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“Quando o Brasil ainda era um país desconhecido do resto do mundo, a nossa música
era apenas sons dispersos na boca do índio habitante. Porque fazer som e ritmo é
próprio do instinto humano. Mas nada havia de definido em termos musicais.
Até que aqui chegou o português colonizador e a história da MPB começa.
A Terra foi tomada em nome do rei. E o índio guerreiro foi vencido e escravizado ao
trabalho da lavoura, em favor da civilização. E, do cativeiro, ecoaram os primeiros
cantos tristes que começaram a definir o nosso canto brasileiro.
Dado ao gigantismo da nova nação descoberta, precisavam os conquistadores de muitos
e muitos braços para o trabalho, que se prenunciava tão grande quanto o próprio
território. E importaram de suas colônias africanas a raça nascida escrava: a raça negra.
E o canto do índio cativo juntou-se ao lamento do preto sofrido das senzalas e dos
quilombos. E a música passou a tomar novas formas, proporções e grandeza às quais o
mundo inteiro ainda viria se curvar.
Para a nova Terra partia toda espécie de gente: desde os homens de confiança da coroa
portuguesa até aventureiros buscando riquezas. E aqui, saudosos de seus lugares de
origem passaram também a criar seus cantos. A colônia crescia e os próprios brancos
já sentiam a necessidade da quebra das correntes que uniam Brasil e Portugal.
Até que se deu a Independência. E a expressão “música popular brasileira”, desde aí,
passou a ter a sua definitiva validade. Esta é a sua história. A história da música de um
Adendo: De acordo com o explicado, por e-mail, pelo monitor Antônio Herci, a Música
do trabalho é “uma mistura de trabalho braçal (plantação ou cultivo), instrumentos
(ferramentas) que podem ser considerados artefatos tridimensionais e, principalmente,
algo que na cultura africana é muito comum, mas que se perdeu no ocidente: a música e
o movimento coreografado (coletivo) nos processos de produção, com canto e movimento
coordenado com um sentido coletivo.”