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BALANCEAMENTO DE ESFORÇOS DE INÉRCIA EM

MOTORES ALTERNATIVOS

CONCEITUAÇÃO
Considere-se o sistema mecânico como formado apenas pelas partes
moveis do motor, ou seja, pistão, haste, cruzeta, biela e eixo de manivelas
Ao longo de uma rotação essas partes possuem uma aceleração (d V/ dt)
nas direções vertical e horizontal.
Pode-se calcular o valor da força F atuando sobre essas partes, e o valor da
reação ( - F ) sobre as partes estacionárias
Reescrevendo a equação 4: Σ(m dV/dt) = F
A expressão (- m dV /dt ) é chamada "força de inércia"
As diferentes forças de inércia podem dar origem a momentos.
FIGURA 4
Esquema das
forças atuantes em
um motor Diesel
FIGURA 5
Componentes
móveis do motor
BALANCEAMENTO DE ESFORÇOS DE INÉRCIA EM
MOTORES ALTERNATIVOS

DETERMINAÇÃO DOS ESFORÇOS DE INÉRCIA EM MOTORES

1. MODELO PARA REPRESENTAÇÃO DAS MASSAS MÓVEIS

2. DINÂMICA DO MOVIMENTO
MODELO PARA REPRESENTAÇÃO DAS MASSAS
MÓVEIS DO MOTOR

EM CADA CILINDRO AS MASSAS MÓVEIS DO MOTOR SÃO


REPRESENTADAS POR DUAS COMPONENTES (Veja figura 6):
1. MASSA ALTERNATIVA
Inclui as massas do pistão, haste do pistão, cruzeta, parte da massa da biela
Executa um movimento alternativo na direção vertical
2. MASSA ROTATIVA
Inclui as massas da manivela, contrapeso e parte da massa da biela
Executa um movimento de rotação em torno do eixo (ponto O)
As duas massas são conectadas por uma barra sem massa de comprimento l
FIGURA 6
Modelo para
determinação das
forças de inércia em
motores
Malt e Mrot
REPRESENTAÇÃO DO MOVIMENTO DAS MASSAS DO
MOTOR

PARA DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS DE INÉRCIA É NECESSÁRIO


CALCULAR AS ACELERAÇÕES DAS MASSAS DO MOTOR

ADOTAM-SE EIXOS PARA DESCRIÇÃO DO MOVIMENTO DE CADA


MASSA (Veja figura 7)

ESCREVER AS EQUAÇÕES DO MOVIMENTO EM RELAÇÃO A ESTES


EIXOS
FIGURA 7
Sistemas de eixos para
representação dos
movimentos das massas
Malt e Mrot
REPRESENTAÇÃO DO MOVIMENTO DAS MASSAS DO
MOTOR

EQUAÇÕES DO MOVIMENTO PARA A MASSA ROTATIVA

Considere a figura 8
O movimento da massa rotativa pode ser expresso por:
x2 = OO2 – OB2 = R – R cosΩt = R(1 – cosΩt)
x2 = R(1 – cosΩt) equação 1

y2 = B2A2 = – R senΩt equação 2


REPRESENTAÇÃO DO MOVIMENTO DAS MASSAS DO
MOTOR

EQUAÇÕES DO MOVIMENTO PARA A MASSA ALTERNATIVA


Considere a figura 8
O movimento da massa alternativa é um pouco mais complexo para
descrever. Ele pode ser expresso por:
x1 = O1 A1 = O2B2 + B2C2
em que
O2B2 = R(1 – cosΩt)
e
B2C2 = A1C2 - A1B2 = l – l cosΦ = l( 1 – cosΦ)
Portanto:
x1 = R(1 – cosΩt) + l( 1 – cosΦ)
FIGURA 8
Descrição dos
movimentos das
massas
Malt e Mrot
REPRESENTAÇÃO DO MOVIMENTO DAS MASSAS DO
MOTOR

