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Segurança de poço
na perfuração
Conteúdo
AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
PREFÁCIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Definição de kicks . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Blowouts . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Controle de poço em águas profundas e ultraprofundas . . . . 20
DEFINIÇÃO DE KICKS
Uma das mais importantes funções do fluido de perfuração é exercer uma
pressão no poço superior à pressão dos fluidos contidos nos poros das formações
perfuradas pela broca. Se,
por algum motivo, a pres-
são no poço se tornar me-
nor que a pressão de uma
formação e se esta possuir Fluído de
perfuração
permeabilidade suficiente, Condições
P <P
deverá haver fluxo do fluido poço formação
Formação com
da formação para o interior permeabilidade
FLUIDOS DE PERFURAÇÃO
O fluido de perfuração tem como um dos objetivos principais o controle
primário do poço. Se a pressão exercida por ele se tornar menor que a pressão da
formação, o controle primário do poço poderá ser perdido. Além de determinar
as pressões no interior do poço, o fluido de perfuração tem as funções de remover
os cascalhos debaixo da broca, carrear os cascalhos até a superfície, manter os
cascalhos em suspensão, evitar o desmoronamento e fechamento do poço, além
de resfriar e lubrificar a broca e a coluna de perfuração.
Os fluidos de perfuração podem ser líquidos, gasosos ou mistos (mistura de
líquido e gás). Os fluidos de perfuração líquidos podem ser à base de água – que
são os mais comuns – ou à base de óleo sintético – que são bastante utilizados em
situações como a perfuração de formações salinas e em ambientes de alta pressão
e alta temperatura, bem como na perfuração de poços direcionais e horizontais.
Os gasosos podem ter como base o nitrogênio, o ar ou o gás natural, porém não
são utilizados no Brasil. Os fluidos mistos podem ser classificados como névoas
(concentração volumétrica de gás maior que 97,5%); espumas (concentração de
gás entre 55 a 97,5%); ou fluidos aerados ou nitrogenados (concentração de gás
menor que 55%). A Figura 2.1 apresenta alguns tipos de fluidos mistos. A apli-
cação mais comum desses fluidos é na perfuração chamada de sub-balanceada.
Capítulo 2 – Conhecimentos fundamentais do controle de poços 25
No contexto da segurança do poço, a massa específica tem sua importância
evidenciada por:
• Desenvolver a pressão hidrostática que irá evitar o fluxo dos fluidos das
formações para o interior do poço. O seu valor ideal é aquele igual à
massa específica equivalente da pressão de formação esperada na fase do
poço em perfuração, acrescida de uma margem de segurança normalmen-
te de 0,3 a 0,5 lb/gal. Valores elevados de massa específica podem gerar
problemas na perfuração, como dano à formação, redução da taxa de
penetração, prisão por pressão diferencial e perda de circulação.
• Influenciar na perda de carga por fricção no regime turbulento e no fluxo
através de orifícios (jatos da broca e no choke). Nessas duas situações, a
perda de carga é diretamente proporcional à massa específica do fluido.
• Indicar uma possível contaminação por fluidos da formação (corte de gás,
óleo ou água salgada) quando ocorrer uma redução dessa propriedade no
fluido que retorna do poço.
2. Parâmetros reológicos – São propriedades que se referem ao fluxo de flui-
dos no sistema de circulação sonda-poço. Os parâmetros reológicos mais
comuns utilizados no campo são: (1) a viscosidade plástica (mp), que é
dependente da concentração de sólidos no fluido de perfuração e é ex-
pressa em centipoise e (2) o limite de escoamento (tl), que é resultado da
interação eletroquímica entre os sólidos do fluido, e é expresso em lbf/100
pe2. Esses parâmetros são definidos no modelo reológico binghamiano
sendo responsáveis pela estima-
tiva da perda de carga por fric-
ção no regime laminar. Assim,
desempenham um papel impor-
tante na pressão de bombeio e
na pressão em um determinado
ponto do poço durante a circu-
lação, bem como no pistoneio
hidráulico (a ser discutido pos-
Fonte: http://fanninstrument.com.br/shop/viscosimetro-35-a/
INTRODUÇÃO
Durante as operações normais de perfuração, a pressão no poço deve ser
maior que aquelas das formações permeáveis expostas para se evitar kicks. As
causas de kicks estão geralmente relacionadas com a redução do nível de fluido
no interior poço e/ou com a redução da massa específica do fluido de perfuração.
Qualquer ação ou acontecimento que implique a redução dos valores desses dois
parâmetros que determinam a pressão hidrostática constitui-se num potencial
causador de influxos. As principais causas de kicks são discutidas neste capítulo.
Existem, entretanto, operações no poço em que os fluidos das formações são pro-
duzidos intencionalmente. São elas: testes de formação e produção, perfuração sub-
-balanceada de uma determinada fase do poço e completação para pôr em produção
um poço. Para essas operações, existem procedimentos operacionais e equipamentos
específicos de segurança para o controle seguro e adequado do poço de petróleo.
