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TRATAMENTO DE ESGOTO
Rio de Janeiro
Setembro de 2017
MELHORIA DA AUTOMAÇÃO DOS PROCESSOS DE UMA ESTAÇÃO DE
TRATAMENTO DE ESGOTO
Examinado por:
_________________________________
Prof: Armando Carlos de Pina Filho, D.Sc.
_________________________________
Profa. Andrea Valdman, D.Sc.
_________________________________
Prof. Bruno Didier Olivier Capron, D.Sc.
iii
Dedico este trabalho às pessoas
que me apoiaram nesse longo
período de experiência de vida e
trajeto até a graduação em
Engenharia de Controle e
Automação. Meus pais, meus avós,
família, namorada, amigos, colegas
de curso, e a todos aqueles que
contribuíram de alguma forma,
mesmo de forma pessimista, e
agora compartilham a minha alegria
em finalmente concluir essa difícil
etapa de vida. A alegria é dividida e
tenho certeza que por todos. A
sensação de transformar o
aprendizado em resultado prático na
busca de uma sociedade melhor e
com mais qualidade de vida
A vida é como uma viagem de trem,
não fique parado na estação.
iv
Agradecimentos
Gostaria de agradecer a todos que me deram suporte para a conclusão dessa jornada,
em primeiro lugar, ao meu orientador, Armando Carlos de Pina Filho, que me deu todo auxilio
para o desenvolvimento deste trabalho. Aos companheiros da empresa que auxiliaram nas
respostas a parte de tratamento de esgotos, ao meu sócio e tio Marcelo Tenorio que auxilia
diariamente no desenvolvimento de novos projetos na empresa, além de amigos de curso,
que me auxiliaram a mitigar os problemas de desenvolvimento do projeto.
Aos membros da banca, que aceitaram me avaliar e, que tanto contribuíram para
melhora da qualidade deste trabalho com suas sugestões. A LTROTTA Engenharia, empresa
que possibilitou a oportunidade de estagiar e desenvolver o embrião deste projeto, além da
FACE Ambiental que possibilitou a escolha do tema e sempre auxiliou nas melhores soluções
que poderiam ser desenvolvidas.
Agradeço a todos os docentes e colegas das mais diversas turmas que me
acompanharam durante a graduação. A todos os meus familiares, inclusive os que nos
deixaram, à minha namorada e amigos mais próximos, que me deram todo suporte, carinho
e apoio necessários para o meu sucesso.
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à POLI/UFRJ como parte dos requisitos
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
Since the middle of the 20th century, with the increase of population and industries, the
environmental aspect has come to be valued, with the treatment through the removal,
among many others, of nitrogen and phosphorus, as well as the channeling of domestic
and industrial sewage to a sewage treatment plant (ETE). The main function of a TEE is
to treat waste to reduce pollution to acceptable levels before sending effluents to
receiving water bodies. At the station, various automation components such as motors,
sensors, logic blocks, timers and meters are required. This work was developed to find
a solution to possible human faults, besides reducing labor costs, presenting an existing
effluent treatment plant, and its integration with relevant equipment and instruments. The
methodology was divided into bibliographic research, to define the overall planning
through theoretical references, followed by the study of the current treatment station in
which a greater detail of the process was sought and the insertion of ideas to improve
the system. The objective of the work is to implement automation in an existing ETE,
assist in this process of improving automation, and seek an improvement in the current
service. The automation was performed by the LADDER language, in programs that
simulate the operation of the Programmable Logic Controllers (PLC). With the
implementation of this automation it is possible to avoid human failures and reduce
system maintenance costs.
