INTRODUÇÃO...........................................................................................................06
CAPITULO I............................................................................................12
COMPÉTÊNCIA ESSENCIAIS.
CAPITULO II...........................................................................................16
COMPÉTÊNCIA ESSENCIAIS.
CAPITULO III..................................................................................19
COMPÉTÊNCIA ESSENCIAIS.
3 -(c.e) Classificação.
1
3.6 -(c.e) Fragilização por Hidrogênio.
3.6.1 -(c.e) Redução da taxa de corrosão.
3.6.2 -(c.e) Alteração das condições de eletrodeposição.
3.6.3 -(c.e) Aquecimento do metal.
3.7 -(c.e) Corrosão Atmosférica.
3.8 -(c.e) Corrosão pelo ar.
3.9 -(c.e) Corrosão em Água.
3.10 -(c.e) Água do Mar.
3.11 -(c.e) Águas Naturais.
3.12 -(c.e) Corrosão em Solos.
3.13 -(c.e) Corrosão em outros Meios.
3.14 -(c.e) Corrosão por Lubrificantes.
3.15 -(c.e) Corrosão por outros Produtos Químicos.
3.16 -(c.e) Corrosão por ação direta.
3.17 -(c.e) Corrosão biológica.
3.18 -(c.e) Corrosão galvânica.
CAPITULO IV..........................................................................................27
HABILIDADES ESSENCIAIS.
CAPITULO V...........................................................................................34
HABILIDADES ESSENCIAIS.
2
5.2 -(h.e) Gases Redutores:
5.2.1 -(h.e) Gases Sulfurados:
5.3 -(h.e) Metais Fundidos e Sais Fundidos:
5.4 -(h.e) Influência da Composição Química na Resistência á Corrosão.
5.4.1 -(h.e) Cromo (Cr):
5.4.2 -(h.e) Níquel (Ni):
5.4.3 -(h.e) Molibdênio (Mo):
5.4.4 -(h.e) Manganês (Mn):
5.4.5 -(h.e) Carbono(C):
5.4.6 -(h.e) Titânio(Ti), Nióbio (Nb) e Tantálio (Ta):
5.4.7 -(h.e) Nitrogênio (N):
5.4.8 -(h.e) Enxofre (S):
5.4.9 -(h.e) Cobre (Cu):
5.4.10 -(h.e) Alumínio(Al):
5.5 -(h.e) Séries de Força Eletromotriz , FEM.
5.6 -(h.e) Aplicação.
CAPITULO VI..........................................................................................38
COMPÉTÊNCIA ESSENCIAIS.
CAPITULO VII........................................................................................40
COMPÉTÊNCIA ESSENCIAIS.
3
CAPITULO VIII......................................................................................45
COMPETÊNCIAS ACESSÓRIAS.
CAPITULO IX..........................................................................................48
HABILIDADES ESSENCIAIS.
CAPITULO X...........................................................................................52
COMPETÊNCIAS ACESSÓRIAS.
4
10.9 -(c.a) Resistência à Corrosão Química ou Oxidação a Altas Temperaturas.
10.10 -(c.a) Metais Metálicos – Influência de Elementos e Liga.
10.11 -(c.a) Emprego de Revestimentos refratários e Isolantes.
CAPITULO XI..........................................................................................56
HABILIDADES ACESSÓRIAS.
CAPITULO XII.........................................................................................63
HABILIDADES ACESSÓRIAS.
5
12.10.1 –(h.a) Dezincificação.
APOSTILA DE CORROSÃO.
Introdução.
Processo inverso da Metalurgia Extrativa, em que o metal retorna ao seu estado original;
Corrosão.
1. Fundamentos da Corrosão.
2. Passivação.
3. Tipos de corrosão e sua prevenção.
4. Corrosão influenciada por fatores mecânicos.
5. Proteção anticorrosiva.
Fundamentos da Corrosão.
Uniforme;
Placas;
Alveolar;
Puntiforme (pite) (confundida com os tipos placa e alveolar)
Intergranular;
Filiforme;
Mecanismos básicos:
Meios corrosivos
Águas naturais (gases dissolvidos, sais, matéria orgânica, bactérias, sólidos suspensos);
Experiência.
Gotejar sobre uma chapa de aço 0,5ml de solução salina a 3%, contendo traços de
ferrocianeto de potássio e fenoftaleína. Depois de alguns minutos se observa a formação
colorida azul na área central e rosa na periferia Pilha de aeração diferencial
6
Tipos de corrosão e sua prevenção.
Alveolar;
Puntiforme;
Intergranular;
Fatores.
Material metálico:
Composição;
Presença de impurezas;
Tratamentos térmicos ou mecânicos;
Condições da superfície (pinturas, etc)
Composição química;
Diferença de concentração;
Aeração;
Temperatura;
Velocidade;
pH;
Teor de oxigênio;
Sólidos suspensos;
Condições de imersão (parcial ou total)
7
Corrosão sob tensão.
Corrosão sob fadiga.
Corrosão com vibração.
Corrosão-Erosão.
Corrosão-Cavitação.
O aço inoxidável AISI 304 sofre corrosão em presença de cloretos e meio ácido.
O ácido sulfúrico concentrado pode ser armazenado em tanques de aço carbono, o que não pode ser
feito com ácido diluído (o ácido sulfúrico concentrado ataca o aço, formando sulfato ferroso, que
fica aderido nas paredes do tanque e como este sal é insolúvel em ácido sulfúrico concentrado,
protege o aço contra novos ataques; já no ácido diluído, ocorre uma pequena dissolução do sal,
mantendo a corrosão. Água com pH = 10 (alcalina, básica) não é corrosiva para aço carbono, na).
temperatura ambiente, mas corrói alumínio, zinco, estanho e chumbo.
Polarização / Passivação.
Proteção anticorrosiva.
8
Inibidores de corrosão.
Inibidores catódicos.
Atuam reprimindo as reações catódicas. São substâncias que fornecem íons metálicos
capazes de reagir com a alcalinidade catódica.
Inibidores de adsorção.
Funcionam como películas protetoras.
Ciclohexilamina
Ácido naftênico
Ácido esteárico
Tiouréia
São sólidos voláteis que quando colocados em espaços fechados saturam o ambiente com os
seus vapores expulsando o ar ou formando uma atmosfera protetora.
Proteção catódica.
Por corrente impressa: faz uso de um gerador de corrente contínua para manter o metal com
potencial acima do potencial dos íons presentes (metal passivado)
Decapagem alcalina.
9
Oxidos metálicos (alumínio, berílio, cromo, zircônio. Carbetos, nitretos, boretos e
siliciletos).
Tintas e polímeros.
Processos de pintura.
Imersão;
Pintura eletroforética;
Aspersão;
Trincha (pincel);
Rolo
Pistola eletrostática.
Esquemas industriais.
10
Para áreas de grande agressividade:
Preparação da superfície
Tinta de fundo (epóxi + zinco)
Tinta intermediária (epóxi + poliamida)
Tinta de acabamento (poliuretana acrílico alifático).
Para áreas de agressividade média:
Preparação da superfície
Tinta de fundo (epóxi + óxido de ferro + zinco)
Tinta de acabamento (poliuretana acrílico alifático).
Preparação da superfície;
Tinta de fundo (epóxi-fenólica)
Tinta de acabamento (epóxi fenólica).
Desengorduramento da superfície
Tinta condicionadora de aderência.
Cladização. (Recapeamento.
Imersão a quente
Aspersão térmica
Eletrodeposição
Cementação
Eletrodeposição em fase gasosa.
Redução química
11
CAPITULO I.
A corrosão consiste na deterioração dos materiais pela ação química ou eletroquímica do meio,
podendo estar ou não associado a esforços mecânicos. Ao se considerar o emprego de materiais na
construção de equipamentos ou instalações é necessário que estes resistam à ação do meio
corrosivo, além de apresentar propriedades mecânicas suficientes e características de fabricação
adequadas.
A corrosão pode incidir sobre diversos tipos de materiais, sejam metálicos como os aços ou as ligas
de cobre, por exemplo, ou não metálicos, como plásticos, cerâmicas ou concretas. A ênfase aqui
descrita será sobre a corrosão dos materiais metálicos. Esta corrosão é denominada corrosão
metálica. Dependendo do tipo de ação do meio corrosivo sobre o material, os processos corrosivos
podem ser classificados em dois grandes grupos, abrangendo todos os casos deterioração por
corrosão:
Corrosão Eletroquímica.
Corrosão Química.
12
Temperaturas abaixo do ponto de orvalho da água, sendo a grande maioria na temperatura
ambiente;
Uma reação eletroquímica é um processo químico heterogêneo (que envolve uma interface
sólido/solução) envolvendo a transferência de cargas para ou de um eletrodo, geralmente um metal
ou semicondutor. Na Fig.2 está apresentada esquematicamente uma cela eletroquímica em que
podem ser identificados o catodo, o anodo e o sentido real do fluxo de elétrons.
A transferência de carga pode ser um processo catódico no qual uma espécie é reduzida pela
transferência de elétrons para o eletrodo. Exemplos deste tipo de reação que ocorre num
processo de corrosão inclui:
Ao contrario,a transferência de carga pode ser um processo anódino onde uma espécie é oxidada
pela remoção de elétrons do eletrodo e exemplos deste caso são:
13
Um processo eletroquímico só é possível em um sistema que apresente ambas as reações catódica e
anódina de forma a se manter um balanço de cargas, isto é, a quantidade de carga envolvida no
processo de redução tem que ser a mesma que a envolvida no processo de oxidação.
Qa = Qc
A variação química total na cela é determinada pela adição de duas reações individuais no eletrodo,
desta forma a variação química para a eletrólise da água é obtida pela adição das reações (1) e (6),
isto é:
Os processos de corrosão química são, por vezes, denominados corrosão ou oxidação em altas
temperaturas. Estes processos são menos freqüentes na natureza, envolvendo operações onde as
temperaturas são elevadas.
Como na corrosão química não se necessita de água líquida, ela também é denominada em meio
não aquoso ou corrosão seca.
1.2.1 -(c.e) Meios Corrosivos: Os meios corrosivos em corrosão eletroquímica são responsáveis
pelo aparecimento do eletrólito. O eletrólito é uma solução eletricamente condutora constituída de
água contendo sais, ácidos ou bases.
Neste item, são apresentados os meios corrosivos mais freqüentemente encontrados: atmosfera,
águas naturais, solos e produtos químicos. A fim de se destacar a importância que representa a
natureza do meio corrosivo que se encontra na imediata proximidade da superfície metálica.
14
solos: os solos contêm umidade, sais minerais e bactérias. Alguns solos apresentam também,
características ácidas ou básicas. O eletrólito constitui-se principalmente da água com sais
dissolvidos;
águas naturais (rios, lagos e do subsolo): estas águas podem conter sais minerais,
eventualmente ácidos ou bases, resíduos industriais, bactérias, poluentes diversos e gases
dissolvidos. O eletrólito constitui-se principalmente da água com sais dissolvidos. Os outros
constituintes podem acelerar o processo corrosivo;
água do mar: estas águas contêm uma quantidade apreciável de sais. Uma análise da água
do mar apresenta em média os seguintes constituintes em gramas por litro de água:
Considere um metal puro imerso numa solução aquosa (eletrólito), por exemplo cobre em sulfato de
cobre ( CuSO4), como indicado na Fig.3.. O que acontece na superfície do metal?
