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GESTÃO AMBIENTAL

PARTE 1

INTRODUÇÃO GERAL E CONCEITOS

Meio Ambiente

A Palavra ambiente vem do latim e o prefixo ambi dá idéia de “ao redor de algo” ou de
“ambos os lados”. O verbo latino ambio, ambire significa "andar em volta ou em torno
de alguma coisa”.

Cabe notar que as palavras meio e ambiente trazem a idéia de em torno e envoltório, de
modo que a expressão meio ambiente encerra uma redundância. Essa é a expressão
consagrada no Brasil e nos demais países que falam castelhanos (medio ambiente)

No inglês environment que significa circunscrever, cercar e rodear.

Meio Ambiente é tudo o que envolve ou cerca os seres vivos, se entende o ambiente
natural e o artificial, isto é, o ambiente físico e biológico originais e o que foi alterado,
destruído e construído pelos humanos, como as áreas urbanas, industriais e rurais.

Esses elementos condicionam a existência dos seres vivos, podendo-se dizer, portanto,
que o meio ambiente não é apenas o espaço onde os seres vivos existem, mas a própria
condição para a existência da vida na Terra.

Meio Ambiente e seus ambientes

Existem três tipos de ambientes:

1- Ambiente fabricado ou desenvolvido pelos humanos: são as cidades, parques


industriais e corredores de transportes como rodovias, ferrovias e portos.

2- Ambiente domesticado: que envolve áreas agrícolas, florestas plantadas,


açudes, lagos artificiais, etc.

3- Ambiente natural: matas virgens e outras regiões auto-sustentadas, pois são


acionadas apenas pela luz solar e outras forças da natureza, como precipitação, ventos,
fluxo de água etc. e não dependem de nenhum fluxo de energia controlado diretamente
pelos humanos.

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Também pode ser encontrado o termo Ambiente de suporte: O ambiente de suporte
à vida é a parte da Terra que satisfaz as necessidades fisiológicas vitais, promovendo
alimentos e outras formas de energia, nutrientes minerais, ar e água.

A vida ocorre apenas na biosfera, constituída pela interação de três ambientes:


- físicos: o ambiente terrestre ou litosfera, o aquático ou hidrosfera, e o atmosférico, que
envolve os outros dois ambientes.

A parte terrestre da biosfera é apenas a camada sólida superficial da litosfera; a da


atmosfera é a camada rente à crosta terrestre denominada troposfera e que alcança cerca
de 11 km de altitude nos pólos e 16 km no equador.

O meio ambiente, como condição de existência da vida, envolve a biosfera e estende-se


muito além dos limites em que a vida é possível. Por exemplo, os seres vivos estão
condicionados a uma certa exposição às radiações ultravioleta que, por sua vez, depende
da camada de ozônio existente na estratosfera, região da atmosfera que vai até cerca de
35 km de altitude e onde não há vida.

Ecossistema

Organismos da mesma espécie vivendo juntos formam as populações e as populações de


várias espécies vivendo numa mesma área constituem uma comunidade biológica.

Os organismos e os elementos físicos e químicos do meio em que vivem formam um


ecossistema ou sistema ecológico.

Ecossistema é uma unidade funcional básica da Ecologia, pois inclui os organismos ou


seres vivos de diversas espécies e o ambiente abiótico (ar, água, solo, luz, atmosfera,
etc.) sendo que cada um destes fatores influencia as propriedades do outro e ambos são
necessários para a manutenção da vida na
Terra.

Um ecossistema pode ser parte de outro; no limite, todos fazem parte da biosfera e o ser
humano é um de seus componentes.

Os ambientes artificiais ou domesticados pelos seres humanos formam ecossistemas


específicos, como as regiões agrícolas e agroindustriais e até mesmo as cidades e os
distritos industriais, embora estes últimos casos sejam concessões ao termo ecossistema.

Cidades e os distritos industriais são chamados de tecnoecossistemas urbanos-


industriais, que se caracterizam por serem parasitas dos ambientes naturais e
domesticados, pois não produzem os alimentos, não limpam o ar e reciclam muito
pouco as águas que utilizam.

Enfim, esses ambientes não possuem capacidade de regeneração, uma característica


importante dos ambientes naturais e até mesmo dos domesticados.

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ECOLOGIA

Ecologia é a ciência que estuda as inter-relações dos organismos vivos com o seu meio
ambiente e dos organismos entre si, inclusive o homem.

Ecologia significa estudo do ambiente da casa, incluindo todos os organismos que ela
contém e os processos funcionais que a tornam habitável, constitui um vasto campo de
conhecimentos que inclui tanto as ciências biológicas e físicas quanto as humanas e
sociais.

A palavra ecologia também pode indicar ecossistema, natureza ou meio ambiente, bem
como as relações entre os componentes que os integram.

SUSTENTABILIDADE

Colocando em termos simples, a sustentabilidade é prover o melhor para as pessoas e


para o ambiente tanto agora como para um futuro indefinido. Segundo o Relatório de
Brundtland (1987), sustentabilidade é: "suprir as necessidades da geração presente sem
afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas".

PRESERVAÇÃO

Manutenção das características próprias do ambiente e suas interações entre seus


componentes. É o esforço para proteger um ecossistema e evitar que ele seja
modificado. Muitas vezes, ela pressupõe a ausência de populações e o impedimento de
qualquer intervenção humana.

CONSERVAÇÃO

Empenha-se pela boa administração do uso da natureza, procurando contingenciar


atividades que afetem o equilíbrio do meio ambiente.

ECO DESENVOLVIMENTO

Definido como o processo criativo de transformação do meio com a ajuda de técnicas


ecologicamente prudentes, concebidas em função das potencialidades deste meio,
impedindo o desperdício inconsiderado dos recursos, e cuidando para que estes sejam
empregados na satisfação das necessidades de todos os membros da sociedade, dada a
diversidade dos meios naturais e dos contextos culturais.

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RELAÇÃO HOMEM x MEIO AMBIENTE

Os problemas ambientais provocados pelos humanos decorrem do uso do meio


ambiente para obter os recursos necessários para produzir os bens e serviços e dos
despejos de materiais e energia não aproveitados no meio ambiente.

O aumento da escala de produção tem sido um importante fator que estimula a


exploração dos recursos naturais e eleva a quantidade de resíduos. A concepção de um
ser humano separado dos outros elementos da natureza talvez tenha sido o fato de maior
relevância para o aumento dos problemas ambientais.

A crença de que a natureza existe para servir ao ser humano contribuiu para o estado de
degradação ambiental que hoje se observa.

O lixo gerado pela população cada vez mais está composto por restos de embalagens e
de produtos industriais.

O uso de inseticidas, herbicidas, fertilizantes, implementos e outros produtos


industrializados fez com que a agricultura se tornasse uma atividade intensiva em
degradação ambiental.

Grande parte dos problemas ambientais produzidos por agências bancárias, escritórios,
consultórios, lojas, escolas, hospitais, e outros estabelecimentos de serviço se deve aos
materiais industrializados que dão suporte às suas atividades.

A partir da Revolução Industrial, surge uma diversidade de substâncias e materiais que


não existiam na natureza. Mais de 10 milhões de substâncias foram sintetizadas e esse
número não pára de crescer.

A maneira como a produção e o consumo estão sendo realizados desde então exige
recursos e gera resíduos, ambos em quantidades vultosas, que já ameaçam a capacidade
de suporte do próprio Planeta, que é a quantidade de seres vivos que ela pode suportar
sem se degradar.

Há diversos sinais de que a Terra já se encontra nos limites de sua capacidade para
suportar as espécies vivas. Entre esses sinais estão os problemas ambientais provocados
pelas atividades humanas, sendo que alguns já adquiriram dimensões globais ou
planetárias, como a perda de biodiversidade, a redu¬ção da camada de ozônio, a
contaminação das águas, as mudanças climáticas decorrentes da intensificação do efeito
estufa e outros.

O MEIO AMBIENTE COMO FONTE DE RECURSOS

A produção de bens e serviços que atendam às necessidades e aos desejos humanos


requer recursos ou fatores de produção, dos quais o trabalho e os recursos naturais
sempre estiveram presentes em todas as épocas.
Os recursos naturais são bens e serviços originais ou primários dos quais todos os
demais dependem. Assim, pode-se dizer que produzir é converter ou transformar bens e

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serviços naturais para satisfazer as necessidades e os
desejos humanos.

Os recursos naturais, envolvem elementos ou partes do meio ambiente físico e


biológico, como solo, plantas, animais, minerais e tudo o que possa ser útil e acessível à
produção da subsistência humana.

Porém, sendo o meio ambiente a condição da existência de vida, todos os seus


elementos devem ser considerados recursos naturais.

Os recursos naturais são tradicionalmente classificados em:

- Renováveis :energia solar, ar, água, plantas, animais, beleza cênica etc.

- Não-renováveis: areia, argila, minérios, carvão mineral, petróleo etc.

A noção de esgotamento ou renovação de recursos envolve a dimensão de tempo e a


perspectiva de tempo dos humanos nem sempre é a mesma daquela que seria necessária
para a renovação de um certo recurso.

Assim, por recurso renovável se entende aquele que pode ser obtido indefinidamente
de uma mesma fonte, enquanto o não-renovável possui uma quantidade finita, que em
algum momento vai se esgotar se for continuamente explorado.

ÁGUA O “PETRÓLEO DO FUTURO”

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A água, que tecnicamente é um recurso renovável, já dá
sinais de deterioração em quase todos os cantos do Globo.

Os prognósticos sobre a qualidade e quantidade dos recursos hídricos alarmantes e já se


tornou lugarcomum afirmar que a água será o recurso mais escasso do século XXI e que
provavelmente será a causa de muitas guerras.
Cada pessoa deveria ter acesso a pelo menos 40 litros de água potável por dia para
desfrutar de uma vida digna e saudável. Considerando que a população global passa de
6 bilhões de pessoas, seriam necessários mais de 240 bilhões de litros de água tratada
diariamente.

Para se ter uma idéia do tamanho do problema, some a essa quantidade, cuja magnitude
já é expressiva, as necessidades de água para as demais espécies e para outros usos
humanos (irrigação, navegação, processos industriais, limpeza pública, geração de
energia etc.). No início do século XXI, cerca de 1,2 bilhão de humanos continuam
vivendo na pobreza e sem acesso à água potável e quase 2,5 bilhões ainda carecem de
saneamento adequado. Como a oferta desse recurso é bastante desigual entre os países e
regiões, tem-se aí um pomo de discórdia explosivo.

O Meio Ambiente como recipiente de resíduos

Como qualquer ser vivo, o ser humano retira recursos do meio ambiente para prover sua
subsistência e devolve as sobras. No ambiente natural, as sobras de um organismo são
restos que ao se decomporem devolvem ao ambiente elementos químicos que serão
absorvidos por outros seres vivos, de modo que nada se perde.

O mesmo não acontece com as sobras das atividades humanas, denominado


genericamente de poluição. A poluição é um dos aspectos mais visíveis dos problemas
ambientais e a percepção dos seus problemas se deu de forma gradativa ao longo do
tempo.

Primeiro, foi no nível local, nas proximidades das unidades geradoras de poluição,
depois descobriuse que ela não respeita fronteiras entre países e regiões.

A percepção dos danos causados pela poluição se deu também de forma fragmentada
quanto a seu meio receptor, ar, água e solo, ou atmosfera, hidrosfera e litosfera,
respectivamente.

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Níveis de contaminação de resíduos

CONCEITO DE POLUIÇÃO

Poluir é sujar, corromper, contaminar, degradar, manchar.


Poluição é ato ou efeito de poluir; e poluente é o que polui.
As palavras poluir e contaminar, poluição e contaminação, poluente e contaminante,
respectivamente, são usadas como sinônimas, e somente é considerado aquilo que
produz impactos indesejáveis ao meio ambiente físico, biológico e social.
Poluentes são materiais ou energia que produzem algum tipo de problema indesejável
devido às suas propriedades físico-químicas, às quantidades despejadas e à capacidade
de assimilação no meio ambiente.
Critério de Classificação de Poluição

Exemplo de poluentes em alguns setores:

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SETOR POLUENTES
metano (CH4), dióxido de carbono (CO,), compostos
orgânicos voláteis (CO V), metais pesados, embalagens de
Agropecuária
agrotóxicos, fertilizantes não aproveitados, materiais
particulados
CO2, monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio
Mineração (NO2), óxidos de enxofre (SO 2), metais pesados, águas
residuais, resíduos sólidos, ruídos, vibração
Siderurgia materiais particulados, SÓ, NO, CO, DBO, escórias e Iodos
de tratamento de efluentes, ruídos
SÓ2, CO2, materiais particulados, DBO, Iodos de tratamento
Metais Não Metálicos
de efluentes, ruído
Usinas Termoelétricas CO, CO2, CH2, NO2, SÓ2,, materiais particulados, Iodos
Têxtil materiais particulados, SO2, HC, DBO, ruídos
Refinaria de Petróleo SÓ2, NO2, CO, CO2, DBO, DQO, materiais particulados,
derramamentos
Transportes CO, CO2, NO2, SO2, hidrocarbonetos, materiais particulados,
derramamentos de óleos e combustíveis, ruídos

Comparação entre Emissões Atmosféricas Naturais e Artificiais


Poluente Fontes Fontes Naturais Emissão Emissão natural
Antropogênicas Principais Antrópica T/ano T/ano
Principais
Dióxido de enxofre Queima de Vulcões; reações 212 20
(SO2) combustíveis biogênicas
fósseis (carvão e
óleo)
Monóxido de Veículos Incêndios florestais: 700 2100
carbono (CO) reações fotoquímicas

Óxidos de nitrogênio Combustão Ação bacteriana no 75 180


(NOx) solo; lightning (como NO2) (como NO2)
Hidrocarboneto, Combustão Processos biogênicos 40 0,02
exceto metano no solo e vegetação
(HC)
Gás carbônico (CO2) Combustão Processos biológicos 22.000 1.000,000

Óxido Nitroso (N2O) Pequenas Processos biogênicos 3 340


quantidades de no solo
combustão
Amônia (NH3) Tratamento de Ação biogênica no 6 260
resíduos: combustão solo

Gás Sulfídrico Processos Vulcões; ação 3 84


(H2S) e sulfetos químicos: biológica no solo e na (como enxofre) (como enxofre)
orgânicos Tratamento de água
esgoto

Tipos de Fontes Poluidoras

Os poluentes são chamados de primários quando emitidos diretamente por uma fonte
geradora ou atingem o meio imediato da forma como foram emitidos.

Os poluentes secundários são substâncias nocivas ao meio ambiente que resultam da


reação ou combinação de poluentes primários ou destes com as substâncias constituintes

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do meio receptor. Exemplo: o oxido nítrico (NO) é um
poluente primário gerado na queima de combustíveis fósseis, que diante da luz solar
reage com o oxigênio do ar (02) formando o dióxido de nitrogênio (NO2), um poluente
altamente nocivo ao meio ambiente. O NO2, que também é gerado pela queima de
combustíveis fósseis e em diversas atividades industriais, na presença da luz do Sol
reage com o oxigênio para formar o ozônio (O3), uma substância tóxica para os seres
vivos quando concentrada nas camadas baixas da atmosfera.

A permanência de um poluente no meio ambiente depende de suas características fisico-


químicas (volatilidade, solubilidade, reatividade etc.), bem como das características do
meio ambiente, tais como umidade, luminosidade, grau de acidez etc.

Classificação dos Poluentes Atmosféricos

Diferentes combinações dessas características geram diferentes trajetórias dos poluentes


desde o seu lançamento no meio ambiente imediato até a sua eliminação por algum
processo natural, como a degradação microbiana e a dissociação fotoquímica, ou sua
acumulação em organismos ou elemento do meio físico.
Uma embalagem de aço jogada ao solo reage com o oxigênio e em alguns anos
transforma-se em oxido de ferro, uma substância inofensiva ao meio ambiente; os
plásticos, por serem inertes, podem permanecer no solo por algumas dezenas de anos e
até mesmo séculos.
Dioxinas, heptaclorobenzeno (BHC) e outros poluentes orgânicos persistentes (POPs),
independentemente do meio em que são lançados (ar, água ou solo), por serem
altamente solúveis em lipídios, são facilmente absorvidos pelas células gordurosas dos
organismos vivos e transmitidos a outros por meio da cadeia alimentar, causando danos
de altíssima gravidade como câncer e alterações genéticas. Os POPs são muito
resistentes aos processos químicos, fotoquímicos ou biológicos, o que dificulta a
dissolução de seus elementos constitutivos.

