletas de 2018 sejam


motivo para comemorar, afinal o número corresponde a 13ª
posição na evolução do mercado dos últimos 15 anos, mas
ainda é melhor que as 851.211 motos de 2017, que repre-
A expectativa é de que o Brasil volte ao
sentou uma queda de 14,71% em relação a 2016. O otimis-
patamar anual do milhão de motocicletas, mo das fábricas persiste, e os lançamentos continuam em
e 2019 promete ser um ano melhor 2019. Que assim seja! por ISMAEL BAUBETA

LICENCIAMENTOS POR MOTO


Pos. Modelo Dezembro/18 Novembro/18
Variação
%
Acum.
2018
Acum.
2017 PARTICIPAÇÃO DE MERCADO em %
1º Honda CG 150 / 160 Fan / Start 18.368 17.847 2,9 193.210 170.000 Na divisão do mercado de motos por marcas, quase nada
2º Honda NXR 160 Bros 10.777 10.164 6,0 117.623 111.887 mudou. Honda segue dona de quase 80% de tudo que
3º Honda Pop 100 / 110i 7.809 6.716 16,3 84.456 80.602 é vendido no Brasil, com a Yamaha isolada no eterno
4º Honda Biz 125i 6.981 7.458 -6,4 78.765 59.239 segundo lugar. Destaque para a Haojue que fechou 2018
5º Honda Biz 100 / 110i 5.107 4.219 21,0 55.449 50.581 com o terceiro lugar, superando a BMW no ano em que
6º Honda CG 150 / 160 Titan 4.988 5.211 -4,3 61.674 58.201 colocou a “acessível” G 310 GS no mercado.
7º Honda CB 250F Twister 2.885 2.571 12,2 30.092 22.667
8º Honda CG 125 Fan 2.236 1.969 13,6 25.582 26.759 77,97 79,22
9º Honda PCX 2.036 2.185 -6,8 30.485 28.072 Dezembro 2018
10º Yamaha XTZ 150 Crosser 1.962 1.941 1,1 20.897 15.649 Acumulado 2018
11º Yamaha Fazer 250 1.718 1.719 -0,1 17.589 10.834
12º Yamaha YBR 150 Factor 1.629 1.676 -2,8 25.116 23.088
13º Honda XRE 190 1.371 1.242 10,4 15.616 14.297
14º Honda XRE 300 1.321 1.171 12,8 22.968 22.798
15º Honda CG Cargo 1.173 662 77,2 8.414 6.729
16º Yamaha NMax 1.145 1.081 5,9 12.375 9.516
17º Yamaha YBR 125 Factor 1.020 791 29,0 8.886 9.263 13,51 13,70
18º Yamaha Neo 125 895 817 9,5 10.621 9.694
4,0 4,0
19º Yamaha Fazer 150 853 762 11,9 10.385 10.788 2,21 1,02 1,01 1,01 0,85 0,76
20º Yamaha Ténéré 250 514 600 -14,3 6.826 6.752 Honda Yamaha Shineray Haojue BMW Outras

CUB/CICLOMOTOR CITY ATÉ 160 cm3 TRAIL ATÉ 600 cm3


Pos. Modelo Dezembro/18 2018 Pos. Modelo Dezembro/18 2018 Pos. Modelo Dezembro/18 2018
1º Honda Pop 100 / 110i 7.809 84.456 1º Honda CG 150 / 160 Fan / Start 19.527 191.789 1º Honda NXR 160 Bros 10.777 118.253
2º Honda Biz 125i 6.981 78.765 2º Honda CG 150 / 160 Titan 5.649 62.223 2º Yamaha XTZ 150 Crosser 1.962 16.207
3º Honda Biz 100 / 110i 5.107 58.369 3º Yamaha YBR 150 Factor 2.854 26.103 3º Honda XRE 190 1.371 23.019
4º Shineray XY 50 678 7.015 4º Honda CG 125 Fan 2.142 25.629 4º Honda XRE 300 1.321 20.256
5º Wuyang WY 48Q2 247 1.333 5º Honda CG Cargo 8.73 8.715 5º Yamaha XTZ 250 Ténéré 514 6.826
6º Bull KRC 50 104 948 6º Yamaha Fazer 150 851 10.383 6° Yamaha XTZ 250 Lander 351 4.795
7º Dafra Zig 50 93 860 7º Yamaha YBR 125 Factor 694 7.889 7º BMW G 310 GS 201 1.505
8º Traxx Star 50 79 1.760 8º Haojue DK 150 389 3.154 8º Honda NXR 150 Bros 100 719
9º Haojue Nex 110 61 697 9º Haojue Chopper Road 150 234 3.082 9º Kawasaki Versys-X 300 79 1.096
10º Bull Liv 125 27 384 10º Dafra Horizon 150 22 547 10º Shineray 150 Enduro 36 478

