1. O documento discute contribuições tributárias no Brasil, incluindo suas definições e classificações na Constituição Federal de 1988.
2. É analisada a possibilidade da União utilizar materialidades atribuídas a outros entes federados para instituir contribuições.
3. A destinação do produto da arrecadação tributária é considerada relevante para classificar contribuições e definir sua legitimidade caso os valores não sejam aplicados conforme prescrito.
1. O documento discute contribuições tributárias no Brasil, incluindo suas definições e classificações na Constituição Federal de 1988.
2. É analisada a possibilidade da União utilizar materialidades atribuídas a outros entes federados para instituir contribuições.
3. A destinação do produto da arrecadação tributária é considerada relevante para classificar contribuições e definir sua legitimidade caso os valores não sejam aplicados conforme prescrito.
1. O documento discute contribuições tributárias no Brasil, incluindo suas definições e classificações na Constituição Federal de 1988.
2. É analisada a possibilidade da União utilizar materialidades atribuídas a outros entes federados para instituir contribuições.
3. A destinação do produto da arrecadação tributária é considerada relevante para classificar contribuições e definir sua legitimidade caso os valores não sejam aplicados conforme prescrito.
1. Definir o conceito de “contribuição”. Quais as espécies de contribuição
existentes na CF/88? Que critério jurídico informa esta classificação normativa?
Para mim o melhor conceito de contribuição tributo que independe de
contraprestação do estado, não restituível, e tem sua destinação fixada em lei.
Tem-se designado simplesmente por “contribuições” ou por
contribuições especiais” (para diferenciar das contribuições de melhoria) a espécie de que cuida o art. 149 da Constituição. Já as subespécies são definidas em atenção às finalidades que autorizam a sua instituição: (i) sociais, (ii) de intervenção no domínio econômico ou interventivas, (iii)do interesse de categorias profissionais ou econômicas e, (iv) de iluminação pública.
Ainda que o art. 4º do CTN determine que a natureza jurídica do
tributo será definida pelo fato gerador, sendo irrelevante para qualificá-la a destinação legal do produto da arrecadação, existem outros critérios capazes de infirmar a natureza jurídica do tributo, tais como a base de cálculo.
Desse modo, diferente do que determina o art. 4º do CTN, o critério
jurídico que informa a classificação normativa das contribuições é o da destinação do produto da arrecadação, pois a partir desta premissa é possível classificar os tributos em vinculados e não-vinculados. Ademais, a destinação do produto da arrecadação é importante na definição das contribuições sociais, tendo em vista que o desvio do produto da arrecadação que implique destinação para finalidade diversa da que justificou a instituição do tributo, pode demonstrar a inexistência, em concreto, da atividade que visa a custear ou sua realização em intensidade desproporcional ao custeio, implicando a invalidade, total ou parcial, originária ou superveniente, da exação. 2. Sobre a hipótese de incidência das contribuições, pergunta-se:
a) A União pode, na criação de contribuição com fundamento no art. 149
da CF, utilizar uma das materialidades que lhe foram atribuídas constitucionalmente para a instituição de impostos?
Não há qualquer vedação constitucional para que a União, quando da
criação de contribuição se utilize de uma materialidade que tenha lhe sido constitucionalmente atribuída para instituição de imposto, desde que guarde relação com a finalidade que se pretende alcançar com a instituição da contribuição. O que importa, na realidade, é a destinação do produto de sua arrecadação e não a materialidade escolhida.
b) A hipótese de incidência destas contribuições pode abranger fatos
que, por ocasião da repartição constitucional de competências para a instituição de impostos, foram atribuídos como materialidades próprias dos Estados, Distrito Federal e Municípios?
Em razão da autonomia das contribuições (como espécie tributária), a
União poderá instituir contribuições que tenham como materialidades competências atribuídas aos Estados e Municípios.
3. A destinação do produto da arrecadação tributária é relevante para a
classificação jurídica dos tributos e consequente definição das contribuições? E a efetiva destinação da receita arrecadada a título de contribuição é relevante para se caracterizar a legitimidade da cobrança? Se os valores arrecadados a título de contribuição não forem aplicados na destinação prescrita na lei, pode o contribuinte requerer restituição do tributo pago? Sob qual fundamento? Justificar.
Segundo o exposto no artigo 4º do CTN, a destinação do produto
arrecadado é irrelevante para determinação de tributos como os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria, entendimento do qual eu comungo, eis que a sua classificação jurídica é baseada no caráter de vinculação do aspecto material do antecedente normativo.
Penso, ainda, que a afetação do produto a certas despesas ou
serviços trata-se de requisito exigido para o exercício da competência federal, principalmente quanto à instituição das contribuições e dos empréstimos compulsórios.
Assim, no tocante às contribuições, o produto da arrecadação será
destinado para custear a Seguridade Social, habitação, educação ou outra meta prevista na Ordem Social ou nos direitos sociais, a serem atingidos pelo Estado Democrático de Direito; iluminação pública municipal; a manutenção de entidades, instituídas no interesse e categorias profissionais ou econômicas e para o financiamento dos gastos de intervenção do Estado no domínio econômico.
Vale destacar que quando a arrecadação da contribuição especial não
for destinada a atingir os fins qualificados na Constituição, o sujeito passivo pode e deve se opor à cobrança da contribuição especial, eis que eventual desvio de destinação das receitas auferidas pela arrecadação da contribuição autoriza a repetição de indébito tributário.
4. Por força do que prescreve o art. 195, I, “a”, da Constituição da
República, a legislação exige que o empregador recolha contribuição sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço. Neste contexto, pergunta-se:
a) O que é “salário”? E “rendimentos do trabalho”?
