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Porto,
Porto, Séculos XIX- XX. Banco de Séculos XIX-XX. Banco de Mo teriois, Séculos XIX-XX. Ruo Campo dos Mártires
Moterlois , Porto. Porto. do liberdade, Porto. ©
1- Carvalhinho
2 - Corticeira
3- Miragaia 13• Bandeira
4 - Massarelos 14--Torrinlla
5 - Senhord'Além 15- Palhacinhas
6 - Fervença 16- Choupelo
7 - Altoda Fontinha 17- Pereira
Valente
8 - EntreQuintas 18- Candal
9 - Sto.AntóniodeValeda Piedade 19- Cavaquinho
10-SoaresdosReise Devesas
Mapa com o distribuição dos Fábricas de Cerãmlco do Porto e Vila Novo de Gaio.
O primeiro conjunto azulejar a ser analisado é o do Claustro G6tico. A construção do Oaustro Gótico Iniciou- ©. ~
se em 1 385, durante o bispado de O. João IIJ ( 1 373-1 399). Esta Iniciativa não partiu só do Bispo, mas foi
uma ação conjunta com a munldpalldade, que contribu iu com mil pedras lavradas. Durante o período da
Sede Vacante ( 1717 - 17 41 ), o Cabido decidiu Introduzir todo um conjunto azule far em que os painéis 1
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enquadram a portadas de granito que então também foram concebidas . Os azulejos ocupam todos os
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espaços livres dos muros. Estes painéis, onde estão figurados cenas do Cântico dos Cânticos, medem cerca de e:
5,60m de altura e 3,50m de largura. Entre os pilares e os portais, Os azulejos apresentam apenas uma Primeiro Painel
A
ornamentação barroca à base de volutas e folhas de acanto. Hoje só se encontram sete painéis, enquanto,
até ao restauro do século XX, eram oito, cada um com o seu tema, Influenciados, segundo Gonçalves, pelo
culto do Imaculado Conceição.
lI Pelicano
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Segundo Painel Quarto Painel
A Esposa encontra-se com o Esposoap6s ter interrogado os guardas Ao pé de uma macieira a Esposa descansa acompanhada pelas
da cidade. Tudo se passa num jardim com uma fonte central, e alas, ao mesmo tempo que dois «amores» alados colhem e lançam
TAEG15,8%• tendo como fundo Jerusalém. A Esposa dirige -se ainda para as maçãs e outros apanham-nas e colocam-nas em cestos. A Esposa
filhas de Jerusalém e diz-lhes que O meu amado desceu poro o compara o Esposo a uma madeira frondoso e carregada de fruto.
iordim [DILECTVS MEVS DESCENDIT IN HORTVM SWM) para A macieira é aqui importante pelo seu duplo significado: conotação
deliciar-se com o perfume das ervas olorosas e pastorando o seu com o pecado original e símbolo do amor de Cristo, conotada pelos
rebanho. Este jardim é a Igreja onde Cristo exerce o seu papel de Santos Padres à órvore onde foi crucificado . FVLCITEME FLORIBVS ,
pastor. O Esposo,acompanhado de dois anjos, chega ao jardim da STIPATEME MAUS, traduz ido para Apoiai -me em flore s, amparai -me
Esposa e, olhando para Jerusalém, diz-lhe És Formoso, Amigo minha, com moçãs, remete para isso mesmo, para a sombra da 6rvore
e lindo como Jerusalém [PVLCRAESAMICA MEA, ET DECORA, SICVT onde a Esposa se senta e que se associa diretamente à 6rvore da
IERVSALEM].Estesatr ibutos correspondem à Igreja de Cristo. salvação. Antes de adormecer proferiu ainda as seguintes palavras
Pormenor do Segundo Painel.
À sombra daquele que eu dese;ara me sentei [SVB VMBRAILLIVS,
QVEM DESIDERAVERAMSEDI). O Esposo pede que o sono da sua Pormenor do Quarto Painel.
Terceiro Painel Esposa não seja interrompido e que esta não seja inquietada ,
virando para as alas dizendo Eu vos coniuro, ó filhos de Jerusalém,
não desperteis nem façais acordar o Amado.