Na superfície do metal irão ocorrer duas reações sendo uma catódica e outra anódina. As reações
são, respectivamente:
Após um certo tempo será atingido um equilíbrio entre estas reações de forma que a taxa de redução
(reação catódica) se iguala à taxa de oxidação (reação anódina). Neste momento, pode-se
representar, esquematicamente, a interface eletrodo, marcada pelo circulo na Fig.4, como uma
estrutura de dupla camada (vide Fig.4). onde se observam os dipolos (moléculas de água)
adsorvidos na superfície do metal bem como ânions especificamente adsorvidos, isto é, atraídos por
interações químicas e não elétricas. Também estão representados os cátions metálicos que se
encontram cercados por uma bainha de solvatação. Esta estrutura formada na interface entre o metal
e a solução, que se assemelha a de um capacitor, é denominada de Dupla Camada.
15
Esta diferença de potencial é que corresponde ao potencial do eletrodo e é representada
pela Equação de Nernst:
CAPITULO II.
A corrosão pode incidir sobre diversos tipos de materiais, sejam metálicos como os aços ou
as ligas de cobre, por exemplo, ou não metálicos, como plásticos, cerâmicas ou concretas.
A ênfase aqui descrita será sobre a corrosão dos materiais metálicos. Esta corrosão é
denominada corrosão metálica.
Selecionar material com inadequada resistência à corrosão para uma determinada aplicação
pode ser um oneroso. Perdas diretas e indiretas que podem resultar de um ataque corrosivo
podem ser:
16
Necessidade de projetos superdimensionados para suportar os efeitos da
corrosão: exemplo aumento nas espessuras, diâmetros etc.
Algumas destas perdas indiretas podem custar mais que a diferença de preço
entre um material que teria uma performance satisfatória e outro que não. Portanto é importante
considerar o potencial de perdas indiretas devido à corrosão quando for feita a seleção do
material a ser aplicado.
A aparência de um material pode ser importante de forma que a corrosãodo mesmo se torna
indesejável. Dependendo da aplicação do material pode-se, a partir de uma análise de custo-
benefício, se eleger um material resistente à corrosão ou uma forma de proteção que pode ser uns
revestimentos poliméricos, cerâmicos ou metálicos ou ainda através de processos de proteção
anódina ou catódica. Como exemplo da utilização de materiais resistentes à corrosão, por motivo de
aparência, pode-se citar a utilização de aço inoxidável em esquadrias na construção civil.
b) Manutenção.
A manutenção de uma planta industrial pode ter seu custo sensivelmente reduzido pela utilização de
materiais resistentes à corrosão. Neste caso é necessário um estudo de custo benefício pois muitas
vezes se torna economicamente mais viável a utilização de materiais resistentes à corrosão, mesmo
que mais caros, que se ter que fazer uma manutenção periódica de pintura, por exemplo.
c) Interrupção do Processo.
Freqüentemente uma linha de produção ou parte de um processo para devido às falhas inesperadas
provocadas por corrosão.
d) Contaminação do Produto.
e) Perda de Material.
A perda de material, causada por corrosão, ocorre principalmente por vazamentos nos dutos e
tanques.
f) Saúde e Segurança.
17
Quando a corrosão causa vazamento de materiais tóxicos, inflamáveis ou radioativos tem-se,
conseqüentemente, problemas ambientais, de segurança e de saúde.
Em tubulações e reservatórios deve ser considerada também a corrosão das superfícies internas, que
dependerá muito do fluido em contado. Pinturas e revestimentos anticorrosivos são comuns na parte
interna dos reservatórios.
Tubulações de sistemas em circuito fechado, como torres de resfriamento e circuitos de água
quente, podem ter a corrosão interna controlada pelo tratamento químico da água.
Seja interna ou externamente, pinturas e revestimentos contribuem para reduzir a corrosão
galvânica, mas sua durabilidade não é eterna e sempre apresentam pequenas falhas, mesmo quando
novos. Isso significa a necessidade de manutenções periódicas.
Um ou mais eletrodos são introduzidos no solo e próximos da tubulação. A corrente elétrica de uma
fonte externa é aplicada em ambos de forma a se opor à natureza anódina do tubo. Assim, ele passa
operar como catodo, no qual não há oxidação.
Pintura ou revestimento anticorrosiva no tubo contribui para otimizar o sistema: as áreas de contato
com o solo serão apenas as fissuras e pequenas falhas, reduzindo a potência necessária da fonte.
Galvanização, isto é, aplicação de uma película de zinco, é também uma forma clássica de
proteção. Mas, na realidade, é também uma proteção catódica: o zinco, por ter um potencial mais
negativo que o aço, atua como anodo, que é consumido no lugar do aço.
18
CAPITULO III.
3 -(c.e) Classificação.
Para seu estudo, os processos de corrosão podem ser classificados segundo o MEIO em que
ocorrem e segundo sua MORFOLOGIA. A seguir são apresentadas as classificações e suas
definições.
a) Corrosão Química.
São os casos em que o metal reage com um meio não iônico como, por exemplo, ocorre
no caso de oxidação ao ar a alta temperatura.
b) Corrosão Eletroquímica.
19
A classificação segundo o meio é útil no estudo dos mecanismos de ataque, entretanto, querendo-se
avaliar os danos causados pela corrosão torna-se mais conveniente se fazer uma classificação
segundo conforme apresentado.
É a corrosão que se desenvolve em toda superfície ocasionando perda uniforme da espessura para
potencializar a resistência a esse tipo de corrosão, sugere-se o aumento dos teores de Cr (Cromo),
Ni (Níquel) e Mo (Molibdênio), além da adição de Cu (Cobre).
O hidrogênio pode estar acessível na superfície do metal de várias fontes, incluindo a redução
catódica do hidrogênio da água:
Estas reações catódicas podem ocorrer durante corrosão, proteção catódica, decapagem ácida, ou
outro processo de limpeza.
O hidrogênio penetra na rede como hidrogênio nascente, ou atômico, que é uma forma intermediária
na formação da molécula de H2 na superfície pelas equações 4.2 ou 4.3. Processos que envolvem
polarização catódica aceleram a formação de hidrogênio. Deve-se, portanto, selecionar ligas e
condições de operação para prevenir o dano causado pelo hidrogênio.
Alguns elementos, quando dissolvidos na liga, retardam a formação do H2 aumentando o tempo de
residência do hidrogênio nascente na superfície. Desta forma há o favorecimento da difusão do
hidrogênio para o interior da liga causando danos por hidrogênio. Os elementos mais comuns que
retardam a saída do hidrogênio são: P, Sb, As, S, Se, Te e CN. O mais comum é o enxofre, por estar
presente em fluidos como o petróleo, gás natural, águas de poços e vapores geotérmicos.
Quando uma quantidade razoável de hidrogênio nascente é gerada, numa inomogeneidade cristalina
ou metalúrgica, haverá sua recombinação para formar moléculas de H2. O acúmulo destas moléculas
formará uma fase gasosa que desenvolverá grande pressão suficiente para provocar a ruptura das
ligações atômicas, formando vazios microscópicos e macrobolhas.
A prevenção do empolamento por hidrogênio pode ser feita através das seguintes medidas:
Utilização de revestimentos. Revestimentos metálicos, inorgânicos ou orgânicos são sempre
utilizados como forma de prevenção de empolamento. Estes revestimentos, entretanto, não deverão
20
ser permeável ao hidrogênio para que sejam eficientes. Aços cladeados com aço inox austenítico ou
níquel são sempre utilizados com este propósito.
3.5.1 -(c.e) Utilização de inibidores: Inibidores podem ser utilizados uma vez que estes reduzem a
taxa de corrosão e de redução do hidrogênio.
3.5.2 -(c.e) Remoção de elementos nocivos: Empolamento geralmente ocorre em metais contendo
elementos geradores de hidrogênio como sulfetos, compostos com arsênico, cianetos e íons
contendo fósforo.
3.5.3 -(c.e) Substituição de ligas : Aços contendo níquel e ligas a base de níquel apresentam uma
baixa taxa de difusão para o hidrogênio e são utilizadas para prevenir empolamento por hidrogênio.
O exato mecanismo para a fragilização por hidrogênio não é bem conhecido, como para o caso do
empolamento por hidrogênio. A causa inicial é a mesma : penetração de hidrogênio nascente na
estrutura do metal. Para o caso de titânio e outros metais formadores de hidretos, o hidrogênio
dissolvido reage para formar compostos hidreto frágeis. Em outros materiais, como o aço e o ferro,
a iteração entre o hidrogênio dissolvido e o metal não é completamente conhecida.
A maioria dos mecanismos propostos para a fragilização por hidrogênio se baseia na interferência
no escorregamento de planos pelo hidrogênio. Esta interferência pode ser devida ao acúmulo de
hidrogênio próximo ao sitio de deslocação ou microvazios.
A prevenção da fragilização por hidrogênio pode ser obtida através das seguintes medidas:
3.6.1 -(c.e) Redução da taxa de corrosão: A fragilização por hidrogênio ocorre freqüentemente
devido a processos de decapagem ácida. Pela utilização de inibidores pode haver uma considerável
redução no ataque ao metal base.
3.6.2 -(c.e) Alteração das condições de eletrodeposição: Um controle mais apropriado das
condições de eletrodeposição ou de limpeza eletroquímica pode ser utilizado para diminuir a
evolução de hidrogênio na superfície do metal.
Embora as atmosferas possam ser classificadas em quatro tipos básicos: urbana, Industrial,
Marítima ou Rural. Muitas, estas apresentam características mistas, além de não haver uma
demarcação definida para cada tipo. Ainda pode haver locais com micro- climas de características
diferentes da região em que se encontram.
Com relação à forma de corrosão atmosférica, esta pode ser classificada em três tipos : Seca, Úmida
ou Aquosa.
Todos os materiais que possuem uma energia livre negativa de formação de óxido apresentam
corrosão atmosférica seca, na ausência de água. Neste caso, tem-se uma lenta oxidação com
formação de produtos de corrosão, podendo o mecanismo ser considerado puramente químico : caso
do tarnishing, escurecimento de prata ou de cobre por formação de Ag2S e CuS, respectivamente,
devido à presença de gás sulfídrico, H2S, na atmosfera ou meio ambiente.
21
Quando a atmosfera apresenta umidade relativa menor que 100%, forma-se um fino filme de
eletrólito sobre a superfície metálica causando um processo de corrosão atmosférica úmida. A
velocidade do processo corrosivo dependerá da umidade relativa, dos poluentes atmosféricos e
higroscopicidade dos produtos de corrosão.
Quando os materiais estão em contato com uma atmosfera com cerca de 100% de umidade relativa,
ocorre condensação na superfície metálica e tem-se um processo de corrosão atmosférica molhada.