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Outros poluentes ultrapassam os limites do local de
emissão e acabam se tornando problemas de dimensão regional ou planetária, como a
chuva ácida, a destruição da camada de ozônio ou o aquecimento global.
A chuva ácida, por exemplo, afeta a cadeia alimentar, provocando danos generalizados
nos ecossistemas. Suas principais causas são as emissões de SO2 e NO2, que reagem
com outros compo¬nentes do ar formando ácido sulfúrico (H2SO4), ácido nítrico
(HNO3) e ácido nitroso (HN02). No solo, a água da chuva com uma acidez além do
normal dificulta a absorção de nutrientes pelas plantas e exige mais insumos agrícolas
para corrigir os solos, tornando as atividades agrícolas mais caras, além de exigir uma
exploração adicional sobre os recursos naturais. As precipitações ácidas também
aumentam a taxa de corrosão de materiais, equipamentos, instalações, monumentos
históricos e arqueológicos.
Todas essas questões devem ser consideradas quando se pretende enfrentar os
problemas ambientais e isso é o que de grosso modo se denomina gestão ambiental.

AQUECIMENTO GLOBAL

A radiação solar é o fator determinante do clima e as condições térmicas da atmosfera e


da superfície do solo que determinam as temperaturas médias e extremas de uma região,
as precipitações, os ventos e outros fenômenos climáticos.
Alterações climáticas por motivos antrópicos têm sido uma constante em todos os
tempos. A derrubada de matas, indústrias e assentamentos humanos sempre provoca
alterações no clima local.
Imperceptíveis a curto prazo, com o passar do tempo, podem ser ampliadas a ponto de
inviabilizar as atividades humanas no local.
Dióxido de carbono (C02), ozônio (O3), metano (CH4), oxido nitroso (N20), e vapor
d'água e outros gases de efeito estufa (greenhouse gases) deixam passar as radiações
solares de ondas curtas e retardam as radiações infravermelhas de ondas longas
refletidas pela superfície terrestre, mantendo a atmosfera aquecida.
O aquecimento global é um fenômeno associado ao crescimento das emissões de gases
de efeito estufa gerados pelas atividades humanas, que aumenta ainda mais a retenção
das radiações infravermelhas e, conseqüentemente, eleva a temperatura média global do
Planeta.
Segundo dados do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC), a
temperatura da superfície da Terra durante o século XX foi a mais alta de todos os
períodos de que se tem registros, tendo aumentado de 0,4 °C a 0,8 °C nos últimos 100
anos.
Estudos do IPCC mostram que a concentração de CO2 na atmosfera subiu de 280 para
365 ppm´s desde 1750, considerado o ano de início da Revolução Industrial

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Concentração de Alguns Gases de Estufa na Atmosfera
Concentração Taxa Anual de Tempo de
Concentração em
GÁS DE ESTUFA Pré-industrial Mudança da Vida na
1998
(1750) Concentração Atmosfera
Dióxido de Carbono (CO ) 280 ppm 365 ppm 1,5 ppm/ano 5 a 200 anos
Metano (CH) 700 ppb 1.745 ppb 7 ppb/ano 12 anos
Oxido Nitroso (N O) 270 ppb 314 ppb 0,8 ppb/ano 114 anos
CFC-11 zero 268 ppt - 1,4 ppt 45 anos
HFC-23 zero 14ppt 0,5 ppt/ano 260 anos
Perfluorometano (CF ) 40ppt 80 ppt 1 ppt/ano > 50.000
anos

A queima de combustíveis fósseis está entre as principais fontes geradoras de CO2, bem
como as queimadas de florestas e de resíduos, ficando décadas na atmosfera, esse gás
acabou sendo usado como base para medir o grau de aquecimento global.
Usando modelos matemáticos de clima global, chegou-se a prever que a temperatura se
elevaria entre 1,5 °C a 4,5 °C caso o nível de concentração desses gases duplicasse.
Entre os problemas decorrentes do aumento da temperatura, estão as mudanças nos
regimes de chuvas e de circulação de ar, bem como o aumento da frequência de
turbulências climáticas como furacões e maremotos. A intensificação das chuvas em
certos locais e das secas em outros são algumas consequências previstas nos modelos de
clima global.
Outra consequência prevista é a elevação do nível dos oceanos pelo derretimento das
geleiras e pela expansão do volume das águas decorrentes do aumento da temperatura.
As regiões litorâneas seriam afetadas diretamente, provocando gigantescas ondas de
migrações humanas em direção às terras firmes.
As mudanças de temperatura, pressão e luminosidade provocadas pelo aumento do nível
das águas produziriam alterações profundas nos ecossistemas marinhos com
consequências danosas para os organismos que aí vivem.
Como os efeitos previstos são catastróficos a melhor atitude é adotar o princípio da
precaução, como propõe a Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento, aprovada na CNUMAD em 1992 no Rio de Janeiro e Convenção-
Quadro das Nações Unidas e seus protocolos, dos quais o de Quioto é um dos mais
importantes.
Este sistema de precaução tem como órgão supremo a Conferência das Partes (COP —
Conference of the Parties) que se reúne periodicamente para avaliar resultados,
estabelecer metas, dirimir controvérsias e criar mecanismos de gestão.
A Convenção sobre Mudança do Clima tem encontrado grande dificuldade para chegar
a resultados concretos pela resistência de países cujas economias dependem de
combustíveis fósseis, principalmente dos Estados Unidos, responsáveis por 25% dos 7
bilhões de toneladas de CO2 lançados anualmente.
Em 1995, foi realizada a primeira Conferência das Partes (COP-1) com resultados
pífios, devido à resistência dos Estados Unidos, do Japão e dos países árabes
exportadores de petróleo.

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Em dezembro de 1997, durante a COP-3, foi aprovado o
Protocolo de Quioto, pelo qual os países desenvolvidos, individual ou conjuntamente,
devem assegurar uma redução agregada de gases de efeito estufa em pelo menos 5%
abaixo dos níveis de 1990 no período compreendido entre 2008 e 2012

Destruição da camada de ozônio

O ozônio (O3) é uma substância que apresenta efeitos distintos conforme a camada da
atmosfera em que se encontra. É um dos principais poluentes encontrados na baixa
atmosfera nos grandes centros urbanos, formado por gases emitidos pelos veículos que
se transformam em ozônio por meio de processos fotoquímicos.
O ozônio é um gás tóxico para as plantas e os animais, sendo que uma exposição
prolongada pode causar lesões pulmonares graves.
No entanto, na estratosfera, numa faixa entre 15km a 50km da superfície terrestre, o
ozônio gera um efeito benéfico aos seres vivos.
O ozônio estratosférico, produzido naturalmente pela ação dos raios solares sobre as
moléculas de oxigênio (02),forma uma camada, que protege das radiações ultravioleta
do Sol.
Os raios UV, com comprimento de onda de 280 a 320 nanômetros, denominados UV-B,
são prejudiciais aos seres vivos, pois estes não desenvolveram defesas naturais contra
essas radiações devido a sua ausência durante milhões de anos.
Nos humanos, quantidades ainda que pequenas de UV-B provocam queimaduras,
afetam o sistema imunológico, causam câncer de pele, doenças oculares outros males. O
UV-B também produz efeitos adversos nas plantas e nos animais, ecossistemas
marinhos, ele afeta a reprodução de fitoplânctons e de outros organismos, reduzindo os
recursos pesqueiros.
Observou-se que a diminuição do ozônio está relacionada com a presença de
substâncias que alteram seu ciclo natural de formação e dissociação, dentre elas as
emissões de clorofluorcarbonos (CFCs), hidrobromofluorcarbonos (CHFBr)
hidroclorofluorcarbonos (CHFCI), metano, oxido nitroso e outros.
Muitas destas são substâncias inexistentes na natureza, como é caso dos CFCs que
começaram a ser produzidos comercialmente por volta de 1930 pela DuPont com o
nome comercial de Freon como fluido para transferência de calor e em aerossóis etc.
Os CFCs foram saudados pela comunidade científica, tecnológica e empresarial como
uma substância altamente benéfica, pois não era corrosivo, inflamável nem tóxico,
podendo substituir com vantagens o gás de amônia
Levou quase 40 anos para se verificar que eles causavam danos significativos ao meio
ambiente. Em 1980, foi descoberto o buraco na camada de ozônio correspondente à
região da Antártida.
Com o reconhecimento da gravidade desse problema de natureza planetária, em 1985
foi assinada a Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio.
Em 1987, com o Protocolo de Montreal a essa Convenção, deu-se o início efetivo de
uma gestão internacional para eliminar as substâncias destruidoras do ozônio
estratosférico.
Os países que aderirem ao Protocolo de Montreal devem proibir as importações dessas
substâncias de qualquer outro país que não fizer parte desse acordo. O prazo final para
eliminar completamente as substâncias controladas pelo Protocolo de Montreal e suas
Emendas é o ano de 2010 nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.

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Muitas oportunidades de negócios surgiram em
decorrência do Protocolo de Montreal, desencadeando uma corrida tecnológica para
encontrar substitutos para as substâncias controladas, como o hidrofluoreter (HFE)
desenvolvido pela 3M. Os hidrofluorcarbonos (HFC) têm sido usados no lugar dos
CFCs, mas deverão ser substituídos futuramente por serem também gases de efeito
estufa. Os halons usados em extintores de incêndio estão sendo substituídos por CO2,
água, etc.

Acidentes Ambientais - Exemplos

Na época da Revolução Industrial, nada se fazia pela segurança dos trabalhadores e


quase nada também quanto aos aspectos ambientais das unidades fabris. Muito se
evoluiu com respeito a produtividade, à qualidade e às condições de trabalho após a
implementação das ideologias de Taylor, Fayol, Ford e outros.
Também no campo da gestão ambiental houve muita evolução, mas isoladamente; em
alguns casos, essa evolução não chegou a ser eficaz para controlar e eliminar os riscos
de acidentes ambientais contra a natureza. Mesmo a pouco tempo atrás, menos de três
décadas, ocorreram inúmeros acidentes ambientais que podem ser considerados como
catástrofes, por terem provocado milhares de mortes, grandes prejuízos e degradação
ambiental imensurável.
Casos no Brasil:
1970-1980 - Terminal Almirante Barroso/São Sebastião/SP, com mais de 80
derramamentos;
1984 - Vila Socó, Cubatão/SP, ocorrendo explosão e morte de 98 pessoas;
1987 - Santos/SP, com o vazamento de 120 mil litros de óleo;
1987 - Acidente com o Césio-137 em Goiânia, capital do Estado de Goiás, Brasil. O
manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado onde funcionava o
Instituto Goiano de Radioterapia gerou um acidente que envolveu direta e indiretamente
centenas de pessoas.
1988 - Refinaria de Paulínia/SP, com o vazamento de 100 mil litros de óleo;
1984 - Plataforma de Enchova/Rio, ocorrendo explosão e 32 mortes;
1988 - Baía de Todos os Santos/Ba, com o vazamento de 700 mil litros de óleo;
1991 - Marechal Deodoro/AL, infiltração de um poluente organoclorado no solo,
atingindo as nascentes de água;
1991 - Salvador/BA, vazamento de 20 mil litros de óleo diesel, contaminando lençóis
freáticos;
1991 - Salvador/BA, vazamento de 50 t de amônia no porto de Aratu, matando parte da
fauna e da flora dos manguezais de Salvador;
1997 - Baía do Guanabara/RJ, derramamento de 600 mil litros de óleo;
2000 - Baía do Guanabara/RJ, derramamento de 1,3 milhões de litros de óleo;
2000 - Terminal Almirante Barroso/São Sebastião/SP, derramamento de 7 mil litros de
óleo;
2000 - Tramandaí/ RS, vazamento de 18 mil litros de óleo;
2000 - Paraná, vazamento de 4 milhões de litros de óleo no Rio Iguaçu.
2004 - Paraná, NT Vicuña, de bandeira chilena, explodiu três vezes e naufragou,
provocando o derrame de aproximadamente 4 mil toneladas de três tipos de
combustível, principalmente de metanol, na Baía de Paranaguá (PR).

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Casos no Mundo:

1956 – Foram detectados casos de disfunções neurológicas em seres humanos e animais


que se alimentavam de peixes da baía de Minamata no Japão. As águas da baía foram
contaminadas por catalisadores gastos que eram despejados por uma indústria química
instalada nas proximidades da baía desde 1939.
1965 – Derramamento de óleo de navio tanque no Japão. Volume vazado: 17,6 milhões
de galões
1967 – O pretroleiro Torrey Canyon naufragou na costa do extremo sudoeste da
Inglaterra quando colidiu num recife. Volume vazado: 38,2 milhões de galões de óleo
cru;
1968 – Derramamento de óleo de navio tanque na África do Sul, costa do Oceano
Índico. Volume vazado: 14,2 milhões de galões.
1984 – Bhopal, Índia, morreram 3.400 pessoas devido ao lançamento de gases tóxicos
na atmosfera.
1984 – No México ocorreram explosões sucessivas de tanques esféricos e botijões de
GLP (gás liquefeito de petróleo), causadas pelo vazamento de um dos tanques. Cerca
de 4.000 pessoas foram feridas e 500 morreram. As gotículas incandescentes de GLP
atingiram distâncias de até 800 metros. O acidente ficou conhecido como “Mexico
City, o dia em que o céu pegou fogo”.
1985 - Derramamento de óleo de navio tanque no Irã. Volume vazado: 21,4 milhões
de galões.
1986 – Na Usina Nuclear de Chernobyl, na antiga URSS, durante a realização de
testes, o sistema de refrigeração foi desligado com o reator ainda em funcionamento.
Com isso, o equipamento esquentou e explodiu. O incêndio no reator durou uma
semana, lançando na atmosfera um volume de radiação cerca de 30 vezes maior do que
a bomba de Hiroshima. A radiação espalhou-se, atingindo vários países da Europa e até
o Japão. As previsões afirmam que aproximadamente 100.000 pessoas sofreram danos
genéticos ou terão problemas de câncer devido a este acidente nos 100 anos seguintes.
1999 - Petroleiro “ERIKA”, de bandeira maltesa, partiu-se em dois quando navegava a
40 milhas das costas da Bretanha, a noroeste da França, derramando mais de 20.000
toneladas de petróleo bruto, poluindo mais de 400 quilômetros da costa.

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14
Exercícios

1. Quais as diferenças entre o Ambiente fabricado, o Ambiente domesticado e o


Ambiente natural?
2. Como podemos diferenciar os recursos renováveis dos não renováveis? Cite exemplos.
3. Conceitue Poluição (primária e secundária).
4. Cite exemplos de Fontes de Poluição Natural e exemplos de Fontes de Poluição
Antropogênicas.
5. Com relação aos conceitos básicos relativos ao Meio Ambiente, faça a relação entre as
colunas:

A Preservação Suprir as necessidades da geração presente sem afetar a


habilidade das gerações futuras de suprir as suas.

Manutenção das características próprias do ambiente e


suas interações entre seus
B Conservação
componentes. É o esforço para proteger um
ecossistema e evitar que ele seja modificado.
Muitas vezes, ela pressupõe a ausência de populações e
o impedimento de qualquer intervenção humana.

Unidade que inclui todos os organismos de uma


determinada área, interagindo com o meio físico, de
C Ecossistema
forma que origine um fluxo de matéria e energia.

É tudo o que envolve ou cerca os seres vivos, se


entende o ambiente natural e o artificial, isto é, o
D Ecologia
ambiente físico e biológico originais e o que foi
alterado, destruído e construído pelos humanos, como
. as áreas urbanas, industriais e rurais.

E Sustentabilidade Ciência que estuda os fatores que atuam sobre os seres


vivos no ambiente e as interações entre
este e os seres vivos

Empenha-se pela boa administração do uso da


natureza, procurando contingenciar atividades que
F Meio Ambiente
afetem o equilíbrio do meio ambiente.