SCOOTER CITY + 160 cm3 MAXITRAIL + 600 cm3


Pos. Modelo Dezembro/18 2018 Pos. Modelo Dezembro/18 2018 Pos. Modelo Dezembro/18 2018
1º Honda PCX 2.036 30.485 1º Honda CB 250F Twister 3.034 30.241 1º BMW R 1200 GS 268 2.931
2º Yamaha NMax 1.145 12.375 2º Yamaha Fazer 250 1.718 17.576 2º Triumph Tiger 800 191 2.234
3º Yamaha Neo 125 895 10.621 3º Yamaha MT-03 754 6.732 3º Triumph Tiger 1200 59 798
4º Honda SH 150i 516 5.967 4º Kawasaki Ninja 400 109 408 4º BMW F 850 GS 51 66
5º Haojue Lindy 125 106 2.186 5º Yamaha YZF-R3 103 1.423 5º Suzuki V-Strom 1000 44 532
6º Dafra Citycom 300i 102 1.200 6º BMW G 310 R 55 688 6º BMW F 750 GS 41 52
7º Kymco Downtown 300i 90 1.177 7º Kawasaki Z300 33 684 7º Honda Africa Twin 33 733
8º Honda SH 300i 85 991 8º KTM 200 Duke 33 319 8º Yamaha Super Ténéré 18 213
9º Dafra Maxsym 400i 29 326 9º Dafra Next 300 27 172 9º Ducati Multistrada Enduro 13 120
10º Dafra Cityclass 200i 26 448 10º Kawasaki Ninja 300 15 642 10º Ducati Multistrada 950 8 91

76 motociclismo FEVEREIRO 2019


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LICENCIAMENTOS POR MARCA DESTAQUES EM NOVEMBRO RANKING DAS CIDADES


Novembro Acumulado Fecham. Variação

FONTE FENABRAVE DEZEMBRO/2018 - FOTOS DIVULGAÇÃO


Pos. Marca 2018 2018 2017 Pos. Cidade Dezembro Novembro %
1º Honda 65.543 744.977 666.146 1º O São Paulo, SP 3.655 3.779 -3,3
2º Yamaha 11.358 128.878 115.225 2º V Maceió, AL 1.718 584 194,2
3º Shineray 1.861 8.369 14.676 3º W Rio de Janeiro, RJ 1.460 1.373 6,3
4º Haojue 847 9.488 2.374 4º W Fortaleza, CE 1.307 1.354 -3,5
5º BMW 713 8.425 6.626 5º W Manaus, AM 1.160 949 22,2
6º Harley-Davidson 532 5.749 5.294 Honda CB 250 Twister A versão 6º V Brasília, DF 947 752 25,9
com freio ABS, mais cara, vendeu
7º Kawasaki 525 5.942 4.459 apenas 16,6% do volume da CBS 7º W Belo Horizonte, MG 912 924 -1,3
8º Dafra 443 4.160 6.305 8º V Itu, SP 847 88 862,5
9º Suzuki 411 5.602 6.963
9º O Teresina, PI 769 715 7,6
10º Triumph 359 4.396 3.919
10º V Curitiba, PR 693 643 7,8
11º Wuyang 263 1.503 2.893
11º W Salvador, BA 676 744 -9,1
12º Bull 198 1.700 1.113
12º O Campo Grande, MS 639 598 6,9
13º Traxx 168 1.326 5.021
14º Avelloz 138 638 229
13º W Recife, PE 594 658 -9,7

15º Ducati 94 998 1.184


BMW G 310 GS A versão trail da 14º V Cuiabá, MT 563 414 36,0
linha 310 vendeu quase quatro
16º Kymco 93 1.927 593 vezes mais que a urbana G 310 R 15º W João Pessoa, PB 507 555 -8,6
17º KTM 48 477 774 16º W Goiânia, GO 481 532 -9,6
18º Bravax 44 338 683 17º W Belém, PA 451 948 -52,4
19º Sousa 36 637 435 18º W São Luís, MA 440 466 -5,6
20º Royal Enfield 30 700 317 19º W Campinas, SP 415 414 0,2
TOTAL GERAL 84.067 936.593 845.229 20º V Arapicara, AL 398 228 74,6
MELHOR QUE 2017 Um reflexo de como 21º W Ribeirão Preto, SP 372 362 2,8
2018 foi melhor é o fechamento com um Kawasaki Vulcan S A única moto 22º W Rio Branco, AC 350 357 -2,0
custom que não é da Harley- 23º V
crescimento de quase 10% sobre 2017 Davidson resiste no terceiro lugar
Sobral, CE 342 261 31,0
24º W Porto Alegre, RS 330 351 -6,0
25º V Sorocaba, SP 326 293 11,3
PARTICIPAÇÃO POR REGIÃO em % 26º V Camocim, CE 307 71 332,4
27º W Guarulhos, SP 307 340 -9,7
34,54 33,08
28º W Feira de Santana, BA 298 331 -10,0
29º W Aracaju, SE 294 294 0,0

Yamaha MT-09 Sem a esperada


30º V Juazeiro do Norte, CE 291 211 37,9
11,54 10,96
9,87 atualização, a MT-09 vende oito 31º W Natal, RN 284 311 -8,7
vezes menos que a renovada MT-07
CO NE N SE S 32º W Florianópolis, SC 281 270 4,1

CROSSOVER NAKED CUSTOM


Pos. Modelo Dezembro/18 2018 Pos. Modelo Dezembro/18 2018 Pos. Modelo Dezembro/18 2018
1º Honda CB 500X 274 3284 1º Honda CB 500F 303 2720 1º Harley-Davidson Fat Boy 87 868
2º Honda NC 750X 178 2121 2º Yamaha MT-07 167 1507 2º Harley-Davidson Fat Bob 74 738
3° Kawasaki Versys 650 23 540 3º Suzuki GSX-S750 158 1382 3º Kawasaki Vulcan S 57 700
4º BMW S 1000 XR 23 281 4º Yamaha XJ6 N 110 1062 4º Harley-Davidson Iron 883 50 839
5º Yamaha MT-09 Tracer 22 234 5º Honda CB 650F 68 1751 5º Harley-Davidson FXDR 27 39
6º Ducati Multistrada 1260 12 24 6º Kawasaki Z900 68 684 6º Harley-Davidson Sport Glide 23 29
7º Triumph Tiger Sport 8 102 7° Suzuki GSX-S1000 63 598 7º Harley-Davidson Street Bob 21 238
8º Kawasaki Versys 1000 8 115 8º Kawasaki Z650 34 291 8º Harley-Davidson Forty-Eight 20 337
9° Ducati Multistrada 1200 5 166 9° Kawasaki Z1000 24 213 9º Harley-Davidson Iron 1200 20 21
10º - - - 10° Yamaha MT-09 21 279 10º Harley-Davidson Breakout 15 259