A maioria dos metais tende a se combinar com o oxigênio do ar, produzindo os respectivos óxidos.
Não considerando a ação de vapores contidos no ar (de água, etc), esse processo se dá de forma
lenta para o ferro em temperaturas usuais de ambientes.
Entretanto, em alguns metais como o alumínio à corrosão é rápido mas acontece o fenômeno da
apassivação: a camada de óxido formada na superfície isola o oxigênio e impede a continuação do
processo.
A presença de vapor d'água acelera a corrosão e ainda mais se tais vapores contém substâncias
agressivas como sais ou ácidos. Ocorrem em muitos ambientes industriais, locais próximos ao mar,
etc.
O ambiente marinho é o mais corrosivo de todos os meios naturais, e compreende desde a atmosfera
contaminada com sal do mar até regiões mais profundas do oceano e o lodo sobre o fundo do mar.
Os componentes e estruturas que estão normalmente expostos a meios marítimos são, por exemplo,
as bombas e tubulações de água do mar, navios, submarinos, cais, estacas e plataformas de petróleo
costeiras.
A água do mar contém cerca de 3,4 % de sais dissolvidos e é levemente alcalina (pH ≈ 8,0). Devido
a isto ela é um bom eletrólito e pode causar, portanto, corrosão galvânica e corrosão em frestas. A
corrosão em água do mar é afetada pela velocidade e temperatura da água e pelo conteúdo de
oxigênio e organismos biológicos presentes na mesma.
Os materiais metálicos em contato com a água tendem a sofrer corrosão, a qual vai depender de
várias substâncias que podem estar contaminando a mesma.Entre os contaminastes mais freqüentes
estão:
Sais dissolvidos, como, por exemplo, cloretos de sódio, de ferro e de magnésio, carbonato de
sódio, bicarbonato de cálcio, de magnésio e de ferro;
22
Bactérias, limos e algas;
Sólidos suspensos.
Na apreciação do caráter corrosivo da água, também devem ser considerados o pH, a temperatura,
velocidade e ação mecânica.
Dependendo do fim a que se destinam, diversos destes contaminastes devem ser considerados com
maior detalhe. Assim, por exemplo, em água:
A corrosão provocada por águas naturais depende, portanto, de muitos fatores, dentre os quais
podem-se destacar teores de cloreto, enxofre e oxigênio, além da dureza da água. O teor de cloreto
pode variar desde poucas partes por milhão (ppm) até centenas de ppm, em um mesmo país.
Os compostos de enxofre também variam de região para região, dependendo de sua principal
atividade econômica. A dureza da água está relacionada com a quantidade de sais minerais
dissolvidos. É importante assinalar que águas moles são mais corrosivas que as duras, pois os
carbonatos presentes nestas últimas depositam sobre o metal, protegendo-o.
Os solos variam largamente nas características físicas e químicas que influenciam na sua
agressividade. As características físicas de importâncias na corrosão são aquelas que determinam a
permeabilidade do solo ao ar e à água. As substâncias químicas que influenciam na corrosão são
aquelas solúveis na água.
A presença de algumas aumenta e de outras diminui a agressividade do meio. A resistividade iônica
do solo é determinada não só pela natureza e concentração de íons condutores como pelo teor de
umidade, pela temperatura, etc. Além disso, ainda há possibilidade de corrosão por correntes
parasitas e corrosão por bactérias.
A corrosão nos solos também é um fenômeno eletroquímico, mas tendo em vista os muitos fatores
em jogo e ainda a inter-relação dos seus efeitos, o mecanismo ainda assim é mais complexo do que
a corrosão em água, o que torna também mais complexo o seu estudo em laboratório e em
condições naturais.
23
Nas seções anteriores, foram apresentados os meios específicos mais comuns. Além destes, há
outros inumeráveis meios que são particulares para uma indústria específica ou linha de atividade.
Embora seja praticamente impossível discutir todos os diferentes meios, a corrosão biológica, por
lubrificantes e outros produtos químicos serão mencionados em seguida.
Lubrificantes são utilizados para reduzir o desgaste pelo atrito entre superfícies em movimento, e
também para remover calor. Há centenas de variedades de lubrificantes, sólidos, semi-sólidos e
líquidos. Lubrificantes são geralmente considerados como não- corrosivos. Entretanto, os
lubrificantes freqüentemente deterioram durante a utilização, seja por tornarem-se contaminados ou
por sofrerem variações químicas e físicas devido à oxidação, tornando-se corrosivos. Por exemplo:
combustível diesel que contém 3% de enxofre oxida-se, formando ácido sulfuroso em óleo
lubrificante.
Uma grande variedade de produtos químicos, orgânicos e inorgânicos é utilizada por diversos
setores industriais como: de processos químicos, petroquímicos, nucleares ou outros. Alguns dos
produtos químicos são agressivos para alguns metais, sendo inofensivos para outros. A
agressividade total do meio é freqüentemente composta por outros fatores, como temperatura,
velocidade de escoamento, pressão, configurações geométricas, tensões etc. Uma descrição e
discussão do comportamento de corrosão dos metais em vários produtos químicos, com ou sem a
influência dos fatores mencionados acima, é praticamente impossível, além de desta fora do nosso
objetivo.
Pode-se incluir neste item os casos em que o metal está diretamente em contato com substâncias que
o atacam. É comum em processos industriais. Exemplos: soluções químicas, sais ou outros metais
fundidos, atmosferas agressivas em fornos, etc. A prevenção e controle são específicos para cada
caso.
O contacto elétrico entre materiais diferentes resulta no processo corrosivo conhecido como
corrosão galvânica. A intensidade deste tipo de corrosão será proporcional à distância entre os
valores dos materiais envolvidos na tabela de potenciais eletroquímicos, em outras palavras, na
"nobreza" dos materiais. Exerce influência neste tipo de corrosão a proporcionalidade entre as áreas
anódina e catódica. Tal proporção deverá ser menor possível com vistas a se obter a mínima
corrosão na área anódina aliada a sua uniformidade.
É um exemplo comum a reação da solução de um sal de cobre como eletrólito, a qual contém íons
Cu2+ em contato com metais ferrosos, como por exemplo o aço:
24
Fe + Cu2+ → Fe2+ + Cu
reação que resulta na corrosão do ferro da liga ferrosa (o qual é oxidado) e a deposição (por
redução) do cobre.
Como um exemplo mais completo da reação acima, podemos citar a reação de solução de sulfato de
cobre (II) com uma liga ferrosa:
Como uma reação na qual seja o cobre o metal corroído, podemos citar a similar reação do nitrato
de prata em solução com uma liga de cobre metálico:
Podem-se citar alguns procedimentos que podem diminuir o efeito da corrosão galvânica:
f)- Prever no projeto facilidade para substituição das partes anódinas. Usar maior espessura para
aumentar a vida útil.
g)- Instalar um terceiro metal que seja anódino em relação aos dois metais do contato galvânico
(ânodo de sacrifício).
É provavelmente o tipo mais comum, porque a corrosão em função da água quase sempre se deve
ao processo galvânico. Alguns casos típicos são reservatórios, tubulações ou estruturas expostas ao
tempo, submersas ou subterrâneas. Nessas condições, há a presença, constante ou não, de água, que
favorece a formação de células galvânicas.
25
O fenômeno pode ser visto no modelo de uma célula galvânica conforme Figura 01.
Dois eletrodos de materiais diferentes são imersos em um eletrólito e são eletricamente ligados entre
si. Nessas condições, as reações eletroquímicas serão:
Portanto, no anodo ocorre uma reação de oxidação (corrosão do material) e no catodo, uma reação
de redução.
É necessário que os materiais do anodo e catodo sejam diferentes, ou melhor, apresentem potenciais
de oxidação (tensão gerada por cada em relação a um eletrodo neutro de referência) diferentes.
A tabela abaixo dá os valores práticos de potenciais de vários metais, em solos e água, medidos em
relação a um eletrodo de referência. Quanto mais negativo o potencial, mais anódino será a sua
condição, ou seja, mais sujeito à corrosão.
26
CAPITULO IV.
Este tipo de corrosão pode ser dividido em corrosão por concentrações iônicas diferencial,
associadas com a variação de determinadas concentrações iônicas propriamente ditas do meio,
a corrosão por aeração diferencial, variando a concentração de determinados gases da atmosfera
gasosa em contato com o material, a corrosão em frestas, ocasionada por configuração geométrica
do material corrosível, que possibilita a formação de variações de concentração ou de aeração e pelo
mesmo motivo, a corrosão filiforme, mas associada a configurações dos revestimentos aplicados,
tais como a pintura.
A corrosão por concentração iônica diferencial ocorre quando no eletrólito com o qual o metal está
em contato apresentam-se diferenças de concentração de íons do metal ou ainda outro cátion ou
ânion que propicie a corrosão, como o Na+ e outros íons alcalinos ou ainda sulfatos, por exemplo,
conseqüentemente propiciando a partir de um primeiro ataque, a variação de cátions do metal. Este
diferencial propiciará a formação de pilhas através da presença de diferentes potenciais
eletroquímicos das áreas de maior e menor concentração, que funcionarão respectivamente como
cátodo e como ânodo.
27
4.3 -(h.e) Corrosão sob tensão.
O processo corrosivo que ocorre nos ferros fundidos cinzentos, que normalmente são usados no
para tubulações de água, de esgotos, em drenagem, etc, e no chamado ferro nodular, que possuem
teor de grafita é chamado de corrosão grafítica. Sendo o grafita muito mais catódico que o ferro, e
estando este concentrado em veios ou nódulos, que passam a agir como cátodo, enquanto o ferro
age como ânodo, propiciando a corrosão.
O processo corrosivo que ocorre nas ligas de zinco, como os latões, utilizados em refreadores,
condensadores, etc (trocadores de calor), tubulações para água salgada e outras é chamada corrosão
por dezincificação.
É similar ao processo de corrosão grafítica, mas o material anódino no caso é o zinco, restando o
cobre e os conseqüentes produtos de corrosão. É observada com mais freqüência nos latões de alto
teor de zinco, como o latão-alumínio (76% Cu, 22% Zn e 2% Al) e latão amarelo (67% Cu e 33%
Zn), mas é observada mesmo em ligas mais resistentes à corrosão deste tipo como o latão vermelho
(85% Cu e 15% Zn) em caso de a partida da liga não se apresentar suficientemente homogênea.
Quando no escoamento de líquidos os processos corrosivos podem sofrer aceleração pela associação
da ação mecânica e seus efeitos com a formação de pilhas, a ruptura de passivasses e proteções
aplicadas e as conseqüentes formações de pilhas, oportunidades da ação química e sua conseqüente
ação corrosiva.
As corrosões ocasionadas por tais ações de fluidos sobre os materiais são classificadas
principalmente em corrosão-erosão, a corrosão com cavitação e a corrosão por turbulência.
Define-se erosão neste caso como o desgaste mecânico de uma substância sólida, no caso o material
de componentes ou condutores de um sistema causado pela abrasão superficial de uma substância
sólida, pura ou em suspensão num fluido, seja ele líquido ou gasoso.