TIPOS DE FECHAMENTO
O procedimento para fechamento do poço é iniciado imediatamente após o kick
ter sido detectado. Existem dois métodos por meio dos quais o poço pode ser fechado:
1. Fechamento lento (soft) – O choke permanece na posição aberta durante
as operações normais de perfuração. Após a deteção de um kick, o BOP e
o choke são fechados. Esse método tem a vantagem de permitir um melhor
acompanhamento do crescimento da pressão e de implementar rapida-
mente o método de baixa pressão no choke (low choke pressure method),
onde a pressão no choke é mantida próxima e abaixo da máxima pressão
permissível no choke.
2. Fechamento rápido (hard) – O choke permanece fechado durante as ope-
rações normais de perfuração. Após a deteção de um kick, o BOP é fe-
chado, permanecendo o choke na posição fechada. O método permite o
fechamento do poço em um tempo menor, reduzindo assim o volume do
influxo, e sua implementação é mais simples, pois possui um passo a me-
nos que no outro método no procedimento de fechamento do poço.
Em virtude da maior simplicidade do método rápido e do menor volume
de influxo gerado, recomenda-se que esse método seja usado no fechamento de
poço, tanto em terra como no mar. Estudos teóricos e experimentais publicados
também mostram que logo que o poço é fechado e o kick se encontrar ainda no
6
CAPÍTULO
COMPORTAMENTO DO
FLUIDO INVASOR
Um kick pode ser constituído de água salgada, óleo, gás ou uma combinação
deles. Se o influxo é de gás, esse pode ser natural, sulfídrico (H2S) ou carbônico
(CO2). Os dois últimos são tóxicos e requerem equipamentos de segurança de
poço e procedimentos preventivos e de controle específicos. O gás natural é cons-
tituído, na sua maioria, de metano, e sua densidade é menor que a do ar. Assim,
deve-se ter em mente que, quando um vazamento de gás natural acontecer em es-
paço confinado e com pouca ventilação (principalmente em unidades flutuantes),
ele irá acumular-se na parte superior desse espaço.
Quando existe gás livre no poço, o seu controle se torna mais difícil em vir-
tude das propriedades de expansão do gás e da grande diferença entre as massas
específicas do gás e do fluido de perfuração. Os efeitos da expansão podem ser
avaliados pela lei dos gases reais representada pela Equação 6.1.
P1 · V1 P2 · V2
= (6.1)
Z1 · T1 Z2 · T2
INFORMAÇÕES PRÉVIAS
As informações prévias devem estar sempre atualizadas e registradas na pla-
nilha de controle, independente ou não da ocorrência de um kick. Elas são mos-
tradas a seguir:
1. M
áxima pressão permissível no choke no instante do fechamento do poço
(estática). Corresponde ao menor dos três valores de pressão mostrados
a seguir:
8
CAPÍTULO
MÉTODOS DE CONTROLE
DE KICKS
Gradiente de fratura
Os gradientes de fratura encontrados na perfuração em águas profundas são
menores. Isto se deve ao fato de que a pressão de sobrecarga é menor do que em
uma locação em terra, pois parte dessa pressão é devida somente ao peso da água
do mar. Este assunto foi abordado no Capítulo 2 deste livro. Uma consequência
desse aspecto é o estreitamento da janela operacional (curva de pressão de poros
no limite inferior e curva de pressão de fratura no limite superior) conforme é
visto na Figura 12.1.
13
CAPÍTULO
TÓPICOS ESPECIAIS EM
CONTROLE DE POÇOS
Engenheiro Fiscal
• Preparar a planilha de controle e verificar a planilha de controle prepara-
da pela equipe da sonda. Compará-las e resolver qualquer discordância
entre as duas planilhas.
• Registrar e analisar dados de pressão.
Encarregado
• Executar o hang-off.
• Verificar a sonda e o pessoal quanto à segurança.
• Verificar se o poço e o choke estão efetivamente fechados.
• Manter informado o engenheiro fiscal.
15
CAPÍTULO
CERTIFICAÇÃO E EXERCÍCIOS
SIMULADOS DE CONTROLE
DE POÇO
CERTIFICAÇÃO E TREINAMENTO
Todos os profissionais envolvidos diretamente em operações de perfuração,
completação e intervenção com sonda em poços terrestres ou marítimos devem
possuir certificação válida em controle de poço. Apesar de o sistema de certifica-
ção IWCF (International Well Control Forum que é uma organização sem fins
lucrativos com origem na Europa) ser aceito no Brasil, o sistema de certificação
mais utilizado é o WellCAP da IADC. Nesse sistema, a IADC acredita instituições
que satisfaçam os padrões internacionais de treinamento em controle de poço.
Assim, essas instituições poderão emitir certificados e carteiras de habilitação do
programa aos participantes aprovados após o treinamento em um determinado
nível. Essa certificação na modalidade perfuração tem sua validade de acordo
com os níveis de certificação apresentados a seguir de acordo com o público-alvo:
1. Nível Introdutório – Destinado a plataformistas e torristas, além do pessoal
não técnico. Para obter a certificação, o candidato deve participar do curso