6. Pesquisar em casa outros conceitos para o termo “Sustentabilidade”. Exemplos:


sustentabilidade econômica, sustentabilidade ecológica, sustentabilidade na construção
civil, sustentabilidade na moda, etc.
7. Atividades em Grupo

- Leitura do Glossário Ambiental

- Leitura
do artigo “O que há de verdade no propalado mercado de carbono” em equipes
de no máximo 4 pessoas e entrega das respostas.

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15
GESTÃO AMBIENTAL

PARTE 2

GESTÃO AMBIENTAL NO AMBIENTE EMPRESARIAL

Gestão Ambiental

Os termos administração ou gestão do meio ambiente, ou simplesmente gestão


ambiental, são entendidos como as diretrizes e as atividades administrativas e
operacionais, tais como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras
realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer
reduzindo ou eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer
evitando que eles surjam.

O crescimento da consciência ambiental por amplos setores da sociedade é outro fato


indutor da emergência da gestão ambiental. No pós-guerra começa efetivamente o
crescimento dos movimentos ambientalistas apoiados numa crescente conscientização
de parcelas cada vez maiores da população.

Entende-se por ambientalismo as diferentes correntes de pensamento de um movimento


social que tem na defesa do meio ambiente sua principal preocupação.

A evolução da gestão ambiental na indústria:

ƒ 1970s - Controle da Poluição: Operacional, práticas reativas


ƒ Manutenção
ƒ Serviços gerais
ƒ Segurança industrial

ƒ 1980s - Licenciamento Ambiental: Gerenciais - ações preventivas


ƒ Jurídico
ƒ Produção
ƒ Áreas de Meio Ambiente

ƒ 1990s - Gerenciamento Ambiental


ƒ Políticas corporativas EHS (Environment, Health and Safety)
ƒ Programas de Auditorias Ambientais
ƒ ISO 14000: EHS + Q

ƒ 2000s - Gerenciamento Estratégico


ƒ Estratégia sócio-ambiental das organizações empresariais: fator decisivo para os
negócios

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A preocupação com o meio ambiente, antes restrita a pequenos grupos de artistas,
cientistas e alguns políticos, extravasou para amplos setores da população de
praticamente todo o mundo dado o elevado grau de degradação observado em todas as
partes do Planeta.

Contribuíram para isso as catástrofes ambientais de grande proporção, como Seveso,


Minamata, Three Miles Island, Bophal, Exxon Valez, Cubatão, Chernobil, Baía de
Guanabara e muitas outras.

O contingente de pessoas preocupadas com o meio ambiente, que já é significativo,


tende a crescer ainda mais à medida as populações se dão conta de que os problemas
ambientais não só afetam a qualidade de vida atual, mas comprometem a sobrevivência
da Humanidade.

Dimensões da Gestão Ambiental

A expressão gestão ambiental aplica-se a uma grande variedade de qualquer tipo de


problema ambiental.

Na sua origem, estão as ações governamentais para enfrentar a escassez de recursos.

Qualquer proposta de gestão ambiental inclui no mínimo três dimensões:

(1) a dimensão espacial que concerne a área na qual se espera que as ações de gestão
tenham eficácia;

(2) a dimensão temática que delimita as questões ambientais às quais as ações se destinam;

(3) a dimensão institucional relativa aos agentes que tomaram as iniciativas de gestão.

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A essas dimensões podem-se acrescentar a dimensão filosófica que trata da visão de
mundo e da relação entre o ser humano e a natureza, questões que sempre estiveram
entre as principais preocupações humanas como mostram as incontáveis obras artísticas,
filosóficas e científicas de todos os tempos.

Apesar da variedade de posicionamentos, pode-se pensar em duas grandes vertentes


situadas em pólos extremos.

Em uma ponta encontram-se as posições


Antropocêntricas extremadas:
-A natureza só tem valor como instrumento dos seres humanos e estes possuem direitos
absolutos sobre ela.
- A preocupação com o meio ambiente se dá na medida em que este se torna um
problema para os humanos.
- Está a concepção de um ser humano separado da natureza; e essa dualidade pode lhe dar
o direito de ser o senhor da natureza e de utilizá-la em seu benefício.
- Os antropocêntricos mais extremados não se preocupam com a quantidade e a
natureza da produção e do consumo, pois o importante é satisfazer as necessidades.
- A gestão ambiental de acordo com essa visão, se restringe a seguir as legislações
ambientais.
- A crença na capacidade da ciência e tecnologia de resolver os problemas ambientais
legitima o uso abusivo do meio ambiente.

Na outra ponta estão as posições


Ecocêntricas extremadas:
- Atribuem aos elementos da natureza um valor intrínseco e independente de qualquer
apreciação humana; e os humanos, sendo apenas um desses elementos, não possuem
nenhum direito a mais que os outros seres.
- A eqüidade biológica, decorre de uma concepção unitária da natureza, na qual todos os
organismos, inclusive os seres humanos, fazem parte da natureza em igualdade de
condições.
- Todos os seres vivos de um ecossistema são interdependentes e por isso nenhuma
espécie pode ser superior às demais, nem mesmo os humanos.

- Não crêem que a ciência e a tecnologia dominantes possam dar conta dos problemas
ambientais, pois elas são partes desses problemas, uma vez que foram desenvolvidas
para serem instrumentos de domínio sobre a natureza.
- Esse tipo de pensamento sugere o uso mínimo de recursos para não afetar a capacidade
de regeneração do meio ambiente, algo que só seria possível modificando
significativamente os hábitos de consumo para restringi-los às necessidades humanas
básicas.
- Esse tipo de postura não raro acaba gerando propostas escapistas como retorno à vida
campestre, vida em comunidades fechadas, ascetismo religioso e outras de cunho
elitistas e até mesmo ecofascistas disfarçadas em amor pela natureza ou propostas
malthusianas, com suas queixas sobre a bomba-relógio da explosão populacional.

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18
Entre esses extremos encontram-se as abordagens
socioambientais que reconhecem o valor intrínseco da natureza, mas admitem que ela
deve ser usada para atender às necessidades humanas presentes e futuras, buscando
sistemas de produção e consumo sustentáveis

Os modelos de gestão ambiental empresarial decorrente dessa visão se apoiam em três


critérios de desempenho:
- eficiência econômica; maneira mais equilibrada de usar insumos necessários à produção
e distribuição de serciços e produtos.
- eqüidade social; consiste na adaptação da regra existente à situação concreta,
observando-se os critérios de justiça e igualdade.
- respeito ao meio ambiente; atitude

Critérios estes que devem ser considerados simultaneamente em qualquer proposta de


gestão socioambiental. Ou seja, esses modelos devem contribuir para gerar renda e
riqueza, que são os objetivos básicos das empresas, minimizar seus impactos ambientais
adversos, maximizar os benefícios e tornar a sociedade mais justa.

A Mudança no Ambiente dos Negócios

Nas últimas décadas tem ocorrido uma mudança muito grande no ambiente em que as
empresas operam: as empresas que eram vistas apenas como instituições econômicas
com responsabilidades referentes a resolver os problemas econômicos fundamentais (o
que produzir, como produzir e para quem produzir) têm presenciado o surgimento de
novos papéis que devem ser desempenhados, como resultado das alterações no ambiente
em que operam.

Essa mudança baseia-se que, apesar do visível sucesso obtido pelo sistema capitalista,
de uma eficiente combinação de ciência e tecnologia,quando confrontamos seus
resultados econômicos e monetários com outros resultados sociais, tais como redução da
pobreza, degradação de áreas urbanas, controle da poluição, iniqüidades sociais, entre
outros, vemos que ainda há muito a ser conseguido e que o crescimento do PIB -
Produto Interno Bruto não é e nunca será uma medida adequada para avaliar a
performance social.

A Empresa como Instituição Sócio Política

Uma quantidade crescente de atenção, por parte das organizações, tem se voltado para
problemas que vão além das considerações meramente econômicas, atingindo um
espectro muito mais amplo, envolvendo preocupações de caráter político-social como:
- proteção ao consumidor;
- controle da poluição;
- segurança e qualidade de produtos; - assistência médica e social;
- defesa de grupos minoritários etc.

Essas mudanças afetam de forma intensa o ambiente social e político em que a empresa
atua, criando novas diretrizes e limitações para que a empresa possa operar de forma

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eficaz, segundo uma ótica que leve em conta apenas a
maximização do retorno financeiro a seus proprietários.

A Empresa no Ambiente Global


- Interesse do acionista: Resultado Financeiro a curto e médio prazo
- Interesse das partes interessadas: Longo prazo, emprego e segurança, saúde, meio
ambiente e responsabilidade social.

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Sistema Integrado de Gestão:

Lucro com
responsabilidade
Merc ado

Troca de
informações Troca de
informações

Proteção/
GERENCIAMENTO Controle/
EMPRESARIAL Tratamento

S oc iedade Meio A mbiente


Participação
Bem estar
Saúde
Troca de informações

Dessa forma, os administradores devem ter uma visão moderna da empresa em relação a
seu ambiente, pois ela é vista como uma instituição sociopolítica.

A linha de demarcação entre empresa e seu ambiente é vaga, não há consenso de quais
seriam as verdadeiras responsabilidades sociais de uma empresa.

Portanto, muitas das decisões internas da organização hoje requerem considerações


explícitas das influências provindas do ambiente externo, e seu contexto inclui
considerações de caráter social e político que se somam às tradicionais considerações
econômicas.

A sociedade tem ficado mais atenta ao comportamento ético das empresas, bem como
sobre a atuação de seu corpo de executivos, o que tem resultado em novas leis e
regulamentos que tentam melhorar o padrão ético das corporações e tem provocado o
surgimento de novas posturas estratégicas. Os veículos de comunicação têm enfatizado
sua vigilância nos comportamentos não éticos das corporações, tem sujeitado as
empresas a um maior comprometimento e responsabilidade social em sua atuação.

Esta constatação acaba gerando um clima de relativa hostilidade para com as empresas,
que crêem que existe por parte dos jornalistas um viés anti-empresarial em seus
posicionamentos.

No Brasil, a mais importante influência no ambiente dos negócios é derivada do próprio


governo. A atuação governamental tem resultado numa parafernália de planos de

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intervenção na economia que têm, por seu turno,
originado uma miríade de leis, decretos, medidas provisórias, regulamentações e outras
que têm provocado desde pequenos ajustes até um verdadeiro pânico no ambiente
empresarial. Dessa forma, a lucratividade e a rentabilidade das empresas são fortemente
influenciadas pela sua capacidade de antecipar e reagir frente às mudanças sociais e
políticas que ocorrem em seu ambiente de negócios.

O atendimento dessas expectativas interfere nos objetivos econômicos das organizações,


mas se tais expectativas são importantes para a sociedade e para o mundo moderno, as
instituições não têm outra escolha senão a de prover recursos para atender a essas
reivindicações.

Essa mudança no ambiente dos negócios, do ponto de vista social e político, e o seu
impacto na administração das empresas têm mudado a forma pela qual os
administradores gerem seus negócios e provocado uma modificação no sentido de
redefinir qual é o verdadeiro papel que a sociedade espera que administradores
desempenhem na gerência das organizações.

A principal alteração que se verifica atualmente é a percepção das corporações sobre o


papel que desempenham na sociedade. A corporação não é mais vista como uma
instituição com propósitos simplesmente econômicos, voltada apenas para o
desenvolvimento e venda de seus produtos e serviços.

Em face de seu tamanho, recursos e impacto na sociedade, a empresa tem grande


envolvimento e na participação de muitas tarefas sociais, desde a limpeza das águas até
o aprimoramento cultural e espera-se um alargamento de seu envolvimento com esses
conceitos “não econômicos” no futuro, entre eles a proteção dos consumidores e dos
recursos naturais, saúde, segurança e qualidade de vida nas comunidades em que estão
localizadas e onde fazem seus negócios.

É claro que muitos participantes do mundo dos negócios não concordam com esta
filosofia ou com a visão da forte influência do ambiente político-social no desempenho
das empresas. A verdade é que, mesmo não concordando, as empresas estão sendo
compelidas a assumir essas novas responsabilidades e com a agravante de que a
tendência futura é uma ampliação de seu espectro.

Assim, em adição às suas habilidades técnicas, administrativas e de relacionamento


humano, o administrador das corporações modernas deve desenvolver habilidades que
se evidenciem importantes para o entendimento do contexto social e político do
ambiente externo que envolve a tarefa de administrar e que devem incluir:
- a sensibilidade da importância do acompanhamento da política executada pelo poder
público; - o entendimento do processo através do qual ela é formulada e dos fatores
relevantes de suas diretrizes, bem como qual é seu impacto no desempenho das
organizações.

A Questão Ambiental na Empresa

A globalização dos negócios, a internacionalização dos padrões de qualidade ambiental


descritos na série ISO 14000, a conscientização crescente dos atuais consumidores e a
disseminação da educação ambiental nas escolas permitem antever que a exigência

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futura que farão os futuros consumidores em relação à
preservação do meio ambiente e à qualidade de vida deverão intensificar-se.

Diante disto, as organizações deverão incorporar a variável ambiental na prospecção de


seus cenários e na tomada de decisão, mantendo uma postura responsável de respeito à
questão ambiental.

Os dez passos necessários para a excelência ambiental:


1. Desenvolva e publique uma política ambiental;
2. Estabeleça metas e continue a avaliar os ganhos;
3. Defina claramente as responsabilidades ambientais de cada uma das áreas e do pessoal
administrativo;
4. Divulgue interna e externamente a política, objetivos e metas e as responsabilidades;
5. Obtenha recursos adequados;
6. Eduque e treine seu pessoal e informe os consumidores e a comunidade;
7. Acompanhe a situação ambiental da empresa e faça auditorias e relatórios;
8. Acompanhe a evolução da discussão sobre a questão ambiental;
9. Contribua para os programas ambientais da comunidade e invista em pesquisa e
desenvolvimento aplicado à área ambiental;
10. Ajude a conciliar os diferentes interesses existentes entre todos os envolvidos: empresa,
consumidores, comunidade, acionistas etc.

Posicionamento da empresa

Na questão ambiental do ponto de vista empresarial, surge a dúvida que diz respeito ao
aspecto econômico. Qualquer providência que venha a ser tomada em relação à variável
ambiental traz consigo o aumento de despesas e o conseqüente acréscimo dos custos do
processo produtivo.

Algumas empresas, porém, têm demonstrado que é possível ganhar dinheiro e proteger
o meio ambiente mesmo não sendo uma organização que atua no chamado "mercado
verde", desde que as empresas possuam certa dose de criatividade e condições internas
que possam transformar as restrições e ameaças ambientais em oportunidades de
negócios.

Entre essas oportunidades podemos citar:


- a reciclagem de materiais que trazem uma grande economia de recursos;
- o reaproveitamento dos resíduos internamente ou sua venda para outras empresas
através de Bolsas de Resíduos ou negociações bilaterais;
- o desenvolvimento de novos processos produtivos com a utilização de tecnologias mais
limpas ao ambiente, e até mesmo possibilitam a venda de patentes;
- o desenvolvimento de novos produtos para um mercado cada vez maior de
consumidores conscientizados com a questão ecológica;
- geração de materiais de grande valor industrial a partir do lodo tóxico,
- estações portáteis de tratamento,
- e o aparecimento de um mercado de trabalho promissor ligado à variável ambiental que
deverá envolver auditores ambientais, gerentes de meio ambiente, advogados
ambientais.

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Para responder a esse anseio, podem-se avaliar o perfil da organização segundo diversas
variáveis, onde a empresa apresenta características "amigáveis" ou "agressivas" ao meio
ambiente, conforme no Quadro seguinte:

Empresas agressivas (alta Classificação Empresas Amigáveis (baixa poluição)


poluição)
1 2 3 4 5
1. Ramo de atividade
2. Produtos: - MP renováveis; há reciclagem; há
- MP não renováveis; não há reciclagem; aproveitamento de resíduos; baixo consumo de
não há aproveitamento de resíduos; alto energia.
consumo de energia.