EQUAÇÕES DO MOVIMENTO PARA A MASSA ALTERNATIVA


O ângulo auxiliar Φ pode ser expresso em termos de Ω t se for
observado que:
A2B2 = l sen Φ = R sen Ω t
ou seja
sen Φ = R/l sen Ω t
e consequentemente
cos = [( 1 – ( R/l)2 sen2 Ω t ]1/2
REPRESENTAÇÃO DO MOVIMENTO DAS MASSAS DO
MOTOR

EQUAÇÕES DO MOVIMENTO PARA A MASSA ALTERNATIVA


Usando as expressões anteriores obtém-se
x1 = R (1 - cos Ω t) + l [( 1 – ( R/l)2 sen2 Ω t ]1/2 (equação 3)
É necessário fazer uma transformação no segundo termo para obter
uma expressão mais simples para x1
Considerando que na maioria dos motores, especialmente os motores de
2 tempos de propulsão marítima, R/l < ¼
Então ( R/l)2 sen2 Ω t < 1/16
Portanto, a raiz é da forma: (1 – δ)1/2 com δ << 1.
REPRESENTAÇÃO DO MOVIMENTO DAS MASSAS DO
MOTOR

EQUAÇÕES DO MOVIMENTO PARA A MASSA ALTERNATIVA


Expandindo em série de potência e considerando apenas o termo linear
obtém-se:
(1 – δ)1/2 = 1 – δ/ 2
Considerando δ < 1/ 16, o erro cometido com esta aproximação é menor
que 1/256
A equação 1 se transforma, então, em:
x1 = R (1 - cos Ω t) +R / 2l sen2 Ω t
REPRESENTAÇÃO DO MOVIMENTO DAS MASSAS DO
MOTOR

EQUAÇÕES DO MOVIMENTO PARA A MASSA ALTERNATIVA

Usando a identidade trigonométrica:


cos 2 Ω t = 1 - 2 sen2 Ω t
obtém-se
sen2 Ω t = (1 - cos 2 Ω t) / 2
Portanto, o deslocamento da massa alternativa x1 pode ser expresso por:
x1 = R + R2 / 4l - R [ (cos Ω t) +R / 4l cos 2 Ω t ] (equação 4)
DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS DE INÉRCIA EM UM
MOTOR MONOCILÍNDRICO

EXPRESSÃO GERAL DAS FORÇAS DE INÉRCIA


F = (- m dV /dt )
É necessário, então, calcular a aceleração das massas
a) Massa rotativa
Derivando-se duas vezes as equações 1 e 2 obtém-se respectivamente:
2 = R Ω cos Ω t
2

ÿ2 = R Ω 2 sen Ω t
a) Massa alternativa
Derivando-se duas vezes a equação 4 obtém-se :
1 = R Ω [ cos Ω t) +R / l cos 2 Ω t ]
2
DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS DE INÉRCIA EM UM
MOTOR MONOCILÍNDRICO

COMPOSIÇÃO DAS FORÇAS DE INÉRCIA


a) direção vertical
X = malt 1 + mrot 2
ou seja:
X = (malt + mrot ) RΩ 2 cos Ω t + malt R2/l Ω 2 cos 2 Ω t

b) direção horizontal
Y = mrot ÿ2 = mrot R Ω 2 sen Ω t
DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS DE INÉRCIA EM UM
MOTOR MONOCILÍNDRICO

COMPOSIÇÃO DAS FORÇAS DE INÉRCIA


Considerando a frequência das componentes
a) força primária
são as que tem frequência Ω, igual a do eixo de manivelas do motor
X = (malt + mrot ) RΩ 2 cos Ω t Y = mrot R Ω 2 sen Ω t
ou, de forma genérica:
FI = C1 cos Ω t
b) Força secundária
- que tem frequência 2Ω, igual ao dobro da do eixo de manivelas do motor
X = malt R2/l ω2 cos 2 Ω t
ou, de forma genérica:
FII = C2 cos Ω t
DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS DE INÉRCIA EM UM
MOTOR MONOCILÍNDRICO

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Um motor monocilíndrico gera forças verticais e horizontais oscilatórias


As forças verticais têm componentes primárias e secundárias
As forças horizontais têm só componente primária

Um motor monocilíndrico pode ter força horizontal nula


Isto é possível tornando “virtualmente” nula a massa rotativa
DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS DE INÉRCIA EM UM
MOTOR MONOCILÍNDRICO