São casos comuns e freqüentes deste tipo de ação:
28
No deslocamento de materiais sólidos, de qualquer granulométrica, como rochas britadas,
minérios ou produtos industriais diversos, como o cimento.
4.8.1 -(h.e) Para se combater a corrosão por erosão, pode-se realizar, em ordem de
importância, os seguintes procedimentos:
v)- Proteção catódica (ajuda a reduzir o ataque, não sendo porém muito eficiente).
29
a) Corrosão Uniforme.
É a forma menos agressiva de corrosão. O ataque, neste caso, se estende de forma homogênea sobre
toda a superfície metálica, e sua penetração média é igual em todos os pontos.
b) Corrosão em Placas.
c) Corrosão Alveolar.
A corrosão alveolar se processa na superfície metálica produzindo sulcos ou escavações
semelhantes a alvéolos, apresentando fundo arredondado e profundidade geralmente menor que seu
diâmetro.
Este tipo de ataque, assim como a intergranular e intragranular, é uma das formas mais perigosas em
que a corrosão pode-se apresentar. Neste caso a quantidade de material afetado não guarda relação
com a magnitude dos inconvenientes. Durante a corrosão puntiforme, ou pite, o ataque se localiza
em um ponto isolado da superfície metálica e se propaga até o interior do metal, muitas vezes
transpassando.
Uma variação deste tipo de corrosão é a corrosão em frestas, ou Crevice Corrosion.
30
e) Corrosão em Frestas.
Este tipo de corrosão é uma variação da corrosão puntiforme e se apresenta em uniões ou zonas em
que a renovação do meio corrosivo só pode ser obtida por difusão (movimento de íons causado por
um gradiente de concentração). Esta condição de não renovação do meio corrosivo (estagnação)
pode ser obtida também quando se tem sedimentação ou quando se utilizam juntas de material
absorvente ou poroso.
De uma maneira geral este tipo de corrosão ocorre em frestas com espessura de poucos centésimos
de milímetro ou menor .
4.11 -(h.e) O mecanismo básico da corrosão em frestas consiste nas seguintes etapas:
31
d) Com o aumento da concentração de cátions metálicos na fresta, inicia-se um processo de
difusão de ânions para a fresta. Dentre estes ânions um dos que apresenta maior coeficiente de
difusão é o íon cloreto;
e) O íon cloreto se combina com os íons metálicos formando cloretos metálicos que reagem com
a água formando hidróxidos e ácido clorídrico, a conforme reação;
4.12 -(h.e) A seguir são citados alguns procedimentos para diminuir a corrosão em frestas:
b) Proteger equipamentos que permitam completa drenagem, evitando cantos vivos ou áreas
estagnadas;
a) Corrosão em Frestas.
Freqüentemente ocorre corrosão localizada em frestas. Este tipo de ataque está normalmente
associado com um pequeno volume de solução estagnada causada por furos, depósitos superficiais
de sedimentos, frestas em uniões, utilização de juntas porosas ou que retenham solução, etc. Para
funcionar como um sítio de corrosão, a fresta deve ser ampla o suficiente para permitir a entrada da
solução, mas deve ser suficientemente estreita para manter uma zona de estagnação. Como
comentado anteriormente, a dimensão destas frestas deve se situar em torno de alguns centésimos
de milímetro.
Corrosão por Aeração Diferencial, em Componente de Flange. Ocasionada por junta que
Possibilitou a formação de fresta.
Inicialmente considerou-se que o processo de corrosão por frestas era causado por aeração
diferencial. Porém, observou-se que mesmo com a total eliminação do oxigênio, no interior da
fresta, o processo de corrosão prosseguia. Atualmente a hipótese mais aceita para o mecanismo de
corrosão por fresta considera as seguintes etapas:
i) Inicialmente ocorre um processo uniforme de oxidação do metal por todo a superfície, inclusive o
interior da fresta, como representado na Fig.8. A conservação de carga é mantida tanto no metal
quanto na solução. Todo elétron produzido durante a formação de um íon metálico é imediatamente
32
consumido pela reação de redução do oxigênio. Também um íon hidroxila é produzido para cada
íon metálico em solução.
ii) Com a diminuição da concentração de oxigênio no interior da fresta, devido a seu consumo e não
renovação, começa a haver um desequilíbrio entre a quantidade de cargas positivas (íons metálicos,
M+) e cargas negativas (íons hidroxilas, OH-). Entretanto a reação de oxidação do metal no interior
da fresta prossegue já que existe oxigênio disponível na solução externa à fresta.
iii) Com o desequilíbrio de cargas, os íons cloreto, por apresentarem maior mobilidade que os íons
hidroxila, migrão preferencialmente para o interior da fresta restaurando o equilíbrio das cargas
(vide Fig.9).
iv) Com o aumento da concentração de íons cloreto no interior da fresta, aumenta também a
concentração de cloreto metálico. Este cloreto metálico reage com a água dissociando-se em
hidróxido insolúvel e ácido livre, conforme equação abaixo
v) Por razões que ainda não são compreendidas, ambos os íons cloreto e hidrogênio aceleram a taxa
de dissolução do metal. Este aumento da dissolução aumenta a migração, e o resultado é um
processo rapidamente acelerado, ou autocatalítico.
f) Corrosão Intergranular.
Este tipo de corrosão localiza-se entre os grãos da estrutura cristalina do material (contorno de
grãos) metálico, o qual perde suas propriedades mecânicas e pode fraturar quando submetido a
esforços mecânicos menores que o esperado, como é o caso da corrosão sob tensão fraturaste (stress
corrosion cracking, SCC).
g) Corrosão Intragranular.
Este tipo de corrosão se processa no interior dos grãos cristalinos do material metálico o qual, pela
perda de suas propriedades mecânicas, assim como no casa da corrosão intergranular, poderá
33
fraturar à menor solicitação mecânica com efeitos muito mais catastróficos que o caso da
intergranular.
h) Corrosão Filiforme.
A corrosão filiforme se processa sob a forma de finos filamentos que se propagam em diferentes
direções e que não se cruzam. Ocorre geralmente em superfícies metálicas revestidas com filmes
poliméricos, tintas ou metais ocasionando o deslocamento do revestimento.
A corrosão por esfoliação ocorre em diferentes camadas e o produto de corrosão, formado entre a
estrutura de grãos alongados, separa as camadas ocasionando um inchamento do material metálico.
CAPITULO V.
A resistência dos aços inoxidáveis à corrosão em temperaturas elevadas é condicionada por uma
séria de fatores, como o meio circundante, o processo de fabricação da peça ou equipamento, o ciclo
de operação, etc.
O ataque por gases oxidantes é provavelmente a causa mais freqüente de corrosão dos aços
inoxidáveis em temperaturas elevadas. O ataque provoca, a partir de certa temperatura, a formação
de uma espessa crosta de óxido. Essa é fortemente afetada pela composição dos gases presentes. As
temperaturas de oxidação, em serviço contínuo e em serviços intermitentes, mencionadas em
catálogos de aços inoxidáveis, são normalmente determinadas em ar atmosférico praticamente
puros, sobretudo isento de gases sulfurados, e devem ser considerados como indicações orientativas.
È muito importante levar este fato em consideração na fase de seleção dos aços, pois a presença de
contaminastes produz eventualmente um abaixamento considerável da temperatura de oxidação.
34
Afetam os aços inoxidáveis por diversos modos e assim cada caso deve ser estudado
separadamente.
Oxidantes – Estes gases são geralmente menos nocivos que os redutores. Entretanto, sua
presença produz um abaixamento de 100 à 200ºC, ou eventualmente mais, na temperatura de
oxidação dos aços inoxidáveis isentos de níquel ou com baixo teor deste elemento.
Redutores – Estes gases, como por exemplo o H2S, são altamente corrosivos, sobretudo
para os aços que contém níquel. Por este motivo, os aços inoxidáveis austenítico não são
recomendados para aplicações que envolvam a presença de gases sulfurados redutores.
O meio corrosivo em questão atua na superfície dos aços inoxidáveis, também formando eutéticos
de baixo ponto de fusão.
É o principal elemento de liga nos aços inoxidáveis, pois é o elemento essencial na formação da
camada passivadora. Outros elementos podem melhorar a efetividade do Cr na formação e
manutenção da camada, mas nenhum pode substituí-lo. Quanto maior o teor de Cr maior a
resistência à corrosão.
Segundo elemento mais importante dos aços inoxidáveis. Efetivo quanto à regeneração da camada
passiva (repassivação). Estabiliza a austenita à temperatura ambiente, o que favorece a resistência à
corrosão, potencializando a trabalhabilidade do aço inoxidável.
Quando em quantidades moderadas promove à liga os mesmos efeitos do níquel, no entanto a troca
de Ni por Mn não é prática. Para melhorar a plasticidade a quente o Mn combina com S (Enxofre)
formando sulfetos de manganês.
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Teores da ordem de 0,03% de C proporcionam maior resistência á corrosão nos aços inoxidáveis. É
um elemento que confere a temperatividade por tratamento térmico dos aços martensíticos, além de
promover resistência mecânica em aplicações a altas temperaturas. O C é prejudicial à resistência à
corrosão devido a sua reação com o Cr (Cromo), no caso de outras aplicações. Nos aços ferríticos, o
aumento do teor de C causa queda da tenacidade.
Todos esses elementos são adicionados aos aços inoxidáveis por apresentarem maior afinidade com
o C, o que evita a precipitação e a formação de carbonetos de Cromo, aumentando assim a
resistÊncia à corrosão intergranular.
Nos aços austenítico aumenta a resistência mecânica e resistência à corrosão por pites. No entanto,
o N é prejudicial às propriedades mecânicas dos aços ferríticos.
Pode ser adicionado aos aços inoxidáveis com a finalidade de melhorar a usinabilidade dos mesmos.
Este elemento potencializa a resistência à corrosão geral em ambientes que contenham ácido
fosfórico ou sulfúrico.
Baseado no discutido acima, para se determinar o valor do Potencial Padrão de um metal, basta
introduzir uma amostra deste metal puro numa solução contendo uma concentração conhecida de
seus íons, medir o potencial do eletrodo e aplicar a equação de Nernst. Surge aqui uma questão.
Como se medir o potencial do eletrodo?
Logicamente, para se medir o potencial do eletrodo (interface me) utiliza-se um voltímetro de alta
impedância (alta resistência), para que não passe corrente. Porém a medida tem que ser feita entre
dois pontos, isto é, entre dois eletrodos. Desta forma não mais se estará medindo o potencial de um
eletrodo e sim a diferença entre os potenciais dos dois eletrodos.
Para resolver este problema, convencionou-se que o potencial de um eletrodo de hidrogênio, numa
solução 1M de HCl a uma pressão de 1atm, seria zero. Sendo assim, ao se medir a diferença entre o
potencial do eletrodo de hidrogênio, numa solução 1 normal, (EHN) e o de um metal, tem-se o
"potencial do eletrodo". Um esquema para a medida do potencial de um metal, utilizando um EHN
está apresentado na Fig.6.