3. Processo: - Não Poluente – pouco resíduos – baixo


- Poluente – resíduos perigosos – alto consumo de energia – uso dos recursos eficiente
consumo de energia – ineficiente uso dos – não afeta os trabalhadores
recursos – insalubre aos trabalhadores

4. Consciência Ambiental - Consumidores conscientes


- Consumidores não conscientes
5. Padrões Ambientais - Altos padrões
- Baixos padrões - Obediência as restrições
- Não obediência as restrições
6. Comprometimento Gerencial - Não - comprometido
comprometido
7. Nível da capacidade do pessoal - - Alto
Baixo - Voltado para novas tecnologias
- Acostumado velhas tecnologias
8. Capacidade de P&D - Alta criatividade
- Baixa criatividade - Curtos ciclos de desenvolvimento
- Longos ciclos de desenvolvimento
9. Capital - Existência de capital
- Ausência de capital - Pouca - Posibilidade de empréstimos
possibilidade de empréstimos

1 = Empresa muito ameaçada pela questão ambiental 5 = Questão ambiental constitui oportunidades de crescimento

Para a correta avaliação de posição da empresa há necessidade de considerarmos as


seguintes variáveis:

a) RAMO DE ATIVIDADE DA EMPRESA


Considerado o mais importante indicador da ameaça que a organização pode causar ao
meio ambiente e dos custos que se fazem necessários para atender às exigências da
regulamentação ambiental. Dados da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, colocam entre os setores industriais mais poluentes:
- as indústrias químicas, de papel e celulose, de ferro e aço, de metais não ferrosos (por
ex.: alumínio), de geração de eletricidade, de automóveis e de produtos alimentícios.

b) PRODUTOS

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A conceituação da empresa ambientalmente amigável é
determinada não só pelas características de seu processo produtivo, mas também pelos
produtos que fabrica. Produtos obtidos de matérias-primas renováveis ou recicláveis,
que não agridem o meio ambiente e que têm baixo consumo de energia devem ter a
preferência das organizações engajadas na causa ambiental

c) PROCESSO
Um processo ambientalmente amigável deve estar próximo dos seguintes objetivos:
• poluição zero;
• nenhuma produção de resíduos;
• nenhum risco para os trabalhadores; • baixo consumo de energia; e
• eficiente uso dos recursos.

Para saber quanto a empresa está próxima ou longe desses objetivos ideais, é necessário
que ela faça uma estimativa de seu balanço ambiental, levando em consideração todas
as entradas e saídas do processo produtivo.
Tal estimativa deve também levar em conta os padrões ambientais estabelecidos na
busca de não apenas obedecê-los, mas também sempre que possível, de superá-los. Esta
meta deve ser continuamente buscada porque hoje ainda não se conhecem as
conseqüências que determinadas substâncias podem acarretar no longo prazo e também
porque os padrões estabelecidos, muitas vezes por questões econômicas e políticas,
podem estar muito aquém das reais necessidades sociais.

d) CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL
A inexistência de consumidores conscientizados em relação a causa ambiental pode dar
falsa impressão de que a empresa não está ameaçada pela crescente ampliação dos
produtos amigáveis ao ambiente no mercado de bens e serviços.
Estas empresas podem ser pegas de surpresa pelos concorrentes que eventualmente já
incorporaram essa variável.

e) PADRÕES AMBIENTAIS
Há uma correlação direta entre a conscientização da sociedade e os padrões ambientais
estabelecidos. Assim, quanto maior a pressão social mais restrita é sua legislação
ambiental. Nos países onde as restrições ambientais são mais severas como Japão,
Alemanha, Suécia etc., suas organizações desenvolveram excelentes oportunidades de
novos negócios, relacionados com a questão ambiental, que estão exportando know-how
para outros países.

f) COMPROMETIMENTO GERENCIAL (linha e staff) combinação organização linear


No nível interno da organização, a mudança mais importante é o comprometimento
gerencial, tanto das posições de linha como de staff. Este comprometimento dissemina
um clima propício ao surgimento de esquemas e círculos de qualidade ambientais,
bancos de sugestões, auditorias etc. Se os executivos não estevirem realmente
conscientizados e comprometidos com a causa ambiental, qualquer iniciativa nesse
sentido será apenas superficial e efêmera.

g) CAPACITAÇÃO DO PESSOAL
Baixos níveis de poluição podem estar ligados a novos equipamentos, tecnologias mais
novas que podem provocar mudanças nos processos e produtos. Tal posição implica

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necessariamente a existência de um pessoal competente e
treinado que seja capaz de transformar os planos idealizados em ações efetivas e
eficazes.

h) CAPACIDADE DA ÁREA DE P&D (pesquisa e desenvolvimento)


As empresas ambientalmente orientadas têm demonstrado ser capazes de se antecipar e
reagir às mudanças do mercado e à legislação ambiental. Isto se deve a seu desempenho
e criatividade em desenvolver novos processos e novos produtos ou modificar os
existentes. O aparecimento de detergentes biodegradáveis, tratamento físico-químico de
efluentes, serviços de administração de resíduos, novas tecnologias de reciclagem etc.
foram resultados de bem sucedidos projetos de P&D.

i) CAPITAL
A grande dúvida da empresa e que sempre se levanta é não saber se o investimento
realizado com a questão ambiental será rentável, pelo menos a curto prazo.
Para minimizar este impacto, as empresas poderão negociar com os órgãos
governamentais de controle acordos que resultem em cronogramas mais amplos e
padrões de emissão decrescentes, difíceis de ser alcançados no curto prazo.

O Modelo de Winter

O mais bem-sucedido programa em sistemas administrativos em consonância com a


causa ambiental, foi desenvolvido por Georg Winter em 1989, foi o Sistema Integrado
de Gestão Ambiental, conhecido hoje simplesmente como o Modelo Winter.
Posteriormente, diversas empresas juntaram-se para formar a Associação Federal de
Administração Ecologicamente Consciente com o propósito de promover e melhorar o
Modelo Winter.
Winter coloca seis razões principais pelas quais um gerente deve aplicar o princípio da
gestão ambiental em sua empresa:

- sem empresas orientadas para o ambiente, não poderá existir uma economia orientada
para o ambiente - e sem esta última não se poderá esperar para a espécie humana uma
vida com o mínimo de qualidade;

- sem empresas orientadas para o ambiente, não poderá existir consenso entre o público e
a comunidade empresarial e sem consenso entre ambos não poderá existir livre
economia de mercado;

- sem gestão ambiental da empresa, esta perderá oportunidades no mercado em rápido


crescimento e aumentará o risco de sua responsabilização por danos ambientais,
traduzida em enormes somas de dinheiro, pondo desta forma em perigo seu futuro e os
postos de trabalho dela dependentes;

- sem gestão ambiental da empresa, os conselhos de administração, os diretores


executivos, os chefes de departamentos e outros membros do pessoal verão aumentada
sua responsabilidade em face de danos ambientais, pondo assim em perigo seu emprego
e sua carreira profissional;

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- sem gestão ambiental da empresa, serão potencialmente
desaproveitadas muitas oportunidades de redução de custos;

- sem gestão ambiental da empresa, os homens de negócios estarão em conflito com sua
própria consciência e sem auto-estima não poderá existir verdadeira identificação com o
emprego ou a profissão.

Além de caracterizar os benefícios da gestão ambiental enumera-se os seguintes


argumentos para que uma empresa se engaje na causa ambiental:

- Aceite primeiro o desafio ambiental antes que seus concorrentes o façam.

- Seja responsável em relação ao meio ambiente e torne isso conhecido. Demonstre aos
clientes, fornecedores, governo e comunidade que a empresa leva as questões
ambientais a sério e que desenvolve práticas ambientais de forma eficiente.

- Utilize formas de prevenir a poluição. Ser considerada uma empresa amigável ao


ambiente, propicia vantagens de imagem em relação aos concorrentes, consumidores,
comunidade e órgãos governamentais.

- Ganhe o comprometimento do pessoal. Com o crescimento da preocupação ambiental,


as pessoas não querem trabalhar em organizações consideradas como poluidoras do
meio ambiente.

A Gestão Ecológica dos Negócios

1. Benefícios econômicos

Redução de custos:
- Economias devido à redução do consumo de água, energia e outros insumos.

- Economias devidos à reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e diminuição de


efluentes.

- Redução de multas e penalidades por poluição.

Incremento de receitas:

- Aumento da contribuição marginal de "produtos verdes" que podem ser vendidos a


preços mais altos.

- Aumento da participação no mercado devido a inovação dos produtos e menos


concorrência.

- Linhas de novos produtos para novos mercados.

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- Aumento da demanda para produtos que contribuam para
a diminuição da poluição.

2. Benefícios estratégicos

- Melhoria da imagem institucional.

- Renovação do "portfolio" de produtos.

- Aumento da produtividade.

- Alto comprometimento do pessoal.

- Melhoria nas relações de trabalho.

- Melhoria e criatividade para novos desafios.

- Melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e grupos


ambientalistas.

- Acesso assegurado ao mercado externo.

- Melhor adequação aos padrões ambientais.

Princípio de Gestão Ambiental

1) PRIORIDADE ORGANIZACIONAL
• Reconhecer que a questão ambiental está entre as principais prioridades da
empresa e que ela é uma questão-chave para o Desenvolvimento Sustentado.
• Estabelecer políticas, programas e práticas no desenvolvimento das operações
que sejam adequadas ao meio ambiente.

2) GESTÃO INTEGRADA
• Integrar as políticas, programas e práticas ambientais intensamente em todos os
negócios como elementos indispensáveis de administração em todas suas funções.

3) PROCESSO DE MELHORIA
• Continuar melhorando as políticas corporativas, os programas e a performance
ambiental tanto no mercado interno quanto externo, levando em conta o
desenvolvimento tecnológico, o conheci mento científico, as necessidades dos
consumidores e os anseios da comunidade.

4) EDUCAÇÃO DO PESSOAL
• Educar, treinar e motivar o pessoal, no sentido de que possam desempenhar suas
tarefas de forma responsável em relação ao ambiente.

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5) PRIORIDADE DE ENFOQUE
• Considerar as repercussões ambientais antes de iniciar nova atividade ou projeto e
antes de construir novos equipamentos e instalações adicionais ou de abandonar alguma
unidade produtiva.

6) PRODUTOS E SERVIÇOS
• Desenvolver e fabricar produtos e serviços que não sejam agressivos ao ambiente e
que sejam seguros em sua utilização e consumo, que sejam eficientes no consumo de
energia e de recursos naturais e que possam ser reciclados, reutilizados ou armazenados
de forma segura.

7) ORIENTAÇÃO AO CONSUMIDOR
• Orientar e, se necessário, educar consumidores, distribuidores e o público em geral
sobre o correto e seguro uso, transporte, armazenagem e descarte dos produtos
produzidos.

8) EQUIPAMENTOS E OPERACIONALIZAÇÃO
• Desenvolver, desenhar e operar máquinas e equipamentos levando em conta o
eficiente uso de água, energia e matérias-primas, o uso sustentável dos recursos
renováveis, a mínimização dos impactos negativos ao ambiente e a geração de poluição
e o uso responsável e seguro dos resíduos existentes.

9) PESQUISA
• Conduzir ou apoiar projetos de pesquisas que estudem os impactos ambientais das
matérias-primas, produtos, processos, emissões e resíduos associados ao processo
produtivo da empresa, visando à minimização de seus efeitos.

10) ENFOQUE PREVENTIVO


• Modificar a manufatura e o uso de produtos ou serviços e mesmo os processos
produtivos, de forma consistente com os mais modernos conhecimentos técnicos e
científicos, no sentido de prevenir as sérias e irreversíveis degradações do meio
ambiente.

11) FORNECEDORES E SUBCONTRATADOS


• Promover a adoção dos princípios ambientais da empresa junto dos subcontratados e
fornecedores encorajando e assegurando, sempre que possível, melhoramentos em suas
atividades, de modo que elas sejam uma extensão das normas utilizadas pela empresa.

12) PLANOS DE EMERGÊNCIA


• Desenvolver e manter, nas áreas de risco potencial, planos de emergência idealizados
em conjunto entre os setores da empresa envolvidos, os órgãos governamentais e a
comunidade local, re¬conhecendo a repercussão de eventuais acidentes.

13) TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA


• Contribuir na disseminação e transferência das tecnologias e mé¬todos de gestão que
sejam amigáveis ao meio ambiente junto aos setores privado e público.

14) CONTRIBUIÇÃO AO ESFORÇO COMUM

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• Contribuir no desenvolvimento de políticas públicas e
privadas, de programas governamentais e iniciativas educacionais que vi¬sem à
preservação do meio ambiente.

15) TRANSPARÊNCIA DE ATITUDE


• Propiciar transparência e diálogo com a comunidade interna e externa, antecipando e
respondendo a suas preocupações em re¬lação aos riscos potenciais e impacto das
operações, produtos e resíduos.

16) ATENDIMENTO E DIVULGAÇÃO


• Medir a performance ambiental. Conduzir auditorias ambientais regulares e averiguar
se os padrões da empresa cumprem os valores estabelecidos na legislação. Prover
periodicamente informa¬ções apropriadas para a Alta Administração, acionistas,
empregados, autoridades e o público em geral.

A Organização da Atividade/ Função Ecológica

De que forma deve se estruturar uma empresa que pretende incluir a questão ambiental
em sua organização?

• Deve ter uma atividade específica ou possuir uma função administrativa determinada ?

• A existência de uma comissão interna para cuidar do assunto é adequada ?

• Qual deve ser seu posicionamento na estrutura organizacional ?

• Quais devem ser as atribuições administrativas dessa unidade ?

• Qual deve ser o perfil do responsável por esta atividade/função ?

a) COMO SE ESTRUTURAR?

Depende do tipo de atividade a que a empresa se dedica e do tamanho da empresa,


função de seu ramo industrial, poderá haver maior ou menor envolvimento com a
questão ambiental e, portanto, isso se traduzirá em arranjos organizacionais
diferenciados.

Muitas empresas não têm uma atividade específica que cuida do meio ambiente,
ficando por conta do responsável pelo processo produtivo.

Muitas empresas conscientizadas da questão ambiental já possuem uma atividade


específica para cuidar desse problema, agregada junto à função de Produção, de
Segurança, de Qualidade etc. Grandes empresas, já possuem uma função administrativa
específica relacionada à variável ecológica.

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30
Assim, se a variável ecológica é considerada
importante dentro da organização, então a função que a ela se relaciona possui status,
prestígio e autoridade; caso contrário, transforma-se em uma atividade meramente
acessória.

A inserção de variável ecológica na organização obedece a uma seqüência de três fases:


- percepção; - compromisso; - ação.

No Brasil, a preocupação com a variável ambiental é relativamente recente, não


atingindo, em sua grande maioria, 15 anos de existência.

A interiorização da questão ambiental é fruto, num primeiro momento, de influências


externas, provenientes da legislação ambiental e das pressões exercidas pela
comunidade.
É de esperar, que as empresas situadas em ramos industriais em que o envolvimento
com a problemática ambiental é intenso, como é o caso dos setores de mineração, papel
e celulose, químico, petroquímico etc., o nível de autoridade e influência da área de
meio ambiente deve ampliar-se.

b) LOCALIZAÇÃO NA ESTRUTURA
A área que cuida da questão ambiental deve cobrir todas as atividades que envolvem
seu relacionamento com a estratégia da organização, com as outras áreas funcionais,
bem como com os aspectos ligados à poluição do meio ambiente, segurança do processo
e do produto, higiene e segurança dos trabalhadores e com a prevenção de acidentes e
danos ambientais, pode-se identificar que existem 3 focos administrativos importantes
que têm abrigado o surgimento dessa atividade dentro da organização funcional
Na função de Produção
Na função Qualidade
Na função de Segurança

Em algumas empresas, geralmente de pequeno porte, observa-se a criação de um grupo


de trabalho ou comissão especial para lidar com o problema ambiental.

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31
Exercícios

1) Qual o conceito de Gestão Ambiental ?

2) Na proposta de Gestão Ambiental temos dentro da dimensão filosófica: visão


antropocêntrica extremadas; visão ecocêntricas extremadas e entre esses dois extremos
a abordagem socioambiental. Explique cada uma delas.