vii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS X
LISTA DE TABELAS XI
CAPÍTULO 1 12
INTRODUÇÃO 12
1.1 PROBLEMAS 14
1.2 OBJETIVOS 14
1.3 AUTOMAÇÃO 15
1.4 METODOLOGIA 15
CAPÍTULO 2 17
TRATAMENTO DE EFLUENTES 17
CAPÍTULO 3 25
DETALHAMENTO DA AUTOMAÇÃO 25
CAPÍTULO 4 31
EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS 31
viii
4.5 IHM (INTERFACE HOMEM MÁQUINA) LOCAL 35
4.6 MEDIDORES DE GRANDEZAS ELÉTRICAS 35
4.7 DOSADOR DE CLORO 35
4.8 ANALISADOR DE CLORO 36
4.9 ANALISADOR DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO (OD) 36
4.10 MEDIDOR DE VAZÃO ULTRASSÔNICO / CALHA PARSHALL 37
4.11 CHAVES BOIA 37
CAPÍTULO 5 38
CAPÍTULO 6 45
AUTOMAÇÃO NA ETE 45
CAPÍTULO 7 66
CONSIDERAÇÕES FINAIS 66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 67
ix
LISTA DE FIGURAS
x
LISTA DE TABELAS
xi
Capítulo 1
Introdução
Com isso, uma série de exigências foram criadas, que levaram a uma evolução
na qualidade do tratamento dos dejetos. Assim, o tratamento das águas usadas é
incontestavelmente fundamental, pois reduzem ou evitam a proliferação de organismos
patogênicos que podem contaminar o homem e animais através da água.
Desta forma, a implantação de novas ETEs, assim como o aumento das redes
de tratamento de águas em geral, permitem uma melhor qualidade de vida, visto que
evitam doenças que podem ter sérias consequências como o aumento da mortalidade
infantil, redução da produtividade e aumento do custo hospitalar. É importante ressaltar
que o tratamento das águas usadas também reduz os efeitos poluidores sobre os
ecossistemas aquáticos.
12
composição é formada por partículas suspensas ou dissolvidas, material orgânico,
nutrientes e organismos patogênicos, como vírus, bactérias, protozoários e helmintos,
sendo estes a maior preocupação para o tratamento dos esgotos. As principais doenças
transmitidas pela água, que acarretam muitas mortes por dia, são a diarreia infecciosa,
a cólera, a hepatite, a leptospirose e a esquistossomose (SANTOS et al., 2003).
Já um sistema de esgoto tem seu fluxo definido pela ação da lei da gravidade, e
pode ser dividido entre a rede coletora e estações elevatórias. As redes coletoras
recolhem os efluentes de diversos estabelecimentos ou indústrias e enviam os dejetos
até a estação de tratamento. Nas estações elevatórias, é realizado o bombeamento dos
esgotos nas redes coletoras para auxiliar o direcionamento do fluxo.
13
Figura 1 – Fluxograma do processo
Fonte:Autor
1.1 PROBLEMAS
Para implementar a automação nas ETEs existentes, frequentemente ocorre
problemas ligados a limitações do espaço, pois por muitas vezes no projeto inicial da
ETE, não era previsto um espaço destinado aos componentes necessários para a
automação. Nas novas ETEs, este problema não é encontrado pois já são construídas
com o devido espaço para implementar a automação.
1.2 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivos, apresentar como a automação permitiu uma
melhoria nos sistemas de tratamento, descrever um sistema atual, com seu tipo de
tratamento de efluentes existentes, e a integração com os equipamentos e os
instrumentos.
14
• Descrever sobre os processos de tratamentos dos efluentes;
• Abordar o processo de automação de uma Estação de Tratamento de Esgotos;
• Detalhar a utilização dos equipamentos e instrumentos;
• Apresentar os resultados do aprimoramento do processo da Automação da
ETE.
1.3 AUTOMAÇÃO
A busca pela automação no saneamento não é algo novo, sua significativa
melhora em eficiência energética e em qualidade de tratamento, aliado a equipamentos
mais modernos leva a automação ao caminho natural do desenvolvimento da qualidade
dos tratamentos.
1.4 METODOLOGIA
A metodologia deste trabalho foi dividida em pesquisa bibliográfica, para definir
o planejamento global através de referências teóricas, seguida pelo estudo de caso em
que se buscou um maior detalhamento do processo e a inserção de ideias para
aprimorar o sistema.
15
A automação de uma estação de tratamento compreende seis funções:
16
Capítulo 2
TRATAMENTO DE EFLUENTES
A poluição das águas é uma das formas de poluição do meio ambiente mais
preocupantes. Isto fez com que diversas medidas para o seu tratamento tenham se
iniciado, como por exemplo o tratamento dos efluentes, que são constituídos por
resíduos líquidos lançados para o meio ambiente a partir dos esgotos domésticos, da
agricultura e de atividades industriais. Esses tipos de efluentes podem ser bastante
nocivos, pois podem conter metais pesados, óleos e outras substâncias que causam
problemas ambientais graves.