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5.6 -(h.e) Aplicação.
a) Considere uma peça de zinco imersa numa solução de HCl sem oxigênio. O que acontecerá?
Inicialmente devem-se verificar quais reações irão ocorrer e qual o potencial padrão correspondente
a cada uma.
Observa-se, portanto, que o zinco apresenta um potencial mais negativo que o do hidrogênio de
forma que elétrons irão fluir do zinco, oxidando-o, para a reação de redução do hidrogênio.
b) Considere agora o mesmo exemplo anterior só que com oxigênio dissolvido na solução (efeito
da adição de oxigênio). O que ocorrerá?
de forma que a demanda por elétrons aumenta, aumentando a taxa da reação de oxidação do zinco,
que é a fonte de elétrons por ter um potencial mais negativo. Conclui-se, portanto, que o oxigênio
quando dissolvido numa solução aumenta a taxa de corrosão de alguns metais.
c) Considere ainda o mesmo exemplo (a) sendo que agora foi conectada, ao zinco, uma peça de
platina, com mesmas dimensões. O que ocorrerá com o zinco?
A peça de platina é inerte na solução de HCl, pois seu potencial padrão é muito mais positivo, de
forma que ela atuará como um catodo onde irá ocorrer a reação de redução do hidrogênio. Desta
forma toda a superfície do zinco, que antes estava dividida em zonas catódicas e zonas anódina,
estará disponível para a reação anódina, intensificando a taxa de corrosão do zinco.
Além do aumento da área disponível para a reação anódina, uma vez que a platina apresenta um
potencial mais positivo que o do zinco, forma-se uma pilha eletrolítica que induz um processo de
corrosão, conhecido como galvânico, aumentando ainda mais a taxa de corrosão do zinco.
d) Considere o mesmo exemplo (c) sendo que a área da peça de platina foi aumentada. O que
ocorrerá com o zinco?
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Uma vez que a área disponível para a reação catódica foi aumentada e que a quantidade de reação
catódica tem que ser a mesma que a de reação anódina, haverá um aumento da intensidade da
corrosão do zinco.
e) Considere, agora, uma tubulação de aço imersa verticalmente no mar. O que acontecerá,
considerando-se que a concentração de oxigênio no mar varia com a profundidade, sendo maior na
superfície?
De acordo com a equação de Nernst, quanto maior a concentração da espécie reagente, no caso o
oxigênio, mais positivo se torna o potencial padrão. Portanto, na superfície do mar a tubulação
apresentará um potencial mais positivo que na parte mais submersa gerando o que se chama de
pilha de concentração (aeração diferencial). Conseqüentemente, ocorrerá um processo de
corrosão localizada na região da tubulação logo abaixo da linha d'água, conforme esquema
apresentado na Fig.7.
CAPITULO VI.
As reações que ocorrem nos processos de corrosão eletroquímica são reações de oxidação e
redução.
As reações na área anódina (anodo da pilha de corrosão) são reações de oxidação.
A reação mais importante e responsável pelo desgaste do material é a de passagem do metal da
forma reduzida para a iônica (combinada).
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As reações na área catódica (cátodo da pilha de corrosão) são reações de redução.
As reações de redução são realizadas com íons do meio corrosivo ou, eventualmente, com íons
metálicos da solução.
As principais reações na área catódica são:
As reações catódicas mais comuns nos processos corrosivos são "a", "b" e "c" as reações "d" e "e"
são menos freqüentes, a última aparece apenas em processos de redução química ou eletrolítica.
Serão detalhados a seguir as reações catódicas apresentadas anteriormente e que ocorrem em meios
neutros ou aerados e não aerados. Reações catódicas em meio neutro aerado:
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6.1 -(c.e) Conclusões Importantes:
A região catódica torna-se básica (há uma elevação do pH no entorno da área catódica).
Em meios ácidos haverá um decréscimo da acidez no entorno da área catódica e em meios básicos
haverá um acréscimo da alcalinidade no entorno da área catódica.
Os produtos de corrosão nos processos eletroquímicos são, em geral, resultantes da formação de
compostos insolúveis entre o íon do metal e o íon hidroxila. O produto de corrosão é portanto, na
grande maioria dos casos hidróxido do metal corroído, ou óxido hidrato do metal.
Quando o meio corrosivo contiver outros íons poderá haver a formação de outros componentes
insolúveis e o produto de corrosão pode ser constituído de sulfetos, sulfatos, cloretos, dentre outras.
CAPITULO VII.
Este tipo de polarização ocorre freqüentemente em eletrólitos parados ou com pouco movimento.
O efeito de polarização resulta do aumento de concentração de íons do metal em torno da área
anódina (baixando o seu potencial na tabela de potenciais) e a rarefação de íons H+ no entorno da
área catódica. Caso o eletrólito possua movimento ambas as situações não devem acontecer.
Este tipo de polarização ocorre devido a sobrevoltagem de gases no entorno dos eletrodos.
Os casos mais importantes no estudo da corrosão, são aqueles em que há liberação de H2 no entorno
do catodo ou do O2 no entorno do anodo.
A liberação de H2 no entorno do catodo é denominada polarização catódica e assume particular
importância como fator de controle dos processos corrosivos.
Em eletrólitos pouco aerados o H2 liberado e absorvido na área catódica provoca uma sobretensão
ou sobrevoltagem do hidrogênio capaz de reduzir sensivelmente a agressividade do meio. Podendo-
se considerar por este fato a corrosão do aço desprezível na presença de água doce ou salgada,
totalmente desvairada.
c – Polarização Ôhmica.
A polarização ôhmica ocorre devido à precipitação de compostos que se tornam insolúveis com a
elevação do pH no entorno da áreas catódicas.
Estes compostos são principalmente carbonatos e hidróxidos que formam um revestimento natural
sobre as áreas catódicas, principalmente carbonato de cálcio e hidróxido de magnésio.
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Cromo, níquel, titânio, aço inoxidável, monel que se passivam na grande maioria dos meios
corrosivos, especialmente na atmosfera;
Ferro que se passiva na presença de ácido nítrico concentrado e não se passiva na presença
de ácido nítrico diluído;
A maioria dos metais e ligas passivam-se na presença de meios básicos, com exceção dos
metais anfóteros (Al, Zn, Pb, Sn e Sb).
a) Método Galvanostático.
O método mais simples, e também o mais antigo, é o galvanostático, que é caracterizado pelo fato
de ter como variável de controle a intensidade da corrente que circula no sistema, a qual é variada
por meio de um resistência.
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b) Método Potenciostático.
A velocidade com que se processa a corrosão é dada pela massa de material desgastado, em uma
certa área, durante um certo tempo, ou seja, pela taxa de corrosão. A taxa de corrosão pode ser
representada pela massa desgastada por unidade de área na unidade de tempo.
A massa deteriorada pode ser calculada pela equação de Faraday:
m = e.i.t
m = massa desgastada, em g;
e = equivalente eletroquímico do metal;
i = corrente de corrosão, em A;
t = tempo em que se observou o processo, em s.
7.5.1 -(c.e) A diferença de potencial - DV - pode ser influenciada pela resistividade do eletrólito,
pela superfície de contato das áreas anódinas e catódicas e também pelos fenômenos de polarização
e passivação.
A velocidade de corrosão pode ser, ainda, alterada por outros fatores que serão tratados no item
seguinte e que influenciam de modo direto ou indireto na polarização ou na passivação.
O controle da velocidade de corrosão pode se processar na área anódina ou na área catódica, no
primeiro caso diz-se que a reação de corrosão é controlada anodicamente e no segundo caso
catodicamente. Quando o controle se dá anódina e catodicamente diz-se que o controle é misto.
Alguns outro fatores influem na velocidade de corrosão, principalmente porque atuam nos
fenômenos de polarização e passivação.
Tais fatores que também influenciam a velocidade de corrosão são:
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7.6.1 -(c.e) Geração do meio corrosivo: como foi dito anteriormente oxigênio funciona como
controlado dos processos corrosivos. Portanto, na pressão atmosférica a velocidade de corrosão
aumenta com o acréscimo da taxa de oxigênio dissolvido. Isto ocorre por ser o oxigênio um
elemento despolarizante e que desloca a curva de polarização catódica no sentido de maior corrente
de corrosão;
7.6.2 -(c.e) PH de eletrólito: a maioria dos metais passiva-se em meios básicos (exceção para os m.
7.6.3 -(c.e) Temperatura: o aumento de temperatura acelera, de modo geral, as reações químicas.
Da mesma forma também em corrosão as taxas de desgaste aumentam com o aumento da
temperatura. Com a elevação da temperatura diminui-se a resistividade d eletrólito e
conseqüentemente aumenta-se a velocidade de corrosão;
7.6.4 -(c.e) Efeito da velocidade: a velocidade relativa, superfície metálico-eletrólito, atua na taxa
de desgaste de três formas: para velocidades baixas há uma ação despolarizante intensa que se reduz
à medida que a velocidade se aproxima de 8 m/s (para o aço em contato com água do mar). A partir
desta velocidade as taxas praticamente se estabilizam voltando a crescer para altas velocidades
quando diante de um movimento turbulento tem-se, inclusive, uma ação erosiva.
Quando o ataque é uniforme, a corrosão pode ser medida através das unidades mdd ou ipy. A
primeira representa a perda ou ganho de massa em miligramas por decímetro quadrado por dia,
enquanto que a segunda é a unidade de penetração em polegadas por ano. Podem aparecer ainda:
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taxa de corrosão menor que 0,1 mm/ano ou menor que 5 mpy. Nesse caso, os materiais são
resistentes à corrosão e podem ser utilizados sem restrição.
(II) taxa de corrosão entre 0,1 e 1,1 mm/ano: os materiais podem ser utilizados onde uma
certa corrosão é tolerável.
(III) taxa de corrosão maior que 1,1 mm/ano. Geralmente não são utilizados.
Para conversão das taxas dadas em mm/ano e mpy para mdd usa-se as seguintes expressões:
mdd = mg/dm2/dia ;
CAPITULO VIII.
As trincas formadas pela corrosão intergranular, como visto no item anterior, não requerem a ação
de esforços externos. Neste caso a fissuração decorre da corrosão segundo um estreito caminho
preferencial.
Neste item são abordados mecanismos de corrosão que produzem trincas e que estão associados
com esforços mecânicos, sejam aplicados sobre o material, sejam decorrentes do processo de
fabricação, como tensões residuais, ou sejam ainda conseqüência do próprio processo corrosivo.
Os tipos de trincas podem ser intergranulares ou transgranulares, e podem ou não estar associadas a
inclusões ou segundas fases presentes.
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A propagação das trincas associadas aos processos de corrosão é geralmente muito lenta, até que
seja atingido o tamanho crítico para a ocorrência da fratura frágil. Nesta situação, em função dos
esforços atuantes, pequenas trincas podem nuclear fraturas de grandes proporções, deflagradas de
modo praticamente instantâneo.
A análise da significância de defeitos (trincas) é feita pela mecânica da fratura, utilizando-se, por
exemplo, publicações como o PD 6493 - Guindance um Some Métodos for the Derivation of
Acceptance Levels for Defects in Fusion Welded Joints, editado pela British Standards Institution.