3) Algumas empresas, têm demonstrado que é possível ganhar dinheiro e proteger o meio
ambiente mesmo não sendo uma organização que atua no chamado "mercado verde",
desde que as empresas possuam certa dose de criatividade e condições internas que
possam transformar as restrições e ameaças ambientais em oportunidades de negócios.
Cite exemplos de como isso é possível.

4) Cite os benefícios econômicos e estratégicos na Gestão Ecológica dos negócios.

5) Qualquer proposta de gestão ambiental inclui no mínimo três dimensões, quais são elas?

6) O administrador das corporações modernas deve desenvolver habilidades que se


evidenciem importantes para o entendimento do contexto social e político do ambiente
externo que envolve a tarefa de administrar. Quais são elas?

7) Cite pelo menos 5 passos necessários para a excelência ambiental ?

8) Quais as principais razões pelas quais um gerente deve aplicar o princípio da gestão
ambiental em sua empresa, conforme o modelo de Winter ?

De que forma deve se estruturar uma empresa que pretende incluir a questão ambiental
em sua organização?

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32
GESTÃO AMBIENTAL

PARTE 3

Gerenciamento de Resíduos e Modalidades de Destinação Final

1. Definições de Lixo

“Lixo é tudo aquilo que não se quer mais e que se joga fora; coisas inúteis, velhas e
sem valor.” (Dicionário Aurélio)

“ Restos das atividades humanas, considerado pelos geradores como inúteis,


indesejáveis ou descartáveis, podendo apresentar no estado sólido, semi-sólido
(umidade abaixo de 85%) ou líquido (no caso de resíduos industrias perigosos), desde
que não seja passível de tratamento convencional.” (Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT)

Resíduo sólido ou simplesmente “lixo” é todo material sólido ou semi-sólido


indesejável e que necessita ser descartado por ter sido considerado inútil por quem o
descarta...

Claro que dizer que todo “lixo” é inservível é relativo, pois em muitos casos o que é
considerado lixo pode se tornar matéria-prima para outro produto ou processo.

2. Legislação

• Constituição Federal de 1988

“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais


econômicas que visem à redução do risco da doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário a ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”.

“Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e as futuras
gerações”.

• Lei Federal 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente

“Artigo 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no

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33
País, condições ao desenvolvimento sócio econômico, aos
interesses da segurança nacional e a proteção da dignidade da vida humana...”

• Portaria MINTER 53/79 – Dispõe sobre destino e tratamento de resíduos sólidos

“O lixo “in natura” não deve ser utilizado na agricultura ou na alimentação de animais.”

“Os lixos ou resíduos não devem ser lançados em cursos d’água, lagos e lagoas, salvo
na hipótese de necessidade de aterro de lagoas artificiais, autorizado pelo órgão estadual
de controle da poluição e de preservação ambiental.”

Jurisprudência: “Cada gerador é responsável pela manipulação e destino final de seu


resíduo” e “O resíduo é de responsabilidade de seu gerador enquanto for resíduo.”

• Resolução CONAMA 08/91 – Proíbe a entrada no país de materiais residuais


destinados á disposição final e incineração no Brasil.

• Resolução CONAMA 264/99 – Dispõe sobre o Licenciamento de Fornos Rotativos de


Produção de Clinquer para atividades de co-processamento de resíduos.

• Resolução CONAMA 275/01 – Estabelece o código de cores para os diferentes tipos


de resíduos,a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas
campanas informativas para a coleta seletiva.

• Resolução Conama – Óleo Lubrificante

Resolução CONAMA 362/05 – “Estabelece novas diretrizes para o recolhimento e


destinação de óleo lubrificante usado ou contaminado”.

Art. 1º - Todo óleo lubrificante usado ou contaminado deverá ser recolhido,coletado e


ter destinação final,de modo que não afete negativamente o meio ambiente e propicie a
máxima recuperação dos constituintes nele contidos,na forma prevista nesta Resolução.

Art. 5º - O produtor,o importador e o revendedor de óleo lubrificante acabado,bem


como o gerador de óleo lubrificante usado, são responsáveis pelo recolhimento do óleo
lubrificante usado ou contaminado, nos limites das atribuições previstas nesta
Resolução.

Art. 6º - O produtor e o importador de óleo lubrificante acabado deverão coletar ou


garantir a coleta e dar a destinação final ao óleo lubrificante usado ou contaminado, em
conformidade com esta resolução, de forma proporcional em relação ao volume total de
óleo lubrificante acabado que tenham comercializado.

Art. 17 – São obrigações do revendedor :

I– Receber dos geradores o óleo lubrificante usado ou contaminado.

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II – Dispor de instalações adequadas devidamente
licenciadas pelo órgão ambiental competente para a substituição do óleo usado ou
contaminado e seu recolhimento de forma segura, em lugar acessível á coleta, utilizando
recipientes propícios e resistentes a vazamentos, de modo a não contaminar o meio
ambiente.

III – Adotar as medidas necessárias para evitar que o óleo lubrificante usado ou
contaminado venha a ser misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes,
água e outras substâncias, evitando a inviabilização da reciclagem.

Art. 18 – São obrigações do gerador :

I – Recolher os óleos lubrificantes ou contaminados de forma segura, em lugar


acessível à coleta, em recipientes adequados e resistentes a vazamentos, de modo a não
contaminar o meio ambiente;

II – Adotar as medidas necessárias para evitar que o óleo usado ou contaminado


venha a ser misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes, água e outras
substâncias, evitando a inviabilização da reciclagem;

III – Alienar os óleos lubrificantes usados ou contaminados exclusivamente ao


ponto de recolhimento ou coletor autorizado.

Art. 19 – São obrigações do coletor :

I – Firmar contrato de coleta com um ou mais produtores ou importadores com a


interveniência de um ou mais refinadores, ou responsável por destinação
ambientalmente adequada, para os quais necessariamente deverá entregar todo óleo
usado ou contaminado que coletar;

II – Disponibilizar, quando solicitado pelo órgão ambiental competente, pelo prazo


de cinco anos, os contratos de coleta firmados;

III – Prestar ao IBAMA e,quando solicitado, ao órgão estadual de meio ambiente,


até o décimo quinto dia do mês subseqüente, a cada trimestre civil, na forma do Anexo
II, informações relativas ao volume...

Art. 20 – São obrigações dos rerrefinadores :

I – Receber todo o óleo lubrificante usado ou contaminado exclusivamente do


coletor, emitindo o respectivo Certificado de Recebimento;

II – Manter atualizado e disponíveis para fins de fiscalização os registros de


emissão de certificados de recebimento, bem como outros documentos legais exigíveis,
pelo prazo de cinco anos;

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III – Prestar ao IBAMA e, quando solicitado, ao
órgão estadual de meio ambiente, até o décimo quinto dia do mês subseqüente a cada
trimestre civil, informações mensais relativas a:

a) ao volume de óleos lubrificantes usados ou contaminados recebidos por coletor;


a) ao volume de óleo lubrificante rerrefinado produzido e comercializado, por produtor/
importador.

• Resolução Conama – PILHAS E BATERIAS

Resolução CONAMA 257/99 – Dispõe sobre o uso de pilhas e baterias que contenham
em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, necessários ao
funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou fixos,
bem como os produtos eletro-eletrônicos que as contenham integradas em sua estrutura
de forma não substituível, e dá outras providências.

Aplicabilidade: pilhas e baterias, que contenham chumbo, cádmio e mercúrio;

Pró- Atividade: o usuário deve ser colaborador com a devolução do produto;

Obrigatório: estabelecimento que comercializa ou rede de assistência técnica deve


receber o material;

Fabricante ou importadores: destinar adequadamente, através de reutilização,


reciclagem ou tratamento.

• Resolução Conama – SERVIÇOS DE SAÚDE

Resolução CONAMA 358/05 – dispões sobre o tratamento e a disposição final dos


resíduos dos serviços de saúde e fornece outras providências.

Resolução ANVISA/ RDC 306/04 – aprova o regulamento técnico para o


Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde. Estabelece prazo até 07.06.05, para
adequação do gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde às exigências do
referido regulamento.

• Resolução Conama – PNEUS

Resolução CONAMA 258/99 – Obriga as empresas fabricantes e as importadoras de


pneus a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis
existentes no território nacional, na proporção definida nesta resolução, relativamente às
quantidades fabricadas/ importadas.

Obrigatoriedade: as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos, ficam


obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada aos pneus
inservíveis.

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36
Destinação final inadequada: disposição em aterros, mar, rios, lagos ou riachos, terrenos
baldios ou alagadiços, e queima a céu aberto.

Prazos e quantidades para coleta e destinação final, de forma ambientalmente adequada


(fabricante e importadores):

1º janeiro de 2002 – para 4 pneus novos fabricados ou importados dar correta destinação
em 1 (4:1)
1º janeiro de 2003 – (2:1); 1º janeiro de 2004 – (1:1); 1º janeiro de 2005 – (4:5)

Participação indireta: distribuidores e consumidores, deverão colaborar adotando


procedimentos visando implementar a coleta de pneus.

• Resolução CONAMA 313/02 – Inventário Nacional de Resíduos Sólidos


Industriais

Artigo 2º, Inciso II – Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais: é o conjunto


de informações sobre a geração, características, armazenamento, transporte, tratamento,
reutilização, recuperação e disposição final dos resíduos sólidos gerados pelas indústrias
do país.

Artigo 8º – As industrias devem registrar mensalmente e manter na unidade industrial


os dados de geração e destinação dos resíduos gerados para efeito de obtenção dos
dados para o Inventário Nacional dos Resíduos Industriais.

Artigo 4º – As indústrias [...] abaixo discriminadas, deverão no prazo máximo de um


ano após a publicação desta Resolução, ou de acordo com o estabelecido pelo órgão
estadual de meio ambiente, apresentar a este, informações sobre seus resíduos sólidos.

I- Preparação de couro e artefatos de couro, artigos de viagem e calçados;


II - Fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares
e produção de álcool ; III - Fabricação de produtos químicos;
IV – Metalurgia básica;
V – Fabricação de produtos de metal, excluindo máquinas e equipamentos;
VI – Fabricação de máquinas e equipamentos;
VII – Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática; VIII –
Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias; IX –
Fabricação de outros equipamentos de transporte.

3. Responsabilidades sobre Coleta e destinação

Domiciliar Prefeitura
Comercial Prefeitura (*)
Público Prefeitura
Serviços de Saúde Gerador
Portos e Aeroportos Gerador

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Industrial Gerador
Entulho Gerador (**)

* Pode ser imputado ao gerador dependendo da quantidade produzida


** Pode ser realizado pela Prefeitura dependendo do interesse público

Assim como o tratamento e a destinação final, o gerenciamento e fiscalização dos


resíduos estão também vinculados às fontes geradoras, ou seja:
TIPO DE GESTOR FISCALIZAÇÃO
RESÍDUO
Doméstico Prefeitura Prefeitura
Comercial- Prefeitura Prefeitura
Pequeno Gerador
Comercial- Gerador Prefeitura
Grande Gerador
Público Prefeitura Prefeitura
Industrial Gerador IAP
Serviços de Saúde Gerador Prefeitura e IAP

4. Classificações e tipos de resíduos sólidos

• Natureza física: seco ou úmido


• Composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica • Riscos potenciais:
perigosos, não-inertes e inertes
• De sua origem, isto é, onde são gerados.

Conforme a NBR 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, os


resíduos sólidos podem ser classificados em: • Classe I – Perigosos
• Classe II – Não Perigosos (II–A: Não Inertes e II-B: Inertes)

Classe I - Perigosos

São aqueles que apresentam periculosidade em função de suas características físicas,


químicas ou infectocontagiosas, podendo apresentar risco á saúde pública e ao meio
ambiente, provocando a mortalidade, a incidência de doenças ou acentuando seus
índices.

Os fabricantes ou importadores de produto cuja embalagem seja considerada resíduo


perigoso, são responsáveis pelo seu recolhimento e destinação final. Já os distribuidores
ou vendedores devem participar do sistema obrigatório de coleta, na qualidade de co-
responsáveis, instalando, nos pontos de distribuição ou venda, postos para este fim.

Classe II – Não Perigosos

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Classe II–A: não inertes
São os resíduos que podem apresentar características de combustibilidade,
biodegrabilidade ou solubilidade em água, com possibilidade de acarretar risco a saúde
ou meio ambiente, não se enquadrando nas classificações de resíduos Classe I –
Perigoso ou Classe II-B – Inertes.

Classe II–B: inertes


São aqueles que, por suas características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao
meio ambiente, e quando amostrados de forma representativa, e submetidos a um
contato estático ou dinâmico com a água (teste conf. NBR 10006), não tiveram nenhum
de seus contribuintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de
potabilidade da água.

Os diferentes tipos de lixo:

• Lixo comercial
É aquele produzido em estabelecimentos comerciais e industriais e sua composição
varia conforme a natureza da instituição (embalagens, papel, restos de comida, etc.).
Pequeno gerador até 120 litros/ dia e grande gerador superior a 120 litros/ dia (é o
regulamento de limpeza urbana do município quem define esses valores limites).

• Lixo público
Em geral compreende elementos resultantes da natureza, tais como folhas, poeira, terra
e areia; restos de capinas, podas e atividades de varrição; e também animais mortos,
móveis velhos eletrodomésticos quebrados, que são descartados irregularmente pela
população.

• Lixo domiciliar especial - Entulho de obras


Resíduo da construção civil: mistura de materiais inertes como concreto, argamassa,
madeira, plásticos, vidros, cerâmica, etc
A indústria da construção civil é a que mais explora os recursos naturais e a que mais
gera resíduos.

Países desenvolvidos: abaixo de 100 kg/ m²


Brasil: ~ 300 kg/ m²

Pilhas e Baterias
Lâmpadas Fluorescentes
Pneus

• Lixo Industrial
Os resíduos das industrias compõe-se de restos de processamento, cuja composição
depende das matériasprimas e as técnicas industrias utilizadas. O lixo industrial, por sua
vez, é coletado em 1.505 municípios dos 4.425 pesquisados pelo IBGE. Desse total,
66% não tem coleta especial e também se misturam ao lixo comum.

No ano de 2002, o Estado do Paraná realizou um Inventário de Resíduos Sólidos, em


um total de 570 indústrias:

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- Perigosos (classe I): 643.543,19 ton/ano 4,03%
- Não Perigosos (classe II): 15.106.392 ton/ano 95,97%

• Lixo Agrícola
Formado basicamente pelos restos de embalagens impregnados com pesticidas e
fertilizantes químicos, utilizados na agricultura, que são perigosos. Muitas vezes esses
resíduos são misturados com resíduos comuns e dispostos em lixões ou queimados em
fazendas e sítios mais afastados, gerando gases tóxicos.

• Lixo de Portos, Aeroportos e Terminais Rodo ferroviários


Resíduos gerados tanto nos terminais, como dentro dos navios, aviões e veículos de
transporte. Sua peculiaridade está no risco de transmissão de doenças já erradicadas no
país. A transmissão também pode se dar através de cargas eventualmente contaminadas,
tais como animais, carnes e plantas.

• Resíduos de Serviços de Saúde


Os serviços de saúde são responsáveis pelo gerenciamento completo de seus resíduos,
desde sua geração até a destinação final. Os resíduos de saúde potencialmente
infectantes, não poderão receber disposição final sem tratamento prévio que assegure a
eliminação de suas características de sua patogenicidade.

Classificação:
Classe A: (apresentam risco devido à presença de agentes biológicos):
- Sangue hemoderivados;
- Excreções, secreções e líquidos orgânicos;
- Meios de cultura;
- Tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas; - Filtros de gases aspirados de áreas
contaminadas;
- etc.

Classe B: são os produtos quimioterápicos, radioativos e medicamentos com


validade vencida;

Classe C: o mesmo produzido nas residências, que pode ser subdividido em


material orgânico e reciclável.

Destinos:
*Incineração: é a queima do lixo infectante transformando-o em cinzas, uma atitude que
pode se tornar politicamente incorreta, devido aos subprodutos lançados na atmosfera
como dioxinas e metais pesados.