ESPORTIVA CLÁSSICAS/RETRÔ TOURING


Pos. Modelo Dezembro/18 2018 Pos. Modelo Dezembro/18 2018 Pos. Modelo Dezembro/18 2018
1º Honda CBR 650F 68 841 1º Royal Enfield Classic 500 28 460 1º H-D Ultra Limited/CVO 38 480
2º BMW S 1000 RR 54 592 2º Triumph Bonneville T120 22 244 2º H-D Road King Special 34 200
3º Honda CBR 500R 50 654 3º Triumph Street Twin 17 244 3º H-D Road Glide Ultra 29 378
4° Honda CBR 1000RR 33 198 4º Kawasaki Z900 RS 13 109 4º H-D Road Glide Spec./CVO 24 233
5º Suzuki GSX-R 1000 15 152 5º Triumph Bonneville T100 10 95 5° H-D Heritage Classic 12 173
6º Kawasaki ZX-10R 15 198 6º Triumph Street Scrambler 10 143 6º BRP Can-Am Spyder 5 83
7° Suzuki GSX-S1000F 10 127 7º Triumph Thruxton R 8 59 7º H-D Street Glide/CVO 4 32
8º Kawasaki Ninja 650 7 151 8° Harley-Davidson Roadster 6 304 8º H-D Road King Classic 4 74
9° Kawasaki Ninja 1000 7 80 9º Ducati Scrambler 5 129 9º BMW K1600 Bagger 4 22
10º Ducati 959 Panigale 5 71 10º Royal Enfield Bullet 500 1 33 10° BMW K 1600 GTL 1 29

FEVEREIRO 2019 motociclismo 77


MERCADO Internacional
por RAUL FERNANDES JR.

Andar de moto aguça o


Raul Fernandes Jr.
foco e alivia o estresse!
Ex-diretor de redação
da MOTOCICLISMO,
A Ucla vem realizando estudos científicos que
é especialista em comprovam diminuição de estresse e elevação
mercado de motocicletas
de atenção quando pilotamos motocicletas

N
ós, motociclistas, não precisamos de um es- “Nem todos esses produtos químicos são libe-
tudo científico para nos dizer que andar de rados ao mesmo tempo e cada um tem um resul-
moto reduz o nosso estresse e a distração, tado diferente. No entanto, mais desses produtos
enquanto aumenta o nosso foco e atenção, químicos são produzidos quando estamos ansio-
além de ficarmos mais felizes! Muitos estu- sos para fazer algo que gostamos, nos levantamos
dos independentes ao longo dos anos mostram cor- cedo, saímos ao sol e ar fresco, desafiamos a nós
relações semelhantes. Agora, a Harley-Davidson fi- mesmos, meditamos, nos concentramos em uma
nanciou um novo estudo neurobiológico que foi rea- atividade que requer habilidade e geralmente fazem
lizado por três pesquisadores do Instituto Semel de coisas que nos motivam. Isso praticamente soa
Neurociência e Comportamento Humano da Univer- como motociclismo para mim”, disse a psicóloga.
sidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla), portan-
to, podemos esperar muitos resultados positivos, in- Estresse e velocidade
clusive no fomento das vendas de motos. Esse estu- Um pouquinho de estresse pode ser bom para
do mostra que a pilotagem eleva nosso foco e aten- nós. Quanto mais rápido rodamos, mais focados
ção e diminui os níveis relativos do hormônio cortisol, nos tornamos, de acordo com o motociclista de
que é liberado principalmente em momentos de es- longa data e instrutor de voo Peter Callil. Essa
tresse. Os pesquisadores da Ucla usaram a tecno- teoria é baseada em pesquisas sobre níveis de
logia de eletroencéfalograma (EEG) móvel para re- estresse realizadas pelo pesquisador de compor-
gistrar a atividade cerebral e os níveis hormonais de tamento humano Chris Welford. Isso mostra que
50 motociclistas experientes, antes, durante e de- as pessoas têm um desempenho melhor quando
pois de andar de moto, dirigir carro e descansar. Se- seu nível de estresse é moderado e pior quando
gundo o estudo, após 20 minutos de moto, os níveis é muito baixo e muito alto. “Em um contexto de
de adrenalina aumentaram 27% e a frequência car- segurança no trânsito, a pressão está relaciona-
díaca aumentou 11%, semelhante ao exercício leve. da à velocidade e o desempenho está relacionado
Os pesquisadores também descobriram um aumen- à nossa capacidade de operar um veículo com
to na atividade cerebral semelhante a beber um ca- segurança”, diz Peter. Com certeza, todos os es-
fé. Isso levou a um aumento do foco sensorial e re- tudos acima citados, se bem divulgados e com-
sistência à distração. Ao mesmo tempo, os níveis de provados, podem aumentar exponencialmente o
hormônio cortisol caíram 28%, reduzindo o estresse número de vendas de motocicletas. Ou seja, isso
de maneira significativa. O líder da equipe de pesqui- pode ser muito bom para o mercado mundial de
sa, Dr. Don Vaughn, diz que as diferenças nas res- motos e ainda nos deixar mais felizes!
postas neurológicas e fisiológicas dos participantes
entre andar de moto, dirigir carros ou descansar fo-
iStock

ram bastante pronunciadas, e que andar de moto é


muito mais positivo.