17
Antes de serem lançados nos corpos hídricos, os efluentes devem ser tratados
de acordo com seu índice de poluição e da presença dos contaminantes. Existem
algumas tecnologias para o tratamento, dentre as estas, as amplamente utilizadas no
mercado são o tratamento primário, secundário e terciário.
18
separa o lodo no processo. Na Figura 3, é possível observar os tanques de decantação
da estação de tratamento de esgotos da CEDAE no Rio de Janeiro.
19
insolúveis e de maior estabilidade. Essas partículas insolúveis formadas podem ser
separadas da água pelas outras técnicas de separação, como a decantação e a
flotação. A vantagem desse sistema é que não se utiliza a adição de produtos químicos
e não há a necessidade de correção do pH (FOGAÇA, 2017).
20
As lagoas de estabilização são os locais em que se realizam o tratamento a fim
de reter a matéria orgânica e gerar água de qualidade para ser devolvida aos corpos
receptores, enquanto que as lagoas facultativas são reservatórios onde a DBO solúvel
é estabilizada por bactérias aeróbicas. Neste caso, o oxigênio requerido é fornecido por
algas que realizam fotossíntese e consomem parte dos nutrientes dissolvidos como os
sais de nitrogênio e fósforo. A complementação do processo com a DBO que vai para o
fundo do tanque, é estabilizada por bactérias anaeróbias. Essa estabilização pode ser
feita a partir da fermentação mecânica, com atuação dos microrganismos sem presença
de oxigênio ou através da adição de produtos químicos, tais como cloreto férrico, cal,
sulfato de alumínio e polímeros orgânicos (FOGAÇA, 2017).
As lagoas aeradas são uma modalidade de tratamento dos efluentes por lagoas
de estabilização. O oxigênio é garantido devido a uma aeração eletromecânica que
fornece um suprimento de oxigênio contínuo para o metabolismo dos organismos
decompositores da matéria orgânica (JORDÃO & PESSOA, 1995). A mistura desse
processo é enviada aos tanques de decantação, e após a sedimentação e estabilização
da mistura, passa a se chamar lodo, que é recolhido e separado do efluente tratado. Na
Figura 6, é possível observar uma lagoa aerada em funcionamento.
O processo com o lodo ativado ocorre com a volta desse lodo ao tanque de
aeração. Na Figura 7, observa-se o lodo ativado de uma estação de tratamento, o
objetivo é ocorrer uma reativação da população dos microrganismos com a recirculação
da biomassa do decantador secundário no tanque de aeração. Assim aumentar a
eficiência do processo, podendo também ser utilizada para remover nitrogênio e fósforo.
(CESA/UFRJ, 2017)
21
Os filtros de percolação também fazem parte do processo de tratamento
secundário, esse filtro é constituído por um tanque com material de enchimento
formando um leito fixo. A percolação permite o crescimento bacteriano na superfície
desse material de enchimento, formando uma película ativa, constituída por colônias
gelatinosas de microrganismos (METCALF & EDDY, 2003). Assim, os compostos
orgânicos do efluente entram em contato com a biomassa e são convertidos por meio
de uma oxidação bioquímica aeróbica. Os fungos também estão presentes nos biofilmes
e competem com as bactérias na degradação do substrato orgânico (JORDÃO &
PESSOA, 1995).
22
No processo de adsorção ou carvão ativado, os poluentes ficam adsorvidos na
superfície do carvão, podendo ocorrer de maneira física por meio de interações
intermoleculares do tipo Van der Waals ou de maneira química por meio de ligações
químicas do tipo covalentes (FOGAÇA, 2017).
Já no processo de troca iônica, certos polímeros são utilizados para poder reter
íons. Assim os íons poluentes presentes nos efluentes ficam retidos na resina polimérica
e são substituídos por outros íons de mesma carga.
23
A cloração está presente no processo de tratamento, seu funcionamento é com
a adição de cloro na água do efluente, tanto para anular a atividade de microrganismos
como para agir como agente oxidante de compostos orgânicos presentes na água. Além
disso também atua como controle do odor, remoção de DBO, controle na proliferação
de moscas e destruição e remoção de agentes poluentes como cianeto, fenóis e
nitrogênio (JORDÃO & PESSOA, 1995).