*Auto-Clave: esteriliza o lixo infectante, mas por ser muito caro não é muito utilizado.
Como alternativa, o lixo infectante pode ser colocado em valas assépticas, mas o espaço
para todo o lixo produzido ainda é um problema em muitas cidades.

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Muitos Hospitais limitam-se ou a encaminhar a totalidade
de seu lixo para sistemas de coleta especial dos Departamentos de Limpeza Municipais,
quando estes existem, ou lançam diretamente em lixões ou simplesmente queimam os
resíduos.

5. Estimativa de Geração de Resíduos Sólidos no Brasil

Geração média de resíduos doméstico por habitante ao dia

População (mil hab) Produção


(kg/ hab. dia)
Até 100 0,4
100 a 200 0,5
200 a 500 0,6
Maior que 500 0,7
Fonte: Cetesb, 2002

A geração média de resíduos domiciliares (domésticos + comerciais) no Brasil é de 0,6


kg/ hab dia, que, acrescida de 0,3 kg/hab.dia de entulhos, varrição e limpeza de
logradouros, totaliza 0,9 kg/ hab dia. Dados recentes mostram que cidades como
Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, já alcançam índices de 1,3 kg/hab dia.

Estimativa de Geração de Resíduos Sólidos no Brasil


População Total Geração de Resíduos (ton/dia) Geração
per capta
(kg/
Nº Hab. % Valor %
Brasil 169.799.170 228.413

Norte 12.900.704 7,6% 11.067 4,8% 0,86


Nordeste 47.741.711 28,1% 41.558 18,2% 0,87
Sudeste 72.412.411 42,6% 141.617 62,0% 1,96
Sul 25.107.616 14,8% 19.875 8,7% 0,79
Centro-Oeste 11.636.728 6,9% 14.197 6,2% 1,23
Fonte: IBGE, 2000

Perfil Qualitativo do Resíduo Gerado no Brasil:

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Vidros
2% Outros
16%
Metal
2%

Plásticos
3%
Matéria Orgânica
52%
Papel
25%

Cotação de Preços de Recicláveis no Mercado Nacional:

Materiais R$/ kg
Papelão 0,18 ~ 0,50
Papel Branco 0,22 ~ 0,68
Latas de aço 0,15 ~ 0,29
Alumínio 2,80 ~ 3,70
Vidro incolor 0,05 ~ 0,19
Vidro colorido 0,08 ~ 0,13
Plásticos rígidos 0,55 ~ 1,10
PET 0,95 ~ 1,30
Plástico filme 0,45 ~ 1,20
Obs.: materiais limpos e prensados
Fonte: www.cempre.org.br

6. Modalidades de Destinação Final

Tratamento: série de procedimentos destinados a reduzir a quantidade ou o potencial


poluidor dos resíduos sólidos, seja impedindo o seu descarte no meio ambiente, seja
transformando-o em material inerte ou biologicamente estável.

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Redução na Fonte: implantação de um programa na
Organização para reduzir os volumes e as toxicidades dos resíduos e que seja factível
economicamente.

Valorização na Fonte: operação que permite o reaproveitamento de resíduos,


notadamente através da reciclagem, valorização energética ou outros tratamentos.

Reuso: aproveitamento do resíduo sem submetê-lo a processamento industrial,


assegurando o tratamento destinado ao cumprimento dos padrões de saúde e meio
ambiente.

• Reciclagem
Separação dos materiais, tais como papéis, plásticos, vidros e metais, com a finalidade
de trazê-los de volta à industria para serem beneficiados. Esses materiais são novamente
transformados em produtos comercializáveis no mercado de consumo.
Vantagens:
• Preservação de recursos naturais;
• Economia de energia;
• Escassez de áreas para disposição final;
• Geração de emprego e renda;
• Conscientização da população para as questões ambientais.

• Compostagem
Processo natural de decomposição biológica de materiais orgânicos pela ação de
microorganismos. Produz o húmus, matéria orgânica homogênea, totalmente
bioestabilizada, de cor escura que quando aplicado ao solo, melhora suas características
físicas, físico-químicas e biológicas para o uso agrícola.

• Co-processamento
É a destruição térmica de resíduos em fornos de cimento. Seu diferencial em relação as
demais técnicas de queima está no aproveitamento do resíduo como potencial
energético ou substituto de matéria-prima na indústria cimenteira, sem qualquer
alteração na qualidade do produto final.

• Incineração
A Incineração é um processo de destruição térmica realizado sob alta temperatura - 900
a 1250 ºC com tempo de residência controlada - e utilizado para o tratamento de
resíduos de alta periculosidade, ou que necessitam de destruição completa e segura.

• Landfarming

Tratamento biológico no qual a parte orgânica do resíduo é decomposta pelos


microorganismos presentes na camada superficial do solo. É muito utilizado na
disposição de derivados de petróleo e compostos orgânicos.

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• Microondas
Em geral é empregado para tratamento de resíduos gerados em estabelecimentos de
saúde, que consiste basicamente na desinfecção e alteração de características, tornando
os agentes patogênicos, tais como fungos, bactérias e vírus inertes. Esse processo gera
desconfiança, pois elementos viróticos podem suportar temperaturas superiores a 100
ºC.

• Aterro Sanitário
Técnica de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo, por meio de
confinamento em camadas cobertas com material inerte, segundo normas específicas, de
modo a evitar danos ou riscos a saúde, minimizando os impactos ambientais.

• Aterro Industrial – Classe I

Destina-se a resíduos industriais perigosos, não-reativos e não inflamáveis, com baixo


teor de solventes, óleos ou água. No aterro Classe I podem ser dispostos resíduos como
lodos de estação de tratamento de efluentes e galvânicos, borras de retífica e de tintas,
cinzas de incineradores, entre outros.

Os cuidados ambientais tomados para o Aterro Classe I contemplam o sistema de


impermeabilização com argila e dupla geomembrana de PEAD - que protege o solo e os
lençóis de água subterrâneos do contato com os resíduos e com o efluente gerado, que
ao ser captado pelo sistema de drenagem é encaminhado para tratamento. Além disso,
toda extensão do Aterro é coberta por uma estrutura metálica removível que impede a
incidência de chuvas na área de operação.
• Aterro Industrial – Classe II

ATERRO CLASSE II A
Destina-se à disposição de resíduos industriais não-perigosos e não-inertes, e também
para a disposição de resíduos domiciliares. Os Aterros Classe IIA possuem as seguintes
características: impermeabilização com argila e geomembrana de PEAD, sistema de
drenagem e tratamento de efluentes líquidos e gasosos e completo programa de
monitoramento ambiental.

ATERRO CLASSE II B

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Devido à característica inerte dos resíduos dispostos, o
Aterro Classe IIB dispensa a impermeabilização do solo. Esse aterro possui sistema de
drenagem de águas pluviais e um programa de monitoramento ambiental que contempla
o acompanhamento geotécnico (movimentação, recalque e deformação) do maciço de
resíduos.

• Aterro Controlado
São uma de confinar tecnicamente o lixo coletado, sem poluir o ambiente externo,
porém, sem promover a coleta e o tratamento do chorume e a coleta e a queima do
biogás.

• Lixões a céu aberto


É uma forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela
simples descarga pelo solo, a céu aberto, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou
à saúde pública.

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7. Indicadores

Destinação Final por Quantidade de Resíduos


Lixão a céu aberto
22 ,5%
Incineração
0 ,5%

Aterro Controlado
37,0%
Estação de Triagem
1,0%

Compostagem
Aterro Sanitário
2,9%
36,2%

Destinação por Número de Municípios

Não Informado
5,0% Aterro Controlado
18,3%

Lixão a céu aberto


63,0%

Aterro Sanitário
13,7%

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1) Conforme a NBR 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, os


resíduos sólidos podem ser classificados em:

São aqueles que, por suas características intrínsecas, não


oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente, e quando

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46
A Classe I - Perigosos amostrados de
forma representativa, e submetidos a um contato estático ou
dinâmico com a água (teste conf. NBR 10006), não tiveram
nenhum de seus contribuintes solubilizados a concentrações
superiores aos padrões de potabilidade da água.
São aqueles que apresentam periculosidade em função de
suas características físicas, químicas ou infecto-contagiosas,
B Classe II–A: não podendo apresentar risco á saúde pública e ao meio
inertes ambiente, provocando a mortalidade, a incidência de
doenças ou acentuando seus índices.

São os resíduos que podem apresentar características de


C Classe II–B: inertes combustibilidade, biodegrabilidade ou solubilidade em
água, com possibilidade de acarretar risco a saúde ou meio
ambiente.

2) Com relação as modalidades de destinação final de resíduos relacione as colunas:

A • Compostagem É m processo de destruição térmica realizado sob alta


temperatura - 900 a 1250 ºC com tempo de residência
controlada - e utilizado para o tratamento de resíduos de
alta periculosidade, ou que necessitam de destruição
completa e segura.

B Co-processamento Em geral é empregado para tratamento de resíduos gerados


em estabelecimentos de saúde, que consiste basicamente na
desinfecção e alteração de características, tornando os
agentes patogênicos, tais como fungos, bactérias e vírus
inertes. Esse processo gera desconfiança, pois elementos
viróticos podem suportar temperaturas superiores a 100 ºC.

C • Incineração Processo natural de decomposição biológica de materiais


orgânicos pela ação de microorganismos. Produz o húmus,
matéria orgânica homogênea, totalmente bioestabilizada, de
cor escura que quando aplicado ao solo, melhora suas
características físicas, físico-químicas e biológicas para o
uso agrícola.

D • Landfarming É a destruição térmica de resíduos em fornos de cimento.


Seu diferencial em relação as demais técnicas de queima
está no aproveitamento do resíduo como potencial
energético ou substituto de matéria-prima na indústria
cimenteira, sem qualquer alteração na qualidade do produto
final.

Página
47
E • Microondas Tratamento
biológico no qual a parte orgânica do resíduo é decomposta
pelos microorganismos presentes na camada superficial do
solo. É muito utilizado na disposição de derivados de
petróleo e compostos orgânicos.

3) O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que tem como presidente o


Ministro do Meio do Ambiente, criou várias resoluções que tratam sobre resíduos no
Brasil. Cite 3 exemplos.

4) Cite exemplos de empresas obrigadas a atender a Resolução CONAMA 313/02 –


Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.

5) Como são classificados os resíduos de serviços de saúde ?

6) Qual a diferença entre aterro controlado, aterro sanitário e lixão a céu aberto ?

7) Cite 3 exemplos de disposições finais onde há aproveitamento ou transformação do


resíduo em energia.

TRABALHO EM CLASSE

Leitura do artigo “Notas sobre o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos no Brasil”;

Elaboração de resumo (em dupla);

Opinião do grupo sobre o artigo.

Página
48
GESTÃO AMBIENTAL

PARTE 4

Licenciamento Ambiental e Avaliação de Impactos Ambientais

Licenciamento Ambiental

1.1 Licenciamento Ambiental

É o procedimento administrativo pelo qual o Órgão Ambiental (que pode ser da


esfera Federal, Estadual ou Municipal), verificando a satisfação das condições legais e
técnicas, licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos
e atividades que utilizam recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação e/ou
modificação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as
normas técnicas aplicáveis ao caso.

1.2 Licença Ambiental

Ato administrativo pelo qual o Órgão Ambiental, estabelece as condições,


restrições e medidas de controle ambiental, que deverão ser obedecidas pelo
empreendedor, pessoa física ou jurídica (governamental ou privado), para localizar,
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação e/ou modificação ambiental.

1.3 Autorização Ambiental ou Florestal

Ato administrativo pelo qual o Órgão Ambiental, estabelece condições e


medidas de controle ambiental ou florestal de empreendimentos ou atividades
específicas, com prazo de validade estabelecido de acordo com a natureza do
empreendimento ou atividade, passível de prorrogação, a critério do próprio Órgão
Ambiental.

São autorizações para atividades com prazos definidos, com começo, meio e
fim, normalmente com prazo de validade curto, de 6 a 12 meses no máximo. Permite,
eventualmente, possibilidade de renovação, porém por um novo prazo. Para tanto o
interessado deverá apresentar uma justificativa.

1.4 Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos

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49
Ato administrativo mediante o qual o órgão gestor
de recursos hídricos faculta ao requerente o direito de uso dos recursos hídricos, por
prazo determinado, nos termos e condições expressas no respectivo ato, consideradas as
legislações específicas vigentes.

1.5 Outorga Prévia

A outorga prévia tem como finalidade exclusiva declarar a existência de


disponibilidade hídrica para o uso requerido, ou seja, visa garantir a existência de
volume outorgável quando comparado ao volume outorgado, possibilitando ao
investidor efetuar o planejamento, projeto e implantação daqueles empreendimentos que
demandem a utilização de água.

Os usuários, responsáveis pelos empreendimentos a serem implantados ou


ampliados, interessados em assegurar reserva e direito de uso de determinada
quantidade de água, em um manancial específico, podem requerer a outorga prévia,
mediante a devida justificativa, mas o documento não confere o direito de uso a seu
titular.
A outorga prévia deverá ser emitida por prazo suficiente para obtenção da licença
ambiental, elaboração do projeto, execução as obras, não excedendo a cinco anos e
determinado de acordo com análise técnica da Suderhsa, observadas as normas, critérios
e prioridades vigentes na época do requerimento.

Etapas do Licenciamento Ambiental

2.1 Licença Ambiental Prévia (LP)

É solicitada no início do processo de licenciamento ambiental, na fase de


planejamento do empreendimento, obra ou atividade. Nesta fase, é exigida, pelo Poder
Público, a elaboração do EIA (Estudo de impacto ambiental) e do RIMA (Relatório de
Impacto Ambiental) ou de outro Estudo Ambiental aplicado às circunstâncias.

2.2 Licença Ambiental de Instalação (LI)

É solicitada após a obtenção da Licença Prévia. Nesta fase é que são


apresentados os planos e programas ambientais tais como: planos de controle ambiental,
programas de recuperação ambiental, projetos de tratamento de efluentes industriais,
programas de gerenciamento de riscos, etc.

2.3 Licença Ambiental de Operação (LO)

É solicitada após a obtenção da LP e da LI e vem acompanhada da


documentação necessária e legislação aplicável ao empreendimento. Será concedida se
todo o procedimento anterior for aprovado.

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50
Processo Administrativo para Obtenção do Licenciamento Ambiental

Para o pedido de Licenciamento Ambiental, o processo administrativo deve ser


acompanhado de alguns documentos, que é diferente para cada “tipo” de
empreendimento ou fase da Licença (LP, LI ou LO), mas de forma geral é exigido:
requerimento do pedido de licenciamento; cadastro da atividade a ser licenciada; a
prova da publicação do pedido de licenciamento ambiental em jornal de circulação e
Diário Oficial; recibo do pagamento da taxa ambiental; licença anterior se houver. Os
demais documentos específicos estão na Resolução nº 31 da SEMA de 02 de setembro
de 1998.

3.1 Licença Ambiental Prévia (LP), para indústrias:

• Requerimento de Licenciamento Ambiental;


• Cadastro Industrial;
• Certidão da Prefeitura Municipal, declarando expressamente que o local e o tipo de
empreendimento ou atividades estão em conformidade com a legislação aplicável ao
uso e ocupação do solo (Conama nº 237/97);
• Prova da publicação de súmula do pedido de Licença Ambiental Prévia em jornal de
circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela
Resolução CONAMA nº 006/86;
• Comprovante de recolhimento da taxa ambiental de acordo com a Lei Estadual nº
10.233/92.

3.2 Licença Ambiental de Instalação (LI), para indústrias:

• Requerimento de Licenciamento Ambiental;


• Cópia do Ato Construtivo ou do Contrato Social;
• Matrícula ou transcrição do cartório de registros de imóveis atualizada, no máximo 90
dias;
• Documentação complementar do imóvel ou se a situação imobiliária estiver irregular ou
comprometida;
• Cadastro industrial;
• Cópia da Licença Ambiental Prévia e de sua respectiva publicação em jornal de
circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela
Resolução CONAMA nº 006/86;
• Prova de publicação de súmula do pedido de Licença Ambiental de Instalação em jornal
de circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela
Resolução CONAMA nº 006/86;
• Projeto relativo ao Sistema de Controle Ambiental exigido na concessão da licença
ambiental prévia, em 3 vias, elaborado por técnico habilitado segundo as diretrizes do
IAP para apresentação de projetos e, quando for o caso, Normas da ABNT,
acompanhado de ART – anotação ou registro de responsabilidade técnica.
• Comprovante de recolhimento da taxa ambiental de acordo com a Lei Estadual nº
10.233/92.

