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“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
avançadas de produção”
ANÁLISE DE CONFIABILIDADE E
MANTENABILIDADE DE UM
PROCESSO DE TRATAMENTO
TÉRMICO: ESTUDO DE CASO EM UMA
INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE
TUBOS COM COSTURA
avançadas de produção”
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XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
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1. Introdução
A busca incessante das empresas por aumento da produtividade e eficiência, atrelada à alta
competitividade, resultou na necessidade de redução de falhas dos processos produtivos.
Considerando-se que falhas podem provocar aumento nos custos ou implicar em riscos à
segurança observa-se atualmente uma maior ênfase na confiabilidade de produtos e processos
(FOGLIATTO; RIBEIRO, 2009).
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Neste contexto, este trabalho tem como principal objetivo realizar a modelagem de
confiabilidade e mantenabilidade em uma empresa do ramo siderúrgico que fabrica peças para
indústria automobilística. Os modelos derivados serão utilizados para tomada de decisão
quanto ao melhor método de manutenção a ser utilizado para cada situação específica.
2. Referencial teórico
O tempo até a falha de um componente pode ser considerado uma variável aleatória sendo,
portanto, quantificada por uma distribuição de probabilidade. A literatura cita várias
distribuições de probabilidade que tipicamente são utilizadas para modelagem de
confiabilidade. A partir de uma função densidade de probabilidade f(t) genérica é possível
quantificar a função densidade acumulada conforme equação1. (LAFRAIA, 2008;
FOGLIATTO; RIBEIRO, 2009; CARVALHO 2008)
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A taxa de Falha h(t) pode ser definida como a razão entre a função densidade de
probabilidade f(t) e a função confiabilidade R(t), conforme equação3. (LAFRAIA, 2008;
FOGLIATTO; RIBEIRO, 2009; CARVALHO 2008)
(3)
Segundo Fogliatto e Ribeiro (2009), a taxa de falha h(t) relaciona o grau do risco vinculado a
um componente em função do tempo. Possíveis comportamentos da taxa de falha podem ser
representado pela curva da banheira (Figura1).
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As distribuições de probabilidade contínuas mais utilizadas para estimar o tempo até a falha
são Exponencial, Weibull, Normal, Lognormal e Gama. A distribuição Exponencial em
termos matemáticos é a mais simples e caracteriza-se por taxa de falha constante (FREITAS;
COLOSIMO, 1997). A função densidade probabilidade da distribuição exponencial é
apresentada na equação 4:
(4)
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η é o parâmetro de escala
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adequada, é necessário estimar seus parâmetros. Para isso existem diversos métodos, entre
eles, Mínimos Quadrados e Máxima Verossimilhança (FOGLIATTO; RIBEIRO, 2009).
(6)
(7)
Lafraia (2008) aponta que quando é realizada a rotina de manutenção e/ou reparos, o sistema
é retirado do estado disponível, portanto, a mantenabilidade influencia diretamente a
disponibilidade.
Kardec e Nascif (2012) definem a disponibilidade como a capacidade de um item estar apto a
desempenhar uma determinada função em um determinado tempo, considerando sua
confiabilidade, mantenabilidade e suporte de manutenção.
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2.2. Manutenção
A ABNT NBR 5462 ( 1994) conceitua a manutenção como a junção de ações técnicas,
destinadas a fazer com que um equipamento volte a exercer sua principal função ou que
continue a exercê-la. Vista como uma das alternativas factíveis das empresas para tentar evitar
ou corrigir falhas em seus equipamentos, a manutenção pode ser classificada como corretiva,
preventiva e preditiva, dentre outras possibilidades.
Segundo Lafraia (2008) a manutenção corretiva ocorre de forma indesejada e não planejada e
pode ser determinada pela confiabilidade do equipamento. A preventiva busca prevenir a
ocorrência de falhas, incluindo atividades de inspeção, controle, atividades como limpeza,
lubrificação, detecção de erros, calibração, entre outras. Segundo Souza (2011) a manutenção
preditiva é a evolução da manutenção preventiva.
3. Metodologia
Utilizou-se neste trabalho uma abordagem de pesquisa combinada, por serem analisados
aspectos qualitativos e quantitativos. O método empregado no desenvolvimento deste
trabalho foi o estudo de caso. Segundo Miguel (2012) o estudo de caso é uma abordagem
metodológica de pesquisa de caráter empírico que aborda uma situação real por meio de
investigações de um dado fenômeno específico.
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Escolheu-se como objeto de estudo o subsistema mais crítico do processo como um todo
devido ao seu impacto na qualidade do produto final. Esse subsistema é composto por um
indutor de têmpera e uma ducha os quais compõem o processo de Tratamento Térmico.
Os dados coletados para este estudo são referentes ao período de janeiro de 2013 a janeiro de
2016. Os registros de ocorrência de falhas foram obtidos por ordens de serviços executadas
por mantenedores tratando-se, portanto, de dados primários. Foi utilizado o software ProConf
2000® para derivação dos modelos de confiabilidade e mantenabilidade visando a tomada de
decisão quanto a metodologia de manutenção mais adequada para cada modo de falha.
4. Desenvolvimento
A empresa foco do estudo utiliza o tratamento térmico têmpera por indução. Sabe-se que este
é um dos processos mais importantes e efetivos, dentro as vários tipos de tratamento
disponíveis no mercado.
