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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

DINÁ MARIA MENDONÇA

Artes visuais memória de infância: O Circo Candido


Portinari

Bom Despacho
2020
Diná Maria Mendonça

Artes visuais memória de infância: O Circo Candido


Portinari

Trabalho apresentado junto ao


Curso de Artes Visuais, da
Universidade Cruzeiro do Sul
como exigência parcial da
Disciplina Projeto Experimental I.

Bom Despacho
2020
Artes visuais memória de infância: O Circo Candido
Portinari

Diná Maria Mendonça

Resumo

Na infância a lembrança que recordo sobre a chegada do Circo no vilarejo


onde nasci eram os palhaços com sua roupagem e anunciando com alto
falante sobre o horário que iriam funcionar e com brincadeiras de humor
tipo: hoje tem espetáculo? e as crianças respondiam: tem sim sinhô e o
palhaço o que é? Ladrão de mulher! e dava assim uma bela e gostosa
gargalhada. Obra de Cândido Portinari Circo retrará bem essa chegada
esse ritual da cultura popular do modernismo no Brasil.

Palavras Chaves:
Memoria infantil, Arte Moderna, Palhaço, Candido Portinari, cultura
popular.
Introdução

Na minha infância há mais de trinta anos atrás, a chegada do circo no Mato


seco interior de Minas Gerais representava um fato extraordinário na minha
infância. A memória que recordo era que o circo era enorme, cheio de magia e
segredos e medo também; porque sempre ouviam dizer que roubava as
crianças quando ia para outa cidade. Lembro ainda da divulgação com o
megafone informando do espetáculo e o que iria acontecer, de onde
morávamos um pouco retirado do distrito, nossos ouvidos não deixavam de
seguir o palhaço pelas ruas, junto com os moleques atrás acompanhando e
respondendo ao palhaço com muita alegria, eles tinham como objetivo de mais
tarde garantir alguns ingressos ou um pirulito de açúcar em formato de bico de
criança: a chupeta doce. No espaço vago atrás da lona acomodava a comitiva
circense todas os artistas, suas barracas de descanso e de dormir e os animais
ferozes, como o leão usado em número acrobático na famosa roda de fogo.
quebrava assim a rotina do lugarejo. Meu saudosismo pai anunciando à mãe
que iria levar toda a família ao circo, minha mãe ficava nervosa, porque as
vezes não tinha dinheiro suficiente para todos, mas meu pai fazia empréstimo e
assim íamos todos utilizando a lanterna para não cair na estrada de terra até
chegar ao vilarejo, porque não tinha energia elétrica, a lanterna era nossa
salvação. Ansiedade era grande, comprava os bilhetes e ficava aguardando até
dar hora de entrar para dentro do circo e assistir ao espetáculo. As opções de
lazer eram escassas. Quando juntavam as crianças e adolescentes, sobrava
apenas as brincadeiras de cair no poço e passar anel.
“a importância da memória está no fato de que, ao relembrar o passado, procuramos nele
os gérmens de uma outra história possível”. Nessa perspectiva, o ritual de gritar palhaço nos
chama a atenção para um dos momentos mais significativos no processo de construção da
relação, muitas vezes considerada mágica, entre o circo e a criança.

Silva et al. (1989, p.38)

O presente artigo apresenta o estudo de telas com o tema o Circo de e a


consciência do leitor em relação a obra, pois o circo também evoluiu. As
figuras mais representativas do imaginário coletivo é alegria que o
palhaço tira da plateia, nos malabares, na mulher barbuda, trapézios em
outras linguagens artísticas e a possibilidade de trabalhar artes visuais
possibilitando uma reflexão sobre o desenvolvimento cognitivo afetivo e
motor introduzindo conceitos narrativas e expressividade no desenho e
na pintura da tela O Circo Figura 3 de 1932 Candido Portinari em 193dos
alunos do primeiro ano do ensino médio da Escola Estadual Miguel
Gontijo na Cidade de Bom Despacho, Minas Gerais. A minha pesquisa e
motivada por Portinari quando um artista pinta sua infância ele nos
convida a sonhar e reviver a nossa infância a partir da referência dele,
essa identificação e muito relevante na minha memória. O primeiro Circo
com lona e picadeiro chegou ao Brasil vindo da Europa. O circo é uma
expressão artística parte da cultura popular que visa a diversão e o
entretenimento dos expectadores. Em 1769 ganhou esse formato que
temos atualmente. As apresentações contam com palhaços, equilibristas,
shows musicais, mágicos, trapezistas. Comemora-se o dia do circo 27 de
Março.