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51
3.3 Licença Ambiental de Operação (LO) e respectiva renovação da Licença de
Instalação (LI), para indústrias:

• Requerimento de Licenciamento Ambiental;


• Cadastro industrial;
• Cópia da Licença Ambiental de Instalação ou de Operação (no caso de renovação) e de
sua respectiva publicação em jornal de circulação regional e no Diário Oficial do
Estado, conforme modelo aprovado pela Resolução CONAMA nº 006/86;
• Prova de publicação de súmula do pedido de Licença Ambiental de Operação ou de sua
respectiva renovação em jornal de circulação regional e no Diário Oficial do Estado,
conforme modelo aprovado pela Resolução CONAMA nº 006/86;
• Cópia do cadastro de consumidores de matéria-prima de origem florestal, em se
tratando de empreendimentos que extraiam, coletem, beneficiem, transformem,
industrializem, comercializem, armazenem e consumam produtos, subprodutos ou
matéria-prima originária de qualquer formação florestal, nos termos do Decreto
Estadual nº 1.940 de 1996.
• Comprovante de recolhimento da taxa ambiental de acordo com a Lei Estadual nº
10.233/92.

3.4 Atividades Obrigadas ao Licenciamento Ambiental (Conama 237/97)

• Extração e tratamento de minerais;


• Indústria de produtos minerais não metálicos;
• Indústria metalúrgica;
• Indústria metálica;
• Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações;
• Indústria de material de transporte;
• Indústria de madeira;
• Indústria de papel e celulose;
• Indústria da borracha;
• Indústria de couros e peles;
• Indústria química;
• Indústria de produção de matéria plástica;
• Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos;
• Indústria de produtos alimentares e bebidas;
• Indústria do fumo;
• Indústrias diversas: produção de concreto, usinas de asfalto e galvanoplastia;
• Obras civis; rodovias, ferrovias, hidrovias, barragens e diques, canais para drenagem,
retificação de rios, etc.
• Serviço de utilidades: energia termoelétrica, transmissão de energia, estação elevatória,
dragagem, disposição de resíduos, etc.
• Transporte, terminais e depósitos: transportes de cargas perigosas; transporte por dutos;
marinas, portos e aeroportos; terminais de minério, petróleo e derivados e produtos
químicos; depósitos de produtos químicos e produtos perigosos; • Turismo;
• Atividades diversas: parcelamento do solo, distritos e pólos industriais;

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52
• Atividades agropecuárias: projeto agrícola, criação de
animais, projetos de assentamento e de colonização;
• Uso de recursos naturais: silvicultura, exploração econômica de madeira ou lenha e
subprodutos florestais; manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre;
utilização do patrimônio genético natural; manejo de recursos aquáticos vivos;
introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificados; uso da diversidade
pela biotecnologia.

Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)

A Avaliação de Impacto Ambiental foi inicialmente introduzida nos Estados


Unidos da América com a publicação da National Environmental Policy Act a 1 de
Janeiro de 1970. Posteriormente este instrumento de política ambiental foi sendo
integrado nos sistemas jurídicos de vários países.
A AIA foi introduzida na união Européia em 1985, com a entrada em vigor da
directiva Comunitária 85/337/CEE de 27 de junho, alterada pela diretiva 97/11/CE do
conselho de 3 Março.

Constituição Nacional e AIA

• “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para presentes e futuras gerações”.

• “Exigir na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente


causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade”.

Conceitos

Avaliação de Impactos Ambientais


“ Instrumento de política ambiental, formada por um conjunto de procedimentos
capaz de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame sistemático dos
impactos ambientais de uma ação proposta (projeto, programa, plano ou política) e de
suas alternativas, e que os resultados sejam apresentados de forma adequada ao público
e aos responsáveis pela tomada de decisão, e por eles considerados. Além disso, os
procedimentos devem garantir adoção das medidas de proteção do meio ambiente
determinadas, no caso de decisão sobre a implantação do projeto. (IARA VEROCAI
MOREIRA, 1990).

Impacto Ambiental
“É quando o efeito inclui a noção de julgamento, valor positivo (benéfico) ou
negativo (prejudicial). O conceito de impacto ambiental é, portanto, relativo, porque o

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53
julgamento que lhe é intrínseco varia no espaço e no
tempo. Pode-se admitir, então, que o impacto ambiental é sempre uma perturbação
ecossistêmica, proveniente de uma ação ou omissão humana (efeito ambiental),
qualificada de positiva ou negativa, por um certo grupo social, no contexto de sua
realidade espacial-temporal, ou seja, cultura”. (IARA VEROCAI MOREIRA, 1990).

A Resolução do CONAMA 001/86 considera impacto ambiental qualquer alteração das


propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente causada por qualquer
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que direta ou
indiretamente afetam:

• A saúde;
• A segurança e bem estar da população;
• As atividades sociais e econômicas;
• A biota;
• As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
• A qualidade dos recursos ambientais.

Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA e RIMA)

Um dos elementos do processo de AIA trata-se da execução por equipe


interdisciplinar das tarefas técnicas e científicas destinadas a analisar, sistematicamente,
as conseqüências da implantação de um projeto no meio ambiente, por meio de métodos
de AIA e técnicas de previsão dos impactos ambientais.

O EIA realiza-se sob a orientação da autoridade ambiental responsável pelo


licenciamento ambiental do projeto em questão, que, por meio de instruções técnicas
específicas, ou termos de referência, indica a abrangência do estudo e os fatores
ambientais a serem considerados detalhadamente.

“O EIA compreende, no mínimo: a descrição do projeto e suas alternativas, nas


etapas de planejamento, construção, operação e, quando for o caso, desativação; a de
licitação e o diagnóstico ambiental da área de influência; a identificação e a avaliação
dos impactos; a comparação das alternativas e a previsão de situação ambiental
futura, nos casos de adoção de cada uma das alternativas, inclusive no caso de não
executar o projeto; a identificação das medidas mitigadoras e do processo de
monitoramento dos impactos, a preparação do relatório de impacto ambiental –
RIMA” (Iara Verocai Dias Moreira, 1990).

CARACTERÍSTICAS DO AIA

• O caráter e o enfoque da AIA, não é eminentemente técnico – científico, há o caráter ou


a vertente política.
• O EIA tem caráter prévio, deve ser anterior ao Licenciamento Ambiental da atividade,
obra ou empreendimento logo não pode ser concomitante ou posterior. Porém, a cada
novo pedido de uma nova etapa do Licenciamento Ambiental (LP, LI ou LO, bem como
em fases de sua renovação) poderá ser exigido o EIA e o RIMA. A norma constitucional

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54
diferencia instalação e funcionamento, para ambos poderá
ser exigido o EIA e o RIMA.
• O EIA e o RIMA só pode ser exigido pelo Poder Público, quer da esfera federal, quer
seja da esfera estadual ou da municipal.
• A AIA tem como característica a publicidade e a participação popular.

ATIVIDADES PASSÍVEIS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

A lista a seguir é exemplificativa, tais como:


• Estradas de rodagem com duas ou faixas de rolamento;
• Ferrovias;
• Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
• Aeroportos;
• Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários;
• Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230Kv;
• Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragens para fins
hidroelétricos, acima de 10 MW; de saneamento ou de irrigação, abertura de canais de
navegação, drenagem e irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e
irrigação, retificação de cursos de água, abertura de barras e embocaduras, transposição
de bacias e diques;
• Extração de minérios;
• Aterros sanitários, processamento e destinação final de resíduos tóxicos ou perigosos;
• Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima
de 10 MW;
• Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos,
cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);
• Distritos industriais e zonas estritamente industriais;
• Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou
menores, quando atingir áreas de significativas em termos percentuais ou de
importância do ponto de vista ambiental;
• Projetos urbanísticos, acima de 100hectares, ou áreas consideradas de relevante
interesse ambiental;
• Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a 10 toneladas
por dia.

ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE AIA


- Órgão Ambiental Licenciador – Federal, Estadual, Municipal;
- Ministério Público – Promotoria e Procuradoria Pública;
- Empreendedor – É o interessado, do Poder Público ou Privado;
- Equipe Interdisciplinar – São os consultores, representados por uma empresa ou
independentes; - Não Governamentais – Grupos sociais organizados, com a finalidade
de proteger ecossistemas, espécies da flora ou da fauna, sítios ou outros grupos de
riqueza cultural;
- População Afetada – Diretamente ou indiretamente;
- Instituições Governamentais – Outros Órgãos de Governo que devem ser ouvidos;

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- Consultores Autônomos – Especialistas que podem ser
contratados para auxiliarem na análise do EIA e do RIMA.

DIRETRIZES GERAIS DO EIA


I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto,
confrontando-os com a hipótese da não execução do projeto;
II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas
fases de implantação e execução do projeto;
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos
impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos,
a bacia hidrográfica na qual se localiza;
IV - Considerar os Planos e Programas governamentais, propostos e em
implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade.

ATIVIDADES TÉCNICAS DO EIA

• Diagnóstico Ambiental
Físico: ar /clima, recursos minerais e solo

Biológico: espécies raras e ameaçadas, flora, fauna e espécies de interesse econômico

Meio Sócio-Econômico: estrutura social; aspectos arqueológicos, artísticos, históricos e


culturais e estrutura econômica.

• Análise dos Impactos Ambientais do Projeto e de suas Alternativas


Deve ser elaborado através de identificação, previsão de magnitude e interpretação da
importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e
negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos e médio e longo prazos,
temporários e permanentes, seu grau de reversibilidade, suas propriedades cumulativas e
sinérgicas, a distribuição dos ônus e benefícios sociais.

• Medidas Mitigadoras
Ações, capazes de diminuir o impacto negativo, ou sua gravidade, não compensando
danos. A medida mitigadora tem objetivo adotar medidas para suprimir, atenuar,
eliminar ou reduzir as conseqüências prejudiciais de uma obra ou atividade.
É importante, portanto, que sejam previstas, planejadas e implantadas desde a fase de
planejamento, para que mantenham o caráter do EIA e do RIMA.
O Órgão Ambiental (federal, estadual ou municipal) é que aprova e monitora a
efetividade da implantação das Medidas Mitigadoras. Quando determinada obra causar
impacto negativo não mitigável, adota-se a medida compensatória.

As medidas mitigadoras podem ser classificadas quanto:


• A sua natureza preventiva ou corretiva, como controle de emissão de poluentes,
tratamento de efluentes industriais ou domésticos, tratamento ou disposição dos
resíduos sólidos (lixo urbano ou industrial);

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• A fase do empreendimento em que deverão ser adotadas:
no planejamento, implantação, operação e desativação;
• Na componente ambiental afetada, ou seja, meio físico, biológico ou sócio-econômico;
• O tempo de permanência de sua ocorrência;
• Responsabilidade pela implantação do empreendimento e causador dos impactos;
• Avaliação dos custos da medida mitigadora preconizada.

Fonte: geomorfologia e Meio Ambiente, organizado por Antonio José Teixeira Guerra
e Sandra Baptista da Cunha, 2003, editora Bertand do Brasil.

• Programas de Monitoramento

São as ações planejadas para monitorar os impactos positivos e as decorrentes da


implantação das medidas mitigadoras, para as diversas fases da atividade (planejamento,
instalação, operação e desativação).
Há necessidade de cronograma físico-financeiro e previsão dos responsáveis.Deve haver
previsão de indicadores de sucesso para as ações adotadas.

• Programa de controle da qualidade da água;


• Controle do tráfego e acidentes com carga perigosa;
• Controle de doenças;
• Controle da poluição atmosférica e de ruídos.

TERMO DE REFERÊNCIA – TOR


Ao determinar a execução do EIA, o Órgão Estadual competente, ou o IBAMA ou,
quando couber, o Município, fixarão as diretrizes adicionais que, pelas peculiaridades
do projeto e características ambientais da área, forem julgadas necessárias, inclusive os
prazos para a conclusão e análise dos estudos.

RECURSOS
Correrão por conta do proponente do Projeto todas as despesas e custos referentes á
realização do Estudo de Impacto Ambiental, tais como: coletas e aquisição dos dados e
informações, trabalhos de inspeção de campo, análises de laboratório, estudos técnicos,
e científicos e acompanhamento e monitoramento dos impactos e elaboração do RIMA.

EQUIPE
EIA e o RIMA deve ser realizado por equipe interdisciplinar habilitada:
1. Biólogos
2. Químicos
3. Eng. Florestais 4. Eng. Ambientais
5. etc.

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Auditorias Ambientais Compulsórias

Denomina-se Auditoria Ambiental Compulsória a realização de avaliações e estudos


destinados a verificar:

1. o cumprimento da Normas Legais Ambientais em vigor;


2. os níveis efetivos ou potenciais de poluição ou de degradação ambiental por atividades
de pessoas físicas ou jurídicas;
3. as condições de operação e de manutenção dos equipamentos e sistemas de controle da
poluição;
4. as medidas necessárias para assegurar a proteção do meio ambiente, da saúde humana e
minimizar os impactos negativos e recuperar o meio ambiente;
5. a capacitação dos responsáveis pela operação e manutenção dos sistemas, instalações e
equipamentos de proteção do meio ambiente;
6. os fatores de riscos advindos potencialmente e efetivamente poluidoras.

Legislação aplicável no Estado do Paraná

Lei Estadual nº 13.448


Dispõe sobre Auditoria Ambiental Compulsória e adota outras providências.

Art. 4.º Deverão, obrigatoriamente, realizar auditorias ambientais compulsórias


periódicas, com o intervalo máximo de 04 (quatro) anos, as pessoas jurídicas públicas
ou privadas com atividade de elevado potencial poluidor ou degradador do meio
ambiente, tais como:

I - refinarias, oleodutos e terminais de petróleo e seus derivados;


II - instalações destinadas à estocagem de substâncias tóxicas e perigosas;
III - instalações de processamento e/ou de disposição final de resíduos tóxicos ou
perigosos;
IV - unidades de geração e transmissão de energia elétrica;
V - instalações de tratamento e disposição final de esgotos domésticos;
VI - indústrias petroquímicas e siderúrgicas;
VII - indústrias químicas e metalúrgicas;
VIII - instalações portuárias;
IX - atividades de extração e beneficiamento mineral;
X - instalações de processamento, recuperação e destinação final de lixo urbano; XI -
indústrias de papel e celulose;
XII - gasodutos;
XIII - usinas de álcool;
XIV - instalações e processamento e produção de carvão vegetal;
XV - indústria de produção de cimento;
XVI - indústrias de tratamento de superfície;
XVII - atividades agrícolas com uso intensivo de agrotóxico;
XVIII- empresas do setor madeireiro;
XIX - empresas de extração de areia;
XX - instalações de processamento e destinação final de lixo hospitalar; XXI - curtumes.

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§ 2º A critério do órgão estadual de meio ambiente
também serão passíveis de auditorias ambientais compulsórias as atividades públicas ou
privadas, que a qualquer tempo gerem ou venham a gerar impactos ou riscos ambientais
relevantes.

Decreto Estadual 2.076


Aprova o regulamento da Lei Estadual nº 13.448, de 11 de janeiro de 2002, que dispõe
sobre Auditoria Ambiental Compulsória e adota outras providências.

Portaria 049/IAP
Determina a realização de Auditoria Ambiental Compulsória, até 30 de junho de 2005,
pelas empresas e empreendimentos enquadrados nas tipologias listadas no Anexo I, em
cumprimento a Lei Estadual nº 13.448/2002, e Decreto nº 2.076/2003.

Perícia Ambiental
É a avaliação dos danos ambientais, que são todas as alterações aos elementos e
sistemas da natureza produzidos pela ação antrópica ou natural, que venham a
prejudicar suas condições originárias, alterando-os ou degradando-os. Quem faz: Equipe
interdisciplinar.