Processo químico
Se você tem A psicóloga e motociclista Sharon Ledger afirmou
sugestões para que basta andar de moto e ser feliz! Sharon dis-
esta coluna, se que existem mais de 10.000 reações químicas
envie para: acontecendo no cérebro a cada segundo. “Os
redacao@ produtos químicos que fazem você se sentir feliz,
motociclismo oxitocina, dopamina, endorfina e serotonina, são
team.com.br produzidos pelo sistema endócrino”, diz ela.

78 motociclismo FEVEREIRO 2019


CORREIO
Cultural Fale conosco
Tem alguma dúvida,
Vocês perguntaram aos leitores na edição
252 por que lemos a revista. Bom, no meu crítica ou sugestão?
caso é porque eu gosto, antes de tudo, de Envie e-mail para t
ter a revista nas mãos, o papel. De deitar redacao@
na rede ou na minha cama e poder folhear motociclismoteam.com.br
as páginas, sentir a textura e ouvir o papel Carta para t
rangendo na troca de páginas. É algo co- Rua Plínio de Morais, 394
São Paulo, SP
mo ouvir um disco de vinil. Isso é cultural. E
CEP 01252-030
é isso que esta faltando hoje na garotada,
tudo hoje é smartphone. E é uma luta difícil
Estrada para todas! de se ganhar...
CARLOS LIMA DA COSTA. tpor e-mail
Todas as motos, de todas as cilindradas, em
Pois é, Carlos. É uma luta, mas seguimos aqui,
algum momento são utilizadas em rodovias,
com foco em atender você saboreando a nossa
para viagens curtas ou longas. Por que não
revista na sua rede e também a garotada, pelo Na internet
apresentar um item no quadro de resultados
nosso site e todas as redes sociais onde estamos motociclismoonline.com.br
dos testes citando a “rotação do motor em
presentes, buscando manter todos bem alimen-
última marcha a 100 km/h”? Já tive mais de motociclismomagazine
tados de informação de qualidade sobre motos.
30 motocicletas – de Honda Dream 100 a @motociclismo_br
Agradecemos pela sua mensagem. Abraço!
Kawasaki Vulcan Nomad 1500, passando motociclismoonline
por Shadow 600, Yamaha Royal Star 1300,
RX 180, Mobilete, Honda Biz, CB 750 F1...
Mais variedade @motociclismo_br
É preciso diversificar, dinamizar – incluir ar-
E claro, CGs. Muitas CGs. E com todas
tigos sobre equipamentos de proteção,
elas eu viajei e viajo. Sem exceção. 600 km
acessórios, posturas corretas, dicas de pi-
de Honda Dream, 3.000 km de CG 160 ou
lotagem, de viagem, como lavar a moto,
5.000 de Royal Star, todas têm seu encanto.
o que é torque, potência, peso/potência,
E gostaria muito de poder comparar todas
cilindrada, cilindros, modalidades off road...
as motocicletas do mercado nas condições
Como regularmente é apresentada, com
de estrada. Se uma Pop deve ou não ser
as abordagens de praxe, ela se torna uma
usada em viagens, isso deve ser decisão do
revista quase que exclusivamente técnica,
proprietário, não acha? Mostrem pra gente
destinada apenas aos mais aficionados.
como elas funcionam nessas condições e
ADALMIR ANDRIOLOtpor e-mail
deixem-nos decidir se servem ou não. Por
Olá, Adalmir, agradecemos por nos escrever. A opi-
fim, desculpe o “esbregue”. Sinto como se
nião dos nossos leitores é muito útil para deixar
tivesse passando um sermão em alguém da
a revista cada vez melhor e você está certo no
família, por isso peço que não se ofendam.
que apontou. Vamos buscar uma forma de inserir
Gosto da revista, leio quase sempre há 20
essas pautas que sugeriu na revista, lembrando
anos e não vou deixar de ler.
que também temos diariamente atualizações de
CAIO MELLOtpor e-mail
conteúdo no nosso site. O endereço é o www.
Olá, Caio, agradecemos por escrever! Vamos en-
motociclismoonline.com.br. Lá também tem muito
contrar um espaço na ficha para incluir essa infor-
material de qualidade para quem gosta de motos,
mação, que na verdade já mencionamos na maio-
como você. Grande abraço!
ria dos testes, porém apenas no texto. É natural Na
que as pessoas usem qualquer moto na estrada,
Motociclismo,
mas temos por obrigação da profissão instruir
sobre os prós e contras de cada modelo. Abraço! o mundo
sobre duas
Quase lá rodas tem um
Olá, pessoal, lendo a seção de mercado da lugar digno
edição de dezembro vi que a quarta maior e favorável
marca de motos do Brasil será a BMW!
Não é a Alemanha, mas já quase dá pra
para ser
pensar que é primeiro mundo! Abraço representado
ERICO POLICASTROtpor e-mail
Boa, Erico! Um dia chegamos lá! O mercado JOSÉ ANDERSON
de motos brasileiro é um dos mais complexos TEIXEIRA
do mundo, pela variedade de marcas. Abraço e por e-mail
agradecemos pela confiança no nosso trabalho.