O primeiro momento com os alunos foi com a apresentação do Bauzinho


do Portinari, biografia do artista: Cândido Torquato Portinari nasceu em
30 de Dezembro de 1903 em Brodowski, interior de São Paulo e faleceu no
Rio de Janeiro, no dia 06 de Fevereiro de 1932, vítima de intoxicação das
tintas utilizada na pintura. foi um pintor brasileiro, um dos principais
nomes do modernismo cujas obras alcançaram renome internacional:
painel Guerra e Paz e a serie Emigrantes do acervo do Museu de Arte de
São Paulo; produziu quase cinco mil obras. Foram apresentadas 25 telas
para a classe de 28 alunos. E na aula seguinte a proposta foi de fazer uma
releitura da tela o circo de 1932 e o olhar de infância sobre o tema,
relacionado o eu, o outro e da linguagem, nas percepções da leitura da
outra e suas vivencias
Portinari o olhar da infância o seu relacionamento com as lembranças,
corpo, linguagem e sua memória. Esse estudo do aluno leitor e o papel da
criação e novas percepções conforme a leitura e vivencia de mundo. No
contexto Bauzinho do Portinari com suas respectivas telas, dentre as
quais ”O Circo” pretendo observar, propor um desenho e assim
descrever através do olhar e identificação dos alunos do 1º ano do
ensino médio o artista conhecido no Brasil e no mundo sua experiencia
de menino e do imaginário da infância, retratado nas telas. Portinari
quando criança ficava atento em Brodowski sua cidade natal sobre o que
acontecia no cotidiano e muitas dessas lembranças como o circo foram
retratadas em suas telas entre 1931 e1957.O Circo era para Portinari como
uma de suas riquezas mais preciosas guardadas nas memorias,
eternizadas em suas obras ele pintou esse cenário lúdico brincalhão
porque estava vivo dentro de seu coração de menino permeados de
doçuras, alegrias, gestos e sabores; palhaços montados em burros ao
contrário palhaços no picadeiro permitindo belas sonoras e altas
gargalhadas fazendo assim valer o um antigo proverbio ”rir é o melhor
remédio nos proporcionando um bem estar. Debaixo da lona as artes se
integram e divertem seu respeitável público, surgiram a muito tempo e se
comunicam com o uso da linguagem verbal e não .O circo é um lugar da
arte da proeza, da audácia de ver os artistas fazerem coisas perigosas e
diferentes, onde tudo é repleto de magia.

Distintos cavalheiros, nobres senhoras, respeitabilíssimo público. Desde


os tempos ancestrais, em quase todas as civilizações, praticava-se a arte
circense. Dos chineses aos gregos, dos egípcios aos
indianos. Equilibrismo, ilusionismo, acrobacia, força e alegria, assim
nasciam os patriarcas da arte circense, os artistas que se apresentavam
nas ruas e feiras e que, de praça em praça, criavam ali o seu próprio
mundo, transformado um simples espaço no centro do universo: o
universo do circo!

“Sentia-me feliz quando chegava um circo.


Nos encontraríamos mais tarde…
O tempo deixava pequena lembrança,
Até a chegada de outro circo…”

(Candido Portinari)
Cândido Portinari em 1930 produziu uma série de Telas com cenas da sua
infância em Brodowski interior de São Paulo. Em estudo o tema Circo. Sendo
que aparece a figura de burro montado às avessas, dando a sensação de
desordem estranhamento: burros são montados por palhaços. Em 1931 inicia
sua participação no movimento modernista brasileiro; 1932 inicia sua primeira
exposição com 60 obras inspiradas na sua memória de infância .

“O Circo era para Portinari umas de suas riquezas mais preciosas,


guardadas nas memórias, eternizadas em suas obras. E Pintou esse cenário lúdico,
brincalhão, delicioso e saudoso algumas vezes, em anos distintos. Estava vivo dentro de
seu coração de menino”

Figura 1. Cândido Portinari. Circo. 1932.

Figura 2. Cândido Portinari. Circo. 1933.