24
Capítulo 3
DETALHAMENTO DA AUTOMAÇÃO
Sabe-se que a automação está cada dia mais presente na vida das pessoas,
seja por coisas mais simples como os caixas eletrônicos dos bancos e os serviços
domésticos, aos mais complexos presentes nas indústrias. É evidente que o seu
desenvolvimento conduz a um notável ganho para a população devido a melhoria da
qualidade da produção com uma maior eficiência energética.
25
De acordo com a programação, o sistema pode acionar um intertravamento para
desligar ou ligar algum equipamento e assim manter a segurança do processo.
Automatizar um processo é integrar, coordenar e agir em todas as funções de medição,
controle, atuação, alarme e supervisão.
26
Nas ETEs são várias etapas de tratamento em batelada, com isso a vazão de
saída para o rio não é continua. Alguns fatores influenciam como a vazão de entrada e
o tempo ajustado no processo.
A ideia básica por trás de um controlador PID é ler um sensor, calcular a resposta
de saída do controlador através do cálculo proporcional, integral e derivativo e então
somar os três componentes para calcular a saída. Alguns sistemas possuem as parcelas
de forma independentes atuando no controlador.
Figura 9 – Malha de controle PID com a interferência de cada parcela no controle do erro
Fonte: https://www.embarcados.com.br/pid-digital-metodo-de-calculo-numerico/ acesso em
16/04/2017
27
Em um sistema de controle padrão, a variável do processo é a grandeza física
do sistema que precisa ser controlada. Ela é conhecida como variável controlada, que
pode ser a temperatura (°C), a pressão (Pa), nível (m) ou vazão (litros/segundos). Um
sensor é usado para medir a variável de processo e fornecer essa informação
(feedback) para o sistema de controle. O setpoint é o valor desejado da variável de
processo, por exemplo 100°C no caso de um sistema de controle de temperatura, 20
l/segundos para um sistema de controle de vazão. Essa diferença entre a variável de
processo e o setpoint, corresponde ao erro do sistema, é usada pelo algoritmo do
sistema de controle, para determinar a saída do atuador, que irá afetar o funcionamento
do sistema ou da planta.
28
Atualmente os sistemas de automação industrial utilizam tecnologias de
computação e comunicação modernas para automatizar, monitorar e controlar os
processos industriais. A coleta de dados sendo realizada em tempo real e a apresentada
ao operador, com recursos elaborados e conteúdo para facilitar o seu entendimento e a
sua operabilidade.
29
É possível observar no sistema supervisório todas as informações pertinentes
ao funcionamento da ETE, como o controle da vazão, vazão dos insumos de tratamento,
vazão do efluente final e com isso desenvolver a melhor estratégia de funcionamento
para o melhor tratamento da ETE.
30
Capítulo 4
EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS
4.2 Soft-starters
A chave soft-starter como sendo um módulo eletrônico, para partida suave de
motores de indução trifásicos do tipo gaiola, que substitui as técnicas tradicionais como
estrela-triângulo, chave compensadora e autotransformador. São destinadas a
31
aceleração e desaceleração, além da proteção de motores de indução. A chave soft-
starter inicia a transferência gradual e suave de energia para o motor para aceleração
do mesmo, reduzindo os trancos e golpes nos componentes mecânicos e sobrecarga
na rede elétrica durante a partida.
32
um núcleo metálico, mediante a ação de um campo magnético, determinando a trajetória
do fluxo de ar. Este acionamento é realizado por solenoides e pode ser unidirecional,
acionado por um, ou bidirecional, quando acionado por dois solenóides, o principal
problema na hora da programação é definir qual o tipo de falha de segurança que deve
ser decidido, falha aberta ou falha fechada, quando se escolhe de que maneira a válvula
irá funcionar caso ocorra algum erro com o sistema.