FEVEREIRO 2019 motociclismo 79


MERCADO Tabela de preços
ESPECIFICAÇÕES ESPECIFICAÇÕES ESPECIFICAÇÕES

CILINDRADA

CILINDRADA

CILINDRADA
CATEGORIA

CATEGORIA

CATEGORIA
CILINDROS

CILINDROS

CILINDROS
sugerido (R$)

sugerido (R$)

sugerido (R$)
POTÊNCIA

POTÊNCIA

POTÊNCIA
PREÇO

PREÇO

PREÇO
MARCA MARCA MARCA
MODELO MODELO MODELO

MONSTER 797 39 900 NAKED 2 803 75


MONSTER 1200 S 61 900 NAKED 2 1 198 150
MULTISTRADA 950 59 900 CROSSOVER 2 937 113
BMW MULTISTRADA 1200 S 82 900 CROSSOVER 2 1 198 150
G 310 R 22 250 CITY 1 313 34 MULTISTRADA SPORT 75 900 CROSSOVER 2 1 198 150
G 310 GS 25 250 TRAIL 1 313 34 MULTISTRADA ENDURO 93 900 MAXITRAIL 2 1 198 150
F 750 GS SPORT 40 950 MAXITRAIL 2 853 77 MULTISTRADA 1260 74 900 CROSSOVER 2 1 262 158
F 750 GS PREMIUM 44 950 MAXITRAIL 2 853 77 MULTISTRADA 1260 S 84 900 CROSSOVER 2 1262 158
F 850 GS SPORT 43 950 MAXITRAIL 2 853 80 MTS ENDURO LE 97 900 MAXITRAIL 2 1 198 150
F 850 GS PREMIUM 47 950 MAXITRAIL 2 853 80 PANIGALE 959 63 900 SPORT 2 955 157
F 850 GS PREMIUM TFT 50 950 MAXITRAIL 2 853 80 PANIGALE 1299 79 900 SPORT 2 1 285 205
R 1200 GS SPORT 69 950 MAXITRAIL 2 1 170 125 PANIGALE 1299 S 92 500 SPORT 2 1 285 205
R 1200 GS PREMIUM 79 950 MAXITRAIL 2 1 170 125 SUPERSPORT S 63 900 SPORT 2 937 113
R 1200 GS PREMIUM TFT 83 550 MAXITRAIL 2 1 170 125 SCRAMBLER ICON 40 900 NAKED 2 803 75
R 1200 GS ADVENTURE 91 950 MAXITRAIL 2 1 170 125 SCRAMBLER CUSTOM 41 900 NAKED 2 803 75
R 1200 GS ADVENTURE TFT 95 550 MAXITRAIL 2 1 170 125 SCRAM. U. ENDURO 41 900 NAKED 2 803 75
S 1000 R 63 950 NAKED 4 999 165 SCRAMBLER CLASSIC 44 900 NAKED 2 803 75
S 1000 R PREMIUM HP 65 950 NAKED 4 999 165 CG 125I FAN 7 161 CITY 1 125 11,8
SCRAM. FULL THROTTLE 44 900 NAKED 2 803 75
S 1000 XR 74 950 CROSSOVER 4 999 165 CG 125I CARGO 7 165 CITY 1 149 11,8