A corrosão sob tensão acontece quando um material, submetido a tensões de tração (aplicadas ou
residuais), é colocado em contato com um meio corrosivo específico. As condições metalúrgicas do
material, como dureza, encruamento, fases presentes, são fatores freqüentemente decisivos. A
tensão de tração deve necessariamente ser superior a um certo valor limite.
Neste tipo de corrosão formam-se trincas no material, sendo a perda de espessura muitas vezes
desprezível. As trincas decorrentes da corrosão sob tensão podem ser intergranulares ou
transgranulares. A corrosão sob tensão intergranular ocorre quando a direção preferencial para a
corrosão é o contorno de grão, geralmente devido à precipitação de segundas fases nos contornos ou
à existência de segregações neste local.
A propagação de trinca por corrosão sob tensão é geralmente lenta, até atingir o tamanho crítico
para uma ruptura brusca.
Não existem uns mecanismos gerais para explicar o fenômeno da corrosão sob tensão, cada par
material-meio específico apresenta sua particularidades.
De um modo geral as combinações resultam na formação de filme ou película na superfície do
material, que lhe confere grande resistência à corrosão uniforme.
Os mecanismos propostos para explicar os diversos casos podem ser grupados em anódinos e
catódicos, conforme a principal causa da propagação seja a dissolução do material na ponta da
trinca ou a fratura associada à presença de hidrogênio atômico na estrutura cristalina (fragilização
pelo hidrogênio).
Vários modelos de corrosão sob tensão estão propostos, ainda em pesquisa.
Nos diversos casos de corrosão sob tensão podem ocorrer simultaneamente dois ou mais modelos.
Alguns, dentre os principais modelos, são:
b). Modelo da formação de túneis de corrosão Neste modelo o filme passivo é rompido pela
emersão de degraus de deslizamento, formando-se pequenos pites que se desenvolvem numa
fina rede de túneis que é rompido por fratura dútil. Os pites formados podem ter a forma de
fendas, com largura da ordem de dimensões atômicas, como conseqüência das tensões de tração
atuantes. Este modelo explica a corrosão sob tensão transgranular do aço inoxidável austenítico
na presença de cloretos;
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d). Modelo da película de empanado Este modelo se aplica tanto à corrosão transgranular como
intergranular. A fratura da película de corrosão expõe o metal diretamente ao meio, permitindo
sua corrosão e refazendo a película. Deste modo à trinca avança um pouco a cada ciclo de
fratura e corrosão. Este modelo pode ocorrer no caso de latões na presença de amônia e
oxigênio.
e). Modelo da fragilização pelo hidrogênio Este modelo vem a acontecer na realidade quando
existem átomos de hidrogênio em solução sólida na estrutura cristalina do material. A origem
destes átomos de hidrogênio não é importante para o funcionamento do modelo em si. Uma
destas fontes é a reação catódica de redução dos íons de hidrogênio, que ocorre em meios
desagrados.
Os átomos de hidrogênio tendem a se difundir para locais de maior concentração de tensões,
como a ponta de trinca, interagindo com o material de maneira ainda discutível.
Dentre as teorias existentes para explicar a fragilização pelo hidrogênio destacam-se: a teoria da
decisão da ligação atômica, onde os átomos de hidrogênio interagem com os elétrons
responsáveis pela ligação metálica, reduzindo sua resistência e promovendo a fratura frágil por
clivagem, e a teoria da plasticidade concentrada, onde a criação e movimentação de
discordância é facilitada pela presença dos átomos de hidrogênio, levando a um amolecimento
do material da ponta da trinca e sua propagação por coalescimento de microcavidades.
A fragilização pelo hidrogênio ocorre, por exemplo, em aços na presença de H2S e em aços de
alta resistência na presença de cloretos.
A prevenção da corrosão sob tensão é mais fácil na etapa de projeto. Para corrigir uma situação
já existente o número de opções possíveis é menor e recai, em geral, na utilização de práticas
normais de prevenção contra a corrosão eletroquímica.
47
8.3 -(c.a) Fragilização por metal Líquido.
A fadiga de um material é a progressão de uma trinca a partir da superfície até a fratura, quando o
material é submetido a solicitações mecânicas cíclicos.
A fadiga inicia-se em um imperfeição superficial que é um ponto de concentração de tensões e
progride perpendicularmente a tensão. A progressão da trinca dá-se pela deformação plástica
verificada na base da trinca associada ao constante aumento de concentração de tensões. Após
atingir um tamanho crítico na trinca, este se rompe bruscamente causando a falha por fadiga do
equipamento.
A resistência à fadiga dos materiais é determinada através das curvas de fadiga, nestas curvas
relaciona-se a tensão aplicada como o número de ciclos para ocorrência de fadiga. Observa-se que
para os materiais ferrosos há um limite tensão abaixo do qual por mais que se aumente o número de
ciclos não haverá fadiga, a este valor de tensão chama-se limite da fadiga. Os metais não ferrosos de
modo geral não apresentam limite de fadiga.
Um processo corrosivo pode ser a causa do surgimento da trinca superficial por onde se inicia a
fadiga. A base da trinca é uma região tencionada e encruada que age como área anódina em relação
ao restante do material, logo a presença de um eletrólito no interior da trinca provoca corrosão e
acelera a progressão da mesma.
A associação dos dois efeitos causa a falha do material em um número muito menor de ciclos do
que se o fenômeno de fadiga ou corrosão isoladamente.
Com a ocorrência dos dois efeitos as curvas de fadiga ficam profundamente modificadas e mesmo
para os metais ferrosos desaparece o limite de fadiga quando se tem corrosão fadiga.
Abaixo temos uma coleção de amostras de fotografias mostrando várias formas de corrosão. Para
ver a fotografia em tamanho maior, com mais detalhe, tecle sobre o ícone (miniatura) ou link
respectivo.
CAPITULO IX.
Os produtos da corrosão nos processos químicos formam-se por difusão no estado sólido. A difusão
constitui-se do deslocamento de ânions do meio corrosivo, por exemplo O-2, e cátions do metal, por
exemplo Fe2+.
A movimentação dos íons se dá através da película de produto de corrosão e a sua velocidade cresce
com o aumento da temperatura.
O deslocamento pode ser dos ânions no sentido do metal, dos cátions no sentido do meio ou
simultânea.
A difusão catiônica (cátions no sentido do meio) é mais freqüente porque os íons metálicos são, em
geral, menores que os ânions (especialmente o O-2), tornando a passagem dos mesmos pela rede
cristalina do óxido mais facilitada e mais provável.
48
Como se trata de difusão no estado sólido, a corrosão é influenciada fundamentalmente pela
temperatura, pelo gradiente de concentração do metal e pelas leis de migração em face das
imperfeições reticulares e nos semicondutores.
As películas de produto de corrosão química podem crescer segundo três leis de formação:
y = Kt
onde:
y = espessura da película t = tempo K = constante
Esta lei é seguida para metais que formam películas porosas ou voláteis como, por exemplo, Na,
Ca, Mg e K (películas porosas), Mo e W (películas voláteis); "
Esta lei de crescimento é a muito comum em metais em altas temperaturas, tais como o Fe,
Ni, Cu e Co.
De modo geral para películas não porosas, o crescimento tende a ser parabólico, com
exceção daquelas muito impermeáveis que crescem logaritmicamente e daquelas que
fraturam com facilidade, que crescem linearmente;
Esta lei de crescimento é muito comum em metais em temperatura não muito elevadas, tais
como o Fe, Zn, Ni e Al. A película neste caso tem um crescimento grande inicialmente e,
sofre acréscimos muito pequenos com o tempo mantendo-se praticamente constante a
espessura da película de corrosão.
49
De modo geral, este tipo de crescimento é observado em películas muito impermeáveis
como as formadas sobre o Al e o Cr.
As películas formadas em corrosão química poderão ser protetoras ou não, dependendo das
seguintes características:
Volatilidade: as protetoras devem ser não voláteis;
Resistividade elétrica: as películas de maior resistividade elétrica oferecem maior dificuldade à
difusão iônica e logicamente são mais protetoras por imporem maior restrição à passagem destes
íons;
Impermeabilidade da rede cristalina: quanto mais compacta a rede cristalina maior será a
dificuldade para a difusão e, portanto, mais protetora;
Aderência: as películas mais finas são, de modo geral, mais aderentes quando a rede cristalina do
produto de corrosão é semelhante a do metal tem-se normalmente maior aderência da película.
Películas mais aderentes são mais protetoras;
Refratariedade: as películas para serem protetoras não devem fundir a baixas temperaturas;
Elasticidade: as películas muito duras fraturam com facilidade, tendendo a ser menos protetoras;
Porosidade: está intimamente ligada à impermeabilidade da rede cristalina. Quanto menos porosa
mais protetora é a película;
Para
Para
a película é formada sob tração, é porosa e não protetora. Estas relações foram estabelecidas por
Pilling e Bedworth (1923) para alguns metais e estão citados. Das propriedades mencionadas e da
relação de Pilling e Bedworth podem ser tiradas as seguintes conclusões relacionadas às películas
protetoras:
a). K, Na, Ca, Mg formam películas porosas e, não protetoras, que apresentam crescimento
linear;
b). Fe, Ni, Cu formam películas compactas, porém fraturam e perdem aderência com facilidade
apresentando um crescimento parabólico;
c). Al e Cr formam películas compactas, aderentes, plásticas, impermeáveis, logo são muito
protetoras apresentando um crescimento logarítmico;
50
Os principais meios corrosivos a altas temperaturas são:
Vapor d'água: em temperatura elevada o vapor d'água pode atacar certos metais formando
óxido e liberando hidrogênio que pode provocar fragilização pelo hidrogênio;
Cinzas: a queima de combustível em fornos, caldeiras, turbinas a gás, etc., pode provocar
sérios problemas de corrosão devido a cinzas contendo vanádio e sulfato de sódio.
O vanádio presente no combustível oxida-se a V2O5 e forma eutéticos de baixo ponto de fusão com
os óxidos do metal destruindo as películas protetoras das superfícies metálicas.
O sulfato de sódio origina-se de reações de SO2 com o NaCl presente no combustível. Este sulfato
de sódio reage posteriormente com os óxidos formados destruindo também, as películas protetoras.
A ação combinada do vanádio e sulfato de sódio é muito mais acentuada sobretudo em cinzas
contendo cerca de 85% de V2O5 e 15% de Na2SO4.
É um tipo de corrosão que se manifesta em alguns aços e outras ligas onde ocorre uma oxidação
extremamente rápida, conduzindo à destruição da liga.
A corrosão ou oxidação catastrófica ocorre, particularmente em aços contendo molibdênio e aços
com alto teor de vanádio devido ao baixo ponto de fusão de seus óxidos.
Este tipo de corrosão ocorre em situações em que se trabalha com um metal líquido em contato com
outro sólido, como por exemplo em reatores nucleares. A corrosão pode ocorrer devido à dissolução
do metal sólido no líquido ou a penetração intergranular do metal líquido no sólido do recipiente.