ANÁLISE DOS RESULTADOS

A massa rotativa inclui as massas da manivela, contrapeso e parte da


massa da biela. As primeiras duas componentes deveriam ser colocadas
no centro de gravidade do conjunto (Veja figura 9)
Como elas são colocadas no pino da manivela, para ´se obter a mesma
força de inércia, ela deve ser multiplicada por RG / R
mrot = RG / R (massa manivela +massa contrapeso) +parte massa biela

Pela escolha adequada do contrapeso pode-se fazer RG negativo e a


massa rotativa se anula
FIGURA 9
Esquema de colocação
de contrapeso na
manivela de forma a
anular a força de inércia
da massa rotativa
DETERMINAÇÃO DOS ESFORÇOS DE INÉRCIA EM UM
MOTOR MULTICILÍNDRICO

ESFORÇOS DE INÉRCIA EM UM MOTOR MULTICILÍNDRCO


Nestes motores, além das forças de inércia, primárias e secundárias,
aparecem os momentos destas forças, chamados momentos primários e
secundários
De um lado há uma vantagem porque a somatória das forças de todos os
cilindros pode ter uma resultante nula
De outro lado há a desvantagem da geração de momentos que podem ter
resultante diferente de zero
Tanto as forças como os momentos podem ter resultante nula, dependendo
do número de cilindros do motor e do arranjo de manivelas
Admite-se que os cilindros são igualmente espaçados e que a distância
entre dois cilindros adjacentes seja “a” (Veja Figura 10)
FIGURA 10
Esquema do eixo de
manivelas de um
motor de 4 cilindros
com o arranjo de
manivelas
PROCEDIMENTO PARA VERIFICAÇÃO DO BALANCEAMENTO
DOS ESFORÇOS DE INÉRCIA DE UM MOTOR

ANÁLISE DAS FORÇAS PRIMÁRIAS DO MOTOR DA FIGURA 10


Para este motor podemos escrever: αg = 360/ 4 . 1 = 90 graus
Para cada manivela tem - se
α1 = o graus α2 = 90 graus α3 = 270 graus α4 = 180 graus
Com este arranjo, e considerando o sentido de rotação do eixo, a ordem de
ignição do motor é: 1, 3, 4, 2
A força primária no cilindro 1, conforme visto, é dada por:
FI1 = C1 cos Ω t
Nos demais cilindros, considerando a defasagem manivelas, tem-se
FI2 = C1 cos( Ω t -- 90);
FI3 = C1 cos( Ω t – 270)
FI4 = C1 cos(Ω t – 180)
PROCEDIMENTO PARA VERIFICAÇÃO DO BALANCEAMENTO
DOS ESFORÇOS DE INÉRCIA DE UM MOTOR

ANÁLISE DAS FORÇAS PRIMÁRIAS DO MOTOR DA FIGURA 10


Pode-se expressar genericamente a força primária no cilindro j por
FIj = C1 cos(Ω t - αj ) j = 1,2,....z
Cada termo Fij representa um vetor com amplitude C1 e uma
defasagem αj
Para determinar a resultante das forças primárias pode-se construir
um diagrama de vetores que representa o conjunto dessas forças
A Figura 11 mostra o diagrama das forças
Pode-se ver que o diagrama de vetores que representa as forças
primárias nos 4 cilindros tem resultante nula
Conclui-se, portanto, que o motor tem forças primárias balanceadas
FIGURA 11
Representação do
diagrama vetorial
das forças primárias
PROCEDIMENTO PARA VERIFICAÇÃO DO BALANCEAMENTO
DOS ESFORÇOS DE INÉRCIA DE UM MOTOR

ANÁLISE DAS FORÇAS SECUNDÁRIAS DO MOTOR DA FIGURA 10

As forças secundárias nos diversos cilindros, de forma análoga às forças


primárias, têm a mesma amplitude. Elas têm o dobro da frequência e, em
consequência, uma defasagem igual ao dobro da defasagem geométrica
Pode-se expressar genericamente a força primária no cilindro j por
FIIj = C2 cos(2Ω t - 2αj ) j = 1,2,....z
Cada termo FIIj representa um vetor com amplitude C2 e uma defasagem
2αj
Para determinar a resultante das forças secundárias pode-se
construir um diagrama de vetores que representa o conjunto dessas
forças
PROCEDIMENTO PARA VERIFICAÇÃO DO BALANCEAMENTO
DOS ESFORÇOS DE INÉRCIA DE UM MOTOR