A Felicidade que resulta do Encontro
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Sexto Painel
A O Prémiormal
O revestimento azulejar que se segue é o da Capela de Nossa Senhora da Piedade, também localizada no
Claustro Gótico. Os azulejos aqui colocados foram executados por António Vital Rifarto e estão datados de
1738. Os painé is azulejares que se encontram na Capela de Nossa Senhora da Piedade forram as suas
paredes laterais. No do lado esquerdo foi representado S. Caetano, enquanto o da direita é dedicado a
Santa Catrina, santa a quem o capela era dedicada aquando da sua construção.
Painel da Fénix. Painel do Pellcono.
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Neste confunto, Rifarto valorizou os enquadramentos arquitetónicos e por isso criou um rodapé, sobressaindo- Lado Sul Estará assim representada Juno, a deusa do Ar, aparecendo descrita como na
se as consolas com volutas e unidas por grinaldas, que serve de base a toda a estrutura. Esta estrutura é Iconologia, de Cesare Ripa - umo matrona com cabe/os levantados e espalhados
suportada por anjos-atlantes, conchas e colunas, terminando num entablamento com um frontão partido em pelo venfo, sentodo sobre nuven~ lendo um véu branco, focado pelo vento, que lhe
volutas. No centro de ambos os painéis encontram-se cartelas encimadas por um querubim, com uma coroa cobre o cabeça, e umo túnica de vários cores e com raios flomígeros. Aqui o
rematada por cruz, envolvendo os elementos centrais. No muro lateral foi representada uma fénix e no outro, artista omitiu o pavão, o animal que é consagrado a esta deusa, substituindo-o
sob o órgão, um pellcano. A escoJhada fénix prende-se ao obletlvo primitivo da capela, que seria o espaço por um globo terreste, colocando-o na mão esquerda, e que V1ncenzoCartarl
de lnumação, associando-se assim o episódio do renascer das cinzas. Quanto ao pelicano, que rasga o peito designa por Olho de Júpiter, símbolo da visão e governo do Universo. Juno está
com o bico para dar de comer aos seusfilhos, pode ser Interpretado como símbolo de Cristo que derramou o ladeada por duas figuras alegóricas, a Asfronomio e a Músico, artes que
seu sangue para salvar a humanidade. pertencem ao grupo da Geometria e da Aritmética, formando o quorternórlo
das ciências. Ambas seguem a descrição de Ripa, havendo apenas ligeiras
alterações. Assim, a Astronomia está sentada do lado esquerdo da deusa e é
representada por uma mulher coroada de estrelas, com um vestido azul, e tendo
Deslocando-se agora do Claustro Gótico paro a Galeria Superior, deparar-se-ó com um novo conlunto
aos pés um globo celeste. Tem na sua mão direita um cetro e, com a esquerda,
azulejar. É sabido que o revestimento da galeria está, depois das obras da DGEMN, Incompleto, tornando-se
aponta para um amor alado que lhe indica outros símbolos que lhe são
assim mais dlfídl a leitura Iconográfica e a descoberta da temática. Assim, baseamo-nos na dedução de
atribuídos, como o compasso e o livro. Jó a Música encontra-se sentada numa
Sanches Martins, a qual, diz o próprio, está sujeita críticas por parte daqueles que têm outra leitura do
posição elegante mas, ao contrário da Iconologia, não apresenta uma escala
conjunto. Este autor defende a teoria de que este programa iconográfico desta dependência, assim como o
musical na cabeça nem uma viola de gamba. Foi representada apenas com uma
do Cartório, assenta no simbolismo do quaternário. Diz que o conjunto se inicia nesta sala e com a
tuba, numa analogia com a alegoria do Ar por ser um Instrumento de sopro, e
representação das Quafro Estações (a analisar no Revestimento Azulejar do Cartório do Cabido da Sé do
com um nimbo de oito estrelas que substituem as notas musicais. Foi escolhida
Porto) seguindo depois para a Galeria Superior. Apesar de mutilado, crê que haveria um painel colocado em
pelo fado da Música ter tido, desde a Idade Média, um papel importante para
cada uma das alas, sobrevivendo aquelas que pertencem às galerias sul e oeste. Emcada um dos painé is
a harmonia do Mundo.
lstentes é possível Identificar, na zona central, um elemento que é destacado pela cercadura envolvente
través da decoração arquitetónica no rodapé, dos meninos atlantes, dos lambrequlns e dos cortinados.