O processo de tratamento térmico por indução tem como um dos seus principais objetivos
alterar a microestrutura e a dureza do material. Geralmente este processo é aplicado em
regiões específicas da peça em produção sendo realizado rapidamente e com alta frequência
(GRUM apud BASTOS, 2009; FERREIRA, 2004).
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Foi utilizado o software Proconf 2000®, a fim de se definir a distribuição que melhor se
ajusta aos dados. Os parâmetros da distribuição foram estimados utilizando-se o método de
máxima verossimilhança. Posteriormente foram realizados os testes de Qui-Quadrado(Χ2) e
Kolmogoro-smirnov(KS) para ajuste da distribuição e nível de significância. (FRITSCH;
RIBEIRO, 1998). Os resultados dos testes de aderência realizados são apresentados nas
tabelas 1, 2, 3 e 4.
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A escolha entre as distribuições que não foram rejeitadas foi feita a partir do teste Qui-
Quadrado (X²), pois segundo Tornan, Coster e Riboldi (2012) para amostras de tamanhos
entre 10 e 50 recomenda-se este teste, por apresentar maior percentual de acerto na simulação.
Para os modos de falhas, elétrica, hidráulica, mecânica e operacional, obteve-se o tamanho
das amostras: 28, 15, 50 e 22, respectivamente. Feita a análise dos testes de aderência pode-se
considerar que para os modos de falhas elétrica, hidráulica e operacional a distribuição mais
adequada é a Exponencial, e para o modo de falha mecânica, Weibull. As figuras 4, 5, 6 e 7
apresentam os gráficos de probabilidade que demonstram a adequação das distribuições
escolhidas.
Hidráulica
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Os parâmetros dos modelos Exponencial e Weibull para o tempo entre falhas são expostos na
tabela 5. A função confiabilidade R(t) para cada modo de falha é apresentada nas figuras 8,9
10 e 11.
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Para análise dos dados de tempos de reparo, foi realizada a modelagem de mantenabilidade de
forma análoga a modelagem de confiabilidade. Os resultados dos testes de aderência são
apresentados nas tabelas 6, 7, 8 e 9.
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Entre as distribuições não rejeitadas, a melhor distribuição que se ajusta aos modos de falha
hidráulica e mecânica é Exponencial. Para o modo de falha elétrica e operacional foi
escolhida a Lognormal. As figuras 12, 13 , 14 e 15 apresentam os gráficos de probabilidade.
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Os parâmetros dos modelos para o tempo até o reparo estão expostos na tabela 10. A função
Mantenabilidade G(t) ( para cada tipo de falha) é apresentada nas figuras 16, 17, 18 e 19.
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Os resultados obtidos por meio da distribuição Exponencial, para os modos de falha elétrica,
hidráulica e operacional apontam que o subsistema estudado se encontra na fase de vida útil,
caracterizada por uma taxa de falhas constante. Nesta fase as falhas ocorrem de modo
aleatório, em consequência de manutenção inadequada, acidentes, erros humanos de
operação, condições ambientais, entre outros. Para esses casos, indica-se a manutenção
preditiva que irá prever o tempo de vida útil do equipamento, aumentando o tempo de
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Para o modo de falha mecânica, o parâmetro de forma β obtido por meio da distribuição
Weibull foi de β=0,78, ou seja, o subsistema encontra-se na fase de mortalidade infantil
definida por falhas prematuras provenientes da má especificação de projeto, de falhas na
fabricação de componentes, inspeções e instalação inadequadas. A manutenção corretiva é a
estratégia mais apropriada nesta situação
Os resultados também mostraram que o modo de falha mecânica possui maior MTTR
comparado aos outros modos de falhas. Isso significa que o modo de falha mecânica possui a
menor mantenabilidade. A redução do MTTR pode ser um indício que o desempenho da
manutenção está evoluindo, e consequentemente impacta diretamente na produção.
O tempo médio para reparo esperado pela empresa é de 2,5 (h), portanto, através dos
resultados obtidos pode-se afirmar que o MTTR encontra-se próximo às expectativas da
organização. Entretanto, os dados dos tempos efetivos de reparo não são apontados
assertivamente nos indicadores, já que os tempos referentes à logística para execução da
manutenção são contabilizados.
Pelo cálculo de disponibilidade dos quatro modos de falhas apresentados na tabela 11,
observa-se que a falha mecânica apresenta maior impacto na disponibilidade do equipamento
Tratamento Térmico, ou seja, o equipamento esteve indisponível mais por falhas mecânicas
comparadas aos outros modos de falhas.
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5. Conclusões
Considera-se que o objetivo principal deste estudo foi plenamente alcançado. A máquina
estudada é fundamental para o bom desempenho da atividade fim da empresa. Para isso os
componentes críticos em estudo devem estar em perfeitas condições de funcionamento, pois
uma parada da máquina ocasiona atraso na entrega do produto final ao cliente.
Percebeu-se uma dificuldade na obtenção de dados assertivos o bastante para uma análise
mais consistente da confiabilidade e mantenabilidade. Portanto recomenda-se treinar e
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capacitar os funcionários no relato das falhas existentes e aprimorar o indicador dos tempos
de reparo.
Para continuidade da pesquisa, sugere-se a realização de uma FMEA (Failure Mode and
Effect Analysis) visando identificar todos os modos de falhas de cada componente da máquina
tratamento térmico, definindo-se para quais modos de falha devem-se priorizar as ações de
manutenção.
REFERÊNCIAS
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