O Circo traz algo que na cidade não existe, modifica a ordem e a rotina por
onde passa.
... Percorria o povoado com a criançada acompanhando e
Respondendo ao anuncio que fazia: - O palhaço o que é?
- Ladrão de muié!
- Olha o negro no portão!
- Tem cara de Tiçao!
E por aí afora. Fazia um giro em todo o povoado e na volta
Fazia uma cruz na testa dos meninos. Essa marca dava
Direito de entrada.” (Portinari, 2001. Pág.60)

 Figura 3. Cândido Portinari. Circo. 1932

A menina telespectadora que a tudo observa. O palhaço encara o telespectador, muito mais que um
convite, faz um apelo, uma ponta de suas mãos indica as crianças.
Releitura da tela feita por um dos alunos no momento de aula

Figura 4. Cândido Portinari. Circo. 1932.

Figura 5. Cândido Portinari. Circo, 1942.


Figura 6. Cândido Portinari. Circo. 1957.

A experiência em sala de aula buscou trazer as memórias que os


adolescentes têm dos circos que passaram pela cidade de Bom Despacho e
aos quais eles foram quando crianças ou mais recentemente, quando pré-
adolescentes ou adolescentes. Os circos aos quais eles compareceram são os
circos modernos, já sem animais. As denúncias de maus tratos aos animais e a
moderna consciência ecológica fez com que fossem banidos.

Um dos meninos, mais velho, chegou a ver um circo onde ainda haviam
leões. Ele ficou muito assustado quando, durante um espetáculo, o leão não
quis obedecer ao domador. O circo era apresentado como sendo o maior circo
da América Latina, com muitos termos superlativos (claro que o aluno não falou
nesses termos, mas estou interpretando) e não conseguia sequer fazer com o
que um leão, claramente velho e desdentado, obedecesse?

Um outro aluno associou a cinza que as crianças recebiam na cabeça


com a marca de cinza que as pessoas recebem na igreja no dia da quarta-feira
de cinzas.

Alguns alunos tinham visto o DVD do Cirque du Soleil, circo moderno


com música, mímíca, acrobacias, canto, teatro, projeções em tela, jogos de luz,
efeitos especiais, etc. Isso ajudou a que, na sala de aula, pudessem entender
melhor o fascínio causado pelas telas de Portinari.

Muitos desses jovens do primeiro ano do Ensino Médio têm uma


vivência intensa do meio rural. Muitos já cavalgaram junto a irmãos ou pais,
têm intimidade com a roça, daí que a visão do palhaço no cavalo fez com que
desenhassem, também, eles mesmos em cavalos, em fazendas ou roças de
familiares.

Em geral, eles trataram também de outras lembranças infantis, evocadas


pelas telas: brincar em algum lugar descampado, correr em meio à areia,
brincar em lotes vagos. Eles fazem relatos das brincadeiras dos palhaços, que
fazem piadas entre si, levam e dão tombos uns nos outros. Um dos alunos
lembrou-se que a melhor parte dos circos mais modernos é quando aparecem
os heróis dos filmes, tais como a Frozen e a porquinha Peppa. Muitos dos
alunos presentes tinham visto, recentemente, filmes com personagens como
esses e não era incomum que um colega mais branco e com pele rosada
ganhasse o apelido de Peppa, por exemplo, mostrando o quanto esses novos
mitos estão presentes no imaginário das crianças e adolescentes de hoje em
dia, da mesma forma que, na geração que sucedeu a de 68, estiveram
presentes os personagens de Hanna Barbera.

Isso nos fez refletir sobre como o cinema e a televisão influenciam esses
circos mais modernos, pois boa parte da vibração dos pequenos advêm em ver
esses personagens, que costumam ver na tela, ao vivo e em carne e osso, ou
seja, sob a pele de artistas fantasiados (atalhamos nós).

Como temos uma biografia de Portinari em nossa biblioteca, uma das


alunas leu e citou a passagem em que Portinari conta a passagem do circo em
sua cidade. Ele era chamado de “Candinho” e era um menino pobre, não podia
pagar para ir ao circo. Um dos alunos observou que não se pode mais chamar
um negro de “cara de tição”, pois hoje é racismo. Comentamos, então, esse
tipo de brincadeira, pois devemos evitar brincadeiras que rebaixem os outros,
bem como evitar a atitude em que um grupo agride um que, por alguma razão,
ser negro, obeso ou homossexual, tenha atraído essa antipatia. Um aluno
lembrou que houve casos em que uma briga entre um aluno que tinha
implicância com um colega carioca, imitando-lhe o sotaque e tirando fotos,
acabou virando caso de polícia.