Alegoria da
Água
Alegoria da
Terra
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Estaró assim representado Neptuno considerado, por lhe ter tocado o reino das Tal como o conjunto da Galeria Superior, o do Cartório do Cabido é atribuído a António Vital Rifarto e
óguas, o deus do Mar. A representação que aqui se encontra Insere-se melhor datado das décadas de 30-40 do século XVIII. O conjunto assenta também no simbolismo do quarternórlo e
na descrição feita po r Cortar! que alude à figura de Neptuno, que avanço aqui estavam expostos painéis de temótlca mitol6glca com a representação das Quatro Eslo~s. Foram
abraçado ó suo mulher Anfitrite, sobre um corro, puxado por dois delfins e identificadas por Fausto Sanches Martins através dos seus atributos, estes consignados na obra de Cesare
acompanhado por dois tritões. Os delfins eram considerados os reis dos peixes Ripa, Iconologia. Estão assim presentes:
enquanto os tritões acompanhavam, quase sempre, este deus e tinham o ofício
de trombetelros, arautos e protetores da navegação. Ladeando esta alegoria Primavera Representada através da imagem de uma jovem, com um seio visível entres madei xas
da Água encontram-se duas cenas protagonizadas pela deusa Diana, filha de de cabelo , envolvida por inúmeras flores, numa clara alusão à deusa Flora.
Júpiter e Latona, e irmã gémea de Apolo. Estava associada à caça e assim
Verão Representado através da figura de uma jovem coroada por rosas, segurando uma
tinha como dever a proteção das selvas e dos bosques, andando sempre com
foice e um molho de espigas, alud indo à deusa Ceres.
um arco na mão e a aljava cheia de flechas. Tinha como atributo maior a Lua
pois quanto esta renasce controla as aguas, as chuvas e a vegetação, situação Representado através da imagem de uma jovem coroada por folhas de pa rra e
Outono
que justifica a sua presença neste conjunto. Era ao mesmo tempo cruel e
segurando um cacho de uvas com a mão direita e, com a esquerda, um arco formado
vingativo. Um dos seus epls6dlos mais conhecidos passa-se com Proteu, com vides e folhas de videira, aludindo ao deus Baco.
divindade aquótica, que tinha a capacidade de se metamorfosear em diversas
figuras. As cenas que surgem colocam Diana a enfrentar um leão de forma a Inverno Representado por uma mulher agasalhada, com penachos na cabeça e apoiada numa
salvar Endlmião adormecido, e a matar um dragão sob o olhar de três sótlros. balaustrada em que se destaca uma urna com labaredas, evocando o deus Vulcano.
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Segue-se a Escadaria de Acesso à Sala do Capitulo. Tal como na Sala do Capitulo, cri-se que os azulejos
foram assentes por João Neto da Costa, seguindo o recibo de pagamento de 1722. São treze os painéis que
compõem este conJunto. Neles são representadas cenas campestres emolduradas por um pequeno friso que
as separa da pedra. As suas dimensões acompanham o tamanho dos lanços e dos patamares.
Pontosde Interesse
Ant es de se deslocar para o Colégio de S. Lourenço, aprov eite para conhecer algun s Pontos de
Interesse . Pode a ssim encontrar, estando na Gal eria de Na soni, a Fonte de S. Miguel-o-Anio e a Casa
Pormenor do revestimento ozulejor do Acesso à Solo do Copírulo do Sé do Porto. do Beco dos Redemoinhos, ambas na Rua de D. Hugo. Volte ao Terreiro da Sé e a í encontra rá a Lápide
de D. Pedro Pitões e apr ecie tamb ém a Torre dos 24.