S 1000 XR TRICOLOR HP 77 450 CROSSOVER 4 999 165 CG 160 CARGO 9 490 CITY 1 163 14,9

S 1000 RR 79 950 SPORT 4 999 199 CG 160 START 8 390 CITY 1 163 14,9

S 1000 RR TRICOLOR 82 550 4 999 199 CG 160 FAN 9 390 CITY 1 163 14,9
SPORT HARLEY-DAVIDSON
K 1600 GTL 142 950 TOURING 6 1 649 160 CG 160 TITAN 10 241 CITY 1 163 14,9
IRON 883 42 400 CUSTOM 2 883 N/D
K 1600 BAGGER 141 500 TOURING 6 1 649 160 CB TWISTER CBS 13 990 CITY 1 250 22,4
IRON 1200 46 900 CUSTOM 2 1 202 N/D
HP4 RACE 490 000 SPORT 4 999 215 CB TWISTER ABS 14 990 CITY 1 250 22,4
FORTY-EIGHT 49 500 CUSTOM 2 1 202 N/D
NXR 160 BROS 10 241 TRAIL 1 163 14,6
STREET BOB 58 400 CUSTOM 2 1 745 N/D
NXR 160 BROS ESDD 12 250 TRAIL 1 163 14,6
FAT BOB 62 300 CUSTOM 2 1 745 N/D
XRE 190 ABS 13 760 TRAIL 1 184 13,6
FAT BOB 114 69 900 CUSTOM 2 1 868 N/D
DAFRA XRE 300 ABS 18 200 TRAIL 1 292 26,1
SOFTAIL SLIM 67 400 CUSTOM 2 1 745 N/D
CITYCLASS 200I 10 690 SCOOTER 1 199 14 XRE 300 RALLY / ADV. 18 690 TRAIL 1 292 26,1
DELUXE 71 100 CUSTOM 2 1 745 N/D
CITYCOM 300I S 19 990 SCOOTER 1 278 28 CRF AFRICA TWIN 54 900 MAXITRAIL 2 999 90,2
FAT BOY 71 400 CUSTOM 2 1 745 N/D
CITYCOM 300I S ABS 21 290 SCOOTER 1 278 28 CRF AFRICA TWIN TE 64 400 MAXITRAIL 2 999 90,2
FAT BOY 114 77 200 CUSTOM 2 1 868 N/D
MAXSYM 400I 26 690 SCOOTER 1 399 33 CB 500X 26 490 CROSSOVER 2 471 50,4
HERITAGE CLASSIC 75 300 TOURING 2 1 745 N/D
FIDDLE III 11 390 SCOOTER 1 125 10,3 NC 750X 32 500 CROSSOVER 2 745 54,8
BREAKOUT 77 200 CUSTOM 2 1 868 N/D
CB 500F 24 490 NAKED 2 471 50,4
NEXT 300 15 590 CITY 1 278 27
SPORT GLIDE 73 400 CUSTOM 2 1 745 N/D
CB 650F 34 900 NAKED 4 649 87
HORIZON 150 9 390 CITY 1 149 13
FXDR 80 200 CUSTOM 2 1 868 N/D
CBR 500R 24 900 SPORT 2 471 50,4
ROAD KING CLASSIC 79 900 TOURING 2 1 745 N/D
CBR 650F 36 500 SPORT 4 649 87
ROAD KING SPECIAL 82 400 TOURING 2 1 868 N/D
CBR 1000RR SP 79 900 SPORT 4 1 000 191,7
STREET GLIDE SPECIAL 95 400 TOURING 2 1 868 N/D
DUCATI CBR 1000RR 69 900 SPORT 4 1 000 191,7
ROAD GLIDE SPECIAL 97 400 TOURING 2 1 868 N/D GL 1800 GOLDWING 136 550 TOURING 6 1 832 126
DIAVEL DARK 73 900 CUSTOM 2 1 198 155
ROAD GLIDE ULTRA 101 900 TOURING 2 1 868 N/D GOLDWING TOUR 156 550 TOURING 6 1 832 126
XDIAVEL 82 900 CUSTOM 2 1 262 152
ULTRA LIMITED 102 900 TOURING 2 1 868 N/D
XDIAVEL DARK 87 900 CUSTOM 2 1 262 152
CVO ROAD GLIDE 155 900 TOURING 2 1 923 N/D
XDIAVEL S 93 900 CUSTOM 2 1 262 152
CVO STREET GLIDE 155 900 TOURING 2 1 923 N/D
CVO LIMITED 172 900 TOURING 2 1 923 N/D HUSQVARNA
SVARTPILEN 401 49 900 CITY 1 373 43,5
VITPILEN 701 69 900 NAKED 1 693 74,8
701 SUPERMOTO 79 000 MAXITRAIL 1 693 74
HONDA 701 ENDURO 79 000 MAXITRAIL 1 693 74
POP 110I 5 598 CITY 1 109 8
BIZ 110I 7 750 CUB 1 109 8,3
BIZ 125 CBS 9 590 CUB 1 125 9,1
ELITE 125 8 250 SCOOTER 1 125 9,3 JTZ KYMCO / HAOJUE
PCX 150 11 272 SCOOTER 1 149 13,1 DOWNTOWN 300i ABS 21 624 SCOOTER 1 299 30
PCX 150 DLX / SPORT 11 778 SCOOTER 1 149 13,1 PEOPLE 300i 17 989 SCOOTER 1 299 28
SH 150I 12 450 SCOOTER 1 149 14,7 CHOPPER ROAD CBS 7 287 CITY 1 149 11,3
SH 150I DLX 12 950 SCOOTER 1 149 14,7 DK 150 CBS 7 287 CITY 1 149 11,3
SH 300I 20 990 SCOOTER 1 279 24,9 NEX 110 6 280 CITY 1 107 6,8
X-ADV 52 500 SCOOTER 2 745 54,8 LINDY 125 7 287 SCOOTER 1 125 8,4

80 motociclismo FEVEREIRO 2019


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ESPECIFICAÇÕES ESPECIFICAÇÕES ESPECIFICAÇÕES

CILINDRADA

CILINDRADA

CILINDRADA
CATEGORIA

CATEGORIA

CATEGORIA
CILINDROS

CILINDROS

CILINDROS
sugerido (R$)

sugerido (R$)

sugerido (R$)
POTÊNCIA

POTÊNCIA

POTÊNCIA
PREÇO

PREÇO

PREÇO
MARCA MARCA MARCA
MODELO MODELO MODELO

CLASSIC REGULAR ABS 20 900 NAKED 1 499 27,6 STREET SCRAMBLER 42 990 NAKED 2 900 55
CLASSIC (CORES) ABS 22 000 NAKED 1 499 27,6 STREET TWIN 39 490 NAKED 2 900 55
CLASSIC MILITARY ABS 22 000 NAKED 1 499 27,6 THRUXTON R 58 800 NAKED 2 1 200 97
CLASSIC CHROME 21 900 NAKED 1 499 27,6 STREET TRIPLE 765 S 41 000 NAKED 3 765 113
CLASSIC CHROME ABS 22 900 NAKED 1 499 27,6
STREET TRIPLE 765 RS 51 000 NAKED 3 765 123
CONTINENTAL GT ABS 24 500 NAKED 1 535 29,5
SPEED TRIPLE R 60 990 NAKED 3 1 050 138
HIMALAYAN 24 500 TRAIL 1 411 24,8
TIGER 800 XR 43 190 MAXITRAIL 3 800 95
TIGER 800 XRX 48 890 MAXITRAIL 3 800 95
TIGER 800 XRT 54 890 MAXITRAIL 3 800 95