Na aula seguinte, fui à biblioteca, peguei o livro da biografia de Portinari


e li junto a eles. “Candinho”, o menino Portinari, conta o fascínio que sentia
pelas bailarinas e acrobatas de quinze anos. O coração descontrolava de
felicidade e ele se sentia apaixonado. Os adolescentes relataram experiências
semelhantes, pois as moças se vestem de roupas colantes, atraentes. Houve
muitos risos. Comentamos a inveja dos meninos mais velhos, querendo apagar
o sinal que permitiria que Candinho entrasse de graça no circo. Os alunos
comentaram outras experiências de inveja bastante semelhantes em suas
vivências de infância ou escolares, ainda na atualidade.

Uma aluna lembrou o episódio em que Monteiro Lobato foi chamado de


racista, uma vez que, em um dos livros, Tia Anastácia era chamada de
macaca. Devemos evitar chamar o negro de macaco ou tição, comentei. Um
aluno comentou a passagem da biografia de Portinari em que ele comenta a
simpatia que o palhaço sentiu por ele, o menino Candinho. Eu provoquei: “será
que um artista não pressentiu o outro”? A marca de cinza era a garantia de que
aquele menino podia entrar no circo de graça. Os alunos comentaram que os
circos de agora dão panfletos que, se você apresentar na portaria, você
consegue um desconto.

Um dos adolescentes relatou o fascínio que exerceu a arte circense


entre as crianças uma vez que dois palhaços estiveram na escola para divulgar
um espetáculo. Contou que a sala de aula ficou tumultuada pelo menos uma
hora pelos comentários das crianças. Uma queria fazer um bolo de areia de dar
para os palhaços. Na imaginação deles, quando saíssem para o recreio iriam
confraternizar junto aos palhaços, brincar junto nos brinquedos da escola. Mas
tal não aconteceu: quando saíram para brincar, os palhaços já não estavam
mais lá. Foi uma decepção geral, não havia como troçar com eles, enganá-los
dando guloseimas falsas. Nessa desilusão o adolescente contou sentir um
contraste entre o mundo infantil e o mundo adulto.

Na releitura da tela O Circo que anexamos a esse trabalho (acima) a


criança claramente evocou as festas juninas das quais efetivamente participa
em seu meio social, com a presença de cores vivas e bandeirinhas, compondo
um cenário até mais colorido do que o próprio quadro de Portinari. O próprio
circo mambembe, então de cor cinza, possivelmente muito pobre e humilde
realmente, apareceu em cores vivas na representação. Sua inspiração já era
nos circos modernos que visitam Bom Despacho e que contam com mais
recursos. O aluno associou essa magia do circo, que modifica o lugar onde
passa, à fala da professora.

Considerações finais

O Curso de Licenciatura em Artes visuais através do estudo da tela o Circo de


1932 foi um estudo de imagens e com o olhar dos alunos do 1º ano médio da
Escola Miguel Gontijo permeou conduzir a oficina de pintura da Tela em
destaque para que a experiencia tornasse significativa com foco na infância na
percepção, imaginação e memoria num sentido de totalidade: o menino que
puxa um palhaço montado em um burro e uma turma de crianças num espaço
da cidade onde o Circo está montado tem uma igrejinha próxima e o Circo
coberto com lona, onde lá dentro a magia acontece revelando e escondendo ao
mesmo tempo e a , a menina que tudo observa e essa menina sou eu, como
se fosse hoje relembrando minha infância. Portinari capta o instante da
narrativa da chegada do Circo perfeito, o palhaço é seu anunciador conteúdo
de um passado, presente e de um futuro presente no mundo adulto promove
mudanças no ser humano, mesmo na contemporaneidade com os recursos de
internet, ele ainda atrai a atenção das pessoas pois é uma arte itinerante e
transformadora ainda atrai pessoas e deixa na memoria que se baseia nas
experiencias afetiva dos espectadores, o respeitável público em diferentes
gerações. O circo está vivo e totalmente inserido no mundo contemporâneo e
como profissional de Artes Visuais tem o compromisso através da educação
sermos mediadores e multiplicadores da arte mágica do circo.
Referências Bibliográficas

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SOUZA JUNIOR, Walter de. Mixórdia no picadeiro – circo, circo-teatro e
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