ANÁLISE DAS FORÇAS SECUNDÁRIAS DO MOTOR DA FIGURA 10

A Figura 12 mostra o diagrama das forças


Pode-se ver que o diagrama de vetores que representa as forças
secundárias nos 4 cilindros tem resultante nula
Verifica-se, portanto, que o motor tem forças secundárias balanceadas

CONCLUSÂO: O motor de 4 cilindros, 2 tempos, está balanceado quanto


a forças primárias e secundárias
Sugere-se verificar se motores de 4 cilindros, 4 tempos, também estão
balanceados quanto a forças secundárias
FIGURA 12
Representação do
diagrama vetorial das
forças secundárias
PROCEDIMENTO PARA VERIFICAÇÃO DO BALANCEAMENTO
DOS ESFORÇOS DE INÉRCIA DE UM MOTOR

ANÁLISE DOS MOMENTOS PRIMÁRIOS DO MOTOR DA FIGURA 10


Pode-se expressar genericamente o momento primário no cilindro j por
MIj = FIj (j-1) a = C1 cos(Ω t - αj ) (j-1) a j = 1,2,....z
Cada termo Mij representa um vetor com amplitude C1 (j-1) a e uma
defasagem αj
Para determinar a resultante dos momentos primários pode-se construir um
diagrama de vetores que representa o conjunto desses momentos
A Figura 13 mostra o diagrama dos momentos primários
Pode-se ver que o diagrama de vetores que representa os momentos
primários nos 4 cilindros tem resultante diferente de zero
Portanto o motor está desbalanceado quanto a momentos primários e
transmite uma resultante com frequência igual à rotação do motor
FIGURA 13
Representação do
diagrama vetorial dos
momentos primários
PROCEDIMENTO PARA VERIFICAÇÃO DO BALANCEAMENTO
DOS ESFORÇOS DE INÉRCIA DE UM MOTOR

ANÁLISE DOS MOMENTOS SECUNDÁRIOS DO MOTOR DA FIGURA 10


Pode-se expressar genericamente o momento primário no cilindro j por
MIIj = FIIj (j-1) a = C2 cos(2Ω t - 2αj ) (j-1) a j = 1,2,....z
Cada termo MIIj representa um vetor com amplitude C2 (j-1) a e uma
defasagem 2αj
Para determinar a resultante dos momentos secundários pode-se
construir um diagrama de vetores que representa o conjunto desses
momentos
A Figura 14 mostra o diagrama dos momentos secundários
Pode-se ver que o diagrama de vetores que representa os momentos
primários nos 4 cilindros tem resultante nula
FIGURA 14
Representação do
diagrama vetorial dos
momentos secundários
QUESTÃO ILUSTRATIVA

Existem duas alternativas para a escolha da máquina principal para a


instalação propulsora de um navio:
Motor A de 6 cilindros com rotação de serviço 77 rpm,
arranjo de manivelas: 0 º, 240º, 120º, 300º, 60º, 180º ;
Motor B de 8 cilindros com rotação de serviço de 106 rpm,
arranjo de manivelas: 0 º, 225º, 135º, 270º, 45º, 315º, 90º, 180º

Figura 6.8 Curvas dos 2 primeiros modos de vibração vertical da viga navio
QUESTÃO ILUSTRATIVA

Embora o motor A tivesse sido previamente selecionado por questão de


consumo específico, a decisão final deve levar em consideração o critério
de evitar a excitação de vibrações do navio.
O estudo preliminar de vibração indica que as duas primeiras
frequências naturais de vibração vertical da viga-navio são de 80 e
210 c.p.m., respectivamente
As curvas de vibrar estão indicadas na Figura 15
Deseja-se saber que motor você selecionaria. Justificar a sua escolha.