33
O PLC inicialmente foi desenvolvido devido a grande dificuldade de mudar a
lógica de controle dos painéis de comando a cada mudança na linha de montagem, tais
mudanças implicavam altos gastos de tempo e dinheiro, assim, inicialmente, o PLC iria
substituir os relés recebendo os sinais de entrada e acionando as saídas conforme as
especificações pré-estabelecidas, seja atuando sobre motores, válvulas ou alarmes. As
vantagens do PLC em relação aos painéis de comandos eletromagnéticos são o menor
espaço a ser disponibilizado, o menor consumo de energia elétrica, a facilidade para
reutilização e reprogramação do sistema, a maior confiabilidade e flexibilidade para o
sistema, além da rapidez para a elaboração dos projetos e a interface de comunicação
com outros PLC’s, computadores e os usuários do sistema.
34
Para a escolha do modelo do controlador é de suma importância o tempo de
varredura, analisando a capacidade de armazenamento do programa, as instruções
programadas e sua resposta. A escolha desse controlador irá influenciar na saída do
sistema, no tempo de resposta as informações de entrada, nas instruções de saída e da
lógica de controle.
35
A dosagem desejada para o tratamento é controlada pela válvula agulha ou por
controlador automático através do controle do fluxo do gás, esse gás segue até o ejetor
criando uma solução com água, essa solução fortemente clorada vai para o ponto de
aplicação.
36
O controle do oxigênio dissolvido apresenta fundamental importância no
processo de aeração nas estações de tratamento, seu nível deve ser minimamente
definido para evitar que com o excesso as bactérias patogênicas se proliferem e a com
sua escassez mate as bactérias que realizam a digestão do lodo.
O tempo que a onda leva entre a emissão e o retorno ao sensor é utilizado para
o cálculo da distância percorrida, assim o sinal é processado por um algoritmo no
módulo eletrônico para ser convertido em valor de vazão, nível ou alguma outra variável.
Além de ser responsável pelo cálculo, o módulo também gerencia algumas outras
funções como a linearização do sinal para saída de 4 a20 mA, a totalização de vazão,
alarme para erros e comunicação digital.
37
Capítulo 5
38
Figura 16 – Arranjo Geral ETE Shopping Lagos
Fonte: Autor
39
5.1 Fluxograma do Processo
O esgoto bruto não tratado vem da rede coletora e passa pela grade de barras
no canal de entrada, o objetivo é eliminar sólidos de grande porte, após a primeira etapa
o esgoto passa na caixa de areia para ocorrer a desarenação.
40
Também se encontra no canal o medidor de vazão tipo Vertedor Thompson, sua
vazão é determinada com relação à altura da superfície de água a montante. A caixa de
areia, cuja função é realizar a desarenação também se encontra no canal de entrada.
Caso a areia entre nas bombas pode danificar os equipamentos, assim a caixa previne
abrasão de bombas e equipamentos móveis, acumulação no fundo de digestores,
obstrução de canalizações, etc.
CAIXA DE AREIA
41
5.3 Tanque de Aeração
No sistema proposto o esgoto afluente, isento de sólidos grosseiros e areia,
penetra na massa líquida através de um "baffle" que o obriga ao percurso de baixo para
cima, atravessando, portanto, o colchão de lodo sedimentado formado no fundo dos
tanques de aeração. Ocorrendo uma mistura de águas residuais com um certo volume
de lodo biologicamente ativo.
42
5.4 Decantador Secundário
Nessa etapa ocorre a separação da fase sólida (lodo) com a fase líquida. O
efluente do decantador secundário, com características físico-químicas compatíveis aos
limites estabelecidos pela legislação ambiental vigente, é então direcionado ao sistema
público de águas pluviais ou corpo receptor mais próximo.
43
Figura 21 – Tanque de Lodo
Fonte:Autor
Essas análises garantem que os efluentes estão sendo lançados nos corpos
receptores de acordo com as características compatíveis da legislação vigente.
44
Capítulo 6
AUTOMAÇÃO NA ETE
Pela descrição dos processos, depreende-se que as ETE necessitam de
diversos motores, sensores e válvulas, que precisam de Controladores Lógicos
Programáveis (PLC) para funcionar e de sistemas supervisórios que monitorem a
operação dos mesmos (CASTRUCCI, 2007).
45
Figura 22 – Diagrama de Força e Diagrama de Comando - ETE Shopping Lagos
Fonte: Autor
46
O diagrama de comando define o funcionamento da estação, através de
escolhas para o funcionamento dos equipamentos toda a parte de automação da
estação é iniciada.