A fonte de S. Miguel o Anjo, construído no 2ª meta de do século XVIII, junto oo demolido Arco do
Vondoma, foi depois transferida para o local atual. Terá sido uma encomenda dos cónegos da Sé por
minada a anóllse aos conJuntos do interior da Sé do Porto, é a vez de apresentarmos aqueles que foram
nele esta r presente S. Miguel, marca de posse do Cabido . Nesta fonte pode ve r-se um baixo-relevo,
aplicados na Galeria de Nasonl. Foi durante a Intervenção da Direção Gera l dos Monumentos Nacionais,
em pedra de Ançõ, representando S. Miguel segurando a espada e um escudo enquanto calca o
entre 1927 e 1935, que se revestiu a dita Galeria de Nasonl, encomendando os responsóvels pelo resfouro,
demónio . Também, no topo da coluna, uma imagem do mesmo santo. Apon ta-se como autor deste
ao artist a João Alves de Sá, uma série de seis painéis. Durante a colocação destes verificou-se que nao houve
conjunto Nicol a u Nosoni. Diz-se que é no Beco de Redemoinhos, nos traseiras do capelo-mor do Sé,
nenhum azulefamento anterior, apesar de alguns responsóveis pelo restauroestarem convictos que, em 1736,
que se encontra a cosa mais antiga do invicto. Dotada do século XIV, provavelmente do 1ª metade,
quando esta depend6nda foi construida seria revestida a azulefo. AIWtSde Sá adaptou o seu conJunto,
a p resento um cará ter gótico-flamengo, desconhecendo-se no entonto quem o mondou construir. O local
assinado e datado de 1934, ao estilo de Vital Rlfarto, utilizando nos seus azulefos uma linguagem próxima
onde se encontro é hoje vedado ao acesso público, mantendo-se o imóvel sob domínio privado.
daquela que se observa nos painéis do Cartório do Cabido. Para estes seis painéis o artista Inspirou-se em
O local onde se situo o Terreiro da Sé, foi desde muito cedo associado ao poder eclesiástico. Por essa
frases do Apocalipse e dos Salmos, sendo fundamental a partldpação do Dr. José de Figueiredo e do bispo
razão aqui se encontram o Catedral e o Palácio Episcopal. Este espaço consolidou-se com um projeto
do Porto à época, D. Ant6nio Augusto Castro Meireles. A diocese dividiu a despesa dos azulefos com a
do arquiteto Arménio Loso que tinha por obje tivo acentuar o ideia do Sé como acrópole sagrado. No
DGEMN, sendo que aquela teve poder de escolha nas legendas que deveriam figurar no conjunto:
seu centro encontro -se um Pelourinho, que o olhos de muitos posso por um exemp lar do século XVIII. No
verdade, foi aqui colocado em 1945, assinalando os comemorações do 8° centenário do Fundação de
INTROIBOIN DOMVM TVAM; Quanto a mim, pelo teu grande amor, eu entro em tua çgsa.
Portuga l. Pode ainda ver-se uma lápide onde foi registado o discurso de D. Ped ro Pitões, que
ADORABOAD TEMPLVM Cheio de temor, eu me prostroyoltado para o teu sagrado
SANCTVMTVVM - Ps. V8 santuário(SI 5:8) pretendia persuadir os cruzados, que dali fizeram escalo rumo à Terra Santo, o aliar-se o D. Afonso
Henriques. Foi de tal modo convincente que isso aconteceu.
ECCETABERNACVLVM DEI CVM A Caso dos 24, Iniciado em 1443, situo-se no local do primeira sede do pode r municipal, onde se
HOMINIBVS-Apoc XXl-3
[•••] Estaó a tenda de Peusentreoshomens(Ap 21 :3) reuniam os representan tes dos vários mesteres da cidade. Em 1875 sofre um incêndio que acabou por
condená-la ao abandono, situação que se manteve até 2000, ano de início do atual torre com projeto
TEMPLVMDEI SANCTVMEST
- 1 Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Pois o do arquiteto Fernando Távora. Aberto ao público em 2005, revestida o gra nito e com duas faces
Cor. Ili- 17 templode Deusé santo,e esse templo sois vós ( 1 Cor. 3: 17) envid raçados pretende através de uma linguagem moderna evocar o edifício que se perdeu.
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