Em ambos os casos há a formação de uma liga com a perda de material do recipiente.
51
Os materiais metálicos podem ter resistência própria à corrosão ou tê-la ampliada pela utilização
dos métodos ou técnicas de proteção anticorrosiva.
A tecnologia hoje existente permite a utilização dos materiais em praticamente todos os meios
corrosivos com a durabilidade dentro da extensão desejada.
CAPITULO X.
A resistência à corrosão dos materiais metálicos está associada ao fato dos mesmos serem expostos
ao meio corrosivo, apresentando taxas de corrosão baixas e controladas.
Esta resistência pode decorrer de características próprias do material ou ser conferida por métodos
de proteção anticorrosiva.
Controlar a corrosão consiste portanto em se obter o controle das velocidades de corrosão, ou seja,
do funcionamento das pilhas de corrosão no caso da corrosão eletroquímica e do crescimento da
película no caso da corrosão química ou oxidação a altas temperaturas.
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Controlar a corrosão eletroquímica significa paralisar ou diminuir a intensidade das pilhas de
corrosão. Como se viu nos Capítulos anteriores os fenômenos mais importantes na resistência à
corrosão são a polarização e a passivaçã.
Os fenômenos de polarização que acompanham os processos corrosivos podem ser acelerados por
técnicas tais como o uso de inibidores, proteção catódica, revestimentos dentre outros, enquanto os
fenômenos de passivação conferem ao material um comportamento de maior nobreza e podem ser
acelerados pelo uso de proteção anódina e modificações no meio corrosivo como, por exemplo, o
controle de pH. O controle de corrosão eletroquímica pode ser anódino, catódico ou misto.
Os materiais metálicos podem possuir resistência própria a determinados meios corrosivos. Esta
resistência está associada a passivação do material no meio corrosivo considerado, o qual é função
da composição química do material. Dentre os elementos de liga que formam a camada passiva
podemos citar: alumínio, cromo, titânio, níquel, entre outros.
Alguns materiais de elevado uso industrial possuem baixa resistência à corrosão na maioria dos
meios. Esta resistência pode ser melhorada, ampliada ou até mesmo obtida no seu mais elevado
grau, utilizando técnicas ou métodos de proteção anticorrosiva que promovem a passivação ou a
polarização do material. Dentre estas técnicas ou métodos podem ser citados os revestimentos, os
inibidores de corrosão, as técnicas de modificação do meio, a proteção catódica e anódina e ainda o
controle pelo projeto.
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O aumento da resistência à corrosão pelo uso dos inibidores de corrosão constitui-se em uma
técnica muito utilizada, especialmente quando o meio corrosivo é líquido e trabalha em circuito
fechado.
Os inibidores são compostos químicos adicionados ao meio que promovem polarização anódina ou
catódica, ou são formadores de película que aumentam a resistência de contato das áreas anódinas e
catódicas das pilhas de corrosão.
Além dos inibidores que agem através do meio corrosivo há outras técnicas importantes de
modificação do meio, dentre elas vale destacar a desaeração e o controle do pH.
A desaeração consiste na retirada de oxigênio do meio, sendo o oxigênio um agente despolarizante,
com a sua retirada favorece-se a polarização catódica com a conseqüente diminuição da intensidade
do processo corrosivo.
Os processos de retirada de oxigênio podem ser químicos ou mecânicos.O processo químico é
realizado pelos seqüestradores de oxigênio, enquanto que a retirada do processo mecânico é feita
em desaeração por arraste do oxigênio por um outro gás, comumente vapor, ou em câmara de vácuo
onde a descompressão propicia a saída de gases.
O controle de pH visa favorecer a passivação dos metais, que se tornam passivos com o pH
ligeiramente básico. Cuidado especial deve-se ter com os metais anfóteros que perdem a resistência
à corrosão em meios muito básicos e com a precipitação de compostos de cálcio e magnésio que se
tornam insolúveis em pH elevado, podendo trazer problemas de incrustação.
Estes dois métodos de aumento da resistência à corrosão são muito utilizados em sistemas de água
de refrigeração, água de caldeira, água de injeção em poços de petróleo, em fluidos diversos como
os de perfuração de poços de petróleo e os de complementação.
Destaca-se ainda, como métodos que reduzem as taxas de corrosão o controle de velocidade relativa
metal/eletrólito e o controle de temperatura.
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Este aumento de resistência pode ser obtido de duas formas, a primeira adotando práticas que
minimizem os problemas de corrosão e a segunda utilizando as técnicas de proteção anticorrosiva.
Como foi dito anteriormente o aumento da resistência à corrosão química baseia-se em impedir ou
controlar a interação química entre o metal e o meio corrosivo.
Com esse objetivo, como se viu, pode-se agir no metal de forma a se obter películas protetoras ou
utilizar revestimento refratários e isolantes.
Adição de cromo nos aços aumenta a resistência à oxidação de acordo com a seguinte tabela:
As ligas de Ni - monel (Ni - 67%, Cu - 32%), inconel (Ni - 78%, Cr - 14% e Fe - 7%) e
outras são resistentes à corrosão em atmosferas oxidantes. Ligas contendo alto teor de Ni e
de Cr resistem satisfatoriamente a cinzas contendo vanádio e sulfato de sódio, sendo as
principais a 50 Cr e 50 Ni e a 60 Cr e 40 Ni.
De acordo com as observações acima, verifica-se a grande utilização das ligas Fe-Cr, Fe-Cr-Ni e
Ni-Cr na construção de equipamentos que trabalham a alta temperatura tais como:
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Tubos de fornos e caldeiras;
Queimaduras;
CAPITULO XI.
Os inibidores são compostos químicos que, quando adicionados ao meio corrosivo, diminuem a sua
agressividade, por um dos seguintes mecanismos:
Inibição anódina (inibidores anódinos): são compostos que formam produtos insolúveis nas
áreas anódinas, produzindo uma polarização anódina. Estes inibidores são também
chamados de passivadores:
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Exemplo: hidróxidos, carbonatos, fosfatos, silicatos, boratos de metais alcalinos, nitrito de
sódio e cromatos de potássio e sódio.
Inibição catódica (inibidores catódicos): são compostos que formam produtos insolúveis nas
áreas catódicas, produzindo uma polarização catódica.
Exemplo: sulfatos de zinco, magnésio ou níquel.
Inibição por barreira (inibidores por adsorção): são compostos que têm a propriedade de
formar películas por adsorção à superfície metálica, criando uma película protetora sobre as
áreas anódinas e catódicas.
Exemplo: sabões de metais pesados, aminas, uréia, etc.
Destilação de petróleo;
Testes hidrostático;
Sistema de embalagem;
Os revestimentos protetores são películas aplicadas sobre a superfície metálica e que dificultam o
contato da superfície com o meio corrosivo, objetivando minimizar a degradação da mesma pela
ação do meio.
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O principal mecanismo de proteção dos revestimentos é por barreira mas, dependendo da sua
natureza, poderá também proteger por inibição anódina ou por proteção catódica.
O tempo de proteção dado por um revestimento depende do tipo de revestimento (natureza
química), das forças de coesão e adesão, da sua espessura e da permeabilidade à passagem do
eletrólito através da película. Influenciará também, neste tempo, o mecanismo de proteção. Assim,
se a proteção é somente por barreira, tão logo o eletrólito chegue à superfície metálica, iniciará o
processo corrosivo, enquanto que, se houver um mecanismo adicional de proteção (inibição anódina
ou proteção catódica), haverá um prolongamento da vida do revestimento.
Consistem na interposição de uma película metálica entre o meio corrosivo e o metal que se quer
proteger. Os mecanismos de proteção das películas metálicas podem ser: por formação de produtos
insolúveis, por barreira, por proteção catódica, dentre outros.
As películas metálicas protetoras, quando constituídas de um metal mais catódico que o metal de
base, devem ser perfeitas, ou seja, isentas de poros, trincas, etc., para que se evite que diante de uma
eventual falha provoquem corrosão na superfície metálica do metal de base ao invés de evitá-la.
As películas mais anódinas podem ser imperfeitas porque elas conferem proteção catódica à
superfície do metal de base. Os processos de revestimentos metálicos mais comum são:
Reposição por imersão a quente: pela imersão a quente obtém-se, entre outras, as
superfícies zincadas e as estanhadas. O processo de zincagem por imersão é também
denominado de galvanização;
Metalização: o processo por meio do qual se deposita sobre uma superfície previamente
preparada camadas de materiais metálicos. Os metais de deposição são fundidos em uma
fonte de calor gerada no bico de uma pistola apropriada, por meio de combustão de gases,
arco elétrico, plasma e por detonação. O metal fundido é pulverizado e aspergido sobre o
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substrato a proteger. Por metalização faz-se revestimentos com zinco, alumínio, chumbo,
estanho, cobre e diversas ligas;
Consistem na interposição de uma película não-metálica inorgânica entre o meio corrosivo e o metal
que se quer proteger. Os mecanismos de proteção são, essencialmente, por barreira e por inibição
anódina.
Revestimento com vidro: consiste na colocação de uma camada de vidro sobre a superfície
metálica. Esta camada é aplicada sob a forma de esmalte e fundida em fornos apropriados.
Consegue-se uma película de alta resistência química, muito utilizada na indústria química;
Revestimento com esmalte vítreo: consiste na colocação de uma camada de esmalte vítreo
(vidro + cargas + pigmentos) aplicada sob a forma de esmalte e fundida em fornos
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apropriados. Este revestimento é usado em alguns utensílios domésticos, em fogões,
máquinas de lavar, etc.;
Consiste na interposição de uma camada de natureza orgânica entre a superfície metálica e o meio
corrosivo. Os principais revestimentos orgânicos são os seguintes:
As espessuras dos revestimentos situam-se na faixa de 400 mm e 8 mm, sendo mais freqüentes o
uso de espessuras entre 3 e 6 mm.
Estes revestimentos devem possuir uma série de características para que possam cumprir as suas
finalidades. Dentre elas podem ser mencionadas:
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Resistência à acidez, alcalinidade, sais e bactérias do solo;
Durabilidade;
Economicidade.
É praticamente impossível encontrar um revestimento que atenda a todas estas características com
perfeição. Os melhores são aqueles que atendem ao maior número delas.
Os principais tipos de revestimentos empregados para tubulações enterradas ou submersas são:
Limpeza dos tubos: com escovas ou com jateamento abrasivo comercial; o aplicação
da tinta de fundo ou primer, que é uma tinta de base elastomérica e que seca por
evaporação do solvente;
Aplicação imediata de uma camada de véu de fibra de vidro e outra de papel feltro.
O esquema de aplicação do revestimento duplo consiste na aplicação, logo após o véu de fibra de
vidro, de outra camada de esmalte de alcatrão de hulha com véu de fibra de vidro e finalmente o
papel feltro.
O revestimento de esmalte de alcatrão de hulha em oleodutos, gasodutos e adutoras pode ser feito
no campo ou em planta fixa. Nesta última a qualidade do revestimento é sempre superior, pelo
melhor controle da qualidade na aplicação.