SHINERAY TIGER 800 XCX 51 390 MAXITRAIL 3 800 95

CROSS 50 4 690 CICLOMOTOR 1 48 2,7 TIGER 800 XCA 55 890 MAXITRAIL 3 800 95
PHOENIX 50 4 390 CICLOMOTOR 1 48 2,7 TIGER 1200 XR 60 700 MAXITRAIL 3 1 215 139
PHOENIX S 50 3 890 CICLOMOTOR 1 48 2,7 TIGER 1200 XCX 73 900 MAXITRAIL 3 1 215 141
PHOENIX 50+ 4 490 CICLOMOTOR 1 48 2,7 TIGER 1200 XCA 85 200 MAXITRAIL 3 1 215 141
JET 50 / 50+ 5 190 CICLOMOTOR 1 48 2,7 TIGER SPORT 55 990 CROSSOVER 3 1 050 127
RETRÔ 50 5 300 CICLOMOTOR 1 49 3
RETRÔ EX 50 6 390 CICLOMOTOR 1 49 3
BIKE 50 5 300 CICLOMOTOR 1 49 3
MIND 50 6 390 CICLOMOTOR 1 48 2,7
KAWASAKI VESPA
SUPER SMART 50 3 890 CICLOMOTOR 1 48 2,7
Z 300 18 890 CITY 2 296 39 CLASSIC ELEGANTE 19 900 SCOOTER 1 155 12,9
BOLT 250 11 990 CITY 1 233 12,4
Z 300 ABS 20 990 CITY 2 296 39 CLASSIC SXL 150 19 700 SCOOTER 1 155 12,9
FIRE 150 6 290 CITY 1 150 11,3
NINJA 300 19 990 CITY 2 296 39 CLASSIC VXL 150 19 500 SCOOTER 1 155 12,9
JET 125 5 490 CUB 1 120 7,2
NINJA 300 ABS 22 990 CITY 2 296 39 DISCOVER 250 9 790 TRAIL 1 250 12
NINJA 400 ABS 23 990 CITY 2 399 48 EXPLORER 150 7 790 TRAIL 1 149 11,3
NINJA 650 30 990 SPORT 2 649 68
NINJA 1000 52 990 SPORT 4 1 043 142
YAMAHA
NINJA 1000 TOURER 55 990 SPORT 4 1 043 142
FACTOR 125 UBS 8 430 CITY 1 124 11
NINJA H2 168 000 SPORT 4 998 200 SUZUKI FACTOR 150 E 8 290 CITY 1 149 12,2
NINJA H2 SX SE 129 990 SPORT 4 998 200 HAYABUSA ABS 65 361 SPORT 4 1 340 197
FACTOR 150 UBS 9 430 CITY 1 149 12,2
NINJA ZX-10R ABS 72 990 SPORT 4 998 200 GSX-S1000F 51 536 SPORT 4 999 145
FAZER 150 UBS 10 530 CITY 1 149 12,2
NINJA ZX-10R SE 93 990 SPORT 4 998 200 GSX-R1000 ABS 73 280 SPORT 4 999 202
VERSYS-X 300 19 990 TRAIL 2 296 40 FAZER 250 ABS 15 290 CITY 1 249 21,3
GSX-R1000 R ABS 84 487 SPORT 4 999 202
VERSYS-X 300 ABS 22 990 TRAIL 2 296 40 YZF-R3 ABS 23 290 CITY 2 321 42
GSX-S1000A 50 536 NAKED 4 999 150
VERSYS-X 300 TR ABS 25 990 TRAIL 2 296 40 MT-03 ABS 21 690 CITY 2 321 42
GSX-S750 ABS 40 552 NAKED 4 749 114
VERSYS 650 34 990 CROSSOVER 2 649 64 SV 650/A 27 911 NAKED 2 645 76 XJ6 N ABS 34 690 NAKED 4 600 77,5
VERSYS 650 TOURER 39 990 CROSSOVER 2 649 64 BOULEV. M1800R 59 161 CUSTOM 2 1 783 125 MT-07 ABS 32 290 NAKED 2 689 74,8
VERSYS 1000 49 990 CROSSOVER 4 1 043 120 BURGMAN 125 8 280 SCOOTER 1 124 9 MT-09 ABS 39 990 NAKED 3 847 115
VERSYS 1000 TOURER 57 990 CROSSOVER 4 1 043 120 BURGMAN 650 51 612 SCOOTER 2 638 54,3 MT-09 TRACER ABS 45 990 CROSSOVER 3 847 115
VULCAN S 31 990 CUSTOM 2 649 61 V-STROM 650 ABS 40 399 MAXITRAIL 2 645 71 NEO 125 8 290 SCOOTER 1 125 9,8
VULCAN S CAFÉ 35 490 CUSTOM 2 649 61 V-STROM 650 XT ABS 41 482 MAXITRAIL 2 645 71 NMAX 160 ABS 12 190 SCOOTER 1 155 15
Z 650 29 990 NAKED 2 649 68 V-STROM 1000 ABS 51 616 MAXITRAIL 2 1 037 101 XTZ CROSSER 150 S 11 390 TRAIL 1 149 12,2
Z 900 41 990 NAKED 4 948 125 V-STROM 1000 XT ABS 52 693 MAXITRAIL 2 1 037 101
XTZ CROSSER 150 Z 11 590 TRAIL 1 149 12,2
Z 900 RS 48 990 NAKED 4 948 109
XTZ 250 LANDER ABS 16 990 TRAIL 1 249 20,7
Z 900 RS CAFÉ 49 990 NAKED 4 948 109
XTZ 250 TÉNÉRÉ 16 490 TRAIL 1 249 20,7
Z 1000 ABS 55 990 NAKED 4 1 043 142
XT 1200Z S.TÉNÉRÉ DX 65 490 MAXITR. 2 1 199 112
Z 1000 R ABS 60 990 NAKED 4 1 043 142 TRAXX
SKY 50 5 099 CICLOMOTOR 1 50 2,7
SKY 50 PLUS 5 399 CICLOMOTOR 1 50 2,7
SKY 125 6 499 CUB 1 124 8,8
KTM TSS 150 6 499 CITY 1 149 12,2
DUKE 200 15 990 CITY 1 200 26 TSS 250 10 690 CITY 1 223 16
DUKE 390 24 990 CITY 1 373 44 FLY 150 7 799 TRAIL 1 149 12,2
1290 S. ADVENTURE S 92 500 MAXITRAIL 2 1 301 160 FLY 250 10 490 1 223 16
I Preços e dados fornecidos pelos fabricantes