No que consiste: Exames, vistorias técnicas e possíveis avaliações da obra, projeto,


atividade ou empreendimento a fim de levantar os possíveis danos ambientais. Tem a
finalidade de proteger os ativos ambientais (ar, água, solo, fauna, flora ou
biodiversidade).

Perito Ambiental: é auxiliar do juízo, nomeado pelo próprio, sendo os requisitos


necessários o conhecimento técnico, a confiança e sua imparcialidade.

Bibliografia

Manual de Avaliação de Impactos Ambientais – MAIA IAP

Resolução CONAMA 001 de 1986 – Disciplina a Avaliação de Impactos Ambientais

Resolução CONAMA 237 de 1997 – Disciplina o Licenciamento Ambiental

Lei Estadual nº 13.448 – Disciplina a Auditoria Ambiental Compulsória

Site: http://www.iap.pr.gov.br

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1) Qual a diferença entre “Licença Ambiental” e “Autorização Ambiental” ?

2) Dê exemplos de atividades sujeitas ao licenciamento ambiental, conforme resolução Conama


237/97.

3) Descreva o Processo Administrativo para Obtenção do Licenciamento Ambiental e relacione


qual o significado de cada fase da licença.

4) Explique com suas palavras o que vem a ser uma “Avaliação de Impactos Ambientais” e de
exemplos de atividades obrigadas a realizá-la.

5) Explique a relação da Análise de Impacto Ambiental (AIA) com o processo de Licenciamento


Ambiental de um empreendimento.

6) Quando é aplicável as “Audiências Públicas” em um processo de Licenciamento Ambiental ?

7) Dentro do estudo de impactos ambientais (EIA), o que são medidas mitigadoras e quem aprova
e monitora sua efetividade ?

8) Quais os objetivos das “Auditorias Compulsórias” (Lei Estadual nº 13.448) e a qual órgão
ambiental deve ser apresentado os resultados ? Cite 3 exemplos de atividades que são obrigadas
a realizá-las.

9) O que você entende por perícia ambiental ?

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60
GESTÃO AMBIENTAL

PARTE 5

Sistema de Gestão Ambiental baseado na ISO 14001/ 2004

1. O QUE É ISO?

¾ “INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION", SEDE EM


GENEBRA, SUÍÇA.

¾ OBJETIVO: DESENVOLVER NORMAS INTERNACIONAIS DESTINADAS À


INDÚSTRIA, COMÉRCIO E COMUNICAÇÕES.

É o fórum mundial onde se busca o consenso na elaboração de normas internacionais,


através da conciliação dos interesses dos fornecedores, consumidores, governo,
comunidade científicas e demais representantes da sociedade civil organizada.

• Organização privada, sem fins lucrativos, fundada em 1947;


• Federação Mundial de Organismos Nacionais de Normalização (ONN);
• Seus membros são ONN de mais de 124 países;
• Um único ONN membro por país (entidade mais representativa da normalização no
país).

Por que utilizar as normas ISO?

• constituem uma base universal para o estabelecimento dos sistemas da qualidade e meio
ambiente nas organizações;
• permitem uma linguagem comum entre clientes e fornecedores;
• são sugeridas ou impostas por clientes;
• dão uma imagem externa de empresa organizada.

Representante no Brasil

¾ ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - SOCIEDADE


PRIVADA, SEM FINS LUCRATIVOS, FUNDADA DE 1940 E REPRESENTANTE
DA ISO NO BRASIL

¾ OBJETIVO: PROMOVER A ELABORAÇÃO DE NORMAS EM DIVERSOS


DOMÍNIOS DE ATIVIDADES EM ÂMBITO NACIONAL
¾ CERTIFICA SISTEMAS, PRODUTOS, SERVIÇOS E PESSOAL

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¾ MEMBRO COM DIREITO A VOTO NO FORUM INTERNACIONAL DE
NORMALIZAÇÃO (ISO)
¾ PARTICIPANTE DO TC 207: DEFENDE PRÁTICAS NÃO TENDENCIOSAS

2. FAMÍLIA ISO 14.000

As normas ISO Série 14.000 são um grupo de normas que fornecem ferramentas e
estabelecem um padrão de Sistema de Gestão Ambiental. As normas abrangem seis
áreas bem definidas:

¾ Sistemas de Gestão Ambiental;


¾ Auditorias Ambientais;
¾ Avaliação de Desempenho Ambiental;
¾ Rotulagem Ambiental;
¾ Análise de Ciclo de Vida do Produto (ACV);
¾ Aspectos Ambientais nas Normas de Produtos.

2.1 TERMOS E CONDIÇÕES:


• ISO 14050 - Gestão Ambiental - Vocabulário, 2004.

2.2 APLICAÇÃO PARA A ORGANIZAÇÃO:

IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL:


• ISO 14001 - Sistema de Gestão Ambiental – Requisitos com orientações para uso, 2004.
• ISO 14004 - SGA- Diretrizes gerais para princípios, sistemas e técnicas de apoio, 2005.

AUDITORIA
• ISO 19011 – Diretrizes para Auditorias de Sistema Gestão da Qualidade e/ ou
Ambiental, 2003.

DESEMPENHO AMBIENTAL
• ISO 14031 - Gestão Ambiental – Avaliação de desempenho ambiental - diretrizes, 2004.

2.3 APLICAÇÕES PARA PRODUTOS E SERVIÇOS (DECLARAÇÕES E


AFIRMAÇÕES AMBIENTAIS):
• ISO 14020 - Rótulos e Atestados Ambientais - Princípios Gerais, 2002.

• ISO 14021 - Rótulos e Declarações Ambientais – Auto declarações ambientais


(rotulagem tipo II), 2004.

• ISO 14024 - Rótulos e Declarações Ambientais - Rotulagem ambiental do tipo I –


Princípios de procedimentos, 2004.

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2.4 ANÁLISE DO CICLO DE VIDA
• ISO 14040 - Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Princípios e estrutura,
2001.

• ISO 14041 - Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Definição de objetivo e


escopo e análise do inventário, 2004.

• ISO 14042 - Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Análise do impacto do


ciclo de vida, 2004.

• ISO 14043 - Gestão Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Interpretação do ciclo de


vida, 2004.

3. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL - SGA

Definição NBR ISO 14001:04

“Sistema de Gestão Ambiental – a parte de um sistema da gestão de uma organização


utilizada para desenvolver e implementar sua política ambiental e para gerenciar seus
aspectos ambientais”.

 POR QUE IMPLANTAR:

z Cumprimento da legislação  Marketing ambiental  Vantagem competitiva


z Atendimento aos clientes  Desenvolvimento sustentável
z Seguro
z Financiamento

O SGA DEVE PERMITIR

¾ CONTROLAR E REDUZIR OS IMPACTOS AMBIENTAIS RESULTANTES DE


ATIVIDADES ANTRÓPICAS (INDUSTRIAL, RURAL, URBANA OU PRODUÇÃO
DE BENS OU SERVIÇOS);

¾ ATENDER PLENAMENTE AS NORMAS E LEIS AMBIENTAIS;

¾ APRIMORAR E APLICAR TECNOLOGIAS APROPIADAS PARA MINIMIZAR


OU ELIMINAR RESÍDUOS E/OU DESPERDÍCIOS;

¾ CONTROLAR ATRAVÉS DO MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS


PROCESSOS UTILIZANDO-SE DE PARÂMETROS AMBIENTAIS;

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¾ MINIMIZAR OU ELIMINAR RISCOS AO MEIO
AMBIENTE E AO HOMEM;

¾ OTIMIZAR OS GASTOS DE ENERGIA E RECURSOS AMBIENTAIS;

¾ PROMOVER COMPROMISSOS ENTRE A COMUNIDADE E O GOVERNO;

¾ MANTER A PROTEÇÃO MÁXIMA DA SAÚDE DO HOMEM, ANTECIPANDO-SE


A PROBLEMAS QUE POSSAM CAUSAR ALTERAÇÕES E MODIFICAÇÕES DA
QUALIDADE AMBIENTAL.

O SGA DEVE PREVENIR

¾ RISCOS DE ACIDENTES, DANOS, POLUIÇÃO E/OU CONTAMINAÇÃO;

¾ CONTINGÊNCIAS LEGAIS, COM EFEITOS FINANCEIROS;

¾ CUSTOS COM REPARAÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS;

¾ PERDA DE IMAGEM COM EFEITOS MERCADOLÓGICOS.

CUSTOS E BENEFÍCIOS DO SGA

¾ CUSTOS:
z Tempo de trabalho dos empregados  Consultoria  Treinamentos
z Infra - estrutura para a prevenção  Auditorias internas e externas

¾ BENEFÍCIOS INTERNOS
z Redução e/ou otimização no consumo de matéria-prima  Redução dos desperdícios no
consumo de água e energia  Prevenção de riscos
z Promover o aumento da eficiência dos processos  Atendimento da conformidade com
a Legislação

¾ BENEFÍCIOS EXTERNOS:

z Melhoria da imagem perante a sociedade  Fortalecimento da competitividade 


Facilidade em bancos e seguradoras
z Facilidade de relacionamento com órgãos ambientais  Melhoria dos desempenho
ambiental
z Cumprimento das normas e legislação

SIG – SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO

Muitos requisitos são comuns entre as normas ISO 9001 (Sistemas de Gestão da
Qualidade), OHSAS 18001 (Saúde e Segurança) e a ISO 14001 (Sistema de Gestão
Ambiental), podendo ser integrados em um único sistema.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

¾ Cria pressão para motivar as empresas a inovar;

¾ Alerta e educa as empresas sobre possíveis ineficiências de recursos e áreas potenciais


para melhorias tecnológicas;

¾ Aumenta a probabilidade de que as inovações nos produtos e nos processos sejam


amistosas ao meio ambiente;
¾ Cria a demanda por melhorias ambientais até que as empresas e os consumidores sejam
capazes de perceber e mensurar as ineficiências;

¾ Nivela o campo de batalha durante o período de transição para soluções ambientais


baseadas em inovações, assegurando que uma empresa não possa galgar posições
competitivas em relação às outras fugindo dos investimentos de natureza ambiental.

4. REQUISITOS DA ISO 14001:

o 4.1 Requisitos gerais

o 4.2 Política ambiental

o 4.3 Planejamento
ƒ 4.3.1 Aspectos ambientais
ƒ 4.3.2 Requisitos legais e outros requisitos
ƒ 4.3.3 Objetivos, Metas e Programas

o 4.4 Implementação e Operação


ƒ 4.4.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades
ƒ 4.4.2 Competência, treinamento e conscientização
ƒ 4.4.3 Comunicação
ƒ 4.4.4 Documentação
ƒ 4.4.5 Controle de Documentos
ƒ 4.4.6 Controle Operacional
ƒ 4.4.7 Preparação e resposta à emergências

o 4.5 Verificação
ƒ 4.5.1 Monitoramento e medição
ƒ 4.5.2 Avaliação do Atendimento a requisitos legais e outros
ƒ 4.5.3 Não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva
ƒ 4.5.4 Controle de Registros
ƒ 4.5.5 Auditoria Interna

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o 4.6 Análise pela Administração

O SGA e o PDCA:

4.1 Requisitos Gerais

A organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter e continuamente


melhorar um sistema de gestão ambiental em conformidade com os requisitos desta
norma e determinar como ela irá atender esses requisitos.

A organização deve definir e documentar o escopo de seu sistema da gestão ambiental.

4.2 Política Ambiental

¾ É uma declaração da organização sobre suas intenções e princípios relacionados ao seu


desempenho ambiental global, que provê estrutura para ação e definição de seus
objetivos e metas.

¾ Ela deve ser estabelecida e endossada pela alta administração da organização,


considerando sua relevância e a abrangência do SGA.

¾ A política deve ser definida pela alta administração, assegurando que:

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• seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais
de sua atividades, produtos e serviços;

• comprometida com a melhoria contínua e com a prevenção da poluição;

• em conformidade com a legislação, normas e requisitos ambientais aplicáveis;

• estruturada para o estabelecimento e revisão dos objetivos e metas ambientais;

• documentada, implementada, mantida e comunicada a todos os empregados;

• disponível para o público.

Exemplo:

4.3.1 Aspectos Ambientais

A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para identificar


os aspectos ambientais de suas atividades, produtos e serviços, considerando os aspectos
significativos no estabelecimento, implementação e manutenção do SGA.

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¾ Aspecto Ambiental: elemento das atividades e serviços de uma organização que pode
interagir com o meio ambiente.

Impacto Ambiental: qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que


resulte no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização.

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Aspecto Impacto

Causa Efeito

Exemplo

Atividade Aspecto Impacto


Manuseio de produtos perigosos Vazamento potencial Contaminação do solo/ água
Manutenção de veículo Emissão de gases (escape) Poluição do ar

4.3.2 Requisitos Legais e Outros

A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para:

¾ a) Identificar e ter acesso requisitos legais aplicáveis e a outros requisitos subscritos


pela organização, relacionados aos seus aspectos ambientais;

¾ b) Determinar como esses requisitos se aplicam a seus aspectos ambientais.

A organização deve assegurar que esses requisitos legais aplicáveis e outros requisitos
da organização sejam levados em consideração no estabelecimento, implementação e
manutenção do SGA.O inventário de leis e outros regulamentos aplicáveis devem
englobar as legislações ambientais federais, estaduais e municipais. Outros
regulamentos podem ser requeridos pela própria organização, pelo cliente, etc.

4.3.3 Objetivos, Metas e Programas

¾ A organização deve estabelecer; implementar em manter objetivos e metas ambientais


documentados, nas funções e níveis relevantes na organização.

¾ Os objetivos e metas devem ser mensuráveis, quando exeqüível, e coerentes com a


política ambiental, incluindo-se os comprometimentos com a prevenção de poluição e
com o atendimento aos requisitos legais

¾ A organização deve estabelecer, implementar e manter programa (s) para atingir seus
objetivos e metas. O(s) programa(s) deve incluir:
- atribuição de responsabilidades em cada função e nível pertinente;
- os meios e prazos no qual eles devem ser atingidos.

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Exemplo de plano de ação:
Objetivo Meta Ações Resp. Prazo
-instalar hidrômetros Manutenção Dez/2006
Reduzir o Reduzir o nos pontos de predial
consumo de consumo de água consumo
água em 10% em -implementar Manutenção Dez/2006
relação a 2007 monitoramento de predial
consumo
-Promover Gestor ambiental Dez/2006
treinamento do
pessoal

4.4 - IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO

4.4.1 – Recursos, funções, responsabilidades e autoridades

A alta administração deve indicar representante(s) específico(s), o qual


independentemente de outras responsabilidades, deve(m) ter função, responsabilidade e
autoridade definida para:

¾ assegurar o cumprimento dos requisitos desta norma;

¾ relatar à alta administração o desempenho do SGA.

A alta administração deve assegurar disponibilidade de recursos para manter e melhorar


o SGA. Os recursos compreendem:
- Recursos humanos e financeiros;
- Infra–estrutura organizacional e tecnológica; - Habilidades especializadas.

4.4.2 – Competência, treinamento e conscientização

A organização deve assegurar que qualquer pessoa(s) que para ela ou em seu nome,
realize tarefas que tenham o potencial de causar impactos ambientais significativos, seja
competente com base na formação, treinamento ou experiência.

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4.4.3 – Comunicação

Deve ser manter procedimentos que assegurem a recepção, o registro e a comunicação


com as partes interessadas, sejam internas “Colaboradores” ou externas “Clientes,
Comunidade, Órgãos Oficiais” e demais partes interessadas, decorrentes das suas
atividades e serviços prestados.

A sistemática para tratamento da comunicação entre a organização e as partes


interessadas internas e externas podem ser definidas em um procedimento especifico.

4.4.4 - Documentação

A documentação do SGA deve incluir:


o Política, objetivos e metas ambientais;
o Descrição dos principais elementos do SGA;
o Documentos, incluindo registros, determinados pela organização como sendo
necessários para assegurar o planejamento, operação e controle eficaz dos processos que
estejam associados com os aspectos ambientais significativos.

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