Os contatores 3K1 e 4K1 estão ligados aos contatores dos sopradores 1K1 e
2K1.
Os controladores de nível ativam os contatores K1, para nível baixo, K2, para
nível médio e K3, para nível alto. Os dillers K1, K2, K3 são acionados de acordo com os
níveis do sistema.
6.2 Otimização
47
Na Figura 23 a seguir, a programação do Ladder é exibida, com as configurações
para o funcionamento do sistema, controle das válvulas e temporizadores das válvulas.
48
F i g ur a 2 3 – Di a gr a m a L a d d er p ar a c o n tr ol e d a s v álv ul a s d o d e s c a rt e d o l o d o
F o nte:A utor
49
6.3 Parâmetros Monitorados e Controlados
Para a definição dos parâmetros controlados e monitorados, para uma segunda
fase do projeto, em que se seguiu as normas das Diretrizes Técnicas para Projeto e
Implantação de Estação Local de Tratamento de Esgotos para Empreendimentos
Imobiliários da Sabesp.
50
Figura 24 –Medidor de vazão ultrassonico para canais abertos e calha Parshall
Fonte: http://www.ecr-sc.com.br/loja2/br/canais-abertos/27-medidor-de-vazao-ultrassonico-
para-canais-abertos.html (Acesso em 01/08/2017).
51
F i g ur a 2 5 – Di a gr a m a L a d d er c o m c o n tr ol e d e f u n ci o n a m e n t o d a s b o m b a s
F o nte:A utor
52
O controle das vazões das bombas de recalque de esgoto deve ser realizado por
variação automática da rotação dos motores, em função do nível no poço de sucção.
Essa variação da rotação será realizada por um inversor de frequência, controlando a
rotação das bombas.
Atualmente as bombas funcionam com o controle on off por boia que ativa a
bomba na vazão máxima quando o sensor de nível máximo fica ativado, e desliga as
bombas quando o sensor de nível mínimo é ativado.
53
Figura 26 – Inversor de frequência CFW08, indicado para controlar a rotação e vazão das
bombas
Fonte: https://goo.gl/8JTFp5 (Acesso em 03/08/2017).
54
O controle de funcionamento dos sopradores será em função da análise de OD,
com o envio do sinal para definição do correto funcionamento do equipamento. Além do
controle do soprador, também será realizado a proteção do sistema em função de
sobrecorrente, paralisando o funcionamento dos sopradores e ativando a iluminação de
aviso de sobrecorrente.
55
F i g ur a 2 8 – Di a gr a m a L a d d er c o m c o n tr ol e d e f u n ci o n a m e n t o d o s s o pr a d or e s .
F o nte: A utor
56
6.3.4 Adensamento e Desaguamento de lodo
O nível do tanque de adensamento deverá ser monitorado pelo CLP e impedir
descarte de lodo em função do limite de extravasamento.
57
F i g ur a 2 9 – Di a gr a m a L a d d er c o m c o n tr ol e d o nív el d o ta n q u e d e l o d o.
F o nte: A utor
58
6.3.5 Energia Elétrica
A estação deverá ser provida de um medidor multigrandesas alojado no painel
de entrada, onde monitorará tensão, corrente e falta de fase e encaminhará estas
grandezas para o CLP da estação.
59
Tabela 1 – Transições e Lugares para a Rede Petri da malha do lodo
MALHA PASSAGEM DO LODO
TRANSIÇÕES LUGARES
TAG DESCRIÇÃO TAG DESCRIÇÃO
Tp00 Botão Automático Pp00 Estado Inicial aguardando comando
Tp01 Sinal de recirculação Pp01 Início Automático
Tp02 Temporizador 23 hrs Pp02 Estado da recirculação ativada
Estado da passagem do lodo
Tp03 Temporizador 1 hora Pp03 desativada
Tp04 Botão stop Pp04 Estado da recirculação desativada
Tp05 Botão Start Pp05 Estado da passagem do lodo ativada
Início Manual com recirculação e
Tp06 Botão Recirculação Pp06 passagem desativadas
60
F i g u r a 3 1 – R e d e P et ri p ar a a p a s s a g e m d o lo d o
F o nte: A utor
61
A Tabela 2, apresenta a rede Petri para as transições e lugares na malha das
bombas da elevatória. No estado inicial, o sistema fica aguardando o comando para
funcionamento em automático ou manual.