Para dutos submersos aplica-se sobre o revestimento duplo de esmalte de alcatrão de hulha um
revestimento de concreto para provocar a flutuação negativa (deposição no fundo).
O revestimento de dutos submersos ou enterrados por meio de esmaltes de alcatrão de hulha vem
tendo sua utilização sensivelmente diminuída pelos seguintes motivos:
Sua resistividade elétrica decai a cerca de 60% nos primeiros 10 anos depois de aplicado,
demandando maior solicitação do sistema de proteção catódica;
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Degradação devido à ação dos raios solares quando armazenado por períodos de tempo
superiores há 6 meses;
Quando aplicados no revestimento de dutos enterrados em terrenos impregnados com pedras, requer
uma proteção conta danos mecânicos;
Tem, entretanto, menor preço do que aquele. Seu uso está em declínio, por razões idênticas às do
alcatrão de hulha;
Revestimento com fitas plásticas: as fitas plásticas mais utilizadas em revestimentos são:
Fitas de PVC;
Fitas de poliéster.
As fitas são aplicadas helicoidalmente em torno do tubo a ser protegido com uma sobreposição de
50% entre camadas. A aplicação pode ser manual ou mecânica. Geralmente, antecede a aplicação
das fitas uma limpeza da superfície e a aplicação de um primer capaz de melhorar a adesão da fita.
Apresentam como grande vantagem à aplicabilidade no campo, porém, como a possibilidade de
falha na sobreposição é considerável, constituem-se em um revestimento de qualidade inferior. As
fitas são recomendadas apenas para pequenas tubulações e obras de pouca responsabilidade. São
também particularmente aplicáveis a reparos no campo. A aplicação em duas camadas constitui-se
em um recurso para obter-se melhoria da performance;
Revestimento por tinta à base de coal-tar epóxi: a pintura com coal-tar epóxi é usada em
uma espessura da ordem de 500 mm.
62
uma temperatura da ordem de 200°C. Requer um preparo de superfície com grau de limpeza
As 2 1/2 (jateamento quase branco).
É aplicado com espessura variando de 3 a 5 mm.
Revestimento com tinta epóxi em pó (Fusion Bonde Epóxi): é também um moderno sistema
de proteção anticorrosiva de dutos enterrados e submersos. Constitui-se de uma camada de
400 a 450 micrometros de espessura, à base de resina epóxi termocurada, aplicada a pó, pelo
processo eletrostático. Suas principais propriedades são a excelente adesão e a proteção
anticorrosiva. A tinta epóxi aplicada a pó pelo processo eletrostático, portanto sem solvente,
não está sujeita a muitos poros e assim possui impermeabilidade (proteção por barreira)
ainda superior às tintas epóxi convencionais. A película de 400 micrometros tem elevada
dureza e, portanto, baixa resistência ao impacto, o que acarreta uma razoável incidência de
reparos durante o lançamento do duto.
CAPITULO XII.
Dependendo do tipo de ação do meio corrosivo sobre o material, os processos corrosivos podem ser
classificados em dois grandes grupos, abrangendo todos os casos deterioração por corrosão:
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Corrosão Eletroquímica
Corrosão Química.
Nos processos de corrosão, os metais reagem com os elementos não metálicos presentes no meio,
O2, S, H2S, CO2 entre outros, produzindo compostos semelhantes aos encontrados na natureza, dos
quais foram extraídos.
Conclui-se, portanto, que nestes casos a corrosão corresponde ao inverso dos processos
metalúrgicos.
Os processos de corrosão química são, por vezes, denominados corrosão ou oxidação em altas
temperaturas.
Estes processos são menos freqüentes na natureza, envolvendo operações onde as temperaturas são
elevadas.
Tais processos corrosivos se caracterizam basicamente por:
Como na corrosão química não se necessita de água líquida, ela também é denominada em meio não
aquoso ou corrosão seca.
12.1 -(h.a) Corrosão Localizada (Toda ou a maioria da perda metálica ocorre em discretas áreas)
12.1.1 -(h.a) Filiforme: Ocorre em superfícies pintadas com um delgado filme de tinta base
orgânica, tipicamente 0.1mm de espessura, caracterizado pela aparência de finos filamentos em
direções semi-aleatórias de uma ou mais fontes.
12.1.2 -(h.a) Fissura: Corrosão que ocorre em trincas, estreitas aberturas ou espaços metal/metal ou
não-metal/metal.
12.1.3 -(h.a) Corrosão por Pontos: Corrosão extremamente localizada caracterizada por
aparecimento de pequenas depressões sobre a superfície metálica. A corrosão por pontos é
observada sobre superfícies com pouca ou nenhuma corrosão generalizada.
12.1.4 -(h.a) Microbiológica localizada: Corrosão que ocorre quando organismos biológicos são a
única causa ou fator de aceleração na corrosão localizada.
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12.1.5 -(h.a) Corrosão Devido a Fatores Metalúrgicos (Formas de ataque onde à metalurgia
exerce uma significante influência)
12.1.5.1 -(h.a) Intergranular: Corrosão que ocorre quando a velocidade de corrosão das áreas de
contorno de grãos (metalúrgicos) de uma liga excede àquela do interior do grão. Este fenômeno
ocasiona a migração de elementos em direção aos contornos de grãos e o conseqüente
empobrecimento da matriz metalúrgica.
12.1.5.2 -(h.a) Deslocamento: Uma forma de corrosão caracterizada pela remoção preferencial de
um dos componentes da liga deixando para traz uma estrutura residual alterada.
12.2.1 -(h.a) Erosão: Remoção do material superficial pela ação de vários impactos de partículas
sólidas ou líquidas.
12.2.3 -(h.a) Cavitação: O fenômeno cavitação ocorre e, áreas com altas velocidades de fluxos e
rápidas mudanças de pressões. Isto causa colapso de bolhas de gás ou vapor projetando forças
poderosas na superfície metálica removendo a camada de passivação e desta forma potencializando
a corrosão.
12.2.4.1 -(h.a) Ruptura Induzida Pelo Meio Ambiente: Formas de falhas que são produzidas em
materiais com tensões residuais.
12.2.4.2 -(h.a) Trincas sob tensão: Propagação de trinca devido a uma tensão aplicada.
Alguns materiais de elevado uso industrial possuem baixa resistência à corrosão na maioria dos
meios. Esta resistência pode ser melhorada, ampliada ou até mesmo obtida no seu mais elevado
grau, utilizando técnicas ou métodos de proteção anticorrosiva.
O aumento da resistência à corrosão pelo uso dos inibidores de corrosão constitui-se em uma
técnica muito utilizada, especialmente quando o meio corrosivo é líquido.
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Os inibidores são compostos químicos adicionados ao meio que promovem polarização anódina ou
catódica, ou são formadores de película que aumentam a resistência de contato das áreas anódinas e
catódicas.
Além dos inibidores que agem através do meio corrosivo há outras técnicas importantes de
modificação do meio, dentre elas vale destacar a desaeração e o controle do pH.
A desaeração consiste na retirada de oxigênio do meio, sendo o oxigênio um agente despolarizante,
com a sua retirada favorece-se a polarização catódica com a conseqüente diminuição da intensidade
do processo corrosivo.
O controle de pH visa favorecer a passivação dos metais, que se tornam passivos com o pH
ligeiramente básico.
Estes dois métodos de aumento da resistência à corrosão são muito utilizados em sistemas de água
de refrigeração, água de caldeira, água de injeção em poços de petróleo, em fluidos diversos como
os de perfuração de poços de petróleo e os de complementação.
Os aços estabilizados podem ser atacados intergranularmente, sob certas condições, devido à
precipitação de carbetos de cromo.
Este ataque é semelhante ao descaimento por solda, pois ambos resultam de uma corrosão
intergranular provocada pela solda.
pode aparecer numa linha estreita adjacente à solda, enquanto o descaimento por solda
ocorre a distâncias maiores;
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Este fenômeno tem a ver com a solubilidade do nióbio ou titânio em aços inoxidável estabilizados.
No caso do nióbio, o carbeto de nióbio dissolve no metal a altas temperaturas (T>1230 oC), próximo
ao cordão de solda, permanecendo em solução quando resfriado rapidamente. Entretanto, na região
vizinha, este permanece solubilizado. Desta forma, numa estreita faixa (com apenas alguns grãos de
espessura) o carbono se mantém livre para reagir com o cromo e formar o carbeto Quando a
temperatura atingir os 425 C236oC, durante um processo posterior de alívio de tensões ou de nova
soldagem. Para evitar o ataque em linha de faca sugere-se um aquecimento na região de
temperaturas onde ocorre à precipitação dos carbetos de nióbio e dissolução dos carbetos de cromo,
após a soldagem de toda a estrutura.
Deve-se salientar que outras ligas são suscetíveis ao ataque intergranular, como por exemplo, as
ligas tipo (Al-Cu) endurecidos por precipitação.
O processo de corrosão seletiva ocorre quando um ou mais componentes da liga são mais
susceptíveis a corrosão que os outros. Os elementos susceptíveis de dissolução seletiva são
geralmente mais ativos eletroquimicamente e são dissolvidos anodicamente por contato galvânico
com componentes mais nobres. O exemplo mais importante de corrosão seletiva é a remoção de
zinco de latão (dezincificação). Um outro exemplo é a corrosão grafítica do aço fundido.
É o nome dado ao ataque seletivo que ocorre nos latões com teor de zinco maior que 15%,
normalmente devido a prolongadas exposições a água aerada com altas concentrações de CO2 e/ou
Cl Ligas de cobre zinco contendo duas fases (α + ) são mais susceptíveis a dezincificação,
especialmente se a liga rica em zinco - fase for contínua. A remoção do zinco origina uma superfície
porosa com uma fina camada de cobre e óxido de cobre. ββ
O processo de dezincificação pode ocorrer de uma forma uniforme ou de forma localizada. Embora
não ocorram variações dimensionais significativas, o material pode sofrer falhas inesperadas devido
à diminuição na resistência do material dezincificado. O ataque uniforme aparece,
preferencialmente, em latões de alto teor de zinco em ambientes ácidos, enquanto que o localizado
aparece em latões de baixo teor de zinco em soluções neutras ou alcalinas. Estes são aspectos gerais
e muitas exceções têm ocorrido.
A dezincificação pode ser eliminada ou reduzida, diminuindo-se a agressividade do meio ( por
exemplo, retirando o O2) ou por proteção catódica. Tais métodos são antieconômicos, de forma que
é comum o uso de ligas menos suscetíveis a esse fenômeno. O latão vermelho (< 15% Zn) é quase
imune a dezincificação, e a adição de pequenas quantidades de P, As ou Sb à liga de Cu, 28% Zn,
1% Sn (admiralty brass) provou ser muito eficaz.
O mecanismo que mais explica o processo de dezincificação considera duas etapas. Numa primeira
há a dissolução simultânea da liga seguida pela redeposição do cobre. Como conseqüência haverá a
formação de uma camada de cobre porosa. Numa Segunda etapa há a dissolução seletiva do zinco.
Esta última etapa não é a etapa determinante do processo devido à baixa taxa de difusão do zinco
em estado sólido.
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