Figura 6.8 Curvas dos 2 primeiros modos de vibração vertical da viga navio
QUESTÃO ILUSTRATIVA

Figura 15
QUESTÃO ILUSTRATIVA

PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO DO


NAVIO EXCITADA POR MOTORES DIESEL
Para análise desse tipo de problema vamos lembrar:
Condições necessárias para a ocorrência de vibração em sistemas
discretos com múltiplos graus de liberdade ou contínuos
Há (pelo menos) um esforço oscilatório aplicado ao sistema
A frequência de excitação é próxima de uma frequência natural do
sistema;
A energia introduzida no sistema pelo(s) esforço(s) é significativa
PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO
DO NAVIO EXCITADA POR MOTORES DIESEL

SEQUÊNCIA DA VERIFICAÇÃO
Se começarmos a analisar o problema pela primeira condição,
percebemos que seria necessário efetuar o estudo de balanceamento dos
2 motores, ou seja construir 4 diagramas vetoriais para cada motor
Mas certamente não precisamos fazer todas as verificações. Começamos
pela segunda condição: “A frequência de excitação é próxima de uma
frequência natural do sistema”
1) Motor A - Como motor A opera a 77 rpm seus esforços primários têm
frequência 77 cpm e os secundários frequência de 154 cpm
Como a primeira frequência natural é igual a 80 cpm, os esforços
primários podem excitar a vibração do navio no primeiro modo natural
Portanto, é necessário verificar o balanceamento dos esforços primários
PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO
DO NAVIO EXCITADA POR MOTORES DIESEL

SEQUÊNCIA DA VERIFICAÇÃO

Como a frequência dos esforços secundários é de 154 cpm, bem afastada


das frequências do primeiro modo (80 cpm) e do segundo modo (210
cpm), não é necessário verificar o balanceamento dos esforços
secundários
1) Motor B - Como motor B opera a 106 rpm seus esforços primários têm
frequência 106 cpm e os secundários frequência de 212 cpm
Como a primeira frequência natural é igual a 80 rpm, os esforços primários
não podem excitar a vibração do navio no primeiro modo natural
Portanto, não é necessário verificar o balanceamento dos esforços
primários
PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO
DO NAVIO EXCITADA POR MOTORES DIESEL

SEQUÊNCIA DA VERIFICAÇÃO

Como a frequência dos esforços secundários é de 212 cpm, e a


frequência natural do segundo modo é 210 cpm, é necessário verificar o
balanceamento dos esforços secundários

EM RESUMO É NECESSÁRIO VERIFICAR O BALANCEAMENTO DOS


ESFORÇOS PRIMÁRIOS NO MOTOR A E DOS ESFORÇOS
SECUNDÁRIOS DO MOTOR B
PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO
DO NAVIO EXCITADA POR MOTORES DIESEL

SEQUÊNCIA DA VERIFICAÇÃO
Na sequência de verificação vamos examinar a terceira condição: “A
energia introduzida no sistema pelo(s) esforço(s) é significativa”
Vamos abrir um parêntese para examinar o problema de vibração por
flexão de uma viga. Trata-se de vibração de um sistema contínuo, cujo
equacionamento é dado por uma equação diferencial parcial
Considere-se a figura 16. A viga navio é caracterizada por uma distribuição
de massa, m, e de rigidez, E I, por unidade de comprimento. A equação do
movimento para vibração livre é:
PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO
DO NAVIO EXCITADA POR MOTORES DIESEL

VIBRAÇÃO LIVRE POR FLEXÃO DE UMA VIGA

A solução da equação acima pode ser obtida por separação de variáveis


PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO
DO NAVIO EXCITADA POR MOTORES DIESEL

VIBRAÇÃO LIVRE POR FLEXÃO DE UMA VIGA


COM A SEPARAÇÃO DE VARIÁVEIS OBTÉM-SE A SEGUINTE EQUAÇÃO

COMO O PRIMEIRO MEMBRO SÓ DEPENDE DE x E O SEGUNDO MEMBRO SÓ


DEPENDE DE t, TEMOS DUAS EQUAÇÕES ORDINÁRIAS, COMO MOSTRADAS NO
PRÓXIMO SLIDE
PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO
DO NAVIO EXCITADA POR MOTORES DIESEL