TRAIL

1290 S. ADVENTURE R 99 783 MAXITRAIL 2 1 301 160


1290 SUPER DUKE R 91 000 NAKED 2 1 301 180
1290 SUPER DUKE GT 97 500 NAKED 2 1 301 172
TRIUMPH
BONNEVILLE T100 BLK. 42 600 NAKED 2 900 55
BONNEVILLE T120 48 200 NAKED 2 1 200 80
ROYAL ENFIELD BONNEVILLE T120 BLACK 48 200 NAKED 2 1 200 80
BULLET EFI 18 900 NAKED 1 499 27,6 BONNEVILLE BOBBER 51 200 CUSTOM 2 1 200 77

FEVEREIRO 2019 motociclismo 81


CRÔNICA
por ROBERTO SEVERO

Supermercados
Roberto Severo é
paulistano e apaixonado
por pessoas e motos,
da vida (2)
não necessariamente Série “leia, mas não faça”: depois das compras,
nessa ordem.
leve para casa o que não devia ter comprado

C
ontinuando a saga da edição passada... do esquerdo estava puxando muito o guidão pa-
Para quem não se lembra, foi a nossa ida ra a lateral. A sorte é que esta era a sacola das
ao mercado com um scooter e suas conse- bolachas (sim, não são biscoitos, são bolachas
quências. Pois bem, depois de passar pe- na minha terra) e acabei tendo que dar um paco-
lo caixa com as compras exageradas, che- te de recheadas de chocolate (as minhas preferi-
ga a hora de retornar ao aconchego de sua casa. das) para o motorista indócil do carro (importado!
Drama 1, acomodar tranqueiras: na garagem do Ora, veja). Ainda bem que foi só uma marquinha
mercado você chega com aquele carrinho amon- no retrovisor, senão teria que deixar o espuman-
toado de troços e olha angustiado para o scoo- te importado que estava debaixo do banco. Use
ter. Recomendo já no caixa separar coisas pesa- sempre sacos duplos nos produtos pendurados
das para colocar embaixo do banco, pois nesse (seja onde for), pois uma vez usei sacola simples
caso a moto fica até mais estável e funciona como e uma latinha de refri saiu rolando ladeira abaixo,
o lastro de um barco. Coisas leves invariavelmen- explodindo em um ponto de ônibus, causando
te vão onde dá para pendurar, mas cuidado com o uma comoção e reação nada simpática dos tra-
guidão, principalmente o lado direito dele, pois tem balhadores que lá esperavam a lotação para co-
um troço chamado acelerador por ali. O lugar de migo. Fora quando seus produtos não atingem
coisas frágeis é a mochila, onde ficam mais pro- ninguém no percurso de volta, os transeuntes são
tegidas e quase isentas do efeito pula-pula graças cordiais contigo, até parando perplexos na faixa
ao exímio asfaltamento de nossas ruas, a não ser de pedestre para que você passe de moto. Soli-
que faça uma freada brusca e a garupa esmague dariedade! Keep riding!
tudo entre vocês. O baú é o local para coisas nem
leves, nem pesadas, nem grandes nem pequenas,
mas nunca frágeis. Os ganchos laterais, também
conhecidos como “mão dos (as) garupas”, sempre
servem para “o que sobra” e que não cabe em ne-
nhum lugar já mencionado.
Interlúdio – lembre-se: tudo o que fica pendu-
rado, pode desestabilizar a moto no retorno ao
lar. Estes pesos funcionam como coisas no mas-
tro de um barco a vela e o veículo pode se tornar
difícil de pilotar, levando a moto à sarjeta ou até
mesmo subir na calçada e virar uma arma em po-
tencial, atropelando pessoas e causando um ge-
nocídio na madrugada, cena esta que ficará difí-
Ilustração Andréa Guimarães, sobre foto da iStock

cil explicar às autoridades de plantão (se você es-


tiver vivo para isso) – fim do interlúdio.
Se você tem Drama 2, o retorno: pronto! Ligue a motinha e
sugestões para rume com calma para a rampa (quando não tem
esta coluna, rampa é muito melhor). Já na rua, lembre-se que
envie para: sua largura aumentou e sua agilidade diminuiu, e
faleconosco@ passar no corredor entre os carros deixa de ser
motociclismo uma tarefa simples. Uma vez inevitavelmente en-
team.com.br costei em um veículo no farol, pois a sacola do la-

82 motociclismo FEVEREIRO 2019


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