Tabela 2 – Transições e Lugares para a Rede Petri da malha das bombas da elevatória
MALHA FUNCIONAMENTO DAS BOMBAS
Estado Inicial aguardando
Tb00 Botão Automático Pb00 comando
Tb01 Sinal de vazão de entrada Pb01 Início Automático
Tb02 Sinal de Pressão de entrada Pb02 Estado para ativar as bombas
Tb03 Seleção da bomba 1 Pb03 Bomba 1 ligada
Tb04 Temporizador 12 hrs Pb04 Bomba 1 desligada
Tb05 Seleção da bomba 2 Pb05 Bomba 2 ligada
Tb06 Temporizador 12 hrs Pb06 Bomba 2 desligada
Tb07 Botão stop
Tb08 Desativar bomba 1 Pb07 Estado para desligar as bombas
Tb09 Desativar Bomba 2
Tb10 Sinal bombas desligadas
Estado das bombas com
Tb11 Seleção da bomba reserva Pb08 problemas
Tb12 Botão Start Pb09 Bomba reserva em funcionamento
Tb13 Seleção da bomba 1 em manual Pb10 Inicio manual
Tb14 Sinal anomalia pressão recalque Pb11 Bomba 1 ligada
Tb15 Sinal anomalia vazão recalque Pb12 Estado de segurança do recalque
Tb16 Desativar bomba 1 Pb13 Estado de bombas desativadas
Tb17 Desativar Bomba 2 Pb14 Estado do alarme
Tb18 Ativar Alarme
Tb19 Sinal recalque em funcionamento
A rede Petri para o funcionamento das bombas pode ser observada na Figura
32.
62
F i g u r a 3 2 – R e d e P et ri p ar a o f u n ci o n a m e n t o d a s b o m b a s
F o nte: A utor
63
A Tabela 3, apresenta a rede Petri para as transições e lugares na malha do
funcionamento dos sopradores. No estado inicial, o sistema fica aguardando o comando
para funcionamento em automático ou manual.
A rede Petri para o funcionamento dos sopradores pode ser observada na Figura
33.
64
F i g u r a 3 3 – R e d e P et ri p ar a o f u n ci o n a m e n t o d o s s o p r a d o r e s
F o nte: A utor
65
Capítulo 7
Considerações Finais
Com a vantagem econômica da implantação do PLC, além da redução da
possibilidade de falhas humanas, o sistema traz benefícios de amplo monitoramento
com os sensores. Acompanhando com maior velocidade as variáveis do sistema.
Além do completo sensoriamento da estação, pois com ele se monitora além dos
aspectos ambientais os aspectos energéticos para atuar numa melhor eficiência para a
estação.
66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOYER, STUART A. SCADA: supervisory control and data acquisition, USA, ISA –
Instrument Society of America, 1993.
COGHI, M.A. Critérios para seleção de redes para automação industrial. Revista
Mecatrônica Atual - N°11 - Set/03.
DAE. Departamento de Água e Esgoto Santa Bárbara d’Oeste. DAE instala inversor
de frequência na Represinha. Disponível em:
<http://pandahosting.com.br/2016/clientes/dae-sbo/noticias/dae-instala-inversor-de-
frequencia-na-represinha/>. Acesso em 10 de fevereiro de 2017.
67
FOGAÇA, JENNIFER ROCHA VARGAS. "Tratamentos secundários de
efluentes"; Brasil Escola. Disponível em
<http://brasilescola.uol.com.br/quimica/tratamentos-secundarios-efluentes.htm>.
Acesso em 02 de fevereiro de 2017.
68
RAMALHO, SÉRGIO. Com equipamentos parados, esgoto de São Gonçalo vai parar na
Baía de Guanabara. Jornal Extra, Rio de Janeiro, 23 de nov. 2011. Disponível em:
<http://extra.globo.com/noticias/rio/com-equipamentos-parados-esgoto-de-sao-
goncalo-vai-parar-na-baia-de-guanabara-1382819.html>. Acesso em 30 de janeiro de
2017
69