VIBRAÇÃO LIVRE POR FLEXÃO DE UMA VIGA

A solução da primeira equação determina as frequências naturais (w)


(autovalores) e os correspondentes modos naturais (autovetores – Y(x))
A solução da segunda equação resulta em um movimento harmônico
Portanto, para cada modo natural tem-se
y(x,t) = Y(x) sen wt
PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO
DO NAVIO EXCITADA POR MOTORES DIESEL

VIBRAÇÃO LIVRE POR FLEXÃO DE UMA VIGA


Na Figura 16 estão representados os 2 primeiros modos de vibração da
viga-navio
O primeiro modo tem dois nós, isto é, pontos que permanecem imóveis
enquanto toda a viga está vibrando. O segundo modo tem 3 nós.
É importante verificar o efeito da posição do motor em relação às curvas
de vibrar, porque disto depende a energia introduzida no processo de
vibração
Reescrevendo a equação da energia introduzida, vista na aula anterior:
E. I. = π F0 x0 sen Φ
que pode ser expressa por:
E. I. = π (Amplitude do esforço) x (Amplitude do deslocamento) sen Φ
PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO
DO NAVIO EXCITADA POR MOTORES DIESEL

SEQUÊNCIA DA VERIFICAÇÃO
Precisamos expressar a energia introduzida por um esforço aplicado à viga-
navio
Para o caso de força aplicada pelo motor, a energia introduzida é dada por:
E. I. = π (Resultante da força) Y(Xm) sen Φ
em que Y(Xm) é o valor da amplitude de vibração da viga na posição do motor
Se for o caso de um momento aplicado pelo motor, a energia introduzida é
dada por:
E. I. = π (Resultante do momento) θ(Xm) sen Φ
em que θ(Xm) é o valor da amplitude do deslocamento angular θ na posição
do motor
Observar que na ressonância: sen Φ =1
PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO
DO NAVIO EXCITADA POR MOTORES DIESEL

SEQUÊNCIA DA VERIFICAÇÃO

Energia introduzida por um esforço aplicado à viga-navio


Casos particulares

1) Se o motor está situado sobre um nó da curva de vibração a energia


introduzida pela resultante de força é nula

2) 1) Se o motor está situado sobre um vale da curva de vibração a energia


introduzida pela resultante de momento é nula
PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO
DO NAVIO EXCITADA POR MOTORES DIESEL

SEQUÊNCIA DA VERIFICAÇÃO – TRABALHO DE CASA

1) Considerando a análise feita sobre energia introduzida por esforços


oscilatórios, você deve definir que esforços dos motores A e B devem ser
verificados
2) Efetuar, então, a verificação desses esforços
3) Escolher o motor mais adequado tendo em vista o problema de vibração
do navio
FIGURA 16
Representação dos
2 primeiros modos
de vibração da viga
navio
BALANCEAMENTO DE INÉRCIA DE MOTORES E
VIBRAÇÃO DA ESTRUTURA DO NAVIO

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Os slides seguintes apresentam ilustrações do tratamento do problema


de balanceamento de inércia de motores de modo a evitar ou minimizar
a vibração da estrutura do navio
ILUSTRAÇÃO DE PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO EM
ENGENHARIA NAVAL

VIBRAÇÃO VERTICAL DO NAVIO


ILUSTRAÇÃO DE
PROBLEMAS DE
VIBRAÇÃO EM
ENGENHARIA NAVAL
With a 1st order moment
compensator fitted aft,
the horizontal
moment will decrease to
between 0 and 30 per
cent of the value stated
in MAN B&W Diesel
tables, depending on the
position of the node.
The 1st order vertical
moment will decrease to
around 30 per cent of
the value stated in the
tables.
RECOMENDAÇÕES DA MAN B&W

If compensator(s) are omitted the engine can be delivered prepared


for their fitting at a later date. The decision for such preparation must
also be taken at the contract stage. Measurements taken during the
sea trial, or later in service with a fully loaded ship, will show whether
compensator(s) have to be fitted or not.

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