Salário é a contraprestação devida pelo empregador em função do
serviço prestado pelo empregado. Objetivamente, salário é o preço da força de trabalho que o empregado coloca à disposição do empregador através do contrato de trabalho.
Já o conceito de rendimento de trabalho é amplo, incluído,
designadamente, todas as remunerações percebidas a título de ordenado, vencimentos, salários, honorários, avenças, gratificações, subsídios, prémios, comissões, participações, senhas de presença, emolumentos, participações em multas, custas e outras remunerações acessórias. Incluem, ainda, os abonos para falhas, os subsídios diários, de representação de viagem ou deslocações e quaisquer outras importâncias de mesma natureza que excedam os limites fixados para os funcionários do Estado, bem como as remunerações dos membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas e os aumentos patrimonial, e despesas efetivamente realizadas sem a devida comprovação da origem do rendimento.
b) Levando em consideração a resposta, quais das parcelas abaixo estão
ou não sujeitas à incidência deste tributo, justifique: (i) os serviços extraordinários (horas extras); (ii) terço constitucional; (iii) férias indenizadas; (iv) aviso-prévio indenizado; (v) adicional de insalubridade; (vi) adicional de periculosidade; (vii) adicional noturno; (viii) auxílio-educação; (ix) auxílio-creche; (x) auxílio-doença; (xi) salário-maternidade; (xii) prêmio assiduidade; (xiii) vale-transporte e (xiv) descanso remunerado. (Vide anexo I).
Segundo o meu entendimento, penso que as seguintes verbas
salariais que estão sujeitas ao referido imposto são: horas extras (i), adicional de insalubridade (v), adicional de periculosidade (vi), adicional noturno (vii) e prêmio assiduidade (xii), haja vista que nelas existiu trabalho efetivamente prestado pelo trabalhador. Entendo dessa forma, pois as demais verbas possuem caráter iminentemente indenizatório.
5. A Lei Federal n. 10.865/04 instituiu a Contribuição para os Programas
de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na importação de produtos estrangeiros ou serviços (PIS/PASEP-Importação) e a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior (COFINS-Importação). Analisando criticamente o art. 7º da referida lei, e os enunciados constitucionais que atribuem competência para a União instituir contribuições, bem como o conceito de valor aduaneiro, pergunta-se:
a) É possível identificar um conceito constitucional de valor aduaneiro?
(Vide anexo VII). Não, não é possível identificar um conceito constitucional de valor aduaneiro, pois não existe nenhuma disposição expressa na CF nesse sentido, eis que em seu texto a lei cria uma espécie de conceito próprio de valor aduaneiro, que servirá para compor a base de cálculo do PIS-COFINS Importação.
b) O que compreende o valor aduaneiro para fins de quantificação do
PIS-Importação e da COFINS-Importação?
O valor aduaneiro conforme a lei acima é composto pelo imposto de
importação acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre prestação de serviços e transportes interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições
c) É possível sustentar a inconstitucionalidade da base de cálculo do
PIS-Importação e da COFINS-Importação constante da Lei Federal n. 10.865/04, ou a sua ilegalidade, tendo em vista o que dispõe o art. 110 do CTN? (Vide anexos VIII e IX).
Sim, é possível sustentar a inconstitucionalidade da base de cálculo
do PIS-Importação e da COFINS-Importação, haja vista que conforme julgamento do STF em realizado no dia 20/03/13, onde foi analisado o Recurso Extraordinário nº 559.937/RS, o STF declarou a inconstitucionalidade da inclusão de ICMS, bem como do PIS e da COFINS na base de cálculo dessas mesmas contribuições sociais incidentes sobre a importação de bens e serviços.
6. Sobre as contribuições de intervenção no domínio econômico, pergunta-
se:
a) Que se entende por intervenção no domínio econômico? As causas de
intervenção estão restritas aos arts. 170 a 181 da Constituição Federal? Entendo que o melhor conceito de intervenção no domínio econômico é a possibilidade do Estado de intervir nas relações sociais para que se cumpram os princípios constitucionais da ordem econômica.
Já com relação à restrição ou não das causas de intervenção aos
artigos 170 a 181 da CF, entendo que as causas não estão restritas as hipóteses previstas nos citados artigos, em virtude do dinamismo da sociedade.
São espécies do gênero contribuições especiais e têm como objetivo a
intervenção da União num determinado setor da economia. É um instrumento de atuação na ordem econômica. Meio de regulação da economia, através da atuação, fomento ou regulamentação. O tributo não pode ter caráter meramente arrecadatório, daí o seu cunho extrafiscal.
b) O produto da arrecadação da CIDE deve ser legalmente destinado à
intervenção no setor econômico de que trata a contribuição (intervenção positiva), ou pode ser instituída com finalidade de desestimular determinada atividade, ou seja, com caráter extrafiscal (intervenção negativa)?
Penso que a CIDE já foi elaborada com caráter eminentemente extra-
fiscal, todavia, como a arrecadação deve ser destinada ao próprio setor, não deixa de ser um estímulo a própria atividade.
c) A sua materialidade e o sujeito passivo devem estar relacionados com
a destinação escolhida pelo legislador como forma de intervenção no domínio econômico? (Vide anexo X).
Quanto à materialidade e o sujeito passivo estarem ou não
relacionados com a destinação escolhida pelo legislador, houve unanimidade quanto à materialidade estar atrelada à destinação, mas divergência no tocante ao sujeito passivo, pois quem abriu divergência o fez baseado na dificuldade de encontrar demonstração fática de como retornaria ao sujeito passivo.